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História da Paraíba

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HISTÓRIA DA PARAÍBA I 
 
Após a leitura dos textos indicados para a unidade, construa CINCO textos de, no máximo 
DUAS LAUDAS, CADA (Fonte Times, 12, espaço 1,15), destacando o que se pede, a seguir, 
a partir das temáticas das aulas: 
 
1. “Quando quase tudo era sertão” – Percepção dos autores lidos sobre a versatilidade do 
termo, tipificação dos sertões, caracterização dos sertões do Piancó e de Bruxaxá. 
 
 
O termo "sertão" apresentou uma grande diversidade de colocações e divergências 
desde o período da colonização portuguesa no Brasil. Em muitas das análises realizadas pelos 
historiadores, esse termo está associado não só a uma área desconhecida e pouco povoada e 
distante do litoral, mas também havia uma associação do sertão com os indígenas da região 
(Tapuias), sendo caracterizado como um ambiente de "bárbaros perigosos", atrasado e espaço 
sem lei devido a ausência do Estado. Outro significado para a utilização dessa palavra era 
porque ela também remetia ao "Eldorado", pois era um lugar onde era possível encontrar ouro, 
a prata e os possíveis escravos indígenas. Contudo, essas representações simbólicas não se 
limitam há um espaço físico. Esse avanço na cartografia do Brasil e no significado do Sertão 
para uma escala local e delimitada só foi possível devido a chegada dos agentes coloniais, que 
passaram a levar em conta fatores geográficos importantes como a presença de rio nas 
proximidades. Tal avanço nas fronteiras e nos limites territoriais do Brasil só foram definido 
no século XIX. A caracterização do Sertão de Piancó, além do Sertão de Piranhas, compreendia 
o extremo oeste da antiga Capitania da Paraíba, incluindo parte da região banhada pelo Rio 
Seridó até a Fazenda Jucurutu, no atual território do Rio Grande do Norte, e parte da área 
banhada pelo Rio Pajeú, pertencente atualmente a Pernambuco. Essa grande extensão territorial 
dificultou o processo de desbravamento da região pelos colonizadores, pois se tratava de uma 
área de difícil acesso. Apesar disso, Piancó se tornou uma posição estratégica no processo de 
consolidação das conquistas das forças forasteiras colonizadoras dos interiores da América 
Portuguesa. Além disso, também se torna um polo para a criação de gado na região. Já em 
relação ao Sertão de Bruxaxá, grande polo econômico da província e futura cidade de Areia, 
se tratava de um território mais propício não só para a agricultura de subsistência do mercado 
interno e para a plantação de cana-de-açúcar, mas também como base para que os portugueses 
utiliza-sem para explorar e conquistar os Sertões desde o século XVII e por se tratar de um 
local que levavam do Sertão ao Litoral e vice-versa. 
 
 
2. “Vivência e astúcias escravagistas” – Como viviam os escravos do sertão do Piranhas e 
do sertão de Bruxaxá (Brejo de Areia)? Quais estratégias foram utilizadas pelos 
escravizados em seu próprio benefício? 
 
 
Diferente do que muitos acreditam, não eram todos os senhores de escravos que 
moravam nas casas grandes, ou seja, apenas os mais ricos tanto economicamente, quanto 
territorialmente e em mão de obra escrava. Já que por muito tempo a riqueza do indivíduo era 
associada ao número de escravos que ele possuía sob domínio, visto que a mão de obra escrava 
foi uma grande força motriz bastante presente em vários setores do país, não só apenas na parte 
econômica, mas também influenciando o setor social, cultural e político do Brasil. A associação 
existente na época entre o ato de possuir escravos está atrelado com a riqueza dos senhores, 
possibilitou que os escravos fossem usados como uma moeda de valor na época que poderia 
ser usado como garantia para aluguéis, hipotecas, vendas e até mesmo trocas. Ademais, A vida 
do escravo era altamente relacionada com a do seu senhor. Um exemplo disso era o casamento 
que acontecia entre as famílias da época, onde tanto o futuro noivo quanto a futura noiva 
compartilhavam entre si os escravos pertencentes às respectivas famílias. Sendo assim, os 
escravos moravam em residências mais humildes de taipa e sempre próximo a casa grande do 
seu senhor. Contudo, os escravos que viviam nos cativeiros moravam em condições desumanas 
e estavam muito propensos a desenvolverem algum tipo de doença devido às condições 
precárias do ambiente, podendo muitas vezes até chegarem a óbito. Já o escravo-vaqueiro tinha 
uma maior "liberdade" para se locomover quando comparados ao escravos que trabalhavam na 
casa. Contudo, o ato de seu ofício está relacionado com o animal do seu senhor exigia a grande 
responsabilidade. O apadrinhamento dos escravos foi um meio encontrado por eles para 
proteger seus filhos e até mesmo para construírem possibilidades para ter uma melhor condição 
de vida do que seu estado atual, visto que a maioria dos apadrinhamentos com indivíduos livres 
que possuíam bens. Ademais, como o escravo passou a ser visto como agente social capaz não 
só de ter uma mente autônoma, mas também de se opor ao sistema quando achasse necessário 
através de diferentes estratégias e até mesmo recorrendo a justiça. Isso ocorreu devido a onda 
abolicionista vigente no país e a criação de leis que flexibilizassem a vida dos escravos, como 
por exemplo, a implementação da Lei Eusébio de Queiroz que contribuiu de maneira 
significativa para que o movimento escravista no Brasil fosse perdendo sua força 
gradativamente devido a várias limitações em relação ao tráfico transatlântico que os senhores 
de escravos passaram a enfrentar. Além desse fator, houve também uma maior participação de 
outros ramos sociais que foram dando voz ao movimento abolicionista e enfraquecendo o 
trabalho escravo que pendurava o país. Outra implementação de Lei bastante relevante foi 
chamada "Lei do vente livre" que possibilitava que os escravos não só liberar seus filhos desse 
ciclo escravista, mas também obtivessem recursos financeiros caso seu senhor permitisse. 
Apesar das conquistas obtidas pelo movimento abolicionista era notável que para que a 
liberação da alforria acontecesse de maneira mais rápida e de forma eficiente era necessário 
que o escravo liberto fosse do sexo feminino, casadas, que tivessem filhos ou que pelo menos 
já tivesse parte do dinheiro necessário para comprar sua alforria. 
 
3. “Vivências e astúcias nativas” – Quem eram os indígenas Tapuia. Onde se localizavam 
no território da capitania e província. Qual o panorama apontado pelos autores da 
inserção dos Tapuia na sociedade colonial e pós-colonial. Quais estratégias foram 
utilizadas pelos indígenas em seu próprio benefício. 
 
Os Tapuias não eram bem vistos tanto na visão europeia, quanto na dos povos Tupí 
devido a existência de uma associação entre esse grupo étnico e o sertão, visto que essa parte 
da região nordeste era compreendida como uma área mítica tanto para os colonizadores 
vigentes nesse período, como para os próprios povos Tupí. De acordo com documentos 
históricos, os povos Tarairiú apresentavam um estilo de vida nômade e sobreviviam tanto do 
extrativismo, quanto da caça. Contudo, apesar de existir uma visão onde os indígenas são 
considerados indivíduos ingênuos, tolos e a submetidos aos colonizadores, os documentos 
históricos mostram outra realidade. Essa nova perspectiva mostra que os indígenas souberam 
utilizar a cultura dos indivíduos não-indígenas para benefício do seu povo. As condições de 
índio aldeado favoreceu positivamente os povos indígenas, visto que através dele era possível 
garantir a implementação de alguns direitos, como por exemplo, a posse de terras e a 
permanência no aldeamento missionário. Além disso, a participação mais ativa dos indígenas 
na sociedade vigente da época através de cargos oficiais, facilitou muito a relação entre os 
indígenas e à Coroa portuguesa. A aprendizagem da escrita europeia foi uma ferramenta 
extremamente significativa para que os indígenas lutassem pelos seus direitos, sendo bastante 
usada, porexemplo, a manutenção das terras. Ademais, também contribuiu para que ocorresse 
reivindicações de mercês e um maior prestígio social. Essa aliança entre os povos indígenas à 
Coroa portuguesa trouxe benefícios não apenas para esse grupo, mas também para o Império 
Ultramarino português, tanto por contribuírem para a manutenção de terras quanto para garantir 
futuros reforços nos períodos de guerras. 
 
4. “Insatisfações e lutas populares” – Quais estratos sociais participaram da Revolução 
de 1817 e da Revolta dos Quebra quilos. Motivações. Perspectivas. Resultados. 
 
O movimento Quebra-Quilos teve início em Campina Grande devido a decretação de 
novos impostos pela Assembleia provincial do estado e se espalhou pelas outras localidades da 
região. Tal decreto, acarretou em revolta da cama social mais pobre, de tal modo que esse grupo 
desenvolveu um sentimento de ódio contra o governo, não contra os senhores de engenho. 
Além dos matutos, os escravos também se aproveitaram dessa revolta que estava acontecendo 
na região para procurar meios menos agressivos e de acordo com as leis vigentes (Exemplo: 
Lei do Ventre Livre) na época para que fossem libertos, sendo, portanto, para essa camada 
social uma luta contra os senhores de engenho. A mídia vigente da época responsabilizava os 
religiosos, tanto os maçons quanto os jesuítas, pela revolta dos matutos contra o governo. Tal 
argumento, se propagou pela Serra da Borborema e foi aproveitado pelo Governo como 
alternativa para explicar o movimento Quebra-Quilos. Fatores como o aumento do imposto de 
chão aliado não só a violência de recrutamento, mas também a imposição de novos pesos e 
medidas encaixaram um sentimento de revolta muito grande nos matutos, que não quiseram 
trocar seu modo de medição dos produtos. Uma das ações realizadas pelos revolucionários foi 
tanto a dominação das cidades, mas também a queima de arquivos para mostrar ao Estado a 
repulsa que eles sentiam. O fim dessa revolta nordestina de 1817, acarretou não só na execução 
da sentença de morte, comutação da pena, mas também na criação de poemas heroicos e/ou 
lastimosos. Contudo, apesar dos pontos negativos, essa rebeldia possibilitou mostrar que os 
matutos tinham capacidade suficiente de reivindicar os direitos deles. 
 
5. “Do império à república” – Reação da população paraibana à visita do imperador à 
província. Benefícios desta visitação. Perspectiva da população paraibana à ideia de 
República. 
 
 D. Pedro II tinha um interesse notório em conhecer as Províncias do Império não só 
como Imperador, mas também como um estudioso. Tal características, possibilitou que o Chefe 
de Estado pudesse observar as particulares de cada região, visando, consequentemente, uma 
alternativa que fosse benéfica para todo o território nacional. A presença do imperador 
possibilitou a província um "ar de novo" na região devido aos inúmeros preparativos que os 
paraibanos realizaram para a chegada do imperador, como por exemplo, escolha dos melhores 
móveis, iluminação, conserto de estradas para a carruagem, mesa farta, confecção de roupas 
adequadas pelos melhores costureiros, até a substituição por componentes de decoração novos 
como cadeiras, sofá, entre outros. Além disso, os escravos foram colocados para trabalhar 
dobrado em prol da limpeza da cidade e também foram presenteados com roupas e calçados 
novos para a chegada de D. Pedro II. A calorosa recepção da população paraibana em relação 
ao Imperador era notória. Essa recepção foi reconhecida pelo Imperador e como gratificação 
ele concedeu vários títulos a população. Após a visita, o imperador percebeu que tal região 
necessitava melhor em vários fatores, dentre eles: O sistema de comunicação, o ritmo 
administrativo, a legislação militar e até mesmo o mecanismo de justiça vigente. Ademais, ele 
também percebeu a necessidade de construir um novo Matadouro e uma ponte sobre o Rio 
Sanhauá. Portanto, a ida de D. Pedro II ao Nordeste foi muito significativa para a região, visto 
que a partir dela o estado passou a ser admirado e notado em todo o país tanto economicamente, 
quanto socialmente, politicamente e moralmente. Ademais, também passou a apresentar uma 
maior participação nas atividades públicas e culturais desenvolvidas. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
[1] A presença de D. Pedro II na Paraíba 
 
 
[2] ABREU, Wlisses Estrela de Albuquerque. Senhores e escravos do sertão: 
Espacialidade de poder, violência e resistência, 1850-1888. 2011. 209 f. Tese (Doutorado) 
- Curso de História, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2011. 
 
 
[3] Juciene Apolinário, “Ações multifacetadas dos Tarairiú nos sertões das capitanias do 
Norte entre os séculos XVI e XVIII”, in XXV Simpósio Nacional de História - Simpósio 
Temático 36: Os Índios na História, Fortaleza,13-17 de julho de 2009, p. 2. 
 
 
[4] MORAES, Carla Gisele Macedo Santos Martins. AREIA - PARAÍBA: 
MORFOLOGIA E DESENVOLVIMENTO URBANO (SÉCULOS XVIII, XIX E XX). 
2008. 235 f. Dissertação (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade 
Federal de Pernambuco, Recife, 2008. Disponível em: 
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3056/1/arquivo2249_1.pdf. Acesso em: 15 
out. 2020. 
 
 
[5] MEIRA, Jean Paul Gouveia. Os índios Kariri vão à corte: a circulação das lideranças 
indígenas pelos espaços de poder do Império Ultramarino Português (Capitania da Paraíba, 
segunda metade do século XVIII). História Regional. Pará, p. 198-219. 05 jun. 2017. 
Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/9995/5884. Acesso em: 
01 set. 2020. 
 
 
[6] MORAES, Ana Paula da Cruz Pereira de. O Sertão dos Rios Piranhas e Piancó na rede 
dos caminhos dos sertões “ermos” do Norte, século XVIII. XXVII Simpósio Nacional de 
História. Anais ... Natal, 2013 
 
 
[7] O QUEBRA-QUILO. 
 
 
[8] PATRÍCIO, Viviane Edna Vieira. "PARAIBANIDADE": A IDENTIDADE LOCAL 
NO DISCURSO HISTORIOGRÁFICO DE HORÁCIO DE ALMEIDA. 2016. 53 f. TCC 
(Graduação) - Curso de História, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2016. 
Disponível em: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/10617/1/PDF%20-
%20Viviane%20Edna%20Vieira%20Patr%C3%ADcio.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. 
 
 
[9] SILVA, Lucian Souza da. NADA MAIS SUBLIME QUE A LIBERDADE: O processo 
de abolição da escravidão na Parahyba do Norte (1870-1888). 2016. 172 f. Tese 
(Doutorado) - Curso de História, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016. 
 
 
[10] SILVA, Eleonora Félix da. ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA ESCRAVA NA 
“CIDADE D’ARÊA” OITOCENTISTA. 2010. 192 f. Tese (Doutorado) - Curso de 
História, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2010. Disponível em: 
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp154911.pdf. Acesso em: 15 out. 2020. 
 
 
 
APRESENTAÇÃO
Graduanda em Ciências Biológicas 
Atualmente trabalha na área da Genética
Humana e Médica, com enfâse em
Oncogenética
Integra o grupo de pesquisa sobre 
Epidemiologia e Genética de Câncer (EGC) 
Possui experiência nas principais
técnicas de Biologia Molecular

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