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ESTUDOS TÉCNICOS REFERENTES À NOTIFICAÇÃO 2015

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1 
 
 
ESTUDOS TÉCNICOS REFERENTES À 
NOTIFICAÇÃO 2015.001.002864/NOT-005 
NOTIFICAÇÃO 2016.001.003483/NOT-003 
 
 
ESTUDO HIDROGEOLÓGICO 
 
 
CALCÁRIO RIO PRETO LTDA 
FAZENDA RIO PRETO 
 
PALMEIRAS - BAHIA 
 
 
 
Luis Humberto S. T. Pedreira 
 Geólogo – CREA-8.324-D 
 
 
 
 
 
PIATÃ-BA – 20/11/2017 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TODOS SABEM QUE A TERRA POR SER UM PLANETA FECHADO, 
DESDE A SUA ORIGEM MANTÉM O MESMO VOLUME DE ÁGUA NOS 
SEUS DIVERSOS ESTADOS. TODAVIA AS AÇÕES DO HOMEM EM 
BUSCA DAS “RIQUEZAS” O TORNA IRRACIONAL E INCAPAZ DE 
AVALIAR QUE O SEU EGOISMO ASSOCIADO À SUA GANÂNCIA 
TEM MODIFICADO A DISTRIBUIÇÃO DESSE PRECIOSO LÍQUIDO 
E TRANSFORMADO GRANDES MANANCIAIS IMPRÓPRIOS PARA A 
SUA UTILIZAÇÃO. COMO CONSEQUÊNCIA MODIFICAM-SE OS 
CLIMAS, TRANSFEREM-SE VEGETAÇÕES, MIGRAM-SE HOMENS E 
ANIMAIS E AS PERDAS AVOLUMAM-SE. A SOLUÇÃO PARA OS 
IMPACTOS ATÉ ENTÃO GERADOS NÃO É O DINHEIRO DO MUNDO, 
MAS SIM A EVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA DOS HOMENS. ATÉ 
QUANDO SEREMOS OS “SENHORES RACIONAIS” DO PLANETA? 
i 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii 
 
 
1 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O presente estudo hidrológico ora apresentado vem atender 
uma solicitação do órgão ambiental através de notificação do 
INEMA número 2015.001.002864/not-003, emitida no decorrer da 
análise da Licença de Alteração/Ampliação da empresa Calcário 
Rio Preto Ltda. É importante salientar que esta notificação 
foi gerada a partir da visita do órgão ambiental representada 
pela técnica responsável pela avaliação da Licença e a Gestora 
da APA Marimbus-Iraquara na qual o empreendimento está 
inserido. Entre outras exigências a solicitação do estudo 
hidrogeológico/hidrológico ocorreu devido a presença da 
existência de água em grande volume no fundo de parte da lavra 
e o mesmo tem como principal objetivo avaliar as origens das 
águas, traçar as linhas equipotenciais que dominam o fluxo da 
água circulante, determinando-se os parâmetros fundamentais da 
hidrologia ou seja: permeabilidade, transmissibilidade, níveis 
estáticos e dinâmicos dos mananciais subterrâneos encontrados. 
 
 Para a execução deste trabalho utilizou-se as seguintes 
normas: 
NBR 12.212 de 1992; 
NBR 12.244 ABR de 1992; 
NBR 13.784 de 2006; 
NBR 15.492 de 2007; 
NBR 15.495-1 de 2007; 
DIN 4925 partes I e II; 
2 
 
API 5 B; ASTM A 120. 
 
Graças a forte compreensão das causas ambientais e o 
entendimento quanto à importância dos estudos que compõem este 
trabalho, sem medir esforços, a Calcário Rio Preto Ltda, 
através dos seus sócios, permitiu o desenvolvimento deste 
trabalho que certamente, passará a ser referência para a 
região da Chapada Diamantina, não somente pela sua qualidade 
técnica como também pela sua abrangência quanto a variação 
interdisciplinar utilizada para a sua avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
RESUMO 
 
 
 
 O presente trabalho realizado na Fazenda Rio Preto, está 
limitado a uma área contendo os sedimentos aluviais do rio 
Preto e áreas de calcário que margeia estes terraços. 
Inicialmente é apresentada a caracterização da área com a 
indicação da sua localização, seguida da descrição dos solos, 
vegetação, geomorfologia com a indicação dos principais 
relevos e caracterização e a Geologia não somente de caráter 
regional como também local, tendo nesta última as descrições 
de fácies definidas nos trabalhos de Misi, Pedreira e 
Torquato, conforme veremos adiante. Não podemos desprezar, por 
se tratar de estudo hidrológico, a avaliação estrutural com 
seus processos deformacionais plásticos e frágeis, 
responsáveis pelas definições das estruturas dobradas e as 
fraturas, ambas de grande importância para os fluxos d’água 
subterrânea. 
 Além desta caracterização bastante detalhada, considerando 
a importância dos sedimentos aluviais que caracterizam o 
lençol freático local, não poderia faltar uma avaliação 
hidrológica da bacia do rio Preto e suas influências sobre os 
sedimentos ribeirinhos, de grande importância econômica como 
fornecedor de água e maior ainda como responsável pelas 
recargas nos períodos de estiagem. No que diz respeito ao 
estudo hidrológico, achou-se necessário a compartimentação da 
bacia do rio Preto em sub-bacias, dando origem a estudos 
hidrológicos segmentados, justificado pela inomogeneidade da 
distribuição das chuvas na região, principalmente nos tempos 
escassos de chuva. 
 Como complementação aos estudos efetuou-se preliminarmente 
a planialtimetria da área, seguida da execução de diversos 
perfis geofísicos de eletrorresistividade/perfilagem 
executados por professores da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte UFRN e alunos de mestrado e doutorado, que 
colaboraram na definição da localização dos poços a serem 
perfurados. 
 A execução de 11 poços com profundidades variando de 35 a 
45 m, atravessando os sedimentos aluviais e parte das rochas 
4 
 
calcárias. Durante a execução dos poços, foram coletadas 
amostras a profundidades de 0,50 x 0,50 m, sofrendo variações 
de 1,0 x 1,0 m e outras profundidades, de acordo com as 
intercorrências existentes e variações das características dos 
sedimentos. Todas as amostras coletadas foram submetidas a 
ensaios de peneiramento e sedimentação, sendo este último 
através do método de pipetagem, que deram origem ao capítulo 
específico de sedimentação com gráficos e outros. Ainda com 
base nestes ensaios, foi possível efetuar o perfil de cada 
poço de forma detalhada, conforme é apresentado no capítulo da 
sondagem. 
 Na sequência é apresentado o capítulo sobre hidrogeologia 
com a apresentação (nos anexos) o teste de vazão e a definição 
dos parâmetros de relevância como transmissividade, 
porosidade, permeabilidade, Nível dinâmico e estático e 
variações sofridas com as interferências das chuvas ocasionais 
entre outubro e janeiro. 
 Com relação à qualidade das águas, foram feitas coletas de 
água de 8 localidades, sendo que em 6 poços (p04, p06, p07, 
p08, p10, p11) e em duas amostras em pontos de minação do 
paredão calcário dentro da área de lavra e direcionadas para 
análises químicas, que definem bem a existência de pelo menos 
dois mananciais. 
 No que se refere à parte ambiental são tecidos comentários 
sobre os efeitos destas águas no relevo cárstico e aspectos 
sobre a qualidade das águas encontradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 L H S T P – Consultoria Técnica e Projetos Ltda 
6 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 O presente trabalho visa fornecer conhecimento sobre 
origem dos mananciais que contribuem para o enchimento de 
depressão existente na cava da mina pertencente à empresa 
Calcário Rio Preto, potencialidades e características 
hidrogeológicas e hidroquímicas desses aquíferos. Como 
resultado deste trabalho espera-se favorecer a permissão da 
utilização desses mananciais para outorga d’água favorecendo a 
introdução de fruticultura irrigada na Fazenda Rio Preto. 
 
 Os estudos a serem apresentados permitirão o conhecimento 
aprofundado não somente dos aquíferos existentes como também 
dos aspectos geológicos e sedimentares dos substratos 
portadores desses mananciais além de uma avaliação de parte 
dos ciclos de cheias e secas, registrados cronologicamente nos 
terraços aluvionares do rio Preto naquela área. 
 
 Com referência aos aspectos ambientais, considerando que 
parte do manancial se encontra ao longo dos depósitos 
aluvionares registrados nos terraços do rio Preto, e sob os 
calcários da Formação Salitre, uma avaliação e caracterização 
da bacia daquele rio no que diz respeito à degradação da sua 
margem, aspectos referentes ao seuassoreamento e uso e 
ocupação do solo naquela bacia, permitirá uma melhor 
compreensão dos aspectos que afligem diretamente os impactos 
ambientais acolá ocorridos. 
7 
 
 Considerando que a área alvo principal desse estudo se 
encontra entre os rios Preto e Cochó, antes do encontro desses 
rios para formação do rio Santo Antônio, não poderia ficar de 
fora uma avaliação hidrológica dos mananciais que os compõem, 
embora com os estudos concentrados 90% na bacia do rio Preto, 
uma vez que são fundamentais para uma definição mais precisa 
dos aquíferos subterrâneos existentes nas Fazenda e Mineração 
rio Preto. 
 
 Sendo assim todos os estudos que fazem parte deste 
trabalho permitirão informações concisas e fundamentais para 
uma conclusão técnica e lógica da área. 
 
1.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 
 A área do estudo está localizada na Fazenda Rio Preto e 
terras da Mineração Calcário Rio Preto Ltda, no município de 
Palmeiras-Bahia, ao longo do Km 362 da BR-242 e abrangendo uma 
área com aproximadamente 30,0 hectares. 
 Como acesso à área, partindo-se do distrito sede, utiliza-
se a BA-349 que dá acesso à BR-242 por 8,0 Km e no 
entroncamento desta rodovia com a BR citada segue à direita no 
sentido Salvador por 300 m, chegando-se aos portões de entrada 
da propriedade (Fazenda Rio Preto) – Veja Figuras 01 e 02. 
 
 
Figura 01 – Imagem obtida do Google Earth indicando a Faz. Rio Preto e a 
cidade de Palmeiras. Observa-se o rio Preto cortando a área de Sul para 
Norte na parte central da área e o rio Cochó a norte da área no sentido 
Oeste para Leste. 
8 
 
 
 
Figura 02 – Imagem obtida do Google Earth indicando a Mina pertencente à 
Calcário Rio Preto, alvo principal do estudo. Evidencia-se bem o rio Preto 
sendo cruzado pela BR-242. 
 
1.3 METODOLOGIA 
 Para o desenvolvimento do trabalho e consequente 
cumprimento da notificação, foram realizados alguns 
serviços/estudos considerados fundamentais para o cumprimento 
das exigências, conforme veremos a seguir. 
 
Topografia 
Toda a topografia foi realizada através de GPS geodésico 
L1/L2 com sistema RTK (Kinematic Real Time), sendo elaborada a 
planialtimetria com curvas de nível com precisão de metro em 
toda a área (fazenda e mineração) além de serem realizadas 
seções com marcação de 5 em 5 metros com pontos cotados de 
acordo com a indicação dos profissionais responsáveis pela 
realização da geofísica na área. Como resultado é apresentado 
a Planta planialtimétrica da área e as seções definidas pela 
geofísica, ambos em escala compatível. 
 
 
9 
 
Geomorfologia 
 Os aspectos geomorfológicos associados com aqueles 
deformacionais e influencias dos agentes externos/climáticos, 
são responsáveis pela formação dos relevos e por isso, a sua 
avaliação, é de grande importância nos estudos hidrológicos, 
já que as formas de relevo existentes são responsáveis pela 
facilitação ou retardamento no escoamento superficial e 
infiltração nos períodos de chuva. Daí a importância de serem 
realizadas seções de alguns rios tentando mostrar alguns 
aspectos da evolução dos seus vales a partir da relação clima 
solo e vegetação e consequente influência sobre os aquíferos 
freáticos. Daí a importância da apresentação da Fisiografia 
onde os aspectos climáticos, solos e vegetação são 
caracterizados. 
 
Recursos Hídricos 
 A avaliação dos recursos hídricos da região, ajudam a 
melhor entender a distribuição da malha fluvial, suas relações 
com o clima, solo geologia e formas de relevo. Neste estudo 
foi elaborado um mapa de recursos hídricos do município com 
foco principal para a bacia do rio Preto, uma vez que a área 
em estudo está inserida na mesma. Por ser considerado 
relevante, achou-se melhor subdividir esta bacia em outras 
(conforme veremos mais adiante) e apresentar uma pequena 
avaliação hidromorfológica comparativa entre a bacia do rio 
Preto e suas sub-bacias. 
 
Mapeamento geológico 
 Para a avaliação geológica foi elaborada um mapa de 
caráter regional e de influência à área de estudo, a partir de 
elaboração de seções com descrição específica dos litótipos 
presentes e definição da estratigrafia regional. Visando 
melhor detalhamento, foi feito o mapeamento da área alvo de 
interesse, cuja área é de aproximadamente 90 ha, com 
pormenorização da geologia com a definição mais precisa da 
estratigrafia, além do desenvolvimento específico da geologia 
estrutural voltada para a definição das estruturas presentes, 
medição de fraturas, eixos de dobras e os cronoeventos 
geoestruturais que resultaram em deformações plásticas, 
dúcteis e rúpteis. Nesta etapa ou seja, dos estudos 
geoestruturais, a finalidade maior foi a sua definição e 
10 
 
interpretação com foco direto na sua influência no campo da 
hidrogeologia, visando contribuir no comportamento dos 
aquíferos presentes. 
 
Geofísica 
 A geofísica como ferramenta de investigação indireta é 
considerada fundamental para o tipo de estudo realizado. 
Inicialmente foram discutidos quais dos métodos a serem 
aplicados, sendo definido o de eletrorresistividade (ERT). A 
partir daí, com base nos estudos geológicos, definiu-se as 
linhas de investigação, sendo que ao todo foram realizadas 10 
linhas distribuídas segundo uma malha regular, sendo quatro 
(4) linhas com direção NW-SE e seis (6) linhas na direção E-W. 
Teve um caráter investigativo, com o objetivo de se efetuar 
uma avaliação primária da geologia e dos aquíferos e 
contribuir para o direcionamento e execução das sondagens a 
serem realizadas. 
 
Sondagens 
 Para a realização das sondagens foi utilizado inicialmente 
o sistema SPT, com coleta de amostras de 0,5 em 0,5 metro até 
a profundidade permitida nos limites da impenetrabilidade 
definida no caso pela presença de rochas maciças. A partir 
daí foi realizado o aprofundamento da investigação através de 
sondagem utilizando um equipamento de “rock”, com coleta de 
amostras de metro a metro. As profundidades de avaliação 
variaram de 18 a 40 metros. Ao longo das perfurações foram 
anotadas observações sobre as variações lito-sedimentares e 
elaborados os perfis dos poços com a marcação da profundidade 
do lençol freático contribuindo de forma bastante positiva 
para a definição da geologia da área principalmente da baixada 
formada pelas aluviões dos terraços do rio Preto. 
 
Sedimentologia 
 Com os sedimentos coletados através das sondagens, foi 
elaborado o perfil de cada furo e realizado o estudo 
sedimentológico de cada amostra num total de 284, sendo 
realizados os seguintes trabalhos: ensaios de peneiramento, 
sedimentação; morfometria e mineralogia. O objetivo deste 
trabalho foi permitir a distribuição espacial das aluviões nas 
11 
 
suas diversas frações e o comportamento do lençol freático 
nestas áreas. Por sua vez a morfometria contribui para 
entender a origem e o regime de transporte, enquanto que à 
mineralogia se responsabilizaria pela qualidade das águas ali 
residentes. 
 
Estudo hidrológico 
 O estudo hidrológico foi realizado apenas para a bacia do 
rio Preto com o objetivo de se verificar o comportamento das 
cheias e correlacioná-las com as variações do lençol freático 
na área de estudo. Apesar de se supor a influência do rio 
Cochó sobre a área estudada, mesmo que de forma muito ínfima, 
não foi elaborado o estudo hidrogeológico daquela bacia por se 
entender que a influência das suas cheias, se realmente 
existir, estaria limitada apenas sobre os aquíferos kársticos 
de maior profundidade. Para o estudo hidrológico utilizou-se a 
metodologia desenvolvida por Molle e Cadier. 
 
Estudo hidrogeológico 
 Para a hidrogeologia, foram executadas 14 sondagens onde 
se determinou os níveis estáticos e dinâmicos de cada poço, 
através de bombeamento contínuo por 24 horas, permitindo 
avaliar não somente o rebaixamento como as influências para 
cada poço. Neste procedimento foram avaliadas aslinhas de 
fluxo e equipotenciais, a permeabilidade do meio e a 
transmissibilidade. Embora não tenham sido realizadas análises 
químicas das águas de cada poço perfurado, foram selecionados 
pontos de influência que permitiram definir os tipos de água 
que contribuem para a alimentação do nível da cava da 
mineração considerando apenas aspectos químicos através de 
análises de quarenta e sete (47) parâmetros considerados 
importantes para a avaliação da parte hidroquímica, efetuando-
se a comparação dos resultados entre as análises. 
 
Integração dos dados 
 A integração dos dados foi fundamental para se chegar às 
conclusões sobre os aquíferos subsuperficiais existentes, onde 
as contribuições investigativas forneceram subsídios 
importantes. No procedimento de integração dos dados foram 
associados os aspectos geoestruturais/reológicos com as 
12 
 
percolações dos fluxos de água tanto em rocha como através dos 
sedimentos. As sondagens permitiram definir os níveis 
estáticos do lençol freático e artesiano assim como permitir a 
execução do bombeamento dos aquíferos permitindo definir os 
coeficientes de permeabilidade e transmissibilidade da área 
avaliada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 FISIOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 L H S T P – Consultoria Técnica e Projetos Ltda 
14 
 
2 FISIOGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Os aspectos fisiográficos fornecem informações sobre os 
agentes externos que influenciam na composição de uma 
determinada área. No caso específico é apresentado de forma 
resumida os diversos componentes que compõe esta 
caracterização, os quais são: clima, solos, vegetação, relevo 
e hidrografia. 
 Considerando que a Calcário Rio Preto está inserida no 
município de Palmeiras-Ba, todos os aspectos acima 
mencionados, a serem considerados, tomam como base a sua 
localização. 
 
2.2 CLIMA 
 Considerando que a Calcário Rio Preto está inserida no 
município de Palmeiras-Ba, todos os dados inerentes à parte 
climática referem-se àquela localidade, conforme veremos. 
 Com base na publicação da SEI – Atributos Climáticos do 
Estado da Bahia (1998), a tipologia climática de Köppen para 
aquele município é do tipo BSwh ou seja: clima quente de 
caatinga com chuvas de verão e período seco bem definido de 
inverno; temperatura média superior a 18ºC e ausência de 
excedente hídrico. Já segundo a tipologia de Thornthwaite & 
Matther é do tipo C1dB’ ou seja: subúmido a seco com pequeno a 
nenhum excedente hídrico, mesotérmico com evapotranspiração 
potencial maior que 1.140 mm e chuvas de primavera/verão com 
índice hídrico entre 0 a -20%. 
 Ainda no município podem-se presenciar pequenas 
diferenciações climáticas tendo como base o distrito sede com 
altitude de 736 m e a localidade de Caeté-Açu (também 
15 
 
conhecido como Capão) com altitude de 926 m, com média de 
temperaturas variando de 2ºC (vide figuras 03, 04, 05 e 06). 
 
 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
Temperatura 
média (°C) 
23.1 23.1 22.8 22.2 21 20 19.8 20.7 22.1 23.5 23.1 22.4 
Temperatura 
mínima (°C) 
17.4 17.4 17.4 16.8 15.5 14.1 13.8 14.2 15.6 17.1 17.3 16.9 
Temperatura 
máxima(°C) 
28.8 28.8 28.3 27.7 26.6 26 25.9 27.2 28.7 29.9 28.9 28 
Temperatura 
média (°F) 
73.6 73.6 73.0 72.0 69.8 68.0 67.6 69.3 71.8 74.3 73.6 72.3 
Temperatura 
mínima (°F) 
63.3 63.3 63.3 62.2 59.9 57.4 56.8 57.6 60.1 62.8 63.1 62.4 
Temperatura 
máxima(°F) 
83.8 83.8 82.9 81.9 79.9 78.8 78.6 81.0 83.7 85.8 84.0 82.4 
Chuva (mm) 120 103 114 83 35 29 24 11 20 56 143 150 
 
Figura 03 – Tabela apresentando dados de temperatura em graus Celsius e 
Fahrenheit e média de precipitação mês a mês para o distrito sede (Fonte 
Clima tempo). 
 
 
Figura 04 – Gráfico de barras para a cidade de Palmeiras a partir dos dados 
da Figura 03, evidenciando a temperatura (ºC e ºF) e a precipitação em mm 
de chuva. A linha vermelha, no gráfico acima, representa a variação de 
temperatura durante o ano, enquanto que as barras em azul representam as 
precipitações médias mensais onde: 01 representa o mês de janeiro, 02 
fevereiro e assim sucessivamente até dezembro. 
 
16 
 
 
 
Figura 05 – Tabela apresentando dados de temperatura em graus Celsius e 
Fahrenheit e média de precipitação mês a mês para a localidade de Caeté-Açu 
(Fonte Clima tempo). 
 
 
Figura 06 – Gráfico de barras para a localidade de Caeté-Açú, evidenciando 
a temperatura (ºC e ºF) e a precipitação em mm de chuva. A linha vermelha, 
no gráfico representa a variação de temperatura durante o ano, enquanto que 
as barras em azul representam as precipitações médias mensais onde: 01 
representa o mês de janeiro, 02 fevereiro e assim sucessivamente até 
dezembro. 
 
 
 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 
Temperatura 
média (°C) 
21.8 21.8 21.6 21.1 20 18.8 18.6 19.3 20.8 22.1 21.8 21.4 
Temperatura 
mínima (°C) 
16.2 16.1 16.2 15.7 14.4 12.9 12.6 12.9 14.3 15.7 16.1 15.9 
Temperatura 
máxima (°C) 
27.4 27.5 27.1 26.6 25.6 24.8 24.6 25.7 27.4 28.6 27.6 27 
Temperatura 
média (°F) 
71.2 71.2 70.9 70.0 68.0 65.8 65.5 66.7 69.4 71.8 71.2 70.5 
Temperatura 
mínima (°F) 
61.2 61.0 61.2 60.3 57.9 55.2 54.7 55.2 57.7 60.3 61.0 60.6 
Temperatura 
máxima (°F) 
81.3 81.5 80.8 79.9 78.1 76.6 76.3 78.3 81.3 83.5 81.7 80.6 
Chuva (mm) 98 96 107 75 34 28 24 13 19 54 128 142 
17 
 
2.3 SOLOS 
2.3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
No município em questão podem-se identificar vários tipos 
de solos. Todavia para o presente trabalho deteve-se apenas 
àqueles principais, sem descartar, no entanto, as 
considerações pedogeoquímicas relevantes e responsáveis muitas 
vezes pela qualidade química das águas dos lençóis freáticos e 
artesianos. Inicialmente são apresentadas breves 
características de cada um dos solos observados, para em 
seguida tecer comentários sobre os aspectos pedogeoquímicos 
dos solos. 
 
2.3.2 OS SOLOS PREDOMINANTES 
2.3.2.1 LATOSSOLOS 
 A ordem dos Latossolos, forma um horizonte mineral 
subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avançado 
estágio de intemperização com alteração completa dos minerais 
primários menos resistentes ao intemperismo e/ou minerais de 
argila 2:1, seguida de intensa dessilificação. 
 
Na composição do horizonte B não deve restar mais que 4% 
de minerais primários alteráveis ou 6% de muscovita 
determinada na fração areia, que deve ser recalculada em 
relação à fração terra fina. Sua espessura mínima deve ser de 
0,50 m, e texturas franco-arenosa ou franco-siltosa e 
diferenciação muito pouco nítida entre os seus suborizontes, 
com transição de um modo geral difusa. A consistência do 
material quando sevo varia de macia a muito dura e de friável 
a muito friável. 
 
O horizonte B pode apresentar cerosidade pouco a fraca e 
conter mais argila que o horizonte sobrejacente, porém o 
incremento da fração argila com o aumento da profundidade é 
pequeno, de maneira que comparações feitas a intervalos de 
0,30 m ou menos entre os horizontes A e B apresentam 
diferenças menores que aquelas necessárias para caracterizar 
um horizonte B textural. 
 
18 
 
 
2.3.2.1.1 LATOSSOLO VERMELHO 
Estes solos pertencem a subordem vermelho, costumam 
posicionar-se sobre as rochas carbonáticas da Formação Salitre 
e possuem como características serem eutróficos, com 
horizontes A antrópico ou Moderado, profundidade média a alta, 
horizonte B, Bt e C bem definidos, textura argilosa a franco-
argilosa permeabilidade moderada a alta, podendo chegar a ter 
uma velocidade de infiltração básica (VIB) de até 530 mm/hora. 
Ocupam parte das porções norte e noroeste do município de 
Palmeiras (vide figura 07). 
 
 
Figura 07 – Aspecto de Latossolo Vermelho, observado ao longo da BR-242próximo à entrada de Palmeiras na Chapada Diamantina. 
 
 
2.3.2.2 LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS 
 Esta subordem ocupa áreas onde existe uma transição das 
rochas carbonáticas para as rochas da Formação Bebedouro tanto 
sobre os diamictitos como os arenitos e siltitos daquela 
formação. Geralmente sobre estes solos são observados murundus 
com área de ocupação variando entre 12 e 15 m² e altura muitas 
vezes atingindo 2,0 metros (vide figura 08). Ocupam parte 
central das áreas entre os Latossolos Vermelho e Latossolo 
Amarelo. 
19 
 
 Possuem horizonte A antrópico ou fraco, espessura media a 
profunda, VIB moderada a alta, B, Bt e C bem definidos e 
textura argilosa do município. 
 
 
 
Figura 08 – Aspecto de Latossolo Vermelho-Amarelo em zona de transição, 
podendo ser observado a existência de murundus. 
 
 
2.3.2.3 LATOSSOLOS AMARELOS 
 Esta subordem normalmente posiciona-se sobre as rochas da 
Formação Bebedouro tanto sobre os diamictitos como os arenitos 
e siltitos daquela formação. Geralmente sobre estes solos são 
observados murundus com área de ocupação variando entre 12 e 
15 m² e altura muitas vezes atingindo 2,0 metros (vide figura 
09). Com relação aos Latossolos Vermelho-Amarelo possuem uma 
densidade de murundus por unidade de área (ha) bem superior 
àqueles observados nos demais solos (vide figura 09). 
 
 Na área do perfil tem-se um Horizonte A antrópico, seguido 
de horizontes com estruturas glomerulosa denominado C/A e 
horizonte B do tipo Bt (relevante acumulação de argila). 
20 
 
 
 
Figura 09 – Aspecto de perfil típico de Latossolo Amarelo na região, 
evidenciando a sua espessura e aspectos texturais (glomerulosidade em B/A). 
Esta foto foi obtida na estrada vicinal Palmeiras gruta Bolo de Noiva. 
 
 
2.3.2.3 NEOSSOLOS 
 A classe dos Neossolos caracteriza-se pela presença de 
material mineral ou material orgânico pouco espesso sem 
apresentar qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. São 
encontrados nas subordens, Litólicos e Quartzarênicos. O 
Neossolos quartzarênicos ocupam grande parte do município e 
estão normalmente superpostos aos arenitos das formações Morro 
do Chapéu, Tombador, Caboclo e outros. 
 
 Os Neossolos Litólicos são os mais comuns na área, 
caracterizados por apresentarem-se com textura normalmente 
arenosa, pouco profundos, baixa fertilidade e constituído por 
minerais primários de baixa resistência intempérica e quase 
sempre com afloramentos rochosos. Apresentam horizontes A 
antrópico ou Fraco, algumas vezes húmico. Como perfil comum, 
apresentam os horizontes A, C e R (vide figura 10). 
 
21 
 
 
Figura 10 – Aspecto de perfil típico de Neossolo Litólico ao longo da BR-
242. A espessura deste solo não excedo 0,35 m, apresentando um A com 5 cm. 
Como substrato rochoso tem-se arenitos da Formação Bebedouro, 
 
 Já os solos Neossolos quartzarênicos são encontrados nas 
zonas de gerais e nos depósitos aluvionares recentes formando 
terraços (vide figura 11), são medianamente profundos a rasos 
e apresentam-se com horizonte A antrópico, arenoso e C 
arenoso. 
 
 
Figura 11 – Aspecto de perfil típico de Neossolo quartzarênico compondo 
terraços aluviais no rio Preto 
22 
 
2.3.2.4 ARGISSOLOS 
 Os solos desta ordem têm como característica marcante um 
aumento de argila do horizonte superficial A para o 
superficial B que é do tipo textural (Bt), geralmente 
acompanhado de boa diferenciação também de cores e outras 
características. Sua profundidade varia de profundo a pouco 
profundo a rasos (semiárido). Como característica principal, 
estes solos apresentam-se bem desenvolvidos com gradiente de 
textura em profundidade, decorrente do acúmulo de argilas dos 
horizontes superiores. Apresentam horizonte B textural e 
argilas de baixa atividade, que garantem normalmente um 
horizonte A fraco ou médio (vide figura 12). 
 
No que se refere ao horizonte B textural presente nesta 
ordem de solos, apresenta textura franco-arenosa ou mais fina 
com incremento de argila orientada ou não. A natureza coloidal 
da argila a torna suscetível de mobilidade com água no solo se 
a percolação for relevante. 
 
 A cerosidade considerada na identificação do B textural é 
constituída por películas de colóides minerais que, se bem 
desenvolvidos, são facilmente perceptíveis pelo aspecto 
lustroso e brilho graxo. Nos solos sem macro agregados, 
apresentando grãos simples ou maciços, a argila iluvial 
apresenta-se sob a forma de revestimento nos grãos individuais 
de areia. 
 
 Na região estudada esta ordem está presente nas subordens 
vermelho, vermelho-amarelo e amarelo podem ser do grande grupo 
distrófico, eutroférrico (somente no vermelho), eutrocoeso 
(somente no amarelo) e eutrófico (vide figura 12). 
 
23 
 
 
Figura 12 – Aspecto de perfil comumente encontrado na região de Argissolo 
Vermelho-amarelo, com horizontes A fraco, Bt e C. 
 
2.3.2.5 PLINTOSSOLOS 
 Trata-se de ordem de solos comuns na região, 
caracterizados pela expressiva plintização, ocorrendo na 
região nas subordens pétrico e argilúvico. 
 
Os plintossolos argilúvicos apresentam drenagem restrita e 
têm como característica diagnóstica a presença do horizonte 
plíntico identificado pelas cores mosqueadas ou variegadas 
(vide figura 13). 
Já os horizontes concrecionários possuem presença 
excessiva de petroplintita, sendo constituído por 50% ou mais 
por material grosseiro com predomínio de petroplintita do tipo 
concreções ou nódulos de ferro ou ferro e alumínio, numa 
matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais 
grosseiro identificado como horizonte Ac, Ec, Bc ou Cc (vide 
figura 14). Estes materiais são bastante utilizados na 
construção de estradas como revestimentos soltos. 
 
24 
 
 
Figura 13 – Nesta foto pode ser observado aspecto característico de 
plintossolo argilúvico com ocorrência na BR-242 Km 320 entrando à direita 
no sentido Palmeiras povoado do São João. 
 
 
Figura 14 – Aspecto de Plintossolos da subordem concrecionário, com 
características distintas sendo: à esquerda um de textura mais fina e à 
direita com textura mais grosseira (até 6,0 cm de diâmetro). 
 
2.3.3 ASPECTOS PEDOGEOQUÍMICOS DA ÁREA 
 No município de Palmeiras temos, em escala regional, duas 
nítidas divisões pedogeoquímicas cujas características são 
apresentadas a seguir. 
 
A primeira e de maior abrangência definida como 
pertencente a domínios sem evolução pedogeoquímica e que 
ocorre sobre afloramentos rochosos e Neossolos litólicos 
distróficos ou eutróficos apresentando grau de alteração nulo 
ou incipiente. Nesta situação ao se fazer uma associação entre 
25 
 
clima e relevo temos para as associações de clima semiárido 
com relevos plano, suave ondulado e ondulado e sobre rochas 
areníticas, uma saturação de base menor que 30% e uma 
associação mineralógica representada pela illita e gibsita 
compondo o grupo da caolinita. 
 
A segunda divisão, de menor abrangência, representa 
domínios caracterizados por uma evolução pedogeoquímica bem 
definida as associações de clima semiárido com relevos plano, 
suave ondulado e ondulado e sobre rochas areníticas em relevo 
plano apresenta saturação menor que 30% com a presença da 
illita para o grupo da caolinita e quando em relevo suave 
ondulado e ondulado a saturação de base cai para menos que 30% 
e a associação mineral entre illita e gibsita representam o 
grupo da caolinita. Ainda se tratando de clima semiárido e 
rochas carbonáticas em relevo plano a saturação de base é 
superior aos 50% (normalmente 60%) e a associação mineralógica 
illita/clorita/vermiculita representa o grupo da esmectita. 
Ressalva-se que nesta região não existe esta associação de 
rochas calcárias em relevos suave-ondulados mas apenas em 
relevos planos. 
 
 É importante salientar que, tratando-se de solos aluviais, 
solos hidromórficos, plintossolos e solos orgânicos, os mesmosnão formam um domínio pedogeoquímico por não terem uma 
evolução definida. 
 
 Outros aspectos importantes e que não podem deixar de ser 
mencionado é que a evolução climática de árido para semiárido, 
de semiárido para seco-subúmido e deste último para úmido-
subúmido apresenta o crescimento gradual nos seguintes 
aspectos: 
 
• Diminuição do pH e da capacidade da troca de cátions (T), 
relação SiO2/Al2O3 e relação silte/argila; 
• Incremento na participação de Fe2O3 e Al2O3; 
• Incremento na participação da matéria orgânica no solo; e 
• Diminuição do conteúdo médio de MnO. 
 
26 
 
2.4 VEGETAÇÃO 
2.4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Considerando que a vegetação é fruto do solo e do clima de 
uma região temos para a região estudada aspectos interessantes 
sobre a mesma levando-se em conta principalmente a sua no 
semiárido nordestino. 
 
Embora no semiárido o fato de estarmos numa região serrana 
onde contrafortes servem de apara para os ventos oriundos da 
massa atlântica associados às altitudes típicas de áreas 
serranas, o município de Palmeiras tem o privilégio de estar 
inserido na Chapada Diamantina e desfrutar de clima, embora 
quente, não o suficiente para propiciar flagelos típicos e 
constantes de outras regiões do semiárido. 
 
O fato de estar situado na Chapada Diamantina o município 
dispõe de recursos hídricos superficiais privilegiados da 
bacia do rio Paraguaçu, contam com sub-bacias importantes que 
banham espaços territoriais daquele município tais como os 
rios Preto, Santo Antônio e Cochó. A presença desses rios, 
todos eles de nascentes serranas elevadas, juntamente com a 
altitude das serras ajudam a compor amenidades climáticas que 
ajudam a formar vegetação variada das quais passamos a 
descrever a seguir. 
 
2.4.2 TIPOS DE VEGETAÇÃO 
2.4.2.1 CAMPOS RUPESTRES 
Trata-se da vegetação de maior abrangência na área, 
ocorrendo nas áreas elevadas, normalmente acima dos 1000 
metros de altitude, podemos ocorrer em alguns casos em 
altitudes de 700 metros. Esta vegetação é caracterizada por 
apresentar um conjunto de comunidades predominantementes 
herbáceo-arbustiva ricamente variada, mas fisionomicamente 
distinta, em função da topografia, do solo, natureza do 
substrato e microclima local. Geralmente nos cumes e encostas 
dos morros, onde predominam afloramentos rochosos a 
diversificação da flora e os múltiplos microambientes atingem 
o ápice, segundo Pinto et al (1990), com a presença de 
27 
 
Velloziáceae, Bromeliáceae, Orchidaceae e Eriocaulaceae (vide 
figura 15). 
 
 
Figura 15 – Aspecto de vegetação de campos rupestres na proximidade do 
Morro do Pai Inácio 
 
2.4.2.2 SAVANA PARQUE 
Trata-se de terrenos planos a suave ondulados, 
caracterizados pela presença de extensa cobertura graminosa 
formada por panicus (vide figura 16), localmente denominado de 
gerais, onde são encontrados espécimes arbóreo/arbustivos 
típicos representados por vegetais retorcidos. São comuns a 
presença da Velloziae sp, Barbatimão (Dirmorphandra mollis), 
Cascudo (Melastomataceace), Murici (Byrsonima correifolia), 
Candeia (Eremanthus incanus), Açoita cavalo (Luehea paniculata 
Mart. & Zucc), Unha d´anta (Bauhinia forficata) e outras (vide 
figura 16). 
 
 
Figura 16 – Aspecto de vegetação de campos gerais nas proximidades do 
Morrão (foto da esquerda) e do Pai Inácio (foto da direita) 
 
Vegetação de Gerais 
28 
 
2.4.2.3 SAVANA ARBÓREA ABERTA 
 A vegetação de savana presente na região é representada 
pelo tipo savana arbórea aberta e recobre relevos aplainados, 
na região pelo ciclo de pediplanização Velhas, apresentando 
dois estratos: um graminoso, composto predominantemente pelo 
capim-agreste que ocorre em tufos e outro arbóreo, onde se 
nota a presença de indivíduos lenhosos, baixos e tortuosos com 
altura variando de 2 a 4 metros, compostos por kilmeyera 
tomentosa (pau-santo), coccolobiforlia (muricis), curatella 
americana (lixeira), stryphnodendron barbadetiman (barbatimão) 
e outras (Vide figura 17) 
 
 
Figura 17 – Aspecto de vegetação de Savana arbórea aberta típica da 
região. 
 
2.4.2.4 ESTEPE (Caatinga) 
Esta vegetação ocorre nas áreas com altitude até 700 
metros, sendo que na região, esta predomina sobre os terrenos 
de idade Proterozóica superior, em especial sobre os solos 
Latossólicos das formações Salitre e Bebedouro, pertencentes a 
subformação Estepe Arbórea Densa. 
 
Nessas áreas com solos mais profundos, com razoável 
capacidade de retenção hídrica, possui uma vegetação densa, 
onde a composição florística apresenta diversas variações em 
função do uso da terra. Nas áreas de pastagens temos um parque 
antrópico com ocorrência de palmeiras, principalmente a 
Syagrus coronata (licuri) e Syagru vagans (licurioba). Nas 
áreas de regeneração a vegetação tem composição arbustiva com 
porte uniforme com a presença de Mimosa hostilis (jurema 
preta), mimosa sp. (calumbi) e o Croton sp. (velame). Já nas 
29 
 
áreas onde a interferência humana é menos intensa, a vegetação 
é densa e com várias espécies. Entre os de maior porte 
destacam-se Schinopsis brasiliensis (braúna), Spondias 
tuberosas (umbú), Bursera leptophloeos (umburana-de-cambão), 
Poecylanthe ulei (carrancudo) e outras (Vide figura 18). 
 
 
Figura 18 – Aspecto de vegetação Estepe arbórea densa pouco antropizada. 
 
2.5 GEOMORFOLOGIA 
2.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Apesar de existir um mapa Gemorfológico do Estado da Bahia 
elaborado pela Secretaria de Minas e Energia através da 
Coordenação da Produção Mineral em 1982, a sua escala 
(1:1.000.000), embora seja de fundamental importância para a 
avaliação regional pela definição da compartimentação 
apresentada, não permite uma avaliação de maior detalhe na 
região em apreço. 
 Neste caso, a importância do estudo do relevo em escala 
maior, é fundamental para a eficiência dos resultados no 
estudo hidrogeológico da área em questão pelo fato de 
avaliarem não somente aspectos sobre os tipos e as formas de 
relevo existentes como também por apresentar uma avaliação 
detalhada sobre a geomorfologia fluvial local, que certamente 
conduzirão a resultados que interferem diretamente no lençol 
freático e artesiano da região como também da área alvo 
principal, objeto direto do nosso estudo. 
 Não obstante dizer, que os agentes responsáveis pela 
dinâmica geomorfológica ocorrem no planeta desde a sua origem 
e entre eles podemos citar os tectonismos existentes nos seus 
diversos ciclos, que consolidam e dá oportunidade a formação 
de bacias deposicionais e ao mesmo tempo permitem a exposição 
30 
 
de sequências aos processos exógenos e endógenos sejam eles de 
caráter climático, erosional além dos diversos tipos de 
intemperismo. 
 Geologicamente as provas fundamentais da existência dos 
processos evolutivos geomórficos pelos quais já passou a 
Chapada Diamantina estão registradas nas rochas sedimentares 
das diversas unidades como por exemplo: 
 
Grupo Paraguaçu – formado por rochas sedimentares de ambientes 
que vão desde origem eólica (definidas pela presença de 
grandes estratificações cruzadas), ambientes de planície de 
maré (presença de marcas de ondulação, gretas de contração), 
ambientes deltaicos, ambientes fluviais (caracterizados por 
estratificações cruzadas acanaladas), ambientes intermarés. 
 
Grupo Chapada Diamantina – com definição de importante sistema 
fluvial, com sedimentos de origem eólica (depósitos de dunas e 
lençol de areia). Há mudança dos arenitos da Formação Tombador 
para a Formação Caboclo com sedimentos depositados em 
plataforma marinha rasa e presença de carbonatos na forma de 
bioermas de estromatólitos, presença de tapetes algais 
silicificados típicos de planície de maré. Corpos areníticos 
alongados de geometria lenticular caracterizando episódios de 
exposição subaérea e interpretados como de origem fluvial, 
preenchendo vales escavados durante períodosde mar baixo. 
Abaixamento do nível do mar favorecendo a deposição da 
Formação Morro do Chapéu com arranjos tipicamente de ambientes 
fluviais com passagem gradual de conglomerados para arenitos e 
presença de lamitos com acamadamento ondulado típico de 
ambientes estuarinos. 
Formação Bebedouro – este conjunto de rochas, constituídas por 
diamictitos de pequena espessura, depósitos de planície 
outwash e pelitos laminados com seixos pingados, define um 
período glacial distinto com a presença de paleovales 
profundos. Com o final da glaciação, ocorre uma subida no mar 
responsável pela acumulação do Grupo Bambuí e a Formação 
Salitre, sugerindo que os carbonatos da bacia de Irecê 
ocorreram em ambiente extremamente raso com ação de ondas. A 
dominância de fácies acumuladas em ambiente raso, e a 
inexistência de fácies de talude ou mais profundas apontam a 
acumulação destes carbonatos em uma rampa sem quebra de talude 
31 
 
e sem declives pronunciados. A presença de estruturas do tipo 
coarse grained ripple, as quais se orientam, via de regra, 
paralelas à linha de costa, sugere a paleolinha com direção 
aproximada N-S. 
 Todo esse conjunto de informações demonstra a existência 
pretérita de um modelado de relevo sequenciado à região da 
Chapada Diamantina com idades que antecedem a 2,6 Ga (modelado 
do embasamento), passando para os modelados responsáveis pelos 
processos por que passaram os diversos sedimentos da Chapada 
que vão desde 1,6 Ga, 1,14 Ga, 1,0 Ga (período da glaciação) e 
0,8 Ga para os calcários da região. 
 A continuidade dos eventos se mantivera através do tempo 
geológico e, mesmo na atualidade, os processos evolutivos de 
caráter geodinâmicos mantêm-se vivos e a atuar diuturnamente 
garantindo a evolução do modelado atual. Neste momento 
geológico além dos processos naturais responsáveis pelas 
mudanças do relevo a atuação do homem para garantir a 
sobrevivência e o crescente aumento de suas necessidades, 
inclusive materiais, exerce um delta x que propicia a 
aceleração dos eventos modificadores do relevo. Entre as 
diversas ações do homem podemos citar algumas delas 
responsáveis pelas modificações exógenas e pelos processos 
dinâmicos de transformação do relevo: 
 
➢ Desmatamento de áreas silvestres com a substituição da 
vegetação natural por campos de pastagens para a criação 
de animais e o desenvolvimento de culturas; 
 
➢ Construção de barragens seja para a geração de energia ou 
para abastecimento de água para os diversos consumos 
(industrial, irrigação, dessedentação humana e animal, 
etc.); 
 
➢ Perfuração de poços artesianos de forma desordenada 
comprometendo os mananciais subterrâneos; 
 
➢ Extração de minérios para abastecimento da indústria de 
transformação; 
 
➢ Crescimento urbano com ocupação do solo mal planejada e 
consequente geração de resíduos sólidos de diversas 
naturezas; 
 
32 
 
➢ Incremento da produção de petróleo para alimentar 
refinarias e consequentemente o uso de combustíveis com o 
incremento da poluição atmosférica e consequente geração 
de gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa; 
 
➢ Construção de termoelétricas para geração de energia com 
geração de gases que contribuem para o efeito estufa. 
 
Todo esse conjunto de ações humanas resulta nas mudanças 
climáticas que atuam catastroficamente sobre as diversas áreas 
do planeta gerando diversas interferências tais como: 
 
➢ Tempestades de chuvas responsáveis por cheias 
destruidoras que provocam deslizamentos do tipo 
solifluxão carreando, prematuramente, excedentes de 
materiais terrígenos para áreas ainda não preparadas pela 
natureza para recebê-los; 
 
➢ Rebaixamento e acomodação de terrenos pelo mau uso dos 
lençóis subterrâneos; 
 
➢ Seca de rios perenes pela ação de supressão vegetal 
indevida; 
 
➢ Instabilidades climáticas com potencial redução de áreas 
agrícolas antes produtivas sem a necessidade de 
irrigação; 
 
➢ Contaminação do lençol freático pelo uso de produtos 
químicos nocivos e/ou utilizados sem critérios ou ainda 
por contaminação de lixões tecnicamente incorretos; 
 
➢ Intensificação de eventos dos tipos furacão e ciclones, 
capazes de conduzirem grandes massas de ar e água 
altamente destruidoras. 
 
➢ Redução das camadas de ozônio que funcionam como filtro 
dos raios solares acarretando em migrações climáticas 
fortes além de diminuição da calota de gelo pelo aumento 
da temperatura etc. 
 
➢ Elevação do nível do mar inundando áreas mais baixas do 
planeta; 
33 
 
 
➢ Mudança do sentido de marés acarretando em assoreamento 
das costas marinhas com invasão de águas sobre áreas 
nunca antes inundadas. 
 
➢ Aumento de áreas desertificadas pela redução das chuvas 
acarretando na geração de déficit hídrico e risco de 
secas em áreas de chuvas regulares, etc. 
 
Todos os efeitos acima são provocadores de modificações do 
relevo atual e nos estudos geomorfológicos aqui apresentados, 
os mesmos são indicados, assim como o seu grau de 
comprometimento nos lençóis subterrâneos nas suas diversas 
existências. Na nova visão da geomorfologia esta não pode se 
dissociada do meio ambiente. 
 
2.5.2 GEOMORFOLOGIA DO MUNICÍPIO DE PALMEIRAS 
 Assim como em toda a Chapada Diamantina, o município de 
Palmeiras tem suas formas de relevo condicionadas pela 
litologia e estrutura combinada, remanescentes dos eventos 
tectônicos e os ciclos de denudação que agiram sobre a região 
oriental do Brasil entre o Cretáceo Inferior e o Terciário 
médio. Especificamente neste município e arredores é 
perceptível e definível a atuação destes ciclos, conforme 
veremos adiante. Por outro lado, considerando as formações 
geológicas existentes, podemos claramente definir as zonas de 
morfologia definidas por vales/vertentes e aquelas definidas 
pela existência de relevo cárstico com suas formas especiais. 
 
2.5.2.1 OS CICLOS DE DENUDAÇÃO MARCADOS NO MUNICÍPIO 
 Indiscutivelmente a atuação dos ciclos de denudação foram 
fundamentais para a evolução do relevo em toda a América do 
Sul. Na região da Chapada Diamantina a percepção da existência 
desses ciclos é bem expressiva e dentro do município de 
Palmeiras todos os três ciclos, Post-Gondwana (Cretáceo 
superior), Sul-Americano (Terciário) e Velhas (Terciário 
Superior), estão visivelmente marcados conforme descreveremos 
a seguir. 
 
34 
 
2.5.2.1.1 SUPERFÍCIE POST-GONDWANA 
 Esta superfície está bem representada no município de 
Palmeiras formando as partes mais elevadas das serras com até 
1.700 m e compondo principalmente a dobra anticlinal da serra 
do Sincorá, parcialmente flanqueda a oeste para uma sinclinal, 
formada por arenitos e conglomerados da Formação Morro do 
Chapéu. As ondulações do eixo do anticlinal estão 
representadas por janelas erosivas que fazem aflorar 
metassedimentos da Formação Guiné (topo do Grupo Paraguaçu) 
visíveis no vale do Pati e no morro do Pai Inácio ao longo da 
BR-242 (vide figura 19). Os altos do Morro do Pai Inácio, 
Morrão, serra do Sobradinho, Serra do Mucugezinho, Serra da 
Larguinha, serra do Candombá, serra do Rio Preto, serra da 
Passaginha formam a linha de denudação daquela superfície. 
 
➢ Do alto do Pai Inácio pode ser observado a linha dos 
picos mais elevados da Chapada Diamantina e em especial a 
serra do Sincorá, que representam o ciclo de denudação 
Post-Gondwana. 
 
 
 
Figura 19 – Aspecto da linha de denudação Post-Gondwana nitidamente 
perceptível do Morro do Pai Inácio. 
 
 
Linha de superfície Post-Gondwana 
35 
 
2.5.2.1.2 SUPERFÍCIE SUL-AMERICANA 
 Esta superfície de denudação, segundo King (1956), foi o 
elemento fundamental para a formação do cenário da região 
oriental do Brasil. Esta região foi aplainada entre o final do 
Cretáceo e o início do Mioceno, atualmente formando chapadas 
que se elevam sobre sistemas de vales e planícies onduladas. 
Na área de interesse ao nossoestudo ela está representada por 
áreas planas com coberturas arenosas que sustentam uma 
vegetação do tipo cerrado denominadas localmente como 
“gerais”. Os principais representantes no município são os 
“gerais” que compões as partes baixas entre as serras do morro 
do Pai Inácio (vide figura 20), Serra da Bacia, Serra do 
Brejo, serra do Mucugezinho, serra do Morrão e serra do 
Sobradinho, cujas altitudes oscilam entre 800 e 1000 m. 
 
➢ De pé nos gerais de Mucugê e nas partes mais elevadas da 
estrada vicinal para quem vai de Palmeiras para a 
localidade de Guiné e nos baixos planos de vegetação de 
savana (gerais), podemos dizer que estamos assentados 
sobre a superfície de denudação Sul-Americana. 
 
 
Figura 20 – Aspecto da linha de denudação da superfície Sul-Americana nas 
proximidades do Morrão (linha na cor vermelha) assim como a linha da 
superfície Post-Gondwana (linha na cor preta). 
 
36 
 
2.5.2.1.3 SUPERFÍCIE VELHAS 
 Segundo King (1956) esta superfície de denudação de idade 
Terciária superior, não chega a definir a fase de aplainamento 
generalizada. Na nossa área de estudo está definida unicamente 
pelo domínio das “Bacias Carbonáticas” apresentando um relevo 
plano a suave ondulado e altitude entre 600 e 700 m (vide 
figura 21). Como consequência da maior precipitação 
atmosférica, concentrada em períodos curtos, a circulação da 
água subterrânea nessas bacias é comum nelas, gerando o 
desenvolvimento de um relevo cárstico formando inúmeras grutas 
e dolinas e outras formas típicas daquele relevo. As áreas 
planas mais elevadas da Fazenda Rio Preto, certamente foram 
definidas por esta superfície de denudação. 
 
➢ Do alto da serra descendo na BR-224 em direção à ponte 
sobre o Rio Preto, olhando à direita pode ser observado o 
planalto correspondente à sinclinal de Irecê podendo ser 
inferido a linha de denudação do Ciclo Velhas que 
acompanha todo o planalto calcário da região. 
 
 
 
Figura 21 – Aspecto da linha da superfície de pediplanização Sul-Americana 
(linha vermelha da foto) formando nítida separação da região kárstica com 
vegetação de Estepe (Caatinga). 
 
37 
 
2.5.2.2 OS RELEVOS DE VALES 
 Os relevos de vales existentes na região estão diretamente 
associados às estruturas geológicas principalmente dobramentos 
de caráter regional, falhamentos e fraturas. Com isso a 
evolução do relevo passa a ter características associadas 
basicamente ao desenvolvimento de vales através dos princípios 
básicos da geomorfologia, conforme veremos. 
 
 Basicamente os relevos de vales locais apresentam controle 
estrutural, cujas formas são associadas a dobramentos. Um 
forte exemplo dessa situação pode ser observado o 
desenvolvimento dos vales situados entre as serras da Bacia e 
Morrão e as serras do Mucugezinho, Lapão e Sobradinho, 
condicionados nitidamente ao anticlinal do Pai Inácio (vide 
figura 22). 
 
 
 
Figura 22 – Aspecto do vale do rio Mucugezinho totalmente encaixado 
seguindo o eixo do anticlinal do Pai Inácio, onde o lado esquerdo da foto 
representa as serras do Lajedinho, Lapão e Mucugezinho, vendo-se ao fundo o 
Morrão e à esquerda a serra da Bacia. 
 
 Nesta área as nascentes e córregos nascem ao pé ou em 
semi-encosta das serras, totalmente encaixados em fraturas 
variadas (extensional, alívio ou cisalhante) associadas aos 
38 
 
processos tectônicos responsáveis pelo dobramento formando 
vales retos e em V que gradativamente vão evoluindo para vale 
em U. Em especial na figura 23 apresentada a seguir, pode ser 
observado nitidamente que aquele afluente está inicialmente 
encaixado em vales apertados que vão abrindo em vales em V de 
montante para jusante. Na figura 24 com a junção de outros 
afluentes percebe-se nitidamente o alargamento do vale com 
tendências de formação de vale em U. Os relevos acolá 
localizados são tipicamente esculpidos em rochas quartzíticas 
dobradas, exumadas pela denudação (Ciclo Sul-Americano), 
gerando cristas alinhadas e paralelizadas nas serras 
adjacentes aos vales, formando um típico relevo Apalachiano. 
Nesse conjunto como as cristas aflorantes formam ângulos 
superiores a 30º formam os denominados “hogbacks”. 
 
 
Figura 23 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observado na cor vermelha uma seta indicativa do fluxo de escoamento de 
montante para jusante de afluentes do rio Mucugezinho, evidenciando 
nitidamente o alargamento gradual daquele vale com o seu início totalmente 
encaixado em vales extremamente apertados alargando-se para Jusante 
 
 A seguir será apresentado o vale do rio Mucugezinho (vide 
figura 24), mostrando linhas brancas que representam os locais 
onde foram realizadas seções com o intuito de mostrar o 
processo evolutivo dos vales acolá existentes, seguido de 
imagens de cada uma das seções (figuras 25, 26, 27, 28 e 29), 
sequenciada de montante para jusante. 
39 
 
 
 
Figura 24 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, podem ser 
observadas seções transversais aos vales em linhas brancas, onde cada uma 
delas é identificada em vermelho (P01, P02, ... etc.). 
 
 
 
Figura 25 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observada a seção transversal do vale em P01 da figura 24. 
P01 
P02 
P03 
P04 
P05 
40 
 
 
 
 
Figura 26 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observada a seção transversal do vale em P02 da figura 24. 
 
 
 
 
Figura 27 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observada a seção transversal do vale em P03 da figura 24. Nesta figura 
pode ser observada a maior abertura do vale (já bem mais evoluído). 
 
41 
 
 
Figura 28 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observada a seção transversal do vale em P04 da figura 24. Aqui o vale está 
bem mais alargado e as encostas menos íngremes com forma de vale em U já 
melhor definida. 
 
 Situação similar, com o mesmo tipo de relevo e evolução de 
vales sob controle de dobramentos, pode ser observado no vale 
do Capão e Caeté-Açu (vide figura 29) na bacia do rio Preto. 
 
 
Figura 29 – Na imagem acima, obtida através do Google Earth-Pro, pode ser 
observada a seção transversal do vale na região de Caeté-Açu, também 
conhecida como Capão. 
42 
 
Tanto na bacia do rio Mucugezinho como no vale do Capão, 
estamos numa situação de continuidade dos mesmos substratos 
rochosos dobrados. Estruturalmente verifica-se uma modificação 
da vergência e modificação do eixo do dobramento regional. 
 
2.5.2.3 OS RELEVOS CÁSTICOS 
 Os relevos kársticos existentes ocorrem nas áreas sob 
domínio das rochas calcárias e pertencentes as zonas de 
denudação do ciclo Velhas. 
 
 Podem ser observadas na região além de grutas, vales 
encaixados em rochas calcárias, lagos formados por abatimento 
do teto de grutas, hoje totalmente erodidas, formando escarpas 
de falhas ou escarpas compósitas, presente na região da 
pecuária – o chamado poço Major Cândido - e a escarpa da 
Fazenda Rio Preto, cujo recuo foi proporcionado por processos 
erosivos do próprio rio Preto. Não podemos deixar de comentar 
a existência de dolinas, lapies (inclusive algumas existentes 
na fazenda Rio Preto). 
 
 O denominado poço Major Cândido pode perfeitamente ser 
definido como um lago a partir de existência de um ponor, onde 
o lençol freático existente atingiu a superfície (dando a sua 
origem). Na situação atual o lago citado está bastante 
assoreado devido, principalmente, à falta de controle de 
erosão dos solos nas áreas desprotegidas face ao 
desenvolvimento das atividades agropecuárias. 
 
 Nestas áreas é bem definido o chamado fluviocárstico com 
várias origens, onde existem caudais de origem autóctone e 
caudais de origem alóctone. No município do nosso estudo, os 
caudais citados estão presentes e alimentam principalmente, 
embora com limitações o trechodo rio Cochó e parte do rio 
Preto antes da junção para formação do rio Santo Antônio. Na 
fazenda Rio Preto, embora subterraneamente e localizada 
através de sondagens no estudo hidrogeológico, há contribuição 
fluviocárstica que alimenta o lençol freático da baixada 
situada entre a mina e o próprio rio Preto. 
 
43 
 
2.6 RECURSOS HÍDRICOS 
2.6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A avaliação dos recursos hídricos no presente trabalho 
teve sua concentração de estudos firmada na avaliação dos rios 
e riachos que compões a bacia do rio Preto que, por questões 
técnicas fora dividida em várias sub-bacias, de modo a 
permitir a sua caracterização hidromorfológica. Com relação à 
bacia do rio Cochó, apenas algumas observações e comentários 
foram tecidos uma vez que este passa a cerca de 2,5 Km a oeste 
e norte da área principal de estudo. 
 
2.6.2 CARACTERIZAÇÃO HIDROMORFOLÓGICA DA BACIA DO RIO PRETO E 
SUAS SUB-BACIAS 
Pesquisas acerca de medidas em bacia hidrológicas vem 
sendo elaboradas há quase um século. Historicamente os 
primeiros parâmetros foram definidos por Zernitz (1932) e 
Horton (1946) apud Christofoletti (1980). Com base nesses 
autores os estudos morfométrico da bacia do rio Preto tem a 
finalidade de avaliar o comportamento hídrico superficial e 
sua influência sobre os lençóis freáticos, em especial aqueles 
ocorridos na Fazenda rio Preto onde está instalada a Calcário 
Rio Preto. 
 
Uma vez que a Calcário rio Preto/Fazenda Rio Preto tem 
suas terras funcionando como parte do divisor de águas entre 
as bacias do rio Cochó e o rio Preto, entendemos que a 
contribuição de recargas para os lençóis freáticos e 
artesianos sofrem influência direta dessas duas bacias apesar 
de entendermos que 90% da influência direta, se dá através do 
rio Preto, alvo principal do nosso estudo. 
 
Para uma melhor compreensão é apresentado em anexo um mapa 
dos recursos hídricos do município de Palmeiras, onde pode ser 
identificado a bacia de contribuição de influência direta do 
rio Preto, cuja área possui aproximadamente 32.838,2 há, em 
relação à Calcário rio Preto. Com a ajuda do mapa elaborado, 
efetuou-se a demarcação da bacia do rio Preto bem como a sua 
subdivisão em sub-bacias permitindo assim a elaboração dos 
estudos hidromorfológicos e morfométricos daquela bacia. A 
44 
 
seguir veremos um descritivo dos principais contribuintes com 
suas respectivas sub-bacias e área de influência. 
 
 Com relação ao escoamento global da bacia do rio Preto, 
podemos dizer que a mesma faz parte da bacia do rio Paraguaçu, 
considerada como uma bacia exorréica pelo fato de escoar 
diretamente no mar. Como parte de um todo, podemos dizer que a 
bacia do rio Preto também pode ser classificada como 
exorréica. 
 
 No que se refere ao sentido de escoamento, os rios que 
compõem a bacia do rio Preto podem ser classificados como 
consequentes, subsequentes e resseqüentes. Tais classificações 
devem-se a presença de rios que obedecem a declividade da 
superfície dos terrenos, outros controlados por estruturas 
geológicas acompanhando sempre as zonas de fraqueza e por fim 
aqueles que fluem na mesma direção dos rios consequentes 
embora nasçam em níveis mais baixos, em geral no reverso das 
escarpas. 
 
 Tratando-se do padrão de drenagem podemos afirmar que toda 
a rede de drenagem da bacia se enquadra como paralela a 
subparalela, cujo comportamento deve-se fundamentalmente aos 
aspectos estruturais da área sejam por fraturas, eixos de 
dobras e acamamentos das rochas. 
 
No que se refere à subdivisão da bacia do rio Preto, 
achou-se importante a sua realização, uma vez que controles 
pluviométricos futuros podem ser direcionados para cada uma 
delas, permitindo um melhor e mais preciso comportamento dos 
recursos hídrico de superfície. Tais relações poderão no 
futuro fundamentar a construção de barramentos em locais 
apropriados com o intuito de regularizar o regime fluvial 
daqueles rios, principalmente pela sazonalidade dos fluxos 
atuais onde rios antes perenes tornaram-se intermitentes pela 
redução do regime fluvial no que diz respeito a sua frequência 
e intensidade. Deste modo com a divisão em sub-bacias foi 
permitida a apresentação dos estudos hidrométricos de forma 
individualizada conforme veremos a seguir. 
 
45 
 
No processo de subdivisão da bacia do rio Preto, houve 
momentaneamente uma dúvida quanto à subdivisão da bacia no que 
diz respeito à separação da sub-bacia denominada Alto Rio 
Preto em duas. Todavia aspectos relativos à degradação daquela 
sub-bacia, distribuição da drenagem e posicionamento 
geográfico estratégico fez com que as dúvidas momentâneas 
deixassem de existir e se efetivasse a subdivisão da sub-bacia 
Alto Rio Preto em duas ou seja: Sub-bacia Alto Rio Preto e 
sub-bacia Rio Grande. Para a descrição das Sub-bacias as 
mesmas foram ordenadas pelo seu tamanho, da maior para a menor 
iniciando-se com a Sub-bacia 1 até a Sub-bacia 6, sendo 
finalizada pela sub-bacia 7 (Sub-bacia da Foz). Esta última 
(Sub-bacia 7) rompe com o critério de ordenação pré-
estabelecido e embora maior que a sub-bacia 6, foi ordenada 
como a Sub-bacia 7, por ser ela a caixa de recebimento das 
águas das demais sub-bacias. 
 
SUB-BACIA 1 – Sub-bacia Alto Rio Preto - tem seus 
contribuintes nascendo entre as serras da Garapa e Larguinha, 
Morro Branco, Morro da Moitinha, Serra do Esbarrancado, Serra 
da Passaginha e Serra do Rio Preto. Possui uma área com 
90,5404 Km² ou 9.054,04 ha. 
 
SUB-BACIA 2 - Sub-bacia do rio Lajedinho - formada pelo riacho 
homônimo e mais afluente da sua margem direita. Seus 
contribuintes nascem na Serra Pelada, Serra do Matão, Serra 
Negra (próxima à localidade do Taquari), Morro do Preá 
(vertente norte) e Serra do Piauí. Possui uma bacia de 
contribuição com área de 80,0203 Km² ou 8.002,03 ha. 
 
SUB-BACIA 3 – Sub-bacia da Conceição dos Gatos – assim 
denominada por ter seus contribuintes próximos àquela 
localidade e com uma bacia de contribuição com aproximadamente 
44,2361 Km² ou 4.423,61 ha. 
 
SUB-BACIA 4 - Sub-bacia do Rio Grande - foi assim denominada 
por ter a maioria dos seus contribuintes com origem próximas 
àquela localidade. Possui uma área de contribuição com 42,6063 
Km² ou 4.260,63 ha. 
 
46 
 
SUB-BACIA 5 - Sub-bacia do riacho da Lavrinha - possui seus 
contribuintes nascidos entre a Serra da Passaginha (vertentes 
oeste) e serra do Rio Preto (também vertentes oeste) e o Morro 
do Preá. Possui uma área com 31,5888 Km² ou 3.158,88 ha. 
 
SUB-BACIA 6 - Já a Sub-bacia do riacho Bom Jardim - ocupa toda 
a porção norte da bacia do rio Preto e é a de menor 
abrangência territorial com uma área de contribuição com 
13,9817 Km² ou 1.398,17 ha. 
 
SUB-BACIA 7 – A Sub-bacia da Foz - ocupa toda a extensão 
linear desde a foz do Rio Grande e Lajedinho até a foz do rio 
Preto no seu encontro com os rios Cochó/Santo Antônio, sendo 
assim denominada por ser a caixa de recebimento das demais 
sub-bacias que compõem a “Bacia do Rio Preto”. Possui uma área 
de 36,0030 Km² ou 3.600,30 ha. 
 
 Com base em Strahler (1952), a ordem de hierarquia das 
sub-bacias presentes foi assim definida: 
 
Sub-bacia 1 – 33.230 m de cursos de 1ª ordem, 24.723 m de 
cursos de 2ª ordem, 5.648 m de cursos com 3ª ordem e 7.467 m 
de cursos de 4ª ordem. Comprimento total de cursos 
indiscriminados = 71.158 m. 
 
Sub-bacia 2 – 40.722 m de cursos de 1ª ordem, 16.123 m de 
cursos de 2ª ordem, 4.642 m de cursos de 3ª ordem e 252 m de 
cursos de 4ª ordem. Comprimento total de cursos 
indiscriminados = 61.739 m. 
 
Sub-bacia 3 – 17.549 m de cursos de 1ª ordem, 6.383 m de 
cursos de 2ª ordem e 8.338 m de cursos de 3ª ordem. 
Comprimento total de cursos indiscriminados = 32.270 m. 
 
47 
 
Sub-bacia 4 – 19.626 m de cursos de 1ª ordem, 4.806 m de 
cursos de 2ª ordem e 4.192 m de cursos de 3ª ordem. 
Comprimento total de cursos indiscriminados= 28.624 m. 
 
Sub-bacia 5 – 12.806 m de cursos de 1ª ordem e 11.733 m de 
cursos de 2ª ordem. Comprimento total de cursos 
indiscriminados = 24.539 m. 
 
Sub-bacia 6 – 6.394 m de cursos de 1ª ordem, 1.052 m de cursos 
de 2ª ordem e 4.239 m de cursos de 3ª ordem. Comprimento total 
de cursos indiscriminados = 11.685 m. 
 
Sub-bacia 7 – Com rios com extensão de 14.766,01 m, todo ele 
de 5ª ordem 
Resumindo podemos afirmar que a bacia do rio Preto é de 5ª 
ordem e as sub-bacias ali internadas foram assim definidas: 
2 bacias de 4ª ordem; 3 bacias de 3ª ordem e 1 bacia de 2ª 
ordem. 
 
Se considerarmos a totalidade da bacia do rio Preto com as 
respectivas sub-bacias teremos: 130.329 m de cursos de 1ª 
ordem, 64.822 m de cursos de 2ª ordem, 28.668 m de cursos de 
3ª ordem, 11.643 m de cursos de 4ª ordem e 14.766,01 m de 
cursos de 5ª ordem no total tem-se 250.228,01 m de canais de 
escoamento (rios, riachos e córregos). 
 
 No que se refere as relações de bifurcação definida por 
Horton (1945), este autor definiu uma das leis de composição 
da drenagem assim anunciada: “em uma bacia determinada, a soma 
dos números de canais de cada ordem forma uma série geométrica 
inversa, cujo primeiro termo é a unidade da primeira ordem e a 
razão é a relação de bifurcação”. Matematicamente esta razão é 
definida pela seguinte fórmula: 
 
 Nu 
Rb = 
 Nu+1 
48 
 
 
Rb = Razão de bifurcação 
Nu = número de segmento de determinada ordem 
Nu+1 = número de segmento da ordem imediatamente superior 
 
Sub-bacia 1 – Rb1 = 1,77; Rb2 = 4,33; Rb3 = 0,60 
 
Sub-bacia 2 – Rb1 = 1,36; Rb2 = 5,50; Rb3 = 2 
 
Sub-bacia 3 – Rb1 = 1,14; Rb2 = 7 
 
Sub-bacia 4 – Rb1 = 3,00; Rb2 = 1 
 
Sub-bacia 5 – Rb1 = 1,17 
 
Sub-bacia 6 – Rb1 = 3; Rb2 = 1 
 
Sub-bacia 7 – Rb4 =2 
 
 Norton nos seus estudos determinou uma lei básica da 
composição da drenagem, assim anunciada: “em uma bacia 
determinada, os comprimentos médios dos canais de cada ordem 
ordenam-se segundo uma série geométrica direta, cujo primeiro 
termo é o comprimento médio dos canais de primeira ordem, e a 
razão é a relação entre os comprimentos médios”. Com a lei 
estabelecida este autor elaborou duas fórmulas, sendo que a 
primeira para determinação do comprimento médio dos segmentos 
fluviais (Lm) e uma segunda para determinação a relação entre 
os comprimentos médios (RLm): 
 Lu 
Lm = 
 Nu 
 
49 
 
Lm = Comprimento médio dos segmentos de uma respectiva ordem 
Lu = Soma do comprimento dos canais de cada ordem 
Nu = Número de segmentos encontrados na mesma ordem 
 
 Lmu 
RLm = 
 Lmu-1 
 
RLm = Relação entre os comprimentos médios dos canais 
Lmu = Comprimento médio dos canais de uma respectiva ordem 
Lmu-1 = Comprimento médio dos canais da ordem imediatamente 
inferior 
 
Sendo assim para cada sub-bacia teremos: 
 
Sub-bacia 1 – Lm = 1.444,80; RLm = 0,76 
 
Sub-bacia 2 – Lm = 2.714,81; RLm = 1,85 
 
Sub-bacia 3 – Lm = 2.193,72; RLm = 2,41 
 
Sub-bacia 4 – Lm = 1.635,35; RLm = 1,36 
 
Sub-bacia 5 – Lm = 1.829,43; RLm = 0,936 
 
Sub-bacia 6 – Lm = 1.065,80; RLm = 2,03 
 
Sub-bacia 7 – Lm = 14.766,01; RLm = 1,0 
 
Bacia do rio Preto – Lm = 1.835,36; RLm = 1,22 
50 
 
Com relação a densidade de rios e de drenagem adotou-se os 
estudos de Horton (1945) onde a densidade de rios (Dr) é 
definida pela razão entre o número total de cursos d’água (N) 
e a área da bacia considerada (A). Já a densidade de drenagem 
(Dd) é a razão entre o comprimento total dos canais (Lt) e a 
área da bacia considerada (A). Já o coeficiente de manutenção 
(Cm) segundo Schumm (1956) é a área mínima necessária em Km², 
para manter 1,0 metro de canal de escoamento determinado pela 
razão entre a unidade (1) e a densidade de drenagem (Dd). 
Sendo assim teremos: 
 
 N 
Dr = 
 A 
 
 Lt 
Dd = 
 A 
 
 1 
Cm = x 1.000 
 Dd 
 
 
Considerando as sub-bacias definidas na bacia do Rio Preto 
teremos: 
 
Sub-Bacia 1 – Dr = 0,50; Dd = 805,10 e Cm = 1,24 Km² 
 
Sub-Bacia 2 – Dr = 0,36; Dd = 771,52 e Cm = 1,30 Km² 
 
Sub-Bacia 3 – Dr = 0,36; Dd – 729,51 e Cm = 1,37 Km² 
 
Sub-Bacia 5 – Dr = 0,43; Dd = 812,01 e Cm = 1,23 Km² 
 
Sub-Bacia 6 – Dr = 0,72; Dd = 835,82 e Cm = 1,20 Km² 
51 
 
Sub-bacia 7 – Dr = 0,05; Dd = 410,132 e Cm = 2,438 Km² 
 
Bacia do rio Preto – Dr = 0,40; Dd = 747,80 e Cm = 1,34 Km² 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
 
3 GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 L H S T P – Consultoria Técnica e Projetos Ltda 
3 GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 A empresa Calcário Rio Preto Ltda está situada sobre os 
metassedimentos do Grupo Chapada Diamantina mas detém todo o 
53 
 
processo de explotação sobre os Calcários da Formação Salitre. 
Para o trabalho ora apresentado, regionalmente fez-se uma 
seção ao longo da BR-242, iniciando-se no entroncamento desta 
BR com a estrada para Iraquara e daí, no sentido à Salvador, 
findou-se o perfil na entrada para o povoado de São João (à 
esquerda da BR-242). Este segmento avaliado, foi assim 
limitado por ser considerado que naquele trecho a geologia 
presente conteria as unidades e litótipos de interesse ao 
escopo do trabalho, definindo assim os aspectos geológicos de 
interesse. Deste modo, a seguir veremos alguns aspectos sobre 
a geologia regional, considerados importantes ao estudo. 
 
3.2 TRABALHOS ANTERIORES 
 No que se refere aos trabalhos anteriores apresentados 
neste trabalho, limitou-se a citar aqueles mais importantes e 
que de fato contribuem de forma direta na área alvo desse 
estudo, não podendo deixar de lado aqueles estudiosos que 
foram os precursores nos estudos da ciência geológica na 
Chapada Diamantina. 
 
 
 Os primeiros estudos sobre a Chapada Diamantina, segundo 
Hartt (1941) foram realizados por Maximilian Von Neuwied, em 
1817. Derby (1905) em sua publicação pelo Instituto Geográfico 
e Histórico da Bahia apresenta os primeiros descritos 
superficiais sobre a geologia da Chapada Diamantina. Derby 
(1906) publicou os resultados do seu estudo sobre o sistema 
orográfico do Espinhaço. 
 
 
 Branner (1910b) realizando uma seção entre Jacobina e 
Caatinga do Moura, descreveu uma sequência de arenitos e 
folhelhos que denominou de Tombador e Caboclo respectivamente. 
Quanto aos arenitos e conglomerados diamantíferos superpostos 
ao Caboclo, ele associou à Série Lavras de DERBY (1905). Ainda 
neste trabalho o autor apresentou estudos referentes aos 
quartzitos, filitos e itabiritos da serra da Jacobina, 
chamando-os de Série Jacobina. 
 
 
 Branner (1919) em estudos na Chapada Diamantina denominou 
os calcários sobrepostos à sequência clástica da Chapada 
Diamantina de Calcários Salitre. 
54 
 
 
 
 Kegel (1959) executou algumas sequências na zona central 
da Bahia mantendo à sequência da Chapada Diamantina as 
denominações de DERBY (1906), a Série Lavras em Superior, 
Médio e Inferior, ao mesmo tempo em que colocou o Tombador 
sobre os calcários que recobrem os metassedimentos. 
 
 
 Barbosa (1965) mapeando as quadrículas de Remanso e Sento 
Sé, descreveu o embasamento norte da Chapada Diamantina como 
pertencente ao Grupo Caraíbas, sobreposto por rochas 
metamórficas dos grupos Colomi e Jacobina e, finalmente, 
identificou na borda norte da Chapada o Arenito Tombador, e o 
Folhelho Caboclo, definindo ainda a Formação (ou Membro) São 
Pedro. 
 
 
Brito Neves (1967) mapeando as folhas de Upamirim e Morro 
do Chapéu, trouxe novos conhecimentos à parte setentrional da 
Chapada Diamantina, cuja sequência mapeada foi reunida com o 
nome de Grupo Chapada Diamantina. 
 
 
Montes (1977), interpretou a Formação Salitre como sendo 
de origem glacial, embora os seus sedimentos tenham sido 
depositados em diversos ambientes, como marinho ou deltaico. 
 
Inda & Barbosa (1978) dividiram o SupergrupoSão Francisco 
nos grupos Bambuí e Una. 
 
Misi (1979) estudando o Grupo Bambuí caracterizou bem a 
sequência carbonático-pelítica da região centro-norte do 
Estado da Bahia, dividindo-o em seis unidades (A2, A1, A, B1, B 
e C). 
 
 Pedreira & Torquato (1983) em estudos na Serra da 
Babilônia e Rio Jacaré caracterizam a Formação Morro do Chapéu 
como a unidade superior do Grupo Chapada Diamantina dividindo-
a em duas fácies distintas a Fácies Serra da Babilônia e a 
Fácies Guariba de SCHOBBENHAUS e KAUL (1971) sobreposta à 
anterior. Com relação ao Supergrupo São Francisco, este está 
55 
 
presente na área através da Formação Bebedouro e o Grupo 
Bambuí. A Formação Bebedouro foi dividida em dois membros: um 
inferior formado por uma sequência conglomerática com 
variações laterais para metassiltitos e metagrauvaca 
(tilitos); e um superior composto por quartzitos arcoseanos. 
Já o Grupo Bambuí naquela região foi confirmado a presença das 
unidades A1, B, B1 e C definidas por MISI (1979) como 
pertencentes à Formação Salitre. Ainda neste trabalho os 
autores dividiram a unidade A1 em duas fácies e a unidade B em 
10 fácies. 
 
 Pedreira (1988) reconheceu, para a região da Chapada 
Diamantina, três sequências deposicionais cujos limites 
coincidem com os do Grupo Rio dos Remédios, Paraguaçu e 
Chapada Diamantina. O Grupo Rio dos Remédios neste trabalho é 
caracterizado como uma sequência de efusivas ácidas basais. Já 
o Grupo Paraguaçu é constituído por quartzitos feldspáticos, 
siltitos, folhelhos e camadas descontínuas de conglomerados. 
Já o Grupo Chapada Diamantina compreende as sequências 
deposicionais Tombador-Caboclo e Morro do Chapéu. 
 
Macedo e Bonhomme (1984), determinaram como possível idade 
de deposição da Formação Bebedouro, do Grupo Uma, 900 Ma. 
 Otero et al. (1989) indicam que o início da deposição do 
Grupo Chapada Diamantina é caracterizado pelo aparecimento de 
importante sistema fluvial com paleocorrentes para oeste, 
opostas à direção de paleocorrentes nos sedimentos fluviais do 
Grupo Paraguaçu (direção sudeste). Ainda neste trabalho estes 
autores caracterizam a porção basal da Formação Tombador como 
arenitos finos a muito grossos, arcoseanos com estratos 
cruzados acanalados repousando sobre arenitos finos e pelitos 
interestratificados. Já a Formação Tombador na região de 
Lençóis, Palmeiras e Mucugê, apresenta níveis conglomeráticos 
diamantíferos. 
 
 
 Rocha et al (1990) citam a inclusão de importantes 
carbonatos na base e no topo da Formação Caboclo sob a forma 
de bioermas de estromatólitos e depósitos de linha de costa 
lado a lado com sedimentos siliciclásticos. 
 
 
56 
 
 Schobbenhaus (1993), afirma em seu trabalho que as 
formações: Tombador e Caboclo; representam sedimentos 
plataformais mesoproterozóico, enquanto que a Formação Morro 
do Chapéu equipara-se aos depósitos neoproterozóicos do Grupo 
Santo Onofre. 
 
 
 Silva (2006) estudando os recursos hídricos subterrâneos 
da bacia do rio Salitre na Bahia, zoneia aquela região em: 
aquífero fissural; aquífero fissural-metassedimentar; e 
aquífero cárstico. Com os elementos determinados apresenta 
neste mesmo trabalho um modelo hidrogeológico para aquela 
bacia. 
 
 Gonçalves (2014) em seu trabalho, traça diretrizes para a 
gestão das águas da bacia do rio Paraguaçu a partir de novos 
métodos de utilização dos dados hidrológicos. 
 
3.3 ESTRATIGRAFIA REGIONAL 
 A estratigrafia da região está representada por sedimentos 
do Super Grupo Espinhaço, em especial aqueles do Grupo Chapada 
Diamantina e os sedimentos do Super Grupo São Francisco nas 
Formações Bebedouro e Salitre, conforme veremos a seguir. 
3.3.1 QUATERNÁRIO-HOLOCENO 
 O Quaternário está representado pelos diversos sedimentos 
representados pelos depósitos aluviais. 
 
3.3.1.1 QUATERNÁRIO - QHa 
 Esta unidade está representada por sedimentos 
dominantemente arenosos, podendo ser observado nos leitos dos 
rios regionais além dos terraços aluvionares. Nos leitos são 
observados materiais predominantemente arenosos variando de 
grosseiros a médios além de depósitos localizados de grânulos 
e cascalhos, uma vez que se trata de rios juvenis com alta 
energia de transporte. As areias apresentam-se com coloração 
variadas desde o creme passando a rósea graças a processos de 
oxidação de ferro, normalmente representados pelos minerais 
limonita [FeOH)3nH2O] e goethita [FeO(OH)]. Texturalmente 
variam de areias muito grossa a média, raramente fina. Quando 
presente depósitos de grânulos e cascalhos, estão presentes 
57 
 
seixos de composição quartzítica/arenítica, calcários, etc., 
provenientes de rochas locais. 
 
3.3.2 TÉRCIO-QUATERNÁRIO 
 Os sedimentos Tércio-Quaternários são constituídos por 
coberturas terrígenas de caráter eluvial ou coluvial, sendo 
que os primeiros são originados in situ enquanto que os 
coluviais são originados de transporte de materiais diversos. 
Estes sedimentos têm como uma das principais características a 
presença de ferretes ou depósitos concrecionários. 
 
 
3.3.2.1 COBERTURAS TERRÍGENAS – TQd 
3.3.2.1.1 COBERTURAS TERRÍGENAS ELUVIAIS – TQd1 
Estas coberturas estão presentes na área podendo ser 
encontrados depósitos de caráter eluvial representado por 
solos com textura argilo-arenosa ou franco-argilosa, com 
espessura variando de 1,5 a 3,0 metros. Apresentam coloração 
avermelhada (figura 30) a amarelada (figuras 31 e 32). 
 
 
 
Figura 30 – Nesta foto podemos observar coberturas eluviais constituindo os 
solos do tipo Latossolo vermelho-amarelo. 
 
Latossolo vermelho 
58 
 
 
 
 
 
Figura 31 – Aspecto de cobertura franco-argilosa formando solos do tipo 
Latossolo amarelo. Casualmente podem ser observados murundus com até 3,0 
metros de altura (paleotermites). 
 
 
 
 
 
Latossolo Amarelo 
e paleotermites 
59 
 
Figura 32 – Aspecto de cobertura franco-argilosa formando solos do tipo 
Latossolo amarelo sobre Formação Bebedouro. 
 
3.3.2.1.2 COBERTURAS TERRÍGENAS COLUVIAIS – TQd2 
 Estes sedimentos ocorrem de forma localizada e estão 
representados por sedimentos de coloração avermelhada a 
alaranjada e apresentam textura arenosa a conglomerática 
(figuras 33 e 34). Da base para o topo são observados 
conglomerados concrecionários lateríticos com seixos 
normalmente quartzosos ou areníticos com diâmetros variando de 
0,5 cm a 5,0 cm, gradando em direção ao topo para arenitos 
grosseiros. Quanto ao grau de compactação variam de médio a 
baixo. Sua espessura varia de 2,5 a 5,0 m e são 
economicamente importantes por serem utilizados nas obras de 
terraplanagens por apresentarem características técnicas, em 
especial, um índice califórnia propício àquela utilização face 
à capacidade de compactação permitida além de baixíssima 
permeabilidade após compactado que garante a sua utilização na 
construção de barramentos. 
 
 
 
 
Figura 33 – Aspecto de materiais terrígenos formando depósitos de 
ferrocretes e concrecionários lateríticos. Em seção local chegam a ter uma 
espessura de 6,0 m. 
 
60 
 
 
 
 
Figura 34 – Aspecto dos depósitos do tipo concrecionários lateríticos 
podendo ser observada a trama dos seixos arredondados a subarredondados 
envoltos em matriz argilo-arenosa. O diâmetro dos seixos varia de 0,5 cm a 
6,0 cm. 
 
3.3.3 PROTEROZÓICO PS 
3.3.3.1 PROTEROZÓICO SUPERIOR 
3.3.3.1.1 SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO 
3.3.3.1.1.1 GRUPO BAMBUÍ 
 Esta unidade está representada pelo Grupo Bambuí que, 
neste trabalho, foi subdividido em Formação Salitre e Formação 
Bebedouro, conforme veremos adiante. 
 
 
3.3.3.1.1.1.1 FORMAÇÃO SALITRE – UNIDADE JUSSARA – PSsj 
 
 Esta formação compreende calcarenitos finos a grossos, 
calcissiltitos e calcilutitos de coloração cinza-escuro a 
preta, que apresentam odor característicos de enxofre em 
fratura fresca. A coloração escura provavelmente reflete o 
elevado teor de matéria

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