Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ Trabalho Final do Estágio Curricular Obrigatório do Curso de Medicina Veterinária, realizado na Clínica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto - SP Caso de Interesse: Pênfigo foliáceo em cadela SRD Maria Vitória de Athayde de Conde RIBEIRÃO PRETO - SP Novembro/2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ Trabalho Final do Estágio Curricular Obrigatório do Curso de Medicina Veterinária, realizado na Clínica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto - SP Caso de Interesse: Pênfigo foliáceo em cadela SRD Maria Vitória de Athayde de Conde Orientador: Prof. Dr. Ketherson Rodrigues Silva Supervisor: ESP. M.V. Rodrigo Ferreira Diniz RIBEIRÃO PRETO – SP Novembro/2020 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada à fonte. Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878 Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878 C749c Conde, Maria Vitória de Athayde de Caso de Interesse: pênfigo foliáceo em cadela SRD/ Maria Vitória de Athayde de Conde - Ribeirão Preto, 2020. 47p.il Trabalho de conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Ketherson Rodrigues Silva 1. Pênfigo 2. Autoimune 3. Anticorpos I. Silva, Ketherson Rodrigues II. Título CDU 619 Dedico aos meus pais, Andreia e Henrique, e aos meus irmãos, Alvaro e Lorena, que ao longo desses anos me nutriram com um amor genuíno, capaz de me fazer enxergar forças que pensei não ter. E a Rosimar Maia (in memorian), sua lembrança me inspira e me faz persistir. AGRADECIMENTOS Durante toda a minha graduação, pensei estar buscando algo que somente eu conseguiria encontrar. Entretanto, entendi que essa busca só foi possível devido às pessoas incríveis que caminharam de mãos dadas comigo. Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido a graça da vida. Por me guardar, me proteger, me guiar. Por todas as respostas que Ele me deu em diversas noites no silencio do meu quarto, quando éramos apenas nós dois. Pela minha fé que se reinventou, renasceu e aumentou durante os dias escuros, onde a imensidão da luz Dele me abria o caminho para continuar; Agradeço aos meus pais, Andreia e Henrique, por depositarem em mim todo o seu coração e confiança. Por não desistirem dos meus sonhos, e mais do que isso, por sonharem cada um deles comigo. Por acreditarem em mim até quando eu não consegui acreditar. Quero poder ao melhor no espelho, refletir metade do que enxergo em vocês. Bondade. Humildade. Honestidade. O que existe de mais bonito e sincero na construção diária de ser humano que eu sou, devo a vocês; Ao meu irmão Alvaro, toda a minha gratidão e admiração. Gratidão pelos dias em que diversas vezes você me orientou, me ajudou, foi meu guia. Admiração porque não há uma pessoa que não veja como o meu coração se enche de orgulho ao falar de você. Sobre o profissional incrível e ser humano admirável. Mas, acima de tudo, sobre às vezes em que você pegou a nossa família no colo e me fez enxergar que tudo ficaria bem. E ficou. O meu amor por você será sempre como os nossos copos, nunca ficam pela metade. Amo você por inteiro; Agradeço a minha irmã Lorena, por todos os dias compartilhados. Na maior parte do tempo fomos uma pela outra. Choramos muito juntas, mas sorrimos muito mais. Não tenho dúvidas do quanto crescemos. Lo, você é a minha maior fonte de aprendizado, todos os dias me ensina algo novo, principalmente em como ser alguém melhor. Saiba que eu te admiro com todo o meu coração, até ontem você era a minha pequena e hoje já é uma mulher incrível. Ao Tony, meu cunhado, toda minha gratidão. Vocês dois juntos suportaram os meus piores dias. Obrigada por todas as jantas, os almoços de domingo, os churrascos em pleno começo de semana. Obrigada de coração por me acolherem. Nós três somos família, vocês foram irmãos, amigos, companheiros, pais. Eu amo vocês; A minha vovó Maria, dona do meu coração todinho, quero que saiba que o mais difícil é sempre na hora de falar sobre você. Obrigada por ser meu suporte, minha rede de apoio, por ser não só meu colo, mas o meu abraço, meu aconchego, o meu principal lar. O seu coração é o que eu tenho de mais valioso, meu lugarzinho no mundo. Vó, você é a minha principal faculdade. É com você que eu mais aprendi, e são as suas aulas que eu vou levar comigo a vida toda. Você é a pessoa da minha vida. Vô Alvaro, meu velho rabugento, obrigada por estar sempre do meu lado, por cuidar de mim, se preocupar comigo, por colocar nossas vidas acima de tudo. Você é o maior exemplo de nossas vidas. Aos meus avós, viver só não é mais difícil porque tenho vocês comigo; Tia Lolô, obrigada por ser exatamente do jeitinho que você é. Queria eu ter pelo menos metade da doçura que você carrega. Obrigada por todos os incentivos, por sempre tentar me mostrar o quanto eu sou especial. Saiba que você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. Você reflete só coisas boas, é uma mulher forte e especial. A sua luz torna os meus dias mais especiais; Tio Marco, te agradeço pela sua presença todas as vezes em que precisei. Por ser meu pai aqui em ribeirão, por sempre me acolher como filha. Me orgulho do ser humano que você é. Te amo muito; Neto e Cá, é tão difícil também falar sobre vocês. Eu não sou capaz de dizer quem tem o coração mais bondoso, mas sou capaz de reconhecer o quanto eu sou abençoada por tê-los em minha vida. Cá, obrigada por todos os conselhos, que bom ter muito mais que uma prima, você é uma das minhas melhores amigas. Neto, o que seria da minha rotina na veterinária sem você? Se eu conseguir ser metade do profissional que você é, eu já me sinto realizada; Agradeço a minha melhor amiga da graduação, Lari Fabris. Você é o meu maior presente e um dos meus maiores orgulhos. Obrigada por ter segurado a minha mão por todos esses anos. Obrigada pelas noites de estudos, os choros, as comemorações pós provas. Nós conseguimos! E eu honestamente não sei se teria conseguido sem você; Ao meu supervisor Rodrigo Diniz, um dos meus maiores agradecimentos vai para você. Obrigada por abrir as portas e me acolher. Você é um exemplo que faço questão de seguir. Como pessoa, como profissional; Aos meus colegas de estágio, Mariana e Fabiano. Obrigada por me aguentarem nessa reta final. Por terem me apoiado e me inspirado tanto; Luísa Guimarães e Larissa Reis, as duas primeiras amigas que fiz aqui e as minhas duas melhores amigas da vida toda. Obrigada por estarem do meu lado todos os dias. Por terem me ajudado a crescer, por aguentarem os meus dias difíceis, por estarem caminhando comigo desde o primeiro momento em que pisei nessa terra desconhecida chamada Ribeirão Preto. Eu não canso de dizer que sempre vou doar o máximo de mim para ver as duas sorrindo. A felicidade delas é algo que basta para mim. Obrigada, de todo o meu coração. Vocês duas são a minha família aqui também. Aprendo com vocês, cresço com vocês, sou alguém melhor por vocês. Aquece o coração olhar para duas pessoas e enxergar nelas o significado de amizade verdadeira. Depois do Vita vocês tornaram todo o resto da minha vida possível. Agradeço ao meu orientador Ketherson por toda paciência e apoio. Sempre o admirei muito como professor, hoje, devo a você uma gratidão sem fim por ter sido meu principal guia nesse momento tão importante. A minha banca,Adriana e Cecília, agradeço por todo aprendizado e orientação. Vocês fazem parte da minha história. Levarei vocês sempre comigo; A minha cachorrinha Mavi e todos os anjos de quatro patas que passaram pelo meu caminho; obrigada de toda minha alma e coração. É tudo por vocês. “Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda”. (São Francisco de Assis) RESUMO São classificadas como dermatopatias autoimunes aquelas em que os anticorpos do próprio organismo se direcionam à algum componente. O pênfigo foliáceo é a dermatose mais comum do complexo pênfigo. Nesta afecção, o ataque dos autoanticorpos ocorre sobre as membranas dos queratinócitos, proteínas responsáveis por adesão celular da epiderme, resultando na formação de pústulas subcorneais. Embora não tenha a sua etiologia completamente elucidada, o pênfigo foliáceo canino possui apresentação idiopática, ou relacionada com a administração de fármacos e a doenças crônicas. Os pacientes apresentam lesões primárias como pústulas, e lesões secundárias como crostas, escamas, colaretes epidérmicos e alopecia. O diagnóstico é baseado na anamnese, exame físico e citologia das pústulas, e a confirmação da doença só ocorre com exame histopatológico. O protocolo terapêutico consiste na imunossupressão do paciente, que necessitará de acompanhamento por toda vida. Palavras-chave: Dermatopatia Autoimune. Pênfigo. Pústulas. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACTH Hormônio Adrenocorticotrófico BID Duas vezes ao dia DAAP Dermatite alérgica a picada de pulgas DUA Dermatite úmida aguda ECO Estágio Curricular Obrigatório FPS Fator de proteção solar HE Hematoxilina e Eosina IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IgG1 Imunoglobulina G 1 IgG4 Imunoglobulina G 4 IgA Imunoglobulina A PE Pênfigo Eritematoso PF Pênfigo Foliáceo PV Pênfigo Vulgar SC Subcutâneo SID Uma vez ao dia SRD Sem raça definida UVB Luz ultravioleta tipo B V7 Vacina contra Cinomose, Hepatite Infecciosa, Parvovirose, Parainfluenza e Leptospirose (NOBIVAC®). LISTA DE TABELAS Tabela 1 — Frequência de atendimentos por espécie animal acompanhados na Clinica Médica Veternária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 ................................................... 16 Tabela 2 — Frequência absoluta de Suspeita Clínica e/ou Diagnóstico, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 ................................................................................................ 17 Tabela 3 — Frequência absoluta de métodos auxiliares de diagnósticos, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 ................................................................................................ 18 Tabela 4 — Frequência absoluta das vacinações, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clinica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 .... 18 Tabela 5 — Frequência absoluta dos procedimentos ambulatoriais, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clinica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 ................................................................................................ 18 Tabela 6 — Frequência absoluta das raças, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de Agosto de 2020 a 03 de Novembro de 2020 ................ 19 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fachada da Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP ......................................................................................................................... 13 Figura 2. Vista de ângulos diferentes da recepção .............................................. 13 Figura 3. Visão ampla do consultório ................................................................... 14 Figura 4. Visão geral do laboratório clínico .......................................................... 14 Figura 5. Corredor com balança para pesagem dos pacientes ........................... 15 Figura 6. Vista de ângulos diferentes da sala de internação ............................... 29 Figura 7. Lesões múltiplas eritematosas e alopécicas ........................................ 31 Figura 8. Lesões bolhosas recém rompidas ........................................................ 37 Figura 9. Imagem microscópica de lesão primária, apresentando queratinócitos acantolisados (seta). Visualização em aumento de 1000x ................................... 37 Figura 10. Eritema em toda extensão ventral ...................................................... 38 Figura 11. Animal da espécie canina. Nota-se eritema em todo região abdominal e lesão e face medial do metatarso esquerdo ..................................... 39 Figura 12. Diagnóstico pênfigo foliáceo em cadela SRD. Nota-se presença de células acantolíticas .............................................................................................. 41 SUMÁRIO CAPÍTULO I – RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 12 2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ................................................. 12 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO ..................................... 16 4. DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................. 19 5. CONCLUSÃO .......................................................................................... 24 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 25 CAPÍTULO II – CASO DE INTERESSE: PÊNFIGO FOLIÁCEO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 27 2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 28 2.1 Fisiopatologia ......................................................................................... 28 2.2 Sinais clínicos ......................................................................................... 30 2.3 Epidemiologia ......................................................................................... 31 2.4 Diagnóstico ............................................................................................. 32 2.5. Diagnóstico diferencial .......................................................................... 33 2.6 Tratamento ............................................................................................. 33 3. DESCRIÇÃO DO CASO DE INTERESSE ............................................... 35 4. DISCUSSÃO ............................................................................................ 42 5. CONCLUSÃO .......................................................................................... 44 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 45 12 CAPÍTULO I - RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1. INTRODUÇÃO O Estágio Curricular Obrigatório (ECO) é considerado o momento de maior importância para o discente de Medicina Veterinária, já que proporciona a experiência de participar de rotinas e abordagens do espaço acadêmico,permitindo ao estagiário conhecer conceitos diversificados e adequar-se à melhor forma de atuação. O presente relatório refere-se às atividades realizadas pela discente Maria Vitória de Athayde de Conde, durante o ECO, realizado na Clínica Médica com enfoque em Dermatologia (Dermato Pet), no período de 03 de agosto a 03 de novembro de 2020, totalizando-se 480 horas, sob a supervisão do Médico Veterinário Rodrigo Diniz CRMV-SP 42031 e orientação do Prof. Dr. Ketherson Rodrigues Silva, CRMV-SP 38432. O objetivo do ECO foi buscar maior conhecimento e aperfeiçoamento da teoria e pratica adquiridas ao longo dos anos na graduação em Medicina Veterinária no Centro Universitário Barão de Mauá. A área de interesse de estágio foi na clínica médica de pequenos animais, com foco na área de dermatologia veterinária. 2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO A Dermato Pet, conforme descrito na Figura 1, está localizada na Rua Dom Luís do Amaral Mousinho, nº 742, no bairro Jardim Paulistano, na cidade de Ribeirão Preto – SP, sendo o horário de funcionamento de segunda a sexta-feira das 08h às 18h e sábados das 08h às 14h. No entanto, é necessário agendamento prévio para consultas e retornos. O atendimento é voltado principalmente para a área de dermatologia veterinária, entretanto, consultas relacionadas com a clínica médica geral são bastante comuns. O quadro de funcionários é constituído por um Médico Veterinário com especialização em dermatologia, um recepcionista e quatro estagiários. 13 A Dermato Pet possui em sua estrutura os setores elucidados nas Figuras de 1 a 6. Figura 1. Fachada da clínica médica veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP. Fonte: arquivo pessoal (2020). Figura 2. Vista de ângulos diferentes da recepção. Em A, balcão da recepção e em B nota-se uma vitrine com produtos terapêuticos para venda na clínica médica veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP. Fonte: arquivo pessoal (2020). 14 Figura 3. Visão ampla do consultório de atendimento da clínica médica veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP. Fonte: arquivo pessoal (2020). Figura 4. Visão geral do laboratório clínico clínica médica veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP. Fonte: arquivo pessoal (2020). 15 Figura 5. Vista de ângulos diferentes da sala de internação da clínica médica veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP. Em A vista do canil e em B vista do armário em que são armazenados itens hospitalares Fonte: arquivo pessoal (2020). O atendimento tem inicio na recepção, onde se realiza triagem e cadastro do paciente que logo em após é direcionado para o consultório, local em que acontece a consulta com anamnese, exame físico, e até mesmo exames complementares, sendo eles: tricograma, citológico, lâmpada de Wood, raspado cutâneo, exame otológico e até mesmo exames oculares. No consultório, quando necessário, é realizada também a coleta de sangue do paciente para posteriormente ser enviada a um laboratório parceiro, além do material coletado, é enviado um documento assinado pelo médico-veterinário solicitando os exames complementares necessários. Como descrito na Figura 4, o estabelecimento possui em sua estrutura um laboratório, onde se realiza os exames dermatológicos das amostras que anteriormente foram coletadas durante a consulta. 16 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO Dentre os procedimentos realizados durante o ECO, a estagiaria acompanhou as diversas etapas presentes dentro do atendimento clínico, desde a anamnese, exame físico, coletas, realização ou solicitação dos exames complementares e procedimentos cirúrgicos. Todas as atividades acompanhadas na área de clínica médica de pequenos animais e dermatologia veterinária, durante o período de estágio na Clínica Veterinária Dermato Pet, foram descritas nas Tabelas de 1 a 6. Tabela 1. Frequência de atendimentos por espécie animal acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Espécie Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Canina 158 96,93 Felina 05 3,07 TOTAL 163 100,00 Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). 17 Tabela 2. Frequência absoluta de Suspeita Clínica e/ou Diagnóstico, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Suspeita Clínica/Diagnóstico Espécie Canina Espécie Felina Total Colapso Traqueal 14 00 14 Traqueíte 06 00 06 Refluxo 02 00 02 Malasseziose 13 01 14 Piodermite Bacteriana 21 01 22 Otite Externa 24 00 24 Seborreia 10 00 10 Atopia 12 00 12 Hemoparasitose 08 00 08 Epilepsia 01 00 01 Hiperadrenocorticismo 03 00 03 Demodicose 07 00 07 Pênfigo Foliaceo 03 00 03 Pododermatite interdigital 04 00 04 Foliculite Foruculose 02 00 02 Blefarite 01 00 01 Trofoalérgico 15 00 15 Onicomicose 02 00 02 Hipotireoidismo 03 00 03 DAAP¹ 13 00 13 Luxação patelar 04 00 04 Alopecia por Diluição de Cor 01 00 01 Dermatite Responsiva a Vit. A 01 00 01 Dermatite Responsiva ao Zinco 02 00 02 Gastroenterite 14 01 15 Doença inflamatória intestinal 08 00 08 Adenite Sebácea 02 00 02 DUA² 11 00 11 TOTAL 207 03 210 (*1) Dermatite alérgica a picada de pulgas, (*2) Dermatite úmida aguda. Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). 18 Tabela 3. Frequência absoluta de métodos auxiliares de diagnósticos, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Métodos de Diagnóstico Espécie Canina Espécie Felina Total Tricograma 89 00 89 Citologia 118 01 119 Hemograma 56 01 57 Raspado cutâneo de profundo 17 00 17 Raspado cutâneo 02 00 02 Imprint 06 00 06 TOTAL 288 02 290 Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). Tabela 4. Frequência absoluta das vacinações, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Vacinas Espécie Canina Espécie Felina Total Antirrábica¹ 17 01 18 V7² 26 00 26 TOTAL 52 01 53 (*1) Vacina Antirrábica Canina e Felina (NOBIVAC®); (*²) Vacina contra Cinomose, Hepatite infecciosa, Parvovirose, Parainfluenza e Leptospirose Canina (L. interrogans sorogrupo Canicola sorovar Canicola e L. interrogans sorogrupo Icterohaemorrhagiae sorovar Copenhageni (NOBIVAC®). Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). Tabela 5. Frequência absoluta dos procedimentos ambulatoriais, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Procedimentos Ambulatoriais Espécie Canina Espécie Felina Total Curativos 04 02 06 Fluidoterapia 03 01 04 Retirada de pontos 05 01 06 Transfusão de sangue 01 00 01 Eutanásia 03 00 03 TOTAL 16 04 20 Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). 19 Tabela 6. Frequência absoluta das raças, de acordo com a espécie animal, acompanhados na Clínica Médica Veterinária Dermato Pet, Ribeirão Preto – SP, no período de 03 de agosto de 2020 a 03 de novembro de 2020. Fonte: Dados obtidos durante o estágio curricular obrigatório (2020). 4. DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Conforme elucidado naTabela 1, nota-se que os atendimentos realizados na Dermato Pet foram voltados 96,93% á espécie canina, ficando os felinos com apenas 3,07% dos atendimentos. De acordo com alguns dados, os animais de estimação fazem parte de uma quantidade considerável de lares brasileiros. Segundo pesquisa realizada, 46,1% das casas possuem pelo menos um cão, enquanto os gatos fazem parte de 19,3% dos lares (CARVALHO et al., 2018). Em 2013, havia 74,3 milhões de cães e gatos presentes nos domicílios brasileiros segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo 52,2 milhões de lares possuindo pelo menos um cão, enquanto os outros 22,1 milhões de Raças Espécie Canina Espécie Felina Total SRD 27 05 32 SHIH-TZU 41 - 41 YORKSHIRE 16 - 16 COCKER SPANIEL 02 - 02 GOLDEN RETRIEVER 05 - 05 LHASA APSO 12 - 12 CHOW-CHOW 02 - 02 SCHNAUZER 02 - 02 LABRADOR 04 - 04 BULDOGUE FRANCES 11 - 11 PASTOR ALEMÃO 02 - 02 SPITZ ALEMÃO 09 - 09 PINSCHER 02 - 02 MALTES 12 - 12 FILA BRASILEIRO 01 - 01 AMERICOS TERRIER 01 - 01 POODLE 04 - 04 FOX TERRIER 01 - 01 PEQUINES 01 - 01 CHIHUAUHA 01 - 01 DACHSHUND 02 - 02 TOTAL 158 05 163 20 residências contam com pelo menos um gato. Levando ao índice de 44% de cães por residência e o de gatos 18% (IBGE, 2013). Como já esperado, a maior parte dos atendimentos do consultório foram voltados para consultas dermatológicas. A pele, por ser o maior órgão do corpo, sofre grandes quantidades de injurias, resultando na casuística dos dados que apontam que da clínica de pequenos animais, os casos dermatológicos representam a maior parte dos atendimentos, podendo chegar até 75% (BARBOSA et al., 2012). Segundo Lobo (2006), a dermatologia possui a vantagem de não depender de tecnologias e aparelhos eletrônicos sofisticados, ópticos ou de imagem. O mais importante dentro dessa especialidade é observar atenciosamente com olho nu, vinculando-o com o conhecimento e prática do profissional, se torna o instrumento principal para diagnóstico. Dentre os diagnósticos realizados, o de maior prevalência foi otite externa (Tabela 2). De acordo com Lusa e Amaral (2010), os sinais clinicos da otite externa estão relacionados com o prurido, sendo ele a queixa principal do proprietário quando procura o atendimento veterinário. As otites podem se classificar em ceruminosa, eczematosa, bacteriana, hiperplásica ou estenosante, sendo a classificação relacionada com as características físicas e morfológicas (LARSSON; LUCAS, 2018). A otite externa é caracterizada pelo aumento da produção de material ceruminoso e sebáceo, levando-o canal auditivo externo a uma descamação do epitélio que consequentemente pode causar dor e prurido (LUSA; AMARAL, 2010). Sendo esses sinais as queixas principais quando realizado a anamnese do paciente durante as consultas na Dermato Pet. Lusa e Amaral (2010) citam que os principais fatores capazes de desencadear um processo de otite externa são aqueles que podem iniciar uma inflamação nas orelhas normais. Segundo Lusa e Amaral (2010), a otite externa acomete 5% a 20% dos cães e 2% a 6% dos gatos, sendo a hipersensibilidade a principal causa de otite externa crônica, destacando que 50% a 80% dos cães atópicos ou com hipersensibilidade alimentar tendem a apresentar otite externa em algum momento da vida. Devido o leque de possibilidades dos fatores capazes de desencadear a otite externa, deve-se realizar um preciso e minucioso atendimento, incluindo anamnese, exame físico, exame dermatológico e exames complementares. Idealizando 21 encontrar e definir a causa primaria ou subjacente da otite externa, assim como traçar a melhor forma de tratamento (SAMPAIO, 2014). Cita-se o exame otológico e a citologia de orelha como principais métodos auxiliares para diagnosticar a otite externa. Sendo este último, essencial para definir quais protocolos terapêuticos deverão ser seguidos (LUSA; AMARAL, 2010). O protocolo terapêutico na Dermato Pet para pacientes diagnosticados com otite externa variava de acordo com a particularidade do caso e dos achados da citologia. Entretanto, preconizava-se a utilização de soluções de limpeza a base de ceruminolíticos uma vez por dia por pelo menos sete dias, para posteriormente, utilizar o agente terapêutico ideal. Produtos como 244μg de Orbifloxacino mg, 15,1mg de miconazol, 1,11mg de aceponato de hidrocortisona e 1.505UI de sulfato de gentamicina foram os mais prescritos durante a ECO. Recomendava-se a agitação do produto antes do uso, após aplicação, a base do ouvido devia ser suavemente massageada de forma rápida permitindo que a preparação penetre na parte inferior do canal auditivo. Recomendava-se o uso por normalmente uma vez por dia por quinze dias. O protocolo utilizado na Dermato Pet está de comum acordo com a literatura científica, a qual sugere preparar o conduto promovendo remoção do excesso de cerúmen e oleosidade, para posteriormente realizar o tratamento com produtos tópicos contendo glicocorticoides combinados com antibióticos ou antifúngicos (LUSA; AMARAL, 2010). A piodermite bacteriana foi à segunda afecção mais diagnosticada durante os atendimentos na Dermato Pet. É descrita como uma infecção bacteriana da pele, caracterizada pelo acúmulo de exsudato com infiltrado de neutrófilos (SOUSA SÁ et al., 2018). Dentre as doenças da Dermato Pet, as infecções bacterianas estão entre as mais frequentes. Explica-se esse fato pelas distintas possibilidades de afecções, que ao desestabilizar as condições de normalidade da pele, tornam-na um ambiente favorável para a multiplicação desses microrganismos. O principal patógeno descrito é o agente Staphylococcus aureos, enquanto as principais lesões citadas envolvendo a piodermite bacteriana são pápulas, pústulas, escoriações, eritema, escamação, crosta, hiperpigmentação e hiperqueratose. A citologia é a melhor forma de diagnóstico da patologia em questão, enquanto os meios terapêuticos podem ser diversos, incluindo forma tópica, sistêmica, cirurgica 22 ou até mesmo associação das mesmas. Sendo sempre preconizado reconhecer o agente e eliminar causa (SOUSA SÁ et al., 2018). Os pacientes atendidos na Dermato Pet com piodermite bacteriana foram tratados na maioria dos casos apenas com produtos de terapia tópica, sendo à base de clorexidina 3% que age como antisséptico desinfetante. Preconizava-se o uso desses agentes para uma menor agressão ao organismo do animal e também minimizar a seleção e a dispersão de cepas resistentes. Entretanto, quando avaliado que necessário, o uso de fármacos sistêmicos era prescrito, como os da família das cefalosporinas e quinolonas via oral, normalmente por 21 dias. Nesses casos, além do tratamento oral associava-se o tópico, já que conjuntamente estimulem maior resposta. Este protocolo de tratamento corrobora com os descritos na literatura, a qual indica o uso de produtos à base de clorexidina 3% na terapia tópica e associação de agentes microbianos da família das cefalosporinas no tratamento sistêmico (SOUSA SÁ et al., 2018). Nos atendimentos de clínica médica geral na Dermato Pet, a afecção de maior suspeita/diagnóstico foi o colapso traqueal. O colapso de traqueia é definido como uma doença progressiva degenerativa que advém devido à diminuição do rigor do músculo traqueal e degeneração dos anéis traqueais, sendo sua etiologia multifatorial (FOSSUM, 2008; GRANDAGE, 2007). A suspeita de diagnóstico ocorre a partir dos sinais clinicos, resumidos na maioria dos casos em tosse não produtiva e angustia respiratória, podendo ocorrer de forma aguda ou crônica (CAVALARO et al., 2011). Já a confirmação da afecção ocorre através dos achados radiográficos cervicais e torácicos. Entretanto, a traqueoscopia é considerada o padrão ouro de diagnóstico da doença, isto porque este exame permite observar o colabamento traqueal a nível bronquial, aspectodificilmente observado na radiografia convencional (HOLME, 2014). Segundo Cavalaro et al. (2011), a terapia clínica é indicada nos casos com menos de 50% de colabamento e o tratamento cirúrgico em pacientes com mais de 50% de colabamento. Em casos de terapia clínica, indica-se evitar superaquecimento e excitação, e em casos de pacientes obesos, recomenda-se dieta para redução do peso. Os agentes terapêuticos incluem antitussígenos, antibióticos, broncodilatadores e corticoresteroides (HOLME, 2014). 23 O tratamento dos pacientes com colapso traqueal na Dermato Pet caminha com o descrito na literatura, preconizando-se nesses casos agentes com sulfato de condroitina, visando sempre o fortalecimento da cartilagem. Como já representado na Tabela 3, os métodos auxiliares de diagnóstico fazem parte do atendimento dermatológico no consultório da Dermato Pet, sendo necessário e importante avaliar o paciente como um todo, para definir qual melhor método de exame complementar será necessário para determinado caso. De acordo com a Tabela 3, a citologia foi o exame mais realizado durante as consultas. O exame citológico da pele ou do ouvido visa estudar a morfologia das células das camadas superficiais da pele, além de identificar alguns micro-organismos. Pode ser empregada sobre variadas lesões, sejam elas pruriginosas, pustulares, crostosas, nodulares, descamativas ou alopécicas (HORTA; COSTA VAL, 2013). Informações como o tipo de infiltrado inflamatório, células neoplásicas, quantidade de proteína, mucina e a presença de células acantolíticas, leveduras, bactérias e protozoários podem ser determinados durante analise da lâmina citológica em microscópio de luz (MADUREIRA; BRUM, 2017). A citologia é um exame acessível, além de ser um método de fácil execução, sendo capaz de fornecer achados importantes sobre o aspecto da pele e do ouvido do paciente, isso quando não se torna o método indispensável para definir o diagnóstico do caso assim como o melhor tratamento a ser instituído (HORTA; COSTA VAL, 2013). A forma de obtenção do material depende do aspecto da lesão e escolha do profissional, podendo variar entre técnicas de impressão direta do tecido, aspiração por agulha fina, esfoliação, raspado cutâneo ou auxílio de um suabe (LOBO, 2006). Após a coleta do material, a coloração de eleição para a citologia dermatológica é a de Panóptico rápido, posteriormente a analise da lâmina deve ocorrer em objetiva de imersão, onde o aumento é de 1000x (MADUREIRA; BRUM, 2017). O tricograma foi o segundo método de diagnóstico mais empregado dentro dos atendimentos. Considera-se um exame de coleta fácil, com o objetivo de avaliar as pontas, hastes e raízes, o que permite ao veterinário identificar em qual fase do crescimento o pelo está no momento. Defeitos na pigmentação e infecções por fungos também podem ser analisados nesse método. A coleta consiste na remoção dos pelos pela raiz, não podendo haver quebra ou corte, aplicando-o em seguida 24 sobre uma lâmina com óleo mineral. Posteriormente, realiza-se a visualização no microscópico de luz na objetiva de imersão, aumento de 1000x (LOBO, 2006). Como demonstrado na tabela 4, protocolos vacinais foram realizados no consultório da Dermato Pet. A vacinação é uma das ferramentas mais utilizadas quando pensamos em defesas para doenças infecciosas. Para determinar um protocolo vacinal adequado que atenda melhor o paciente, é preciso conhecer os fatores relacionados com o hospedeiro, enfermidade e a vacina (AMARO; MACZUGA; CARON, 2016). Na Dermato Pet o início do protocolo vacinal ocorre apenas após realização de um perfil hematológico do paciente. Após avaliação do estado geral do animal, a primeira dose da V7 (vacina contra Cinomose, Hepatite Infecciosa, Parvovirose, Parainfluenza e Leptospirose (NOBIVAC®)) era realizada entre os primeiros 45 dias de vida. A segunda dose era administrada três semanas depois e após mais três semanas era administrado a terceira e ultima dose da V7 e realizado a vacinação antirrábica. O reforço anual é realizado com a administração via subcutânea da vacina V7 e antirrábica. Como representado na tabela 5, dentro dos procedimentos ambulatoriais realizados no período de estágio na Dermato Pet, retirada de pontos e curativos foram os mais frequentes. A retirada de pontos acontecia após cirurgias eletivas que eram realizadas em clínicas parceiras, enquanto os curativos eram realizados em feridas, principalmente nos casos de dermatite úmida aguda. Realizava-se tricotomia do local para facilitar limpeza, em seguida utiliza-se clorexidina alcoólica 2% para antissepsia do local com auxilio de gaze. Por fim, produtos em creme com composição de gentamicina, betametasona e miconazol eram utilizados para auxiliar no tratamento das lesões. Conforme Tabela 6, a raça de maior prevalência foi ShihTzu, seguida de SRD. A definição racial é um fator extremamente importante dentro da clínica de Dermatologia Veterinária, já que as características genéticas da raça e histórico familiar podem auxiliar no diagnóstico de algumas dermatopatias. 5. Conclusão A realização do ECO possibilita a aplicação prática de grande parte das informações ao longo da graduação de Medicina Veterinária. Toda conduta, tanto ética quanto clínica, é exemplo a ser seguido, possibilitando maiores chances de se 25 inserir no mercado de trabalho, além de maior desenvolvimento e competência em áreas específicas. Dentro da área clínica geral e principalmente na especialidade de Dermatologia, ensinamentos e aprendizados foram trocados, permitindo um maior crescimento profissional futuro, mas especialmente, um amplo crescimento pessoal. 26 REFERÊNCIAS AMARO, F. P. A.; MACZUGA, J. M.; CARON, L. F. A vacinologia em cães e gatos. Archives of Veterinary Science, v. 2, n. 1, p. 01-10. 2016. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/39570/29199. Acesso em: 27 nov. 2020. BARBOSA, M. V. F.; FUKAHORI, F. L. P.; DIAS, M. B. M. C.; LIMA, E. R. Patologia do pênfigo foliáceo em cães: revisão de literatura. Medicina Veterinária, Recife, v. 6, n. 3, p. 26-31, jul./set. 2012. CARVALHO, S. M. R. et al. Atendimento clínico veterinário em cães e gatos na comunidade Serra Nova do município de Bom Jesus – PI. PubVet, Londrina, v. 12, n. 2, p. 1-4, fev. 2018. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/uploads/5a241a0db7c657cbaf65156542cc6d0d.pdf. Acesso em: 27 nov. 2020. CAVALARO, G. C.; ROSA, V. M.; RIBEIRO, E. A.; CARNIATTO, C. H. O.; PASTORIO, C. Colapso traqueal em yorshire: diagnóstico diferencial de tosse. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 7., 2011, Maringá. Anais [...]. Maringá: Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). Disponível em: http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/geovana_campanerutti_cav alaro1.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. FOSSUM, T. W. Cirurgia do sistema respiratório superior. In: FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Roca. GRANDAGE, J. Anatomia funcional do sistema respiratório. In: SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Manole, 2007. P. 763-780. HOLME, P. S. Colapso traqueal em cães. 2014. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/104910/000940057.pdf?seque. Acesso em: 16 nov. 2020. HORTA, R. S.; COSTA VAL, A. P. Exames complementares no diagnóstico dermatológico em pequenos animais. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Minas Gerais, n. 71, p. 23-31. 2013. Disponível em: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/caderno%20tecnico%2071%20derma tologia%20caes%20e%20gatos.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA,(IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas- novoportal/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html?&t=resultados Acesso em: 24 nov. 2020. LARSSON, C. E.; LUCAS, R. Tratado de medicina externa: dermatologia veterinária. Rio de Janeiro: Atheneu Editora, 2018. https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/39570/29199 https://www.pubvet.com.br/uploads/5a241a0db7c657cbaf65156542cc6d0d.pdf http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/geovana_campanerutti_cavalaro1.pdf http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/geovana_campanerutti_cavalaro1.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/104910/000940057.pdf?seque https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/caderno%20tecnico%2071%20dermatologia%20caes%20e%20gatos.pdf https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/caderno%20tecnico%2071%20dermatologia%20caes%20e%20gatos.pdf 27 LOBO, M. B. Dermatologia de pequenos animais. 2006. 55f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Fedeal de Goiás, Jataí, 2006. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/178/o/Mariana%20Brito%20Lobo.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. LUSA, F. T.; AMARAL, R. V. Otite externa. PubVet, Londrina, v. 4, n. 24. 2010. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/uploads/0c10e1b6edc553e070b8ee8a7c502746.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. MADUREIRA, R.; BRUM, J. S. Diagnóstico dermatológico em pequenos animais: o que pode influenciar? Archives of Veterinary Science, Paraná, v. 22, n. 4, p. 9-19. 2017. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/56944/34427. Acesso em: 30 out. 2020. SAMPAIO, M. S. Ocorrência de otite externa em cães apresentados à consulta de rotina. 2014. 65 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2014. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/48581992.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. SOUSA SÁ, I. et al. Piodermite canina: revisão de literatura e estudo da prevalência de casos no Hospital Veterinário Universitário da UFPI, Bom Jesus — Brasil. PubVet, Londrina, v. 12, n. 6, p. 1-5, jun. 2018. Disponível em: http://www.pubvet.com.br/uploads/6acb95f3e34bcb94d4e957403be4d943.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/178/o/Mariana%20Brito%20Lobo.pdf https://www.pubvet.com.br/uploads/0c10e1b6edc553e070b8ee8a7c502746.pdf https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/56944/34427 https://core.ac.uk/download/pdf/48581992.pdf http://www.pubvet.com.br/uploads/6acb95f3e34bcb94d4e957403be4d943.pdf 28 CAPÍTULO II — Caso de Interesse: Pênfigo foliáceo em cadela SRD 1. INTRODUÇÃO Nos animais domésticos, as afecções de pele apresentam-se com grande prevalência dentro da clínica médica, podendo o número de animais atendidos devido alterações do sistema tegumentar chegar até 75% (BARBOSA et al., 2012). Entretanto, erros de diagnósticos ainda são bastante frequentes, isso devido a diversos fatores que podem acabar interferindo na finalização do caso, como anamneses mal desempenhadas, relatos incompletos e desorganizados, dificuldade em saber quais exames solicitar, tutores resistentes ao custear exames complementares e dificuldade na coleta de materiais para analise, resultando assim, em recidivas e frustações (MADUREIRA; BRUM, 2017). O PF é considerado dentre as dermatoses imunomediadas, incluindo as do complexo pênfigo, a afecção que mais acomete cães e gatos (BARBOSA et al., 2012). Dentro da clínica dermatológica, é uma das doenças em que durante a anamnese, mais são relatados pelo tutor, tentativas de tratamentos anteriores prolongados com recidivas, ou até mesmo, pacientes sem remissão total dos sintomas (ZANHOLO, 2011). É uma dermatopatia caracterizada por lesões vesicobolhosas e pustulares (LARSSON; LUCAS, 2018) em que o prurido cutâneo pode estar presente de forma moderada a intensa (ABREU et al., 2014). A etiologia do PF não é completamente elucidada, mas sabe-se que fatores de ordem genética e imunológica podem estar envolvidos, bem como, o uso de alguns agentes farmacológicos (PEREIRA et al., 2018). Envolve um fenômeno que inclui autoanticorpos e ativação de linfócitos contra células da própria epiderme do animal (ABREU et al., 2014). Segundo Barbosa et al. (2008), o pênfigo foliáceo acaba sendo mais comum em cães de meia idade a senil, e possui predileção aos animais com raça definida, sendo o Cocker Spaniel a mais acometida (ABREU et al., 2014). Para o diagnóstico, é necessário uma anamnese completa, assim como adequado exame físico e escolha ideal dos exames complementares (BARBOSA et 29 al., 2012). Já para o tratamento, preconiza-se a utilização de drogas imunossupressoras (PATEL; FORSYTHE, 2020). O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso de pênfigo foliáceo em um cão e as dificuldades existentes no diagnóstico da doença. 2. REVISÃO DE LITERATURA Descreve-se o pênfigo foliáceo como uma dermatopatia autoimune crônica caracterizada por um quadro de lesões vesicular, bolhosa e pustular (LARSSON; LUCAS, 2018), diferenciada em termos histopatológicos pela formação de bolhas intradérmicas com acantólise e, em imunológicas, pela circulação de autoanticorpos para epiderme (FONSECA et al., 2017). É considerada uma das dermatoses autoimunes mais comuns dentre as patologias do complexo pênfigo, representando 1,0 – 1,5% da casuística de atendimento na dermatologia veterinária, apesar de que quando comparado com outras doenças, é considerado raro (BARBOSA et al., 2012). Dentre as principais formas clínicas que compreende o complexo pênfigo, temos o Pênfigo foliáceo, pênfigo eritematoso e o pênfigo vulgar (SOUZA et al., 2015). 2.1 Fisiopatologia Segundo Larsson e Lucas (2018), as doenças imunológicas da pele são subdividas em primárias ou autoimunes, e secundárias ou imunomediadas. Quando imunomediadas provêm em um evento imunológico que não age diretamente sobre os autoantígenos da pele, enquanto as afecções cutâneas autoimunes têm origem na produção de anticorpos e/ou ativação de linfócitos voltados a constituinte até então normais do próprio organismo do paciente (SOUZA et al., 2015). A trajetória das doenças autoimunes, como o pênfigo foliáceo, é embasada em falta de controle ou até mesmo um escape dos mecanismos controladores da resposta imune adquirida do organismo animal (LARSSON; LUCAS, 2018). O pênfigo foliáceo é caracterizado por lesões microscópicas do tipo acantólise (COVATTI, 2013). A acantólise é um fenômeno que ocorre devido à ação dos autoanticorpos, IgG1 e IgG4, sobre os antígenos desmossômicos conhecidos como desmogleínas, resultando na desunião das células epidérmicas (PATEL; 30 FORSYTHE, 2020). O estimulo antígeno-anticorpo acabada destruindo a ligação das células epiteliais, resultando então na perda da força de tensão da superfície. Esse processo acaba alterando a arquitetura das células, que de poliédricas passam a ficar arredondadas, recebendo o nome de célula acantolítica (LARSSON; LUCAS, 2018). No cão, segundo Abreu et al. (2014), o principal antígeno envolvido no fenômeno de acantólise é a desmogleína I, causando principalmente hipersensibilidade do tipo II. Figura 6. Pênfigo foliáceo em cão. Detalhe de pústula neutrofílica subcorneal. Presença de queratinócitos soltos (acantolíticos) entre os neutrófilos. Coloração Hematoxilina e Eosina (HE). Fonte: Santos e Alessi (2016). Conforme Patel e Forsythe (2020), a desmogleína I é o principal componente proteico que forma o centro dos desmossomos. Essa proteína está presente em pele e mucosas, sendo mais frequentemente presente nos coxins, pavilhão auricular e focinho. Os autoanticorpos do pênfigo foliáceo se ligam a desmogleína I, induzindo o descolamentodos queratinócitos e consequentemente leva prejuízo a função dessas proteínas (COVATTI, 2013). Essa interação entre desmogleína I e autoanticorpo leva a ativação do plasminogênio, convertendo-o em plasmina, que é uma enzima fibrinolítica que promove a destruição das estruturas dos desmossomos (ABREU et al., 2014), acarretando na acantólise e na separação de queratinócitos no estrato espinhoso. Então, as fissuras que são formadas são preenchidas por neutrófilos migrando da circulação para a epiderme para formar pústulas. Dentro dessas pústulas são encontradas bactérias e queratinócitos acantolíticos, células essas que se 31 desprendem do estrato espinhoso devido o processo acantolítico (PATEL; FORSYTHE, 2020). 2.2 Sinais clínicos As lesões primárias descritas são vesículas que rapidamente se tornam pústulas, e que por serem transitórias, dificilmente são encontradas integras (COVATTI, 2013). Essas lesões podem ou não estar presentes em áreas especificas da pele como nariz, orelhas, pele periocular e coxins (SOUZA et al., 2015), porém, dentro de seis meses tornam-se generalizadas ou multifocais em 60% dos cães. (BARBOSA et al., 2012). Na maioria das vezes, as pústulas são grandes, irregulares e coalescentes (ABREU et al., 2014). As pústulas geradas por esse fenômeno são de fácil rompimento, essa fragilidade pode ser explicada devido ao fato da acantólise ocorrer nas camadas mais superficiais da epiderme (BARBOSA et al., 2012) o que resulta rapidamente na formação extensiva de crostas nas áreas afetadas (PATEL; FORSYTHE, 2020). Essas lesões são consideradas secundárias, podendo variar desde erosões superficiais, escamas, colaretes epidérmicos e alopecia (COVATTI, 2013). Os relatos sobre o prurido e dor no pênfigo foliáceo são bastante variáveis, porém, quando presentes variam desde graus moderados até severos, sendo possível também encontrar casos de infecção bacteriana secundária (BARBOSA et al., 2012). Quando encontrados casos mais graves e generalizados da doença, o pênfigo foliáceo pode se manifestar de forma sistêmica, sendo principalmente relatados sinais de depressão, pirexia, claudicação, edema, linfoadenopatia e leucocitose neutrofílica (ABREU et al., 2014). 32 Figura 7. A, Equino. Pústula subcorneal com neutrófilos e células acantolíticas (setas). B, região inguinal, cão. Múltiplas pústulas presentes na pele pouco recoberta por pelos. A pele dentro da elipse preta foi injetada com anestésico local na preparação para coleta de biópsia. C, Face, cão. Estão presentes eritema, alopecia, erosão focal, crostas e despigmentação na superfície medial dos pavilhões auriculares, pele periocular, dorso do nariz e do plano nasal. D, Coxins, cão. Erosões (setas), despigmentação e crostas estão presentes. Fonte: Santos e Alessi (2016). 2.3 Epidemiologia O Pênfigo foliáceo pode acometer diversas espécies, mas principalmente a canina, que apresenta na maioria dos casos elucidados até então o inicio do aparecimento das lesões a partir dos quatro anos de idade (PATEL; FORSYTHE, 2020). É descrito principalmente com três possíveis formas de apresentação, a mediada por fármacos, como griseofulvina, fenilbutazona, penicilaminas, trimetoprinas e/ou sulfas, que acaba acometendo principalmente cães das raças Labrador, Retriever e Doberman Pinscher. A forma espontânea, mais comum em cães das raças Akita e Chow Chow, ou ainda, a forma relacionada com as dermatopatias crônicas (COVATTI, 2013). Sabe-se ainda que fatores genéticos e exposição aos raios ultravioletas podem influenciar no aparecimento da doença (PEREIRA et al., 2018). Segundo Patel e Forsythe (2020), alguns trabalhos 33 experimentais demonstraram que a exposição à luz ultravioleta tipo B (UVB) da pele não lesionada de cães levou a acantólise. Não há nada descrito até então sobre predisposição sexual, entretanto, Abreu et al. (2014) ainda descreve Collie, Dachshund, Spitz Alemão, Cocker Spaniel e Chihuahua como raças predispostas. 2.4 Diagnóstico O diagnóstico do pênfigo foliáceo é baseado através da resenha, anamnese completa e exame físico do paciente, assim como citologia das lesões e exame histopatológico das lesões de pele (ABREU et al., 2014). É fundamental para confirmação do diagnóstico, realizar a exclusão de todos os possíveis diferenciais (ZANHOLO, 2011). Na técnica de Tzanck, mais conhecida como citologia esfoliativa, deve-se utilizar o conteúdo contido dentro das pústulas integras, onde poderá ser observada a presença das células acantolítica (BARBOSA et al., 2012). Por maior que seja o crescimento da tecnologia de diagnóstico em todas as especialidades, a citologia ainda é um excelente método para o diagnóstico de muitas dermatoses, isso devido tratar-se de uma técnica de fácil execução e baixo custo (BRITO et al., 2009). Todavia, o uso bem-sucedido dessa técnica dependerá de fatores como: obtenção da amostra, adequada aplicação sob a lâmina, coloração adequada e um exame microscópico de qualidade (MADUREIRA; BRUM, 2017). No entanto, de acordo com Barbosa et al. (2012), a confirmação do pênfigo foliáceo só ocorre com a prática do exame histopatológico de pele, sendo o mesmo considerado o padrão ouro para confirmação do diagnóstico da doença. Não obstante, existem fatores que merecem atenção durante a realização do procedimento. Desde a escolha do local adequado para coleta da biopsia até a realização de múltiplas coletas para uma adequada e precisa avaliação (MADUREIRA; BRUM, 2017), sendo sempre necessário realizar-se a coleta das lesões primárias como as bolhas e pústulas (BARBOSA et al., 2012). O diagnóstico do pênfigo foliáceo através do histopatológico ocorre através da identificação de acantólise subcorneal superficial no estrato espinhoso superior ou granuloso, infiltrado inflamatório na epiderme e queratinócitos acantolíticos 34 individualizados e circulares acometendo os folículos pilosos (FONSECA et al., 2017). 2.5 Diagnóstico diferencial Dentre as afecções do complexo pênfigo, o pênfigo foliáceo, pênfigo eritematoso e pênfigo vulgar são as principais descritas acometendo os animais domésticos. No caso do pênfigo vulgar, a ausência de lesões na região da boca e a natureza generalizada dessas lesões de pele, são capazes de diferencia-lo do pênfigo foliáceo. O pênfigo eritematoso e outras afecções como lúpus eritematoso discoide, dermatite linear por IgA, dermatomiosite, foliculite bacteriana, leishmaniose cutânea, dermatofitoses, doenças seborreicas da pele, piodermite superficial, eritema migratório necrolítico superficial e pustelose eosinofólico, a diferenciação com pênfigo foliáceo ocorre no local de deposição das Igs na epiderme e o local onde as fendas acantolíticas são formadas, achados esses observados quando realizado adequada biopsia e exame histopatológico da pele (BARBOSA et al., 2012). No linfoma epiteliotrópico cutâneo, afecção considerada também um diferencial do pênfigo foliáceo, deve-se coletar um citológico das lesões para diferenciação das afecções, onde serão visualizados linfócitos atípicos. (FONSECA et al., 2017). Já no lúpus eritematoso sistêmico, o diagnóstico diferencial só ocorre se realizado um imuno-histoquimico (BARBOSA et al., 2012), método no qual ocorre uma exploração do princípio da ligação específica de anticorpos e antígenos no tecido biológico (WENER et al., 2005). 2.6 Tratamento Objetivam-se no tratamento do pênfigo foliáceo drogas capazes de suprimir a resposta imunológica. Entretanto, todo o esquema de terapia deve ser individualizado, devido cada paciente apresentar reações particulares e respostas individuais (BARBOSA et al., 2012). Ainda se descreve o uso dos glicocorticoides como fármacos de eleição, sendo a prednisona a de principal escolha paraos cães nas doses de 2 a 4mg/Kg na indução a cada 12 horas até remissão dos sinais 35 clínicos e de 0,5 a 2mg/Kg/48h na manutenção (ZANHOLO, 2011). É benéfico utilizar-se a maior dose no inicio do tratamento para que ocorra uma rápida resposta, entretanto, ao começo da remissão dos sinais clínicos, que ocorre entre duas a oito semanas, é imprescindível encontrar a menor dose acumulativa para o paciente, evitando maiores danos quando se pensa nos efeitos adversos que esses agentes podem causar (PATEL; FORSYTHE, 2020). Dentre os prejuízos causados pelo uso dos glicocorticoides, Barbosa et al. (2012) apontam a poliúria, polidipsia e a polifagia, até mesmo nos casos de pouca exposição ao fármaco. Enquanto quando o uso é elevado e prolongado, é descrito por Patel e Forsythe (2020), a inclusão de sinais de hiperadrenocorticismo iatrogênico, como o ganho de peso, redistribuição da gordura corpórea e a atrofia muscular, fato que pode ser elucidado devido a uma atrofia da adrenocortical. (ZANHOLO, 2011). Calcinose cutânea, hepatomegalia, piodermite, Diabetes Mellitus, infecções do trato urinário e distúrbios gastrointestinais são outras possíveis complicações (PATEL; FORSYTHE, 2020). Por mais que os hormônios esteroides sejam citados diversas vezes como agentes recomendados para o tratamento do pênfigo, devido controle efetivo das lesões e doença, muitos são os efeitos adversos mencionados na literatura, ainda mais nos caninos (SOUZA et al., 2015). A outra opção baseia-se no uso de medicamentos imunossupressores não esteroidais (como a azatioprina, ciclofosfamida, entre outros) isoladamente ou até mesmo em associação com glicocorticoides (ZAHOLO, 2011). De acordo com Abreu et al. (2014), essa associação, que recebe o nome de terapia heterodoxona, potencializa os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores, além de reduzir a dose dos fármacos e atenuar significantemente os efeitos adversos. Um exemplo é o uso da prednisona associada com azatioprina, indicados inclusive nos casos de pacientes portadores de obesidade e pênfigo foliáceo como também, nos casos de episódios recorrentes (BARBOSA et al., 2012). Essa combinação de tratamento tem sido relatada como a opção de diversos veterinários para chegarem até o controle da doença, quando o mesmo é atingido, o uso torna-se alternado, preconizando a administração do glicocorticoide em um dia e da azatioprina no outro, no caso, a dose de manutenção deste ultimo agente é de 0,5 mg/kg (ZANHOLO, 2011). 36 Os agentes citostáticos, como a azatioprina e ciclofosfamida, são considerados também as opções de tratamento quando o paciente não apresenta nenhuma resposta ao uso dos glicocorticoides, isso se explica por serem agentes imunossupressores mais potentes (PATEL; FORSYTHE, 2020). Contudo, assim como os glicocorticoides, o uso de ciclosporina também pode apresentar efeitos adversos, sendo o mais toxico deles relacionado com a supressão da medula óssea com trombocitopenia e anemia, que no geral, desenvolve-se gradualmente. Além de efeitos que incluem diarreia, podendo ser hemorragia ou não, hepatotoxicidade e pancreatite aguda (PATEL; FORSYTHE, 2020). É muito importante tratar corretamente o pênfigo foliáceo propriamente dito, entretanto, é de extrema importância tratar o paciente em si. Cada qual com sua particularidade e suas necessidades (ZANHOLO, 2011). Por isso, o tratamento tópico também é bastante preconizado, indicando-se o uso de xampus terapêuticos, sprays, pomadas, assim como é essencial realizar-se o uso de filtros solares com fatores acima de fator de proteção solar (FPS) 15 (ABREU et al., 2014). Além disso, segundo Barbosa et al. (2012), a administração sistêmica de Vitamina E e de ácidos graxos, podem trazer benefícios para determinados pacientes. E por não estarem isentos da possibilidade de infecções bacterianas secundárias, o uso de antibióticos sistêmicos como cefalexina, enrofloxacina ou amoxicilina com clavulanato de potássio podem ser necessários (ABREU et al., 2014). Independente do protocolo de eleição, por normalmente o paciente diagnosticado com PF precisar de tratamento pela vida inteira (LARSSON; LUCAS, 2018), o monitoramento com exames complementares como hematologia, bioquímicos, entre outros, é de máxima importância para a garantia de uma melhor qualidade de vida (PATEL; FORSYTHE, 2020). 3. RELATO DE CASO No dia 03 de agosto de 2020, um cão doméstico (Canis lúpus familiaris) chegou ao consultório da Clínica Veterinária Dermato Pet localizada em Ribeirão Preto – SP, para atendimento dermatológico. Tratava-se de uma fêmea SRD, com 4 anos de idade e peso de 8,3kg, apresentando como queixa principal múltiplas lesões 37 bolhosas nos membros pélvicos e membros torácicos, o que a levava a episódios de dores e dificuldades de locomoção. O tutor relatou que as lesões estavam espalhadas por todo o corpo, e que ao rompimento das mesmas, formavam-se cascas, queda de pelo e secreção amarelada e fétida. Relatou que as lesões tiveram inicio em novembro de 2019, e desde então, seguiu diversos protocolos indicados para tratamento, que na maioria das vezes não surtiram resultados e que nos casos com alguma melhora, acabavam reincidindo. Na ocasião o mesmo ainda relatou que o paciente já havia feito tratamento com alguns antibióticos (doxiciclina, enrofloxacina, cefalexina), além de aplicações tópicas com pomadas de mupirocina, cetoconazol e xampus a base de clorexidina e peróxido de benzoíla 2,5%, não havendo nenhuma resposta significativa aos tratamentos. Entretanto, relatou ainda que realizou tratamento com prednisolona, sendo apresentada uma pequena resposta e melhora do quadro, porém, com rápida recidiva quando se diminuía a dose ou quando se cessava o uso desse medicamento. Ainda na anamnese, segundo o tutor, protocolos de tratamento para dermatite trofoalérgica e dermatite atópica foram realizados. No caso da alergia alimentar, realizou-se protocolo de alimentação exclusiva apenas com ração monoproteica e água, entretanto, não houve melhora no quadro. Já para tratar a suspeita de dermatite atópica, produtos de limpeza foram restringidos. O tutor relata que foi indicado utilizar apenas sabão de coco e água. Além disso, foi aconselhado realizar a troca de todas as camas e roupas do paciente por tecido de algodão 180 fios. Ainda assim, o quadro não apresentou nenhuma resposta. O tutor relatou que no momento da consulta estava administrando maleato oclacitini (Apoquel®) como tentativa de tratamento. Durante o exame físico, foram observadas apenas alterações cutâneas. Na avaliação dermatológica notou-se toda extensão da pele eritematosa e hipertérmica. Lesões múltiplas eritematosas e alopécicas foram observadas por toda extensão da região dorsal, periocular e plano nasal. Presença de pústulas, vesículas exsudativas e colaretes epidérmicos na região do abdome. E nos membros pélvicos e membros torácicos (Figuras 8 e 9) foram observadas inúmeras vesículas e bolhas recém- rompidas. 38 Figura 8. Animal da espécie canina (SRD). Notam-se lesões múltiplas eritematosas e alopécicas. Fonte: Arquivo pessoal (2020). Figura 9. Animal da espécie canina (SRD). Observam-se lesões bolhosas recém rompidas. Fonte: Arquivo pessoal (2020). A citologia de pele foi requerida como exame complementar. Ao analisar lâmina (Figura 10) em aumento de 1000x foram observados queratinócitos acantolisados. 39 Figura 10. Exame de citologia de lesão em pele de cão. Imagem microscópica de lesão primária, apresentando queratinócitos acantolisados (seta). Visualização em aumento de 1000x e coloração Hematoxilina e Eosina (HE). Fonte: Arquivo pessoal (2020). Diante relato do tutor, todo o quadro clínico do paciente e os achadosda citologia, levantou-se como suspeita clínica o Pênfigo Foliáceo. A princípio, foi instituída uma associação de tratamento tópico e sistêmico visando melhorar o quadro do paciente. Para o tratamento tópico, xampu a base de clorexidina a 3% e condicionador a base de aveia coloidal foram prescritos, com a orientação de realizar banhos a cada três dias por três semanas, com uso exclusivo apenas desses produtos. Para tratamento sistêmico, foi prescrito o uso via oral de prednisolona 20mg/kg/VO com desmame sendo um comprido a cada 12 horas durante três dias, meio comprimido a cada 12 horas por três dias, finalizando com meio comprimido a cada 24 horas por mais três dias. Posteriormente, foi orientado entrar com prednisolona 5mg/kg/VO a cada 12 horas até o retorno. Os demais produtos e medicações que o paciente vinha fazendo uso foram suspensos. Para concluir diagnóstico, incialmente, realizou-se acompanhamento do paciente para avaliar a resposta ao tratamento. No dia 24 de agosto de 2020, 21 dias após a primeira consulta, o paciente voltou para retorno. O tutor relatou que realizou todo o tratamento prescrito, e que as lesões diminuíram. Entretanto, relatou que ao realizar as mudanças de dose da prednisolona ou quando atrasava o horário 40 da medicação, o paciente apresentava eritema cutâneo (Figura 11). Segundo o tutor, o paciente apresentou polifagia, voltou a realizar suas atividades normalmente, não apresentando mais dificuldade para andar. Figura 11. Animal da espécie canina. Nota-se eritema em todo região abdominal e lesão e face medial do metatarso esquerdo. Fonte: arquivo pessoal (2020). Foi orientado suspensão do uso da prednilosona por 21 dias para que a coleta de material para histopatológico fosse realizada. O tutor foi informado de que o quadro do paciente pioraria, mas que era necessário para concretizar o procedimento da biópsia. No dia 10 de setembro de 2020, paciente deu entrada para realização da biópsia cutânea. Realizou-se o procedimento sob tranquilização com MPA na dose 0,05mg/kg/SC de acepromazina, seguido de indução de 5mg/kg/EV com isoflurano e manutenção com 5mg/kg de isoflurano também por via inalatória. Por incisão, foi realizada coleta de três fragmentos extensos, com bordas transicionais, de caráter eritematoso e contendo pústulas. Para o pós-operatório, foram receitados tramadol 40mg, um comprimido a cada 8 horas durante 4 dias e amoxicilina com clavulanato de potássio 50mg a cada 12 horas. Prescreveu-se o uso da prednisolona e os banhos tópicos com xampu a base de clorexidina a 3% e condicionador a base de aveia coloidal para tratamento das 41 lesões e melhora do quadro da paciente, até que se obtenha o resultado do histopatológico. No dia 26 de setembro de 2020, durante retorno, tutor relatou que o paciente apresentou melhora com o uso da prednisolona. O laudo da avaliação histopatológica revelou que um dos fragmentos apresentou presença de camada córnea com áreas multifocais contendo crostas serocelulares densas com grande quantidade de neutrófilos íntegros, material seroso e paraqueratose. Evidenciaram-se presença de células acantolíticas degenerada no interior da crosta e na camada córnea. Em outros campos e ocupando menor proporção do fragmento foram observados presença de hiperqueratose discreta com áreas de paraqueratose. A epiderme revelou na maior parte dos campos presença de acantólise irregular discreta à moderada associada a presença de espongiose discreta e áreas focais de exocitose de neutrófilos e eosinófilos, sendo observadas sob as crosas presença de áreas de exulceração. Na derme foram encontrados infiltrado inflamatório perivascular à intersticial composto por neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos com áreas focais com presença de acantólise e derrame de fibrina. A epiderme de outro fragmento apresentou acantólise irregular com áreas de espongiose e exulceração da camada córnea com áreas de exocitose neutrófilos e eosinófilos. Na derme superficial, observaram-se moderado infiltrado inflamatório, de distribuição perivascular a intersticial, composta predominantemente de quertinócitos acantolisados e neutrófilos, acompanhando de eosinófilos, linfócitos e plasmócitos. A epiderme de outros campos apresentou acantólise irregular com áreas de espongiose e exocitose de neutrófilos e eosinófilos. Não foram observados fungos e parasitas ou sinais de malignidade nas amostras analisadas (Figura 12). 42 Figura 12. Diagnóstico pênfigo foliáceo em cadela SRD. Nota-se presença de células acantolíticas. Fonte: Imagem gentilmente cedida pela Médica Veterinária MV Rayssa de Moura Barbosa, laboratório HistoPet-SP (2020). Conclui-se no laudo que as lesões caracterizam uma dermatite perivascular à intersticial com áreas múltiplas de exsudação e formação de crostas serocelulares densas e que os fragmentos analisados apresentaram um quadro morfológico compatível ao Pênfigo Foliáceo, confirmando a suspeita clínica. Para tratamento, o protocolo recomendado foi a Ciclosporina como agente terapêutico único, sendo a dose receitada de 5mg/kg duas vezes ao dia. Entretanto, devido à ação desse fármaco não ser imediata, o paciente segue com a prednisolona só que em fase de desmame. O tutor foi orientado em administrar a prednisolona na dose de 5mg a cada 72 horas, e relatou que o paciente responde bem. O perfil glicêmico já está sendo realizado diariamente desde a primeira semana de uso, e acompanhamentos como perfil hepático e renal começarão a ser realizados a partir dos trinta dias de administração do agente, semestralmente. 43 4. DISCUSSÃO Nas dermatopatias autoimunes, o pênfigo foliáceo é considerado a afecção mais encontrada nos cães, principalmente nos casos em que enfermidades dermatológicas são diagnosticadas erroneamente, não respondendo a tratamentos convencionais (ARAUJO; GONDIM, 2019). É descrito na literatura que sua etiologia não é completamente elucidada, mas que existem fatores que podem desencadear o aparecimento da doença (PATEL; FORSYTHE, 2020). Classificam-se os fatores genéticos relacionados à raça como endógenos, enquanto os fatores relacionados aos fármacos, infecções virais e dermatopatias crônicas são classificados como exógenos (BARBOSA et al., 2012). Quando pensamos em fatores genéticos, o SRD não é citado na literatura como raça predisposta, e quando relacionado aos fatores exógenos, não houve relato de infecções virais ou dermatopatias crônicas. Entretanto, quando relacionamos com a forma mediada por fármacos, o paciente do relato se encaixa no quadro, já que segundo relato do tutor administraram-se distintos medicamentos por períodos prolongados. O paciente do caso tem quatro anos de idade, estando de acordo com o descrito na literatura, já que segundo Barbosa et al. (2012), a idade mais comum para manifestação do pênfigo foliáceo no cão ocorre entre os quatro anos. Em relação às lesões, o que foi relatado e observado no paciente do presente relato caminha com o que é descrito, principalmente sobre o aparecimento de pústulas que se rompem rapidamente, resultando na formação extensiva de crostas (PATEL; FORSYTHE, 2020). Destacam-se também, erupções, alopsia e eritema acometendo normalmente a face, plano nasal, área auricular, região abdominal e coxins plantares (ALVES et al., 2014). Na forma sistêmica, relatou-se que o animal apresentou depressão, claudicação, alterações essas descritas na literatura, tendo ainda pirexia, linfoadenopatia e leucocitose neutrófila como outras possíveis alterações sistêmicas (ABREU et al., 2014). Para diagnóstico, necessita-se levar em conta todo o histórico do paciente, aspectos das lesões e achados complementares (BARBOSA et al., 2012). Na analise da lâmina de citologia do paciente relatado, foipossível identificar queratinócitos acantolíticos. Cita-se a citologia como um importante método auxiliar quando realizado coleta de lesões integras e primárias. Ao analisar a lâmina, a 44 identificação de queratinócitos acantolíticos pode-se direcionar o caso a uma maior suspeita de pênfigo foliáceo (LARSSON; LUCAS, 2018). No paciente do caso, o procedimento de biopsia de pele foi realizado corretamente, de acordo com o que é descrito e recomendado por Barbosa et al. (2012). Múltiplos fragmentos de áreas diferentes devem ser coletados de forma incisiva, preservando a superfície da lesão. O resultado do exame histopatológico do paciente pode confirmar o diagnóstico do exame citológico ao evidenciar células acantolíticas soltas na epiderme, esféricas e com hipercromasia nuclear, como é descrito na literatura (LARSSON; LUCAS, 2018). Para terapia do pênfigo foliáceo no quadro relatado, elegeu-se o uso da ciclosporina como agente único. De acordo com Abreu et al. (2014), a ciclosporina é um agente imunossupressor que vem sendo bastante utilizado na medicina humana, onde o princípio de ação ocorre por meio do bloqueio das proteínas reguladoras da ativação de genes indutores de células T-helper e de células citotóxicas. Segundo a autora, esse agente terapêutico pode ser associado aos corticoides, entretanto, a mesma ainda cita que a ciclosporina também pode ser administrada como agente terapêutico único. A dose prescrita foi de 5-10mg/kg a cada 24 horas, coincidindo com o que é descrito na literatura. (PATEL; FORSYTHE, 2020). É descrito que o uso da Ciclosporina inclui efeitos colaterais como vômitos, diarreia e anorexia. O tutor foi orientado sobre essas possíveis condições e sobre a necessidade dos acompanhamentos de perfil glicêmico, renal e hepático. (PATEL; FORSYTHE, 2020). 45 5. CONCLUSÃO Mesmo diante de todos os avanços e tecnologias de diagnóstico, as doenças imunológicas que acometem o sistema tegumentar acabam sendo ignoradas quando é necessário formular uma suspeita clínica. O pênfigo foliáceo é considerado a dermatopatia mais comum entre as doenças dermatológicas autoimunes, e ainda assim, o seu diagnóstico é um grande desafio na clínica de pequenos animais, levando a quadros extensos de falhas terapêuticas e recidivas constantes. O objetivo de terapia da doença consiste em reduzir a atividade do sistema imunológico, onde na maioria dos casos, esse protocolo deverá ser realizado pela vida toda do animal. Mesmo sendo muito descrito o uso de glicocorticoides como tratamento para pênfigo foliáceo, os efeitos adversos causados pelo uso prologando da droga diminui a expectativa e a qualidade de vida do animal. Hoje, diversos relatos comprovam a reposta da ciclosporina no tratamento do pênfigo foliáceo, que quando comparada ao uso da prednisolona, possui efeitos adversos menos agressivos, assim como, uma melhor reposta ao quadro do paciente. Sendo assim, conclui-se que o diagnóstico precoce e o inicio do tratamento correto são aspectos fundamentais quando pensamos sobre bem-estar e qualidade de vida do paciente. 46 REFERÊNCIAS ABREU, C. R.; ORDANI, A. C.; PARPINELLI, A. C.; PEREIRA, L. F.; DIAS, F. G. G. Pênfigo foliáceo canino refratário ao tratamento com corticoide sistêmico: relato de caso. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 2279-2290. 2014. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/AGRARIAS/penfigo.pdf. Acesso em: 29 out. 2020. ALVES, H. M.; ALVES, L. M.; SANTOS E REIS, M. F.; ROMANI, A. F. Pênfigo foliáceo canino: relato de caso. Enciclopédia Biosfera, Centro Cientifico Conhecer, Goiânia, v. 10, n. 19. 2014. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/penfigo.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. ARAUJO, A. K. L.; GONDIM, A. L. C. L. Pênfigo foliáceo canino: relato de caso. PubVet, Paraná, v. 13, n. 1, p. 1-9, nov. 2019. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/uploads/adff2be869092feba8bfc0f7a1502288.pdf. Acesso em: 16 nov. 2020. BARBOSA, M. V. F.; FUKAHORI, F. L. P.; DIAS, M. B. M. C.; LIMA, E. R. Patologia do pênfigo foliáceo em cães: revisão de literatura. Medicina Veterinária, Recife, v. 6, n. 3, p. 26-31, jul./set. 2012. BRITO, M. M. C.; ARRUDA, D.; ROSELINO, A. M.; TARQUÍNIO, D. C.; COSTA, R. S. Citologia de Tzanck: redescobrindo uma antiga ferramenta diagnóstica. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 84, n. 4, p. 431-433. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/abd/v84n4/v84n04a19.pdf. Acesso em: 29 out. 2020. COVATTI, V. L. Atividades do estágio supervisionado obrigatório: clínica médica e cirúrgica de pequenos animais. 2013. 71 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal do Paraná, Palotina, 2013. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/35425/TCC%20- %20Clinica%20de%20Pequenos%20Animais%20-%20Vanessa%20Covatti%20- %20UFPR.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 out. 2020. FONSECA, L. A. F.; ALVES, C. A. X. M.; APRAHAMIAN, I; PINTO, C. A. L. P. Pênfigo foliáceo como diagnóstico diferencial em lesões vesicobolhosas. Einstein, São Paulo, v. 15, n. 2, abr./jun. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679- 45082017000200220&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 29 out. 2020. LARSSON, C. E.; LUCAS, R. Tratado de medicina externa: dermatologia veterinária. Rio de Janeiro: Atheneu Editora, 2018. http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014a/AGRARIAS/penfigo.pdf http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/penfigo.pdf https://www.pubvet.com.br/uploads/adff2be869092feba8bfc0f7a1502288.pdf https://www.scielo.br/pdf/abd/v84n4/v84n04a19.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082017000200220&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1679-45082017000200220&script=sci_arttext&tlng=pt 47 MADUREIRA, R.; BRUM, J. S. Diagnóstico dermatológico em pequenos animais: o que pode influenciar? Archives of Veterinary Science, Paraná, v. 22, n. 4, p. 9-19. 2017. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/56944/34427. Acesso em: 30 out. 2020. PATEL, A.; FORSYTHE, P. Dermatologia em pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier Professional, 2020. PEREIRA, A. L.; NICCHIO, B. O.; SANTOS, L. M.; LIMA, D. T.; FERREIRA, J. L. S. B. A.; SILVA, I. G.; CARNEIRO, R. L. Pênfigo foliáceo em um cão jovem sem raça definida: relato de caso. PubVet, Paraná, v. 12, n. 9. 2018. Disponível em: https://www.pubvet.com.br/artigo/5063/pecircnfigo-foliaacuteceo-em-um-catildeo- jovem-sem-raccedila-definida-relato-de-caso. Acesso em: 30 out. 2020. SANTOS, R. L.; ALESSI, A. C. Patologia veterinária. Roca: São Paulo, 2016. SOUZA, F.; NAUMES, L. B.; BATISTA, M. H.; MODESTO, W. F.; SILVA, W. A. Complexo pênfigo em pequenos animais: revisão de literatura. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 14., 2015, Ourinhos. Anais [...]. Ourinhos: Faculdades Integradas de Ourinhos. WENER, B.; CAMPOS, A. C.; NADJI, M.; TORRES, L. F. B. Uso prático da imuno- histoquímica em patologia cirúrgica Practical use of immunohistochemistry in surgical pathology. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, Rio de Janeiro, v. 41, n. 5, p. 353-364. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpml/v41n5/a11v41n5.pdf. Acesso em: 29 out. 2020. ZANHOLO, A. B. Pênfigo foliáceo em cães. 2011. 21 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2011. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/121810/zanholo_ab_tcc_botfmvz .pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 29 out. 2020. https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/56944/34427 https://www.pubvet.com.br/artigo/5063/pecircnfigo-foliaacuteceo-em-um-catildeo-jovem-sem-raccedila-definida-relato-de-caso
Compartilhar