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Aula Prática – Unidade 4 – Plasmólise e Desplasmólise INTRODUÇÃO De longe, a substância mais abundante que se difunde através da membrana celular é a água. A água se difunde usualmente nas duas direções, através da membrana das células, nas hemácias por exemplo, a cada segundo, em volume correspondente a cerca de 100 vezes 0 volume da própria célula. Todavia, nas condições normais, a quantidade que se difunde nas duas direções é tão precisamente balanceada que o movimento efetivo da água é zero. Consequentemente, o volume da célula permanece constante. Entretanto, sob certas circunstâncias, pode-se desenvolver diferença da concentração da água através da membrana, do mesmo modo como as diferenças de concentração podem ocorrer para outras substâncias. Quando isso ocorre, passa a existir movimento efetivo de água através da membrana celular, fazendo com que a célula inche ou encolha, dependendo da direção do movimento da água. Esse processo efetivo de movimento da água causado por sua diferença de concentração é denominado osmose. A osmose é a passagem de solvente através de uma membrana semipermeável para uma solução mais concentrada . Esse fenômeno é espontâneo e o volume da solução que recebe o solvente vai crescendo até que sua altura exerça uma pressão sobre a membrana, impedindo o fluxo do solvente. OBJETIVOS: - Compreender o processo de osmose em células vegetais em relação à diferença da pressão exercida pelo solvente. - Correlacionar a osmose em células vegetais (Elodea densa) e hemácias (células vermelhas do sangue). MATERIAIS: • Lâmina de vidro; • Lamínula de vidro; • Pinça metálica de ponta fina; • 1 ramo de Elodea densa; • Papel absorvente, papel toalha ou papel filtro; • Pipetas Pasteur; • Frasco com água destilada ou de torneira; • Solução de cloreto de sódio a 5% (5 g de sal de cozinha dissolvido em 100mL de água); • Microscópio. MÉTODO 1: -Plasmólise 1) Pingue uma gota de água destilada sobre a lâmina de vidro; 2) Retire, com o auxílio de uma pinça, uma folha jovem de Elodea e coloque-a sobre a gota de água na lâmina; 3) Cubra a folha com a lamínula; 4) Observe as células ao microscópio (aumentos de 100x a 400x são os mais indicados); 5) Encoste a ponta da pipeta Pasteur (ou conta-gotas), contendo a solução de cloreto de sódio a 5%, na borda da lamínula sem tirar a lâmina do microscópio. A água entrará por capilaridade. 6) Goteje lentamente a solução salina para que penetre entre a lamínula e a lâmina. Ao mesmo tempo em que se adiciona a solução salina, posicione o papel filtro encostado na borda oposta da lamínula para absorver o excesso de líquido que sai; 7) Observe a plasmólise em células de Elodea; 8) Anote o resultado. METODO 2: -Deplasmólise 1) Com o mesmo material anterior, posicione o papel filtro encostado na borda da lamínula para absorver o máximo possível a solução salina; 2) Encoste a ponta da pipeta Pasteur (ou conta-gotas), contendo água, na borda da lamínula sem tirar a lâmina do microscópio; 3) Goteje lentamente a água para que penetre entre a lamínula e a lâmina. Deixe o papel filtro na borda da lamínula e faça com que bastante água atravesse o espaço entre a lamínula e a lâmina de vidro, até remover bem a solução salina em torno da folha; 4) Observe a deplasmólise em células de Elodea. 5) Anote o resultado. RESULTADOS Após a aplicação da solução salina (solução com cloreto de sódio a 5%) entre as lamínulas de Elodea, nota-se ao observar pelo microscópio mudanças morfológicas nas células, cujo se encontram com membrana celular rígida e afastada da parede celular, com menor área de citoplasma e com cloroplasto centralizados diferente de como se encontrava anteriormente com cloroplastos móveis e membrana plasmática aderida a parede celular. Após o encostar o papel filtro na borda da lamina e aos poucos absorver a solução salina e sequencialmente hidratar a lamina adicionando agua, da mesma forma com que fizera no Método 1, nota-se que ao averiguar as células de Elodea, estão de volta a sua forma normal: com membrana plasmática em contato com a parede celular, citoplasma preenchido e com os cloroplasto visíveis e móveis no interior celular. DISCUSSÃO: Se duas soluções se mantêm separadas por uma membrana seletivamente permeável ao solvente, ocorre passagem de água da solução mais diluída para a mais concentrada, por osmose. Se uma célula animal, hemácia por exemplo, está em um meio hipotônico (água destilada) ela tende a absorver água, pois seu interior está mais hipertônico em relação ao meio exterior, por conseguinte, com o tempo ela incha até explodir causando a hemólise. No meio hipertônico (solução de cloreto de sódio 2%) as hemácia apresentam-se enrugadas, pois a água de dentro da célula sai para o exterior numa tentativa de equilibrar os meios, sofrendo com o tempo plasmólise. Já em um meio isotônico (cloreto de sódio 0,9%) não ocorre modificações morfológicas das hemácias, pois existe um equilíbrio entre o meio interno e extracelular, portanto não há movimento de água relevante de dentro ou pra fora da célula. No entanto, o comportamento das células vegetais nos meios isotônico, hipertônico e hipotônico são diferentes, pois elas possuem uma membrana colocada externamente à Membrana Plasmática, a Parede Celular constituída por celulose. Embora totalmente permeável, a parede celular é pouco distensível, impedindo que a célula arrebente, quando recebe água por osmose. Assim, a entrada de água em uma célula vegetal não depende apenas da diferença de pressão osmótica entre os meios intra e extracelular, depende, também, da pressão contrária exercida pela parede celular. Essa pressão é conhecida como Pressão de Turgescência. O experimento mostra o comportamento da célula vegetal imersa em dois meios diferentes: o hipertônico (método 1) e hipotônico (método 2) em relação ao interior da célula. No primeiro método, ao adicionar a solução salina em contato com a célula, ela buscou um equilíbrio e para isso houve a passagem de solvente do interior da célula para o meio exterior da célula. Esta passagem de solvente acarreta mudanças morfológicas celulares como foi observado nos resultados. O não contato parcial da membrana plasmática com a parede celular acarreta a anulação da pressão de turgescência, restando apenas a pressão osmótica no processo. Esse estágio é chamado de plasmólise. Quando a célula está em um meio hipotônico, como ocorreu no método 2, a pressão osmótica é diferente de zero, e à medida que a célula absorve água, seu volume aumenta e a Membrana Plasmática começa a distender a parede celular, que passa a oferecer resistência à entrada de água. A água continua entrando na célula até que a parede celular atinja a distensão máxima impedindo que o volume aumente mais. Nessa situação, a pressão osmótica se iguala à pressão de tangência e a célula entra em equilíbrio osmótico com o meio, tornando-o túrgida. No método 2 ela sofreu deplasmólise, cujo é fenômeno inverso da plasmólise, isto é, quando a célula plasmolisada (desidratada, murcha) é colocada em um meio hipotônico, ela retorna ao seu volume original com a passagem de solvente para o interior da célula. Os pontos comum dos dois processos é a pressão osmótica atuando em diferentes direções, plasmólise para a saída de solvente e a desplasmólise com a entrada de solvente, tendo a pressão de turgescência influenciando na osmose celular e as flexibilidade da membrana plasmática na contenção do volume celular. Conclui-se que a presença da parede celular nas células vegetais são extremamente relevantes na adaptação celular parente a estímulos osmóticos externos. Onde a osmose não acarreta mudanças extremamente significativas que poderiam levar a mudanças morfológicas progressivas e fatais para célula. Mesmo em situações idênticas o comportamento das células não é, a presença de vacúolo em algumas células vegetais também influenciam na osmorregulação celular. Enquanto, em soluções hipertônicas a células vegetal tende a ficar plasmolisada ou no hipotônico ficar túrgida, a celular animaltende a murchar na solução hipertônica e estourar na hipotônica devido ausência de uma pressão adversaria a osmótica presente nas células vegetais pela parede celular. Portanto, as células vegetais tem mais capacidade de regulação osmótica. REFERENCIAS: MOURÃO JÚNIOR, C.A.; ABRAMOV, D.M. Biofísica Essencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013 GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. MANUAL DA QUIMICA. Disponível em: < https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/pressao-osmotica.htm>. Acesso em: 10 de dezembro de 2020. BIOMANIA. Disponível em: < https://biomania.com.br/artigo/as-relacoes-hidricas-nas-celulas-vegetais>. Acesso em: 10 de dezembro de 2020.
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