Buscar

resenha- acordo na rescisao

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito
Resenha do Caso “ACORDO NA RESCISÃO - UMA FRAUDE QUE A REFORMA TRABALHISTA TRATOU DE RESOLVER”
Nome da aluna 
Daiane Dela vedova
Trabalho da disciplina
Terminação Contratual e Proteção em Face da Dispensa
Tutor: Prof.
CARLA SENDON AMEIJEIRAS VELOSO
Terra Boa - PR
2020
Tema: ACORDO NA RESCISÃO - UMA FRAUDE QUE A REFORMA TRABALHISTA TRATOU DE RESOLVER
1.RESUMO
O Artigo aborda questões da Reforma Trabalhista, que trouxe significativas alterações na CLT, uma delas é a rescisão de contrato de trabalho, possibilitando o término do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador, de acordo com o Art. 484 A da CLT. O presente entendimento foi alterado com o fim de evitar fraude à legislação trabalhista e previdenciária. 
2. INTRODUÇÃO
A Reforma Trabalhista trouxe uma nova modalidade de rescisão contratual por acordo. Exigindo com que os empregadores se informem para fazer as adequações necessárias. 
O acordo de rescisão foi uma alternativa criada para que o empregador não tenha uma oneração tão alta a pagar, assim como também não tire os direitos do empregado. Devendo ambas as partes concordarem para que haja o termino do contrato.
Deve ser esclarecido essa modalidade de acordo, onde o empregado recebe a maior parte das verbas rescisórias comuns as dispensas sem justa causa e o empregador deve pagar apenas a metade do aviso prévio, caso não for trabalhado o aviso prévio deve ser indenizado, deve pagar ainda metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS. O empregado ainda tem direito ao saque de 80% do FGTS e não pode receber o seguro desemprego.
3.CRITICA 
Antes da Reforma Trabalhista não existia a forma de rescisão por acordo das partes previsto em lei. Os empregados quando queriam encerrar o contrato de trabalho costumavam pedir ao empregador que fosse feito a dispensa por justa causa, para que dessa forma fosse possível garantir o saque do FGTS e o seguro desemprego. O valor referente a multa do fundo de garantia era devolvido ao empregador, só que essa pratica é considerada fraudulenta.
Muitos empregadores aceitavam a pratica com a intenção de ajudar o empregado. No entanto é considerado uma pratica fraudulenta, podendo ambos serem penalizados perante a justiça criminal como crime de estelionato, pagamento de multa e devolução de valores.
A Reforma Trabalhista veio regularizar a pratica que já era realizada por muitos de forma irregular com uma nova modalidade de rescisão contratual prevista no Art. 484 A da CLT. 
A rescisão por mútuo acordo traz a situação de quando o empregado deseja sair da empresa então este entra em contado com o empregador que propõe o acordo, sendo devido as seguintes verbas: metade do aviso prévio e metade da multa rescisória de 40% do FGTS. O empregado recebera metade da remuneração do aviso prévio, caso seja indenizado. No caso de ser trabalhado deve ser pago integralmente. 
As demais verbas trabalhistas serão pagas na integralidade ao trabalhador. O empregado ainda terá o direito de sacar 80% FGTS e não tem direito ao seguro desemprego.
Deve ficar claro que nenhuma das partes deve ser obrigada a aceitar as condições da rescisão do contrato. É importante que haja o acordo para que seja valido o contrato, caso contrario pode caracterizar fraude trabalhista. 
Para que o pedido seja formalizado, o empregado deve redigir uma carta de próprio punho, constando as regras do Art. 484 A da CLT. Devendo ser especificado se o aviso prévio será trabalhado ou indenizado, assim como o motivo do pedido. 
É uma modalidade muito frágil, pois, o funcionário pode alegar que foi coagido a aceitar o acordo, o indicado nesse caso é que tenha duas testemunhas e que não seja de cargo de confiança do empregador. 
Importante mencionar que nos casos que o funcionário estiver com o contrato suspenso, ou nos períodos em que estiver no INSS, não é possível realizar a rescisão por acordo. 
A baixa da carteira de trabalho do empregado deve ser realizada normalmente, sem anotação indicando a modalidade da rescisão. O aviso prévio deve ser aplicado normalmente, seguindo as regras dos 30 dias mais 3 dias para cada ano trabalhado, constando ainda o ultimo dia trabalhado nas anotações, conforme disposto na Lei 12.506/11. Somente no aviso prévio indenizado que será pago a metade da remuneração, de acordo com Art. 474 A da CLT. 
Conforme o Parágrafo 10 do Art. 477 da CLT, que foi acrescentado pela reforma trabalhista, a anotação da extinção do contrato na carteira de trabalho é documento hábil para a movimentação da conta vinculada do FGTS. Onde em caso de acordo entre empregado e empregador a multa será paga a metade do valor ou seja 20%.
Com exceção do aviso prévio e da multa rescisória do FGTS, as demais verbas trabalhistas serão pagas integralmente, sendo elas: aviso prévio trabalhado, férias vencidas com adicional de 1/3, férias proporcionais com adicional de 1/3, decimo terceiro salário, horas extras, adicionais por tempo de serviço, insalubridade periculosidade, entre outros.
A Reforma Trabalhista trouxe no Parágrafo 6 do Art. 477 da CLT, o pagamento das parcelas decorrentes da rescisão do contrato de trabalho que deve ser efetuado em ate dez dias contados a partir de termino do contrato. Os documentos que comprovem a extinção contratual devem ser entregues aos órgãos competentes, assim como o pagamento da rescisão deve ser realizado em até dez dias contados a partir do termino do contrato. 
O Paragrafo 1 do Art. 477 da CLT, que estabelecia a obrigatoriedade de homologação de rescisão de contrato de trabalho firmado há mais de um ano, foi revogado com a Reforma Trabalhista.
Com a extinção da homologação obrigatória, o empregado deve concluir alguns requisitos para concluir o processo de rescisão do contrato de trabalho como por exemplo: registar a data de saída na pagina de registro do contrato de trabalho na CTPS, comunicar o desligamento do trabalhador aos órgãos competentes, efetuar o pegamento dentro do prazo legal. 
A legalização do Art. 484 A da CLT, é de extrema importância, tendo em vista que antes de haver a esse tipo de acordo a chance do empregado usar de má-fé e não devolver o dinheiro ao empregador era muito grande, não tendo como o empregador comprovar o ato por ser uma pratica fraudulenta perante a justiça. 
A pratica da rescisão por acordo ainda não é bem vista pelos empregados, pelo motivo que este recebe metade do aviso prévio se indenizado, ou devera trabalhar o período inteiro, recebe somente 20% da multa do FGTS, pode sacar 80% do saldo do FGTS, e não tem direito ao seguro desemprego. 
Entra em discussão a questão de estar ferindo o principio da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, sendo este sujeito hipossuficiente da relação de emprego, além de ir contra os princípios constitucionais que garantem o respeito a dignidade da pessoa humana conforme Art. 1 Inc. III da CF. 
Muitas pessoas ainda não tem noção dos seus direitos e acabam assinando sem ao menos saber o que esta assinando, e é onde os empregadores acabam demitindo os funcionários e dizendo que foi uma rescisão por acordo de trabalho, previsto no Art. 484 A da CLT, só depois que o empregado recebe as verbas trabalhistas é que vai se dar conta que só recebeu a metade do valor devido. 
Muitos empregadores estão se utilizando da má-fé para realizar tal tipo de contrato. No caso de não ser observado a boa-fé de empregador acarretara rescisão por iniciativa do empregador. 
4. CONCLUSÃO 
Antes da reforma trabalhista se o empregado tinha o interesse de sair da empresa e queria garantir seus direitos trabalhistas, então pedia para o empregador realizar acordo, o que era feito de forma fraudulenta, podendo ocasionar problemas com a justiça para ambas as partes. Com a Reforma Trabalhista foi criada a modalidade de rescisão contratual por acordo, onde o empregado recebe a maior parte das verbas rescisórias, recebe ainda metade do aviso prévio e metade da multa do FGTS. Nesta modalidade deve haver interesse de ambas as partes em rescindiro contrato de trabalho. 
http://www.editoramagister.com/doutrina_27885298_NOVA_MODALIDADE_DE_RESCISAO_CONTRATUAL_POR_ACORDO_APOS_A_REFORMA_TRABALHISTA.aspx
https://jus.com.br/artigos/72842/demissao-em-comum-acordo-entre-empregado-e-empregador-o-distrato
https://www.contabeis.com.br/noticias/35649/acordo-na-rescisao-uma-fraude-que-a-reforma-trabalhista-tratou-de-resolver/
http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/Acordo-rescisao-legalidade.htm

Continue navegando