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Direito Empresarial
CAMILA LEITE VASCONCELOS
Compreender o empresário individual e a sociedade empresária;
Entender os trâmites para os registros;
Conhecer os requisitos e as razões legais para o registro mercantil;
Entender a razão dos procedimentos simplificados para micro e pequenos empresários.
Objetivos 
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Sociedade é forma jurídica resultante da união de uma ou mais pessoas que objetivam alcançar um fim comum.
O Código Civil divide as sociedades entre empresárias e não empresárias ou simples.
Sociedade e empresa
 Empresa é atividade econômica. Para a caracterização da empresa o importante é a forma “como” a atividade econômica é desenvolvida.
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 São princípios formadores do contrato: autonomia da vontade, consensualismo, obrigatoriedade, relatividade dos efeitos, boa fé, probidade, equilíbrio econômico e função social. 
Para a validade dos negócios é necessário que os agentes sejam capazes, que o objeto do contrato seja lícito, possível, determinado ou determinável, e que obedeça à forma prescrita ou não defesa em lei.
Elementos essenciais do contrato
Os contratos podem ser definidos como um acordo entre duas ou mais pessoas, de caráter patrimonial, fundado na boa fé e na função social, que tem por finalidade regulamentar e delimitar interesses comuns, de acordo com o estabelecido na ordem jurídica brasileira, e por objetivo a aquisição, alteração e extinção de direitos em proveito econômico das partes.
Visa estabelecer uma forma de controle sobre as empresas responsáveis pela produção e circulação de bens e serviços.
facilitar a fiscalização das atividades, a segurança dos trabalhadores, o acatamento das leis trabalhistas, etc.
Hoje os registros públicos mercantis são serviços públicos prestados por órgãos federais e estaduais para dar vida às pessoas jurídicas, guardar o histórico dos seus atos - do registro inicial à extinção -, e publicitar esses atos para conhecimento de toda a sociedade.
Registros mercantis
 Os registros mercantis e atividades afins estão regulamentados em Lei Especial, Lei 8.934/94, são obrigatórios em todo território nacional e devem ser feitos de forma sistêmica por órgãos federais, estaduais e distrital, com as seguintes finalidades: 
“Art. 1°. (...) 
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; 
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; 
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.” 
 A única exceção à imposição legal do registro diz respeito à atividade rural.
A importância do registro
O registro confere:
credibilidade aos atos empresariais
presunção relativa de verdade aos negócios jurídicos e aos atos negociais
protege o nome empresarial e os direitos da empresa frente à concorrência desleal, 
garante externalidades positivas para a sociedade ao reduzir riscos para quem negocia com as empresas 
possibilita ao Estado administrar a tributação do sistema econômico.
Atos constitutivos
Os atos constitutivos são elaborados pelo próprio interessado ou pelos seus contadores e, posteriormente, levados a registro.
 Ato constitutivo é o documento inicial para registro da vontade do empresário de constituir empresa. 
 Regra geral é um Contrato Social ou, no caso da empresa individual, uma Declaração de Empresário, nos quais constará o tipo jurídico da empresa, o objetivo social, as regras para o funcionamento e a administração, os bens que integrarão o patrimônio da empresa, os direitos e obrigações dos sócios, a forma como se dará a dissolução da sociedade e a destinação final dos bens, etc.
 Para efetivar a inscrição o empresário deve atender também as formalidades legais do art. 968, do Código Civil, e protocolar um requerimento na Junta Comercial do estado onde exercerá suas atividades, no qual conste a sua qualificação completa, assinatura autógrafa ou digital, o capital da empresa, seu objeto e sede, e esteja visado por advogado, exigência da Lei 8.906/94, art. 1°, parágrafo 2°.
Concretização do registro mercantil
Para o exercício do registro público, a Lei 8.934/94 criou o Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis - SINREM, integrado pelo Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, gestor central técnico, normativo e administrativo, e pelas Juntas Comerciais, órgãos locais que executam e administram os serviços registrais.
 Filial é um estabelecimento subordinado à matriz, mas que tem gestão própria; 
Sucursal é um ponto de negócio acessório, subordinado à matriz administrativamente; 
Agência é um estabelecimento que atua de forma intermediária em prestação de serviços.
Concretização do registro mercantil
Filiais, sucursais ou agências abertas em estado diferente daquele no qual foi feito o registro da matriz devem ser registrados na Junta Comercial estadual mediante apresentação da inscrição originária. Estabelecimentos secundários, ainda que na mesma sede da matriz, também devem ser registrados. (art. 969 e parágrafo único, CC).
Trâmite dos registros – controle e fiscalização
 Os atos de registro dos empresários que se dividem em matrícula, cancelamento, arquivamento e autenticação (art. 32, Lei 8.934/1994).
 A proteção do nome empresarial é consequência automática dos atos de registro (art. 33, Lei 8.934/1994).
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. 
§ 1° Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. 
§ 2 Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão. 
§ 3 As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos, em caso de omissão ou demora.
Escrituração
 Os empresários individuais ou sociedades empresárias devem manter um sistema de escrituração contábil que varia de acordo com a complexidade das atividades produtivas e negociais.
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Pelo Código Civil, afora o Livro Diário, balanço patrimonial e do de resultado econômico, os demais livros “em tese” seriam opcionais e para controle interno das empresas, como livro-caixa, razão, estoque, etc. Porém, os dados inseridos no livro diário precisam ser comprovados através de informações contidas nos livros auxiliares, tornando-os obrigatórios por conexão.
Do sigilo
 Ressalvados os casos previstos em lei, para exibição e/ou publicidade obrigatórios, “nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei”.
 Porém, sempre que houver previsão legal os livros devem ser apresentados e podem ser examinados.
Art. 417, CC. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
Art. 418, CC. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.
Nome Empresarial
 O Código Civil prevê dois tipos de nomes empresariais: a firma, individual ou social, e a denominação (art. 1.155, CC). 
 A firma, individual é o nome do próprio empresário, utilizado,por exemplo, na designação do microempresário individual. A firma social é o nome de um ou mais sócios como, por exemplo, a que nomina sociedade de advogados. 
 Firma pode também designar o ramo de atividade empresarial. Exemplo: Barros, Silva e Figueiredo Advogados Associados, Instituto Clara de Beleza, Cícero Romano Curso Jurídico, etc.
A denominação social, por sua vez, é o nome dado a uma empresa, que pode ser uma palavra à escolha dos sócios, ou uma expressão fantasia, acrescida ou não de expressão que caracterize a sociedade. Os sócios podem escolher também o nome de uma pessoa física, sob sua responsabilidade exclusiva.
De acordo com o tipo societário, o nome variará de acordo com a espécie e estrutura da sociedade a ser constituída.
Nome Empresarial
 Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
 Esta restrição, entretanto, está limitada ao âmbito estatal da Junta Comercial responsável pelo registro da inscrição do empresário ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou averbações no registro apropriado, exceto os casos de registro especial, cujo âmbito se estende a todo o território nacional. (art. 1.166 e parágrafo único, CC).
Em caso de falecimento, exclusão ou retirada do sócio o seu nome deve ser excluído da firma social. (art. 1.165, CC).
Estabelecimento Empresarial
 Nos termos do art, 1.142 e 1.143, do Código Civil: 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Engloba os bens materiais e imateriais, consumíveis, fungíveis e infungíveis utilizados pelo empresário para o desenvolvimento da sua atividade econômica.
Microempresas e empresas de pequeno porte
 A Constituição Federal de 1988, no art. 179, estabelece que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, devem dispensar às micro e pequenas empresas tratamento especial, a serem definidas na lei infraconstitucional, e tratamento jurídico diferenciado e simplificado nas áreas administrativa, tributárias, previdenciárias e creditícias, com vistas à diminuição da burocracia e à facilitação de acesso ao crédito.
Os microempreendedores, o empresário rural e o pequeno empresário recebem tratamento especial em todo o processo de inscrição do empresário e facilitação para o cumprimento das obrigações empresariais tributárias e administrativas.
Microempresas e empresas de pequeno porte
 Coube à Lei Complementar 123/2006 – Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, classificar quais são as micro e pequenas empresas, seleção que é feita por faixa de faturamento. Em 2019, o faturamento máximo por categoria é: 
 A. Microempreendedor Individual (MEI): Receita bruta anual de até R$ 81 mil; 
B. Microempresa – Receita bruta anual de até R$ 360 mil, exceto MEI. 
C. Empresa de Pequeno Porte (EPP) – Receita bruta anual acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.
Sociedades simples e sociedades empresárias
 O Código Civil define como “empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (art. 966) para logo, no parágrafo único, definir que não é considerado empresário, ou seja, aquele que “exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
O art. 967, o Código Civil expressamente define como sociedade empresária aquela “que tem por objetivo o exercício de atividade própria de empresário, sujeito a registro, e simples as demais”, excepcionando no parágrafo único que, “independentemente do seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações, e simples a cooperativa”.
As sociedades empresárias devem ser registradas nas Juntas Comerciais dos estados.
As sociedades simples, não empresárias, discriminadas no Código Civil e também as cooperativas, por previsão expressa no art. 982 do Código Civil, são registradas no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas
Sociedades simples e sociedades empresárias
 O empresário rural, as microempresas e empresas de pequeno porte que podem escolher submeter-se ou não ao regime jurídico do empresário, se atenderem às exigências para o registro nas juntas comerciais (art. 971, CC).
 Como as sociedades simples não constituem empresa, não estão sujeitas à falência, à recuperação judicial ou extrajudicial previstas na Lei 11.101/2005.
O Código Civil também excluiu as atividades intelectuais de natureza científica, literária ou científica do universo das atividades mercantis, independente de terem empregados ou colaboradores, por lhes faltar uma característica essencial às empresas: o elemento de organização dos fatores de produção. Entretanto, se este elemento estiver presente, a atividade intelectual caracteriza empresa. (parágrafo único, art. 966, CC).
Sociedades não personificadas
 As sociedades não personificadas são aquelas que não possuem registro, ou seja, não possuem personalidade jurídica.
 Sociedade em Comum: São as sociedades que não tiveram os seus atos constitutivos registrados, chamadas também sociedades de fato ou irregulares.
Sociedade em Conta de Participação: É uma sociedade informal, sem registro por interesse dos sócios, que são de dois tipos: o sócio ostensivo, que assume publicamente a gestão da sociedade e gere os negócios em seu nome individual, sob sua própria e exclusiva responsabilidade, atuando como empresário individual ou sociedade empresária; e o sócio participante ou oculto, que não aparece para terceiros, respondendo apenas ao sócio ostensivo. (arts. 991 a 996, CC).
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