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Psicologia Social II - Exercícios (Com Gabarito)

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PSICOLOGIA SOCIAL II 
Exercícios 
• Aula 1 
 
1. Qual a diferença entre a psicologia social positivista, predominante até a década de 1970, para a psicologia social que 
surge no Brasil a partir de 1970? 
A psicologia social dominante até a década de 1970 tinha forte influência norte-americana, com uma perspectiva positivista 
individualizante. A psicologia social que surge no Brasil na década de 1970 é uma crítica ao modelo anterior, que tem como 
fenômeno de estudo a subjetividade, portanto, uma perspectiva de análise contextualizada do fenômeno psicológico a partir das 
interações vividas. 
 
2. Explique o conceito de subjetividade para a psicologia sócio-histórica: 
Modos de compreender, sentir, desejar, que é constituído na relação com o mundo social e material. De forma dialética, conjuga 
o singular e o universal para a formação da consciência, da afetividade e na realização de atividades. 
 
3. (CFP - Especialista em Psicologia Social - 2013) Com relação à psicologia social, podemos afirmar que: 
a) A psicologia social latino-americana surge como questionamento em relação à psicologia norte-americana e ao 
positivismo. 
b) É um campo homogêneo em que diversas teorias dialogam e partem de uma base epistemológica comum. 
c) Constitui-se como um campo que opera com diferentes categorias para estabelecer relações de causa e efeito entre 
os fenômenos. 
d) Estabelece-se a partir da discussão psicanalítica sobre os processos inconscientes. 
e) No Brasil, é um movimento com poucos representantes. 
A resposta correta é a letra (a), que implica em uma transformação social devido às dificuldades da realidade brasileira, 
buscando alternativas que apresentassem respostas aos nossos problemas. A busca dessas respostas ocorreu com o 
questionamento do modo de fazer psicologia no Brasil, que tinha forte influência norte-americana. 
 
4. (CFP - Especialista em Psicologia Social - 2013) González Rey (2004, p. 125) destaca: “A subjetividade permite uma 
reconstrução não só da psique individual, como também das várias formas de produção psíquica, próprias dos cenários 
sociais em que vive o homem, assim também da própria cultura”. A respeito do assunto, podemos afirmar que: 
a) A subjetividade constitui-se a partir de processos individuais e caracteriza-se por sua natureza universal, 
possibilitando diferentes discussões em psicologia social. 
b) A importância da subjetividade para a psicologia social é resultado do conceito de subjetividade social e suas 
implicações para pensarmos a sociedade como cenário social. 
c) A categoria subjetividade caracteriza-se por ser intrapsíquica e, nesse sentido, sua capacidade de explicação de 
fenômenos sociais inexiste. 
d) A subjetividade é um conceito que possibilita pensar a organização complexa dos fenômenos sociais e individuais. 
e) Os cenários sociais não são subjetivados, e sim configurados por elementos de classe social e gênero. 
A resposta correta é a letra (d), que não reduz o conceito de subjetividade à realidade individual ou social, mas afirma a 
possibilidade de análise de fenômenos sociais e individuais. 
 
 
 
5. (CFP - Especialista em Psicologia Social - 2013) “A realidade social é construída historicamente, em um processo que se dá 
entre o plano subjetivo e o objetivo. A base material agrega subjetividade, a partir da ação do sujeito sobre ela; aí está 
sua historicidade. Por isso, não é possível falar-se da realidade sem considerar o sujeito que a constitui e ao mesmo 
tempo é constituído por ela”. Bock e Gonçalves (2009) estão se referindo: 
a) À dialética da subjetividade. 
b) Ao trabalho alienado. 
c) Às dimensões subjetivas da realidade. 
d) Ao sentido e significado. 
e) À dialética do concreto. 
A resposta correta é a letra (c). Esse princípio torna equivocada uma análise do fenômeno psicológico que desconsidere seu 
contexto, suas vivências. A compreensão da realidade social e individual só pode ser obtida considerando o sistema de relações a 
que estão submetidas. 
 
• Aula 2 
 
1. (CFP - Especialista em Psicologia Social - 2013) Em Psicologia e Compromisso Social, organizado por Bock, (2009), 
Albertina Mitjáns Martínez define a noção de compromisso social, tema recorrente da psicologia brasileira na última 
década. Qual das frases a seguir mais se aproxima dessa definição? 
a) Trata-se da implicação que o debate sobre o compromisso social da Psicologia tem para a formação dos psicólogos, 
especialmente para sua formação como sujeitos capazes de promover mudanças em prol de uma maior equidade 
social. 
b) O compromisso social da Psicologia é uma marca que define o grupo de ação restrita e que se refere a uma prática 
excludente, mas com muito potencial no atual momento vivido pelo Brasil. 
c) Quando falamos em compromisso social, referimo-nos ao encontro entre os psicólogos e a população carente e à 
perspectiva do trabalho voluntário. 
d) O compromisso social da Psicologia é representado pelos psicólogos que se envolvem com projetos cooperativados 
de economia solidária. A solidariedade é a chave que explica esse conceito. 
e) O compromisso social da Psicologia não pode ser definido por tratar-se de práxis em constante mutação. A cada 
momento da vida, a cada momento da conjuntura, a cada momento histórico, teremos uma demanda peculiar e 
singular que exigirá novas estratégias e novas dimensões profissionais. 
A resposta correta é a letra (a). Compreendida a neutralidade como uma impossibilidade, o compromisso social implica numa 
ação de transformação social a partir das práticas e saberes da psicologia, o que implica na atitude e formação do psicólogo 
para a compreensão do tema. 
 
 
2. O compromisso social tem sido tema relevante para diferentes teóricos da psicologia social. Podemos entendê-lo como: 
a) Um conceito que implica tanto a Psicologia como campo de práticas e produções teóricas diversas quanto o 
psicólogo que produz conhecimentos ou utiliza os conhecimentos da Psicologia. 
b) Um tipo de prática que visa a evidenciar o desrespeito aos direitos humanos. 
c) Uma configuração a partir do corpo de conhecimentos da Psicologia que se compromete socialmente. 
d) Uma prática compromissada com o desenvolvimento da autoestima das pessoas. 
e) Um processo que necessita da neutralidade na sua concepção. 
A resposta correta é a letra (a). O compromisso social produziu alterações tanto na prática do psicólogo quanto no modo de 
produzir conhecimento em psicologia. A transformação social é o compromisso a partir deste compromisso, com vias a melhorias 
das condições de vida. 
 
3. Explique a crítica do conceito de normalidade a partir da psicologia sócio-histórica. 
A noção de normalidade a partir de uma psicologia positivista serviu para reproduzir padrões dominantes de modos de vida, 
normatizando com categorias que desqualificavam outras expressões de vida. Portanto, o conceito reflete o padrão cultural 
contingente a uma realidade. A diferença, na psicologia sócio-histórica, ocorre como consequência do processo de interações, 
uma possibilidade por nossa própria condição de constante transformação. O fora da norma, na psicologia sócio-histórica, deixa 
de ser doença para ser considerada uma expressão de vida possível. 
4. Qual crítica possível ao conceito de neutralidade é realizada pela psicologia sócio-histórica? 
A neutralidade é compreendida como impossível, pois os fenômenos de estudo são contingentes a um sistema de relações 
sempre em transformação, portanto, não universais. O conhecimento e a prática estarão necessariamente implicados ou na 
manutenção do modo de vida dominante ou na abertura para outras expressões de vida. 
 
5. Em que consiste o compromisso social assumido pela psicologia social? 
O compromisso social consiste em produzir conhecimento e realizar a prática em psicologia na direção da transformação social 
que promova melhorias das condições de vida, alinhada com os princípios dos direitos humanos. 
 
• Aula 3 
 
1. Segundo Moscovici (2010), qual a finalidadedas representações socais? 
Moscovici (2010, p. 54) afirma que a finalidade de todas as representações é “tornar familiar algo não familiar, ou a própria não 
familiaridade”.Em outras palavras, como os universos consensuais são espaços de saberes populares, a passagem do 
conhecimento científico para o popular ocorre como um processo de familiarização. São os modos de entendimento popular 
sobre expressões criadas no universo reificado. O conhecimento de expressões da psicanálise, por exemplo, como histérica, 
neurótico ou inconsciente, são compreendidos pelo universo consensual de modo diferente do que é tratado no universo 
reificado. Ocorre um processo que torna familiares essas expressões. 
 
2. Explique o conceito de representações sociais. 
As representações sociais são saberes populares resultantes do processo de interação social. São explicações, ideias que 
implicam em uma prática e que colaboram para a construção de uma realidade comum. 
 
3. Explique o conceito e dê um exemplo do processo de ancoragem. 
Processo que transfere o estranho para um referencial que possibilita sua interpretação e comparação, através de uma relação 
entre “categorias e rótulos”. Ancorar é classificar, nomear, rotular e, obviamente, representar. Exemplo: dizer para alguém que 
ela tem um complexo, no sentido psicanalítico, ou dizer que determinado comportamento é um ataque de histeria. 
 
4. Explique o conceito e dê um exemplo do processo de objetivação. 
A objetivação é processo pelo qual um objeto passa a ser imaginado, recriado, ganha forma, deixa de ser um conceito abstrato 
para tornar-se concreto, é a transformação de um conceito em uma imagem. É a criação imagética de algo que equivale às 
palavras, seu equivalente não verbal. Exemplo: dizer que a terapia é uma medicina sem remédio. 
 
5. (CFP - Especialista em Psicologia Social - 2013) O conceito de representações sociais, na psicologia social, é importante em 
diferentes aspectos. Assinale a opção incorreta com relação às possibilidades dessa categoria: 
a) Conhecer a realidade por meio da sua objetivação nas representações sociais. 
b) Compreender os processos simbólicos imbricados nos espaços sociais, na ação social e na dinâmica da vida social. 
c) Constituem fontes de investigação sobre as condições de vida, os saberes e os recursos de uma comunidade. 
d) Conhecer os mundos subjetivos, intersubjetivos e objetivos que configuram as representações de uma determinada 
cultura. 
e) Permite conhecer como novos saberes (na vida cotidiana) são produzidos e acomodados no tecido social. 
A resposta correta é a letra (a). A questão pede a sentença incorreta, que está expressa no uso incorreto do conceito de 
objetivação, que é um processo no qual se produz uma representação, e não um conceito para conhecer uma representação. 
 
• Aula 4 
 
1. Com relação às principais dificuldades de se estudar sobre identidade, marque verdadeiro (V) ou falso (F). 
I. Esse tema é pouco estudado pela academia. (F) 
II. Existe uma imprecisão conceitual em torno do conceito identidade. (V) 
III. A compreensão de identidade no senso comum e na academia é bem distinta. (V) 
O item I é incorreto, posto que além da psicologia a filosofia, sociologia e antropologia se debruçam sobre esse tema. Os itens II e 
III estão corretos. 
 
2. (CFP – Especialista em Psicologia Social – 2013) Um campo importante de estudo na psicologia social é o da identidade. 
Muitos autores se debruçaram sobre o tema e alguns o questionaram. Uma teoria sobre a identidade, desenvolvida por 
Antônio da Costa Ciampa, apresenta a seguinte característica: 
a) A identidade como fator derivado da posição social ocupada pelo sujeito que se altera a partir de redefinições 
profissionais ao decorrer da vida. 
b) O processo identitário é a soma de fatores genéticos e fatores sociais que interferem na produção do psiquismo, 
produzindo um sujeito multifacetado fundamentalmente pela expressão do inconsciente. 
c) A socialização é o principal fator de definição da identidade, que responde à dinâmica da família como a instituição 
socializadora. 
d) A construção da identidade ocorre durante a construção do ego, na primeira infância, e produz traços indeléveis que 
raramente mudam durante a vida do indivíduo, mas pode ser fonte de processos neuróticos com alguma gravidade. 
e) A identidade se apresenta como imutável na sua aparência, mas na realidade trata-se de um processo de 
metamorfose produzido pela expressão de um outro do próprio sujeito. 
A resposta correta é a letra (e). Essa opção reflete o conceito de identidade como processo, metamorfose, portanto, pertinente 
ao solicitado. As demais opções isolam aspectos da dinâmica de interação social, o que prejudicam o conceito. Por exemplo, 
reduzir a socialização à família prejudica o entendimento de identidade. 
 
3. Qual a relação que existe entre a identidade pessoal e a coletiva? 
Elas estão intimamente relacionadas, pois a identidade pessoal se constitui a partir dos referenciais sociais e culturais. Logo, 
quando opomos identidade coletiva e identidade pessoal, estamos diante de uma falsa dicotomia, como se houvesse uma 
identidade pessoal que não estivesse relacionada com a coletividade. 
 
4. Analise alguns trechos da música Modinha para Gabriela: 
Eu nasci assim, eu cresci assim 
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim 
Gabriela, sempre Gabriela 
Quem me batizou, quem me nomeou 
Pouco me importou, é assim que eu sou 
Gabriela, sempre Gabriela 
Tais versos expressam uma afirmação que estão de acordo ou não com o conceito de identidade segundo Ciampa? Justifique 
sua resposta. 
Não estão de acordo. A letra descreve a identidade de Gabriela como algo estático e sem influências externas. Já o autor afirma 
justamente o contrário: que identidade é algo dinâmico, inacabado e que se constrói dentro da sociedade. 
• Aula 5 
 
1. Qual a diferença entre os conceitos de sexo e gênero na psicologia social? 
Sexo indica uma condição biológica, enquanto gênero é utilizado para tratar da organização social em torno dos sexos, portanto 
como as interações são vivenciadas. 
 
2. Carrara et al. (2010) apresentam duas características fundamentais no conceito de gênero. São elas: 
a) A arbitrariedade cultural e a correspondência ao sexo biológico. 
b) Desejo particular da pessoa e educação dos pais. 
c) Tradição familiar e subjetividade da mulher. 
d) Só pode ser compreendido em relação a uma cultura específica e possui caráter relacional de suas categorias. 
e) Gênero reflete a orientação sexual e as formas de relacionamento. 
A resposta correta é a alternativa (D). Conforme citado no texto (1) sua arbitrariedade cultural – ou seja, ele só pode ser 
compreendido em relação a uma cultura específica, sendo-lhe atribuídos sentidos distintos a partir do contexto sociocultural em 
que se manifesta; (2) o caráter necessariamente relacional das categorias de gênero: só é possível conceber o feminino em 
relação ao masculino e vice-versa. (CARRARA et al., 2010b, p. 19) 
 
3. Analise as afirmativas a seguir e marque verdadeiro (V) ou falso (F): 
i. O conhecimento psicológico sempre considerou, em suas teorias e práticas, a dimensão de gênero. (F) 
ii. Gênero é entendido como elemento constitutivo das relações sociais percebidas entre os sexos. (V) 
iii. As pesquisas na área de saúde da mulher têm demonstrado que a menopausa é uma experiência fisiológica que se 
apresenta de forma semelhante em todas as culturas. (F) 
iv. Está ainda presente, no imaginário social brasileiro, a representação da fidelidade feminina como fundamental para 
a valorização da mulher, sob a ótica masculina. (V) 
A I está incorreta, pois os primeiros estudos da psicologia tratavam de estudos experimentais, sem pôr em análise o estudo do 
gênero a partir das relações. A alternativa III também está incorreta, pois universaliza uma experiência cultural; afinal, se a 
fisiologia oportuniza a menopausa, a forma como ela será vivida, ou seja, seus afetos,valores e significados serão produzidos 
nas relações próprias de cada cultura. 
 
4. A partir do princípio de compromisso social da psicologia, qual é o posicionamento ético-político mais adequado em 
relação ao tema de gênero? 
Cabe à Psicologia, como compromisso social com a categoria, com a sociedade e os direitos humanos, quando estiver diante de 
diferenças entre homens e mulheres que resultem em desqualificação, hierarquia ou constrangimento de sua liberdade, atuar 
promovendo discursos alternativos que questionem o discurso dominante. Ela deve identificar e desconstruir estruturas sociais e 
práticas pessoais e profissionais que sustentam o sexismo e funcionam como instrumentos de controle social. 
 
5. Estudar a violência doméstica como violência de gênero significa afirmar que: 
a) A violência ocorre por uma patologia presente no homem. 
b) A violência será estudada a partir de características inatas do homem, e como administrá-la. 
c) A violência é compreendida como natural, portanto restará apenas a disciplina do sujeito violento. 
d) A violência é relacional, portanto, o estudo do sistema de relações que oportuniza a violência poderá apontar linhas 
de prevenção. 
e) A violência ocorre a partir do excesso dos afetos, sem relação com a cultura local. 
A alternativa correta é a letra (D). Trata-se da violência como um fenômeno relacional, que reflete, portanto, um sistema de 
relações de gênero que oportuniza a ocorrência da violência. 
• Aula 6 
 
1. Explique o conceito de ideologia para Thompson (1995). 
O conceito de ideologia corresponde ao uso de formações simbólicas para criar ou manter relações de dominação. 
 
2. Diferencie o conceito de ideologia para Martín-Baró e para Thompson: 
O conceito de ideologia para Martín-Baró está vinculado à noção de falsa consciência, de uma pessoa alienada dos 
condicionantes de sua realidade, portanto, vivendo sob as expectativas de uma outra classe social. Para Thompson (1995), o 
conceito não necessariamente corresponde a uma falsa consciência. O autor entende que não é o objetivo do estudo da ideologia 
a verificação de veracidade, mas o que caracteriza o conceito de ideologia será a manutenção de relações de dominação, o que 
pode ocorrer com formações simbólicas que não necessariamente serão falsas. 
 
3. Explique como a frase “A mulher é mais emocional e o homem mais racional nas tomadas de decisão” colabora como 
uma ideologia nas relações de trabalho. 
A afirmação de que a mulher é mais emocional e o homem mais racional nas tomadas de decisão serve como uma formação 
ideológica por ser utilizada para sustentar a desigualdade nas relações de trabalho em relação aos sexos, priorizando os homens 
na ocupação de cargos de liderança. A frase também parte do princípio de uma noção de mulher naturalmente emotiva, 
universalizando uma possibilidade de expressão. Esse pensamento despolitiza a experiência feminina e serve para desqualificar a 
atuação da mulher nas relações de trabalho. Esse discurso pode produzir uma falsa consciência (no sentido de não corresponder 
ao modo como as relações de trabalho são vivenciadas em processos de tomadas de decisão) sobre a experiência da mulher e do 
homem nas relações de trabalho. 
 
4. Como a utilização do conceito de ideologia como categoria de análise se relaciona com o compromisso social da 
psicologia (exposto na primeira aula)? 
O estudo de ideologias, como formações simbólicas que sustentam relações de dominação, atende ao propósito de uma 
psicologia implicada com a melhoria das condições de vida. As relações que podemos reconhecer como de dominação resultam 
em formas de constrangimento da vida, prejuízos que podem ser evitados através de pesquisas e práticas oriundas do 
profissional de psicologia implicado na transformação social. 
 
• Aula 7 
 
1. Explique a frase de Donzelot (1984): “[...] a família é a menor organização política possível”. 
A primeira comunidade vivida pela pessoa se dá onde as primeiras relações de cuidado se operam. Neste caso, a família compõe 
o cenário em que são vividos obrigações, valores, afetos etc. A vida social ocorre através das possibilidades de cada família, que 
fornece conceitos, palavras, sons como ferramentas para a comunicação com o mundo. A família pode exercer forte papel na 
reprodução cultural, portanto, na produção de subjetividades. 
 
2. Em que consiste o modelo de família patriarcal? 
Um modelo antigo de família, que remete à história desde a Roma Antiga. Neste modelo de família, o homem, patriarca, possui 
um lugar hierarquizado, superior aos seus membros. Eram subordinados, propriedades do patriarca, seu escravo, filhos, mulher 
ou qualquer outro sob seu comando. 
 
3. Explique em que consiste o mito do amor materno, expresso por Badinter (1985). 
O mito está relacionado à falsa ideia de que toda mulher naturalmente deseja ter filhos. Em outras palavras, o amor materno 
seria natural, e não produzido a partir das interações vividas. Neste sentido, as mulheres que não exercem a função materna 
vivem um estigma por rejeitar sua “natureza”, entendida como uma anormalidade, um problema psicológico. 
 
4. Explique o que é alienação parental. 
Alienação parental é um conceito que tipifica o comportamento de alienar a criança da realidade do outro responsável ou 
mesmo dos avós. Ela se opera à medida que a criança vai percebendo seu genitor/ cuidador sob as referências do outro (“não foi 
um bom marido, logo não será um bom pai”), caracterizando um prejuízo, uma desqualificação provocada pelo cuidador-
alienador. No Brasil, temos uma legislação própria que define e exemplifica atos que podem caracterizar a alienação. 
5. Segundo Costa (2004), qual o papel dos higienistas na formação familiar após o período colonial? 
a) Realizar o trabalho de medicina comunitária, aproximando as famílias dos cuidados de saúde. 
b) Fazer o matriciamento populacional, garantindo uma análise epidemiológica. 
c) Colaborar para a emancipação das famílias, garantindo seus direitos conforme a legislação. 
d) Produzir uma norma familiar capaz de formar cidadãos individualizados, domesticados e colocados à disposição da 
cidade, do Estado, da pátria. 
e) Produzir uma avaliação para colaborar com o planejamento de políticas públicas. 
A resposta correta é a letra d. Os higienistas operavam para reforçar ou estabelecer normas conforme a época. A pergunta trata 
da família no Brasil durante o período pós-colonial. Neste período, ainda não estavam presentes as discussões da psicologia na 
vivência das famílias, ainda não havia política pública fundamentada em direitos humanos. As ações da época buscavam a 
manutenção e controle do sistema vigente. 
 
• Aula 8 
 
1. De acordo com Marcondes (2004): Uma vez que nos é encaminhado um aluno que se sente incapaz, teremos como 
desafio pensar em maneiras de produção de intervir dessa incapacidade. As professoras de nossas escolas nos mostram 
esse saber quando criam práticas, dinâmicas, tarefas, que permitem que seus alunos arrisquem, desejem. Mas, quando 
falamos de alunos que permanecem muito tempo sem aprender, ou com problemas disciplinares ou alunos com 
deficiências, principalmente deficiência mental, intensifica-se a procura de ajuda dos profissionais de saúde. A partir dos 
referenciais propostos por Adriana Marcondes, psicóloga do Serviço de Psicologia Aplicada da USP, é incorreto afirmar 
que: 
a) O objetivo do trabalho psicológico no contexto escolar deve ser o de problematizar o próprio processo de produção, 
dos encaminhamentos das crianças para avaliação psicológica, fortalecendo os saberes dos professores e dos 
familiares. 
b) O psicólogo escolar deve preparar-se para diferenciar certa tendência em rotular comportamentos absolutamente 
normais dos estudantes, evitando diagnósticos vagos e imprecisos que contribuiriam para uma crescente 
estigmatização das crianças. 
c) A atuação do psicólogo na escola deve ser neutra e técnica, apropriando-se dos atuaisdebates e descobertas do 
campo da psicopatologia e das neurociências, para que se possa diagnosticar e tratar das crianças com dificuldades 
de maneira precisa. 
d) A padronização de muitos relatórios e laudos psicológicos é uma decorrência do processo de desconsideração dos 
territórios nos quais o sintoma se produz ou, dito de outra forma, revela uma concepção de sujeito e de mundo na 
qual o sujeito é tratado como objeto. 
e) A queixa escolar não pode ser interpretada como problema somente do aluno, entendido como natural ou social-
natural, mas está ligado às relações escolares. 
A resposta correta é a letra c. O primeiro aspecto incorreto dessa afirmativa é o fato de que nossa atuação não é neutra – 
partindo do pressuposto da psicologia sócio-histórica. Outro aspecto incorreto dessa alternativa é que se negligenciam os 
aspectos sociais, culturais e econômicos da atuação do psicólogo na escola e se enfatizam os biológicos. 
2. (CFP - 2010) Analise as afirmativas que caracterizam a perspectiva atual em psicologia escolar: 
I. A Psicologia referenda-se em pressupostos que permitem a compreensão dialética da relação entre o indivíduo e o 
contexto sociocultural. 
II. As práticas profissionais em psicologia escolar voltam-se com maior ênfase a demandas mais relacionais, 
contextualizadas às exigências das práticas pedagógicas. 
III. As atuações em psicologia escolar vinculam-se mais a diagnóstico, análise e intervenção em nível institucional; 
participação na construção, acompanhamento e avaliação da proposta pedagógica da escola. 
IV. Enfoque para a coesão da equipe de direção pedagógica e para sua formação técnica. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: 
a) I, II e IV 
b) I e III 
c) II e III 
d) I, III e IV 
e) I, II, III e IV 
Afirmativa I - Correta: o psicólogo na escola tem que levar em conta tanto as especificidades individuais quanto o contexto 
sociocultural. Afirmativa II – Correta: o foco do trabalho do psicólogo na escola devem ser as relações. Afirmativa III – Correta: o 
uso da palavra diagnóstico pode enganar você. Entretanto, a frase fala em diagnóstico institucional, e isto significa que o 
contexto escolar está sendo posto em questão. Afirmativa IV – Correta: quando se trabalha a coesão, estamos trabalhando a 
relação, e esse é o enfoque do psicólogo na escola. 
 
3. (CFP - 2010) Uma proposta interventiva no âmbito da prática do psicólogo escolar trabalharia: 
Pais, alunos e professores, respeitando as especificidades. 
Somente os alunos que apresentam dificuldades. 
A mudança de comportamentos inadequados no aluno. 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): 
a) I 
b) II 
c) III 
d) II e III 
e) Nenhuma 
A resposta correta é a letra a. O psicólogo, na escola, tem que atuar nas relações. Logo, é preciso trabalhar com os elementos 
que as compõem: pais, alunos e professores. 
 
4. (CFP - 2010) O fracasso escolar e suas múltiplas manifestações (repetência, exclusão, dificuldades de aprendizagem e 
outros) é compreendido, pelos estudos atuais da Psicologia e da Educação, como um fenômeno multicausal, com 
influências socioculturais, pedagógicas, econômicas, relacionais, psicológicas, institucionais e outras. Com base nessa 
premissa, analise as frases a seguir: 
I. Rótulos usados para classificar dificuldades de aprendizagem acabam definindo um padrão de aprendizagem e 
prejudicando o desempenho dos alunos. 
II. Alunos não aprendem porque são imaturos ou porque têm problemas nas famílias. 
III. Na investigação do fracasso escolar, as condições e relações político-sociais e econômicas vigentes, as ideologias, a 
cultura, os aspectos institucionais, a formação docente não têm implicação no processo de ensino e aprendizagem. 
IV. Apesar do fracasso escolar ser um fenômeno multideterminado e multifacetado, o aluno deve ser o foco exclusivo do 
processo de intervenção. 
V. Deve-se estar atento ao papel da escola na produção do fracasso escolar, de modo a evitar a substituição de fatores 
intraescolares pelos intrapsíquicos, no processo de sua investigação. 
VI. A formação de professores e o projeto político-pedagógico da escola devem prever recursos pedagógicos que 
favoreçam a promoção de uma cultura do sucesso escolar. 
Está correto o que se afirma em: 
a) I, IV e V 
b) I, V e VI 
c) II, III e VI 
d) Apenas IV 
e) I, II, III, IV, V e VI 
A resposta correta é a letra b. De acordo com o texto, o fracasso escolar é multifacetado, sendo incorreta a afirmativa II. A 
formação do professor se faz dentro de um contexto social e cultural complexo, logo, devemos refletir sobre ela quando falamos 
em fracasso escolar. Contudo, isso não significa culpabilizar a classe. Desta forma, a afirmativa III é incorreta. O psicólogo deve 
trabalhar com as relações dentro da escola, e não somente com aluno, por isso a afirmativa IV é incorreta. 
 
• Aula 9 
 
1. Qual a crítica possível com base na psicologia social para atividades de palestras como ações de promoção de saúde? 
A crítica pode ser direcionada para atividades que ocorram com mero caráter informativo, desconsiderando o contexto sócio-
histórico-político onde ocorre. A palestra, quando utilizada como mera atividade informativa, também marca um lugar rígido 
entre aquele que sabe e o que não sabe, justificando a tutela dos profissionais sobre a população, e a atividade realizada desta 
maneira não promove a autonomia das pessoas. 
 
2. Qual ação o psicólogo na saúde poderia desenvolver a partir das considerações da psicologia social crítica? 
Ações para a melhoria da qualidade de vida podem ser desenvolvidas como trocas de saber, de ideias acerca da realidade vivida. 
As práticas podem ocorrer para colaborar com a produção de normas para a vida da população, no lugar de simples aplicação de 
disciplina. 
 
3. Como o conceito de gênero se relaciona com a prática do psicólogo na saúde? 
A saúde das pessoas está profundamente relacionada com o conceito de gênero, entendido como expectativa social acerca dos 
comportamentos baseados no sexo. Como esse conceito trata de uma predisposição para a ação, ele pode estar relacionado a 
diversos temas da saúde, como gravidez na adolescência, prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, HIV/AIDS e diversos 
outros temas que sejam transversais à união afetiva. 
 
4. A partir dos exemplos apresentados, comente como pode ser construído um trabalho de promoção de saúde do idoso, 
num serviço de saúde comunitária. 
O tema saúde do idoso pode ser trabalhado a partir dos sentidos presentes para a vida idosa: lazer, família, sexualidade e 
diversos outros temas que sejam demandados pelas pessoas da comunidade. Poderá ser realizado na forma de grupos, que 
poderão ser planejados com atividades que propiciem interações entre os participantes. 
 
5. Qual o desafio da psicologia em relação ao seu modelo de atuação na saúde? 
A psicologia ainda se caracteriza pela sua formação pela atividade voltada para a clínica individual, de modo que é preciso 
superar essa visão da atuação do psicólogo para o surgimento de outros modos de atuar na saúde. No lugar de atuar como na 
psicoterapia individual, na saúde coletiva, o psicólogo deve considerar que o sofrimento ou a doença fazem parte do processo da 
vida, da existência humana, e atuar nos condicionantes da saúde 
 
• Aula 10 
 
1. Cite a diferença entre as formas naturalista e hermenêutica acerca da metodologia de pesquisa em psicologia social. 
A abordagem naturalista caracteriza-se como uma metodologia descritiva, que objetiva examinar o comportamento dos 
indivíduos na sua relação com o ambiente natural. Tem como referência o comportamento espontâneo, impossível de reproduzir 
em ambiente controlado. A abordagem hermenêutica objetiva a compreensão de significados, sentidos presentes a partir do 
diálogo, possibilitado pelas interações vividas. Neste caso, o objeto não é individualizado. 
 
2. Elabore duas críticas acerca do uso do método experimentalna psicologia social. 
Uma crítica ocorre na impossibilidade de afirmar generalizações a partir dos dados de laboratório, resultando, portanto, em 
dados artificiais, sem vínculo com a realidade vivida. Como segunda crítica, temos a impossibilidade da neutralidade, pretendida 
nestes métodos. Como uma crítica adicional, também podemos citar a impossibilidade de reproduzir em experimentos eventos 
espontâneos, próprios do cotidiano vivido. 
 
3. Mencione as vantagens que a entrevista do tipo semiestruturada apresenta face à estruturada. 
Na entrevista semiestruturada, a utilização de perguntas previamente estabelecidas somada a questões circunstanciais na 
entrevista permite ao entrevistador maior liberdade para obter informações que não apareceriam sob um roteiro padronizado. 
As respostas favorecem novas hipóteses sobre o problema em questão, permitindo ao entrevistador um papel ativo no processo 
de coleta de dados. 
 
4. Comente sobre a relação entre o ato de pesquisar e a importância da linguagem. 
A pesquisa tem sua comunicação a partir de relatos, falas, produzidos através da coleta de dados em campo. Este material 
servirá para análise pelo pesquisador, e neste momento, a própria linguagem do pesquisador também se apresenta como crivo 
de comunicação, atribuindo sentido e significados ao que está sendo pesquisado, ou seja, o próprio ato de escrever é um 
momento de produção de informações. 
 
5. Qual das opções metodológicas abaixo podemos compreender como aquela que se destina a reposicionar o pesquisador 
como seu objeto de estudo capaz de reproduzir um campo de pesquisa, em termos de sua consciência e de experiência 
pessoal? 
a) Estudo de caso 
b) Pesquisa semiestruturada 
c) Experimental 
d) Etnometodologia 
e) Autoetnografia 
A resposta correta é a letra e. A autoetnografia é que tem como característica a valorização e análise dessa experiência pessoal 
como objeto de pesquisa. As outras alternativas não apresentam essa discussão sobre o lugar do pesquisador como elemento de 
análise, tendo sua experiência vivida como dado a ser analisado.

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