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TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO - (Processo do Trabalho)

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Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
TEORIA GERAL DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Direito do Trabalho é um sistema jurídico permeado por institutos, valores, regras e 
princípios dirigidos aos trabalhadores subordinados e assemelhados, aos empregadores e 
tomadores de serviço, para tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações decorrentes 
das relações de trabalho, das medidas que visam à proteção da sociedade trabalhadora, sempre 
norteadas pelos princípios constitucionais, principalmente o da dignidade da pessoa humana. 
Também é recheado de normas destinadas aos sindicatos e associações representativas; 
à atenuação e forma de solução dos conflitos individuais, coletivos e difusos, existentes entre 
capital e trabalho; à estabilização da economia social e à melhoria da condição social dos 
trabalhadores. 
A maior característica do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador, seja por 
meio da regulamentação legal das condições mínimas da relação de emprego, ou de medidas 
sociais adotadas e implantadas pelo governo e pela sociedade. 
 
O ESTADO, A POLÍTICA, O PROCESSO E OS DIREITOS HUMANOS (ESTADO X CAPITAL X 
TRABALHO) 
Um sistema judiciário eficiente e eficaz deve propiciar a toda pessoa um serviço público 
essencial: o acesso à justiça. É preciso reconhecer, nesse passo, que a temática do acesso à 
justiça está intimamente vinculada ao modelo político do Estado como instrumento de 
efetivação dos direitos reconhecidos e positivados pelo próprio Estado. 
Há, pois, estreita relação entre o Estado, a Política, os Direitos Humanos e 
Fundamentais e o Processo. 
Assim, em qualquer setor do conhecimento jurídico, o intérprete se depara com as 
seguintes indagações: quais os valores mais importantes segundo a ideologia política do Estado? 
Como o Estado-Juiz pode contribuir na promoção da liberdade, igualdade e dignidade das 
pessoas? Como proteger o meio ambiente (incluindo o do trabalho), o consumidor e os grupos 
vulneráveis (mulheres, negros, homoafetivos, crianças, idosos, trabalhador escravo, sem- terra 
e indígenas)? A politização da justiça ou a judicialização da política podem contribuir para a 
promoção de um sistema juridicamente justo? A constitucionalização do direito processual 
(incluindo o direito processual do trabalho) pode contribuir para a efetividade do acesso à 
justiça? 
 
O Processo no Estado Liberal 
No Estado Liberal, no qual só se reconhecem os chamados direitos humanos de primeira 
dimensão (direitos civis e políticos) e, ainda assim, numa perspectiva individualista, o processo 
é caracterizado pelo tecnicismo, legalismo, positivismo jurídico acrítico, formalismo e 
“neutralismo” do Poder Judiciário (juiz “boca da lei”). Outra característica do processo no Estado 
Liberal é o conceitualismo, em que todos são tratados em juízo como sujeitos de direito , 
independentemente de suas diferentes condições sociais, econômicas, políticas e morais. A 
jurisdição estatal foi afastada da política e conduzida a um isolamento das questões sociais 
importantes. Foi tomada como reprodutora da racionalidade legislativa, constituindo uma 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
operacionalidade dogmática alienante, incapaz de pensar o conteúdo do direito, tornando-se 
fiel promotora da ordem jurídica e econômica liberal. 
 
O Processo no Estado Social 
O Estado é compelido a adotar políticas públicas destinadas à melhoria das condições 
de vida dos mais pobres, especialmente da classe trabalhadora, como forma de compensar as 
desigualdades originadas pelos novos modos de produção. São características do Estado Social 
o constitucionalismo social (México, 1917, e Alemanha, 1919), a função social da propriedade, 
a participação política dos trabalhadores na elaboração da ordem jurídica e o intervencionismo 
(dirigismo) estatal na economia mediante prestações positivas (status positivus) por meio de leis 
que criam direitos sociais. O Estado Social tem por escopo o estabelecimento da igualdade 
substancial (real) entre as pessoas, por meio de positivação de direitos sociais mínimos (piso 
vital mínimo). O Poder mais fortalecido no Estado Social deixa de ser o Legislativo e passa a ser 
o Executivo, ao qual é reconhecida a competência para editar políticas públicas de intervenção 
na economia. O processo, no Estado Social, sofre algumas transformações importantes, pois o 
seu objeto passa a ser a jurisdição , com vistas a permitir o acesso do economicamente 
vulnerável à justiça (isenção de custas, escritórios de vizinhança etc.). 
No Brasil, a criação da Justiça do Trabalho (1939), a assistência judiciária (Lei n. 
1.060/50) aos pobres e a coletivização do processo trabalhista (dissídio coletivo e ação de 
cumprimento) caracterizam o processo brasileiro no Estado Social. 
A partir dos dois choques do petróleo na década de 1970, o Estado Social (ou Welfare 
State) entra em crise, colocando em xeque a lógica do dirigismo estatal. 
A par disso, com a globalização econômica, o Estado vai perdendo o domínio sobre as 
variáveis que influenciavam sua economia. Nota-se, claramente, a perda da capacidade estatal 
de formular e implementar políticas públicas, comprometendo o seu poder de garantir os 
direitos sociais. 
Surgem o G-7 e o neoliberalismo, cuja ideologia, estabelecida no Consenso de 
Washington, consiste em diminuição do tamanho do Estado, abertura dos mercados internos, 
redução drástica dos gastos públicos na área social, desconstrução dos direitos fundamentais 
sociais por meio de desregulamentação do mercado, flexibilização e terceirização das relações 
de trabalho. 
 
O Processo no Estado Democrático de Direito 
Seus fundamentos assentam-se não apenas na proteção e efetivação dos direitos 
humanos de primeira dimensão (direitos civis e políticos) e segunda dimensão (direitos sociais, 
econômicos e culturais), mas, também, dos direitos de terceira dimensão (direitos ou interesses 
difusos, coletivos e individuais homogêneos). O Estado Democrático de Direito tem por objetivos 
fundamentais a construção de uma sociedade mais livre, justa e solidária, a correção das 
desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem-estar e justiça sociais para todas as 
pessoas, o desenvolvimento socioambiental, a paz e a democracia. O art. 3º da CF clarifica os 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
O principal objetivo do Estado Democrático de Direito não é apenas justificar os direitos 
sociais como direitos humanos e fundamentais, como também garanti-los. Daí a importância do 
Poder Judiciário (e do processo) na promoção da defesa dos direitos fundamentais e da inclusão 
social, especialmente por meio do controle judicial de políticas públicas. 
Se o nosso tempo é marcado por uma sociedade de massa, profundamente desigual e 
contraditória, então as lesões aos direitos humanos, notadamente os de ordem social, alcançam 
dezenas, centenas, milhares ou milhões de cidadãos. São lesões de massa (macrolesões) que 
exigem um novo comportamento dos atores jurídicos em geral e do juiz em particular, voltado 
para tornar efetivos os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
A jurisdição passa, então, a ser a gênese do sistema de acesso individual e coletivo à 
justiça (CF, art. 5º, XXXV), em função do que o Judiciário torna-se o Poder mais importante na 
“era dos direitos”. A principal luta do povo não é mais pela criação de leis, e sim pela 
manutenção dos direitos. Na verdade, a luta é por democracia e direitos. 
O Processo, no Estado Democrático de Direito, passa a ser compreendido a partir dos 
princípios constitucionais de acesso à justiça insculpidos no Título II (“Dos Direitos e Garantias 
Fundamentais”), Capítulo I (“Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”), especialmente os 
princípios da indeclinabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV), do devido processo legal (idem, 
incisos LIVe LV), da ampla defesa (autor e réu) e contraditório e o da duração razoável do 
processo (idem, inciso LXXVIII). Trata-se do fenômeno conhecido como 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO PROCESSO. 
 
A constitucionalização do processo, que tem por escopo a efetividade do acesso, tanto 
individual quanto coletivo, ao Poder Judiciário brasileiro, caracteriza-se: 
- Pela inversão dos papéis da lei e da CF, pois a legislação deve ser compreendida a partir 
dos princípios constitucionais de justiça e dos direitos fundamentais; 
- Pelo novo conceito de princípios jurídicos, uma vez que os princípios jurídicos, 
especialmente os que têm assento constitucional, passam a ser normas de introdução ao 
ordenamento jurídico, superando, assim, a posição de meras fontes subsidiárias; 
- Pelos novos métodos de prestação da tutela jurisdicional, que impõem ao juiz o dever 
de interpretar a lei conforme a Constituição, de controlar a constitucionalidade da lei, 
especialmente atribuindo-lhe novo sentido para evitar a declaração de inconstitucionalidade, e 
de suprir a omissão legal que impede a proteção de um direito fundamental; 
- Pela coletivização do processo por meio de instrumentos judiciais para proteção do 
meio ambiente, patrimônio público e social e outros interesses metaindividuais, como a ação 
civil pública, o mandado de segurança coletivo, a ação popular, o mandado de injunção coletivo; 
- Pela ampliação da legitimação ad causam para promoção das ações coletivas 
reconhecida ao Ministério Público, aos corpos intermediários (associações civis, sindicais etc.) e 
ao próprio Estado (e suas descentralizações administrativas); 
- Pela ampliação dos efeitos da coisa julgada (erga omnes ou ultra pars) e sua 
relativização segundo o resultado da demanda para não prejudicar os direitos individuais; 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
- Pela supremacia das tutelas alusivas à dignidade humana e aos direitos da 
personalidade sobre os direitos de propriedade, o que permite, inclusive, tutelas inibitórias ou 
específicas, além de tutelas ressarcitórias nos casos de danos morais individuais e coletivos; 
- Pela possibilidade de controle judicial de políticas públicas, conforme previsto no art. 
2º do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – PIDESC, ratificado pelo 
Brasil em 1992. 
Em suma, no Estado Democrático de Direito, o processo pode ser definido como o 
“direito constitucional aplicado”, enquanto o acesso à justiça passa a ser, a um só tempo, em 
nosso ordenamento jurídico, direito humano e direito fundamental. 
É direito humano, porque é previsto em tratados internacionais de direitos humanos e 
tem por objeto a dignidade, a liberdade, a igualdade e a solidariedade entre todos os seres 
humanos, independentemente de origem, raça, cor, sexo, crença, religião, orientação sexual, 
idade ou estado civil. 
✓ O art. 8º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, dispõe textualmente: 
“Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes 
contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou 
pela Lei”. 
O acesso à justiça é, também, direito fundamental, porquanto catalogado no elenco dos 
direitos e deveres individuais e coletivos constantes do Título II da CF de 1988, cujo art. 5º, inciso 
XXXV, prescreve que a “lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito”. 
Pela formação de uma nova mentalidade: É preciso que as inteligências tenham como norte 
a efetivação do acesso – individual e metaindividual – dos fracos e vulneráveis, como 
consumidores, trabalhadores, crianças, adolescentes, idosos, os excluídos em geral, não apenas 
ao aparelho judiciário e à democratização das suas decisões, mas, sobretudo, a uma ordem 
jurídica justa (CAPPELLETTI /KAZUO WATANABE). 
O sistema processual pátrio (teoria geral do processo) abarca três subsistemas 
processuais que constituem objeto de investigação da teoria geral do processo civil, da teoria 
geral do processo penal e da teoria geral do processo do trabalho. 
Os três subsistemas cumprem, no seu conjunto e com generalização máxima, uma 
função axiológica fundamental, relacionada à implementação dos valores fundamentais 
concebidos em uma sociedade democrática e pluralista. 
Não há como negar que o Estado Democrático de Direito brasileiro é, na sua essência, 
um aperfeiçoamento do Estado Social, cuja função primordial repousa na plena realização dos 
direitos (e valores) humanos, por meio da efetivação da Justiça Social. 
São, pois, escopos do sistema processual, em geral: 
 
- Social: pacificação dos conflitos jurídicos com justiça social e correção das desigualdades sociais 
e regionais, promovendo o bem de todos, sem preconceitos; 
- Político: participação democrática dos cidadãos na administração da Justiça e 
implementação de políticas públicas que facilitem a democratização do acesso ao Poder 
Judiciário, especialmente por meio da coletivização do processo; 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
- Jurídico: efetivação dos direitos individuais e metaindividuais, observando-se a técnica 
processual adequada, fundada em uma hermenêutica jurídica voltada para a efetivação de tais 
direitos. 
Trata-se, aqui, do devido processo justo, que visa, por meio da tutela jurisdicional, a 
tempestiva e efetiva realização dos direitos reconhecidos e positivados no ordenamento. 
 
A teoria geral do processo identifica quais são os pontos comuns a todos os ramos do 
direito processual, como os conceitos de jurisdição, ação, defesa, processo, procedimento. 
Também indica os princípios gerais aplicáveis a todos os subsistemas processuais, como os 
princípios do juiz natural, do promotor natural, do contraditório, da imparcialidade, da 
persuasão racional, da publicidade, do duplo grau de jurisdição, da economia processual, bem 
como as garantias gerais relacionadas à ampla defesa, aos recursos em geral, à preclusão, à coisa 
julgada, à noção geral de competência e à reciprocidade existente entre as “jurisdições” civil, 
penal e trabalhista. 
Mas é absolutamente necessário reconhecer as peculiaridades inerentes a cada um 
desses subsistemas, o que permite um estudo separado para cada espécie de processo. Essa 
separação decorre das diferentes origens e evoluções dos diversos tipos de processo, bem como 
pelo caráter instrumental de cada processo. 
Nessa perspectiva, é que se deve compreender a autonomia de cada subsistema do 
direito processual, propiciando, assim, que os diversos processos cumpram os seus escopos em 
harmonia com os valores objetivados pelo ordenamento jurídico destinado a tutelar os direitos 
materiais. 
A teoria geral do direito processual do trabalho tem objeto mais delimitado, porquanto 
investiga setores específicos do processo do trabalho, as suas estruturas peculiares, os conceitos 
próprios e os valores especiais almejados pelo direito material do trabalho. Sua finalidade 
primordial reside na realização dos escopos social, político e jurídico do processo, sob a 
perspectiva do direito material do trabalho. 
Podemos conceituar o Direito Processual do Trabalho como ramo da ciência jurídica 
detentor de normas (princípios e regras), valores e instituições específicas que possuem o 
condão de instrumentalizar e efetivar as normas de direito material, em sede jurisdicional 
trabalhista, evitando, dirimindo e pacificando controvérsias envolvendo relações de trabalho e 
de emprego, individual ou coletivamente apresentadas. 
 
Com fulcro nesses conceitos, podemos delinear algumas características relevantes que 
compõem o Direito Processual do Trabalho: 
1) O direito processual do trabalho, como parte integrante do direito processual comum, 
é um instrumento de efetivação das normas substanciais (direito material), ou seja, busca 
garantir que estas sejam realmente respeitadas e cumpridas, bem como é um mecanismo 
facilitadorpara que o jurisdicionado tenha o seu acesso ao Judiciário, já que esse direito no 
Estado Democrático de Direito foi erigido a direito humano fundamental. 
2) Embora tenha um caráter subsidiário do processo comum, consoante os arts. 769 e 
889 da CLT, o direito processual do trabalho é autônomo, possuindo normas jurídicas 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
específicas, em que seus princípios e regras apontam diretrizes para solucionar conflitos 
trabalhistas, tanto na esfera individual (relação de trabalho lato sensu) quanto em âmbito 
coletivo (dissídios coletivos, ações civis públicas e ações civis coletivas – que envolvem 
categorias, classes e grupos). 
3) Apresenta um sistema normatizado de órgãos que integram a Justiça do Trabalho, os 
quais operacionalizam e efetivam as normas jurídicas instrumentais e materiais trabalhistas, 
com o fito de solucionar as crises decorrentes das relações de trabalho e pacificar a convivência 
social. 
Por fim, mas não menos importante, o processo do trabalho é colocado à disposição do 
cidadão, especialmente o trabalhador, como mais um canal do sistema de acesso à Justiça, que 
não se confunde com o acesso à jurisdição, por meio do qual pode buscar a certificação e a 
fruição de seus legítimos direitos e interesses. 
 
Autonomia do Processo do Trabalho em face do Direito Processual Civil, considerando 
as especificidades próprias que ostenta esse ramo do Direito, dentre eles, o impulso oficial na 
execução (art. 878 13 da CLT), agora limitada apenas aos casos concretos em que as partes não 
estejam representadas por advogado, da informalidade, da simplicidade, da celeridade, 
economia processual, irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, da conciliação, 
normatização coletiva, função social do processo que ensejaram a maior atribuição de poderes 
aos magistrados na direção do processo (art. 765 da CLT). 
O direito processual do trabalho é autônomo, na medida em que conta com diplomas 
específicos (autonomia legislativa), doutrina própria (autonomia doutrinária), princípios e fins 
próprios (autonomia científica), objetivo próprio (solução dos conflitos de interesse oriundos 
de relação de trabalho ou a ela conexos) e é aplicado por órgãos jurisdicionais especiais 
(autonomia jurisdicional). O direito processual do trabalho não é, portanto, um ramo particular 
do direito processual civil. 
O Direito Constitucional Processual tem como ponto de partida nos princípios 
constitucionais do devido processo legal/justo e do acesso à justiça e se desenvolve por meio de 
outros princípios constitucionais e infraconstitucionais referentes às partes, ao juiz, à advocacia, 
à Defensoria Pública e ao Ministério Público, como os princípios do juiz e promotor naturais, do 
contraditório, da proibição das provas ilícitas, da publicidade dos atos processuais, da 
fundamentação das decisões, da efetividade, servindo, pois, de base para a aplicabilidade e a 
hermenêutica de todo o sistema processual brasileiro. 
Os arts. 1º e 8º do NCPC, aplicáveis subsidiária e supletivamente ao processo do 
trabalho (CLT, art. 769; NCPC, art. 15), reconhecem expressamente a constitucionalização do 
direito processual (civil, trabalhista, eleitoral e administrativo), o que nos autoriza dizer que o 
processo do trabalho também deve ser ordenado, disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais estabelecidos na CF, observando-se as disposições da 
legislação processual trabalhista, em especial a CLT, que, por sua vez, autoriza a aplicação 
supletiva e subsidiária do direito processual comum (civil) nas hipóteses de lacunas e desde que 
seja possível a compatibilização com os princípios e procedimentos peculiares do direito 
processual do trabalho. 
 
Resumos | Brenda Alves | Passei Direto 
 
A REFORMA TRABALHISTA E A DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO 
Em direção contrária ao neoconstitucionalismo (ou neopositivismo), que enaltece a 
força normativa da Constituição e adota a supremacia dos princípios e dos direitos 
fundamentais, a chamada Reforma Trabalhista, instituída pela Lei n. 13.467/2017, restringe a 
função interpretativa dos Tribunais e Juízes do Trabalho na aplicação do ordenamento jurídico. 
É o que se depreende da leitura dos §§ 2º e 3º do art. 8º da CLT, inseridos pela 
referida lei, os quais revelam a verdadeira intenção do legislador reformador: 
desconstitucionalizar o Direito do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho e introduzir o 
chamado modelo do negociado sobre o legislado.

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