Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Referências ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p. ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p. COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p. SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano. SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano. SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho. AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês ano. Patrimônio Público, Materiais e Logística Mauro José Kummer 2011 Curitiba-PR PARANÁ Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Paraná © INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Profª. Mara Christina Vilas Boas Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino - PROENS Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração - PROAD Prof. Paulo Tetuo Yamamoto Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE Prof. Carlos Alberto de Ávila Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI Prof. José Carlos Ciccarino Diretor Geral de Educação a Distância Prof. Ricardo Herrera Diretor de Planejamento e Administração EAD - IFPR Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão EAD - IFPR Profª Cristina Maria Ayroza Coordenadora Pedagógica de Educação a Distância Mercia Denise Gomes Machado Carlini Coordenador do Curso Adriana Valore de Sousa Bello Fábio Decker Karmel Louise Pombo Schultz Kátia Ferreira Suelem Souza Santana de Freitas Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Profª Linda Abou Rejeili de Marchi Idamara lobo Dias Revisão Editorial Eduardo Artigas Antoniacomi Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Profª. Mara Christina Vilas Boas Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino - PROENS Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração - PROAD Prof. Paulo Tetuo Yamamoto Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE Prof. Carlos Alberto de Ávila Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI Prof. José Carlos Ciccarino Diretor Geral de Educação a Distância Prof. Ricardo Herrera Diretor de Planejamento e Administração EAD - IFPR Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão EAD - IFPR Profª Cristina Maria Ayroza Coordenadora Pedagógica de Educação a Distância Mercia Denise Gomes Machado Carlini Coordenador do Curso Adriana Valore de Sousa Bello Fábio Decker Karmel Louise Pombo Schultz Kátia Ferreira Suelem Souza Santana de Freitas Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Profª Linda Abou Rejeili de Marchi Idamara lobo Dias Revisão Editorial Eduardo Artigas Antoniacomi Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Profª. Mara Christina Vilas Boas Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino - PROENS Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração - PROAD Prof. Paulo Tetuo Yamamoto Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE Prof. Carlos Alberto de Ávila Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI Prof. José Carlos Ciccarino Diretor Geral de Educação a Distância Prof. Ricardo Herrera Diretor de Planejamento e Administração EAD - IFPR Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão EAD - IFPR Profª Cristina Maria Ayroza Coordenadora Pedagógica de Educação a Distância Mercia Denise Gomes Machado Carlini Coordenador do Curso Adriana Valore de Sousa Bello Fábio Decker Karmel Louise Pombo Schultz Kátia Ferreira Suelem Souza Santana de Freitas Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Profª Linda Abou Rejeili de Marchi Idamara lobo Dias Revisão Editorial Eduardo Artigas Antoniacomi Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico e-Tec Brasil Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br e-Tec Brasil5 Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.e-Tec Brasil Sumário Palavra do Professor-autor 11 Apresentação da Disciplina 13 Aula 1 – Recursos e patrimônio público 15 1.1 Recursos 15 1.2 Administração de Recursos Patrimoniais 17 Aula 2 – Gestão de materiais na área pública 21 2.1 A Gestão de Materiais na área Pública 21 2.2 Estoques 22 Aula 3 – Ética na gestão de materiais 25 3.1 Ética na Gestão de Materiais 25 Aula 4 – Ética nas negociações 31 4.1 Ética em compras 31 4.2 Sustentabilidade 32 4.3 Responsabilidade social 33 Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 35 5.1 As influências sobre os gestores de Materiais 35 5.2 O que são insumos de produção? 36 5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos 36 Aula 6 – Gestão de compras 41 6.1 A estrutura organizacional 41 6.2 Fornecedores como fonte de informações 42 6.3 Modismos na gestão de materiais 43 Manoel Destacar Manoel Destacar Aula 7 – A evolução da gestão de materiais 45 7.1 Evolução do pensamento administrativo 45 7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber 46 7.3 A gestão pela qualidade 46 7.4 A gestão estratégica 47 7.5 Custos 47 Aula 8 – Estoques na área pública 49 8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques 49 8.2 Modelo de estoque 51 8.3 Estoques como valor para o beneficiário 53 Aula 9 – Estoques 55 9.1 O que são estoques? 55 9.2 Tempo, quantidades e controles 57 9.3 Formas de controle de itens em estoque 58 Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 61 10.1 Custos associados aos estoques 61 10.2 Dinâmica dos estoques 63 Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 67 11.1 Logística 67 11.2 Mas o que é cadeia de suprimento? 69 Aula 12 – O renascimento da logística 71 12.1 Renascimento da logística 71 12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística 72 12.3 A desregulamentação do setor logístico 73 Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 75 13.1 Competências e habilidades 75 13.2 A divisão do trabalho na logística 76 Aula 14 – Objetivos operacionais 79 14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais 79 e-Tec Brasil Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Aula 15 – A incerteza na logística 83 15.1 Modais 83 15.2 Incerteza nos processos logísticos 84 Aula 16 – Definição de nível de serviço 87 16.1 Nível de serviço 87 16.2 Tipos de níveis de serviço 88 16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários 89 Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 91 17.1 Percepções sobre serviços 91 17.2 Serviços básicos 92 17.3 Pedido perfeito 93 17.4 Serviço de valor agregado 94 Aula 18 – Gerenciamento de transportes 95 18.1 Gerenciamento de transportes 95 18.2 Agências de regulamentação 96 18.3 Sistemas de informação para transportes 97 18.4 Restrições de tráfego 97 Aula 19 – Gerenciamento de depósitos 99 19.1 Depósitos 99 19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico 99 19.3 Características de armazenagem 100 19.4 Plano de estocagem 101 19.5 Localização 102 Aula 20 – Movimentação de materiais 103 20.1 Movimentação de materiais 103 20.2 Ergonomia 103 20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio 105 Referências 107 Atividades autoinstrutivas 111 e-Tec Brasil Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar e-Tec Brasil11 Palavra do Professor-autor Prezado aluno, este material de apoio para suas aulas foi desenvolvido com muito cuidado. Por meio dele você encontrará informações relevantes e atu- ais sobre as atividades relacionadas aos profissionais que trabalham com a Gestão de Materiais, Patrimônio e Logística. Esta disciplina está articulada com a disciplina de Ética, Finanças e Contabilidade. Apenas o texto não é suficiente para esgotar assuntos tão importantes e cheios de nuances. Assim incentivo-o a dar continuidade as suas aprendizagens, por meio de pesquisas em sites e em diferentes materiais. A Formação em áreas associadas à tec- nologia exige dedicação e interesse. Certamente você o terá. Bons estudos e bom proveito. Professor Mauro José Kummer e-Tec Brasil13 Apresentação da Disciplina A administração pública vem se modernizando rapidamente. Estudar admi- nistração pública em suas diversas áreas se transformou em excelente opor- tunidade de desenvolvimento. A formação técnica permite ao funcionário público, apoiado em bases morais e éticas, modificar as realidades locais, regionais e mesmo nacional. O uso de tecnologias associado às modernas práticas de gestão rapidamente ganham espaço na realidade que transforma as organizações públicas. A tendência é tornar as organizações mais desen- volvidas, posto isto cabe ao administrador buscar novas formas em termos de resultados para romper com o paradigma estabelecido. A chamada déca- da da logística moderna se iniciou em 1980. Estamos vivendo um momento de profundas mudanças. A questão fundamental da moderna logística é a relação entre o tempo e o custo, o que se traduz pelo nível de serviço a ser acordado aos beneficiários. A gestão de materiais está profundamente atrelada a questão logística, tanto que é comum usá-la como sinônimo. É preciso destacar que o processo de gestão de materiais permite economias consideráveis às organizações. As mudanças decorrentes dos princípios qua- litativos também transformaram a gestão de materiais de forma irreversível. A administração patrimonial envolve a administração de recursos vultosos. Além da questão financeira do custo dos materiais também é de interesse que os mesmos sejam cuidados com atenção, pois um item de pequeno va- lor de custo pode ser de grande preocupação do gestor público. A logística embora seja vista como responsável pela movimentação dos ma- teriais também é de interesse da realização das políticas públicas. Outra ca- racterística importante da moderna logística é o fator tempo. A administra- ção da logística está diretamente atrelada a esta questão. As três unidades da disciplina estão interligadas. Quem cuida de patrimônio pode ter entre suas atribuições a compra de bens. Quem administra materiais, pode ter entre outras atividades o envio destes materiais para outros lugares assim como zelar pelo seu retorno. Portanto, falar em Patrimônio, Administração de Materiais e Logística remete a uma relação entre as áreas e como esta relação pode ser mais bem aproveitada pelas organizações. e-Tec Brasil15 Aula 1 – Recursos e patrimônio público Prezado aluno, nessa aula você encontrará os primeiro termos relaciona- dos à disciplina. Serão definidos termos, como: Despesa Pública, Patri- mônio Público, Bens Públicos e recursos. Objetivos da aula: Proporcionar os primeiros contatos com o tema Re- cursos e Patrimônio Público 1.1 Recursos Toda organização efetua processos de transformação. Objetos e pessoas são continuamente transformados. Em Administração, a ação de transformar chama-se processo e já foi sinônimo de produção (Gestão de Processos Fabris). O termo Produção foi expandido e com o passar do tempo foram incorporadas atividades relacionadas à área de serviços. O conceito passou então a chamar-se de operações (Gestão da Produção e de Serviços). Assim uma organização, seja qual for independente do que ela faça ou proporcio- ne pode ser entendida sob a visão da Gestão de Operações. Figura 1.1: Gestão de Operações Fonte: Elaborado pelo autor O processo de transformar pode resultar em saídas tangíveis (produtos) ou intangíveis (serviços). Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou Serviços Fonte: Elaborado pelo autor Como nada se cria a partir do nada, para haver uma saída de um processo deve necessariamente haver uma entrada (recurso). Em uma transformação existem dois elementos relacionados à entrada de um processo, são eles elementos a serem transformados e elementos transformadores. Os elementos a serem transformados são chamados de recursos. São cinco os tipos de recursos:Figura 1.3: Tipos de Recursos Fonte: Elaborado pelo autor Então, vamos nos concentrar no estudo sobre recursos e aprofundar a ques- tão sobre os denominados materiais e patrimoniais, muito embora todos os tipos de recursos sejam importantes e estejam interligados vamos deixar para vocês buscarem mais conhecimentos sobre os demais tipos de recursos classificados como: Capital, Humanos e Tecnológicos. Não existem recursos infinitos ou renováveis, ou seja, eles sempre são finitos, portanto cabe à Administração buscar alternativas para mitigar o seu uso e aproveitá-los melhor. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 16 1.2 Administração de Recursos Patrimoniais A administração dos recursos patrimoniais trata da sequência de opera- ções que vão desde a identificação dos fornecedores, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção e, quando for o caso, de sua alienação. Bens são muitas vezes considerados como riqueza e, frequentemente, são tratados como sinônimos para recursos. Uma ambulância (automóvel) é con- siderada como um bem (móvel), mas seu uso é tratado como recurso para se atingir um fim (saúde pública). Figura 1.4: Ambulância SAMU Fonte: http://www.es.gov.br 1.2.1 O que é despesa pública? São gastos fixados em lei orçamentária ou em leis especiais destinadas a execução de serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. São divididas em dois grupos, a saber: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-orçamentária. Despesa orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa e é fixada no orçamento público. Despesa extra-orçamentária é aquela paga à margem da lei orçamentária, não depende de autorização legislativa, mas depende de receitas extra-orçamentárias. Figura 1.5: Gastos Públicos Fonte:www.shutterstock.com e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 17 1.2.2 O que é Patrimônio Público? Corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda corrente, das entidades que compõem a Administração Pública. O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 65, determina que “são públicos os bens de domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, ou aos Municípios”. Todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a quem pertencem. Os bens públicos são: De uso comum do povo como mares, rios, estradas, ruas e praças. Figura 1.6: Patrimônio de uso comum Fonte: www.shutterstock.com De uso especial como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimentos federais, estaduais ou municipais. Aproveite e faça uma visita virtual ao palácio Iguaçu, sede do governo do Estado do Paraná, no link: http://www.casacivil. pr.gov.br/ipix/vis_index.php. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 18 Dominicais, isto é que constituem o patrimônio da União, dos Estados, ou dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas entidades. (artigo 66). Bens Dominicais: constituem o patrimônio público, e são considerados para efeito de escrituração e de registro contábil. Bens Patrimoniais são recursos das organizações. 1.2.3 O que é Patrimônio? Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direi- tos e obrigações de uma pessoa ou organização seja ela pública ou privada. Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações. Bens patrimoniais podem ser entendidos como instalações, prédios, terrenos, equipamentos e veículos das organizações. Resumo Nessa aula você aprendeu o que são recursos organizacionais, estudou o conceito ampliado de operações, iniciou a compreensão sobre a importância da administração patrimonial, estabeleceu uma associação entre recursos e despesa pública e o que é patrimônio público. Atividades de aprendizagem • Pesquise sobre como é elaborado o orçamento público em seu município e se isto não for possível pesquise como é feito no seu lugar de trabalho. e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 19 e-Tec Brasil21 Aula 2 – Gestão de materiais na área pública Nesta aula você conhecerá um pouco mais sobre o que é Gestão de Ma- teriais e o que são estoques. Objetivos da aula: Estudar e aprender sobre a Gestão de Materiais na área Pública e sobre os estoques. 2.1 A Gestão de Materiais na área Pública Vamos relacionar estes processos de Gestão de materiais às suas causas ge- radoras, representadas pelo desequilíbrio que existe entre a necessidade de consumo e a necessidade de fornecimento. A Gestão de materiais é a etapa seguinte a da adjudicação da licitação. O combate ao desperdício, amplamente defendido pela população brasileira, a globalização da economia, a diminuição das barreiras comerciais são fatores impulsionadores da chamada “compra correta”. Compra correta é um conceito complexo que envolve quantidade, qualidade, custos e prazos. O conceito de compra correta terá um significado mais claro ao decorrer dos estudos nas próximas aulas. Para iniciarmos a defesa das razões e da importância da gestão de materiais para as organizações públicas, vamos recorrer ao exemplo simples representado pela caixa de água. Em uma caixa d’água existe uma entrada (a fonte de suprimento). A entrada de água pode se apresentar de forma variável, como nas nossas residências, em algumas horas do dia a água está disponível e em outras pode ocorrer à falta em determinados períodos (curtos ou longos) ou mesmo a interrupção total dos serviços. Isto representa a chamada imprevisibilidade e o fator de risco do abastecimento. Como imprevisibilidade, teremos todos os fatores in- ternos e externos que contribuirão negativamente para que ocorra falta de itens em estoque. O risco está associado à imprevisibilidade e é objeto de preocupação dos gestores. Ações para minimização de riscos fazem parte das tarefas dos gestores. A imprevisibilidade e o risco são motivos da exis- tência da caixa de água. Se existisse contínuo abastecimento de água, na quantidade necessária, não haveria necessidade da caixa d’água, certo? Adjudicação s.f. Direito Ato, judicial ou administrativo, que dá a alguém a posse de determinados bens. Atribuição do objeto adjudicado ao adjudicatário. Analisando o tamanho do orçamento da estrutura pública como uma orga- nização, pode-se ter uma ideia da dimensão da importância que a gestão de materiais tem, seus efeitos internos sobre a organização estatal, seus beneficiários assim como seus efeitos sobre seus fornecedores e a socieda- de. Quando o governo estabelece um processo de compras ocorre intensa mobilização na economia, pois os valores envolvidos são muitas vezes signi- ficativamente elevados e em grandes quantidades. Entender a dinâmica das compras (além do processo de licitação), posiciona- ram-se a frente das situações emergenciais, ter estoques para poder fazer a máquina pública continuar em movimento, tudo isto dentro de um padrão ético e sob constante vigilância formam o conjunto de desafios da gestão de materiais na administração pública. Figura 2.1: Atendimento médico Fonte:www.shutterstock.com 2.2 Estoques Todas as organizações têm estoques e que de acordo com as políticas públicas e dos modelos de gestão praticados, estes estoques poderão ser maiores ou menores. É importante diferenciar estoques de armazenagem. Quando falamos em estoques nos referimos a coisas tangíveis, ou seja, ao dinheiro público armazenado sobre a forma de produtos. Armazém se refere à estrutura física e operacional para conter, proteger, manter e disponibi- lizar estes estoques. Armazenagem é o ato de guardar coisas em armazéns. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 22 Figura 2.2: Estoque Fonte:www.shutterstock.com O armazém, assim como as pessoas que nele trabalham, normalmente não é percebido no dia a dia das organizações públicas. São consideradas estru- turas de apoio para atividades meio e não atividades fim. Essas represen- tam as pessoase equipamentos que estão por trás das paredes realizando um serviço importante, mas longe dos olhos dos demais. Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão do Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disso, você teve contato com o elemento de ligação desta aula com a próxima, que vai apro- fundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem cuida do patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais. Atividades de aprendizagem • Aproveite e pesquise onde se localiza o armazém que abastece o seu local de trabalho. Descubra também quem são as pessoas que lá traba- lham. Isto é importante, pois você fará um estudo deste lugar e sobre as atividades destas pessoas. Anote! e-Tec BrasilAula 2 – Gestão de materiais na área pública 23 e-Tec Brasil25 Aula 3 – Ética na gestão de materiais Nesta aula você estudará a relação entre a ética e a gestão de materiais e a formulação de códigos de ética. Objetivos da aula: Compreender a relação da ética envolvida na questão da gestão de materiais e a aplicação de um código de ética pública. 3.1 Ética na Gestão de Materiais Antes de entrarmos na parte técnica do assunto de Gestão de Materiais, Patrimônio Público e Logística é preciso estudar a questão da ética e da moral em Gestão de Materiais. A gestão de materiais e bens patrimoniais necessariamente passa pela compra, armazenagem e destinação de produ- tos e serviços. Assim é preciso conceituar alguns termos para evitar má inter- pretação. Primeiramente volte nos seus estudos e reveja a parte já estudada sobre ética. O ponto de partida é que existe certa confusão entre o que vem a ser moral e o que vem a ser ética. Vamos rever as definições que você já aprendeu, mas agora com ênfase em Gestão de Patrimônio: Definição de Moral: você poderá pesquisar e comprovar que existem diversas definições para o termo, uma delas, segundo o Moderno Dicio- nário da Língua Portuguesa é: “Parte da filosofia que trata dos atos hu- manos, dos bons costumes e deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe” (MICHAELIS, 1998). Definição de Ética: Da mesma forma que para moral, existem diversas definições para ética. Novamente do dicionário vamos buscar “Parte da filosofia que estuda os valores morais e princípios ideais de conduta hu- mana”. (MICHAELIS,1998) De certa forma a moral está fora do homem e a ética dentro do homem, ou seja cada um de nós sabe extamante o que é certo e o que é errado. Isto está dentro de nós, portanto é ética. Outra forma de ver a questão é aceitar a ética como o julgamento da moral. A moral é do grupo, dos outros, você e eu como indivíduos podemos querer fazer parte de um grupo, ou seja moral é um conjunto de atos e pensamentos, praticados e aceitos por determinado grupo de pessoas, portanto como existem diversos grupos, existem diversas morais, mas a ética é apenas nossa, portanto é única. 3.1.1 Aética e antiética: o que significam? Aética é uma palavra formada pelo sufixo “a” mais a palavra ética. O “a” significa a não existência de discussão e da necessária compreensão para determinada situação, é como se o campo do conhecimento ainda não ti- vesse sido suficientemente estudado e discutido e portanto não alcançado uma clarificação, limite no qual não existe uma opinião formada sobre algo. Antiética, da mesma forma é uma palavra formada pelo sufixo “anti” e a palavra ética. Neste caso “anti” significa a negação de algo, ou seja a nega- ção da ética. É assim que se descreve um comportamento contrário ao que a ética afirma ser o certo. Uma outra maneira de se ver a relação entre moral e ética é que a ética é o julgamento da moral. Bom, então por que se estuda ética em administração de materiais? Esta é uma resposta simples e ao mesmo tempo complexa. Uma delas é porque os profissionais de compras trabalham com a saída de dinheiro das instituições e por esta razão são alvo de pessoas inescrupulosas, que querem amealhar parte do dinheiro público de forma ilícita. A outra é transcendente, justifica-se pela nossa imperfeição como criatura e a nossa continua busca por sermos melhores. Não basta ser ético e honesto, é essencial parecer como tal. Você já deve ter aprendido que o desvio do dinheiro se dá tanto pela saída do caixa, por meio dos pagamentos efetuados, mas há outra forma de se desviar dinheiro das instituições públicas se dá pela entrada de dinheiro, ou seja, pela arrecadação. Outra questão que envolve a ética se dá sobre o comportamento de funcionários públicos inescrupulosos que criam dificuldades operacionais aos beneficiários (clientes) e fornecedores e exigem benesses em contrapartida. Está é a chamada disfunção maxweberiana (Max Weber). Transcendental adj. Filosofia. Que pertence à razão pura, a priori, anteriormente a qualquer experiência, e que constitui uma condição prévia dessa experiência: segundo Kant, o espaço e o tempo são dois conceitos transcendentais. Pesquise as chamadas disfunções da burocracia apontadas por Max Weber no livro: “Introdução a Administração” de Antonio Cesar Amaru Maximiniano. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 26 A legislação pública se vale de dispositivos legais, que punem os funcionários que agem de má fé contra a gestão dos recursos pú- blicos.ética é o julgamento da moral. 3.2 Código de ética em compras É importante que as empresas públicas além das questões legais pertinentes, desenvolvam um código de ética no intuito de estabelecer um conjunto de procedimentos a serem observados e seguidos pelos negociadores profissionais e que leve em consideração, entre outros, os seguintes temas: a) Integridade pessoal dentro e fora da organização; b) Competência pessoal; c) Cumprimento das legislações que afetam os negócios; d) Conflito de interesses; e) Manifestações de hospitalidade e presentes; f) Confidencialidade de informações empresariais; g) Comportamento nas negociações; h) Sustentatbilidade; i) Responsabilidade social. As organizações devem criar seus códigos de ética tanto para a área de compras, quanto para a área de entrega (vendas) de pro- dutos e serviços. 3.2.1 O que é conflito de interesses? É desejável que o funcionário tenha em sua pasta funcional uma declaração assinada sobre a aceitação das consequências de seus atos e sobre atividades que não possam ser desenvolvidas durante o exercício de sua função que deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. Por exemplo, um comprador de órgão público não pode ser sócio de empresa privada que venda produtos e serviços ao governo, pior ainda se a venda for feita para o próprio setor no qual o funcionário é o comprador. Cabe ao negociador perceber que seus interesses pessoais poderão conflitar ou possam ser vistos Analise o código de ética do Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras, para tanto visite o site http://www.cbec.org.br você poderia aplicá-lo em sua organização? e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 27 como passíveis de afetar sua imparcialidade no julgamento dos processos, no decorrer da atividade negocial, ele deve informar sua supervisão para que esta julgue sobre o eventual conflito de interesses. O comprador não pode ter conflitos de interesse com a organização 3.2.2 O que são manifestações de hospitalidade e presentes? Fornecedores podem usar, intencionalmente e com frequência, de técnicas para agradar aos clientes. Isto pode ser feito de diversas maneiras. Um sim- ples “brinde” como uma caneta, uma agenda, ou mesmo uma refeição ou ainda viagens com hospedagens e diárias pagas. As organizações devem explicitar o que é permitido ao funcionário público e o que não é. Discuta com seus colegas sobre as diferenças de percepção sobre o valor que uma pessoa atribui a um presente serem totalmente diferentes daqueles percebidos por outra pessoa. Ou seja,a mesma ética aplicada em compras deve ser seguida em vendas (ou entrega dos produtos e serviços). Lembre-se que existem organizações públicas que vendem produtos e serviços. Nas manifestações de hospitalidade como convites para “almoços de negó- cio”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente, não aceitando que os fornecedores as paguem. Em caso de eventos como feiras, simpósios, congressos e atividades similares proporcionadas por fornecedores e que normalmente são realizadas para lançamento de produtos, a frequência, dimensão e facilidades colocadas para o convidado devem ser observadas com cuidado para que não sejam excessivas e venham a exercer impacto na cooptação do comprador pelo excessos de “bondades”. O servidor público deve cuidar para não aceitar brindes que comprometam sua capacidade de discernimento 3.2.3 O que é a confidencialidade de informações empresariais? O tema da confidencialidade de informações pode ser visto sob dois ângu- los diferentes; um relativa às informações internas da organização pública e outro relativo a dos fornecedores com os quais desenvolve os contatos comerciais. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 28 Informações da organização pública: Por sua atuação profissional, o compra- dor participa dos processos de discussão internos e toma conhecimento de dados de sua organização e, alguns, particularmente de grande necessidade de sigilo. Nas relações e contratações com os fornecedores, o comprador deve ater-se ao estrito limite do uso das informações relativas aos produtos e serviços, objetos da negociação e, caso seja necessário o fornecimento de informa- ções consideradas sigilosas aos fornecedores; deve obter dos mesmos, por escrito, mediante contrato de confidencialidade, declaração ou declarações de manutenção do sigilo sobre as mesmas. A organização e o fornecedor quando necessário devem estabelecer contratos de confidencialidade de informações para evitar transtornos e possíveis processos jurídicos. Os compradores das organizações públicas devem deixar claro em seus con- tratos com fornecedores que estes não poderão, salvo após autorização es- crita e expressa, utilizar em suas peças promocionais o nome ou marcas da empresa contratante. 3.2.4 O que são informações dos fornecedores? O comprador toma conhecimento de informações de seus fornecedores so- bre preços, capacidades, condições comerciais, aspectos societários e cadas- trais, etc. Tais informações devem ser utilizadas exclusivamente para o pro- cesso negocial com seu fornecedor, não devendo nunca ser divulgadas para terceiras partes, não importando se para obter vantagens em negociações com terceiros ou não. Um cuidado especial ocorre nos processos licitatórios nos quais são abertas as propostas comerciais, dos diversos pretensos fornecedores de produtos e serviços. Neste momento é permitido a apresentação de recursos de parte de fornecedores, contra outros fornecedores concorrentes, por entender haver prejuízo na disputa. Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre as relações entre a ética e a gestão de compras de materiais e de patrimônio público e algumas de suas implicações. Lembre-se que quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais e com as compras. e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 29 Atividades de aprendizagem • Para ser um bom profissional você precisará desenvolver a linguagem técnica pertinente. Aproveite e pesquise em livros ou em sites confiáveis definições para: superfaturamento e subfaturamento. Anotações Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 30 e-Tec Brasil31 Aula 4 – Ética nas negociações Nesta aula você fará um aprofundamento na questão da ética relacio- nada com as compras públicas, estudará a emergente preocupação das compras com a sustentabilidade e com a responsabilidade social. Objetivos da aula: Estabelecer a relação entre a ética e a atividade de compras públicas sob uma nova óptica sustentável e socialmente responsável. 4.1 Ética em compras Como vocês já puderam verificar na aula anterior é mais do que justificado o estudo da ética na administração de materiais. Como a área de materiais é bastante ampla, vamos aprofundar um pouco mais a questão e explorar o julgamento ético nas negociações. Durante uma negociação existem vários aspectos a serem observados. For- necedores concorrentes poderão usar de todos os tipos de instrumentos e informações que obtenham para tentar alcançar os melhores resultados em uma negociação, inclusive transgredindo o limite ético. A Lei 8.666 é um claro exemplo do cuidado da coisa pública com esta questão, pois estabelece uma série de cuidados. Do lado do comprador o mesmo pode exagerar sobre volumes de compras para com isso tentar obter preços menores. Isto não é barganha. Esta é uma atitude desonesta para com seu fornecedor. O fornecedor estará se basean- do em uma possível promessa de compra, que no futuro não se realizará e então, posteriormente deixará de confiar em suas informações. Outro cuidado é o de não deixar de mencionar aspectos do projeto ou dos produtos e serviços, que no futuro impactarão os custos adicionais ou em nível de serviço adicional por parte do fornecedor. Trata-se de potencializar futuros conflitos pela não informação de um fato relevante. A omissão deli- berada também é um atentado contra a ética. Outro aspecto a se observar é a prática de negociar com o ganhador de uma concorrência. Negociar com segundos ou terceiros colocados é atitude que depõe contra a imagem do comprador e da empresa, gerando sempre desconfiança por parte dos fornecedores, pela falta de respeito com suas propostas. Considera-se que as negociações de itens de consumo frequente devem ser feitas com a intenção de manter contratos de fornecimento por períodos o mais longos possíveis, procurando formar parcerias, mantendo sempre o cui- dado de auditar periodicamente se as condições de fornecimento se mantém competitivas. Tais negociações devem ser conduzidas dentro dos princípios “ganha-ganha”, assegurando o equilíbrio financeiro dos contratos para ambas as partes. Afinal, ninguém quer acabar com um bom fornecedor. Negociações envolvendo itens de consumo esporádico não necessitam ser realizadas dentro do princípio da busca por parceria. Tais contratações devem ser realizadas buscando-se o preço mais favorável para o comprador, dentro das especificações. Neste tipo de aquisição o conceito “ganha-ganha” não se aplica ao processo de negociação. A reciprocidade nos negócios que limitar a competitividade e a própria atu- ação do profissional de compras deve ser evitada. Em sendo a reciprocidade o resultado de orientação superior, esta condição deverá ser documentada no processo de compra. Os profissionais de compras estão em permanente contato com fornece- dores, por meio de visitas ou de reuniões de apresentações técnicas, como forma de se manterem atualizados com o mercado ou no desempenho de suas atribuições normais. Estes contatos deverão ser realizados sempre com a participação mínima de dois funcionários da organização da qual são fun- cionários. 4.2 Sustentabilidade Não se pode mais deixar de considerar como um problema ético a preocu- pação com os aspectos que envolvem nossas atitudes em relação ao meio ambiente. A meta é produzir com mais valor e menos impacto ambiental! Mas o que é sustentabilidade? A questão da sustentabilidade é um concei- to recente para os gestores brasileiros. As escolhas feitas na década de 1950 implicaram em ações desenvolvementistas. Até 1980 desenvolvimento era sinônimo de poluição. Sendo a poluição o preço a ser pago para atingirmos o desenvolvimento. Desenvolvimento significava riqueza. Precisávamos ser Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 32 um país rico. Em 1972, emEstocolmo, ocorreu a primeira grande conferên- cia para discutir sobre os rumos que os governos estavam imprimindo ao planeta. Em 1992 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a chamada Rio 92, houve forte mobilização para se incluir nas agendas dos paises ações concretas quanto ao meio ambiente. Existem diversas leis brasileiras recentemente publicadas sobre o tema e que ainda não são de amplo conhecimento. Esta é uma nova preocupação para os profissionais de compras, que devem estar atentos para que seus forne- cedores tenham processos produtivos que: • Reduzam a intensidade no uso de materiais; • Reduzam a intensidade no uso de energias; • Reduzam a dispersão de substâncias tóxicas; • Aumentem a reciclabilidade e reusabilidade dos componentes e mesmo dos produtos finais; • Otimizem o uso de materiais não renováveis; • Prolonguem o ciclo de vida dos produtos; • Aumentem a intensidade de serviços prestados pelo produto. 4.3 Responsabilidade social Na atividade de compras, profissionais da área têm grande influência em fazer com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidade social importantes. Ao elaborar contratos de fornecimento com seus fornecedores, devemos deixar claro que não são tolerados: • Que os fornecedores contratem funcionários abaixo dos limites de idade ou sujeitos a trabalhos inadequados a sua idade, como estabelecidos pela legislação do país; • Que os fornecedores mantenham seus funcionários em situações de bai- xo nível de segurança, higiene ou em condições de restrição de liberdade; e-Tec BrasilAula 4 – Ética nas negociações 33 • Que os fornecedores pratiquem discriminação na contratação de seu pessoal, como de sexo, raça, religião, opção sexual, idade, convicção fi- losófica, estado civil, deficiências físicas etc. Os critérios de compras devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos os funcionários. O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas tam- bém aos funcionários das áreas técnicas, que normalmente especificam um bem ou serviço a ser comprado. É normal encontrarmos especificações tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o fornecedor a uma única empresa. Em licitações isto é chamado de licitação dirigida ou viciada. E o comprador, nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da organização ficarem atentas a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das especificações e a sua justificativa e em se comprovando tal prática suspender a licitação e emitir novo edital. Os temas sustentabilidade e responsabilidade social são novos para os atuais gestores, formados ainda dentro do paradigma desenvolvimentista que não conhecem amplamente suas implicações. Ainda demorará algum tempo até que os novos gestores, conhecedores destas questões, possam imprimir um modelo de gestão mais adequado. Resumo Nesta terceira aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da ética em compras e sustentabilidade e da responsabilidade social associadas às compras. Atividades de aprendizagem • Pesquise em livros ou em sites confiáveis duas definições sobre o signifi- cado da palavra meio ambiente. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 34 e-Tec Brasil35 Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre as influências que existem sobre os gestores para a obtenção de materiais; encontrará os fatores presentes na composição de preços dos produtos e também de que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços. Objetivos da aula: fornecer informações para os gestores poderem negociar com seus fornecedores melhores preços. 5.1 As influências sobre os gestores de Materiais Nem sempre é fácil gerir o setor responsável pelos materiais, pois cada vez mais os beneficiários dos serviços públicos se tornam exigentes, querem produtos e serviços superiores, tempos reduzidos de entregas e inovações. Os produtos mudam por que existe uma pressão para que o ciclo de vida seja encurtado constantemente e contínuamente. Esta pressão é causa das substituições frequentes de equipamentos a título de subjetivismos (carroça) de desempenho superiores aos necessários (avião) e modismos. Isto significa que se os custos na administração pública estão em patamares contínuos de crescimento, a sua margem para outras despesas tenderá a diminuir, cau- sando a asfixias dos serviços públicos. Para fugir desta situação é preciso diminuir os custos de compras dos bens continuamente. Custo fixo mata! Você deve saber que na composição de custos em bens manufaturados as matérias-primas podem variar entre 20% e 80% do custo final do produ- to. Fica evidente que quaisquer ganhos nos processos de compras públicas podem trazer resultados expressivos para a organização. Autores defendem que o peso dos insumos de produção em média corresponde a 50% do custo dos produtos manufaturados. Ou seja, os outros 50% correspondem aos encargos e custos da mão de obra a grosso modo. 5.2 O que são insumos de produção? São considerados insumos de produção, materiais a serem consumidos no ato de transformação de um produto. Podem ser dividios em materiais auxiliares e matéria-prima. Materiais auxiliares são aqueles que apenas permitem que o processo acon- teça tais como material de limpeza ou de lubrificação e os materiais dire- tamente aplicados, ou seja, aqueles que vão com o produto, por exemplo, uma mesa. Materiais auxiliares estão conectados as atividades meio das or- ganizações. Matéria-prima é aquela consumida no processo de transformação e é perce- bida no produto final. Está ligada a atividade final da organização. O peso dos insumos produtivos pode ter um impacto muito significativo no custo final dos produtos, o que deve ser repassado aos seus clientes compradores, no caso os orgãos públicos. 5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos O comprador de um produto na verdade compra o preço e não o custo do produto. Isto está bem claro nos processos licitatórios. Porém o que está por trás da redução de preços? Para formar o preço de um produto os fornece- dores utilizam vários modelos. Não vamos discutir as formas de precificação de produtos e serviços. Se considerarmos que no preço estão inseridas quatro partes principais já mencionadas, o custo das matérias primas, custos da mão de obra, os im- postos e o lucro e que destas quatro partes, duas são possíveis de se traba- lhar, o lucro e os custos das matérias primas, pois não é possível alterar os impostos e nem reduzir o salário dos trabalhadores. O fornecedor tem então duas alternativas para concorrer e ter chances de fornecer. Uma é abrir mão do lucro esperado e a outra é trabalhar nos componentes dos custos da matéria-prima. A alternativa de reduzir o lucro do fornecedor é limitada. As empresas fornecedoras precisam realizar o lucro para poderem sobreviver. Uma organização que não produz lucros não tem como re-investir na produção de novos produtos Estudar sobre as diferentes formas de precificar produtos e serviços que as organizações fornecedoras utilizam. Uma boa referência está no livro “Vantagem Competitiva” escrito por Michael Porter, editora Campus, 2004. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 36 O lucro é uma espécie de garantia de um futuro para as organizações. Como todo empreendedor tem uma relação pessoal com seu empreendimento ele aceitará negociar a redução do lucro até certo limite. A partir deste limite ele abandonará a negociação. Isto é ruim para a barganha. Resta então ao fornecedor trabalhar para reduzir os custos das matérias primas. Esta não é uma tarefa para amadores. Alterar processos produtivos para poder usar novas matérias primas para produzir produtos e serviços a custos menores exige muito conhecimento técnico.Quando um edital de compras não é suficientemente claro, maus gestores poderão usar esta oportunidade para aumentar o seu lucro ao invés de pro- duzir de forma mais econômica. Bons gestores poderão alterar a composição de seus produtos e serviços, mantendo a qualidade exigida e praticando preços menores. Este é o caminho a ser trilhado. Vamos compreender como isto funciona? Considere que na compra de um bem para a Administração Pública a com- posição de preço do produto, na figura 5.2 a margem de lucro é de 10% e que as matérias-primas tem impacto de 60% do valor total. Vamos considerar que, você atue como comprador público, e precisa de uma redução de preços totais do produto objeto da compra da ordem de 5% (figura 5.1). O seu fornecedor pode diminuir o preço concedendo 5% de desconto, mas para isto ele precisa de redução dos custos da matéria-prima por ele empregada. Figura 5.1: Redução de preços Fonte: Elaborado pelo autor e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 37 Portanto é necessário que a matéria prima seja alterada ou substituida e que o peso da mesma no preço seja reduzido dos atuais 60% para 55%. Isto significa que o fornecedor precisa alterar o seu produto para obter uma redução 5/60 = 8,33%, desta forma ficam mantidas as demais condições. Perceba que quanto maior a composição da matéria prima na formação dos custos, mais fácil é a redução, sem implicar em outras questões. Figura 5.2: Composição de preço de um produto Fonte: Elaborado pelo autor Vamos analisar a mesma questão, mas agora considerando que não é pos- sível alterar o custo da matéria prima. Neste caso resta ao fornecedor optar por demitir trabalhadores. Se o objetivo é obter os mesmos 5% de redução no preço, considerando que os impostos e o lucro são de 10% e a mão de obra corresponde a 20%, para se obter os 5% o peso da mão de obra na composição final do preço deveria passar de 20% para 15%. Isto significa uma redução de ¼ ou 25%. Um fornecedor terá muita dificuldade em fazer um corte desta magnitude. No caso de negociações se o fornecedor se uti- lizar, como forma de pressão, ameaças de demissão de trabalhadores você saberá que não é tão fácil assim de se fazer e poderá contestar o blefe! Para produtos com alta contribuição de custos da matéria prima na forma- ção do preço, as reduções de pessoal precisam ser muito significaticas para poder provocar algum efeito perceptível, isto pode ser observado em produ- tos que agregam alta tecnologia e empregam pouca mão de obra. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 38 É muito mais fácil obter reduções de custo na obtenção da matéria prima do que mexer com o custo da mão de obra. A obtenção de reduções de custo nos preços dos insumos significa transferir ao seu fornecedor o ônus da produtividade. Não se deve estabelecer com o fornecedor uma relação de desconfiança; a moderna gestão de materiais defende uma relação entre governo e fornecedor que não se baseie no pres- suposto de que alguém tem de perder para que alguém ganhe. É preciso criar e construir uma nova relação entre governo e fornecedores. Resumo Nesta aula você encontrou esclarecimentos sobre as influências que existem na composição de preços e também de que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços. Atividades de aprendizagem • Pesquise o significado de Mark up e qual é a função deste conceito. Cite um exemplo de Mark up. e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 39 e-Tec Brasil41 Aula 6 – Gestão de compras Nesta aula você encontrará aspectos ligados a Gestão de Materiais e algumas preocupações dos gestores e funcionários desta área. Objetivos da aula: estudar e compreender a estrutura organizacional da área de gestão de materiais (compras), o papel dos fornecedores como fonte de informações e dos modismos administrativos aplicados na gestão de materiais. 6.1 A estrutura organizacional A estrutura das organizações pode ser interpretada como uma extensão físi- ca do pensamento do gestor que se manifesta fisicamente por uma relação de poderes e atribuições. Pessoas são colocadas para trabalhar juntas por diversos motivos. A representação física das relações de poder e de depen- dência entre estas pessoas é chamada de organograma. Nas organizações públicas encontramos formas diferentes de nomear os departamentos res- ponsáveis pelas atividades de compras e de gestão de materiais, tais como departamento de compras, engenharia de compras, central de compras, gestão de materiais, departamento de logística e por aí afora. Estas diferen- tes formas de nomear representam a diversidade do pensamento adminis- trativo (teorias da administração). Figura 6.1: Trabalho Fonte: www.shutterstock.com Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Vamos simplificar a questão e chamar simplesmente de gestão de compras. A gestão de compras pode ser descrita, de forma simples, como sendo a interface entre a unidade pública e seus fornecedores, para obter informações, produtos e serviços. Esta definição coloca a função compras como atividade meio e não como atividade fim. Isto pode desagradar profissionais da área que gostariam de ver o seu departamento como o mais importante da organização pública. A organização pública deve ser vista como um sistema, onde não existe nenhum departamento mais importante do que o outro. Uma primeira atividade da gestão de compras é de estabelecer os contatos com os fornecedores. 6.2 Fornecedores como fonte de informações O profissional da gestão de compras tem suas atividades facilitadas pelos próprios fornecedores, pois em muitos casos são eles que normalmente procuram as organizações públicas e oferecem produtos, serviços e informação. Esta forma reativa de trabalhar pode levar os profissionais da gestão de compras a um acomodamento. Você deve investigar novos fornecedores potenciais, na busca constante por fornecedores de tecnologias emergentes. Você deve manter-se pró-ativo para não cair nas armadilhas da passividade. A gestão de compras deve fornecer suporte técnico às operações governamentais, pois vivemos na era da informação e os próprios fornecedores são fontes valiosas de conhecimento. As operações precisam ser continuamente realimentadas por informações sobre os insumos, recursos transformadores, também chamados de matérias-primas e recursos auxiliares, também chamados de materiais auxiliares. 6.2.1 O que são materiais auxiliares? São aqueles empregados nos processos, mas que efetivamente não são entregues ao beneficiário. Um médico pode medir a temperatura do paciente, mas não precisa entregar o termômetro ao mesmo. A gestão de compras deve abrir canais de comunicação, por meio de solicitações de demonstrações, visitas a feiras nacionais e internacionais e atuar no desenvolvimento dos fornecedores. Figura 6.2: Conectados Fonte: www.shutterstock.com Pró-ativo adj. Que pensa e age antecipadamente. Que, por antecipação, adota medidas para evitar ou resolver futuros problemas. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 42 Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar Manoel Destacar O gestor deve ter sempre em mente que o ciclo de vida dos produtos interfere na decisão de compras. Figura 6.3: Feira Internacional Fonte: www.shutterstock.com 6.3 Modismos na gestão de materiais Existe certo “modismo” atualmente em se terceirizar, de remeter tudo quanto possível à organização para ser feito fora, por outras pessoas, sem refletir muito sobre a questão. A linha de defesa desta forma imediatista de pensamento adiminstrativo é a de que é preciso concentrar o esforço no foco principal da organização. É bom frisar que este tipo de raciocínio levou as organizações a terceirizar processos e que depois tiveram de voltar atrás. Outra crítica feita nestecaso é a falsa ideia de se utilizar a terceirização como alternativa para fugir da lei de responsabilidade fiscal. Em primeiro lugar se deve analisar a possibilidade de se fazer a atividade internamente e só depois de se comprar externamente. existe nenhum departamento mais importante do que o outro. A decisão de se fazer externamente deve ser considerada, quando não haja capacidade marginal disponível. Os fatores, custo, qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade servem de parâmetro para apoiar a escolha da decisão. A decisão de fazer ou comprar deve ser estrategicamente ponderada! Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa- trimônio Público e algumas de suas implicações. e-Tec BrasilAula 6 – Gestão de compras 43 Atividades de aprendizagem • Pesquise quais são os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal, no que se refere a gastos para pagamento de funcionalismo. Se você fos- se o gestor responsável como resolveria uma situação hipotética na qual você estaria acima do limite permitido. Anotações Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 44 e-Tec Brasil45 Aula 7 – A evolução da gestão de materiais Nesta aula você aprenderá sobre a evolução do pensamento administrativo, aplicado a gestão de materiais, compreenderá o que vem a ser burocracia e seus desvios. Como a gestão pela qualidade e o pensamento estratégico afetam a gestão pública e por que os custos são importantes. Objetivos da aula: Compreender a relação sistêmica e holística da administração de materiais nas organizações públicas. 7.1 Evolução do pensamento administrativo Quando Henry Ford iniciou a “Ford Company”, tinha como objetivo ganhar em todas as etapas do processo de fabricação. Pensava em fazer tudo para sua atividade fim, queria ser autossuficiente e independente. Afinal para que trabalhar com fornecedores e gerar lucro para os outros se ele poderia fazer por si? Seria ótimo ficar com esta parcela dos lucros. Enquanto organizações como a Ford pensavam na sua autossuficiência como alternativa, organiza- ções como a General Motors - GM pensavam de forma diferente, na medida em que compravam outras organizações fabricantes de veículos, mantinham a independência destes, e isto contribuia para uma pluralidade de ações, na competição entre elas no tocante a usar componentes comuns. No caso da Ford a gestão de compras não se desenvolveria tanto quanto na GM. Nesta época, e até os dias de hoje, o pensamento dominante é de que a relação entre comprador e fornecedor pendia para a relação ganha- -perde, ou seja, enquanto alguém ganha o outro perde, seja o estado seja o fornecedor. Após a reconstrução dos países arrasados pela segunda guerra mundial, a relação entre oferta e demanda se alterou drasticamente. Na medida em que as organizações públicas assumiam características de um estado centra- lizador, percebiam que seus resultados deixavam de ser suficientes para se concentrar no processos internos, na busca de eficiência e eficácia. O fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford. Sua principal característica é a fabricação em massa. Ford inventou este sistema em 1914, para sua indústria de automóveis projetando um sistema baseado numa linha de montagem. Fonte: Ataptado de http://www. infoescola.com/economia/ fordismo/ Um filme interessante que aborda o taylorismo e o fordismo é “Tempos Modernos” (1936), produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana após a crise econômica de 1929. 7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber O sociológo Max Waber propôs que a burocracia seria a melhor forma de administrar países e governos, por conseguinte organizações. As ideias de Weber tiveram ampla aceitação e passaram a dominar nas funções públicas. Burocracia não é algo bom nem mau. É necessário advogar em favor da burocracia e desmistificar o senso comum. O senso comum produz a falsa ideia de que a burocracia é algo ruim. Na verdade os desvios do pensamento proposto por Max Weber, a chamada dis- função da burocracia é que é criticável. A burocracia pela burocracia, o con- trole pelo controle, a limitação da ação do funcionário público, os desvios de conduta no qual o funcionário cria dificuldades para depois “vender” favo- res não são compatíveis com a definição proposta por Weber de burocracia. Este processo continuou evoluindo até que na década de 1980, na Inglaterra e nos Estados Unidos, e depois no Brasil a gestão neoliberalizante impul- sionou a sociedade a cobrar dos órgãos públicos melhorias significativas, e entre elas a simplificação dos processos de compras públicas. A lógica por trás dos chamados sistemas de gestão, baseados na qualidade é colocar o beneficiário como centro das ações. Uma das maiores dificuldades para os processos públicos é a inconstância do abastecimento de insumos, o que obriga as organizações públicas a investir em estoques de segurança. Esta inconstância na verdade é um problema que está atrelado ao fato dos órgãos públicos “importam problemas” de seus fornecedores. O processo produtivo, na medida em que percebia os estoques como “problemas” buscou alternativas em compras. 7.3 A gestão pela qualidade A revolução da qualidade no Brasil começou com o governo de Fernando Collor de Melo. Foi criada a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A partir dai a administração brasileira mudou significativamente. Os princípios qualitativos passaram a ser incorporados na elaboração de produtos e serviços. O comportamento do beneficiário (cliente) mudou radicalmente. Algumas tentativas de desburocratizar o serviço público, foram feitas durante o regime militar, para aprofundar seu conhecimento visite o site: http://www. desburocratizar.org.br Lá você poderá entrar em contato com as ações tomadas pelo então ministro da desburocratização Hélio Beltrão, as quais ainda são válidas. O que você percebe entre a situação atual e a situação de então? Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 46 7.4 A gestão estratégica O uso de ferramentas estratégicas pela administração permite que as or- ganizações tenham melhores resultados operacionais nas políticas públicas de curto a longo prazo. O uso da estratégia na administração foi mais uma das formas de se buscar vantagem em um mercado altamente competitivo. Na administração, com viés em planejamento estratégico, afirma-se que se deve transformar as ameaças (externas) em oportunidades (externas), ou seja, a ameaça representada pelo fornecedor (inconstância) na oportunidade (parceria) com o fornecedor. Isto exige uma mudança radical na maneira de se ver a relação entre a instituição pública e fornecedor. Se analisarmos o que um fornecedor objetiva, veremos que pode ser o cres- cimento de seu faturamento, outro objetivo pode ser a diminuição do custo de vendas, que pode ser obtido pela diminuição do tamanho da carteira de clientes. Da mesma forma que o fornecedor tem seus objetivos estratégicos o governo também os tem: rapidez, confiabilidade, flexibilidade, qualidade e custos. 7.5 Custos Se os custos são um problema para as organizações públicas, a redução do tamanho dos estoques e a melhoria no processo de compras, sem prejudicar a operação, é um objetivo a ser conquistado. Uma das formas de se diminuir o tamanho dos estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento, ou seja, aumentando a confiabilidade da entrega do fornecedor. Outra forma é au- mentando a rapidez da entrega, mas isto também pode significar aumento de custos. Se o fornecedor pode ser mais flexível na entrega esta também é um ponto que permite ganhos ao estado. A qualidade do produto entregue também reduz os estoques, pois se pode trabalhar com qualidade assegura- da e desta forma osestoques podem ser menores e consequentemente os custos. Os custos devem ser observados não de forma pontual e isolada como preço por unidade comprada, mas se deve enchergar o valor total, que envolve to- das as perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de confiabilidade, da falta de qualidade, da baixa rapidez e os custos sociais como a poluição e o excesso de consumo de energia. É preciso enchergar os custos de forma global e não pontual. Viés Fig. De maneira indireta. Tendên- cias, propensão. e-Tec BrasilAula 7 – A evolução da gestão de materiais 47 Desta forma, as organizações sejam elas públicas ou particulares (fornecedo- res) podem negociar sobre uma base mais clara e objetiva. Um fornecedor pode ter a sua carteira de pedidos para uma organização pública aumentada enquanto o governo pode obter produtos com maior confiabilidade na en- trega. Assim se estabelece uma relação de parceria ganha-ganha. A gestão de compras pode e deve desenvolver os fornecedores utilizando as boas práticas de sua organização como, por exemplo, um sistema da qua- lidade e um sistema de informações eletrônicas. Muitos fornecedores tra- balham com pouca tecnologia ou ainda com controles manuais e arcaicos. Essa prática inviabiliza a eficácia no controle de custos e consequentemente aumenta os ricos de perdas. Figura 7.1: Computador bolsa de valores, Nasdaq Fonte: http://olhardigital.uol.com.br Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa- trimônio Público e algumas de suas implicações. Atividade de aprendizagem • Pesquise o que diz a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm e verifique as modalidades de julgamento constantes no artigo 45º. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 48 e-Tec Brasil49 Aula 8 – Estoques na área pública Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados em tipos, entenderá o valor que os estoques têm para os beneficiários e por fim estudará o modelo simplificado de funcionamento de estoques. Objetivos da aula: aprender sobre os tipos de estoques, a criação de valor para os beneficiários e estudar sobre o funcionamento dos estoques. 8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques É comum acontecer de se chamar estoques de armazéns, mas isto não é cor- reto. Será que todos os armazéns são iguais? Será que todos os estoques são iguais? A pergunta será respondida em partes. Vamos começar dizendo que não. Os armazéns refletem a condição que os produtos em estoque exigem da armazenagem. Outra questão está associada à finalidade dos estoques, portanto os estoques também são diferentes. Então, o que diferencia os tipos de estoques é a sua finalidade? Isto mesmo! Resumidamente temos quatro tipos de estoques. Estoques de proteção, estoques intermediários, estoques de ciclo, estoques de produtos acabados e uma variação deste chamado de estoques de canal. 8.1.1 O que é estoque de proteção? É aquele que protege, no caso, a organização pública, contra a falta de insu- mos necessários para o funcionamento dos processos. Este tipo de estoque impede que a organização pare de transformar. Ele é formado pelos mate- riais produtivos e improdutivos necessários. Normalmente são encontrados nas entradas dos processos das organizações (estoques de entrada). Os esto- ques de proteção servem para diminuir o risco e a incerteza do abastecimen- to, que ocorre nas organizações e podem ser significativamente onerosos. Normalmente são planejados para atender certos períodos de faltas. Toda organização tem estoques por menores que eles sejam! 8.1.2 O que são estoques intermediários? São aqueles que ocorrem no meio do processo e são decorrentes dos des- compassos que ocorrem entre as diversas etapas dos processos como: falhas em equipamentos, ritmos diferentes de trabalho entre etapas nos processos, não conformidades de qualidade nos materiais, absenteísmo e outras cau- sas. Normalmente este tipo de estoque não é planejado. 8.1.3 O que são estoques de ciclo? São aqueles que ocorrem quando utilizamos as mesmas máquinas e equipa- mentos para diversos processos. Pense num laboratório estadual que produz medicamentos; onde encontramos vários tipos de máquinas e equipamen- tos de uso comum para todos os produtos ali industrializados, uma máquina para embalar pode processar todos os tipos de medicamentos. É preciso produzir quantidades suficientes de medicamentos para atender aos benefi- ciários enquanto um novo ciclo de bateladas é feita. Se mais de um tipo de remédio é produzido, a batelada terá de ser suficientemente grande para su- portar a demanda por todo o período até que se possa repetir a nova batela- da do primeiro tipo de remédio feito, fechando um ciclo. Normalmente este tipo de estoque é planejado para que o tempo, no qual os produtos produ- zidos ficam disponíveis seja maior que o tempo necessário para o consumo. Veja na figura 8.1 a representação de estoques de ciclo: Figura 8.1: Representação de estoques de ciclo Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002).. Absenteísmo ou absentismo/absenteísmo é usado para designar as ausências dos trabalhadores no processo de trabalho, seja por falta ou atraso. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 50 8.1.4 O que são estoques de produtos acabados? A organização pública produz diversos tipos de produtos acabados que são estocados. A água e os remédios são bons exemplos deste tipo de estoques. Podem significar pronta resposta de atendimento aos pedidos e, portanto rápido atendimento. Excesso de estoques de produtos acabados pode em alguns casos significar prejuízos, assim como a falta de estoques significa a falta do abastecimento ao público beneficiário. 8.1.5 O que são estoques de canal? Os estoques de produtos acabados, quando em trânsito e por longos perío- dos são chamados de estoques de canal. Imagine o processo de vacinação. Se o transporte demorar uma semana para transportar os remédios fica evi- denciado o surgimento do estoque de canal. Lembre que os meios de trans- porte devem oferecer as mesmas condições físicas existentes nos armazéns, portanto são “armazéns em movimento”. Os diferentes tipos de modais de transporte apresentam diferentes tempos de percurso. Quando o tempo gasto no trânsito é muito pequeno este tipo de estoque nem é considerado, mas se o tempo for elevado deve ser considerado. Outro bom exemplo é a quantidade de água existente nos tubos (rede de distribuição) que alimen- tam um município. 8.2 Modelo de estoque Vamos estudar o funcionamento de uma caixa de água. Existe uma taxa de vazão de entrada que chamaremos de Te, da mesma forma existe uma taxa vazão de saída chamada de Ts. Dentro da caixa existe uma quantidade de água, um estoque, que chamaremos de E. Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoques Fonte: Elaborado pelo autor e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 51 Vamos analisar três possíveis situações: a) quando entra mais água na caixa do que sai b) quando entra menos água na caixa do que saí; c) quando a quantidade de água que entra na caixa é igual a que sai. Se Te é maior do que Ts é facil perceber que o nível do estoque cresce. Re- presentado o esquema teríamos Te > Ts então E aumenta A segunda possibilidade analisa o que ocorre quando Te é menor do que Ts, então o estoque diminui. Representado o esquema teríamos: Te < Ts então E diminui Na terceira situação temos uma condição de equilíbrio, onde a entrada de água corresponde a saída de água e, portanto, o estoque não cresce. Repre- sentando teríamos: Te = Ts então E permanece no mesmo nível Apesar de não manifestarmos neste momento opiniões sobre as duas pri- meiras situações a terceira situação parece ser a propositalmente desejada, pois aponta para uma condição de estabilidade. É mais fácil gerenciaralgo estável do que instável, portanto é preferível administrar uma organização em uma situação de estabilidade do que em uma situação de instabilidade. Processos sob controle e estáveis permitem ações planejadas de melhoria contínua. A busca pela estabilidade se apresenta como um dos maiores de- safios para o gestor de materiais. Atuando desta forma a gestão de materiais proporciona condições de esta- bilidade para a Administração, que por sua vez procura conciliar as diferen- ças entre a demanda e a oferta. Um mau sistema de gestão de materiais se reflete pelo aumento da dificuldade ao gestor, podendo até gerar prejuízos consideráveis aos beneficiários da organização pública. Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 52 8.3 Estoques como valor para o beneficiário Outro grande desafio da gestão de materiais é conciliar os tempos de rea- bastecimento, com os volumes necessários, com a qualidade especificada no pedido de compras e com custos competitivos. Esta complexidade de fatores aumenta o desafio de se trabalhar com os processos de gestão, exigindo profissionais altamente qualificados e com uma visão sistêmica e holística da organização pública. As modernas administrações dirigem seus esforços para acrescentar valor aos produtos e serviços por ela produzidos. Acrescentar valor se dá por meio de operações que melhoram os produtos e serviços, adicionando caracterís- ticas que os beneficiários creditam como valor. O valor de um produto ou serviço é “percebido” pelo beneficiário O valor associado ao produto ou serviço é entregue por meio de políticas públicas como valor final ao beneficiário. A diferença entre o custo de aquisição de um produto ou serviço, a disponibilização e entrega deste produto/serviço corresponde a margem de valor que o produto/serviço produz. Resumo Nesta aula, você iniciou o estudo sobre tipos de Estoques e algumas de suas implicações. Aprendeu como o valor dos estoques é percebido pelos beneficiários. Atividade de aprendizagem • Qual dos quatro tipos de estoque apresentados corresponde ao exemplo da caixa de água? Discuta com seus colegas. e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 53 e-Tec Brasil55 Aula 9 – Estoques Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados de formas diferentes e compreenderá a relacionação da quantidade a ser estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária forma de controle sobre os itens estocados. Objetivos da aula: expandir a interpretação do que é estoque, relacionando os fatores tempo com quantidade e com sistemas de controle. 9.1 O que são estoques? Na aula anterior explicamos os tipos de estoques. Agora vamos aprofundar a questão. Uma forma bastante simples de responder a esta questão é por meio do conceito de acumulação. Portanto, estoque é a acumulação de algo. O que será este “algo”? Dentro da administração este “algo” pode ser chamado de objeto transformado ou ainda de recurso a ser transformado, assim podemos ter estoques de: • Materiais; • Informações; • Beneficiários (consumidores). A ideia mais simples ao pensar em estoques é a de bens tangíveis, objetos comprados e guardados para uso posterior. Outra forma mais recente de se pensar sobre estoques é extender seu con- ceito e aplicação para informações. Veja o caso da companhia de energia e eletricidade de seu estado, em todos os domicílios consumidores de energia elétrica dos estados estão armazenados e cadastrados nos bancos de dados da Companhia. Outro exemplo é o seu RG, o seu CPF que são informações e são estocados. Este conjunto de informações armazenadas pode ser pro- cessadas para diversos fins. Figura 9.1: Rede Elétrica Fonte: http://www.bohnen.com.br Um ponto bastante polêmico é pensar em estoques de pessoas (os benefi- ciários), porém se pensarmos que uma fila é um estoque não fica mais difícil pensar em pessoas como estoques. Este ponto é polêmico, pois envolve uma questão ética. Tratar pessoas como objetos é uma grave falha do gestor pú- blico. Ao tratar pessoas é preciso uma atenção especial, o gestor necessita outras competências adicionais. Se a Secretaria de Saúde planeja atender pessoas em um posto médico, provavelmente haverá uma fila, na Secretaria de Educação se deve pensar nas filas para matrículas dos alunos, portanto outro estoque. O Tribunal Eleitoral organizará atendimento à população e gerenciará filas. Filas são estoques em movimento. Veja que foi apresenta- da a você a ideia dos estoques em movimento. Vamos nos concentrar um pouco mais na questão dos estoques físicos referentes a materiais tangíveis. O gestor deve cuidar ao gestionar pessoas como estoques. Os estoques também podem ser compreendidos sob outra forma de análise, uma relacionada a materiais necessários para a atividade fim do órgão pú- blico e outra relativa a materiais não relacionados a atividade fim (atividade meio). Mas o que é atividade fim e atividade meio? Para simplificar vamos pen- sar em um item comum achado em vários órgaõs públicos, a tinta para impressoras. Se um órgão público tem por finalidade prestar serviços de im- pressão de documentos e imprime todos os contra-cheques do funcionalis- Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 56 mo público, esta tinta está diretamente ligada a atividade-fim do órgão, que é imprimir os contra-cheques. Já para outra organização pública qualquer, como por exemplo, uma Secretaria de Transportes, que comprasse a mesma tinta de impressora, este item poderia ser classificado como não relativo a atividade-fim, pois o objetivo do órgão não é ser centro de impressões de documentos, muito embora seja necessário imprimí-los. Esta divisão apre- sentada pode ser também entendida como estoque de bens produtivos e bens improdutivos. 9.2 Tempo, quantidades e controles Os estoques trazem ao gestor algumas preocupações como: Quanto pedir? Quando pedir? Como controlar o sistema? A questão de quanto pedir pode ser facilmente compreendida se usarmos como exemplo a nossa vida pessoal. Por mais que você coma pão todo dia, nenhum de nós compraria em uma única vez, pão na quantidade que come- mos em um mês, pois sabemos que não adianta comprar pão desta forma, pois o mesmo irá envelhecer e será desperdiçado antes que o usemos. Porém a questão agora passa para outro ponto, será que eu tenho a verba suficiente e necessária para fazer esta compra? Pode ser que não tenha este dinheiro. Também é necessário pensar no local para armazenar, será que cabe no meu depósito? Isto traz em discussão a questão da frequência das compras. Então com que frequência devemos efetuar as compras? Vamos ver a segunda questão, quando pedir? Aqui também podemos pen- sar no exemplo de nossas vidas como uma simples referência. Se eu con- sumo uma caixa de leite do tipo longa vida por semana, as compras feitas posteriormente a uma semana implicarão na falta do item. A questão de como controlar merece um pouco mais de atenção e cálculo. Para isto são necessários sistemas computacionais. Sistemas computacionais permitem controles precisos de quantidades, prazos e validades sobre os itens em estoque. e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 57 A tecnologia hoje oferece diversos modelos de sistemas de controle. Existem técnicas de previsão que permitem ao gestor determinar os períodos nos quais deverão ser feitas as compras. As técnicas de previsão devem considerar as variações cíclicas e sazonais e os períodos de validade. 9.3 Formas de controle de itens em estoque Os produtos estocados podem ter características que afetem a forma como são controlados. Se um produto se apresenta estável em suas características físicas, ou seja, não é afetado (inerte) com o passar do tempo o gestor pode controlar de uma forma mais simples. Os últimos itens podem ser misturados com os já existentes sem que isto represente problemas. Outros itens podem sofrer
Compartilhar