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Tipos de morte no Direito Civil

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1. MORTE
A morte põe fim à pessoa natural. 
São consequências da morte:
• herança; 
• fim do casamento ou união estável;
 • fim do poder familiar sobre os filhos;
 • extinção de contratos que sejam personalíssimos (que trazem uma obrigação infungível).
Espécies de morte no Direito Civil:
• Morte real (art. 6º): morte em que há efetivamente um corpo morto. É atestada por um médico que emite o atestado de óbito, documento que deve ser levado ao cartório para que a certidão de óbito possa ser emitida.
1. Nenhum sepultamento será feito no Brasil sem que haja a certidão de óbito; 
2. Em localidades em que não haja efetivamente um médico, o atestado de óbito pode ser substituído por uma declaração de duas testemunhas que tenham verificado ou presenciado o evento morte (conforme lei de registros públicos); 
Para fins de transplante (lei 9434/97) a morte é caracterizada pela chamada morte encefálica. 
• Morte presumida (arts. 7º e 22 a 39):
é a morte em que não há o corpo morto. Existe, na verdade, uma presunção de morte (sem a efetiva certeza). 
As hipóteses de morte presumida consistem em uma verdadeira ficção em que se trabalha considerando que tenha havido a morte (ainda que não haja a certeza de fato).
A morte presumida pode ocorrer em duas hipóteses:
a- Morte presumida sem declaração de ausência (art.7º) (alta possibilidade de morte): 
O que é o ausente?
Ausente é aquela pessoa que sumiu de seu domicílio sem deixar notícias. 
Para que o ausente seja caracterizado enquanto tal, se faz necessária a demonstração de não presença e não notícia, devendo a pessoa estar efetivamente desaparecida e sem que se saiba a razão ou os motivos de seu desaparecimento. 
Assim, não se pode considerar desde o começo que a pessoa está morta, uma vez que não se sabe se ela, por exemplo, se cansou da vida que levava e resolveu se mudar sem deixar vínculos aonde residia (ausência de notícias).
Dispõe o art. 7º :
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
 I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
EX: Situações de catástrofes, sequestros..
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
EX: Quando um soldado ou prisioneiro de guerra não retorna em 02 anos.
Nesses casos será possível declarar a morte presumida, ingressando com processo judicial, após o término das buscas, onde o juiz declarará a morte por sentença (declaratória), devendo o juiz fixar a data e horário provável da morte do ausente.
 b. Morte presumida com declaração de ausência (art.22 ao 39): conforme visto, a ausência corresponde a um fenômeno em que não se tem notícias da pessoa e não há também a sua presença. 
Considerando essas condições, deve haver um procedimento judicial trifásico, de jurisdição voluntária e que segue a regragem do art. 744 e 745, do CPC, além do 22 ao 39, do CC, incorrendo:
· 1- Desaparecimento (art. 22 a 25): o desaparecimento da pessoa de seu domicílio promove a iniciação do procedimento. (sem necessidade de prazo para a iniciação)
Se ocorrer efetivamente o desaparecimento, existirão duas possibilidades:
· Sem representante (art. 22 , CC): petição inicial requerendo a declaração da ausência e a designação de um curador que deve se adequar as condições do art. 25 e que tomará conta somente dos bens do desaparecido. 
Na falta de um cônjuge ou companheiro, a curadoria será incumbida aos pais ou descendentes.
 Caso ainda pendure a falta dos indivíduos mencionados, caberá ao juiz determinar o curador.
· Com representante (art. 23, CC)
· 2. Sucessão provisória (arts. 26 a 36): o tratamento aos bens do ausente tem segmento no art. 26 e subsequentes, que tratam da sucessão provisória:
OBS:A partir do momento em que o juiz designa um curador, caso haja representante, o prazo para a declaração de ausência será de 03 anos, por outro lado, caso não exista a figura de um representante, o prazo será de apenas 01 ano.
O art. 26 configura a chamada sucessão provisória com declaração de ausência.
 Neste caso, ainda não há a plena certeza de que houve a morte de fato, trata-se de um conceito que ainda se encontra em seus estágios iniciais. 
Assim, caberá aos interessados (cônjuge, companheiro, herdeiros e credores) a abertura da sucessão provisória. 
A partilha será promovida e os bens serão entregues aos herdeiros, que terão a posse provisória, não é possível realizar eventuais liquidações e garantir a conservação das posses. 
Os herdeiros necessários (ascendentes, descendentes, cônjuge ou companheiros) entrarão na posse dos bens independentemente de promoverem garantias. 
Por outro lado, os chamados herdeiros legítimos devem emitir caução ou garantia de restituição dos bens para que possam receber a posse provisória.
Ao transmitir a posse provisória, o juiz está promovendo uma sentença a qual transitará em julgado no prazo de 15 dias, será possível posteriormente a abertura dos testamentos (caso existam). 
A sentença somente produzirá efeitos em 180 dias corridos (similar a um trânsito em julgado diferido).
· 3- Sucessão definitiva (arts. 37 a 39): terceiro momento, atrelado a um aumento na chance de morte.
 Será contado a partir dos 180 dias corridos (prazo da sentença) o prazo de 10 anos da sucessão definitiva, que estará atribuída a declaração de morte (com o surgimento do estado de viuvez). 
A posse, antes provisória, torna-se a propriedade resolúvel, que pode desfazer-se ou resolver-se caso o indivíduo reapareça. 
A propriedade somente se torna definitiva depois de 10 anos da propriedade resolúvel. 
Se os bens se deteriorarem ou se a pessoa que estiver em posse dos bens morrer, as garantias serão mantidas. 
Caso mediante fiscalização do Judiciário fique comprovado que a deterioração dos bens foi promovida pelo responsável, ele deverá responder pelo valor respectivo.
OBS: Quanto aos prazos dispostos, há uma exceção que deve ser considerada: se a pessoa que desapareceu tinha 80 anos de idade ou mais e caso não haja notícias em um período de 5 anos de seu desaparecimento, a lei permite que os bens sejam alocados diretamente sob sucessão definitiva.
 Para que se tenha a determinação de morte presumida, se faz necessária decisão judicial que a declare (sem a qual não existe qualquer possibilidade de emissão da certidão óbito).
EX: Caso a pessoa seja sequestrada e não volte. 
Em caso de naufrágio, se a pessoa não for encontrada.
• Morte por comoriência (simultânea) (art. 8º):
Acontece no mesmo momento (condição de tempo), mas não necessariamente no mesmo local.
EX: em uma queda de avião, não tem como saber quem morreu primeiro. Considera-se a morte simultânea de todos.
 A comoriência é relevante para fins de sucessão, considerando que os comorientes não são considerados herdeiros entre si, assim, para que o indivíduo possa ser considerado um herdeiro, ele precisa estar vivo na data da morte do autor da herança ou pelo menos concebido.
Morte civil:
 Trata-se de uma ficção em considerar alguém como morto, ocorrência que se aplica somente em uma determinada situação específica, sendo fundamento para a indignidade no direito sucessório (arts. 1.814 a 1.818, CC) e na deserdação (arts. 1.961 a 1.965). 
Caso o herdeiro venha a ser declarado indigno, ele será considerado como morto para fins de herança, aplicando-se o mesmo para um indivíduo deserdado (para fins de partilha). 
A morte civil existe em alguns ordenamentos jurídicos e corresponde a uma pena de banimento em que a pessoa é tratada como morta para todos os fins de relação, todavia, no Brasil, é aplicada enquanto uma punição efetiva, sendo possível afirmar apenas que a indignidade e a deserdação no direito sucessório acabam correspondendo a um resquício (lembrança) dessa modalidade.

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