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1 TRANSFORMADOR PARA INSTRUMENTOS TP Transformador de Potencial Prof. Gênova MAIO de 2021 2 • Transformador de potencial: 3 1.TRANSFORMADOR DE POTENCIAL Os transformadores de potencial ou de tensão, são utilizados para rebaixar as altas tensões do sistema elétrico, com fins de medição, alimentação de bobinas de relés e instrumentos de medida. O TP é um equipamento capaz de reduzir a tensão do circuito para níveis compatíveis com a máxima tensão suportável pelos aparelhos de medidas, padronizado no secundário em 115V para ligações fase-fase e 115/√3 para ligações fase-terra. 4 2. TIPOS CONSTRUTIVOS Os TPs utilizam basicamente dois tipos construtivos: TPs indutivos (eletromagnético): Pelo princípio eletromagnético entre os enrolamentos primários e secundários, utiliza dois enrolamentos acoplados por um núcleo de ferro. São equipamentos construídos para utilização até 138kV, pois apresentam um custo de produção mais atraente do que o tipo capacitivo; TPs capacitivos: Através de divisores de tensão, utiliza dois ou mais capacitores ligados de fase a terra, com um tape entre eles. São fabricados normalmente para tensões iguais ou superior a 138kV; 5 Os TPs devem operar na faixa de 0 a 120% da tensão nominal, no entanto a classe de exatidão é garantida na faixa de 90 a 110% da tensão nominal, com freqüência nominal, e a densidade de fluxo magnético no núcleo, é função da tensão primária e da carga secundária. As diferenças entre as tensões primária e secundária existentes em módulo e ângulo constituem respectivamente, nos erros de relação de transformação e de ângulo de fase do TP. • Erro de relação de transformação: Este erro ocorre na medição de tensão com a aplicação de TP, onde a tensão primária não corresponde fielmente ao produto da tensão lida no secundária pela relação de transformação nominal. No entanto este erro pode ser corrigido com a aplicação de um fator de correção de relação (FCR): 6 RTP RTP FCR real= Erro de Ângulo de Fase: Este erro corresponde ao ângulo ϒ que mede a defasagem entre a tensão vetorial primária e a tensão vetorial secundária de um TP. 7 8 3. Simbologia: Os TPs são representados num diagrama elétrico das seguintes formas: 9 4. Circuito equivalente de um TP Φ Rp Xp Rs Xs Ip Is Vp Np Ns Vs Z 10 11 12 5. Características construtivas dos TPs indutivos (eletromagnéticos): São considerados os seguintes grupos de ligação e tipos básicos: TPs dos grupos 1, 2 e 3: TPs do grupo 1: São TPs constituídos com 2 (duas) buchas no lado primário, alimentados através de fase-fase e normalmente pertencem a classe de tensão até 34,5KV. 13 TP de Média Tensão com isolamento em óleo – Tipo 1 14 TPs do grupo 2: São TPs constituídos de 1 (uma) bucha no lado primário alimentado por uma fase e o outro terminal da bobina é solidamente aterrado (neutro eficazmente aterrado). Normalmente são TPs de alta tensão e são alimentados através da tensão fase-neutro. Ex. 69/√3. 15 TP de Alta Tensão com isolamento em óleo – Tipo 2 16 TPs do grupo 3: A exemplo do grupo 2, são TPs constituídos de somente uma bucha no lado primário, alimentado por uma fase e o outro terminal da bobina aterrado num sistema que não é garantida a efetividade do aterramento (sistema de neutro não eficazmente aterrado). 17 6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS a) Classe de tensão nominal b) Tensão nominal c) Relação nominal de transformação d) Tensão máxima e) Frequência nominal f) Classe de exatidão g) Carga nominal h) Potência térmica i) Grupo de ligação j) O uso – para interior ou exterior a) Classe de tensão nominal: Estabelece o nível de tensão primária ao qual o equipamento permanentemente pode estar submetido. É padronizado e normalmente escolhida com valor imediatamente superior ao nível de tensão máxima de operação do sistema ao qual está conectado. Ex. 15 kV, para 13,8kV; 72,5kV para 69kV; 18 19 b) Tensão nominal primária ou secundária: Nível de tensão secundária estabelecida quando aplicada a tensão nominal primária. A tensão primária nominal, corresponde a tensão eficaz aplicada ao enrolamento primário. Ex. 13,8kV (F-F), 69/√3 (F-N) A tensão secundária é padronizada em 115V para TP do grupo 1 e 115/√3 V para TP dos grupos 2 e 3; c) Relação nominal e transformação: relação entre as tensões nominais primária e secundárias. d)Tensão máxima: Explicita o máximo nível de tensão de regime permanente ao qual o TP pode operar mantendo a mesma classe de exatidão de tensão com carga nominal. 20 f) Classe de exatidão: Explicita o erro de relação percentual máximo do equipamento (tabela antiga): Tabela 1 CLASSE UTILIZAÇÃO 0,1 Calibração 0,2 - 0,3 Medições em laboratório, integradores de energia tipo Watt-horímetro 0,5 - 0,6 Instrumento de medição de faturamento 1-2-3-5 Medição operacional e proteção e) Frequência nominal; Valor da frequência no qual os requisitos desta norma são baseados: f=60Hz 21 De acordo com a NBR 6855-2009, as classes de exatidão padronizadas para transformador de potencial para medição e proteção (tabela atual): Classe de exatidão Utilização 0,3% Serviços de medição: medição de laboratório, medição de faturamento, medição operacional 0,6% 1,2% 3% Serviços de Proteção 6% Nota: valores de classes de exatidão especificados diferentes daqueles padronizados são objeto de acordo entre fabricante e usuário. Por exemplo: é possível especificar um TP com exatidão de 0,5 ou 0,6% para serviço de proteção. 22 g) Carga nominal: As cargas nominais padronizadas pela ABNT (NBR 6855-1981 e ANSI correspondem aos seguintes valores (tabela antiga): Tabela 2 ABNT ANSI C A R G A 251/NB-459 C.57-13 VA Fator de potência P 12,5 W 12,5 0,10 P 25 X 25 0,70 P75 Y 75 0,85 P 200 Z 200 0,85 P 400 ZZ 400 0,85 Cargas nominais Características a 60Hz e 120V (100 a 130V) Características a 60Hz e 120/√3 (58 a 75V) Desig- nação FP Pot. aparente R (Ω) XL (Ω) Z (Ω) R (Ω) XL (Ω) Z (Ω) P5 1 5 2880 0 2880 960,5 0 960,5 P10 1 10 1440 0 1440 480 0 480 P15 1 15 960 0 960 320 0 320 P25 0,7 25 403,2 411,3 576 134,4 137,3 192 P35 0,2 35 82,2 412,7 411 27,4 134,4 137 P75 0,85 75 163,2 101,1 192 54,4 33,7 64 P100 0,85 100 115,2 86,4 144 38,1 28,6 47,6 P200 0,85 200 61,2 37,9 72 20,4 12,6 24 23 Valores normatizados de cargas nominais de acordo com a NBR 6855-2009 (tabela atual): Obs. As cargas com fator de potência unitário são indicadas para casos em que o enrolamento será conectado a instrumentos eletrônicos. As cargas com FP diferente de 1 são indicados para os casos em que o enrolamento será conectado a instrumentos de procedimento eletromecânico ou eletromagnético. 24 Cargas nominais Características a 60Hz e 120V (100 a 130V) Características a 60Hz e 120/√3 (58 a 75V) Código Pot. Aparente Fator de potência R L Zn R L Zn ABNT VA - ohms mH Ohms ohms mH ohms P 12,5 12,5 0,10 115,2 3042 1152 38,4 1014 384 P 25 25 0,70 403,2 1092 576 134,4 364 192 P 75 75 0,85 163,2 268 192 54,4 89,4 64 Para determinação da impedância da carga do TP Tabela 3 – Características Elétricas dos TPs 25 h) Potência Térmica de um TP: (Norma antiga) O valor da potência térmica que um TP pode suprir continuamente sem exceder os limites de temperatura nominal, é determinada pela seguinte expressão: Vs = tensão secundária nominal em Volts; Zn = Impedância correspondente a carga em ohms; K = 1,33 para TPs do grupo1 e 2; K = 3,6 para TPs do grupo 3. ).(.21,1 2 n S th Z V KP = • Norma atual: • De acordo com a NBR 6855-2009, potência térmicanominal, maior potência aparente, em Volts-ampères, que um transformador de potencial pode fornecer, sem comprometer com os limites de erro, em regime contínuo, sob tensão e frequência nominais, sem exceder os limites de temperatura especificados. É obtida mediante o produto do fator de sobretensão (Fst) contínuo ao quadrado pela maior carga especificada ou carga simultânea. P th = (Fst ) 2 x S 26 27 i) Grupo de ligação de um TP: • Grupo 1 = TPs projetados para ligação entre fases, normalmente até 34,5KV (2 buchas no primário); • Grupo 2 = TPs projetados para ligação entre fase e neutro em sistemas diretamente aterrado (1 bucha no primário-AT ou 2 buchas MT); • Grupo 3 = TPs projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde não se garanta a eficácia do aterramento (1 bucha no primário) 28 TABELA 4 – Potência térmica dos TPs Padrão código ABNT Potência térmica Grupo de ligação dos TPs Grupos 1 e 2 (VA) Grupo 3 (VA) P 12,5 18 50 P 25 36 100 P 75 110 300 P 200 295 800 P 400 590 1600 • Fator de sobretensão (Fst ) Fator que multiplica a tensão primária nominal de um TP, para se obter a tensão primária na qual ele deve satisfazer, por tempo determinado, os requisitos térmicos especificados. O Fator de sobretensão é determinado pela máxima tensão de operação, que depende do sistema e das condições de aterramento do enrolamento primário do TP. 29 • Tabela de fatores de sobretensão nominal 30 Grupo de ligação F st Duração Forma de conexão do enrolamento primário e condições do sistema de aterramento 1 1,2 Contínuo Entre fases de qualquer sistema 2 1,2 Contínuo Entre fase e terra de sistemas com neutro eficientemente aterrado1,5 30 seg. 3a 1,2 Contínuo Entre fase e terra de um sistema de neutro não eficientemente aterrado com remoção automática da falta 1,9 30 seg. 3b 1,2 Contínuo Entre fase e terra de um sistema de neutro não eficientemente aterrado, sem remoção automática da falta. 1,9 Contínuo (ver nota 2) Ver notas 1 e 2 • Nota 1 – Redução de tempos nominais é permissível mediante acordo entre fabricante e usuário. • Nota 2 – Este fator de sobretensões torna-se necessário, em virtude das sobretensões que podem ocorrer em um sistema trifásico não aterrado, durante faltas de fase para a terra. • Por não ser possível definir a duração de tais faltas, esta condição deve ser considerada como regime contínuo. 31 j) O uso – Para instalação interior ou exterior i) Uso interior: isolação sólida ii) Uso exterior: isolação sólida ou líquida 32 33 34 35 36 37 38 TP isolação sólida uso interno 39 TP uso externo: 40 TP com tensão máxima 15kV, 24,2kV e 36,2kV 41 7. Tipos de ligação dos TPs (conexões típicas): •A polaridade dos transformadores de potencial indica a adequada defasagem entre as tensões primárias e secundárias. •Os transformadores eletromagnéticos, devido a sua aplicação em tensões mais baixas, podem ser conectados: • Em ligações delta aberto (V), com a utilização de 2 TPs; • Em ligação delta-delta (-), com 3 TPs; • Em ligação Y-Y com 3 TPs. 42 • Ligação Delta aberto (V) A B C 115 V Conexão delta aberto (V) primário e secundário Utilizado com 2 TPs A B C 115V 115V 43 Conexão de 2 TPs (01U1), grupo 1, de MT em delta aberto 44 Conexão de 3 TPs (01U2), grupo 2, de MT em Y-Y 45 Conexão de 3 TPs (01U1), grupo 2, de MT em Y-Y 46 • Ligação Estrela-Estrela (Y – Y) A B C Conexão Y com 3 TPs c b a 47 Conexão de 3 TPs (02U1), do grupo 2 ou 3, de AT em ligação Y-Y • Tipos de esquemas de ligação dos enrolamentos dos TPs 48 Denominação Esquema de ligação De relação única Com relação dupla com o primário em duas seções, destinadas a ligação em série ou paralelo De duas relações com derivações no primário • Tipos de esquemas de TPs 49 Denominação Esquema de ligação De duas relações com derivações no secundário De dois enrolamentos secundários • Exemplo de placa de identificação pela NBR 6855-2009 50 Cargas típicas a serem alimentadas pelo secundário dos TPs - Bobinas de aparelhos de medição e proteção 51 Aparelhos Potência ativa Potência reativa Potência total ( W ) ( Var ) ( VA ) Medidor de kWh 2,0 7,9 8,1 Medidor de kVARh 3,0 7,7 8,2 Wattímetro 4,0 0,9 4,1 Motor do cj. De demanda 2,2 2,4 3,2 Autotransformador de defasamento 3,0 13,0 13,3 Voltímetro 7,0 0,9 7,0 Frequêncímetro 5,0 3,0 5,8 Fasímetro 5,0 3,0 5,8 Sincronoscópio 5,0 3,0 6,7 Medidor de fator de potência (cosφ) 12,0 Registrador de frequência 12,0 Emissores de pulso 10,0 52 RESUMO: TRANSFORMADOR DE POTENCIAL – TP AT ~ V1 n1 TP n2 V2 Fig. 02 – Desenho esquemático de um TP V Para um TP vale as seguintes relações: V2 n2 = V1 n1 Onde: V2 < V1 e n1 > n2 53 • TPs são empregados para alimentar instrumentos de medida de alta ou baixa impedância(voltímetros, bobinas de potencial de relés de tensão, de wattímetros, etc.) • De um modo geral a tensão secundário nominal é de 115V ou 115/√3; • A tensão primária caracteriza o nível de isolamento do TP; 54 • Ao contrário do TC, jamais deverá curto-circuito os terminais do secundário do TP. Havendo necessidade de retirar o instrumento do secundário, este enrolamento deve ficar aberto. O fechamento do secundário com um condutor de baixa impedância provocará um curto-circuito, ou seja, uma corrente i2 demasiadamente elevada, e consequentemente i1, provocando a danificação do TP. 55 • Geralmente quando se conecta um voltímetro ao secundário de um TP, a escala do voltímetro deve estar graduada para indicar em leitura direta, a tensão primária (AT). • Outra aplicação de uso do TP de 69 KV numa SE distribuidora, é a possibilidade de verificação com a utilização de um fasímetro, da sequência de fases referente a entrada de linha que alimenta a SE, de forma que o transformador de força e as cargas de média tensão também fiquem faseadas e sequenciadas corretamente, evitando que alguma motobomba de uma unidade consumidora tenha o seu sentido de rotação invertido. 56 Diagrama unifilar: Exemplo de 01 EL e 01 SL de 72,5 KV na SE MDM, uma da fonte 01 e outra SL que também pode ser a fonte 02. 02B1 02B2 32I7-6 32I7-7 02I7Carga 32I7-5 32I7-4 12I7 32J6-6 32J6-7 02J6 Fonte 01 32J6-5 32J6-4 12J6 Fig. 03 52 52 57 TP V (Módulo de tensão) Bastões isolados para 120 KV Fig. 04 – Detalhe dos bastões isolados para verificação do faseamento diretamente na tensão de 69 KV de uma SE distribuidora A2 Fonte 02 B2 C2 A1 Fonte B1 01 C1 58 59 Medidor de tensão constituído de TP (nos bastões) e um painel com ponteiro indicativo; Medições possíveis: T-T = 0V FA1 – FA1 = 0V FA1 – FC1 = 69KV FA1 – FC2 = 69KV FA1 –T = 40KV O sistema faseado: FA1 = FA2 = 0V FB1 = FB2 = 0V FC1 = FC2 = 0V 60 Verificação do faseamento entre o sistema FTZ-MDM (EL 02J6 FTZ/MDM) e MDM-DID (FTZ) (SL 02I7 MDM/DID) 02J6 02I7 • Desenho esquemático unifilar: Barramento de AT (72,5kV) SED FTZ(CHESF) SED MDM (Enel) Barra de 72,5kV SE DID (Enel) Barra de 72,5kV Trabalhos para fasear e energizar a LT 02I7 MDM/DID Criando o 4° circuito de 69kV para suprimento da SE DID pelo eixo FTZ. 61 0 2 J 6 0 2 J 9 0 2 L 3 0 2 L 4 1 2 J 9 1 2 J 9 1 2 J 6 1 2 J 6 02I7 1 2 I7 1 2 I7 1 2 L 4 1 2 L 3 1 2 L 3 1 2 L 4 32I7-5 62 Circuitos faseados e sequenciado! 02J6 02I7 63 64 SE FTZ(Chesf) SED MDM(Enel) 65 Verificação do faseamento entre os sistemas de AT (72,5kV) da SE FTZ e SE AQD, para alimentação da SE AQZ . Teste na chave de linha NA entre AQD de AQZ. 02S3 02C3 • Desenho esquemático unifilar – Antes de AQD • ENEL SED AQZ ENEL-Barra de 72,5kV Barra de 72,5 SED JAB CHESF-SE FTZ Barra de 72,5kV 66 0 2 J 1 0 2 N 1 02C3 • Desenho esquemático unifilar – depois de AQD 230/69KV CHESF- Barra de 72,5kV da SE AQD • ENEL SED AQZ ENEL-Barra de 72,5kV Barra de 72,5 SED JAB 69/13,8KV 69/13,8KV 230/69KV CHESF-SE FTZ Barra de 72,5kV 67 02S3 0 2 J 1 0 2 N 1 02C3 NF NA 68 69
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