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Skinner e a crise de identidade

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROGRAD
CURSO DE GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL
Disciplina: Psicologia geral
Aluna: Maria Eduarda Oliveira Pessoa
 
 
 
 
 
 
Skinner e a Terapia Ocupacional 
 
Fortaleza, 05.04.2020
As crises de identidade são fases que a maioria das pessoas tendem a passar por elas, pode-se dizer que essas crises nos fazem pensar em quem somos, porque somos, o que estamos fazendo, são crises que consequentemente abrem espaço para uma mudança, seja boa ou ruim, dentro de nós. Muitas vezes nos enxergamos de uma forma diferente do que os outros vêem, e isso pode causar incertezas e crises internas que nos causam tantas e tantas dúvidas sobre questões de nossa vida. Skinner também passou por isso, e foi em uma dessas crises, mais precisamente na segunda, que ele dedicou-se a estudar o Behaviorismo. 
O Behaviorismo é uma teoria que estuda o comportamento através daquilo que pode ser observado, previsto ou modificado, Watson acreditava que os fatores externos podem moldar os comportamentos de cada pessoa, sem levar em consideração os fatores internos ou mentais, como as emoções, pensamento, e sentimentos e sim a interação do individuo e o ambiente. Skinner, por sua vez, se empenhou para desvendar em quais condições o comportamento pode ser modificado, o que foi chamado de condicionamento operante. Mas em primeiro lugar, é necessário que entender sobre os tipos de condicionamento. O condicionamento classico, que foi descoberto através do experimento de Pavlov, aponta que a aprendizagem se dá a partir da associação de um estímulo neutro e um estímulo incondicionado, como o exemplo do experimento que Pavlov fez com o cachorro. Antes do condicionamento a comida era o estímulo incondicionado e a resposta incondicionada era a salivação, da mesma forma, o estímulo neutro caracterizado pelo sino não causava a salivação dando uma resposta não condicionada, durante o condicionamento Pavlov tocava o sino e mostrava a comida o que tinha como resposta incondicionada a salivação, e após um tempo de condicionamento o cachorro associava o som, que é o estímulo condicionado à comida, que consequenteme resultava na salivação, dando a resposta condicionada. Outro experimento interessante, que foi realizado por Watson com uma criança, mostrou esse conceito. Albert era uma criança de 11 meses quando foi mostrado a ele um rato branco, que até então isso não lhe causou espanto, mas quando Albert tocou o rato um dos pesquisadores bateu com uma barra atrás de Albert, ele demonstrou medo. Na segunda vez que Albert tocou o rato, o pesquisador bateu com a barra novamente e o menino mostrou sinais de medo e começou a chorar. Uma semana depois, Albert demonstrava medo de coisas semelhantes ao rato, mas não mostrava medo aos blocos que foram mostrados a ele. Com isso, pode-se reforçar a ideia do condicionamento clássico.
Já o condicionamento operante é como uma associação de ação e consequência, estímulo e resposta. Skinner acreditava que o comportamento é aprendido dessa forma, é como dizer que a vida ensina, nossas ações geram consequências que nos moldam, a partir do reforço, que pode ser positivo ou negativo. No caso do reforço ser positivo, ou seja, após a ação a resposta é boa, traz benefícios e recompensas ou prazer, as possibilidades desse comportamento ser repetido novamente são maiores pela questão do acréscimo de estímulo, no reforço negativo, o comportamento é reforçado para remover ou evitar algo de ruim, ou desconfortável e desagradável possa acontecer. Por exemplo, quando você tira nota boa na prova e recebe um elogio, aquilo gera uma sensação de trabalho cumprido e você se sente feliz, e para que você receba esse elogio novamente, você estuda para evitar que sua nota seja baixa. Para mim, o reforço positivo e negativo andam juntos a todo momento, e se pararmos para pensar, esses conceitos estiveram presentes em grande parte da nossa vida, principalmente na infância quando nossos pais nos oferecem presentes quando passamos de ano, recebemos boas notas ou fomos obedientes, e quando o contrário, não recebemos presentes, e é nessa parte que nossos pais confundem o reforço negativo com a punição, pois recebemos sermões ou tiram algo que gostamos, que acabam nos servindo como um reforço negativo, para evitar que aquilo aconteça novamente, isso parece ser implantado na nossa cultura, apesar de que esteja errado os conceitos, por muitas vezes servem para que os pais possam moldar a educação dos filhos. O que mostra que nossos comportamentos dependem do ambiente e por isso nos comportamos de diversas formas, ate em relação a vestimentas, de acordo com lugar, com as pessoas a nossa volta ou de nós mesmos.
Mas agora, devemos pensar na relação que tem a teoria de Skinner com a Terapia Ocupacional. 
A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que visa a (re)inserção social, autonomia e o bem estar do paciente, vale ressaltar, que para cada pessoa o modo com que é abordada as atividades são diferentes, aqui encontramos a primeira relação da Terapia Ocupacional com Skinner, as atitudes são moldadas pelo meio, nesse caso, são moldadas pelo paciente, pois cada um será tratado de maneira diferente e com atividades diferentes que propiciem a valorização da singularidade de cada pessoa. Outro ponto que permite a relação que estamos fazendo, é que, na Terapia Ocupacional não é só a patologia que importa para que o terapeuta possa exercer seu papel, a patologia é um ponto e não é o mais importante, o que é levado em consideração para a avaliação de uma pessoa, é o meio, onde ela vive, com quem, o que faz, o que gosta de fazer, o que fazia e não consegue mais fazer, o que aconteceu com a pessoa, e também a observação, o Terapeuta Ocupacional pode avaliar um paciente observando seu dia a dia, e também é a partir da observação que surgem as atividades, já que são propostas diferentemente para cada pessoa.
 Além disso, a teoria do comportamento de Skinner traz contribuições para o espectro autista. O autismo é um transtorno do desenvolvimento infantil caracterizado por alterações nas interações sociais e na comunicação e pela presença de interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos(APA 2013). Com essa definição, percebe-se que a teoria do comportamento se encaixa nesse contexto, pois a intervenção do Terapeuta Ocupacional nesse sentido pode ser feita através de um trabalho para mudar a reação da criança com autismo de acordo com o meio, pensando no condicionamento clássico, se a criança tem aversão a textura de um alimento que é essencial para o seu crescimento saudável por exemplo, o terapeuta pode intervir nisso fazendo da mesma forma que foi feita no experimento de Pavlov, e com Albert, só que ao inverso. Atraves do estimulo, oferecer aos poucos o alimento, mostrando benefícios de forma lúdica como fazendo desenhos com o alimento, entre tantas outras formas até que a criança aceite a textura, ou a cor que também pode ser um empecilho.
Dessa forma, também poderia se encaixar o condicionamento operante tanto no caso já exposto, usando o reforço positivo ou a modelagem, pois deve-se mostrar a criança que aquilo lhe trará benefícios, sempre estimulando comportamentos funcionais e fortalecendo as habilidades existentes, além de modelar aquelas que ainda não foram desenvolvidas. Em outro caso, pode-se usar a modelagem também, para que uma pessoa que pode ter sofrido AVC ou qualquer outra patologia que a impeça de realizar suas atividades cotidianas, partindo da ideia de que cada passo dado para a melhora, como fechar os botões da blusa, comer sozinho, conseguir fazer uma comida, seja comemorado como forma de estimulo, pois sabemos o quanto é difícil se reestruturar e ter motivação para seguir em frente com limitações as quais um individuo não era habituado, ate o ponto que a comemoração, o prêmio, a recompensa será a realização dessas atividades que antes eram tão dificeis e que ele pensava não ser capaz derealizar.
Referências:
BEZERRA, Marcos Ferreira. A importância do método aba – ranálise do comportamento aplicada – no processo de aprendizagem de autistas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 10, Vol. 06, pp. 189- 204 Outubro de 2018. ISSN:2448-0959
RUIZ, Erasmo. Coletânea de textos de psicologia.

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