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Patrimônio Público, materiais e logística

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Referências
ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica 
impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p.
ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 
2002. 24 p.
ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 
Rio de Janeiro, 2002. 6 p.
COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. 
Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do 
Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 
2009.
DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material 
didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p.
SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano.
SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. 
X, p. XX-XX, mês ano.
SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, 
ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local 
de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do 
trabalho.
AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, 
apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês 
ano.
Patrimônio Público,
Materiais e Logística 
Mauro José Kummer
2011
Curitiba-PR
PARANÁ
Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia - Paraná 
© INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ - 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola 
Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Prof. Irineu Mario Colombo
Reitor 
Profª. Mara Christina Vilas Boas
Chefe de Gabinete
Prof. Ezequiel Westphal
Pró-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos
Pró-Reitoria de Administração - PROAD
Prof. Paulo Tetuo Yamamoto
Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e 
Inovação - PROEPI
Neide Alves
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e 
Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de Ávila
Pró-reitoria de Planejamento e 
Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. José Carlos Ciccarino
Diretor Geral de Educação a Distância
Prof. Ricardo Herrera
Diretor de Planejamento e Administração 
EAD - IFPR
Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado
Diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão 
EAD - IFPR
Profª Cristina Maria Ayroza
Coordenadora Pedagógica de Educação a 
Distância
Mercia Denise Gomes Machado Carlini
Coordenador do Curso
Adriana Valore de Sousa Bello
Fábio Decker
Karmel Louise Pombo Schultz
Kátia Ferreira 
Suelem Souza Santana de Freitas
Assistência Pedagógica
Profª Ester dos Santos Oliveira
Profª Linda Abou Rejeili de Marchi
Idamara lobo Dias
Revisão Editorial
Eduardo Artigas Antoniacomi
Diagramação
e-Tec/MEC
Projeto Gráfico
Prof. Irineu Mario Colombo
Reitor 
Profª. Mara Christina Vilas Boas
Chefe de Gabinete
Prof. Ezequiel Westphal
Pró-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos
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Inovação - PROEPI
Neide Alves
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e 
Assuntos Estudantis - PROGEPE
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Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
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e-Tec Brasil
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica 
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, 
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na 
modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o 
Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância 
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e 
escolas técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande 
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao 
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da 
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou 
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de 
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a 
concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas 
de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo 
integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus 
servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional 
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz 
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com 
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, 
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
e-Tec Brasil5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o 
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes 
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, 
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do Professor-autor 11
Apresentação da Disciplina 13
Aula 1 – Recursos e patrimônio público 15
1.1 Recursos 15
1.2 Administração de Recursos Patrimoniais 17
Aula 2 – Gestão de materiais na área pública 21
2.1 A Gestão de Materiais na área Pública 21
2.2 Estoques 22
Aula 3 – Ética na gestão de materiais 25
3.1 Ética na Gestão de Materiais 25
Aula 4 – Ética nas negociações 31
4.1 Ética em compras 31
4.2 Sustentabilidade 32
4.3 Responsabilidade social 33
Aula 5 – Influências na composição dos preços 
dos materiais 35
5.1 As influências sobre os gestores de Materiais 35
5.2 O que são insumos de produção? 36
5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço 
na compra de produtos 36
Aula 6 – Gestão de compras 41
6.1 A estrutura organizacional 41
 6.2 Fornecedores como fonte de informações 42
6.3 Modismos na gestão de materiais 43
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Aula 7 – A evolução da gestão de materiais 45
7.1 Evolução do pensamento administrativo 45
7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber 46
7.3 A gestão pela qualidade 46
7.4 A gestão estratégica 47
7.5 Custos 47
Aula 8 – Estoques na área pública 49
8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques 49
8.2 Modelo de estoque 51
8.3 Estoques como valor para o beneficiário 53
Aula 9 – Estoques 55
9.1 O que são estoques? 55
9.2 Tempo, quantidades e controles 57
9.3 Formas de controle de itens em estoque 58
Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 61
10.1 Custos associados aos estoques 61
10.2 Dinâmica dos estoques 63
Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 67
11.1 Logística 67
11.2 Mas o que é cadeia de suprimento? 69
Aula 12 – O renascimento da logística 71
12.1 Renascimento da logística 71
12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística 72
12.3 A desregulamentação do setor logístico 73
Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 75
13.1 Competências e habilidades 75
13.2 A divisão do trabalho na logística 76
Aula 14 – Objetivos operacionais 79
14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais 79
e-Tec Brasil
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Aula 15 – A incerteza na logística 83
15.1 Modais 83
15.2 Incerteza nos processos logísticos 84
Aula 16 – Definição de nível de serviço 87
16.1 Nível de serviço 87
16.2 Tipos de níveis de serviço 88
16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários 89
Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 91
17.1 Percepções sobre serviços 91
17.2 Serviços básicos 92
17.3 Pedido perfeito 93
17.4 Serviço de valor agregado 94
Aula 18 – Gerenciamento de transportes 95
18.1 Gerenciamento de transportes 95
18.2 Agências de regulamentação 96
18.3 Sistemas de informação para transportes 97
18.4 Restrições de tráfego 97
Aula 19 – Gerenciamento de depósitos 99
19.1 Depósitos 99
19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico 99
19.3 Características de armazenagem 100
19.4 Plano de estocagem 101
19.5 Localização 102
Aula 20 – Movimentação de materiais 103
20.1 Movimentação de materiais 103
20.2 Ergonomia 103
20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio 105
Referências 107
Atividades autoinstrutivas 111
e-Tec Brasil
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
e-Tec Brasil11
Palavra do Professor-autor
Prezado aluno, este material de apoio para suas aulas foi desenvolvido com 
muito cuidado. Por meio dele você encontrará informações relevantes e atu-
ais sobre as atividades relacionadas aos profissionais que trabalham com a 
Gestão de Materiais, Patrimônio e Logística. Esta disciplina está articulada 
com a disciplina de Ética, Finanças e Contabilidade. Apenas o texto não é 
suficiente para esgotar assuntos tão importantes e cheios de nuances. Assim 
incentivo-o a dar continuidade as suas aprendizagens, por meio de pesquisas 
em sites e em diferentes materiais. A Formação em áreas associadas à tec-
nologia exige dedicação e interesse. Certamente você o terá. Bons estudos 
e bom proveito.
Professor Mauro José Kummer
e-Tec Brasil13
Apresentação da Disciplina
A administração pública vem se modernizando rapidamente. Estudar admi-
nistração pública em suas diversas áreas se transformou em excelente opor-
tunidade de desenvolvimento. A formação técnica permite ao funcionário 
público, apoiado em bases morais e éticas, modificar as realidades locais, 
regionais e mesmo nacional. O uso de tecnologias associado às modernas 
práticas de gestão rapidamente ganham espaço na realidade que transforma 
as organizações públicas. A tendência é tornar as organizações mais desen-
volvidas, posto isto cabe ao administrador buscar novas formas em termos 
de resultados para romper com o paradigma estabelecido. A chamada déca-
da da logística moderna se iniciou em 1980. Estamos vivendo um momento 
de profundas mudanças. A questão fundamental da moderna logística é 
a relação entre o tempo e o custo, o que se traduz pelo nível de serviço a 
ser acordado aos beneficiários. A gestão de materiais está profundamente 
atrelada a questão logística, tanto que é comum usá-la como sinônimo. É 
preciso destacar que o processo de gestão de materiais permite economias 
consideráveis às organizações. As mudanças decorrentes dos princípios qua-
litativos também transformaram a gestão de materiais de forma irreversível. 
A administração patrimonial envolve a administração de recursos vultosos. 
Além da questão financeira do custo dos materiais também é de interesse 
que os mesmos sejam cuidados com atenção, pois um item de pequeno va-
lor de custo pode ser de grande preocupação do gestor público. 
A logística embora seja vista como responsável pela movimentação dos ma-
teriais também é de interesse da realização das políticas públicas. Outra ca-
racterística importante da moderna logística é o fator tempo. A administra-
ção da logística está diretamente atrelada a esta questão. As três unidades 
da disciplina estão interligadas. Quem cuida de patrimônio pode ter entre 
suas atribuições a compra de bens. Quem administra materiais, pode ter 
entre outras atividades o envio destes materiais para outros lugares assim 
como zelar pelo seu retorno. Portanto, falar em Patrimônio, Administração 
de Materiais e Logística remete a uma relação entre as áreas e como esta 
relação pode ser mais bem aproveitada pelas organizações.
e-Tec Brasil15
Aula 1 – Recursos e patrimônio 
público
Prezado aluno, nessa aula você encontrará os primeiro termos relaciona-
dos à disciplina. Serão definidos termos, como: Despesa Pública, Patri-
mônio Público, Bens Públicos e recursos.
Objetivos da aula: Proporcionar os primeiros contatos com o tema Re-
cursos e Patrimônio Público 
1.1 Recursos
Toda organização efetua processos de transformação. Objetos e pessoas são 
continuamente transformados. Em Administração, a ação de transformar 
chama-se processo e já foi sinônimo de produção (Gestão de Processos 
Fabris). O termo Produção foi expandido e com o passar do tempo foram 
incorporadas atividades relacionadas à área de serviços. O conceito passou 
então a chamar-se de operações (Gestão da Produção e de Serviços). Assim 
uma organização, seja qual for independente do que ela faça ou proporcio-
ne pode ser entendida sob a visão da Gestão de Operações. 
Figura 1.1: Gestão de Operações
Fonte: Elaborado pelo autor
O processo de transformar pode resultar em saídas tangíveis (produtos) ou 
intangíveis (serviços).
Figura 1.2: Transformação de Recursos em 
Produtos e/ou Serviços
Fonte: Elaborado pelo autor
Como nada se cria a partir do nada, para haver uma saída de um processo 
deve necessariamente haver uma entrada (recurso). Em uma transformação 
existem dois elementos relacionados à entrada de um processo, são eles 
elementos a serem transformados e elementos transformadores. Os 
elementos a serem transformados são chamados de recursos. São cinco os 
tipos de recursos:Figura 1.3: Tipos de Recursos
Fonte: Elaborado pelo autor
Então, vamos nos concentrar no estudo sobre recursos e aprofundar a ques-
tão sobre os denominados materiais e patrimoniais, muito embora todos 
os tipos de recursos sejam importantes e estejam interligados vamos deixar 
para vocês buscarem mais conhecimentos sobre os demais tipos de recursos 
classificados como: Capital, Humanos e Tecnológicos.
Não existem recursos infinitos ou renováveis, ou seja, eles sempre são finitos, 
portanto cabe à Administração buscar alternativas para mitigar o seu uso e 
aproveitá-los melhor.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 16
1.2 Administração de Recursos Patrimoniais
A administração dos recursos patrimoniais trata da sequência de opera-
ções que vão desde a identificação dos fornecedores, passando pela compra 
e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção 
e, quando for o caso, de sua alienação.
Bens são muitas vezes considerados como riqueza e, frequentemente, são 
tratados como sinônimos para recursos. Uma ambulância (automóvel) é con-
siderada como um bem (móvel), mas seu uso é tratado como recurso para se 
atingir um fim (saúde pública).
Figura 1.4: Ambulância SAMU
Fonte: http://www.es.gov.br
1.2.1 O que é despesa pública?
São gastos fixados em lei orçamentária ou em leis especiais destinadas a execução 
de serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. São divididas em dois grupos, 
a saber: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-orçamentária. Despesa 
orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa e é fixada no 
orçamento público. Despesa extra-orçamentária é aquela paga à margem da lei 
orçamentária, não depende de autorização legislativa, mas depende de receitas 
extra-orçamentárias.
Figura 1.5: Gastos Públicos
Fonte:www.shutterstock.com
e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 17
1.2.2 O que é Patrimônio Público?
Corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda 
corrente, das entidades que compõem a Administração Pública. O Código 
Civil Brasileiro, em seu artigo 65, determina que “são públicos os bens de 
domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, ou aos Municípios”. 
Todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a quem pertencem. 
Os bens públicos são: 
De uso comum do povo como mares, rios, estradas, ruas e praças. 
Figura 1.6: Patrimônio de uso comum
Fonte: www.shutterstock.com
De uso especial como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou 
estabelecimentos federais, estaduais ou municipais.
Aproveite e faça uma visita 
virtual ao palácio Iguaçu,
sede do governo do 
Estado do Paraná, no
 link: http://www.casacivil.
pr.gov.br/ipix/vis_index.php.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 18
Dominicais, isto é que constituem o patrimônio da União, dos Estados, ou 
dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas 
entidades. (artigo 66). Bens Dominicais: constituem o patrimônio público, e 
são considerados para efeito de escrituração e de registro contábil. 
Bens Patrimoniais são recursos das organizações. 
1.2.3 O que é Patrimônio?
Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direi-
tos e obrigações de uma pessoa ou organização seja ela pública ou privada. 
Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações. 
Bens patrimoniais podem ser entendidos como instalações, prédios, terrenos, 
equipamentos e veículos das organizações.
Resumo
Nessa aula você aprendeu o que são recursos organizacionais, estudou o 
conceito ampliado de operações, iniciou a compreensão sobre a importância 
da administração patrimonial, estabeleceu uma associação entre recursos e 
despesa pública e o que é patrimônio público.
Atividades de aprendizagem
•	 Pesquise sobre como é elaborado o orçamento público em seu município 
e se isto não for possível pesquise como é feito no seu lugar de trabalho.
e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 19
e-Tec Brasil21
Aula 2 – Gestão de materiais na 
área pública
Nesta aula você conhecerá um pouco mais sobre o que é Gestão de Ma-
teriais e o que são estoques. 
Objetivos da aula: Estudar e aprender sobre a Gestão de Materiais na 
área Pública e sobre os estoques.
2.1 A Gestão de Materiais na área Pública
Vamos relacionar estes processos de Gestão de materiais às suas causas ge-
radoras, representadas pelo desequilíbrio que existe entre a necessidade de 
consumo e a necessidade de fornecimento. 
A Gestão de materiais é a etapa seguinte a da adjudicação da licitação. O 
combate ao desperdício, amplamente defendido pela população brasileira, a 
globalização da economia, a diminuição das barreiras comerciais são fatores 
impulsionadores da chamada “compra correta”.
Compra correta é um conceito complexo que envolve quantidade, 
qualidade, custos e prazos.
O conceito de compra correta terá um significado mais claro ao decorrer 
dos estudos nas próximas aulas. Para iniciarmos a defesa das razões e da 
importância da gestão de materiais para as organizações públicas, vamos 
recorrer ao exemplo simples representado pela caixa de água. Em uma caixa 
d’água existe uma entrada (a fonte de suprimento). A entrada de água pode 
se apresentar de forma variável, como nas nossas residências, em algumas 
horas do dia a água está disponível e em outras pode ocorrer à falta em 
determinados períodos (curtos ou longos) ou mesmo a interrupção total dos 
serviços. Isto representa a chamada imprevisibilidade e o fator de risco 
do abastecimento. Como imprevisibilidade, teremos todos os fatores in-
ternos e externos que contribuirão negativamente para que ocorra falta de 
itens em estoque. O risco está associado à imprevisibilidade e é objeto de 
preocupação dos gestores. Ações para minimização de riscos fazem parte 
das tarefas dos gestores. A imprevisibilidade e o risco são motivos da exis-
tência da caixa de água. Se existisse contínuo abastecimento de água, na 
quantidade necessária, não haveria necessidade da caixa d’água, certo? 
Adjudicação 
s.f. Direito Ato, judicial ou 
administrativo, que dá a alguém 
a posse de determinados bens. 
Atribuição do objeto adjudicado 
ao adjudicatário.
Analisando o tamanho do orçamento da estrutura pública como uma orga-
nização, pode-se ter uma ideia da dimensão da importância que a gestão 
de materiais tem, seus efeitos internos sobre a organização estatal, seus 
beneficiários assim como seus efeitos sobre seus fornecedores e a socieda-
de. Quando o governo estabelece um processo de compras ocorre intensa 
mobilização na economia, pois os valores envolvidos são muitas vezes signi-
ficativamente elevados e em grandes quantidades.
Entender a dinâmica das compras (além do processo de licitação), posiciona-
ram-se a frente das situações emergenciais, ter estoques para poder fazer a 
máquina pública continuar em movimento, tudo isto dentro de um padrão 
ético e sob constante vigilância formam o conjunto de desafios da gestão de 
materiais na administração pública.
Figura 2.1: Atendimento médico
Fonte:www.shutterstock.com
2.2 Estoques
Todas as organizações têm estoques e que de acordo com as políticas 
públicas e dos modelos de gestão praticados, estes estoques poderão ser 
maiores ou menores. É importante diferenciar estoques de armazenagem. 
Quando falamos em estoques nos referimos a coisas tangíveis, ou seja, ao 
dinheiro público armazenado sobre a forma de produtos. Armazém se refere 
à estrutura física e operacional para conter, proteger, manter e disponibi-
lizar estes estoques. Armazenagem é o ato de guardar coisas em armazéns.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 22
Figura 2.2: Estoque
Fonte:www.shutterstock.com
O armazém, assim como as pessoas que nele trabalham, normalmente não 
é percebido no dia a dia das organizações públicas. São consideradas estru-
turas de apoio para atividades meio e não atividades fim. Essas represen-
tam as pessoase equipamentos que estão por trás das paredes realizando 
um serviço importante, mas longe dos olhos dos demais. 
Resumo
Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão do 
Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disso, você teve 
contato com o elemento de ligação desta aula com a próxima, que vai apro-
fundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, 
quem cuida do patrimônio acaba se envolvendo com a administração de 
materiais. 
Atividades de aprendizagem
•	 Aproveite e pesquise onde se localiza o armazém que abastece o seu 
local de trabalho. Descubra também quem são as pessoas que lá traba-
lham. Isto é importante, pois você fará um estudo deste lugar e sobre as 
atividades destas pessoas. Anote!
e-Tec BrasilAula 2 – Gestão de materiais na área pública 23
e-Tec Brasil25
Aula 3 – Ética na gestão de 
materiais
Nesta aula você estudará a relação entre a ética e a gestão de materiais 
e a formulação de códigos de ética.
Objetivos da aula: Compreender a relação da ética envolvida na questão 
da gestão de materiais e a aplicação de um código de ética pública. 
3.1 Ética na Gestão de Materiais
Antes de entrarmos na parte técnica do assunto de Gestão de Materiais, 
Patrimônio Público e Logística é preciso estudar a questão da ética e da 
moral em Gestão de Materiais. A gestão de materiais e bens patrimoniais 
necessariamente passa pela compra, armazenagem e destinação de produ-
tos e serviços. Assim é preciso conceituar alguns termos para evitar má inter-
pretação. Primeiramente volte nos seus estudos e reveja a parte já estudada 
sobre ética. O ponto de partida é que existe certa confusão entre o que vem 
a ser moral e o que vem a ser ética. Vamos rever as definições que você já 
aprendeu, mas agora com ênfase em Gestão de Patrimônio:
Definição de Moral: você poderá pesquisar e comprovar que existem 
diversas definições para o termo, uma delas, segundo o Moderno Dicio-
nário da Língua Portuguesa é: “Parte da filosofia que trata dos atos hu-
manos, dos bons costumes e deveres do homem em sociedade e perante 
os de sua classe” (MICHAELIS, 1998). 
Definição de Ética: Da mesma forma que para moral, existem diversas 
definições para ética. Novamente do dicionário vamos buscar “Parte da 
filosofia que estuda os valores morais e princípios ideais de conduta hu-
mana”. (MICHAELIS,1998)
De certa forma a moral está fora do homem e a ética dentro do homem, ou 
seja cada um de nós sabe extamante o que é certo e o que é errado. Isto está 
dentro de nós, portanto é ética. Outra forma de ver a questão é aceitar a 
ética como o julgamento da moral. A moral é do grupo, dos outros, você e 
eu como indivíduos podemos querer fazer parte de um grupo, ou seja moral 
é um conjunto de atos e pensamentos, praticados e aceitos por determinado 
grupo de pessoas, portanto como existem diversos grupos, existem diversas 
morais, mas a ética é apenas nossa, portanto é única.
3.1.1 Aética e antiética: o que significam? 
Aética é uma palavra formada pelo sufixo “a” mais a palavra ética. O “a” 
significa a não existência de discussão e da necessária compreensão para 
determinada situação, é como se o campo do conhecimento ainda não ti-
vesse sido suficientemente estudado e discutido e portanto não alcançado 
uma clarificação, limite no qual não existe uma opinião formada sobre algo. 
Antiética, da mesma forma é uma palavra formada pelo sufixo “anti” e a 
palavra ética. Neste caso “anti” significa a negação de algo, ou seja a nega-
ção da ética. É assim que se descreve um comportamento contrário ao que 
a ética afirma ser o certo.
Uma outra maneira de se ver a relação entre moral e ética é que a 
ética é o julgamento da moral.
Bom, então por que se estuda ética em administração de materiais? 
Esta é uma resposta simples e ao mesmo tempo complexa. Uma delas é 
porque os profissionais de compras trabalham com a saída de dinheiro 
das instituições e por esta razão são alvo de pessoas inescrupulosas, que 
querem amealhar parte do dinheiro público de forma ilícita. A outra é 
transcendente, justifica-se pela nossa imperfeição como criatura e a nossa 
continua busca por sermos melhores.
Não basta ser ético e honesto, é essencial parecer como tal.
Você já deve ter aprendido que o desvio do dinheiro se dá tanto pela saída 
do caixa, por meio dos pagamentos efetuados, mas há outra forma de se 
desviar dinheiro das instituições públicas se dá pela entrada de dinheiro, ou 
seja, pela arrecadação. 
Outra questão que envolve a ética se dá sobre o comportamento de 
funcionários públicos inescrupulosos que criam dificuldades operacionais aos 
beneficiários (clientes) e fornecedores e exigem benesses em contrapartida. 
Está é a chamada disfunção maxweberiana (Max Weber). 
Transcendental 
adj. Filosofia. Que pertence 
à razão pura, a priori, 
anteriormente a qualquer 
experiência, e que constitui 
uma condição prévia dessa 
experiência: segundo Kant, 
o espaço e o tempo são dois 
conceitos transcendentais.
Pesquise as chamadas disfunções 
da burocracia apontadas por 
Max Weber no livro: “Introdução 
a Administração” de Antonio 
Cesar Amaru Maximiniano. 
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 26
A legislação pública se vale de dispositivos legais, que punem os 
funcionários que agem de má fé contra a gestão dos recursos pú-
blicos.ética é o julgamento da moral.
3.2 Código de ética em compras 
É importante que as empresas públicas além das questões legais pertinentes, 
desenvolvam um código de ética no intuito de estabelecer um conjunto 
de procedimentos a serem observados e seguidos pelos negociadores 
profissionais e que leve em consideração, entre outros, os seguintes temas: 
a) Integridade pessoal dentro e fora da organização;
b) Competência pessoal; 
c) Cumprimento das legislações que afetam os negócios; 
d) Conflito de interesses; 
e) Manifestações de hospitalidade e presentes;
f) Confidencialidade de informações empresariais;
g) Comportamento nas negociações; 
h) Sustentatbilidade;
i) Responsabilidade social.
As organizações devem criar seus códigos de ética tanto para a 
área de compras, quanto para a área de entrega (vendas) de pro-
dutos e serviços.
3.2.1 O que é conflito de interesses? 
É desejável que o funcionário tenha em sua pasta funcional uma declaração 
assinada sobre a aceitação das consequências de seus atos e sobre atividades 
que não possam ser desenvolvidas durante o exercício de sua função que 
deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. Por exemplo, um 
comprador de órgão público não pode ser sócio de empresa privada que 
venda produtos e serviços ao governo, pior ainda se a venda for feita para 
o próprio setor no qual o funcionário é o comprador. Cabe ao negociador 
perceber que seus interesses pessoais poderão conflitar ou possam ser vistos 
Analise o código de ética 
do Conselho Brasileiro dos 
Executivos de Compras, para 
tanto visite o 
site http://www.cbec.org.br 
você poderia aplicá-lo em sua 
organização?
e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 27
como passíveis de afetar sua imparcialidade no julgamento dos processos, 
no decorrer da atividade negocial, ele deve informar sua supervisão para que 
esta julgue sobre o eventual conflito de interesses. 
O comprador não pode ter conflitos de interesse com a organização
3.2.2 O que são manifestações de hospitalidade e 
presentes? 
Fornecedores podem usar, intencionalmente e com frequência, de técnicas 
para agradar aos clientes. Isto pode ser feito de diversas maneiras. Um sim-
ples “brinde” como uma caneta, uma agenda, ou mesmo uma refeição ou 
ainda viagens com hospedagens e diárias pagas. As organizações devem 
explicitar o que é permitido ao funcionário público e o que não é. 
Discuta com seus colegas sobre as diferenças de percepção sobre o valor 
que uma pessoa atribui a um presente serem totalmente diferentes daqueles 
percebidos por outra pessoa. Ou seja,a mesma ética aplicada em compras 
deve ser seguida em vendas (ou entrega dos produtos e serviços). Lembre-se 
que existem organizações públicas que vendem produtos e serviços.
Nas manifestações de hospitalidade como convites para “almoços de negó-
cio”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente, 
não aceitando que os fornecedores as paguem.
Em caso de eventos como feiras, simpósios, congressos e atividades similares 
proporcionadas por fornecedores e que normalmente são realizadas para 
lançamento de produtos, a frequência, dimensão e facilidades colocadas 
para o convidado devem ser observadas com cuidado para que não sejam 
excessivas e venham a exercer impacto na cooptação do comprador pelo 
excessos de “bondades”.
O servidor público deve cuidar para não aceitar brindes que 
comprometam sua capacidade de discernimento
3.2.3 O que é a confidencialidade de informações 
empresariais? 
O tema da confidencialidade de informações pode ser visto sob dois ângu-
los diferentes; um relativa às informações internas da organização pública 
e outro relativo a dos fornecedores com os quais desenvolve os contatos 
comerciais.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 28
Informações da organização pública: Por sua atuação profissional, o compra-
dor participa dos processos de discussão internos e toma conhecimento de 
dados de sua organização e, alguns, particularmente de grande necessidade 
de sigilo. 
Nas relações e contratações com os fornecedores, o comprador deve ater-se 
ao estrito limite do uso das informações relativas aos produtos e serviços, 
objetos da negociação e, caso seja necessário o fornecimento de informa-
ções consideradas sigilosas aos fornecedores; deve obter dos mesmos, por 
escrito, mediante contrato de confidencialidade, declaração ou declarações 
de manutenção do sigilo sobre as mesmas. 
A organização e o fornecedor quando necessário devem 
estabelecer contratos de confidencialidade de informações para 
evitar transtornos e possíveis processos jurídicos.
Os compradores das organizações públicas devem deixar claro em seus con-
tratos com fornecedores que estes não poderão, salvo após autorização es-
crita e expressa, utilizar em suas peças promocionais o nome ou marcas da 
empresa contratante.
3.2.4 O que são informações dos fornecedores? 
O comprador toma conhecimento de informações de seus fornecedores so-
bre preços, capacidades, condições comerciais, aspectos societários e cadas-
trais, etc. Tais informações devem ser utilizadas exclusivamente para o pro-
cesso negocial com seu fornecedor, não devendo nunca ser divulgadas para 
terceiras partes, não importando se para obter vantagens em negociações 
com terceiros ou não.
Um cuidado especial ocorre nos processos licitatórios nos quais são abertas 
as propostas comerciais, dos diversos pretensos fornecedores de produtos e 
serviços. Neste momento é permitido a apresentação de recursos de parte de 
fornecedores, contra outros fornecedores concorrentes, por entender haver 
prejuízo na disputa.
Resumo
Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre as relações 
entre a ética e a gestão de compras de materiais e de patrimônio público 
e algumas de suas implicações. Lembre-se que quem cuida de patrimônio 
acaba se envolvendo com a administração de materiais e com as compras. 
e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 29
Atividades de aprendizagem
•	 Para ser um bom profissional você precisará desenvolver a linguagem 
técnica pertinente. Aproveite e pesquise em livros ou em sites confiáveis 
definições para: superfaturamento e subfaturamento. 
Anotações
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 30
e-Tec Brasil31
Aula 4 – Ética nas negociações
Nesta aula você fará um aprofundamento na questão da ética relacio-
nada com as compras públicas, estudará a emergente preocupação das 
compras com a sustentabilidade e com a responsabilidade social.
Objetivos da aula: Estabelecer a relação entre a ética e a atividade de compras 
públicas sob uma nova óptica sustentável e socialmente responsável.
4.1 Ética em compras
Como vocês já puderam verificar na aula anterior é mais do que justificado 
o estudo da ética na administração de materiais. Como a área de materiais 
é bastante ampla, vamos aprofundar um pouco mais a questão e explorar o 
julgamento ético nas negociações.
Durante uma negociação existem vários aspectos a serem observados. For-
necedores concorrentes poderão usar de todos os tipos de instrumentos e 
informações que obtenham para tentar alcançar os melhores resultados em 
uma negociação, inclusive transgredindo o limite ético. A Lei 8.666 é um 
claro exemplo do cuidado da coisa pública com esta questão, pois estabelece 
uma série de cuidados.
Do lado do comprador o mesmo pode exagerar sobre volumes de compras 
para com isso tentar obter preços menores. Isto não é barganha. Esta é uma 
atitude desonesta para com seu fornecedor. O fornecedor estará se basean-
do em uma possível promessa de compra, que no futuro não se realizará e 
então, posteriormente deixará de confiar em suas informações.
Outro cuidado é o de não deixar de mencionar aspectos do projeto ou dos 
produtos e serviços, que no futuro impactarão os custos adicionais ou em 
nível de serviço adicional por parte do fornecedor. Trata-se de potencializar 
futuros conflitos pela não informação de um fato relevante. A omissão deli-
berada também é um atentado contra a ética.
Outro aspecto a se observar é a prática de negociar com o ganhador de 
uma concorrência. Negociar com segundos ou terceiros colocados é atitude 
que depõe contra a imagem do comprador e da empresa, gerando sempre 
desconfiança por parte dos fornecedores, pela falta de respeito com suas 
propostas.
Considera-se que as negociações de itens de consumo frequente devem ser 
feitas com a intenção de manter contratos de fornecimento por períodos o 
mais longos possíveis, procurando formar parcerias, mantendo sempre o cui-
dado de auditar periodicamente se as condições de fornecimento se mantém 
competitivas. Tais negociações devem ser conduzidas dentro dos princípios 
“ganha-ganha”, assegurando o equilíbrio financeiro dos contratos para 
ambas as partes. Afinal, ninguém quer acabar com um bom fornecedor.
Negociações envolvendo itens de consumo esporádico não necessitam ser 
realizadas dentro do princípio da busca por parceria. Tais contratações devem 
ser realizadas buscando-se o preço mais favorável para o comprador, dentro 
das especificações. Neste tipo de aquisição o conceito “ganha-ganha” não 
se aplica ao processo de negociação. 
A reciprocidade nos negócios que limitar a competitividade e a própria atu-
ação do profissional de compras deve ser evitada. Em sendo a reciprocidade 
o resultado de orientação superior, esta condição deverá ser documentada 
no processo de compra. 
Os profissionais de compras estão em permanente contato com fornece-
dores, por meio de visitas ou de reuniões de apresentações técnicas, como 
forma de se manterem atualizados com o mercado ou no desempenho de 
suas atribuições normais. Estes contatos deverão ser realizados sempre com 
a participação mínima de dois funcionários da organização da qual são fun-
cionários. 
4.2 Sustentabilidade 
Não se pode mais deixar de considerar como um problema ético a preocu-
pação com os aspectos que envolvem nossas atitudes em relação ao meio 
ambiente. A meta é produzir com mais valor e menos impacto ambiental! 
Mas o que é sustentabilidade? A questão da sustentabilidade é um concei-
to recente para os gestores brasileiros. As escolhas feitas na década de 1950 
implicaram em ações desenvolvementistas. Até 1980 desenvolvimento era 
sinônimo de poluição. Sendo a poluição o preço a ser pago para atingirmos 
o desenvolvimento. Desenvolvimento significava riqueza. Precisávamos ser 
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 32
um país rico. Em 1972, emEstocolmo, ocorreu a primeira grande conferên-
cia para discutir sobre os rumos que os governos estavam imprimindo ao 
planeta. Em 1992 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 
a chamada Rio 92, houve forte mobilização para se incluir nas agendas dos 
paises ações concretas quanto ao meio ambiente.
Existem diversas leis brasileiras recentemente publicadas sobre o tema e que 
ainda não são de amplo conhecimento. Esta é uma nova preocupação para 
os profissionais de compras, que devem estar atentos para que seus forne-
cedores tenham processos produtivos que: 
•	 Reduzam a intensidade no uso de materiais; 
•	 Reduzam a intensidade no uso de energias;
•	 Reduzam a dispersão de substâncias tóxicas;
•	 Aumentem a reciclabilidade e reusabilidade dos componentes e mesmo 
dos produtos finais;
•	 Otimizem o uso de materiais não renováveis;
•	 Prolonguem o ciclo de vida dos produtos;
•	 Aumentem a intensidade de serviços prestados pelo produto.
4.3 Responsabilidade social 
Na atividade de compras, profissionais da área têm grande influência em fazer 
com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidade social 
importantes. 
Ao elaborar contratos de fornecimento com seus fornecedores, devemos 
deixar claro que não são tolerados: 
•	 Que os fornecedores contratem funcionários abaixo dos limites de idade 
ou sujeitos a trabalhos inadequados a sua idade, como estabelecidos 
pela legislação do país;
•	 Que os fornecedores mantenham seus funcionários em situações de bai-
xo nível de segurança, higiene ou em condições de restrição de liberdade;
e-Tec BrasilAula 4 – Ética nas negociações 33
•	 Que os fornecedores pratiquem discriminação na contratação de seu 
pessoal, como de sexo, raça, religião, opção sexual, idade, convicção fi-
losófica, estado civil, deficiências físicas etc.
Os critérios de compras devem ser compatibilizados e de 
conhecimentos de todos os funcionários.
O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas tam-
bém aos funcionários das áreas técnicas, que normalmente especificam 
um bem ou serviço a ser comprado. É normal encontrarmos especificações 
tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o 
fornecedor a uma única empresa. 
Em licitações isto é chamado de licitação dirigida ou viciada. E o comprador, 
nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da organização 
ficarem atentas a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das 
especificações e a sua justificativa e em se comprovando tal prática suspender 
a licitação e emitir novo edital. 
Os temas sustentabilidade e responsabilidade social são novos para os atuais 
gestores, formados ainda dentro do paradigma desenvolvimentista que não 
conhecem amplamente suas implicações. Ainda demorará algum tempo até 
que os novos gestores, conhecedores destas questões, possam imprimir um 
modelo de gestão mais adequado.
Resumo
Nesta terceira aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da ética em 
compras e sustentabilidade e da responsabilidade social associadas às compras. 
Atividades de aprendizagem
•	 Pesquise em livros ou em sites confiáveis duas definições sobre o signifi-
cado da palavra meio ambiente. 
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 34
e-Tec Brasil35
Aula 5 – Influências na 
composição dos preços 
dos materiais
Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre as influências que 
existem sobre os gestores para a obtenção de materiais; encontrará os 
fatores presentes na composição de preços dos produtos e também de 
que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços.
Objetivos da aula: fornecer informações para os gestores poderem 
negociar com seus fornecedores melhores preços.
5.1 As influências sobre os gestores de 
Materiais
Nem sempre é fácil gerir o setor responsável pelos materiais, pois cada vez 
mais os beneficiários dos serviços públicos se tornam exigentes, querem 
produtos e serviços superiores, tempos reduzidos de entregas e inovações. 
Os produtos mudam por que existe uma pressão para que o ciclo de vida 
seja encurtado constantemente e contínuamente. Esta pressão é causa das 
substituições frequentes de equipamentos a título de subjetivismos (carroça) 
de desempenho superiores aos necessários (avião) e modismos. Isto significa 
que se os custos na administração pública estão em patamares contínuos de 
crescimento, a sua margem para outras despesas tenderá a diminuir, cau-
sando a asfixias dos serviços públicos. Para fugir desta situação é preciso 
diminuir os custos de compras dos bens continuamente. 
Custo fixo mata!
Você deve saber que na composição de custos em bens manufaturados as 
matérias-primas podem variar entre 20% e 80% do custo final do produ-
to. Fica evidente que quaisquer ganhos nos processos de compras públicas 
podem trazer resultados expressivos para a organização. Autores defendem 
que o peso dos insumos de produção em média corresponde a 50% do 
custo dos produtos manufaturados. Ou seja, os outros 50% correspondem 
aos encargos e custos da mão de obra a grosso modo.
5.2 O que são insumos de produção?
São considerados insumos de produção, materiais a serem consumidos 
no ato de transformação de um produto. Podem ser dividios em materiais 
auxiliares e matéria-prima. 
Materiais auxiliares são aqueles que apenas permitem que o processo acon-
teça tais como material de limpeza ou de lubrificação e os materiais dire-
tamente aplicados, ou seja, aqueles que vão com o produto, por exemplo, 
uma mesa. Materiais auxiliares estão conectados as atividades meio das or-
ganizações.
Matéria-prima é aquela consumida no processo de transformação e é perce-
bida no produto final. Está ligada a atividade final da organização.
O peso dos insumos produtivos pode ter um impacto muito 
significativo no custo final dos produtos, o que deve ser repassado 
aos seus clientes compradores, no caso os orgãos públicos.
5.3 Fatores impactantes nas reduções de 
preço na compra de produtos
O comprador de um produto na verdade compra o preço e não o custo do 
produto. Isto está bem claro nos processos licitatórios. Porém o que está por 
trás da redução de preços? Para formar o preço de um produto os fornece-
dores utilizam vários modelos. Não vamos discutir as formas de precificação 
de produtos e serviços.
Se considerarmos que no preço estão inseridas quatro partes principais já 
mencionadas, o custo das matérias primas, custos da mão de obra, os im-
postos e o lucro e que destas quatro partes, duas são possíveis de se traba-
lhar, o lucro e os custos das matérias primas, pois não é possível alterar os 
impostos e nem reduzir o salário dos trabalhadores. O fornecedor tem então 
duas alternativas para concorrer e ter chances de fornecer. Uma é abrir mão 
do lucro esperado e a outra é trabalhar nos componentes dos custos da 
matéria-prima. A alternativa de reduzir o lucro do fornecedor é limitada. As 
empresas fornecedoras precisam realizar o lucro para poderem sobreviver.
Uma organização que não produz lucros não tem como re-investir 
na produção de novos produtos
Estudar sobre as diferentes 
formas de precificar produtos 
e serviços que as organizações 
fornecedoras utilizam. Uma 
boa referência está no livro 
“Vantagem Competitiva” escrito 
por Michael Porter, editora 
Campus, 2004. 
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 36
O lucro é uma espécie de garantia de um futuro para as organizações. Como 
todo empreendedor tem uma relação pessoal com seu empreendimento ele 
aceitará negociar a redução do lucro até certo limite. A partir deste limite 
ele abandonará a negociação. Isto é ruim para a barganha. Resta então ao 
fornecedor trabalhar para reduzir os custos das matérias primas. Esta não 
é uma tarefa para amadores. Alterar processos produtivos para poder usar 
novas matérias primas para produzir produtos e serviços a custos menores 
exige muito conhecimento técnico.Quando um edital de compras não é suficientemente claro, maus gestores 
poderão usar esta oportunidade para aumentar o seu lucro ao invés de pro-
duzir de forma mais econômica. Bons gestores poderão alterar a composição 
de seus produtos e serviços, mantendo a qualidade exigida e praticando 
preços menores. Este é o caminho a ser trilhado. Vamos compreender como 
isto funciona?
Considere que na compra de um bem para a Administração Pública a com-
posição de preço do produto, na figura 5.2 a margem de lucro é de 10% e 
que as matérias-primas tem impacto de 60% do valor total. 
Vamos considerar que, você atue como comprador público, e precisa de 
uma redução de preços totais do produto objeto da compra da ordem de 
5% (figura 5.1). 
O seu fornecedor pode diminuir o preço concedendo 5% de desconto, mas 
para isto ele precisa de redução dos custos da matéria-prima por ele empregada. 
Figura 5.1: Redução de preços
Fonte: Elaborado pelo autor
e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 37
Portanto é necessário que a matéria prima seja alterada ou substituida e 
que o peso da mesma no preço seja reduzido dos atuais 60% para 55%. 
Isto significa que o fornecedor precisa alterar o seu produto para obter uma 
redução 5/60 = 8,33%, desta forma ficam mantidas as demais condições. 
Perceba que quanto maior a composição da matéria prima na formação dos 
custos, mais fácil é a redução, sem implicar em outras questões.
Figura 5.2: Composição de preço de um produto
Fonte: Elaborado pelo autor
Vamos analisar a mesma questão, mas agora considerando que não é pos-
sível alterar o custo da matéria prima. Neste caso resta ao fornecedor optar 
por demitir trabalhadores. Se o objetivo é obter os mesmos 5% de redução 
no preço, considerando que os impostos e o lucro são de 10% e a mão de 
obra corresponde a 20%, para se obter os 5% o peso da mão de obra na 
composição final do preço deveria passar de 20% para 15%. Isto significa 
uma redução de ¼ ou 25%. Um fornecedor terá muita dificuldade em fazer 
um corte desta magnitude. No caso de negociações se o fornecedor se uti-
lizar, como forma de pressão, ameaças de demissão de trabalhadores você 
saberá que não é tão fácil assim de se fazer e poderá contestar o blefe!
Para produtos com alta contribuição de custos da matéria prima na forma-
ção do preço, as reduções de pessoal precisam ser muito significaticas para 
poder provocar algum efeito perceptível, isto pode ser observado em produ-
tos que agregam alta tecnologia e empregam pouca mão de obra.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 38
É muito mais fácil obter reduções de custo na obtenção da matéria 
prima do que mexer com o custo da mão de obra.
A obtenção de reduções de custo nos preços dos insumos significa transferir 
ao seu fornecedor o ônus da produtividade. Não se deve estabelecer com 
o fornecedor uma relação de desconfiança; a moderna gestão de materiais 
defende uma relação entre governo e fornecedor que não se baseie no pres-
suposto de que alguém tem de perder para que alguém ganhe. É preciso 
criar e construir uma nova relação entre governo e fornecedores.
Resumo
Nesta aula você encontrou esclarecimentos sobre as influências que existem 
na composição de preços e também de que alternativas os fornecedores 
dispõe para reduzir os seus preços.
Atividades de aprendizagem
•	 Pesquise o significado de Mark up e qual é a função deste conceito. Cite 
um exemplo de Mark up.
e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 39
e-Tec Brasil41
Aula 6 – Gestão de compras
Nesta aula você encontrará aspectos ligados a Gestão de Materiais e 
algumas preocupações dos gestores e funcionários desta área.
Objetivos da aula: estudar e compreender a estrutura organizacional 
da área de gestão de materiais (compras), o papel dos fornecedores 
como fonte de informações e dos modismos administrativos aplicados 
na gestão de materiais.
6.1 A estrutura organizacional
A estrutura das organizações pode ser interpretada como uma extensão físi-
ca do pensamento do gestor que se manifesta fisicamente por uma relação 
de poderes e atribuições. Pessoas são colocadas para trabalhar juntas por 
diversos motivos. A representação física das relações de poder e de depen-
dência entre estas pessoas é chamada de organograma. Nas organizações 
públicas encontramos formas diferentes de nomear os departamentos res-
ponsáveis pelas atividades de compras e de gestão de materiais, tais como 
departamento de compras, engenharia de compras, central de compras, 
gestão de materiais, departamento de logística e por aí afora. Estas diferen-
tes formas de nomear representam a diversidade do pensamento adminis-
trativo (teorias da administração).
Figura 6.1: Trabalho
Fonte: www.shutterstock.com
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Vamos simplificar a questão e chamar simplesmente de gestão de compras. A 
gestão de compras pode ser descrita, de forma simples, como sendo a interface 
entre a unidade pública e seus fornecedores, para obter informações, produtos 
e serviços. Esta definição coloca a função compras como atividade meio e não 
como atividade fim. Isto pode desagradar profissionais da área que gostariam 
de ver o seu departamento como o mais importante da organização pública.
A organização pública deve ser vista como um sistema, onde não 
existe nenhum departamento mais importante do que o outro.
Uma primeira atividade da gestão de compras é de estabelecer os contatos 
com os fornecedores.
 6.2 Fornecedores como fonte de informações 
O profissional da gestão de compras tem suas atividades facilitadas pelos 
próprios fornecedores, pois em muitos casos são eles que normalmente 
procuram as organizações públicas e oferecem produtos, serviços e 
informação. Esta forma reativa de trabalhar pode levar os profissionais 
da gestão de compras a um acomodamento. Você deve investigar novos 
fornecedores potenciais, na busca constante por fornecedores de tecnologias 
emergentes. Você deve manter-se pró-ativo para não cair nas armadilhas 
da passividade.
A gestão de compras deve fornecer suporte técnico às operações 
governamentais, pois vivemos na era da informação e os próprios 
fornecedores são fontes valiosas de conhecimento. As operações precisam 
ser continuamente realimentadas por informações sobre os insumos, 
recursos transformadores, também chamados de matérias-primas e 
recursos auxiliares, também chamados de materiais auxiliares. 
6.2.1 O que são materiais auxiliares?
São aqueles empregados nos processos, mas que efetivamente não são 
entregues ao beneficiário. Um médico pode medir a temperatura do 
paciente, mas não precisa entregar o termômetro ao mesmo. A gestão de 
compras deve abrir canais de comunicação, por meio de solicitações de 
demonstrações, visitas a feiras nacionais e internacionais e atuar no 
desenvolvimento dos fornecedores.
Figura 6.2: Conectados
Fonte: www.shutterstock.com
Pró-ativo 
adj. Que pensa e age 
antecipadamente. Que, por 
antecipação, adota medidas 
para evitar ou resolver futuros 
problemas.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 42
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
Manoel
Destacar
 
O gestor deve ter 
sempre em mente 
que o ciclo de vida dos 
produtos interfere na 
decisão de compras.
Figura 6.3: Feira Internacional
Fonte: www.shutterstock.com
6.3 Modismos na gestão de materiais
Existe certo “modismo” atualmente em se terceirizar, de remeter tudo 
quanto possível à organização para ser feito fora, por outras pessoas, sem 
refletir muito sobre a questão. A linha de defesa desta forma imediatista de 
pensamento adiminstrativo é a de que é preciso concentrar o esforço no 
foco principal da organização. É bom frisar que este tipo de raciocínio levou 
as organizações a terceirizar processos e que depois tiveram de voltar atrás. 
Outra crítica feita nestecaso é a falsa ideia de se utilizar a terceirização como 
alternativa para fugir da lei de responsabilidade fiscal.
Em primeiro lugar se deve analisar a possibilidade de se fazer a 
atividade internamente e só depois de se comprar externamente.
existe nenhum departamento mais importante do que o outro.
A decisão de se fazer externamente deve ser considerada, quando não 
haja capacidade marginal disponível. Os fatores, custo, qualidade, rapidez, 
confiabilidade e flexibilidade servem de parâmetro para apoiar a escolha da 
decisão.
A decisão de fazer ou comprar deve ser estrategicamente 
ponderada!
Resumo
Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-
trimônio Público e algumas de suas implicações. 
e-Tec BrasilAula 6 – Gestão de compras 43
Atividades de aprendizagem
•	 Pesquise quais são os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal, 
no que se refere a gastos para pagamento de funcionalismo. Se você fos-
se o gestor responsável como resolveria uma situação hipotética na qual 
você estaria acima do limite permitido.
Anotações
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 44
e-Tec Brasil45
Aula 7 – A evolução da gestão de 
materiais
Nesta aula você aprenderá sobre a evolução do pensamento 
administrativo, aplicado a gestão de materiais, compreenderá o que 
vem a ser burocracia e seus desvios. Como a gestão pela qualidade e 
o pensamento estratégico afetam a gestão pública e por que os custos 
são importantes.
Objetivos da aula: Compreender a relação sistêmica e holística da 
administração de materiais nas organizações públicas.
7.1 Evolução do pensamento administrativo
Quando Henry Ford iniciou a “Ford Company”, tinha como objetivo ganhar 
em todas as etapas do processo de fabricação. Pensava em fazer tudo para 
sua atividade fim, queria ser autossuficiente e independente. Afinal para que 
trabalhar com fornecedores e gerar lucro para os outros se ele poderia fazer 
por si? Seria ótimo ficar com esta parcela dos lucros. Enquanto organizações 
como a Ford pensavam na sua autossuficiência como alternativa, organiza-
ções como a General Motors - GM pensavam de forma diferente, na medida 
em que compravam outras organizações fabricantes de veículos, mantinham 
a independência destes, e isto contribuia para uma pluralidade de ações, na 
competição entre elas no tocante a usar componentes comuns.
No caso da Ford a gestão de compras não se desenvolveria tanto quanto 
na GM. Nesta época, e até os dias de hoje, o pensamento dominante é de 
que a relação entre comprador e fornecedor pendia para a relação ganha-
-perde, ou seja, enquanto alguém ganha o outro perde, seja o estado seja 
o fornecedor.
Após a reconstrução dos países arrasados pela segunda guerra mundial, a 
relação entre oferta e demanda se alterou drasticamente. Na medida em 
que as organizações públicas assumiam características de um estado centra-
lizador, percebiam que seus resultados deixavam de ser suficientes para se 
concentrar no processos internos, na busca de eficiência e eficácia.
O fordismo é um sistema de 
produção, criado pelo empresário 
norte-americano Henry Ford. 
Sua principal característica é 
a fabricação em massa. Ford 
inventou este sistema em 1914, 
para sua indústria de automóveis 
projetando um sistema baseado 
numa linha de montagem. 
Fonte: Ataptado de http://www.
infoescola.com/economia/
fordismo/
Um filme interessante que 
aborda o taylorismo e o 
fordismo é “Tempos Modernos” 
(1936), produzido e estrelado 
por Charles Chaplin. O filme 
faz uma crítica ao sistema de 
produção em série, além de 
mostrar a combalida economia 
norte-americana após a crise 
econômica de 1929. 
7.2 O modelo burocrático proposto por Max 
Weber
O sociológo Max Waber propôs que a burocracia seria a melhor forma de 
administrar países e governos, por conseguinte organizações. As ideias de 
Weber tiveram ampla aceitação e passaram a dominar nas funções públicas. 
Burocracia não é algo bom nem mau.
É necessário advogar em favor da burocracia e desmistificar o senso comum. 
O senso comum produz a falsa ideia de que a burocracia é algo ruim. Na 
verdade os desvios do pensamento proposto por Max Weber, a chamada dis-
função da burocracia é que é criticável. A burocracia pela burocracia, o con-
trole pelo controle, a limitação da ação do funcionário público, os desvios de 
conduta no qual o funcionário cria dificuldades para depois “vender” favo-
res não são compatíveis com a definição proposta por Weber de burocracia.
Este processo continuou evoluindo até que na década de 1980, na Inglaterra 
e nos Estados Unidos, e depois no Brasil a gestão neoliberalizante impul-
sionou a sociedade a cobrar dos órgãos públicos melhorias significativas, e 
entre elas a simplificação dos processos de compras públicas. A lógica por 
trás dos chamados sistemas de gestão, baseados na qualidade é colocar o 
beneficiário como centro das ações. 
Uma das maiores dificuldades para os processos públicos é a inconstância do 
abastecimento de insumos, o que obriga as organizações públicas a investir 
em estoques de segurança. Esta inconstância na verdade é um problema que 
está atrelado ao fato dos órgãos públicos “importam problemas” de seus 
fornecedores.
O processo produtivo, na medida em que percebia os estoques 
como “problemas” buscou alternativas em compras.
7.3 A gestão pela qualidade
A revolução da qualidade no Brasil começou com o governo de Fernando 
Collor de Melo. Foi criada a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A 
partir dai a administração brasileira mudou significativamente. Os princípios 
qualitativos passaram a ser incorporados na elaboração de produtos e 
serviços. O comportamento do beneficiário (cliente) mudou radicalmente. 
Algumas tentativas de 
desburocratizar o serviço público, 
foram feitas durante o regime 
militar, para aprofundar seu 
conhecimento visite o 
site: http://www.
desburocratizar.org.br
Lá você poderá entrar em 
contato com as ações tomadas 
pelo então ministro da 
desburocratização Hélio Beltrão, 
as quais ainda são válidas. O que 
você percebe entre a situação 
atual e a situação de então?
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 46
7.4 A gestão estratégica
O uso de ferramentas estratégicas pela administração permite que as or-
ganizações tenham melhores resultados operacionais nas políticas públicas 
de curto a longo prazo. O uso da estratégia na administração foi mais uma 
das formas de se buscar vantagem em um mercado altamente competitivo. 
Na administração, com viés em planejamento estratégico, afirma-se que se 
deve transformar as ameaças (externas) em oportunidades (externas), ou 
seja, a ameaça representada pelo fornecedor (inconstância) na oportunidade 
(parceria) com o fornecedor. Isto exige uma mudança radical na maneira de 
se ver a relação entre a instituição pública e fornecedor.
Se analisarmos o que um fornecedor objetiva, veremos que pode ser o cres-
cimento de seu faturamento, outro objetivo pode ser a diminuição do custo 
de vendas, que pode ser obtido pela diminuição do tamanho da carteira de 
clientes. Da mesma forma que o fornecedor tem seus objetivos estratégicos 
o governo também os tem: rapidez, confiabilidade, flexibilidade, qualidade 
e custos. 
7.5 Custos
Se os custos são um problema para as organizações públicas, a redução do 
tamanho dos estoques e a melhoria no processo de compras, sem prejudicar 
a operação, é um objetivo a ser conquistado. Uma das formas de se diminuir 
o tamanho dos estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento, ou seja, 
aumentando a confiabilidade da entrega do fornecedor. Outra forma é au-
mentando a rapidez da entrega, mas isto também pode significar aumento 
de custos. Se o fornecedor pode ser mais flexível na entrega esta também é 
um ponto que permite ganhos ao estado. A qualidade do produto entregue 
também reduz os estoques, pois se pode trabalhar com qualidade assegura-
da e desta forma osestoques podem ser menores e consequentemente os 
custos. 
Os custos devem ser observados não de forma pontual e isolada como preço 
por unidade comprada, mas se deve enchergar o valor total, que envolve to-
das as perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de confiabilidade, 
da falta de qualidade, da baixa rapidez e os custos sociais como a poluição e 
o excesso de consumo de energia.
É preciso enchergar os custos de forma global e não pontual.
Viés
Fig. De maneira indireta. Tendên-
cias, propensão.
e-Tec BrasilAula 7 – A evolução da gestão de materiais 47
Desta forma, as organizações sejam elas públicas ou particulares (fornecedo-
res) podem negociar sobre uma base mais clara e objetiva. Um fornecedor 
pode ter a sua carteira de pedidos para uma organização pública aumentada 
enquanto o governo pode obter produtos com maior confiabilidade na en-
trega. Assim se estabelece uma relação de parceria ganha-ganha.
A gestão de compras pode e deve desenvolver os fornecedores utilizando as 
boas práticas de sua organização como, por exemplo, um sistema da qua-
lidade e um sistema de informações eletrônicas. Muitos fornecedores tra-
balham com pouca tecnologia ou ainda com controles manuais e arcaicos. 
Essa prática inviabiliza a eficácia no controle de custos e consequentemente 
aumenta os ricos de perdas.
Figura 7.1: Computador bolsa de valores, Nasdaq
Fonte: http://olhardigital.uol.com.br
Resumo
Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-
trimônio Público e algumas de suas implicações. 
Atividade de aprendizagem
•	 Pesquise o que diz a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 acesse o link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm 
e verifique as modalidades de julgamento constantes no artigo 45º.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 48
e-Tec Brasil49
Aula 8 – Estoques na área pública
Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados em 
tipos, entenderá o valor que os estoques têm para os beneficiários e por 
fim estudará o modelo simplificado de funcionamento de estoques. 
Objetivos da aula: aprender sobre os tipos de estoques, a criação de valor 
para os beneficiários e estudar sobre o funcionamento dos estoques.
8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de 
estoques
É comum acontecer de se chamar estoques de armazéns, mas isto não é cor-
reto. Será que todos os armazéns são iguais? Será que todos os estoques são 
iguais? A pergunta será respondida em partes. Vamos começar dizendo que 
não. Os armazéns refletem a condição que os produtos em estoque exigem 
da armazenagem. Outra questão está associada à finalidade dos estoques, 
portanto os estoques também são diferentes. Então, o que diferencia os 
tipos de estoques é a sua finalidade? Isto mesmo! Resumidamente temos 
quatro tipos de estoques. Estoques de proteção, estoques intermediários, 
estoques de ciclo, estoques de produtos acabados e uma variação deste 
chamado de estoques de canal.
8.1.1 O que é estoque de proteção?
É aquele que protege, no caso, a organização pública, contra a falta de insu-
mos necessários para o funcionamento dos processos. Este tipo de estoque 
impede que a organização pare de transformar. Ele é formado pelos mate-
riais produtivos e improdutivos necessários. Normalmente são encontrados 
nas entradas dos processos das organizações (estoques de entrada). Os esto-
ques de proteção servem para diminuir o risco e a incerteza do abastecimen-
to, que ocorre nas organizações e podem ser significativamente onerosos. 
Normalmente são planejados para atender certos períodos de faltas.
Toda organização tem estoques por menores que eles sejam!
8.1.2 O que são estoques intermediários? 
São aqueles que ocorrem no meio do processo e são decorrentes dos des-
compassos que ocorrem entre as diversas etapas dos processos como: falhas 
em equipamentos, ritmos diferentes de trabalho entre etapas nos processos, 
não conformidades de qualidade nos materiais, absenteísmo e outras cau-
sas. Normalmente este tipo de estoque não é planejado.
8.1.3 O que são estoques de ciclo?
São aqueles que ocorrem quando utilizamos as mesmas máquinas e equipa-
mentos para diversos processos. Pense num laboratório estadual que produz 
medicamentos; onde encontramos vários tipos de máquinas e equipamen-
tos de uso comum para todos os produtos ali industrializados, uma máquina 
para embalar pode processar todos os tipos de medicamentos. É preciso 
produzir quantidades suficientes de medicamentos para atender aos benefi-
ciários enquanto um novo ciclo de bateladas é feita. Se mais de um tipo de 
remédio é produzido, a batelada terá de ser suficientemente grande para su-
portar a demanda por todo o período até que se possa repetir a nova batela-
da do primeiro tipo de remédio feito, fechando um ciclo. Normalmente este 
tipo de estoque é planejado para que o tempo, no qual os produtos produ-
zidos ficam disponíveis seja maior que o tempo necessário para o consumo.
Veja na figura 8.1 a representação de estoques de ciclo:
Figura 8.1: Representação de estoques de ciclo
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)..
Absenteísmo 
ou absentismo/absenteísmo 
é usado para designar as 
ausências dos trabalhadores no 
processo de trabalho, seja por 
falta ou atraso.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 50
8.1.4 O que são estoques de produtos acabados?
A organização pública produz diversos tipos de produtos acabados que são 
estocados. A água e os remédios são bons exemplos deste tipo de estoques. 
Podem significar pronta resposta de atendimento aos pedidos e, portanto 
rápido atendimento. Excesso de estoques de produtos acabados pode em 
alguns casos significar prejuízos, assim como a falta de estoques significa a 
falta do abastecimento ao público beneficiário. 
8.1.5 O que são estoques de canal?
Os estoques de produtos acabados, quando em trânsito e por longos perío-
dos são chamados de estoques de canal. Imagine o processo de vacinação. 
Se o transporte demorar uma semana para transportar os remédios fica evi-
denciado o surgimento do estoque de canal. Lembre que os meios de trans-
porte devem oferecer as mesmas condições físicas existentes nos armazéns, 
portanto são “armazéns em movimento”. Os diferentes tipos de modais 
de transporte apresentam diferentes tempos de percurso. Quando o tempo 
gasto no trânsito é muito pequeno este tipo de estoque nem é considerado, 
mas se o tempo for elevado deve ser considerado. Outro bom exemplo é a 
quantidade de água existente nos tubos (rede de distribuição) que alimen-
tam um município.
8.2 Modelo de estoque
Vamos estudar o funcionamento de uma caixa de água. Existe uma taxa de 
vazão de entrada que chamaremos de Te, da mesma forma existe uma taxa 
vazão de saída chamada de Ts. Dentro da caixa existe uma quantidade de 
água, um estoque, que chamaremos de E.
Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoques
Fonte: Elaborado pelo autor
e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 51
Vamos analisar três possíveis situações: 
a) quando entra mais água na caixa do que sai
b) quando entra menos água na caixa do que saí; 
c) quando a quantidade de água que entra na caixa é igual a que sai.
Se Te é maior do que Ts é facil perceber que o nível do estoque cresce. Re-
presentado o esquema teríamos
Te > Ts então E aumenta
A segunda possibilidade analisa o que ocorre quando Te é menor do que Ts, 
então o estoque diminui. Representado o esquema teríamos:
Te < Ts então E diminui
Na terceira situação temos uma condição de equilíbrio, onde a entrada de 
água corresponde a saída de água e, portanto, o estoque não cresce. Repre-
sentando teríamos:
Te = Ts então E permanece no mesmo nível
Apesar de não manifestarmos neste momento opiniões sobre as duas pri-
meiras situações a terceira situação parece ser a propositalmente desejada, 
pois aponta para uma condição de estabilidade. É mais fácil gerenciaralgo 
estável do que instável, portanto é preferível administrar uma organização 
em uma situação de estabilidade do que em uma situação de instabilidade. 
Processos sob controle e estáveis permitem ações planejadas de melhoria 
contínua. A busca pela estabilidade se apresenta como um dos maiores de-
safios para o gestor de materiais.
Atuando desta forma a gestão de materiais proporciona condições de esta-
bilidade para a Administração, que por sua vez procura conciliar as diferen-
ças entre a demanda e a oferta. Um mau sistema de gestão de materiais se 
reflete pelo aumento da dificuldade ao gestor, podendo até gerar prejuízos 
consideráveis aos beneficiários da organização pública.
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 52
8.3 Estoques como valor para o beneficiário
Outro grande desafio da gestão de materiais é conciliar os tempos de rea-
bastecimento, com os volumes necessários, com a qualidade especificada no 
pedido de compras e com custos competitivos. Esta complexidade de fatores 
aumenta o desafio de se trabalhar com os processos de gestão, exigindo 
profissionais altamente qualificados e com uma visão sistêmica e holística 
da organização pública.
As modernas administrações dirigem seus esforços para acrescentar valor 
aos produtos e serviços por ela produzidos. Acrescentar valor se dá por meio 
de operações que melhoram os produtos e serviços, adicionando caracterís-
ticas que os beneficiários creditam como valor.
O valor de um produto ou serviço é “percebido” pelo beneficiário
O valor associado ao produto ou serviço é entregue por meio de políticas 
públicas como valor final ao beneficiário. A diferença entre o custo de 
aquisição de um produto ou serviço, a disponibilização e entrega deste 
produto/serviço corresponde a margem de valor que o produto/serviço 
produz.
Resumo
Nesta aula, você iniciou o estudo sobre tipos de Estoques e algumas de 
suas implicações. Aprendeu como o valor dos estoques é percebido pelos 
beneficiários. 
Atividade de aprendizagem 
•	 Qual dos quatro tipos de estoque apresentados corresponde ao exemplo 
da caixa de água? Discuta com seus colegas.
e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 53
e-Tec Brasil55
Aula 9 – Estoques
Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados de 
formas diferentes e compreenderá a relacionação da quantidade a ser 
estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária 
forma de controle sobre os itens estocados.
Objetivos da aula: expandir a interpretação do que é estoque, relacionando 
os fatores tempo com quantidade e com sistemas de controle.
9.1 O que são estoques? 
Na aula anterior explicamos os tipos de estoques. Agora vamos aprofundar 
a questão. Uma forma bastante simples de responder a esta questão é por 
meio do conceito de acumulação. Portanto, estoque é a acumulação de 
algo. O que será este “algo”? Dentro da administração este “algo” pode ser 
chamado de objeto transformado ou ainda de recurso a ser transformado, 
assim podemos ter estoques de:
•	 Materiais;
•	 Informações; 
•	 Beneficiários (consumidores).
A ideia mais simples ao pensar em estoques é a de bens tangíveis, objetos 
comprados e guardados para uso posterior. 
Outra forma mais recente de se pensar sobre estoques é extender seu con-
ceito e aplicação para informações. Veja o caso da companhia de energia e 
eletricidade de seu estado, em todos os domicílios consumidores de energia 
elétrica dos estados estão armazenados e cadastrados nos bancos de dados 
da Companhia. Outro exemplo é o seu RG, o seu CPF que são informações 
e são estocados. Este conjunto de informações armazenadas pode ser pro-
cessadas para diversos fins.
Figura 9.1: Rede Elétrica
Fonte: http://www.bohnen.com.br
Um ponto bastante polêmico é pensar em estoques de pessoas (os benefi-
ciários), porém se pensarmos que uma fila é um estoque não fica mais difícil 
pensar em pessoas como estoques. Este ponto é polêmico, pois envolve uma 
questão ética. Tratar pessoas como objetos é uma grave falha do gestor pú-
blico. Ao tratar pessoas é preciso uma atenção especial, o gestor necessita 
outras competências adicionais. Se a Secretaria de Saúde planeja atender 
pessoas em um posto médico, provavelmente haverá uma fila, na Secretaria 
de Educação se deve pensar nas filas para matrículas dos alunos, portanto 
outro estoque. O Tribunal Eleitoral organizará atendimento à população e 
gerenciará filas. Filas são estoques em movimento. Veja que foi apresenta-
da a você a ideia dos estoques em movimento. Vamos nos concentrar um 
pouco mais na questão dos estoques físicos referentes a materiais tangíveis.
O gestor deve cuidar ao gestionar pessoas como estoques.
Os estoques também podem ser compreendidos sob outra forma de análise, 
uma relacionada a materiais necessários para a atividade fim do órgão pú-
blico e outra relativa a materiais não relacionados a atividade fim (atividade 
meio). 
Mas o que é atividade fim e atividade meio? Para simplificar vamos pen-
sar em um item comum achado em vários órgaõs públicos, a tinta para 
impressoras. Se um órgão público tem por finalidade prestar serviços de im-
pressão de documentos e imprime todos os contra-cheques do funcionalis-
 Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 56
mo público, esta tinta está diretamente ligada a atividade-fim do órgão, que 
é imprimir os contra-cheques. Já para outra organização pública qualquer, 
como por exemplo, uma Secretaria de Transportes, que comprasse a mesma 
tinta de impressora, este item poderia ser classificado como não relativo a 
atividade-fim, pois o objetivo do órgão não é ser centro de impressões de 
documentos, muito embora seja necessário imprimí-los. Esta divisão apre-
sentada pode ser também entendida como estoque de bens produtivos e 
bens improdutivos. 
9.2 Tempo, quantidades e controles
Os estoques trazem ao gestor algumas preocupações como: Quanto pedir? 
Quando pedir? Como controlar o sistema?
A questão de quanto pedir pode ser facilmente compreendida se usarmos 
como exemplo a nossa vida pessoal. Por mais que você coma pão todo dia, 
nenhum de nós compraria em uma única vez, pão na quantidade que come-
mos em um mês, pois sabemos que não adianta comprar pão desta forma, 
pois o mesmo irá envelhecer e será desperdiçado antes que o usemos. 
Porém a questão agora passa para outro ponto, será que eu tenho a verba 
suficiente e necessária para fazer esta compra? Pode ser que não tenha este 
dinheiro. Também é necessário pensar no local para armazenar, será que 
cabe no meu depósito? Isto traz em discussão a questão da frequência das 
compras. 
Então com que frequência devemos efetuar as compras? 
Vamos ver a segunda questão, quando pedir? Aqui também podemos pen-
sar no exemplo de nossas vidas como uma simples referência. Se eu con-
sumo uma caixa de leite do tipo longa vida por semana, as compras feitas 
posteriormente a uma semana implicarão na falta do item. A questão de 
como controlar merece um pouco mais de atenção e cálculo. Para isto são 
necessários sistemas computacionais. 
Sistemas computacionais permitem controles precisos de 
quantidades, prazos e validades sobre os itens em estoque.
e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 57
A tecnologia hoje oferece diversos modelos de sistemas de controle. Existem 
técnicas de previsão que permitem ao gestor determinar os períodos nos 
quais deverão ser feitas as compras. As técnicas de previsão devem considerar 
as variações cíclicas e sazonais e os períodos de validade.
9.3 Formas de controle de itens em estoque
Os produtos estocados podem ter características que afetem a forma como 
são controlados. Se um produto se apresenta estável em suas características 
físicas, ou seja, não é afetado (inerte) com o passar do tempo o gestor pode 
controlar de uma forma mais simples. Os últimos itens podem ser misturados 
com os já existentes sem que isto represente problemas. Outros itens podem 
sofrer

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