Buscar

Ebook Gestão e Ação no Serviço Social (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GESTÃO E AÇÃO NO 
SERVIÇO SOCIAL
PROF.A VALÉRIA CRISTINA DA COSTA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
33WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - CONCEITOS E CARACTERÍSTICA DE GESTÃO ................................................................................................... 5
1.1. A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA PARA REALIZAÇÃO DA GESTÃO ................................................................ 8
1.2. GESTÃO SOCIAL EM DEBATE ........................................................................................................................... 12
1.3. GESTÃO SOCIAL NO CONTEXTO ATUAL .......................................................................................................... 14
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 19
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
DE GESTÃO
PROF.A VALÉRIA CRISTINA DA COSTA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
GESTÃO E AÇÃO
NO SERVIÇO SOCIAL
4WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
As profundas mudanças econômicas, políticas, culturais e sociais ocorrem na sociedade 
como um todo – tanto no Brasil como no resto do mundo –, afinal vivemos num mundo globalizado 
em que acontecimentos influenciam diretamente na vida das pessoas, independentemente de sua 
localização geográfica. As demandas sociais emergem constantemente, fruto das desigualdades 
sociais e econômicas que requerem políticas e intervenções diretas nesta realidade.
Assim, exigem de profissionais de Serviço Social, bem como de outras áreas, capacidade 
para intervir nessa realidade, com competência e habilidade técnica, não só no âmbito de suas 
atribuições privativas como na gestão do trabalho.
Neste contexto, nesta primeira unidade vamos aproximá-lo(a), caro(a) aluno(a), à 
princípio, de conceitos elementares do que é gestão e seus inúmeros significados. Ampliando o 
seu conhecimento quanto aos aspectos de Gestão Social, compreendendo os principais conceitos 
e características do processo, com visão crítica, reflexiva, como interventiva na Gestão de Políticas, 
planos, programas e projetos sociais.
Esperamos poder contribuir não só com informações que irão colaborar ao enfrentamento 
das expressões da questão social no cotidiano profissional, mas que se aproxime da discussão e 
entendimento de gestão e sobretudo da gestão social.
Assim, vamos tratar, portanto, neste primeiro momento de conceito essenciais gerais, 
para que nas próximas unidades avancemos na discussão do Serviço Social nessa área de atuação.
Boa leitura e bons estudos!
5WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
1 - CONCEITOS E CARACTERÍSTICA DE GESTÃO 
É muito recente a discussão quanto ao conceito de Gestão, data aproximadamente no 
final do século XX. Seu cerne está em contribuir com experiências exitosas de uma política, de 
um projeto ou de uma ação, perpassando todo o processo, desde o estudo situacional, passando 
pela planificação, sua implantação e monitoramento e avaliação. Ou seja, a gestão está presente 
em todo momento do desenvolvimento de um trabalho.
A gestão tem sido – e deve ser – utilizada tanto no âmbito da esfera pública como da privada. 
Quando dissermos privada, estamos tratando do segundo e terceiro setor, respectivamente: com 
fins lucrativos e as organizações da sociedade civil que não tem como característica fins lucrativos.
Precisamos ter compreensão de algumas definições importantes para que possamos 
avançar neste assunto, mesmo porque para que o Serviço Social se reconheça como possível 
gestor e romper com a ideia conservadora de que está contrapondo-se ao projeto profissional, é 
preciso ter conhecimento para poder argumentar a respeito.
Pensar a prática profissional no campo da gestão requer aprofundamento teórico e 
metodológico, buscando todos os conhecimentos necessários para desenvolver gestão. Como 
nos diz em termos Unamuno (2013, p. 30):
Todo o conhecimento tem uma finalidade. Saber por saber e apenas, digam o que 
digam, uma tétrica petição de principio [...] Mas, assim como um conhecimento 
cientifico visa a outros conhecimentos, a filosofia que formos abraçar tem outra 
finalidade extrínseca, refere-se a todo nosso destino, a nossa atitude perante a 
vida e o universo.
A prática requer a elaboração de planos, programas, projetos e serviços sociais 
que, colocados em prática, produzem efeitos efetivos. Porém os recursos são 
escassos e ainda há pouca compreensão sobre o Serviço Social e sua atuação 
quanto a gestão nos espaços sócio ocupacionais. Como manter a coerência entre 
a demanda profissional e a demanda institucional no cotidiano da realidade do 
trabalho do Serviço Social?
6WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 1 – Gestão. Fonte: Pixabay (2018). 
O significado de Gestão perpassa o significado de administrar, o de gerir algum negócio 
ou projeto e é usado amplamente na área empresarial, nos mais diversificados setores, tratando-
se do gerenciamento de recursos eficientemente e de pessoas para que atinjam as metas pré-
estabelecidas. Mais contemporaneamente, utiliza-se na área pública para tratar da administração 
das políticas setoriais, tais como: saúde, educação e assistência social, sendo o status dos secretários 
ou representantes dessas políticas os gestores destas.
De forma geral, o processo de gestão é categorizado em fases, nas quais tem como premissa 
o planejamento, a aplicação dos recursos e esforços ao que foi planejado, o gerenciamento e 
liderança das ações e pessoas, a fim de coordenar, monitorar, controlar e avaliar todo o processo 
para que sejam tomadas as melhores decisões e promover o envolvimento e comprometimento 
das pessoas. Segundo Chanlat (1999, p. 31), gestão é “um conjunto de práticas e de atividades 
fundamentadas sobre certo número de princípios que visam uma finalidade”.
Gestão e administração, paramuitos autores, são tratadas como se fossem a mesma coisa. 
Vejamos o significado de Administração segundo Silva (2013, p. 6), a administração consiste em 
“um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de 
alcançar um ou mais objetivos ou metas da organização”.
Para Chiavenato (2000, p. 18), “administração significa maneira de governar organizações 
ou parte delas. É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos 
organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz”.
Sobre Gestão Social, alguns autores vinculam à Gestão das Organizações, tais como 
Tenório e Cabral:
[...] processos gerenciais dialógicos em que a autoridade decisória é compartilhada 
entre os participantes da ação (ação que possa ocorrer em qualquer tipo de 
sistema social – público, privado ou de organizações não-governamentais). O 
adjetivo social qualificando o substantivo gestão será entendido como o espaço 
privilegiado de relações sociais no qual todos têm o direito à fala, sem nenhum 
tipo de coação (TENÓRIO, 2006, p. 158). 
[...] o processo de organização, decisão e produção de bens públicos de proteção 
social, que se desenvolve perseguindo uma missão institucional e articulando os 
públicos constituintes, envolvidos em uma organização que tende a incorporar 
atributos do espaço público não estatal, na abordagem que faz da questão social. 
Esses atributos são os elementos que, de forma coordenada e convergente, devem 
ser observados e tomados como parâmetros no desenvolvimento do processo de 
gestão (CABRAL, 2007, p. 134). 
7WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Enquanto a perspectiva de Gestão Social para Maia (2005, p. 78) é:
[...] gestão social como um conjunto de processos sociais com potencial 
viabilizador do desenvolvimento societário, emancipatório e transformador. É 
fundada, nos valores, práticas e formação da democracia e da cidadania, em 
vista do enfrentamento às expressões da questão social, da garantia dos direitos 
humanos universais e da afirmação dos interesses e espaços públicos como padrões 
de uma nova civilidade. Construção realizada em pactuação democrática, nos 
âmbitos local, nacional e municipal; entre os agentes das esferas da sociedade 
civil, sociedade política e da economia, com efetiva participação dos cidadãos 
historicamente excluídos dos processos de distribuição das riquezas e do poder. 
Quando tratamos de gestão de políticas sociais compreende-se como Gestão Social, 
vejamos:
[...] um conjunto de estratégias voltadas à reprodução da vida social no âmbito 
privilegiado dos serviços – embora não se limite a eles – na esfera do consumo 
social, não se submetendo à lógica mercantil. A gestão social ocupa-se, portanto, 
da ampliação do acesso à riqueza social – material e imaterial -, na forma de 
fruição de bens, recursos e serviços, entendida como direito social, sob valores 
democráticos, como equidade, universalidade e justiça social (SILVA, 2004, p. 
32). 
Se trata da gestão das ações sociais públicas, sendo que a gestão do social é a gestão 
das demandas e necessidades dos cidadãos. E as respostas a essas demandas e 
necessidades são as políticas sociais, os programas e projetos sociais. A gestão 
social tem um compromisso, com a sociedade e com os cidadãos, de assegurar 
por meio das políticas e programas públicos o acesso efetivo aos bens, serviços 
e riquezas societárias. Por isso mesmo, precisa ser estratégica e consequente 
(CARVALHO, 1999, p. 28).
Podemos observar pelas citações que a concepção de Gestão não pode se restringir a 
área de administração, mas nos mais diversificados setores. Considerando as possibilidades de 
atuação do Serviço Social, precisamos nos imbuir dessa ideia, pois não podemos perder campos 
de atuação para profissionais de outras áreas por negação à essa demanda. Nas próximas unidades 
veremos que o projeto profissional deve superar o discurso ideológico e político de que gestão 
não faz parte das atribuições profissionais do Serviço Social.
[...] o fundamento da gestão ou da administração é a noção de racionalidade, isto 
é, o uso da inteligência, da razão, para encontrar os meios mais adequados com 
vista à realização de resultados. Estes são definidos como objetivos a alcançar, 
ao passo que os meios dizem respeito às pessoas, aos modos e aos recursos que 
garantem a conquista dos objetivos (NOGUEIRA, 2007, p. 31).
A gestão requer liderança, uma gerência para que as informações sejam reportadas e 
discutidas. Uma forma de participação e divulgação de informações muito comumente utilizada 
é a reunião, a qual deve ser sempre agendada previamente, com pautas definidas e divulgação 
ampla. De acordo com Verzuh (2000), temos alguns propósitos para cada tipo de reunião:
- Reunião de kick-off – marca o início efetivo do projeto. Essa é a oportunidade 
dos participantes se conhecerem, se manifestarem quanto suas expectativas. 
Normalmente é realizada num clima festivo e/ou com alguma dinâmica de 
grupo, dependendo do tamanho do grupo;
 
8WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
-  Reuniões de acompanhamento – são reuniões programadas, que visam a 
divulgação das informações do andamento do projeto. É uma boa oportunidade 
para manter a equipe coesa com a promoção de discussões e ideias. Nessa 
oportunidade também são informados os problemas e/ou soluções comuns;
 
- Reuniões para registro e acompanhamento de mudanças – essas reuniões 
formalizam a possível mudança no planejamento e execução do projeto, que 
certamente trará algum impacto no mesmo. Dessas reuniões, será gerado um 
documento formal, padronizado, que posteriormente será avaliado e aprovado 
ou não por um comitê executivo do projeto;
 
- Reunião de encerramento – deve ser formal, com uma apresentação resumida 
do projeto, seus marcos e a caracterização do cumprimento do que foi acordado 
entre as partes. Essa também pode ser encerrada definitivamente num clima 
festivo (VERZUH, 2000, p. 5, grifos nossos).
A reunião é recomenda em todas as formas de gestão e espaços, afinal repercute o maior 
número de pessoas ao mesmo tempo, otimiza recursos, tempo, diminui a possibilidade de ruídos 
e estimula a participação coletiva, o diálogo, trocas de experiencias, feedback e torna o trabalho 
mais fluido. 
1.1. A Importância da Liderança para Realização da Gestão 
Um dos aspectos mais importantes quando falamos de Gestão é a liderança, pois a Gestão 
é feita por pessoas que tenham competência, habilidade e atitude para tal. Vamos, a partir deste 
momento, discutir algumas das principais características a esse respeito.
Figura 2 – Liderança. Fonte: Pixabay (2018).
A liderança trata-se de um processo das relações interpessoais, em que uma pessoa, 
legitimada por outras, influencia, inspira, motiva e orienta pessoas e grupos na direção em que o 
planejamento demanda.
Curty (2001, p. 17) destaca que a liderança se distingue em quatro estilos básicos:
9WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
estilo autoritário – a coerção é, quase sempre, a base inicial da liderança – ou 
seria dominação? – com esse perfil. A orientação e o compromisso são com a 
tarefa, ficando os aspectos humanos do processo relegados a segundo plano ou 
mesmo totalmente negligenciados.
Perceba-se que um líder autoritário não é necessariamente alguém rude e 
ameaçador. Os eixos centrais desse estilo são o dirigismo e o compromisso único 
e absoluto com os objetivos a serem atingidos.
• estilo autoritário-benevolente – impossível não recorrer ao arquétipo do 
grande pai para ilustrar este padrão de liderança, em face da superproteção do 
líder autoritário-benevolente com relação a seus pupilos – ele não tem uma equipe 
e sim um braço familiar postiço. O problema, aqui, é a inevitável infantilização 
daspessoas submetidas a uma liderança desse tipo – não há crescimento, não se 
desenvolve senso de responsabilidade e a necessidade do controle é permanente.
• estilo consultivo – é um estilo de transição, em que se concede canal de voz 
às pessoas lideradas, ainda que o poder decisório se mantenha centralizado no 
líder. Pode-se representá-lo simbolicamente como uma rua de mão dupla onde 
o fluxo de informações é vibrante nos dois sentidos.
• estilo participativo – é o estilo de liderança mais em evidência nos dias de hoje, 
por refletir preocupações democráticas. Seus inquestionáveis méritos, entretanto, 
dependem do atendimento a pré-requisitos incontornáveis, de naturezas 
múltiplas: institucional – estruturas descentralizadas, política de administração 
de desempenho, cultura de resultados, entre outros; comportamental – padrão 
de gerência baseado em relações de confiança e transparência; informacional 
– grau de conhecimento técnico e ambiental interno/externo dos decisores 
delegados (temos a firme convicção de que uma decisão participativa não é 
acertada apenas pelo fato de ser fruto de um processo democrático – afinal, o 
produto de mediocridades individuais será sempre a mediocridade coletiva sob 
forma de decisão).
Podemos verificar que, independente das características pessoais, a confiança na e da 
equipe são imprescindíveis para desenvolver a liderança em todo processo e não existe apenas 
um estilo específico. Para Hunter (2006, p. 18), “liderança é a habilidade de influenciar pessoas 
para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por 
meio da força e caráter”. 
Para um líder ser completo ele precisa ter oito atitudes. Primeiramente, deve 
perguntar sobre as providências a serem necessariamente tomadas, buscar 
as coisas certas para a empresa; ter um plano de ação claro; não fugir das 
responsabilidades; ser um bom comunicador; ter foco em oportunidades, não 
em problemas, transformar as reuniões em acontecimentos produtivos; usar o 
pronome pessoal “nós” e evitar o “eu”. (DRUCKER, 2006, p. 45) 
 Para Bergamini (1994, p. 31),
O líder caracteriza-se por uma forte busca de responsabilidade e perfeição na 
tarefa, vigor e persistência na perseguição dos objetivos, arrojo e originalidade 
na resolução de problemas, impulso para o exercício da iniciativa nas situações 
sociais, autoconfiança e senso de identidade pessoal, desejo de aceitar as 
consequências da decisão e ação, prontidão para absorver o stress interpessoal, 
boa vontade em tolerar frustrações e atrasos, habilidade para influenciar o 
comportamento de outras pessoas e capacidade de estruturar os sistemas de 
interação social no sentido dos objetivos em jogo.
10WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
E, toda liderança requer pessoas motivadas a alcançar os objetivos e mudar a realidade 
apresentada e os impactos provocados com suas ações. Nesse sentido, três características precisam 
ser analisadas, são elas: eficiência: que significa o maior desempenho com o menor recurso 
possível; eficácia: consiste na análise de que os objetivos foram alcançados e efetividade: se 
trata de verificar se as demandas foram atendidas, as expectativas de todos os sujeitos envolvidos 
(stakeholders) foram alcançadas.
Curty (2001, p. 17), a esse respeito, deslinda:
• eficiência – medida de desempenho organizacional relacionada ao uso de 
recursos diante dos resultados obtidos – é a produtividade alcançada;
• eficácia – medida de desempenho organizacional relacionada ao alcance de 
objetivos;
• efetividade – medida de desempenho organizacional relacionada ao 
atendimento de demandas sociais – é o impacto social obtido.
Pelo senso comum, parece que estamos falando da mesma coisa, mas, como perceberam, 
com as explicações acima, as três características carregam em si particularidades que representam 
os desafios da gestão para o alcance da excelência.
Mello (2010) nos traz exemplos de vários perfis de líderes. Vejamos a seguir:
Os stakeholders nada mais são do que as pessoas e as organizações que podem 
ser afetadas por um projeto, de forma direta ou indireta, positiva ou negativamente. 
Eles também são conhecidos por serem as partes interessadas, que fazem parte 
da base da gestão de comunicação, e são muito importantes para o planejamento 
e execução de um projeto.
O grupo de stakeholders de um projeto pode ser formado por: Gestores da empresa; 
Funcionários; Fornecedores; Concorrentes; Proprietários; Clientes; Estado; ONGs; 
Mídia; Sindicatos. Todos esses, além de várias outras empresas ou pessoas que 
estejam associadas a algum esquema ou ação. Depois que o gestor do projeto 
identifica os stakeholders, vale a pena classificá-los conforme a afetação que vão 
receber — se será direta ou indireta, por exemplo.
Disponível em: <https://www.euax.com.br/2017/02/o-que-sao-e-como-identifi-
car-os-stakeholders-do-seu-projeto/>. 
Acesso em: 17 set. 2018.
11WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 3 – Tipos de líderes. Fonte: Mello (2010).
12WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
1.2. Gestão Social em Debate
O debate sobre a Gestão Social pode ser discutido por diferentes vertentes. Seu conceito 
pode ser considerado a partir da concepção de Estado Social de Direito, como alegam alguns 
autores e seu significado vai além do aspecto administrativo e técnico das políticas sociais, 
chegando à governança das políticas e programas sociais de direito da população e forma gestão 
da agenda das políticas públicas.
Pois a implementação das políticas públicas exige de fato uma arquitetura, uma 
organicidade, pela lógica da cidadania, com ações intersetoriais na compreensão de territorialidade 
e na relação do Estado com a sociedade.
De acordo com Singer (1999, p. 55) a gestão social:
Abrange uma grande variedade de atividades que intervém em áreas da vida 
social em que a ação individual auto interessada-interessada não basta para 
garantir a satisfação das necessidades essenciais da população. Estas áreas são 
bastante diferenciadas, indo desde o abandono de crianças e de idoso por parte 
de familiares, a falta de abrigo para indigentes e enfermos físicos ou mentais, 
até a exclusão temporária ou definitiva da produção social de pessoas aptas ao 
trabalho e necessitadas de renda.
 
A autora Mariangela Belfore Wanderley, na série coleção ENAPEGS, destaca:
O novo modo de pensar o arranjo e gestão da política social, derruba as 
fronteiras da setorialização das políticas ditas sociais; de outro, reforça uma 
nova tendência, a de programas – rede que agregam diversos serviços, projetos, 
sujeitos e organizações no âmbito do micro território. Não mais ações isoladas. 
Por isso mesmo, os serviços na ponta ganham uma margem fundamental de 
autonomia para produzir respostas assertivas, flexíveis e combinadas, de direito 
do cidadão e de direito ao desenvolvimento sustentável do território a que 
pertencem (WANDERLY, 2012, p. 47).
A partir da Constituição Federal de 1988 apresentaram-se as diretrizes para gestão 
pública, trazendo para a agenda discussões como a intersetorialidade, parcerias público-privada e 
discussões democráticas e controle social entre o Estado, comunidade, organizações da sociedade 
civil, movimentos sociais, setor privado, o mercado e cidadãos como um todo. Porém o Estado 
tem primazia na garantia de direitos e regulação dos serviços prestados com qualidade e que 
atendam as demandas dos territórios.
Silva (2011, p. 2) define a intersetorialidade da seguinte forma:
A intersetorialidade pode ser definida como o conjunto de desenhos formais 
e práticas que conferem sinergia e complementaridade entre diversos setores 
responsáveis pelas políticas públicas (como o administrativo, o orçamentário, 
o de planejamento, de recursos humanos, etc.), mas também as própriasáreas 
específicas das políticas sociais, como assistência social, educação, saúde, 
etc. Assim, a intersetorialidade não se restringe a uma questão meramente 
administrativa, mas engloba enfoques multidimensionais, respostas integrais 
e superação das intervenções setoriais especializadas ou fragmentadas, com 
baixo grau de diálogo na busca por soluções para problemas comuns e/ou 
interrelacionados.
13WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Para Manuel Castells (1998, p. 185) falar do Estado em rede, significa expressar as novas 
formas articuladas de gestão: “Em um mundo de empresas rede, de Estado rede, a administração 
também deve ir assumindo uma estrutura reticular e uma geometria variável em sua ação”.
A gestão pública, portanto, deve ser intersetorial, com a capacidade de dialogar e integrar 
de forma interdependente as políticas públicas, a fim de potencializar a rede com ações articuladas 
e flexíveis, envolvendo atores sociais da sociedade civil, da esfera pública e da iniciativa privada 
em busca da eficiência, da eficácia e da efetividade, democratizando a “coisa” pública.
Figura 4 – Público e Privado. Fonte: Shutterstock (2018).
A Constituição de 1988 traz alguns pontos sobre a gestão das ações aos “Poderes Públicos” 
(desafio de cooperação inter-poderes) e à “sociedade” (desafio de cooperação social/participação 
social), bem como caracteriza a sua gestão como sendo democrática e descentralizada (desafio 
de cooperação federativa) e, ao referir-se à seguridade social como “conjunto integrado de ações”, 
consagra à temática das políticas sociais o desafio da cooperação horizontal.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
(...) VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (BRASIL, CF, 1988).
O perfil do gestor nessa área, segundo Ávila (2001, p. 109) requer:
Ser capaz de comunicar-se com eficácia, interna e externamente, dando e 
recebendo as informações necessárias à ação organizacional e social;
Ter capacidade de liderança, buscando interação e aglutinando esforços, para 
tanto, é preciso estar aberto a críticas e permitir a participação;
Ser capaz de analisar permanentemente os contextos internos e externos, de 
adaptar-se às novas situações e de pensar estrategicamente o futuro; para isso 
concorrem, além da busca constante de informações, o uso da criatividade, a 
flexibilidade e uma postura propositiva;
14WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Promover um processo constante de capacitação do seu pessoal, estimulando 
a formação e manutenção de um grupo com espírito analítico-crítico capaz de 
compreender o contexto em que se processam as mudanças (organizacionais e 
do ambiente externo), o que os levará a serem também agentes de transformação;
Ter capacidade de negociação e conhecimento, essas habilidades contribuirão 
para uma melhor administração de conflitos, para a ampliação do universo de 
atuação da organização (buscando a formação de parcerias, por exemplo) e 
para a “venda” da importância e legitimidade dos projetos, o que favorecerá a 
captação de recursos;
Ter sensibilidade para definir prioridades, para decidir; ser intuitivo e assumir 
riscos;
Dar transparência a gestão;
Ser capaz de organizar-se “administrativamente”.
A discussão aqui se limita ao perfil da gestão social das políticas sociais quanto as suas 
características gerais, porém na Unidade III retomaremos a discussão sobre políticas sociais e 
políticas públicas e a atuação profissional nessa área.
1.3. Gestão Social no Contexto Atual
A Gestão Social no atual contexto discutida pelo Serviço Social, deve partir da perspectiva 
crítica e romper com o conservadorismo das classes dominantes, mas na busca de gestão e ações 
humanizadas que promovam a justiça social na gestão social, alicerçadas pela plena democracia.
Desta forma, podemos afirmar que ao falarmos de gestão social estamos nos referindo 
à gestão das demandas e necessidades da população que hoje estão constituídas como direitos e 
não como caridade.
Porém, uma forte turbulência econômica, social e política vem tomando conta de 
nosso cotidiano. O Estado mínimo para o povo e máximo para o mercado, as transformações 
produtivas, altos índices de desempregos, a precarização do trabalho, subempregos e trabalho 
informal, aumento das desigualdades sociais, são alguns dos fatores que pressionam para um 
novo modelo de gestão da política social.
O Estado eximindo-se de suas responsabilidades, então, ganham forças as organizações da 
sociedade civil, comumente conhecida como terceiro setor ou organizações não governamentais. 
Ou seja, nem o Estado (que tem o dever) e nem o setor privado (que explora os recursos) fazem 
sua parte, e a sociedade civil organizada se move em redes diante de inúmeras dificuldades para 
atender as demandas deste mundo contemporâneo.
Soares (2003, p. 12), nesse sentido, afirma: 
A filantropia substitui o direito social. Os pobres substituem os cidadãos. A 
ajuda individual substitui a solidariedade coletiva. O emergencial e o provisório 
substituem o permanente. As microssituações substituem as políticas públicas. 
O local substitui o regional e o nacional. É o reinado minimalismo do social para 
enfrentar a globalização da economia. Globalização só para o grande capital. Do 
trabalho e da pobreza cada um cuida do seu como puder. De preferência, um 
Estado forte para sustentar o sistema financeiro e falido para cuidar do social.
Porém, hoje, as organizações da sociedade civil não partem apenas de objetivos comuns e 
lutas por interesses coletivos, sem uma organicidade, mas com a dinâmica em seu processo pelo 
modelo de gestão, para que possam sobreviver e atender aos seus propósitos.
Assim, a assistente social Maria do Carmo Brant de Carvalho (2001, p. 16) nos informa 
que o terceiro setor possui atributos bastante valorizados na gestão social nos dias atuais, que são:
15WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
• a capacidade de articular iniciativas múltiplas, revitalizando o envolvimento 
voluntário da comunidade ou de setores da sociedade civil;
• a capacidade de estabelecer parceria com o Estado na gestão de políticas e 
programas públicos;
• a capacidade de estabelecer redes locais, nacionais ou mundiais e, por meio 
delas, constituir fóruns de escuta e vocalização de demandas, introduzindo-as 
na agenda política.
A gestão social, portanto, na atualidade, está ancorada na pareceria entre o Estado, a 
sociedade civil e a iniciativa privada, pela ineficiência de políticas públicas e demandas emergentes 
das desigualdades sociais.
Carvalho (1999, p. 16-17) destaca algumas premissas e estratégias relevantes para gestão 
social:
• O direito social como fundamento da política social. Não há mais espaço 
para conduzir a política de forma clientelista. Uma pedagogia emancipatória 
põe acento nas fortalezas dos cidadãos usuários dos programas e não mais, 
tão-somente, em suas vulnerabilidades. Potencializa talentos, desenvolve a 
autonomia e fortalece vínculos relacionais capazes de assegurar inclusão social. 
Ganham primazia as dimensões ética, estética e comunicativa.
• Um novo equilíbrio entre políticas universalistas e focalistas. As opções 
políticas requerem hoje a arte de contemplar universalismo e focalismo (para 
responder às demandas das minorias ou àquelas questões mais candentes, como, 
por exemplo, a luta contra a pobreza). 
• A transparêncianas decisões, na ação pública, na negociação, na participação. 
A transparência, além de maior profissionalismo, apresenta-se como base de 
uma ética na prestação dos serviços públicos.
• A avaliação de políticas e programas sociais. A avaliação, não apenas o 
planejamento, ganhou centralidade na gestão social. Esperam-se da gestão 
controles menos burocráticos e mais voltados para medir a eficiência no gasto e 
a eficácia e efetividade nos resultados.
O que autora nos alerta é que as políticas, programas, projetos e serviços públicos 
fazem parte do processo de gestão social e devem ter acompanhamento e controle social e que a 
sociedade deve ter acesso aos mesmos.
Contudo, o Estado, bem como a Sociedade Civil, utiliza-se de realização de projetos 
sociais como meio de atender as demandas e provocar mudanças de uma dada realidade ou 
território. Domingos Armani (2000, p. 18) define que um projeto social “é uma ação social 
planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade 
limitada de recursos (...) e de tempo”.
16WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
Vejamos agora o que nos dizem alguns autores sobre a Gestão de Projetos:
PM
BO
K
 
(2
00
6)
Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de 
atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos 
específicos dentro dos limites de orçamento e de tempo claramente 
definidos. É o “esforço temporário empreendido para criar um produto, 
serviço ou resultado exclusivo” (PMBOK, 2006, p. 21).
Va
rg
as
 
(2
00
9)
Projeto é um conjunto de atividades com um ponto de início, um ponto 
definido para encerramento, um escopo de trabalho claramente definido, 
um orçamento, tendo por finalidade alcançar um objetivo predeterminado 
(VARGAS, 2009, p. 6).
D
in
sm
or
e 
(2
00
4)
Projeto é um esforço temporário realizado para criar um produto ou serviço 
único, diferente, de alguma maneira, de todos os outros produtos e serviços, 
com início e fim definidos, que utiliza recursos, é dirigido por pessoas e 
obedece a parâmetros de custo, tempo e qualidade (DINSEMORE, 2004, p. 
1).
K
er
zn
er
 
(2
00
4)
Um projeto é qualquer série de atividades e tarefas que tenham um objetivo 
específico a ser completado dentre certos requisitos, prazos de início 
e fim definidos, bem como limites de recursos financeiros, humanos e 
de equipamento (KERZNER, 2004, p. 17).
Tabela 1 – Autores da Gestão de Projetos. Fonte: a autora. 
Podemos concluir, pelas ideias dos autores, que um projeto é uma atividade planejada que 
requer esforços, recursos e tempo para alcançar os objetivos propostos. Tendo alguns pressupostos 
importantes: quem serão os beneficiados, como será acompanhado – monitoramento, controle 
e avaliação –, quais benefícios o projeto irá alcançar e estes estão compatíveis, as parcerias 
(interdisciplinares e intersetoriais), utilizando-se de metodologia e processar o máximo de 
informações de interesse do projeto.
17WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
O site do Observatório Ipea de Gestão do Conhecimento (GC) e Inovação na 
Administração Pública (OIGC) nos traz algumas reflexões acerca de Gestão 
Social, fatores que podem contribuir com o aprofundamento das principais ideias 
discutidas por nós nesta Unidade. Veja e Saiba Mais a respeito.
Gestão Social está preocupada com as relações entre tecnologia, ciência e 
sociedade. Tem como foco o estudo da dinâmica entre a criação do conhecimento, 
área impactada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação, a ética e o 
significado social e político da forma e do uso, como novos conhecimentos estão 
sendo produzidos em tempos de globalização. A perspectiva da Gestão Social se 
estrutura a partir de dois focos: o social em complementariedade ao econômico 
e no foco do espaço público, como lócus de interface entre a sociedade civil e 
o Estado. A partir desses dois focos o campo desenvolve uma diversidade de 
estudos com ênfase nos processos de controle social, regulação, TI e sociedade, 
organização do trabalho e precarização (AFONSO, 2018, p. 1).
Leia mais em: <http://www.ipea.gov.br/observatorio/palavra-de-espcialista/108-
luiza-alonso/136-gestao-social>. 
Acesso em: 18 set. 2018.
Figura 5 – Ideia. Fonte: freepik (2018).
18WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
A gestão Social exige do profissional de Serviço Social fundamentos teóricos 
e metodológicos para que possa compreender a gestão como uma forma de 
intervenção social, fazendo uso de teorias sociais que permitam a reflexão e a 
análise nessa perspectiva. Nesse sentido, caro(a) aluno(a), você acredita que a 
gestão social pode estar alinhada ao projeto profissional?
GESTÃO NO SERVIÇO SOCIAL – SÉRIE FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM 
SERVIÇO SOCIAL.
Editora: Intersaberes
Autor: Kelinês Gomes
ISBN13:9788559724240
ISBN10:8559724249
Número de Páginas: 232
Número Edição: 1
Ano Edição: 2017
Para mais informações sobre gestão, 
principalmente de projetos, acesse: 
< ht t p s : //b ra s i l .p m i .o rg /b ra z i l /
AboutUS.aspx>.
 Acesso em: 19 set. 2018.
O PMI é a maior associação sem fins lucrativos do mundo para profissionais 
de gerenciamento de projetos, com mais de meio milhão de associados e de 
Profissionais Certificados em 185 países.
Nosso trabalho ao redor do mundo na divulgação do gerenciamento de projetos 
tem como base nossos padrões de credenciais mundialmente reconhecidas, nosso 
constante programa de pesquisa e nossas oportunidades de desenvolvimento 
profissional.
Esses produtos e serviços são a base de um maior reconhecimento e aceitação 
do papel bem-sucedido do gerenciamento de projetos por parte de governos, 
organizações, academia e indústrias
19WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 1
ENSINO A DISTÂNCIA
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), trouxemos nesta Unidade alguns conceitos e definições importantes 
para que possamos, a partir da próxima Unidade, nos aproximar do serviço social da gestão e 
ação social.
Pudemos perceber que a temática sobre gestão vem ganhando força e debate ao longo dos 
anos, tanto no setor privado e no público, como nas organizações da sociedade civil.
A metodologia que utilizamos foi trazer fundamentos simples para que compreenda os 
desafios e as discussões acerca da temática, mas o mais importante é que reconheça como relevante 
o aprimoramento do conhecimento sobre sua conceituação e que possa almejar a possibilidade 
de atuação do exercício profissional no âmbito da gestão.
Outro ponto relevante é a compreensão de gestão. É um processo e para desenvolvê-la é 
necessário o planejamento, organização, saber para onde e como ir e realizar o monitoramento e 
o controle de todo processo. 
A gestão envolve pessoas. Estas precisam estar preparadas tanto para o relacionamento 
interpessoal como para o desempenho de suas responsabilidades. O líder tem papel fundamental 
nesse processo e exige que tenha postura e que seja legitimado pelas outras pessoas, pois pode 
influenciar, inspira, motiva e orienta pessoas e grupos na direção em que o planejamento demanda.
Dessa forma, esperamos ter contribuído com seu interesse pela discussão e que amplie 
seu conhecimento realizando as leituras indicadas a respeito.
Desejamos que você realize ótimos trabalhos no campo da gestão!
 
O filme Sociedade dos Poetas Mortos, embora seu lançamento seja data no ano 
de 1990, nos remete a muitas discussões atuais sobre o conteúdo que abordamos 
a pouco. Você poderá assisti-lo pelo link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=EXw77BkVqyA>.
Com a direção de Peter Weir, traz no elenco Robin Williams, um professor/líder 
que, legitimado pelo seu grupo e com ideias inovadoras, tenta quebrar ideias 
conservadoras sobre a prática de ensino. Acredito que esse filme, vai levá-lo(a)a 
compreender a importância de se desenvolver as habilidades e como lidar com o 
sucesso ou com o fracasso e as relações interpessoais.
2020WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
1 - GESTÃO DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL ................................................................................................ 22
1.1. RESGATE HISTÓRICO E AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL ...24
1.2. GESTÃO DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE .............................................. 27
1.3. PROJETO ÉTICO POLÍTICO E A GESTÃO SOCIAL ........................................................................................... 29
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 32
GESTÃO DO TRABALHO E O SERVIÇO 
SOCIAL
PROF.A VALÉRIA CRISTINA DA COSTA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
GESTÃO E AÇÃO
NO SERVIÇO SOCIAL
21WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO 
Caro(a) aluno(a), discutir o Serviço Social e a Gestão Social é pensar em quebrar 
paradigmas e conceitos de que a profissão, ao estar inserida na gestão, está contrapondo-se 
ao projeto ético político e não colaborando como o projeto societário e defendendo a classe 
trabalhadora.
Entretanto, ressaltaremos nesta unidade que tanto o trabalho como as relações sociais 
estão mudando no Brasil e no mundo. Precisamos sim buscar conhecimento, ampliar horizontes 
e estratégias de sustentação de um modelo de gestão mais justo, humanizado e que responda as 
demandas emergentes em todos os espaços de atuação do Serviço Social.
Num primeiro momento abordaremos teoricamente a Gestão do Trabalho e o Serviço 
Social, com o objetivo de levarmos a compreensão sobre as relações de trabalho e o suporte da 
profissão frente a essa demanda.
Posteriormente faremos um breve resgate histórico quanto a evolução e principais 
conceitos da profissão até chegar os dias atuais, em que abordaremos os espaços de trabalho de 
atuação na contemporaneidade.
E, por último, faremos uma reflexão sobre o projeto ético político e sua relação com o 
trabalho profissional na área de gestão.
Versaremos, portanto, sobre o Serviço Social e a área de Gestão, e neste contexto, lanço 
uma pergunta: Essa combinação é possível?
Leia, estude e reflita!
22WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
1 - GESTÃO DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL 
O mundo do trabalho sofre modificações em todo contexto histórico e impacta 
diretamente na atuação de várias profissões. Esta discussão, para o Serviço Social, vem ganhando 
espaço sucessivamente, pois a questão da precarização do trabalho demanda suporte da profissão.
A reestruturação do capital globalizado que no Brasil, nas últimas décadas do século XX, 
foi intensificado provocou mudanças qualitativas na organização e na gestão da força de trabalho 
e na relação de classes; interferindo fortemente nos trabalhos profissionais das diversas categorias, 
suas áreas de intervenção e seus suportes de conhecimento e de implementação, conforme Netto 
(2006, p. 202):
Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, 
processo em que o ser humano com a sua própria ação impulsiona, regula e 
controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza 
como uma de suas forças. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo, 
braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, 
imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza 
externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza.
A profissão está atrelada diretamente às demandas originadas das contradições entre 
capital e trabalho, de quem detém os meios de produção e o trabalhador assalariado, ou seja, das 
relações sociais da sociedade capitalista. A análise de Marx (1978, p. 20) é de que a “dominação 
do capitalista sobre o trabalhador é, consequentemente a da coisa sobre o homem, do trabalho 
morto sobre o trabalho vivo, do produto sobre o produtor”.
O enfrentamento das expressões da questão social são respostas do Estado para garantir a 
força de trabalho e defesa dos interesses do capitalismo. Netto (2006, p. 17) esclarece que o termo 
questão social trata-se do “conjunto das expressões políticas, sociais e econômica vinculadas ao 
conflito entre o capital e o trabalho, impostos pelo surgimento da classe operária e seu ingresso 
no cenário político no curso da constituição da sociedade capitalista”.
O Serviço Social enquanto profissão regulamentada é reconhecida enquanto resposta 
ao capitalismo. Isso mesmo, caro(a) aluno(a), ao atender as demandas da classe trabalhadora 
estamos mantendo o Capital. Podemos compreender melhor pela lógica de Marx (1968, p. 732):
com a magnitude do capital social já em funcionamento e seu grau de crescimento, 
com a ampliação da escala de produção e da massa de trabalhadores mobilizados, 
com o desenvolvimento da produtividade do trabalho, com o fluxo mais vasto e 
mais completo dos mananciais da riqueza, amplia-se a escala em que a atração 
maior dos trabalhadores pelo capital está ligada à maior repulsão deles.
Além disso, aumenta a velocidade das mudanças na composição orgânica do
capital e na sua forma técnica, e número crescente de ramos de produção é 
atingido, simultânea ou alternativamente, por essas mudanças. Por isso, a 
população trabalhadora, ao produzir a acumulação do capital, produz, em 
proporções crescentes, os meios que fazem dela, relativamente, uma população 
supérflua.
Com a população trabalhadora excedente, não só produto é alavanca da acumulação 
capitalista, mas também condição de existência do modo de produção fundado no capital 
(MARX, 1968, p. 733). 
23WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Nesse sentido, o Estado passa a desempenhar o papel interventivo nos aspectos 
econômicos e na regulação da vida social (BRAVERMAN, 1987, p. 242-244). O Estado torna-se 
objeto de uma reformatação para se adequar à lógica do capital mundializado por meio de um 
abrangente processo de reformas (BEHRING; BOSCHETTI, 2006).
Ao Estado cabe
a preservação e o controle contínuos da força de trabalho, ocupada e excedente, 
é uma função estatal de primeira ordem [...]. Justamente neste nível dá-
se a articulação das funções econômicas e políticas do Estado burguês no 
capitalismo monopolista [...] ele deve legitimar-se politicamente incorporando 
outros protagonistas sociopolíticos. O alargamento de sua base de sustentação 
e legitimação sociopolítica, mediante a generalização e a institucionalização de 
direitos e garantias cívicas e sociais, permite-lhe organizar um consenso que 
assegura o seu desempenho. (Netto, 2006, p. 26-27, grifos do original).
Assim, a profissão de Serviço Social, em nosso país, afirmou-se como profissão requisitada 
pelo setor público, face à progressiva ampliação da função reguladora do Estado e vinculada a 
organizações patronais privadas, de caráter empresarial, dedicadas às atividades produtivas e a 
prestação de serviços sociais (IAMAMOTO; CARVALHO, 1986, p. 79).
Sobre o significado social da profissão, Netto (1996, p. 89) afirma que
as alterações profissionais, assim, derivam da intricada interação que se processa 
entre as transformações societárias, com seu rebatimento na divisão sociotécnica 
do trabalho, e o complexo (teórico, prático, político e, em sentido largo, cultural) 
que é constitutivo de cada profissão.
O(a) assistente social, detém conhecimento especializado para compreender os 
fenômenos sociais como complexos sociais e não mais comofatos sociais em si mesmos. O 
movimento que resulta dessa processualidade sócio-histórica cria determinada legalidade social. 
O(a) assistente social, ao identificar as mediações presentes entre a singularidade dos sujeitos de 
sua ação profissional e a universalidade de suas determinações sociais, apreende essa legalidade 
social. A mediação inscreve-se como complexo categorial responsável pelas relações moventes 
que se operam no interior de cada complexo relativamente total e das articulações dinâmicas e 
contraditórias entre as estruturas sócio-históricas (PONTES, 2002, p. 81).
Assim, podemos concluir que o trabalho se reestruturou ao longo dos anos, a esfera pública 
estatal se ampliou. Também temos que considerar a ampliação do setor privado sem fins lucrativos, 
dito filantrópico, para atender as demandas emergentes. Por outro lado, algumas conquistas 
podem ser apontadas, nas quais refletiram diretamente no trabalho do(a) Assistente Social, tais 
como: legislações importantes, como ECA, LOAS; qualificação profissional com a ampliação de 
cursos de pós graduação lato sensu e stricto sensu; conquistas de espaços significativos tanto na 
esfera pública, com as novas normativas, sobretudo da política de assistência social; dentre várias 
outras conquistas, como avanços em pesquisa e no fortalecimento da categoria enquanto classe 
trabalhadora.
O espaço de Gestão, embora já tenha apresentado algum avanço, ainda precisa ser 
ampliado. Para isso, se faz necessário capacitação e promover o debate sobre essa possibilidade 
de trabalho, descaracterizando laivos de que gestão não é espaço profissional de Serviço Social. 
24WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
1.1. Resgate Histórico e as Possibilidades de Atuação do 
Profissional de Serviço Social
Diante do contexto apresentado anteriormente sobre trabalho e suas relações, verificamos 
que estes fatores refletem diretamente na atuação do(a) Assistente Social. Mas é importante 
resgatarmos alguns contextos históricos que nos levarão à compreensão da gestão do trabalho e 
o Serviço Social na contemporaneidade.
No Brasil, o surgimento do Serviço Social datou na década de 30. Segundo Iamamoto 
(2003), a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto profissão inscrita na divisão social do 
trabalho, está relacionada ao contexto das grandes mobilizações da classe operária nas duas 
primeiras décadas do século XX, pois o debate acerca da “questão social”, que atravessa a sociedade 
nesse período, exige um posicionamento do Estado, das frações dominantes e da Igreja.
Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço Social surge como 
parte de um movimento social mais amplo, de bases confessionais, articulado 
à necessidade de formação doutrinária e social do laicato, para uma presença 
mais ativa da Igreja Católica no “mundo temporal”, nos inícios da década de 30. 
Na tentativa de recuperar áreas de influências e privilégios perdidos, em face da 
crescente secularização da sociedade e das tensões presentes nas relações entre 
Igreja e Estado, a Igreja procura superar a postura contemplativa (IAMAMOTO, 
2003, p. 18).
Assim, analisamos que o princípio da profissão no Brasil foi de caráter moralizador, de 
captação de fiéis e estratégia de controle da força de trabalho.
Já dos anos de 1940 até por volta de 1960, período em que o Brasil passava por modificações 
no aspecto de expansão econômica e surgimento das instituições organizadas pela sociedade 
civil e o Serviço Social passava pelo processo de institucionalização e profissionalização por 
instituições de ensino especializadas.
[...] O Serviço Social reaparece modificado, dentro do aparelho de Estado e 
grandes instituições assistenciais, guardando, contudo, suas características 
fundamentais. [...] o Serviço Social mantém sua ação educativa e doutrinária de 
“enquadramento” da população cliente (IAMAMOTO; CARVALHO, 1986, p. 
309-310, grifos do autor).
Um dos marcos decisivos para profissão trata-se do Movimento de Reconceituação, que 
marca a busca pelo rompimento do conservadorismo e repensar criticamente a profissão frente a 
estrutura exploratória e excludente do capitalismo.
No Brasil, nesta década, estávamos no Regime Militar, trazendo consequências ao 
Movimento que, segundo Cardoso (2013, p. 129-130), “fez com que a influência da Reconceituação 
no Brasil tivesse características distintas do restante da América Latina”, pois as possibilidades 
concretas de participação ativa dos brasileiros nesse processo foram minadas.
Esse período traz modificações ao Serviço Social, pois novas demandas são apresentadas, 
ensaios de políticas sociais foram instalados para atender tanto o Estado como os detentores 
dos meios de produção – a elite e o profissional passam, nesse período até a década de 1970, 
vultuosamente a participar dos movimentos sociais, de lutas de classes e de partidos políticos na 
proposta contra hegemônica ao Estado autoritário e ditatorial.
25WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Nos anos 1980 o Serviço Social ganha amadurecimento intelectual, aproxima-se 
do materialismo histórico dialético de Marx, buscando a legitimação da ação profissional e 
posicionamento crítico frente às implicações políticas e às contradições do exercício profissional.
Claro que poderíamos, aqui, conduzir outros aspectos históricos importantes, mas o 
propósito não é discutir a gênese e a nova morfologia da profissão, mas sim situar e conduzir o 
aprendizado quanto às possibilidades de atuação.
Mas o fato é que, em meio ao ambiente conflituoso, surgem modelos de gestão e novas 
teorias que emergiram no mercado de trabalho, não só dos assistentes sociais como de outros 
trabalhadores, como afirma Ferreira et al. (2005, p. 174):
A partir da segunda metade do século XX, quando novas crises se abateram sobre 
o sistema político e econômico, outras fraquezas dos modelos administrativos, 
até então predominantes, foram reveladas. Surgiram, então, teorias que buscaram 
ampliar o foco de atenção da gestão, que deixou de tratar exclusivamente dos 
assuntos internos às organizações, preocupando-se com o ambiente no qual elas 
estão inseridas.
Assim, no âmbito da gestão do trabalho, para superar ou ao menos minimizar o 
antagonismo entre capital e trabalho, a discussão a respeito da classe trabalhadora elevou-se à 
discussão de Gestão de Pessoas. Nesta aparece como moderna a concepção de que pessoas não 
são simplesmente recursos das empresas enquanto matéria-prima, por exemplo, de forma que 
se convenciona denominar antigos os departamentos de recursos humanos de departamentos 
de gestão de pessoas, pois as pessoas passam a constituir o ativo mais valioso das organizações 
(CHIAVENATTO, 2010). Nesse novo contexto,
[...] o Serviço Social vem assumindo papel de assessor nas questões relacionadas 
à administração de pessoal, à integração dos trabalhadores aos novos requisitos 
da produção, à modernização das relações de trabalho, ao tratamento das 
questões sociais/interpessoais que afetam o cotidiano dos trabalhadores. (LIMA; 
COSAC, 2005, p. 238).
Diante deste novo cenário, os desafios profissionais se ampliam
como em todas as outras esferas de atuação do Serviço Social, na Moderna Gestão 
de Pessoas os desafios postos para esse profissional também se materializam, 
sejam elas organizações de natureza pública ou privada, sejam eles voltados à 
prática profissional, às condições de trabalho, ou às próprias demandas colocadas 
ao Assistente Social (KIMURA, 2013, p. 40).
A atuação profissional na gestão de pessoas precisa estar integrada com o projeto 
ético político. Este assunto trataremos posteriormente, em pensarmos a intervenção de forma 
qualificada e desenvolver a gestão do trabalho não limitado à adequação ao lavor, mas em defesa 
de garantia e de proteção do direito ao trabalho digno.
26WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ERVI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 6 – Time de trabalho: Sucesso. Fonte: Pixabay (2018).
Antes de entrarmos numa nova discussão sobre a Gestão do Trabalho e o Serviço Social, 
vamos compreender melhor sobre a Gestão de Pessoas. Uma das maiores referências nessa área é 
o autor Idalberto Chiavenato, que corrobora com seu significado.
[...] falar de gestão de pessoas é falar de gente, de mentalidade, de vitalidade, ação 
e proação. A Gestão de Pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças 
e transformações nestes últimos anos. Não apenas nos seus aspectos tangíveis 
e concretos como principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A 
Gestão de pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-
sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, 
a importância do fator humano em plena Era da informação (CHIAVENATO, 
2004, p. 5).
Motta (2008), a respeito da valorização e gestão de pessoas, apresenta o seguinte quadro 
frente a fatores que foram ou devem ser superados e as tendências:
 
Quadro 1 – Fatores que devem ser superados e tendências. Fonte: Motta (2008, p. 101).
27WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Em se tratando de valorização de pessoas, o Serviço Social deve estar inserido nesse 
projeto em defesa da classe trabalhadora, no combate às desigualdades, na gestão para melhorar 
as condições de vida e projetos societários que promovam a equidade e justiça social.
Figura 7 – Gestão de Pessoas. Fonte: Pixabay (2018).
1.2. Gestão do Trabalho e o Serviço Social na 
Contemporaneidade
O(a) assistente social, enquanto profissional inserido na divisão sócio técnica do trabalho, 
realiza sua intervenção diretamente nas relações sociais do trabalho. Dispõe o que Marilda 
Iamamoto (2003) trata de relativa autonomia para realizar o seu trabalho nos mais variados 
ambientes sócio ocupacionais do Serviço Social.
O(a) profissional de Serviço Social atua diretamente em vários espaços institucionais da 
sociedade e tem sido requisitado para integrar equipes multiprofissionais de diferentes setores. 
A absoluta maioria dos(as) assistentes sociais, segundo o Conselho Federal de Serviço Social 
(CFESS), trabalha no setor público, em órgãos municipais, estaduais e federais, hospitais, escolas, 
creches, unidades de saúde, centros de convivência, movimentos sociais em defesa dos direitos 
da mulher, da classe trabalhadora, da pessoa idosa, de crianças e adolescentes, de lésbicas, gays, 
bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), negros e negras, de indígenas, em organizações não 
governamentais, em universidades públicas e privadas e em institutos técnicos.
Além disso, trabalham no planejamento, organização e gestão dos programas e 
benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como na assessoria de órgãos públicos, privados, 
organizações não governamentais (ONG) e movimentos sociais. Assistentes sociais podem ainda 
trabalhar como docentes nas faculdades e universidades que oferecem o curso de Serviço Social. 
As competências e atribuições privativas dessa categoria profissional estão previstas nos artigos 
4º e 5º da Lei 8.662/1993 (CFESS, 2018).
Analisemos agora o que dizem os artigos citados e faremos em destaque (nosso) os que se 
relacionam com o processo de Gestão. Primeiramente apresentamos o Art. 4º que dispõe sobre as 
competências do(a) Assistente Social:
28WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a 
órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e 
organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que 
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade 
civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos 
e à população; 
IV - (Vetado); 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido 
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa 
de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
 VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias 
relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada 
às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais 
da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios 
e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades (CFESS, 1993, p. 1-2, grifos nossos).
Referente às atribuições privativas do(a) assistente social previstas no Art. 5º:
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social; 
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, 
empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres 
sobre a matéria de Serviço Social; 
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como 
pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e 
adquiridos em curso de formação regular; 
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; 
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de 
graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social; 
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras 
de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam 
aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; 
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre 
assuntos de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais; 
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou 
privadas; 
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em 
órgãos e entidades representativas da categoria profissional. (CFESS, 1993, p. 
1-2, grifos nossos).
29WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Assim, evidencia-se a vinculação do trabalho do(a) assistente social à gestão do trabalho 
em sua mais ampla definição. Portanto, a gestão, gestão social, gestão do trabalho, estão 
intrinsicamente relacionadas ao Serviço Social. Pois a demanda nos bate à porta e é preciso dar 
respostas, não podemos negar, conforme nos orienta Ursula M. Simon Karsch, no livro Serviço 
Social na era dos serviços: “as necessidades exacerbadas pela publicidade justificam novos serviços 
para novas necessidades que, no mundo moderno, desenvolvem uma proliferação de formas de 
atendimentos ao homem, administrados por profissionais” (KARSCH, 1986, p. 36).
A Gestão do Trabalho no compto da gestão da Política de Assistência Social, mas 
restritamente ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), traz fundamentação sobre as 
questões relacionadas ao trabalho social e aos trabalhadores(as) que atuam na política de 
assistência social.
Compreende o planejamento, a organização e a execução das ações relativas à valorização 
dotrabalhador e à estruturação do processo de trabalho institucional, no âmbito da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (MDS, 2018). Destaca ainda que a Gestão do 
Trabalho é um eixo estratégico e imprescindível à qualidade da prestação de serviços, programas, 
projetos, benefícios e transferência de renda no âmbito do Suas. O trabalho na assistência social 
possui uma importante dimensão relacional e seus trabalhadores(as) são os principais mediadores 
entre o direito socioassistencial e os usuários(as) da política (MDS, 2018).
Contamos com normativas importantes para a Gestão do Trabalho do(a) Assistente Social 
e outras profissões em documentos como a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos 
do Suas (NOB-RH/Suas), a Norma Operacional Básica do Suas (NOB/Suas) e a Lei Orgânica de 
Assistência Social, regulamentam a Gestão do Trabalho no âmbito do Suas e estabelecem seus 
princípios e diretrizes.
1.3. Projeto Ético Político e a Gestão Social
Vamos primeiramente arguir sobre alguns aspectos do projeto ético político do(a) 
profissional. Para Yazbek e Silva (2005), o Projeto Ético político da profissão (PEP) implica 
em uma formação pautada na crítica social bem fundamentada teoricamente, a fim de que os 
profissionais tenham competências teórico metodológica e ético-política, orientadas pelas 
diretrizes curriculares, pela teleologia do código de ética profissional e pela Lei de regulamentação 
da profissão que, nesse processo, passam a compor o projeto ético político.
Portanto, a atuação do(a) assistente social na área de gestão social, assim como em qualquer 
outra área, deve estar orientada pelos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos, utilizar-
se dos instrumentais e técnicas operacionais possíveis e com o compromisso ético e político no 
exercício profissional.
Se faz necessário trilhar o caminho munidos de reflexão, de atitude investigativa, na 
construção de um Serviço Social em que os determinantes institucionais não sobreponham os 
interesses de classe e da própria profissão, ultrapassando a imediaticidade e constituir o campo 
das mediações interventivas que se propõe ao projeto profissional. Segundo Pontes (2002, p. 46), 
“particularidade é o espaço reflexivo ontológico onde a legalidade universal se singulariza e a 
imediaticidade do singular se universaliza”.
Assim, o desafio vai de utilizar-se do seu saber para atender as demandas e necessidades 
da sociedade, mas sobretudo defender o projeto ético político da profissão e buscar a garantia 
de direitos no âmbito da gestão, superando visões ideológicas e partidárias, além dos discursos 
prontos e pragmáticos quanto ao trabalho do(a) assistente social.
30WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 8 – Ética. Fonte: Pixabay (2018).
É importante estar alinhado com as novas informações sobre a Gestão de Pessoas 
e sobre Recursos Humanos.
A ABRH – Brasil é uma entidade não governamental sem fins lucrativos. Ela 
nasceu da união de profissionais envolvidos com a causa de promover a área de 
Recursos Humanos como agente de transformação, que contribui na formação 
de organizações mais produtivas, melhores e mais conscientes do seu papel no 
contexto socioeconômico do país.
Entre no link e leia mais em: <http://www.abrhbrasil.org.br/cms/associacao-
brasileira-de-recursos-humanos/>. 
Acesso em: 18 set. 2018.
Caro(a) aluno(a) reflita sobre as possibilidades de atuação do profissional de 
Serviço Social na área de gestão. Você acredita na relevância de assistentes 
sociais na gestão, por exemplo nos setores responsáveis pela gestão de pessoas 
em empresas privadas e estes podem efetivar os princípios fundamentais da 
profissão?
Utilize-se dos referenciais teóricos abordados e das demais indicações e amplie 
seus horizontes a esse respeito.
31WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Para aprofundar-se na discussão do Serviço Social 
na Gestão Social e Trabalho Social, indico a leitura 
do livro de Maria do Carmo Brant de Carvalho: 
Gestão Social e Trabalho Social. Tem 224 páginas, 
da Editora Cortez e traz a discussão entre a 
teoria e a prática, apresenta as novas tendência 
de gestão das políticas sociais e os desafios do 
trabalho social frente ao cenário conjuntural e sua 
complexidade.
Outra obra que indico é o livro Gestão 
Democrática e Serviço Social – princípios 
e propostas para a intervenção crítica, dos 
autores Rodrigo de Souza Filho e Claudio 
Gurgel, da Editora Cortez. São 460 páginas 
de muitas informações e debate acerca da 
gestão dos fenômenos sociais. Apresenta 
a fundamentação teórica e conceitual para 
o processo de decisão e ação nos espaços 
democráticos de participação.
Assista ao vídeo: Gestão Social: novas agendas de pesquisa e intervenção 
social, da série Gestão Social, com o palestrante Professor José Roberto Pereira. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2E6NpRMZeSk>.
Além da contextualização realizada pelo palestrante, são enfatizados teoricamente 
os paradigmas de Gestão dentro dos processos históricos e da relação entre 
Estado, sociedade e mercado e suas complexidades.
32WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 2
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 9 – Gestão Social. Fonte: Google Images (2018).
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Na breve revisão que realizamos de algumas fontes teóricas nesta Unidade a respeito do 
Serviço Social e a Gestão do Trabalho buscamos fundamentar sobre essa possibilidade de atuação 
profissional no âmbito de gestão, seja na esfera pública, organizacional e/ou nas organizações da 
sociedade civil.
Julgamos ser relevante contextualizar sobre as possibilidades de atuação do(a) assistente 
social, realizando um breve resgate histórico dos principais conceitos de trabalho do Serviço 
Social. Fizemos um destaque sobre a valorização de pessoas e a sua defesa pela classe trabalhadora 
no combate às desigualdades, na gestão para melhorar as condições de vida que promovam a 
equidade e justiça social no ambiente de trabalho.
No contexto atual, abstraímos a ideia de que o projeto profissional está em consonância 
com o projeto da sociedade e, para isso, a área de gestão passa a ser uma forma do(a) assistente 
social conhecer a realidade, as demandas e dificuldades apresentadas de cada um ou de cada setor 
de trabalho. Possuem competência e habilidade necessárias, inclusive de liderança, para buscar a 
satisfação de suas necessidades e buscar relações de trabalho mais justas.
E, assim, lançamos o desafio de empreender esforços e seu saber para atender essas 
demandas, não contrapondo-se ao projeto ético político da profissão e buscando insistentemente 
a garantia de direitos no âmbito da gestão, superando visões ideológicas e partidárias e de 
discursos prontos e pragmáticos quanto ao trabalho do(a) assistente social.
3333WWW.UNINGA.BR
U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 34
1 - SERVIÇO SOCIAL E GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS .................................................................................. 35
1.1. A AÇÃO DO(A) ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE ..................................................................... 39
1.2. POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL ......................................................................... 42
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 49
SERVIÇO SOCIAL E GESTÃO DAS 
POLÍTICAS SOCIAIS
PROF.A VALÉRIA CRISTINA DA COSTA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
GESTÃO E AÇÃO
NO SERVIÇO SOCIAL
34WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 3
ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃOEstamos no processo formativo, mas precisamos estar de olho no mercado de trabalho 
para que possamos estar preparados para assumir os mais variados espaços de atuação. Como 
vimos anteriormente o setor público é um dos nossos maiores empregadores, por isso nosso 
destaque ao Serviço Social e a Gestão de Políticas Sociais.
As políticas públicas – diremos aqui das mais variadas políticas: saúde, educação, 
habitação, meio ambiente, etc. – são campos de atuação que requerem uma especial atenção: 
formação e aperfeiçoamento contínuo e processual durante toda a nossa vida profissional. 
Trataremos disso em um tópico especial nesta Unidade.
Destacaremos a atuação na área da Política de Saúde e na Política de Assistência Social, 
os maiores empregadores profissionais de Serviço Social, inseridos na rede de proteção social, 
na vigilância socioassistencial e na garantia de direitos. Portanto, devemos estar preparados para 
atuar e estar à frente da gestão destas políticas. Contudo, a especificidade desta Unidade requer a 
retomada das unidades anteriores no seu estudo, pois a sua compreensão está interligada com os 
principais conceitos e discussões já realizadas nas Unidades I e II.
35WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 3
ENSINO A DISTÂNCIA
1 - SERVIÇO SOCIAL E GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS
A requisição do trabalho do(a) assistente social está relacionada a todo processo de 
transformação social, econômica e política no contexto geral da realidade e sua inserção aos 
cargos públicos nas três esferas de governo – munícipios, Estados e União. Via de regra se dá 
por meio de concursos públicos, porém, na atualidade é comum se dar também pela via de 
processos seletivos, contratações temporárias, cargos comissionados e, mais ainda, por meio da 
terceirização via cooperativas e organizações privadas.
Assim, já compreendemos que os profissionais de Serviço Social compartilham da mesma 
precariedade dos demais trabalhadores frente ao mercado de trabalho que, por vezes, é convidado 
a compartilhar das funções econômicas, políticas e ideológicas do Estado (ou de programas de 
governo), de forma partidária e contraditória ao projeto profissional. Para Mantega e Silva (apud 
BEHRING, 2003, p. 217) “setores dos trabalhadores, pressionados por essa forma predatória de 
reestruturação, pelo crescente desemprego, pela precarização das condições de trabalho, também 
desfocaram sua ação e colocaram-se na defensiva”.
Portanto, o(a) assistente social atua nas contradições da sociedade capitalista e responde 
aos interesses de seu empregador como trabalhador assalariado. As demandas “[...] emanadas 
das necessidades das classes subalternizadas, não se apresentam de maneira nem direta nem 
imediata à profissão, mas mediatizadas pela instituição [...]” (GUERRA, 2009, p. 81).
A esse respeito, Iamamoto e Carvalho (1986, p. 75) argumentam sobre as condições do 
trabalho profissional:
as condições que peculiarizam o exercício profissional são uma concretização 
da dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade, em determinadas 
conjunturas históricas [...] a atuação do assistente social é necessariamente 
polarizada pelos interesses de tais classes, tendendo a ser cooptada por aqueles 
que têm uma posição dominante. 
Porém, o Serviço Social atua na esfera pública, nas suas mais variadas instâncias para 
atender as demandas sociais oriundas das expressões da questão social, por meio de políticas 
sociais.
O profissional de Serviço Social atua nas mais diversas políticas sociais, contratado 
sobretudo pelo Estado para planejar, executar, monitorar e avaliar ações quanto as políticas 
setoriais. “[...] padrão de política social vigente limitam/potencializam a ação do assistente social” 
(GUERRA, 2009, p. 82).
Assim, caro(a) aluno(a), os saberes absorvidos no seu processo formativo – que deve ser 
contínuo – deve construir respostas profissionais direcionadas às demandas apresentadas pela 
sociedade, bem como pelas demandas institucionais. 
Neste sentido, o exercício profissional é formado considerando as dimensões que o 
constitui: investigativa e interventiva. A dimensão investigativa desenvolve as competências 
profissionais, os conhecimentos teórico-metodológicos. As duas dimensões são indissociáveis, 
pois se dá a partir da relação dialética entre investigar e intervir, pois a investigação desvela as 
possibilidades de intervenção contidas na realidade, o saber nos leva a ação, ou seja, esses são 
componentes essenciais para o trabalho profissional.
36WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 3
ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 10 – Carteira de Trabalho: Assistente Social. Fonte: FAT (2018).
A gestão social, como discutimos nas Unidades anteriores, tem como significado a gestão 
das demandas apresentadas pela sociedade por meio de políticas sociais, em que mediante 
programas, projetos e serviços dão respostas às suas necessidades.
Porém, precisamos compreender que o Estado não é unívoco, não é igual e nem ao menos 
parecido em todos os momentos históricos e contextuais. Outra análise importante é de que o 
Estado foi formado pela sociedade e não o contrário. Pela lógica de Marx, a condição histórica 
e social da política social deve ser extraída do movimento da sociedade capitalista burguesa. 
Segundo Beluzzo (2008, p. 40), 
[...] estão certos em esperar socorro. Pois sabem que, enquanto cometerem os 
mesmos erros coletivamente – como fazem os ‘banqueiros sensatos’ –, o setor 
público precisará prestar socorro. Os banqueiros têm condições de manter a 
economia e a sociedade democrática como suas reféns [...]. Os Governos não 
têm alternativa: precisam ajudar os bancos.
As políticas sociais, desde sua origem, têm a função de reduzir os custos da reprodução 
da força de trabalho e elevar a produtividade, bem como manter níveis elevados de consumo, 
mesmo em época de crise, portanto, atender a ordem burguesa. No âmbito político, as políticas 
sociais são vistas como mecanismos de cooptação dos trabalhadores ao sistema vigente. 
Neste cenário, o Estado a fim de gerir as medidas de enfrentamento das crises políticas, 
sociais e econômicas, implanta o sistema nacional de seguridade. 
A política social – que atende as necessidades do capital e, também, do trabalho, 
já que para muitos trata-se de uma questão se sobrevivência – configura-se, 
no contexto da estagnação, como um terreno importante da luta de classes: da 
defesa das condições dignas de existência, face ao recrudescimento da ofensiva 
capitalista em termos do corte de recursos públicos para a reprodução da força 
de trabalho (BEHFING, 2000, p. 24).
37WWW.UNINGA.BR
GE
ST
ÃO
 E
 A
ÇÃ
O 
NO
 S
ER
VI
ÇO
 S
OC
IA
L 
 | U
NI
DA
DE
 3
ENSINO A DISTÂNCIA
Segundo Pereira (2008, p. 87), “para se entender o conceito de política social como 
política pública e direito de cidadania, é preciso, inicialmente, conhecer o termo política em seus 
dois principais significados”.
A palavra pública, que sucede a palavra política, não tem identificação exclusiva com o 
Estado. Sua maior identificação é com o que, em latim, se denomina de res publica, isto é, res 
(coisa), pública (de todos) e, por isso, “constitui algo que compromete tanto o Estado quanto a 
sociedade” (PEREIRA, 2008, p. 94). 
Portanto, quando falamos de política pública, estamos nos referindo a política cuja 
principal marca é o fato de ser pública, isto é, de todos e para todos, e não porque seja estatal 
(do Estado) ou coletiva (de grupos particulares da sociedade) e muito menos individual. “[...] 
mas pelo fato de significar um conjunto de decisões e ações que resulta ao mesmo tempo de 
ingerências do Estado e da sociedade” (PEREIRA, 2008, p. 95).
As políticas sociais originam das contradições entre classes sociais – empregadores e 
trabalhadores –, podemos concluir, portanto, que o que move as políticas públicas é a luta de 
classes. Sendo assim, Pereira (2008, p. 94) afirma que as

Continue navegando