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Tópico 2 - Os Fundamentos da Oferta e da Demanda

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1 
 
 
Tópico 2 - Fundamentos da Oferta e da Demanda 
 
Introdução 
 
Neste tópico vamos introduzir o aluno no campo da Teoria Microeconômica. Como 
dissemos anteriormente, a Teoria Microeconômica preocupa-se em estudar o 
comportamento econômico das unidades econômicas individuais, tais como 
consumidores, empresas e proprietários de recursos. Ela trata, basicamente, dos fluxos 
de bens e serviços das empresas para os consumidores, dos fluxos dos recursos 
produtivos dos seus proprietários para as empresas, da composição desses fluxos e da 
formação dos preços dos componentes desses fluxos. 
 
Iniciaremos nosso estudo pelo modelo simples de oferta e de demanda, procurando 
mostrar como funcionam os mercados competitivos e a maneira que preços e 
quantidades são determinados nesse tipo de mercado. 
 
Definição da Demanda 
 
A demanda (ou procura) de um indivíduo por determinado bem (ou serviço) refere-se à 
quantidade desse bem que ele deseja e está capacitado a comprar, por unidade de tempo. 
Nessa definição, três elementos devem ser destacados: 
 
i) A demanda é uma aspiração, um desejo, e não a realização do desejo. A 
realização do desejo se dá pela compra do bem desejado. Logo não se pode 
confundir demanda com compra. 
ii) Para que haja demanda por um bem é preciso que o indivíduo esteja 
capacitado a pagar por esse bem. Em outras palavras, é preciso que ele tenha 
renda que lhe permita participar do mercado desse bem. Na realidade, nem 
todo desejo do consumidor se manifesta no mercado sob a forma de 
demanda. O desejo de um consumidor comprar um bem somente influirá no 
preço de mercado desse bem se tal desejo puder ser traduzido em uma 
demanda monetária para o bem em questão. Em economia, demanda 
significa desejo apoiado por dinheiro suficiente para comprar o bem 
desejado. Exemplificando, embora inúmeros indivíduos desejem comprar 
um carro importado, com certeza poucos têm efetivamente posses para isso. 
Assim, somente a demanda daqueles que têm dinheiro suficiente para 
compra-los pode afetar o preço dos carros importados. 
iii) A demanda é um fluxo por unidade de tempo, ou seja, devemos expressar a 
procura por uma determinada quantidade em um determinado período de 
tempo. Assim, se dissermos que João deseja adquirir 20 litros de leite, e que 
essa é sua demanda, estaremos incorrendo em erro, uma vez que não teremos 
especificado a unidade de tempo em que João deseja comprar os litros de 
leite (se por dia, semana, mês, ano ou outra unidade de tempo qualquer). 
Para que a informação esteja correta, é preciso que se diga que João deseja 
adquirir 20 litros de leite por mês (por exemplo) sendo esta, então a sua 
demanda de leite. 
 
Feitas essas observações, devemos identificar quais os elementos que influenciam a 
demanda do consumidor por um determinado bem ou serviço. Os principais fatores que 
podem influenciar a demanda da maioria dos bens são: 
 2 
 
 
 
1) Preço do bem: a quantidade demanda de um bem é influenciada por seu preço. 
Normalmente é de se esperar que quanto mais alto for o preço de um bem, 
menor deverá ser a quantidade que o consumidor desejará adquirir desse bem. 
Inversamente, quanto mais baixo for o preço, maior deverá ser a quantidade que 
o consumidor desejará adquirir desse bem. 
2) Renda: para a maioria dos bens é de se esperar que uma elevação na renda do 
consumidor esteja associada a uma elevação nas quantidades compradas. 
 
Essa é a regra geral, e os bens que têm essa particularidade são chamados de Bens 
Normais. Existem, entretanto, duas possíveis exceções a esse padrão geral. É o caso dos 
denominados Bens Inferiores e Bens de Consumo Saciado. 
 
Os Bens Inferiores são aqueles cuja demanda varia inversamente às variações ocorridas 
na renda do consumidor, dentro de uma certa faixa de renda. Isso significa que a 
demanda desse tipo de produto diminui quando a renda do consumidor aumenta, e 
aumenta quando a renda do consumidor sofre redução. Como exemplos de bens 
inferiores podemos citar a carne de segunda e as roupas usadas, normalmente adquiridas 
por famílias pobres. Assim, conforme a renda do consumidor se eleva, ele passa a ter 
condições financeiras de comprar bens de melhor qualidade. A ideia é a que o 
consumidor troca os produtos anteriormente consumidos por outros de qualidade 
superior (por exemplo, carne de segunda por carne de primeira) tão logo tenha 
condições de fazê-lo. 
 
3) Gosto e Preferência do Consumidor: a demanda de um determinado bem 
depende dos hábitos e preferências do consumidor. Estes, por sua vez, 
dependem de uma série de circunstâncias, tais como idade, sexo, tradições 
culturais, religião e até educação. Mudanças nesses hábitos e preferências podem 
provocar mudanças na demanda desse bem. 
4) Preço dos Bens Relacionados: a demanda de um bem pode ser afetada pela 
variação no preço de outros bens. Isso ocorre em relação aos denominados Bens 
Complementares e Bens Substitutos. 
 
Os Bens Complementares são aqueles que tendem a aumentar a satisfação do 
consumidor quando utilizados em conjunto. Nesse caso, a elevação no preço de um 
deles produz uma redução da demanda do outro, e uma diminuição no preço de um 
conduz a uma aumento na demanda do outro. É o caso, por exemplo, do pão e da 
manteiga. Assim, um aumento no preço do pão tende a reduzir a demanda de manteiga. 
Devemos observar que a complementaridade pode ser técnica, caso da caneta-tinteiro e 
tinta, automóvel e gasolina, ou psicológica, tal como restaurante com música. 
 
Os Bens Substitutos, por sua vez são aqueles cujo consumo de um pode substituir o 
consumo de outro. Nesse caso haverá uma relação direta entre o preço de um bem e a 
demanda do outro. Em outras palavras, uma elevação no preço de um bem produzirá 
aumento na demanda do outro bem (e uma redução no preço de um provocará redução 
na demanda do outro). A manteiga e a margarina, ao que parece, enquadram-se nessa 
classificação. Assim, um aumento no preço da manteiga deverá elevar a demanda de 
margarina (e uma diminuição no preço da manteiga deverá diminuir a demanda de 
margarina). Outros exemplos de bens substitutos seriam leite em pó e leite fresco, carne 
de frango e carne bovina etc. 
 3 
 
 
 
5) Expectativas sobre Preços, Rendas ou Disponibilidade: As expectativas que as 
pessoas têm em relação ao futuro dos seus rendimentos e em relação ao 
comportamento dos preços também exercem papel fundamental na demanda por 
bens e serviços. Assim, se um consumidor acredita que, no futuro, terá um 
aumento substancial em seus rendimentos, poderá estar disposto a gastar mais 
hoje do que uma pessoa que acredita que virá a ter um rendimento bem menor 
no futuro. Da mesma forma, se o consumidor acredita que os preços aumentarão 
no futuro próximo, pode aumentar a demanda corrente de bens estocáveis, 
prevenindo-se, assim, de eventuais aumentos de preços. Aumentos nas 
demandas correntes por determinados bens e serviços também poderão ocorrer 
caso as pessoas acreditem que esses bens e serviços vão escassear no futuro (ou 
seja, que haverá menor disponibilidade desses bens no futuro). 
 
Observando os determinantes da demanda, verificamos que todos podem variar 
simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada um deles, isoladamente, 
exerce sobre a demanda. 
 
Para contornar esse problema vamos nos valer da imposição da condição coeteris 
paribus, expressão latina que significa tudo o mais permanecendo constante. 
Partimos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a suposição 
de que a renda do consumidor, os preços dos bens relacionados, os gostos e preferências 
e as expectativas permaneçam inalterados (isso não significa que esses fatores não 
existam, mas tão somente que seu valor permanece o mesmo durante a análise). Assim, 
procedendo, conseguimos identificar o efeito que apenas as mudanças de preço 
provocam nas quantidadesdemandadas do produto objeto de análise. 
 
É como se os consumidores, a cada redução (aumento) de preço desse produto, 
conferissem a sua renda, seus gostos e preferências, os preços dos bens relacionados, 
suas expectativas, e somente depois de constatar que esses elementos não se alteram, se 
dispusessem a comprar mais (menos) desse bem. Chamamos a atenção para o fato de 
que se todos os fatores determinantes da demanda permanecem com o mesmo valor 
(com exceção do preço), variações nas quantidades demandadas de determinado bem só 
podem ser atribuídas a variações do preço desse bem. Dizemos então, que a demanda do 
bem em questão depende do preço, coeteris paribus. Naturalmente, esse procedimento 
pode ser estendido a todos os elementos que influenciam a procura. 
 
 
A Curva de Demanda 
 
A curva da demanda informa a quantidade de bens e serviços que os consumidores 
desejam comprar a determinado preço, em determinado período de tempo. Podemos 
escrever essa relação entre a quantidade demandada e os preços como uma equação: 
 
QD = f(P) 
 
Note que a curva de demanda nessa figura, indicada por D de Demanda, é descendente: 
os consumidores geralmente estão dispostos a comprar quantidades maiores se o preço 
está mais baixo. Por exemplo, um preço mais baixo pode estimular consumidores que já 
tenham adquirido tal mercadoria a consumir quantidades maiores. Além disso, pode 
 4 
 
 
permitir que outros consumidores que anteriormente não dispunham de poder aquisitivo 
para comprar tal mercadoria comecem a adquiri-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A demanda pode ser deslocada por variações na: Renda (R), Gosto ou preferência (g), 
Preço dos Bens Substitutos (PS), Preço dos Bens Complementares (PC), Expectativa de 
renda (Re), de Disponibilidade (De) e de Preços (Pe). 
 
Um aumento da R, um aumento de Ps, redução dos Pc, expectativas favoráveis (seja de 
aumento Re, queda de De e/ou aumento de Pe) e um choque favorável nas preferências 
dos consumidores (g) desloca a curva de demanda para a direita ou para cima (de D0 
para D1), conforme mostra a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma redução da R, uma redução de Ps, aumento de Pc, expectativas desfavoráveis (seja 
de redução Re, aumento de De e/ou redução de Pe) e um choque desfavorável nas 
preferências dos consumidores (g) desloca a curva de demanda para a esquerda ou para 
baixo (de D0 para D2), conforme mostra a figura acima. 
 
Suponhamos agora que ocorra uma redução na renda. Como isso afeta a curva de 
demanda considerando duas hipóteses: i) com o preço fixo e ii) com a quantidade 
ofertada fixa. 
 
D1 (R, Ps, Pc, Re, De, Pe, g ) 
D0 
D2 (R, Ps, Pc, Re, De, Pe, g ) 
) 
P 
QD 
QD0 
P0 
D 
P 
QD 
 5 
 
 
Diante da hipótese de preço fixo, um aumento da renda provoca um deslocamento da 
curva de demanda para direita ou para cima gerando um aumento da quantidade 
demanda (de QD0 para Q
D
1). O inverso também é verdadeiro para uma queda na renda 
dos consumidores. A curva de demanda se desloca para esquerda ou para baixo (de D0 
para D2), dado o preço, ocorre uma redução da quantidade demanda de Q
D
0 para Q
D
2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alternativamente, com quantidade fixa em QD0, podemos perguntar que preço os 
consumidores pagariam para adquirir essa quantidade QD0 à medida que a renda sofre 
modificações. 
 
Um aumento da renda desloca a curva de demanda para a direita (de D0 para D1) que, 
dada a quantidade produzida, gera um aumento de preços de P0 para P1. 
 
Do mesmo modo, uma redução da renda desloca a curva de demanda para a esquerda 
(de D0 para D2) que, dada a quantidade produzida, gera uma redução no preço de P0 
para P2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, variações de preços NÃO desloca a curva de demanda. Ocorre apenas um 
movimento AO LONGO da própria curva de demanda de origem. Por outro lado, 
variações na renda (ou outros fatores que influenciam a demanda) dos consumidores, 
P2 2 
QD2 
2 
D2 
D2 
1) ↑R →(dado P) →↑QD. 
2) ↓R →(dado P) →↓QD. 
 
 
 
QD0 QD1 
D1 
0 
P0 
1 
D0 
P 
QD 
1) ↑R →(dado QD) →↑P. 
2) ↓R →(dado QD) →↓P. 
 
 
 
P1 
D1 
0 
P0 
1 
D0 
P 
QD QD0 
 6 
 
 
esta SIM, desloca a curva de demanda PARA A ESQUERDA OU PARA A 
DIREITA. 
 
Observe que quando o preço é fixo, a resposta em relação à redução (ou aumento) da 
renda É TODA dada sobre as QUANTIDADES. Por outro lado, quando a quantidade é 
fixa, a resposta em relação à redução (ou aumento) da renda É TODA dada sobre os 
PREÇOS. 
 
Diante disso, empregaremos a expressão mudança na demanda para nos referirmos aos 
deslocamentos da curva da demanda, e a expressão mudança nas quantidades 
demandadas para a situação em que ocorrem movimentos ao longo da curva da 
demanda. 
 
Definição da Oferta 
 
Define-se por oferta individual de um bem ou serviço a quantidade desse bem que um 
único produtor deseja vender no mercado, por unidade de tempo. Dois elementos devem 
ser destacados nessa definição: 
 
i) A oferta é uma aspiração, um desejo, e não a realização do desejo. A oferta é 
um desejo de vender (um bem, um serviço). A realização do desejo se dá 
pela venda do bem. Logo, não se pode confundir oferta com venda. 
ii) A oferta, da mesma forma que a demanda, é um fluxo por unidade de tempo, 
ou seja, devemos expressar a oferta de uma mercadoria como uma 
determinada quantidade em um determinado período de tempo. Assim, se 
dissermos que um produtor deseja oferecer 50 kg de açúcar, e que é essa sua 
oferta, estamos incorrendo em erro, uma vez que não especificamos a 
unidade de tempo em que o produtor deseja oferecer a mercadoria (se por 
dia, semana, mês, ano, ou outra unidade de tempo qualquer). Para que a 
informação esteja correta, é preciso que se diga que o produtor deseja 
oferecer 50 kg de açúcar por mês (ou outra unidade de tempo qualquer), 
sendo esta, então, a sua oferta de açúcar. 
 
Feitas essas observações, devemos identificar quais os elementos que influenciam a 
oferta de um determinado bem ou serviço. Os principais fatores que podem influenciar a 
oferta da maioria dos bens são: 
 
1) O Preço do Bem: normalmente, podemos esperar a existência de uma relação 
direta entre a quantidade ofertada e o preço. Nessas condições, quanto maior for 
o preço de um bem, maior deverá ser sua quantidade ofertada no mercado. E 
vice-versa. 
 
É certo que na análise do comportamento do ofertante devem ser sempre relacionados o 
custo de produção e/ou distribuição e a receita total a obter. Se o preço de venda 
alcançado pelo produto no mercado não for suficiente para cobrir o custo de produção, 
não haverá estímulo para se oferecer a mercadoria. Essa relação entre quantidade e 
preço deverá apresentar, portanto, um limite mínimo dado pelo custo de produção. Por 
outro lado, deverá apresentar também um limite máximo, dado pelo pleno emprego dos 
fatores de produção, quando então a quantidade ofertada se tornará constante, 
independentemente das elevações de preços que possam vir a ocorrer. 
 7 
 
 
 
2) Preços dos Fatores de Produção: A quantidade de um determinado bem que um 
produtor individual deseja oferecer no mercado depende dos preços dos fatores 
de produção. De fato, os preços pagos pela utilização dos fatores de produção, 
juntamente com a tecnologia empregada, determinam o custo de produção. 
Reduções nos preços desses fatores (nos níveis salariais, nos preços de matérias-
primas, nas despesas de capital, etc.) diminuem os custos, tornando a produção 
mais lucrativa. O aumento na lucratividade estimula a empresa a aumentar a 
produção e a oferta de seu produto no mercado. Inversamente, elevações nos 
preços dos fatores de produção acarretam aumentos de custos e diminuição na 
lucratividade, desestimulando a produção e diminuindo a oferta. 
3) Tecnologia: o estadoatual da tecnologia (isto é, o estado de conhecimento a 
respeito dos diversos métodos de produção) também se relaciona diretamente 
com os custos de produção. Avanços tecnológicos que permitam obter um 
volume maior de produção a custos menores aumentarão a lucratividade da 
empresa produtora do bem cujo processo foi beneficiado pela evolução 
tecnológica, estimulando a produção e aumentando a oferta do bem produzido 
por essa empresa no mercado. 
 
Por exemplo, a introdução de uma nova máquina que permita obter uma produção maior 
por unidade de tempo permitirá a empresa que adote essa nova máquina aumentar a 
quantidade a ser ofertada desse produto no mercado. 
 
4) Expectativas de preços: o produtor, na sua decisão de produção atual, também 
leva em consideração as alterações esperadas de preços. Por exemplo, se um 
criador de gado acredita que haverá um aumento no preço da carne no futuro, é 
provável que retenha o fornecimento atual de gado para o abate, a fim de 
aproveitar preços mais altos posteriormente. Isso provoca uma diminuição na 
oferta atual da carne. 
5) Condições Climáticas: relativamente a alguns produtos, especialmente produtos 
agrícolas, as condições climáticas exercem grande influência na oferta. 
Exemplificando, uma fazenda na qual se produza café poderá sofrer uma grande 
redução na produção desse bem caso ocorra uma geada. Se isso acontecer, a 
oferta de café por parte desse produtor deverá diminuir. 
6) Taxa de juros: é comum aos empresários recorrerem a empréstimos para 
financiarem a produção, porém o custo desse empréstimo é representado pela 
taxa de juros. Desse modo, quanto maior a taxa de juros, maior o custo de 
produção e, portanto, menor tende a ser a oferta. Por outro lado, redução na taxa 
de juros significa estímulo para os empresários aumentarem a produção. 
 
Observando os determinantes da oferta, verificamos que todos podem variar 
simultaneamente, ficando difícil avaliar o efeito que cada um deles, isoladamente, 
exerce sobre a oferta. Para contornar esse problema vamos nos valer novamente da 
imposição da condição coeteris paribus. 
 
Permitimos, por exemplo, que o preço de um produto se modifique, fazendo a suposição 
de que o preço dos fatores de produção, a tecnologia, as expectativas e as condições 
climáticas (quando for o caso) permaneçam inalterados (isso não significa dizer que 
esses fatores não existam, mas tão somente que o seu valor permanece o mesmo durante 
a análise). Assim procedendo, conseguimos identificar o efeito que somente as 
 8 
 
 
mudanças de preço provocam nas quantidades ofertadas do produto analisado. Dizemos, 
então que a quantidade ofertada desse bem depende do seu preço, coeteris paribus. 
 
Chamamos a atenção para o fato de que se todos os fatores determinantes da oferta 
permanecem com o mesmo valor, variações nas quantidades ofertadas do bem analisado 
só podem ser atribuídas a variações no preço do próprio bem. Naturalmente, esse 
procedimento pode ser estendido a todos os elementos que influenciam a oferta. 
 
A Curva de Oferta 
 
A curva de oferta informa a quantidade de bens e serviços que as empresas estão 
dispostas a vender a determinado preço e em determinado período de tempo, mantendo-
se constantes quaisquer fatores que possam afetar a quantidade ofertada. A curva O da 
figura abaixo ilustra isso. O eixo das ordenadas (vertical) do gráfico mostra o preço da 
mercadoria, P. Esse é o preço que os vendedores recebem por determinada quantidade 
ofertada. O eixo abscissas (horizontal) mostra a quantidade total ofertada, QO, medida 
em unidades por período. 
 
A curva da oferta é, assim, uma relação entre quantidade ofertada (QO) e preço (P). 
Podemos escrever essa relação por meio de uma equação: 
 
QO = f(P) 
 
Ou graficamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Onde: P = Preço; QO = quantidade ofertada; O = curva de oferta1. 
 
A curva de oferta é ascendente porque, quanto maior o preço, maior será a capacidade e 
o desejo das empresas de produzir e vender. Por exemplo, um preço mais alto pode 
permitir que as empresas existentes aumentem sua produção no curto prazo, por meio da 
contratação de trabalhadores adicionais, ou então por meio de horas extras trabalhadas 
pelos funcionários atuais (a um custo mais alto para a empresa). Podem também 
aumentar a produção no longo prazo, por meio da expansão de suas fábricas. O preço 
mais alto também pode atrair para o mercado novas empresas, que se defronta com 
custos mais altos, em virtude de sua inexperiência, e que, portanto, teria considerada 
 
1 Oferta em inglês é supply, por isso a curva de oferta é representa por S em alguns manuais. 
P0 
QS0 Q 
P 
O 
 9 
 
 
não vantajosa sua entrada no mercado a preços mais baixos (a expectativa do custo era 
maior que a de lucro a um preço baixo). 
 
A curva de oferta pode ser deslocada por variações nos Preços dos Fatores de Produção 
(PFP), choques de Tecnologia (T), pelas expectativas de Preços do bem (P
e) e pelas 
Condições Climáticas (Cc). 
 
Uma redução de PFP, um choque favorável de tecnologia (TcF), expectativas de reduções 
de preços do bem (Pe), uma redução da taxa de juros (i) e condições climáticas 
favoráveis (CCF), desloca a curva de oferta para a direita, conforme mostrado no gráfico 
abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um aumento de PFP, um choque desfavorável de tecnologia (T), expectativas de 
aumentos de preços do bem (Pe) e condições climáticas desfavoráveis (CcD), desloca a 
curva de oferta para esquerda, conforme mostrado no gráfico acima. 
 
Observe que em linhas gerais, a curva de oferta se relaciona fortemente com os custos 
de produção. Então, suponhamos agora que ocorra uma variação no custo total da 
empresa. Como isso afeta a quantidade ofertada? Vejamos como isso poderia acontecer 
diante de duas hipóteses: i) com o preço fixo e ii) com a quantidade ofertada fixa. 
 
Uma redução do custo total (provocada por exemplo, pela queda dos preços dos fatores 
de produção) desloca a curva de oferta para baixo ou para a direita (de O0 para O1), 
aumentando a produção de QO0 para Q
O
1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 QO2 
2 
O2 
1) ↓CT→(dado P) →↑lucro→↑QO 
2) ↑CT→(dado P) →↓lucro→↓QO 
 
 
 
 
 
O2 (PFP, TCD, P
e, CCD, i,) 
O1 (PFP, TCF, Pe, CCF, i) 
O0 
P 
QO 
QO1 Q
O
0 
0 
O1 
P0 
O0 
1 
P 
QO 
 10 
 
 
Com um custo de produção menor, a produção se torna mais lucrativa e isso estimula as 
empresas existentes a expandirem a produção e possibilita a entrada de novas empresas 
no mercado. Se ao mesmo tempo o preço de mercado se mantém constante em P0, 
devemos observar uma quantidade ofertada maior. 
 
O efeito inverso também é verdadeiro para um aumento do custo total de produção. A 
curva de oferta se desloca para a esquerda (de O0 para O2), reduzindo a produção de Q
O
0 
para QO2. 
 
Outro modo de olhar o efeito de uma queda no custo total é imaginar que a quantidade 
produzida permanece fixa em QO0, e depois perguntar qual o preço cobrado pelas 
empresas que vão produzir essa quantidade. 
 
Como seus custos estão menores, elas podem aceitar um preço menor – P1. Como já 
mencionado, uma redução do custo desloca a curva de oferta para baixo, mas como a 
quantidade ofertada é fixa por hipótese, a redução de custo pode ser toda repassada para 
o preço, provocando uma redução do preço de P0 para P1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O inverso também é verdadeiro para um aumento do custo de produção. A curva de 
oferta desloca-se para esquerda (de O0 para O2), mas como a quantidade é fixa por 
hipótese, o aumento de custo é todo repassado para os preços, aumentando o preço de P1 
para P2. 
 
Portanto, variações de preços NÃO desloca a curva de oferta. Ocorre apenas um 
movimento AO LONGO da própria curva de oferta de origem. Por outrolado, 
variações no custo de produção, esta SIM, desloca a curva de oferta PARA A 
ESQUERDA OU PARA A DIREITA. 
 
Observe que quando o preço é fixo, a resposta em relação à redução (ou aumento) do 
custo de produção É TODA dada sobre as QUANTIDADES. Por outro lado, quando a 
quantidade é fixa, a resposta em relação à redução (ou aumento) do custo de produção É 
TODA dada sobre os PREÇOS. 
 
A fim de distinguir essas duas mudanças gráficas nas condições da oferta, os 
economistas frequentemente empregam a expressão mudança na oferta para se referir 
P2 
2 
O2 
P1 
1) ↓CT→(dado QO) →↓P 
2) ↑CT→(dado QO) →↑P 
 
 
 
 
 
 
QO0 
0 
O1 
P0 
O0 
1 
P 
Q 
 11 
 
 
aos deslocamentos na curva da oferta, bem como a expressão mudança na quantidade 
ofertada para os movimentos ao longo da própria curva da oferta. 
 
Equilíbrio e o Mecanismo de Mercado 
 
O próximo passo consiste em colocar em um mesmo gráfico a curva de oferta e a curva 
de demanda. Isso é feito no gráfico abaixo. O eixo das ordenadas (vertical) mostra o 
preço de um bem, P. Esse é agora o preço que os vendedores recebem por dada 
quantidade ofertada e o preço que os compradores pagam por dada quantidade 
demandada. O eixo das abscissas (horizontal) mostra a quantidade total demandada e 
ofertada, Q (QO = QD), medida por meio do número de unidades por período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equilíbrio: no ponto em que as duas curvas se cruzam, dizemos que foram atingidos a 
quantidade e o preço de equilíbrio. Nesse preço (P0 na figura acima), a quantidade 
ofertada e a quantidade demandada são exatamente iguais (a Q0). 
 
Sempre que o mercado se encontrar fora da condição de equilíbrio (QO = QD), em 
mercados livres, existe uma tendência de que o preço e as quantidades se modifiquem 
até que o mercado retorne ao equilíbrio. Essa tendência é denominada de mecanismo 
automático de mercado. Nesse ponto, não há escassez nem excesso de oferta, de tal 
forma que não existe pressão para que o preço continue se modificando. 
 
A oferta e a demanda podem não estar sempre em equilíbrio, e em alguns mercados o 
equilíbrio pode demorar quando as condições são modificadas repentinamente. A 
tendência, porém, é de que os mercados se tornem equilibrados. 
 
Para compreendermos por que os mercados tendem a se tornar equilibrados, 
suponhamos que o preço seja inicialmente superior ao nível de equilíbrio do mercado – 
digamos que seja P1, na figura abaixo. Dessa maneira, os produtores procurariam 
produzir e vender quantidades maiores do que os compradores estariam dispostos a 
adquirir. Haveria um excesso de oferta, situação na qual a quantidade ofertada excede a 
quantidade demandada. Para que tal excedente possa ser vendido, ou pelo menos possa 
parar de crescer, os produtores começariam a reduzir seus preços. Por fim, conforme o 
preço caia, a quantidade demandada aumenta e a quantidade ofertada diminui, até que o 
preço de equilíbrio, P0, seja alcançado. 
 
P0 
O 
D 
P 
Q Q0 
 12 
 
 
Aconteceria o oposto caso o preço inicial estivesse abaixo de P0 – digamos que em P2. 
Ocorreria, então, um excesso de demanda – situação na qual a quantidade demandada 
excede a quantidade ofertada – e os consumidores não conseguiriam comprar toda a 
quantidade que desejariam. Isso ocasionaria uma pressão ascendente sobre os preços, á 
medida que os compradores se mostrassem dispostos a pagar mais pelas quantidades 
existentes e os produtores reagissem com aumentos de preço e de produção. E, 
novamente, o preço acabaria chegando a P0. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estática Comparativa 
 
Vimos como as curvas de oferta e da demanda se deslocam em resposta às mudanças 
em variáveis como salários, custos de capital e renda. Vimos também como o 
mecanismo de mercado produz um equilíbrio em que a quantidade ofertada é igual à 
quantidade demandada. Veremos, agora, como esse equilíbrio pode ser alterado em face 
de deslocamentos nas curvas da demanda e da oferta. 
 
Mudanças no equilíbrio do mercado (deslocamento da oferta) 
 
Suponha por exemplo, que ocorra uma queda na taxa de juros que desloque a curva de 
oferta para a direita (de O0 para O1). Ao preço P0 a quantidade demandada (Q
D) 
continua em Q0 e a quantidade ofertada aumenta para Q
O, ocorrendo assim um excesso 
de oferta no mercado (isto é, QO > QD). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 QS 
2 
1 
Preço MAIOR que o preço de equilíbrio 
QO > QD →↓P 
1) ↓P→↓QO 
2) ↓P→↑QD 
 
Preço MENOR que o preço de equilíbrio 
QD > QO →↑P 
1) ↑P →↑QO 
2) ↑P →↓QD 
 
 
QD > QO 
Excesso de demanda 
P2 
QD = QO 
P1 
O 
P0 
Excesso de oferta 
QO > QD 
D 
P 
Q Q0 
QD Q2 
0 
P1 
O2 
Q1 
O0 
P0 
P2 
O1 
D 
P 
Q Q0 
(QS=QD
) 
 13 
 
 
Esse excesso de oferta faz com que o mecanismo de mercado comece a operar, gerando 
uma tendência de redução dos preços. À medida que o preço for sendo reduzido, a 
quantidade demandada vai aumentando e a quantidade ofertada vai diminuindo até que 
se igualem, ou seja, até que o equilíbrio seja restabelecido. Porém, agora com uma 
quantidade demandada e ofertada de equilíbrio maior e o preço de equilíbrio menor em 
relação ao equilíbrio inicial. Graficamente, o preço de equilíbrio cai (de P0 para P1) e a 
quantidade de equilíbrio aumenta (de Q0 para Q1). Isto é o que devemos esperar: 
menores custos resultam em menores preços e, consequentemente em aumento das 
vendas. 
 
O inverso também é verdadeiro. Um aumento na taxa de juros desloca a curva de oferta 
para a esquerda (de O0 para O2). Ao preço P0 a quantidade demandada continua em Q0 e 
a quantidade oferta cai para QO, ocorrendo assim um excesso de demanda no mercado 
(isto é, QO < QD). Esse excesso de demanda faz com que o mecanismo de mercado 
comece a operar, gerando uma tendência de alta dos preços. À medida que o preço for 
aumentando, a quantidade demandada cai e a quantidade ofertada aumenta até que se 
igualem, ou seja, até que o equilíbrio seja restabelecido. Porém, agora com uma 
quantidade demandada e ofertada de equilíbrio menor e o preço de equilíbrio maior em 
relação ao equilíbrio inicial. Graficamente, o preço de equilíbrio aumenta (de P0 para 
P2) e a quantidade de equilíbrio cai (de Q0 para Q2). Isto é o que devemos esperar: 
maiores custos resultam em preços maiores e, consequentemente em queda das vendas. 
 
Mudanças no equilíbrio do mercado (deslocamento da demanda) 
 
Um aumento da renda (ou em qualquer fator que desloque a curva de demanda), por 
exemplo, desloca a curva de demanda para direita (de D0 para D1). Ao preço P0, a 
quantidade demanda aumenta para QD e a quantidade ofertada continua em Q0, gerando 
assim um excesso de demanda no mercado (QD > QO). Esse excesso de demanda faz 
com que o mecanismo de mercado comece a operar, gerando uma tendência de alta dos 
preços. À medida que o preço for aumentando, a quantidade demandada vai caindo e a 
quantidade ofertada aumentando, até que o excesso de demanda seja eliminado e o 
equilíbrio do mercado seja restabelecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porém, agora com um preço e quantidade de equilíbrio superior ao equilíbrio inicial 
(ponto 1 no gráfico). Graficamente, o preço de equilíbrio aumenta (de P0 para P1) e a 
quantidade de equilíbrio aumenta (de Q0 para Q1). 
Q0 
(Q
D
=Q
O
) 
1 
2 
Q2 
0 
P2 D1 
P1 
O 
P0 
Q1 
D2 
D0 
P 
Q QD QO 
 14 
 
 
 
Uma redução da renda, por exemplo, desloca a curva de demanda para esquerda (de D0 
para D2). Ao preço P0, a quantidade ofertada cai para Q
O e a quantidade demanda 
continua em Q0, gerando assim um excesso de oferta no mercado (Q
D < QO). Esse 
excesso de oferta faz com que o mecanismo de mercado comece a operar, gerando uma 
tendência de redução dos preços. À medida que o preço for caindo, a quantidade 
demandada vai aumentando e a quantidade ofertada reduzindo,até que o excesso de 
oferta seja eliminado e o equilíbrio do mercado seja restabelecido. Porém, agora com 
um preço e quantidade de equilíbrio inferior ao equilíbrio inicial (ponto 2 no gráfico). 
 
Cálculo do Equilíbrio de Mercado 
 
O equilíbrio do mercado pode ser mostrado matematicamente. Para isso considere que a 
curva de oferta seja dada por: QO = 3P – 50. E a curva de demanda por determinado 
bem seja dada por QD = 300 – 2P + 4R, onde R. Encontre o preço e a quantidade de 
equilíbrio de mercado para o bem em questão quando: 
 
a) A renda for igual a 25 (R = 25). 
 
QD = 300 – 2P + 4R 
QD = 300 – 2P + 4(25) 
QD = 300 – 2P + 100 
QD = 400 – 2P 
 
Considere a condição de equilíbrio do mercado (QO = QD) 
 
3P – 50 = 400 – 2P 
3P + 2P = 400 + 50 
5P = 450 
P = 450/5 
P = 90 
 
Então, o preço de equilíbrio é 90 R$. Para encontrar a quantidade de equilíbrio, basta 
substituir o preço em uma das funções (demanda ou oferta). Substituindo na função de 
demanda, temos: 
 
QD = 400 – 2(90) 
QD = 400 – 180 
QD = 220 
 
Substituindo na função oferta, temos: 
 
QO = 3(90) – 50 
QO = 270 – 50 
QO = 220 
 
Observe que a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada, ou seja, QO = QD = 
220. Assim, em equilíbrio temos preço igual a 90 R$ e a quantidade ofertada e 
demandada igual 220 unidades. 
 
 15 
 
 
b) A renda for igual a 50 (R = 50). 
 
QD = 300 – 2P + 4R 
QD = 300 – 2P + 4(50) 
QD = 300 – 2P + 200 
QD = 500 – 2P 
 
Considere a condição de equilíbrio do mercado (QO = QD) 
 
3P – 50 = 500 – 2P 
3P + 2P = 500 + 50 
5P = 550 
P = 550/5 
P = 110 
 
Então, o preço de equilíbrio é 110 R$. Para encontrar a quantidade de equilíbrio, basta 
substituir o preço em uma das funções (demanda ou oferta). Substituindo na função de 
demanda, temos: 
 
QD = 500 – 2(110) 
QD = 500 – 220 
QD = 280 
 
Substituindo na função oferta, temos: 
 
QO = 3P – 50 
QO = 3(110) – 50 
QO = 330 – 50 
QO = 280 
 
Observe que a quantidade ofertada é igual a quantidade demandada, ou seja, QO = QD = 
280. Assim, com o aumento da renda dos consumidores desse mercado, o preço de 
equilíbrio é igual a 110 R$ e a quantidade ofertada e demandada de equilíbrio é igual 
280 unidades. 
 
c) Ilustre suas respostas em um único gráfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
280 
110 
S 
90 
0 
D1 (R = 50) 
D0 (R = 25) 
P 
Q 220 
 16 
 
 
Efeitos da Intervenção Governamental (controle de preços) 
Fixação de Preço Máximo 
 
O objetivo da política de preço máximo é defender o consumidor. Em certas ocasiões, o 
governo entende que o preço de mercado é muito alto e intervém, fixando um preço 
“máximo” pelo qual a mercadoria pode ser vendida. Esse preço é inferior ao preço de 
mercado. Contudo, a empresa pode vender seu bem a um preço menor que esse preço 
máximo, mas não pode vender de forma legal por um preço acima de Pmáx. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fixando um preço abaixo do mercado, tende a ocorrer um excesso de demanda (QD > 
QO), se o mecanismo de mercado estivesse operando, esse excesso provocaria um 
aumento de preços e, consequentemente, um aumento da quantidade ofertada até que 
voltasse ao preço e a quantidade de equilíbrios. No entanto, o governo fixou o preço, de 
modo que o mecanismo de mercado fica inoperante, surgindo, portanto, um excesso de 
demanda (QD – QO). 
 
Vamos tomar como exemplo, que o bem em questão seja a gasolina. Quais são as 
consequências de uma política de preços máximos para a gasolina? Temos pelo menos 
quatro consequências que podem surgir diante de uma política desse tipo: filas; 
racionamento, mercado negro, e venda por debaixo dos panos. Vejamos cada uma. 
 
1) Surgimento de filas nos postos: os primeiros a chegarem nos postos conseguirão 
obter a gasolina. Esse é um critério de distribuição do produto que surge 
espontaneamente quando aparece excesso de demanda. 
2) O governo ou a empresa estabelece um racionamento: nesse caso, o governo 
resolve intervir no mercado para distribuir a quantidade oferecida entre os 
consumidores. Existem vários critérios para se fazer o racionamento. Um deles 
poderia ser o estabelecimento de um consumo máximo para cada unidade 
familiar, em que cada família recebe uma determinada quantidade de cupons, 
usando-os para comprar a mercadoria em falta. 
3) São feitas vendas por debaixo do pano: isso pode ocorrer para qualquer 
produto em que exista excesso de demanda, uma vez que o ofertante pode dar 
preferência aos clientes antigos, aos amigos ou a outras pessoas, por diferentes 
razões. 
4) Surge o mercado negro e a violação da lei: o mercado negro é um mercado 
ilegal, em que os controles de preços são ignorados. Para contornar o controle de 
QD > QS 
Excesso de demanda 
Pmáx 
QS 
O 
P0 
QD 
D 
P 
Q Q0 
 17 
 
 
preços, os consumidores que não conseguem adquirir a quantidade desejada ao 
preço máximo estabelecido procuram fornecedores que estejam dispostos a 
vender o produto a preços ilegais, ou seja, a preços superiores ao fixado. 
 
Fixação de Preços Mínimos 
 
A fixação de preços mínimos visa proteger os produtores, em geral agrícolas, das 
flutuações de mercado, ou seja, de uma possível queda acentuada nos preços de seus 
produtos. 
 
Na ausência desse tipo de política, os produtores são os maiores prejudicados. Suponha 
por exemplo, que em dado ano, tenha ocorrido uma grande safra de soja e, portanto, 
haverá um excesso de oferta que torna o preço de equilíbrio menor. Sendo esse preço, às 
vezes, inferior ao custo de produção e, portanto, reduzindo a receita (ou renda) do 
produtor de soja. O produtor de soja ao observar sua renda diminuir, no ano seguinte 
deixará de produzir soja para cultivar um produto com preço mais elevado, arroz por 
exemplo. Desse modo, a oferta de soja no ano seguinte será menor e a de arroz maior. 
Esse movimento inverso leva ao aumento do preço da soja e a queda do preço do arroz, 
como a soja serve de matéria prima para uma grande cadeia de produtos (óleo, ração, 
combustível, etc.), os preços desses bens também serão afetados gerando prejuízos para 
a indústria e, sobretudo, para os consumidores em geral. O inverso ocorre com o arroz. 
Talvez no outro ano a situação se inverta, e assim por diante. 
 
Para evitar estas flutuações e os prejuízos decorrentes, o governo interfere no mercado e 
fixa o preço mínimo para a soja, de modo que garante aos produtores uma remuneração 
mínima superior ao custo de produção que levem esses produtores a continuarem 
produzindo soja no ano seguinte. O governo pode fazer isto fixando o preço mínimo 
acima do preço de equilíbrio de mercado. Isto pode ser feito por meio de legislação 
direta, ou seja, tornando ilegal a cobrança de um preço inferior a um nível mínimo 
especificado (como é realizado com o salário mínimo, por exemplo). 
 
Ao determinar o preço mínimo acima do preço de equilíbrio de mercado, surge um 
excesso de oferta. Os produtores vão preferir vender ao preço Pmín que ao preço P0, pois 
Pmín > P0. A quantidade ofertada a este preço (Pmín) será Q
O. A quantidade demandada 
será QD. O excesso de oferta será a diferença: QO – QD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para eliminar esse excesso o governo pode fazê-lo através de: 
QO Q
D 
Pmín 
O 
P0 
Excesso de oferta 
QO > QD 
D 
P 
Q Q0 
 18 
 
 
1) Programa de compras – o governo compra o excesso ao preço Pmín. Podemos 
representar esta invenção por meio de um deslocamento para a direita da curva de 
demanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Programa de subsídio – o governo permite que os preços se reduzam, mas para 
manter a receita dos produtores, paga a estes um subsídio. Este é exatamente a diferença 
entre o preço mínimo e o preço de mercado (Pmín – P1) – sendo esse preço P1 inferior ao 
preço de equilíbrio do mercado. Graficamente teremos.Para que os consumidores adquiram a quantidade QO, é preciso que o preço seja P1. Os 
produtores recebem dos consumidores o preço P1 e o governo paga um subsídio por 
unidade vendida igual a (Pmín – P1), de forma que os produtores mantenham uma receita 
total acima do custo total de produção. 
 
Considere o mercado de um bem X, em que sua curva de demanda é dada pela função 
QD = 60 – 10P e sua curva de oferta é dada por QO = 15 + 5P. Se calculamos o 
equilíbrio de mercado, vamos encontrar um preço igual a R$ 3,00 e uma quantidade de 
equilíbrio igual a 30 unidades (faça e tire a prova). 
 
P1 
B 
QS Q
D 
Pmín 
O 
P0 
A 
B 
D 
P 
Q Q0 
QO Q
D 
Pmín 
O 
P0 
A 
D 
D 
P 
Q Q0 
 19 
 
 
Suponha agora que o governo considere que esse preço seja abusivo e imponha uma 
política de preços máximos, cujo preço é fixado igual R$ 2,00 por unidade. Que tipo de 
desequilíbrio ocorrerá nesse mercado? Qual o valor? 
 
Quando o governo realiza uma política de preços máximos, surge um excesso de 
demanda. Para encontrar o valor desse excesso, basta substituir o preço na função de 
demanda e na função de oferta. Assim, 
 
QD = 60 – 10(2) 
QD = 60 – 20 
QD = 40 
 
Na função oferta, 
 
QO = 15 + 5(2) 
QO = 15 + 10 
QO = 25 
 
Portanto, o excesso de demanda será de: 40 – 25 = 15. 
 
Agora suponha que o governo errou, de modo que na verdade deveria ter feito um 
política de preços máximos. Fixando o preço agora em R$ 5,00. Que tipo de 
desequilíbrio ocorrerá nesse mercado? Qual o valor? 
 
Quando o governo realiza uma política de preços máximos, surge um excesso de oferta. 
Para encontrar o valor desse excesso, basta substituir o preço na função de demanda e 
na função de oferta. Assim, 
 
QD = 60 – 10(5) 
QD = 60 – 50 
QD = 10 
 
Na função oferta, 
 
QO = 15 + 5(5) 
QO = 15 + 25 
QO = 40 
 
Portanto, o excesso de oferta será de: 40 – 10 = 30. 
 
Para resolver esse desequilíbrio, o governo pode adotar duas medidas: i) de compras e 
ii) subsídio. Vejamos qual é a mais vantajosa para o governo. 
 
i) Compras 
 
Como o excesso foi de 30 unidades, isso significa que os consumidores estão 
comprando 10 unidades desse bem ao preço de R$ 5,00, isto é: 10(5) = 50 R$. Nesse 
caso, com a política de compras o governo deve comprar o restante, ou seja: 5(30) = 
150 R$. 
 
 20 
 
 
i) Subsídio 
 
Nesse caso, sabemos que o subsídio é dado pela diferença entre o preço mímino e o 
preço que os consumidores estão dispostos para adquirir a quantidade total ofertada. 
Portanto, precisamos encontrar esse preço. A quantidade total ofertada é de 40 unidades, 
assim basta substituir na função de demanda, ou seja: 
 
40 = 60 – 10P 
10P = 60 – 40 
P = 20/10 
P = 2 
 
Então, o valor do subsídio por cada unidade é de: 5 – 2 = 3. Multiplicando pela 
quantidade total ofertada, temos o valor total do subsídio: 
 
Subsídio total = 3(40) 
Subsídio total = 120 R$ 
 
Dessa forma, a política de subsídios é mais vantajosa para o governo uma vez que ele 
gasta 30 R$ a menos em relação a política de compras. 
 
 
Considerações Finais 
 
Neste tópico avançamos no sentindo de formalizar a intuição sobre as relações existente 
entre oferta, demanda e preços. No entanto, aprofundamos além dessa intuição já que 
trabalhamos com diversos fatores que influenciam de alguma forma a demanda e a 
oferta. Foi demonstrado o equilíbrio de mercado e a ação dos mecanismos de mercados 
que tendem sempre a levar o mercado para um situação de equilíbrio. Além disso, 
analisamos o impacto de uma política de preços máximos e mínimos adotada pelo 
governo. Por fim, calculamos o equilíbrio de mercado e os excedentes derivados das 
políticas de preços do governo. 
 
No próximo tópico continuamos estudando o mercado, mas considerando a 
sensibilidade, ou seja, as elasticidades dos bens e serviços a variações no preço do bem, 
na renda do consumidor e nos preços dos bens substitutos e complementares. No final, 
será analisado o impacto da introdução de um imposto pelo governo.

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