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Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária - Jennifer Reis da Silva - É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Introdução Nas espécies monovulatórias, como o nome já diz, há o desenvolvimento de apenas um folículo liberando um óvulo. Pensando nisso, a superovulação busca estimular o desenvolvimento de vários folículos para que sejam liberados vários óvulos. Recordando... Para que falemos sobre a superovulação devemos nos lembrar das fases da onda folicular: • RECRUTAMENTO: crescimento de folículos; • SELEÇÃO: um folículo se destaca e começa a ter mais receptores de LH, a partir daí começa a produzir inibina para que haja feedback negativo para a produção de FSH impedindo com que os outros folículos cresçam. Dessa forma, os outros folículos entram em atresia. • DOMINÂNCIA: o folículo, que agora é dominante continua seu crescimento até que possa ovular. Protocolo de Superovulação com observação de cio Como no ciclo natural os folículos entraram em atresia pela falta de FSH, o protocolo de superovulação consiste na observação de cio e 8 aplicações de FSH a cada 12 horas para que os folículos que entrariam em atresia continuem se desenvolvendo, mesmo com o folículo dominante produzindo inibina, e consigam ovular como mostrado na imagem abaixo. é importante que o FSH comece a ser administrado ainda na fase de recrutamento antes que os folículos entrem em atresia. Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária - Jennifer Reis da Silva - É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO No protocolo de observação de cio é necessário que o cio da receptora esteja sincronizado com o da doadora. Quando a doadora entra na fase de estro marcamos como D0 como está na imagem acima. A seguir vem o metaestro em que ocorre a ovulação e início da formação do corpo lúteo que começa a produzir progesterona e, caso não haja fecundação, há o início de uma nova onda folicular, por volta do dia 8 ou 9 e é nesse dia em que há início do tratamento superovulatório na fêmea doadora. O tratamento consiste em 8 aplicações de FSH em doses decrescentes a cada 12 horas, logo serão 4 dias de tratamento de FSH. No 3º dia deve ser feita a aplicação de PGF 2α (prostaglandina F2 alfa) para que haja luteólise pois, enquanto há produção de progesterona pelo corpo lúteo, não há ovulação já que a progesterona faz feedback negativo no núcleo pulsátil de LH impedindo que haja o pico de LH e, consequentemente a ovulação. Iniciamos o tratamento de FSH na segunda onda folicular pois se realizássemos na primeira, no 3º dia de tratamento a fêmea ainda estaria no metaestro não sendo possível a aplicação de prostaglandina exógena já que o corpo lúteo não responde a dose de prostaglandina na fase de metaestro e não seria possível ovular os folículos necessários pois haveria produção de progesterona impedindo com que haja o pico de LH. No D11/ 3º dia de tratamento com FSH há o desenvolvimento de folículos que estarão produzindo estrógeno e, com a luteólise realizada pela PGF2α aplicada, os níveis de progesterona irão cair e os de LH irão aumentar até atingirem seu pico e, posteriormente ocorrer a ovulação. Terminado o tratamento, devemos esperar a fêmea entrar no cio e então realizar a inseminação 12 horas depois da manifestação do estro e depois uma nova inseminação 12 horas após a primeira inseminação. Isso deve ser realizado pois nem todos os folículos irão ovular juntos. Dificuldades do protocolo de superovulação com observação de cio Como complicações desse protocolo podemos citar a Dificuldade em observar o cio de todas as vacas para então inseminá-las exatamente 12 horas após a manifestação de cio. Impossibilidade de controle da emergência folicular/ início da onda. - Espera-se que o início do tratamento seja no início da segunda onda mas cada fêmea tem suas particularidades. Grande variabilidade dos resultados já que os folículos ovulam em momentos diferentes; Biotecnologia e Reprodução Animal – Medicina Veterinária - Jennifer Reis da Silva - É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Grande variação no desenvolvimento dos embriões; Necessidade da espera da manifestação de cio Pensando nisso, há a possibilidade de manipulação do ciclo estral para então sincronizar todos os animais para que estejam na mesma fase do ciclo juntos. A partir daí temos um segundo protocolo. Protocolo de Superovulação em tempo fixo (SOVTF) - utilizando o implante vaginal (CIDR) ou auricular (Crestar). Nesse protocolo não é necessário observar o cio das vacas, mas sim aplicar estrógeno (E2) e inserir um implante de progesterona (P4). Com estrógeno e progesterona altos, o folículo dominante irá entrar em atresia e haverá reinício de uma nova onda. Nesse protocolo, o D0 não corresponde a manifestação de cio, mas sim o dia em que há aplicação de estrógeno e inserção do implante de progesterona. Ao realizar esse procedimento os folículos das vacas irão entrar em atresia, independente da fase em que estiverem e haverá então o início de uma nova onda folicular. 4 dias após o implante hormonal (D4) deve- se iniciar o protocolo com FSH em 8 aplicações com doses decrescentes durante 4 dias. No 3º dia de tratamento com FSH (D6) deve ser aplicada a PGF 2α para que haja lise do corpo lúteo da onda anterior, caso haja. No 7º dia de tratamento (D7), o implante de progesterona é retirado, logo, haverá a retirada da fonte exógena de progesterona. Nesse momento haverá vários folículos grandes produzindo estrógeno e, para que não precisemos esperar que as vacas entrem em cio cada uma a seu tempo, no 8º dia (D8) aplicamos hCG (gonadotrofina coriônica humana) que tem ação de LH para que haja estímulo para o hormônio LH atinja seu pico e haja a ovulação. 12 horas após a aplicação de hCG é realizada a primeira inseminação e 12 horas após a primeira inseminação é realizada a 2ª inseminação. Com esse protocolo não precisamos detectar o cio das vacas evitando a inseminação artificial noturna além de intensificar o manejo das atividades. Há também a melhora na sincronização e estágio de desenvolvimento de embriões além do melhor aproveitamento de sêmen e da taxa de ovulação.
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