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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL-MG PRIMEIROS SOCORROS Faculdade de Ciências Farmacêuticas Professora Verônica Ferreira Magalhães ALFENAS - MG Agosto - 2021 Introdução à Primeiros socorros Primeiros Socorros se referem aos cuidados de emergência dispensados a quem sofreu um acidente ou mal súbito, no local de ocorrência. Tem por finalidade manter a vida, sem provocar novas lesões ou agravar as já existentes, enquanto aguarda a chegada do pessoal qualificado ou até que o paciente seja transportado com segurança para o hospital mais adequado as suas necessidades. Emergência de divide em emergência clínica (desmaio, convulsão, obstrução das vias aéreas, parada cardiorrespiratória súbita, dentre outras) ou emergência traumática (ferimentos provocados por acidentes em geral, tais como de trânsito, domiciliar, trabalho, lazer e de violência interpessoal). A assistência à vítima começa no local da emergência e continua durante o transporte ao hospital. Após o transporte, que deverá ser efetuado por um Serviço Médico de Emergência (SME), ocorre a transferência do paciente para o pronto socorro, assegurando a continuidade do atendimento. Os procedimentos de primeiros socorros constituem etapa importantíssima no atendimento a pacientes com traumatismos, uma vez que erros de conduta podem resultar em graves sequelas e até mesmo em morte. Para isso, o socorrista deverá aliar cautela e conhecimento técnico sobre o que deve ser feito à sua capacidade de improvisação, pois deverá tomar providências cabíveis contando apenas com os recursos disponíveis no momento. A pessoa que prestará esse atendimento é o socorrista. Este deverá ser treinado para ter acesso à vítima/paciente, detectar o que está errado, providenciar a assistência de emergência e somente quando houver algum perigo eminente deve-se mobilizar a vítima, sem ocasionar sequelas. A primeira atribuição do socorrista na cena (local de ocorrência), é com a sua segurança pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos e perigos. O socorrista deverá ter certeza de que está em segurança, ao aproximar-se da vítima e que permanecerá em segurança, enquanto presta o atendimento. O socorrista deverá: Ter conhecimento básico de primeiros socorros (o atendimento eficiente, porém imediato, no local requer prestadores de socorro bem treinados na rápida identificação das condições do paciente e hábeis no reconhecimento de uma parada cardiorrespiratória (PCR), no controle de hemorragias externas graves e do choque e em procedimentos de imobilização adequados). Manter a calma (a serenidade permite ao socorrista raciocinar e a avaliar exatamente que tipo de acidente ocorreu e o que terá de ser feito nos momentos seguintes). Ter iniciativa, ter bom senso e senso de responsabilidade. Saber o que deve e que não deve ser feito e como fazer. O que é necessário fazer: É importante que tenha um celular (carregado) por perto para que seja feito uma ligação imediata (pelo próprio socorrista ou por alguém presente na cena): 193 (Corpo de bombeiros). 192 (SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). 190 (Polícia militar). Lembre-se do seguinte: o prestador de socorro não poderá ajudar ninguém se estiver ferido. Certifique-se de que o local do acidente está seguro antes de aproximar-se dele. Não permita que outras pessoas se tornem vítimas. Evite o pânico e tranquilize a vítima. Obtenha colaboração de outras pessoas (dê ordens claras e objetivas). Mantenha os curiosos afastados. Em acidentes de trânsito: procure desviar o tráfego (isolando e sinalizando o local para que não aconteça novos acidentes), recomenda-se acionar farol, o pisca alerta de veículos, definir uma distância para colocação do triângulo de segurança (um ou mais), espalhar galhos de árvores e desligar a chave de ignição e/ou cabos das baterias dos veículos envolvidos no acidente. Proteja a vítima e a si mesmo: Cena: antes de se aproximar da vítima, observe rápida e atentamente obtendo assim uma impressão geral da cena. Certifique-se de que a movimentação da vítima não produzirá outros danos (não retire a vítima do local do acidente a menos que seja absolutamente necessário para evitar a piora do seu quadro clínico ou para preservar essa vida). Mantenha a vítima alerta e aquecida (protegida de chuva, frio, vento). Cuide, alivie a dor e tranquilize a vítima. Segurança: Não se deve tentar um salvamento a menos que esteja treinado a fazê-lo. Lembrar-se sempre de evitar tornar-se uma vítima, pois não estará apto a atender outras pessoas, aumentando com isso o número de paciente e diminuindo o número de socorrista. São os seguintes os riscos a que o socorrista se expõe: fogo, explosão, desabamento, vazamento de gás, linha elétrica caída, materiais perigosos, incluindo sangue ou fluidos corporais, tráfego de veículos, inundações ou armas (revólver, faca, etc.). Situação: faça perguntas sobre como ocorreu o acidente (alguém pode explicar o que aconteceu aqui?). Avaliação/Exame da vítima: De forma rápida e segura: deve-se observar a responsividade, a expansão torácica (respiração), pulso na artérias centrais e sangramentos externos graves (exsanguinantes). O que não se deve fazer: abandonar a vítima (não a deixe só) e remover a vítima presa nas ferragens, sem estar qualificado para tal. Estar atento: a sinais e sintomas mais leves os quais podem indicar o início de problemas graves; entender as reações anormais e exageradas das vítimas e familiares sob situação de estresse e a responsabilidade sobre a vítima é do socorrista até que a mesma seja entregue à equipe de resgate ou médica. O prestador de socorro pode cometer erros por imprudência, imperícia e por negligência. Imprudência caracteriza uma falta de cuidado, mas antes disso, uma forma de precipitação. É desrespeitar uma conduta já aprendida anteriormente e atuar sem precauções. Isto pode trazer riscos para a situação em que o indivíduo imprudente se encontra, bem como para terceiros envolvidos. Imperícia é uma falta de habilidade específica para o desenvolvimento de uma atividade técnica ou científica. É quando o indivíduo comete erro por não ter habilidade ou destreza manual para executar aquela técnica. Negligência é uma omissão, também conhecida como falta de cuidado, desleixo sou desatenção, na qual a pessoa deixa de fazer algo que deveria fazer. A negligência implica em omissão ou falta de observação do dever, ou seja, não age com o cuidado exigido pela situação. É o caso da pessoa que sai para passear com a família de carro, mesmo sabendo que o mesmo está com os freios ou os pneus estão desgastados, ocasionando um acidente e ferindo sua família. Não era este o seu desejo, mas sua conduta resultou no acidente que poderia ser fatal. AVALIAÇÃO INICIAL OU AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DA VÍTIMA I) Avaliação Primária A avaliação é fundamental para o melhor tratamento do paciente/vítima. Para a vítima de trauma, bem como para outros pacientes de emergência clínica (mal-estar súbito, agravo clínico), a avaliação é a base para todas as decisões de atendimento e transporte. Por meio da avaliação é possível obter uma impressão geral do estado respiratório, circulatório e neurológico do paciente. Nos casos que apresentam risco de morte, rapidamente inicia-se intervenção e reanimação, antes que possam ser removidos. Uma avaliação mais detalhada das lesões que não oferecem risco à vida do indivíduo é realizada se o tempo permitir ou mais frequentemente quando o transporte está sendo efetuado. O exame primário ou avaliação primária (avaliação inicial) consiste na identificação e tratamento imediato de problemas que coloquem em risco a vida de uma pessoa. O socorrista, antes de qualquer atitude, deve observar os riscoe perigos do local sobre a vítima e sobre si mesmo para em seguida proceder a um exame físico de forma rápida e eficiente (máximo de 30 segundos), obedecendo algumas prioridades: Avaliar a cena (promoção da segurança pessoal e do local). Checar a responsividade. Acionamento do Serviço Médico de Emergência (SME) para pedir ajuda ligando no número 192 – SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e pedindo que traga o DEA (Desfibrilador Externo Automático). Abrir as vias aéreas e controle da coluna cervical (realizada por profissional treinado). Verificar a respiração por meio da expansão torácica, podendo estar ausente (apneia) ou agônica (em Gasping). Checar o pulso central (carotídeo). Se o pulso estiver ausente: deve-se realizar compressão torácica externa (RCP). Checar a presença de hemorragia e os sinais de choque (pulso taquicárdico e filiforme; pele fria, úmida e pegajosa; perfusão capilar acima de 2 segundos o tempo de enchimento capilar). 1. Verificar a responsividade: (responsividade, respiração e pulso são checados simultaneamente). Avalie a responsabilidade chamando e tocando nos ombros da vítima (estímulos verbal e físico). Se a vítima responder, apresente-se e pergunte se ela precisa de ajuda. Se não responder, avalie sua respiração observando se há expansão torácica (elevação do tórax) e o pulso carotídeo simultaneamente em menos de 10 segundos. A responsividade em adultos é checada com toque nos ombros (próximo das clavículas) e chamando em voz alta e em bebês é checada com estímulo plantar (tapinhas nas plantas dos pés). Se o paciente estiver responsivo: significa que se encontra consciente. Observe se a resposta é coerente conforme o que foi perguntado. Não responsivo: constata-se o estado de inconsciência. Verifique simultaneamente a respiração (expansão torácica) e o pulso (pulso central). Se a respiração e o pulso estiverem presentes, deve-se colocar a pessoa em posição de recuperação (posição lateral de segurança ou posição de drenagem). Nesta posição, a língua não retrocede, sangue e vômito podem sair pela boca sem obstruir a passagem do ar. Se a respiração e os batimentos cardíacos estiverem ausentes: inicie as manobras de Ressuscitação Cardiorrespiratória - RCP de alta qualidade. 2. Chame por ajuda: Peça para alguém ligar para o número local de emergência (192 – SAMU Serviço Atendimento Móvel de Urgência ou 193 – Bombeiros) e solicite o DEA (Desfibrilador Externo Automático). Inicie a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) imediatamente. Use o DEA assim que ele estiver disponível. 3. Abertura das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical: O primeiro passo no tratamento das vias aéreas deve ser uma rápida inspeção visual da boca (orofaringe) e do nariz. Corpos estranhos, como pedaços de alimentos, dentes quebrados, sangue, próteses dentárias, podem ser encontrados dentro da boca da vítima. Caso esteja visível, o socorrista deve usar luvas para retirar este material com os dedos indicador e polegar em forma de pinça (de modo que o ar possa chegar livremente até os pulmões). Manobras manuais para abertura das vias aéreas: No paciente inconsciente, a língua fica flácida, caindo para trás na hipofaringe, obstruindo as vias aéreas, impedindo a passagem de oxigênio para a traqueia e os pulmões. Esta é a causa mais comum de obstrução das vias aéreas. Os métodos manuais podem reverter este tipo de obstrução, porque a língua está presa à mandíbula e move-se anteriormente com ela. Qualquer manobra que mova anteriormente a mandíbula reposicionará a língua. São elas: 3.1. Manobra de Inclinação da Cabeça e Elevação do queixo: Em vítimas sem traumatismo (manobra chin lift): Inclinar a cabeça para trás: coloque uma das mãos na testa da vítima pressionando-a para baixo e os dedos indicador e o médio da outra mão sob a parte óssea do queixo puxando-o para frente, evitando fazer pressão nos tecidos moles submandibulares. Em vítimas com traumatismo: 3.2. Manobra Tríplice (manobra jaw thrust): Quando há suspeita de traumatismo craniano, cervical ou facial, o socorrista deve manter a coluna cervical alinhada em posição neutra. A manobra de tração da mandíbula permite abrir as vias aéreas com pouco ou nenhum movimento da cabeça e da coluna cervical. A mandíbula é empurrada/elevada anteriormente com os polegares nos arcos zigomáticos de cada lado e os indicadores e dedos médios no ângulo da mandíbula do mesmo lado. Técnica: Posicione-se atrás da cabeça da vítima. Coloque as mãos lateralmente na cabeça da vítima, com os dedos voltados para frente. Posicione os dedos indicadores e médios no ângulo inferior da mandíbula (articulação temporomandibular), deslocando-a (empurrando) para cima com os polegares sobre o osso da bochecha ou no queixo da vítima conseguindo abrir a boca (trazendo a língua). Mantenha a cabeça imobilizada com as mãos: além de abrir as vias aéreas, também promove a imobilização da coluna cervical (pescoço). Como é feita a checagem da respiração: Após abrir as vias aéreas, verifica-se a respiração da vítima, observando a expansão torácica Se respira de forma normal (padrão normal) ou agônica chamada de “Gasping’ ou se não tem expansão torácica. Verificação do pulso: Através dos pulsos centrais, como o carotídeo ou o femoral (em adultos) e braquial (em criança). Sendo importante observar a perfusão capilar (o tempo normal de enchimento capilar é de até 2 segundos) comprimindo a extremidade do dedo (leito ungueal do polegar ou do hálux) para remover todo o sangue e, depois, calculando o tempo de preenchimento que não deve ser de mais de 2 segundos (em geral, o organismo desvia primeiro a circulação das partes mais distais do corpo e restaura a circulação nesses locais por último). Esse tempo pode estar aumentado com a diminuição do débito cardíaco (volume de sangue bombeado pelo coração a cada contração, representado em litros por minuto) por hipovolemia, pela interrupção do fluxo arterial decorrente de fratura ou lesão vascular por ferimento de arma de fogo e também devido a hipotermia. Controlar sangramentos externos e observar os sinais de choque: As grandes hemorragias externas, chamadas de hemorragias EXSANGUINANTES devem ser controladas imediatamente, antes de qualquer outro procedimento. Utilizando de compressão local e curativo compressivo ou de torniquete. O reconhecimento e o controle imediato do sangramento externo ajudam a preservar o volume sanguíneo, as hemácias e a perfusão tecidual do paciente traumatizado. A vítima deve ser observada como um todo, dando especial atenção ao tipo de solo onde a mesma se encontra (areia, grama) ou às vestes (roupas grossas de inverno) que possam mascarar a presença de sangue. A manipulação de uma extremidade lesada sem o devido cuidado pode transformar uma fratura fechada em fratura exposta, como também aumentar muito o sangramento interno das extremidades ósseas, do tecido muscular adjacente ou de vasos lesados. Para minimizar uma hemorragia, todas as extremidades com suspeita de fratura devem ser imobilizadas. Se o paciente não apresentar evidências de lesões com risco de vida, deve gastar-se algum tempo para imobilizar separadamente as diversas fraturas. Contudo, se o exame primário mostrar que a vítima corre risco de vida, ela deve ser rapidamente imobilizada em prancha longa e rígida, imobilizando-se assim todas as extremidades de uma forma anatômica, e transportando em seguida o paciente para o hospital. ABCDE – Sequência de avaliação do paciente de agravo clínico A Manter as Vias Aéreas (AIRWAY) e estabilização da Coluna Cervical Liberação das vias aéreas: • Inclinação da cabeça com elevação do queixo. Imobilização da coluna cervical: • Colar cervical B Boa Respiração (BREATHING) e Ventilação Verificação da respiração: (expansão torácica) • Normal • Agônica ou em “Gasping” C Circulação Verificaçãoda circulação (método HPPP) indicam sinais de Choque (CIRCULATION) – Verificação do pulso e controle de Hemorragia • Hemorragia (as externas graves foram transferidas para o X) • Pulso taquicárdico, filiforme ou ausente (RCP) • Perfusão capilar periférica (tempo de preenchimento até 2”) • Pele fria e pegajosa (indicativo de Choque Hipovolêmico) D Avaliação da disfunção neurológica (DISABILITY) pela Escala de Coma de Glasgow e pela reatividade das pupilas Avaliação do nível consciência, reação das pupilas e AVDN: • A – Alerta • V – Resposta estímulo verbal • D - Resposta estímulo físico com uma pressão (leito ungueal, no trapézio ou na região da incisura (forame) supraorbital). • N – Nenhuma resposta E Exposição (EXPOSURE) e ambiente - Prevenção da Hipotermia Exposição da vítima: • Vítima consciente • Exame da cabeça aos pés A sequência do Suporte Básico de Vida para adulto de acordo com American Heart Association – AHA 2015 Em uma situação de parada cardiorrespiratória (PCR) o método mnemônico é CAB (CABD) utilizado para descrever os passos simplificados desse atendimento: Onde a letra “C” corresponde a: Checar responsividade e respiração (expansão torácica) Chamar por ajuda Checar o pulso central Compressões torácicas (30 compressões). A letra “A” refere-se a: Abertura das vias aéreas A letra “B” de Boa respiração (2 ventilações). A letra “D” à Desfibrilação. Verificar o pulso a cada 2 minutos. Se a vítima (adulto ou criança) não estiver respirando ou estiver com respiração agônica em Gasping (movimentos respiratórios não efetivos) e não detectar pulso ou estiver em dúvida (quanto a presença de pulso), iniciar os ciclos de compressões torácicas e ventilações. Principais recomendações Diretrizes da RCP de 2020 (https://cpr.heart.org/en/resuscitation-science/cpr-and-ecc- guidelines). Início precoce de RCP por socorrista leigo: É recomendado que socorristas leigos iniciem a RCP de alta qualidade para uma suposta parada cardiorrespiratória (PCR), pois o risco de dano ao paciente é baixo se o paciente não estiver em PCR. Novas evidências científicas mostram que o risco de danos à vítima que recebe as compressões torácicas quando não está em PCR é baixo. Os socorristas leigos não conseguem determinar com precisão se uma vítima tem pulso e o risco de esperar para realizar a RCP em uma vítima sem pulso é maior que o dano por compressões torácicas desnecessárias. Atualizações da AVALIAÇÃO INICIAL OU AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Essa avaliação deve ser feita de forma simples e objetiva. A sequência dessa avaliação é a seguinte: Após promover a segurança do local: realize a sequência ABCDE ou XABCDE (em pacientes com traumas). 1. Faça estímulos e verifique a resposta: Adulto e criança: faça estímulo físico, chamando e batendo próximo dos ombros. Bebê (até 1 a 2 anos de idade) bata na planta dos pés. Paciente não responsivo (é aquele que não apresentar resposta). 2. Peça ajuda Se tiver alguém ao lado peça para ligar para 192 (SAMU) e peça o DEA (Desfibrilador Externo Automático). 3. Verifique se tem PULSO CENTRAL e EXPANSÃO TORÁCICA Paciente não responsivo e sem respiração: significa que se encontra em uma parada respiratória. O que fazer, segundo o Guidelines da American Heart Association-AHA: se tiver algum treinamento realize as ventilações de resgate. Como fazer: Em adultos: 1 ventilação de resgate a cada 5 a 6 segundo (10 a 12 ventilações por minuto). Criança e Lactente: fazer 1 ventilação de resgate a cada 3 a 5 segundos. https://cpr.heart.org/en/resuscitation-science/cpr-and-ecc-guidelines Se o paciente não responde, não respira e não tem pulso, constata-se uma Parada cardiorrespiratória (PCR). A conduta a ser feita é RCP de alta qualidade. II) Histórico e Exame Físico Dirigidos Realizados em pacientes conscientes direcionando acordo com as queixas da vítima ou após a avaliação inicial. Antes de aplicá-los é preciso ter certeza de que as situações de risco à vida foram identificadas e controladas. O histórico e exame físico dirigido incluem uma avaliação do seguimento corporal atingido por um trauma específico ou por um problema clínico, ou então uma rápida avaliação do corpo inteiro. A sequência dos passos dependerá do tipo de emergência. Histórico do paciente obtenção de informações por meio de perguntas e respostas. Quando possível, o paciente é a fonte primária dos dados. Familiares e acompanhantes podem contribuir com informações. Rápido exame físico procedimento breve e menos detalhado de avaliação da cabeça aos pés, aplicado aos pacientes mais graves. Exame físico dirigido procedimento realizado em vítimas estáveis. Focaliza o segmento corporal ferido ou o local da queixa principal do doente. Sinais Vitais (SV) incluindo as medidas de pulso, respiração, temperatura corporal, coloração da pele e característica das pupilas, se possível, aferição de pressão arterial. A primeira verificação dos SV é chamada de sinais vitais basais, as medidas subsequentes são comparadas à verificação basal para identificar a tendência das alterações. Sintomas aspectos que são sentidos e relatados pelo paciente, incluem, por exemplo, dor torácica, tontura, náuseas. Os Sintomas podem ser denominados por achados subjetivos. Sinais aspectos percebidos pela visão, audição, tato, olfato do socorrista, estes podem ser observados, percebidos e mensurados cientificamente. Os Sinais incluem, por exemplo, pele fria e úmida ou medidas anormais dos sinais vitais. São denominados achados objetivos. Muitos dos sinais e sintomas encontrados durante o exame físico resultam de mecanismos corporais de compensação às alterações. Para compensar um sangramento, há um aumento das frequências de pulso e da respiração; os vasos sanguíneos das extremidades estão contraídos, provocando a palidez, a pele fica fria e úmida. Com a finalidade de desviar um volume de sangue oxigenado para as partes mais importantes do corpo. O fluxo adequado de sangue oxigenado para as células do corpo é chamado de perfusão. Um fluxo sanguíneo inadequado conduz ao choque. Para o histórico do paciente, obtêm-se informações (com a própria vítima, familiares ou terceiros) que deverão ser repassadas à equipe médica, usando para isso, o método mnemônico SAMPLA (Sinais vitais, alergias, medicamentos em uso, passado médico, líquidos e alimentos, ambiente do evento). Nesta entrevista SAMPLA, deve-se primeiramente perguntar o nome, idade e a queixa principal. Sinais vitais: Respiração (frequência, ritmo e amplitude); pulso (frequência, ritmo e amplitude); pressão arterial. Pele (temperatura, cor e umidade). Alergias: histórico de alergias (principalmente a medicamentos). Medicamentos em uso e tratamento em curso. Passado médico: problemas de saúde e doenças prévias. Líquidos e alimentos (horário da última ingestão de líquido e de alimentos): caso a vítima necessite de cirurgia, a alimentação recente pode aumentar o risco de vômito e aspiração durante a indução da anestesia. Ambiente do evento que levou ao trauma. A análise secundária é composta de uma parte objetiva (exame físico dirigido) e outra subjetiva (histórico do paciente/informações por meio de perguntas e respostas). O socorrista só deverá iniciar a abordagem secundária após ter completado a primária (realizada posteriormente à primeira avaliação, desde que não exista nenhuma intercorrência mais séria que necessite de interferência em um dos passos da anterior). 1. Exame da cabeça aos pés com a vítima em posição dorsal, observando: 1.1. Cabeça e Face: Examine o couro cabeludo (identifique cortes, contusões ou outras lesões no couro cabeludo), deslizando os dedos através do cabelo, sem mover a cabeça da vítima. Identifique deformidades ou depressões nos ossos do crânio e face. Observe alteração na coloração. Examine osolhos do paciente (presença de cortes, objetos transfixados, enucleação, queimadura química). No paciente consciente, peça para abrir os olhos, no inconsciente, abra as pálpebras com delicadeza e observe a reação da pupila à luz (lanterna do celular). Exame das Pupilas Avalia-se as pupilas da vítima em relação ao tamanho, simetria e reatividade à luz. Tipos de reatividade pupilar: Anisocoria (desiguais)sugerem aumento de pressão intracraniana devido a traumatismo cranioencefálico (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Midríase (dilatadas)inconsciência ou óbito. Miose (contraídas)intoxicação por drogas ou doença do sistema nervoso central. Isocoria (pupila iguais / normais) indicam uma eficiente circulação cerebral. Observe a parte interna das pálpebras (descoloração indica presença de hemorragia). Secreção clara ou sanguinolenta pelo nariz e/ou ouvidos (TCE com extravasamento de líquor cefalorraquidiano). Examine a boca (hálito, presença de corpos estranhos, sangramento e lesões dos tecidos). Observe dentes quebrados, próteses dentárias, goma de mascar, alimento, vômito. 1.2. Pescoço: Avalie a parte anterior e posterior. Na coluna cervical verifique a presença de pontos dolorosos e deformidades. Examine o pescoço e identifique ferimentos e deformidades. Resistência ou dor ao movimento (a ausência de dor na coluna cervical pode ajudar a descartar lesões cervicais) e presença de crepitação óssea. Observe, em especial, se há distensão das veias jugulares. 1.3. Tórax e Costas: Identifique possíveis fraturas de clavículas, costela e esterno (ferimentos, pontos dolorosos e deformidades). Padrão de respiração Observe a expansibilidade e simetria do tórax (afundamento do tórax) 1.4. Abdome: Examine o abdome e identifique cortes, contusões, ferimentos penetrantes, distensão, objetos transfixados e evisceração (vísceras expostas devido a lesão aberta no abdome). Identifique pontos sensíveis à dor (dor à palpação). Divida o abdome em quadrante e observe dor local ou generalizada. Cheque se há, principalmente, distensão e rigidez da parede abdominal (abdome agudo ou em tábua). 1.5. Pelve: Examine a pelve e identifique possíveis ferimentos e fraturas (observe sinais de dor e deformidade). Identifique evidências de ferimentos na região genital. Instabilidade da estrutura óssea (fraturas de pelve podem ocasionar hemorragias internas maciças). 1.6. Extremidades inferiores e superiores: Inspecione as pernas e pés, compare os membros quanto ao comprimento, formato, edema e deformidade. Não mude a posição, nem mova ou erga as pernas. Observe alterações de coloração, sangramentos, deformidades ósseas e possíveis fraturas. Procure verificar a presença de pulso e de perfusão capilar (para avaliar lesão arterial ou sinais de choque). Observe a resposta neurológica (insensibilidade, formigamento): para avaliar lesão de nervos. Avalie a força motora, solicitando que o paciente movimente os pés e / ou eleve uma perna de cada vez, após descartar a possibilidade de lesão. A motricidade e a força muscular são avaliadas para verificar uma possível lesão de nervos, músculos e ossos. Verifique a temperatura e coloração da pele: para avaliar lesão vascular. Inspecione os braços e mãos, especialmente a presença de pulso e a perfusão capilar. Avalie a força motora, solicitando que aperte a mão do profissional (socorrista) e / ou eleve um braço de cada vez (se não houver nenhuma lesão). Região posterior do tronco: Deve ser avaliada quando a vítima for colocada em prancha longa (durante a rolagem ou elevação realizada pela equipe encarregada pelo socorro). A avaliação secundária é importante, porém não é obrigatória, principalmente nos pacientes graves ou se a realização implicar em atraso no transporte da vítima para uma unidade hospitalar. O objetivo da avaliação secundária é localizar alterações na cor da pele ou de mucosas, simetria, ruídos anômalos emitidos pelo paciente, alterações de motricidade e de sensibilidade. Enquanto realiza a avaliação secundária, o socorrista deverá reavaliar o ABCDE (XABCDE em vítimas de trauma) quantas vezes forem necessárias, principalmente em vítimas inconscientes. Em vítimas sem lesões significativas (trauma menor) realiza-se a avaliação específica da lesão. Em pacientes de emergências clínicas deve-se verificar o que deu origem ao ocorrido e iniciar o exame da vítima baseado na queixa do paciente. Avaliação Primária e a atualização do Atendimento à Vítima de trauma Definição de Trauma: É um evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou de barreiras físicas ao fluxo normal de energia. Histórico do XABCDE do trauma: Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família, o médico ortopedista Jim Styner pôde perceber a fragilidade dos cuidados em primeiros socorros de vítimas de traumas. Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE do trauma, que a partir de 1978 passou a ser empregado em diversas regiões do mundo. A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser reconhecida pelas autoridades médicas, uma vez que só com esses cuidados é possível realmente estabilizar o paciente, deixando-o mais seguro para o transporte e para quaisquer outras intervenções que se façam necessárias. Mudança na sequência ABCDE e a entrada do X: O conhecido método mnemônico ABCDE ganhou na 9ª edição do PHTLS 2018 (capítulo 6), mais uma letra o X, que se refere a hemorragia exsanguinante, ou seja, hemorragia externa grave. Com esse acréscimo, o atendimento pré-hospitalar (APH) sofreu uma importante alteração, dando mais ênfase às grandes hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical (região do pescoço) ou da abertura das vias aéreas (referente a letra A). Tornando-se XABCDE que padroniza o atendimento inicial ao paciente politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente de traumas. O método foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. Vale também mencionar é a ratificação do uso do TORNIQUETE, quando a pressão direta e o curativo compressivo não se mostrarem eficazes no controle em lesões graves e exsanguinantes (em extremidades). O método funciona assim: Antes de iniciar a abordagem XABCDE ao paciente vítima de trauma é necessário atentar-se a itens essenciais para a preservação da vida da equipe de socorro, como: avaliação da segurança da cena (se necessário, sinalizar o local com cones de isolamento na pista, triângulo de segurança, galhos de árvore, pedras, etc.), uso de EPIs (equipamento de proteção individual). (X) – Exsanguinação (hemorragia exsanguinante) A contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. (A) – Vias aéreas e proteção da coluna vertebral No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula e de cânula orofaríngea (cânula de Guedel). No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesõesmedulares. A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando a coluna cervical. Para isso, uma prancha rígida deve ser utilizada (maca rígida). Deve-se sempre pressupor lesão da coluna cervical em todo paciente com traumatismos. (B) – Boa Respiração e Ventilação: No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada. A frequência respiratória, inspeção dos movimentos torácicos, cianose (lábios e extremidades arroxeados), desvio de traqueia e observação da musculatura acessória são parâmetros analisados nessa fase. Para a tal análise, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, ausculta e percussão (no caso de profissionais). Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado. (C) – Circulação com Controle de Hemorragias: No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do local (foco de sangramento). Importante lembrar que a hemorragia é a principal causa de morte no trauma. A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas grave, exsanguinantes (grandes perdas de sangue). Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdome e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento capilar (perfusão capilar mais que 2 segundos), pele fria e pegajosa e comprometimento do nível de consciência. XABCDE – Sequência de avaliação do paciente com trauma X Hemorragia Exsanguinante • Controle de Sangramento Externo GRAVE. A Manter as Vias Aéreas (AIRWAY) e estabilização da Coluna Cervical Liberação das vias aéreas: • Inclinação da cabeça com elevação do queixo. Imobilização da coluna cervical: • Colar cervical B Boa Respiração Verificação da respiração: (expansão torácica) (BREATHING) e Ventilação • Normal • Agônica ou em “Gasping” C Circulação (CIRCULATION) – Verificação do pulso e controle de Hemorragia Verificação da circulação (método HPPP) indicam sinais de Choque • Hemorragia (as externas graves foram transferidas para o X) • Pulso taquicárdico, filiforme ou ausente (RCP) • Perfusão capilar periférica (tempo de preenchimento até 2”) • Pele fria e pegajosa (indicativo de Choque Hipovolêmico) D Avaliação da disfunção neurológica (DISABILITY) pela Escala de Coma de Glasgow e pela reatividade das pupilas Avaliação do nível consciência, reação das pupilas e AVDN: • A – Alerta • V – Resposta estímulo verbal • D - Resposta estímulo físico com uma pressão (leito ungueal, no trapézio ou na região da incisura (forame) supraorbital). • N – Nenhuma resposta E Exposição (EXPOSURE) e ambiente - Prevenção da Hipotermia Exposição da vítima: • Vítima consciente • Exame da cabeça aos pés Referências bibliográficas Instituto Brasileiro de APH. Atualização no PHTLS, agora é XABCDE (mudança no exame primário). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9A0cmIqIVtc. Disponível em: https://www.facebook.com/BombeiroDeAeroporto/photos/9%C2%AA-atualiza%C3%A7%C3%A3o- dos-phtlsmnem%C3%B4nico-do-trauma-ganhou-uma-nova-letra-com-a-atualiza/1431657503637353/ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Escala de Coma de Glasgow – ECG A Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi publicada pela primeira vez na revista Lancet em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J. Jennett, ambos do Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow, na Escócia. A escala tem como objetivo traçar uma estratégia que combina os principais indicadores-chave de gravidade no traumatismo cranioencefálico (TCE) em uma escala simples. A escala serve como parâmetro para auxiliar na decisão de realizar ou não procedimentos médicos específicos, como exemplo, intuba-se o paciente sempre que a ECG estiver abaixo de 9. A Escala de Glasgow é usada para a avaliação e quantificação dos transtornos da consciência em pacientes com traumatismo cranioencefálico (TCE). A Escala é dividida em três parâmetros (seções): Abertura ocular, Melhor resposta verbal e Melhor resposta motora (OVM). O socorrista pontua o paciente em um escore de acordo com a melhor resposta para cada componente da OVM. Cada parâmetro compreende várias alternativas que vão desde a resposta normal, própria de pacientes sem transtornos da consciência, até a ausência completa de resposta, indicativa das situações mais graves. As alternativas de cada parâmetro recebem um valor quantitativo, que vai de 4 a 1, 5 a 1 ou 6 a 1. Para se examinar a abertura dos olhos, observa-se, inicialmente, se o paciente mantém os olhos abertos espontaneamente (4 pontos), se abre os olhos quando solicitado verbalmente (abra os olhos!) o paciente receberá 3 pontos ou se a pessoa só o faz após estímulo físico a pressão no leito ungueal, no trapézio ou região da incisura supreorbitária (receberá nesse caso 2 pontos); quando não há resposta (1 ponto apenas). Usa-se para avaliar a resposta verbal “o que aconteceu com você?”. Se o paciente estiver orientado, responderá coerentemente (obtendo assim 5 pontos), se estiver confuso (4 pontos), se verbaliza palavras soltas (3 pontos), se verbaliza sons (2 pontos); quando não há resposta (1 ponto). Para avaliar a resposta motora, deve ser dado um comando em tom de voz normal ou em voz alta (uma ordem clara e simples), como “mostre dois dedos!” ou “faça sinal de positivo!”, se obedeceu ao comando e executou o movimento (6 pontos) ou se for preciso um estímulo físico de pressão (de 5 a 2 pontos), sem resposta (1 ponto). Resposta a dor possíveis são: afasta a mão que provoca o estímulo ou a retira na presença do estímulo, faz uma flexão anormal ou uma extensão anormal, ou ausência de função motora (sem função motora). Terminada a avaliação, obtém-se um escore que vai de 15 (indicando ausência de dano neurológico) a 3 pontos (sinal de dano neurológico gravíssimo). O Trauma é considerado Leve se a pontuação for de 13 a 15, é uma Trauma Moderado de 9 a 12 e Trauma Grave se for de 3 a 8. O que mudou em 2018 na ECG: Graham Teasdale conduziu uma pesquisa junto a outros dois pesquisadores (Paul Brennan e Gordon Murray), quarenta anos após o lançamento da ECG original, adicionando a reatividade pupilar à avaliação. Tal inclusão da reação pupilar tem como objetivo obter melhores informações sobre o prognóstico no TCE, uma vez que tais estudos comprovaram que há uma maior precisão da análise da escala se conjugada à reatividade pupilar. Já quanto à 10ª edição do ATLS (Advanced Life Trauma Support), de 2018, a nomenclatura ‘’ao estímulo de dor’’ foi substituída por ‘’ao estímulo de pressão’’, tal mudança foi feita não só pela dificuldade da definição de dor, mas também pelo questionamento da necessidade de submeter o paciente a essa sensação. https://www.facebook.com/BombeiroDeAeroporto/photos/9ª-atualização-dos-phtlsmnemônico-do-trauma-ganhou-uma-nova-letra-com-a-atualiza/1431657503637353/ https://www.facebook.com/BombeiroDeAeroporto/photos/9ª-atualização-dos-phtlsmnemônico-do-trauma-ganhou-uma-nova-letra-com-a-atualiza/1431657503637353/ Escala de Coma de Glasgow e a reatividade pupilar ECG-P 1. Inclusão da reatividade pupilar nos critérios de avaliação Na antiga versão da ECG (versão original), os critérios avaliados eram: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Já, na nova versão, foi incluída a Reatividade Pupilar, que significa reação da pupila à luz. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma decrescente, onde o pior resultado apresenta a maior pontuação. Assim, teremos a seguinte atribuição: 2 pontos - Nenhuma reatividade em ambas as pupilas (midríase). 1 ponto - Sem reação em apenas uma das pupilas (anisocóricas ou pupilas anosocóricas). 0 pontos - Caso as duas pupilas estejam funcionando normalmente(isocóricas). 2. Mudança no escore total: 1 a 15 pontos Na ECG original, a pontuação variava de 3 a 15 pontos. Agora, na nova versão, a escala varia de 1 a 15 pontos. Com a atualização dessa escala, pontua-se normalmente todos os outros critérios e, após a nota final, o escore da reatividade pupilar será subtraído. Como classificar o paciente na Escala de Coma de Glasgow com a resposta pupilar: Primeiro faz-se a avaliação da escala normalmente, levando em conta a resposta de abertura ocular, de fala e de movimentação, somando pontos de acordo com a resposta. Após isso, faz-se a avaliação da reatividade pupilar com estímulo luminoso: se ambas as pupilas estiverem fotorreagentes, não se altera o somatório da escala já feito pelos passos acima; se somente uma das pupilas não estiver reagente, subtrai-se 1 ponto da escala; e se nenhuma das 2 pupilas estiverem reagentes, subtrai-se 2 pontos da escala. Assim, a não reação da pupila indica uma maior gravidade e pior prognóstico. Esquematizando: ECG-P = ECG – o número de pupilas não reagente (subtrai-se do valor obtido na ECG) Como exemplo: O socorrista treinado chega à cena de um acidente e ao avaliar o paciente, verifica que seus olhos não abriram nem a estímulo sonoro nem a estímulo verbal, ele emite sons que não chega a formar palavras, e seus membros estão em extensão. Logo, sua classificação na ECG é O(1)V(2)M(2), totalizando 5 pontos. Em seguida, foi verificada a reatividade pupilar à luz, e somente a pupila direita foi fotorreativa. Então, na ECG-P deve-se subtrair 1 ponto da escala original. Assim, ECG-P= 5-1 = 4. 3. Inclusão de critério Não Testável (NT) Como nem todos os pacientes são susceptíveis de serem avaliados da forma como a ECG antiga propunha. Pode- se usar como exemplo: pacientes amputados não necessariamente terão uma avaliação fidedigna da resposta motora; pacientes que apresentam surdez não serão responsivos a comandos verbais; pacientes com algum quadro de afasia (dificuldade de fala) poderão não conseguir emitir respostas verbais adequadas. Considerando essas necessidades tão individuais, além das pontuações nos critérios previamente estabelecidos, podemos agora marcá-los como “NÃO TESTÁVEL” (NT). ECG-P Escala de Coma de Glasgow Parâmetros Resposta obtida Pontuação Abertura Ocular (O) Espontânea Ao estímulo sonoro Ao estímulo de pressão Nenhuma Não testável 4 3 2 1 NT Resposta Verbal (V) Orientada Confusa Verbaliza palavras soltas Verbaliza sons Nenhuma Não testável 5 4 3 2 1 NT Resposta Motora (M) Obedece a comandos Localiza estímulo de pressão Flexão normal Flexão anormal Extensão anormal 6 5 4 3 2 Nenhuma Não testável 1 NT Trauma leve Trauma moderado Trauma grave 13-15 9-12 3-8 Reatividade pupilar Inexistente Apenas 1 pupila é fotorreagente As duas pupilas são fotorreagentes - 2 - 1 0 Passos para utilizar a escala de coma de Glasgow corretamente: 1- Verificar: Identifique fatores que podem interferir na capacidade de resposta do paciente. É importante considerar na sua avaliação se ele possui alguma limitação anterior ou devido ao ocorrido que o impede de reagir adequadamente naquele tópico (como exemplo: paciente surdo não poderá reagir normalmente ao estímulo verbal). 2- Observar: Observe o paciente e fique atento a qualquer comportamento espontâneo dentro dos três componentes da escala. 3- Estimular: Caso o paciente não aja espontaneamente nos tópicos da escala, é preciso estimular uma resposta. Aborde o paciente na ordem abaixo: Estímulo sonoro: Peça (em tom de voz normal ou em voz alta) para que o paciente realize a ação desejada. Estímulo físico de pressão: Aplique pressão na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura supraorbitária. 4- Pontuar e somar: Os estímulos que obtiveram a melhor resposta do paciente devem ser marcados em cada um dos três tópicos da escala. Se algum fator impede a vítima de realizar a tarefa, é marcado NT (Não testável). As respostas correspondem a uma pontuação que irá indicar, de forma simples e prática, a situação do paciente (Exemplo: O4, V2, M1 e P1 significando respectivamente a nota para ocular, verbal, motora e pupilar, com resultado final 6, ou seja, O4V2M1 – P1 = 6), 5- Analisar a reatividade pupilar (atualização 2018): suspenda cuidadosamente as pálpebras do paciente e direcione um foco de luz para os seus olhos. Registre a nota correspondente à reação ao estímulo. Esse valor será subtraído da nota obtida anteriormente, gerando um resultando final mais preciso. Essas reações devem ser anotadas periodicamente para possibilitar uma visão geral do progresso ou deterioração do estado neurológico do paciente. Referências bibliográficas: AMERICAN COLLEGE OF SURGIONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Suport – ATLS. 10 ed., 2018. M. BRENNAN, Paul; D. MURRAY, Gordon; M. TEASDALE, Graham. Simplifying the use of prognostic information in traumatic brain injury: Part 1: The GCS-Pupils score: an extended index of clinical severity, Journal Of Neurosurgery, 2018. What is the Glasgow Coma Scale Pupils Score? – The Royal College of Physicians and Surgeons of Glasgow. Como é a nova escala de coma de Glasgow e qual a sua importância? – IESP. http://conceito.de/escala-de-glasgow http://www.riscobiologico.org/lista/20110823.pdf http://www.glasgowcomascale.org/ https://www2.ufjf.br/neurologia/2018/12/11/escala-de-coma-de-glasgow-importancia-e-atualizacao-de-2018/. https://www.iespe.com.br/blog/nova-escala-de-coma-de-glasgow/ SUPORTE BÁSICO DE VIDA - SBV O Suporte Básico de Vida (BLS, do inglês basic life support), consiste em um protocolo de atendimento de ressuscitação de vítimas de parada respiratória e circulatória, ou seja, na assistência ventilatória e circulatória proporcionada a uma vítima até que ela receba os cuidados médicos de Suporte Avançado de Vida. Os primeiros socorros e a ressuscitação cardiopulmonar são procedimentos que podem ser executados por pessoas leigas ou profissionais da área da saúde que tenha recebido treinamento. O SBV tem o CAB como sequência: C) Circulation (checar a responsividade, checar a expansão torácica e o pulso http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780 http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780 https://www.glasgowcomascale.org/what-is-gcs-p/ https://www.iespe.com.br/blog/nova-escala-de-coma-de-glasgow/ https://www2.ufjf.br/neurologia/2018/12/11/escala-de-coma-de-glasgow-importancia-e-atualizacao-de-2018/ https://www.iespe.com.br/blog/nova-escala-de-coma-de-glasgow/ carotídeo e realizar a compressão torácica), A) Airway (abrir as vias aéreas) e B) Breathing and Ventilation (respiração de resgate). RCP - Ressuscitação Cardiopulmonar A RCP é definida como o atendimento da Parada Cardiorrespiratória (PCR) e compreende uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a circulação cerebral e cardíaca, e garantir a sobrevida do paciente. Para o êxito da RCP, o socorrista deverá estar atento aos pontos essenciais no protocolo de atendimento de paciente com PCR. Este protocolo se compõe de um algoritmo universal simplificado do Suporte básico de Vida para adultos (que é uma sequência lógica e fundamentada de condutas). Neste contexto, o algoritmo é formado pela cadeia de elos de sobrevivência diferenciadas: Cadeia de Elos de Sobrevivência na parada cardiorrespiratória Extra-hospitalar (PCREH) e da intra-hospitalar (PCRIH). Reconhecimento da PCR: O atendimento imediato e o rápido reconhecimento da PCR são fundamentais para o sucesso, devendo sempre suspeitar de uma PCR em casos de pacientes não responsivos, com a ausência de expansão torácica ou de respiração agônica (em Gasping) e ausência de pulso central (carotídeo). A maioria de PCR ocorre em ambiente extra-hospitalar em adultos e, as taxas maisaltas de sobrevivência acontece em pacientes cuja parada foi presenciada por outras pessoas. As principais causas de PCR em adultos são por fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso (TVSP). Nesses pacientes, o procedimento ideal é compressão torácica imediata e a desfibrilação precoce. Ênfase nas compressões torácicas As compressões torácicas devem ser realizadas de frequência de 100 e 120 compressões por minuto, com mínimo de interrupções e retorno completo do tórax. Se a pessoa presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá aplicar RCP somente com as mãos (hands only), com ênfase em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax, ou seguir as instruções do Atendente operador do SME (Serviço Médico de Emergência) e, dar continuidade a essas compressões até a chegada de um DEA (Desfibrilador Externo Automático) ou dos profissionais de SME. A RCP somente com as mãos é mais fácil de ser executadas por um socorrista não treinado e pode ser orientado por telefone por atendentes treinados para dar instruções. RCP Assistida por Atendente (RCPAA): Na atualização da American Heart Association – AHA Guideline 2019, a RCPAA foi incluída ao Suporte Básico de Vida, passando a ser considerada como um elo importante entre a comunidade que presencia PCR e o Serviço Médico de Emergência (SME), sendo também associada a uma melhora no desfecho de casos de parada cardíaca extra-hospitalar (PCEH). Essa RCPAA, feita por atendente devidamente treinado para fornecer instruções de RCP em tempo real às pessoas presentes na cena de uma PCEH, também pode ser chamada de RCP por telecomunicador e RCP por telefone. Suporte Básico de Vida do Adulto Realizada por Leigos Leigos devem imediatamente ligar para o SME, caso encontre uma vítima que não responde, após avaliação da responsividade. As orientações dadas por um atendente do sistema de emergência podem aumentar o desempenho do leigo no atendimento à PCR, orientando-o na identificação da respiração e na realização das compressões torácicas. Caso o socorrista esteja sozinho, ele pode acionar o serviço de emergência por meio do telefone celular, colocando-o no viva-voz para seguir as orientações do atendente. Se o socorrista leigo for treinado e puder realizar compressões torácicas e ventilações, na relação 30 compressões e 2 ventilações, realize-as. Estudos demonstraram que, em PCR prolongada extra-hospitalar, independente da causa, a realização de compressões e ventilações mostraram benefício adicional em relação às taxas de sobrevivência, quando comparado ao atendimento somente com compressões. A sequência do Suporte Básico de Vida é a seguinte: 1) Segurança do Local Certifique se o local é seguro para você e para a vítima, se necessário promova a segurança. A primeira medida a ser adotada é a avaliação da responsividade da vítima. 2) Avalie a Responsividade da Vítima Avalie a responsividade da vítima, chamando-a e tocando-a na região próxima das clavículas (ombros). Se a vítima responder, se apresente e pergunte se ela precisa de ajuda. Se a vítima não responder, chame ajuda imediatamente. Como checar a responsividade em adultos: fazendo estímulo físico (toques) na região próxima das clavículas. Como checar a responsividade em lactentes (bebês): com estímulos plantar (tapinhas na planta dos pés). 3) Chame ajuda: O importante o uso de telefones celulares no acionamento do SME (SAMU, telefone 192 ou 193), não sendo necessário deixar a vítima para acionar o socorro, o que permite iniciar a RCP prontamente. Se não estiver sozinho, peça a uma pessoa para ligar e solicitar um desfibrilados (DEA), enquanto continua o atendimento à vítima. É importante designar pessoas para que realizem essas funções. 4) Verifique o pulso e a respiração: Cheque o pulso carotídeo e a respiração simultaneamente, observando se há elevação do tórax da vítima e se há pulso, em no máximo de 10 segundos. Se a vítima não respirar, ou apresentar gasping e o pulso estiver ausente, inicie RCP. Estudos mostraram que tanto os profissionais da saúde como os socorristas leigos têm dificuldade na detecção de pulso. Para não haver perda de tempo, o socorrista deve iniciar imediatamente as compressões torácicas. Caso a vítima tenha respiração e pulso, fique ao seu lado e aguarde para ver sua evolução e a chegada de outros profissionais de emergência. Se a vítima não estiver respirando ou apresentar somente gasping e pulso, aplique uma ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo frequência de 10 a 12 ventilações por minuto. Cheque o pulso a cada 2 minutos. Se não detectar pulso ou estiver em dúvida quanto a presença ou não de pulso, inicie os ciclos de compressões e ventilações. Para abrir as Vias Aéreas: deve-se realizar uma inclinação da cabeça e elevação do queixo. Afrouxar roupas ao redor do pescoço e do tórax, remover com os dedos em pinça (sem varredura) qualquer objeto que esteja na cavidade oral e que possa obstruir a passagem de ar (prótese móvel, alimento, etc.). 4.1 Inicie Ciclos de 30 Compressões e 2 Ventilações Inicie ciclos de 30 compressões e duas ventilações, considerando que exista um dispositivo de barreira (máscara de bolso/pocket mask) para as ventilações. Se o profissional não possuir máscara de bolso e não se sentir preparado para aplicar as ventilações, ele pode realizar as compressões contínuas de 100 a 120 por minuto. Se houver mais de um socorrista, alterne as funções compressão e ventilação a cada 2 minutos, a fim de manter a qualidade da RCP. A avaliação da circulação é feita por meio de pulsos centrais, palpáveis nas artérias carótida (em adulto) e braquial (em criança). As artérias carótidas encontram-se posicionadas lateralmente à laringe, na depressão formada entre a borda da cartilagem tireoide e a borda do músculo esternocleidomastoideo. A técnica de localização do pulso carotídeo consiste em colocar a polpa digital de 2 dedos (indicador e médio) sobre a proeminência laríngea, deslizando-os até a referida depressão, para o lado onde está o socorrista. Na ausência de pulso carotídeo, constata-se uma parada cardíaca, devendo iniciar, então, as compressões torácicas externas as quais farão com que o sangue circule. O coração será comprimido contra duas superfícies rígidas, o osso esterno e a coluna vertebral, fazendo com que ocorra também um aumento da pressão intratorácica, que é transmitida para a veia cava inferior, melhorando o aporte de sangue venoso. 4.2 Compressões torácicas As compressões torácicas consistem na aplicação de compressões fortes e rápidas, no meio do osso esterno (na linha mamilar). Comprimindo o tórax em uma frequência de 100 a 120 vezes por minuto (mais de uma compressão e descompressão por segundo) de forma ritmada, permitindo que o tórax retorne totalmente a posição normal, após cada compressão (utilizar o mesmo tempo para a compressão e descompressão). Os principais aspectos a serem observados nas compressões torácicas são: frequência, profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima. As publicações das Diretrizes da AHA de 2015 e as Atualizações de 2019 para RCP e ACE continuam a enfatizar a necessidade de uma RCP de alta qualidade, incluindo: Frequência de 100 a 120 compressões torácicas por minuto. Profundidade de compressão de 5 a 6 cm em adulto, e de, no mínimo um terço do diâmetro anteroposterior do tórax, em bebê (4 cm) e crianças (5 cm). Retorno total de tórax após cada compressão. Minimização das interrupções nas compressões torácicas. Evitar ventilações excessivas. 4.2.1 Como realizar as compressões torácicas: Deite o paciente de costas (decúbito dorsal) em uma superfície plana e rígida. Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha melhor estabilidade. Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível),para deixar o tórax livre de roupas (respeitando a privacidade do paciente). Coloque a região hipotenar (calcanhar da mão) de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a (para que não toquem o tórax). Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima (não dobre os braços). Comprima com pressão suficiente para baixar o esterno e comprimir o coração 5 cm a 6 cm (com o peso do seu corpo e não apenas a força dos braços). Faça 30 compressões torácicas Realize 100 a 120 compressões por minuto (frequência das compressões). Permita o retorno completo do tórax após cada compressão (após cada compressão deve-se aliviar totalmente o peso sobre o tórax do paciente, sem retirar as mãos para que as cavidades cardíacas se encham de sangue). Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e compressões de má qualidade. Em crianças (de 1 até os primeiros sinais da puberdade): Comprimir o tórax com uma única mão abaixando 1/3 ou a metade do diâmetro do tórax (5 cm) na frequência de 100 a 120 compressões por minuto. Em lactentes (bebês): Comprimir cerca de 4 cm usando as pontas de dois dedos sobre osso esterno, abaixo da linha dos mamilos e realizar de 100 a 120 compressões por minuto. 4.3 Como devem ser feitas as ventilações: 4.3.1. Abertura das Vias Aéreas: Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, é necessária a abertura de via aérea, que pode ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula. Socorristas leigos podem realizar a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo para vítimas sem suspeita de lesão medular e que se sintam confiantes em realizar ventilações. Caso haja suspeita de trauma, indica-se a imobilização manual da coluna cervical. 4.3.2 Realização das ventilações As ventilações devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para 2 ventilações, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. A hiperventilação é contraindicada, pois pode aumentar a pressão intratorácica, diminuindo a pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e comprometendo a sobrevida. Há ainda o risco de hiperinsuflação gástrica, podendo desencadear vômitos, broncoaspiração e limitação da mobilidade do diafragma. Para as ventilações é indicado que o socorrista utilize dispositivo de barreira, como: máscara de bolso (pocket mask) ou Bolsa-Válvula-Máscara (AMBU). Como realizar ventilações em Adulto: Após as 30 compressões torácicas, abra as vias aéreas com a técnica de inclinação da cabeça e elevação do queixo (paciente sem trauma), feche as narinas da vítima, com os dedos da mão que está na testa, para que o ar não escape. Faça uma inspiração para encher os pulmões de ar; utilize uma máscara de bolso para RCP (pocket mask) com firmeza sobre a boca e nariz da pessoa e ventile 2 vezes seguidas, de forma que o tórax se eleve (essa elevação deve ser visível). Ventilações em lactente (bebê): Coloque a sua boca na boca e no nariz do bebê. Após 30 compressões torácicas, faça 2 ventilações seguidas, com o ar que está na cavidade bucal (quantidade de ar suficiente para apagar uma vela). Ventilação com a Máscara de Bolso: a Pocket Mask Profissionais de saúde e socorristas leigos podem hesitar em realizar ventilações boca a boca, por isso é indicada o uso de uma máscara de bolso (pocket mask) para realização das ventilações. Ventilação com Bolsa-Válvula-Máscara (BVM) O uso da AMBU requer considerável prática e deve ser feito quando há dois socorristas presentes: um responsável pelas compressões e outro por aplicar as ventilações com o dispositivo. Se disponível oxigênio complementar, conecte-o na BVM, assim que possível, de modo a oferecer maior porcentagem de oxigênio para a vítima. Ventilação com Via Aérea Avançada (para profissionais) Quando estiver instalada uma via aérea avançada (intubação endotraqueal, Máscara Laríngea), o primeiro socorrista deve administrar compressões e aplicar uma ventilação a cada 6 segundos - cerca de 10 ventilações por minuto. Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via aérea avançada instalada. 4.3.3 Ventilação em Vítima em Parada Respiratória Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz (gasping) mas que apresenta pulso palpável, encontra-se em parada respiratória. Nesse caso, realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) para vítimas adultas. O pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a parada progrediu para uma PCR, necessitando de RCP. 5) DESFIBRILAÇÃO Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas em Fibrilação ventricular (FV) e Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), que apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hospitalar. A Desfibrilação pode ser realizada com um equipamento manual ou o Desfibrilador Externo Automático (DEA). Este último pode ser utilizado por qualquer pessoa, assim que possível nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV, o coração se encontra altamente propício ao choque. O DEA deve ser utilizado assim que disponível. O equipamento é portátil e capaz de interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de energia e carregar automaticamente, cabendo ao operador apenas pressionar o botão de choque, quando indicado. Recomenda-se que a RCP seja fornecida enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o aparelho esteja pronto para analisar o ritmo. Se o socorrista estiver sozinho, deve parar a RCP para conectar o aparelho à vítima. No caso de haver mais de um socorrista, o segundo manuseia o aparelho e, nesse caso, a RCP só é interrompida quando o DEA emitir um alerta verbal como: “analisando o ritmo cardíaco”, “não toque o paciente” e/ou “choque recomendado, carregando, afaste-se do paciente”. 5.1 Descrição dos passos para utilização do DEA: 1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off (alguns dispositivos ligam automaticamente ao abrir a tampa). Isso ativa os alertas verbais que orientam todas as etapas subsequentes. 2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax despido da vítima, observando o desenho contido nas próprias pás do posicionamento correto. Remover o papel adesivo protetor das pás. 3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao aparelho. 4. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo cardíaco, não toque no paciente”, solicitar a todos que se afastem. 5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: “choque recomendado, afaste-se do paciente”. O socorrista que estiver manuseando o DEA deve solicitar para que todos se afastem. 6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para aplicar o choque, o qual produz uma contração repentina dos músculos do paciente. 7. A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque. A cada 2 minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode indicar novo choque, se necessário. Se não indicar choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, caso a vítima não retome a consciência. 8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o caso. 9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, o socorrista pode lateralizar a vítima, porém deve permanecer no local até que o serviço médico de emergência chegue. Posicionamento anterolateral: remova as roupas e descubra a vítima, coloque uma pá imediatamente abaixo da clavícula direita. Coloque a outra pá ao lado do mamilo esquerdo, com a borda superior da pá alguns centímetros abaixo da axila. Posicionamentoanteroposterior: deixe o tórax livre de roupas. Aplique uma pá do DEA no lado esquerdo do tórax, entre o lado esquerdo do esterno e o mamilo esquerdo, e a outra pá no lado esquerdo das costas, próximo à coluna. Referência Bibliográfica Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. v. 113, n. 3, set 2019. doi: http://www.dx.doi.org/10.5935/abc.20190203 American Heart Association. DIRETRIZES da American Heart Association sobre ressuscitação cardiopulmonar e atendimento cardiovascular de emergência. Currents in Emergency Cardiovascular, 2015. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp- content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf. American Heart Association. Destaques das atualizações direcionadas nas Diretrizes 2019 da American Heart Association para a Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovasculares de Emergência. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2019/11/2019-Focused-Updates_Highlights_PTBR.pdf American Heart Association. Destaques das Diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association. Disponível em: https://cpr.heart.org/-/media/cpr-files/cpr-guidelines-files/highlights/hghlghts_2020eccguidelines_portuguese.pdf Site recomendado: https://ibraph.com.br/ OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA A obstrução das vias aéreas pode ser entendida como toda situação que impeça total ou parcialmente a passagem do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. As vítimas de traumas podem ter as vias aéreas comprometidas por vários mecanismos como: A Inconsciência é a causa mais comum de obstrução das vias aéreas superiores em vítimas com traumatismo. A inconsciência promove o relaxamento da língua que escorrega para a orofaringe (fundo da garganta) da vítima em deitada de costas (decúbito dorsal), impedindo a passagem de ar das vias aéreas superiores para as inferiores. Trauma direto sobre as vias aéreas. Queimaduras em vias aéreas. Corpo estranho em vias aéreas. ENGASGAMENTO Obstrução das vias aéreas por corpo estranho – OVACE https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2019/11/2019-Focused-Updates_Highlights_PTBR.pdf https://ibraph.com.br/ As vias aéreas compreendem os locais que o ar atravessa até chegar aos pulmões: nariz, faringe, laringe, traqueia. A prevenção do engasgo pode ser conseguida por meio de condutas simples: Evite (especialmente crianças) andar, correr, jogar e chorar com pedaços de alimentos ou objetos na boca. Mantenha objetos pequenos (moedas, parte de brinquedos, balões de aniversario etc.) fora do alcance de menores de 05 anos de idade. Sirva alimentos apropriados para a idade e o tamanho da criança, evitando, antes dos 04 anos de idade, amendoim, pipoca, “salgadinhos” e balas. Corte os alimentos, como carnes e salsichas, em pedaços pequenos antes de servi-los. Ensine a criança a mastigar lentamente e a não rir e/ou falar enquanto come. Suspeitar de obstrução das vias aéreas quando a criança subitamente se engasga e começa a tossir. Crianças maiores e pessoas adultas, quando engasgadas, costumam colocar a mão no pescoço. A obstrução pode ocorrer de forma parcial ou de forma completa. 1. Obstrução parcial ou obstrução leve: a vítima consegue tossir e respirar. Nesse caso nenhuma manobra deve ser realizada, mas é essencial levá-la a uma unidade de saúde imediatamente. O que fazer em caso de obstrução parcial: Verifique ou pergunte se a vítima tem condição de falar, tossir, chorar ou se consegue emitir algum som. Em caso afirmativo, não se deve interferir para não agravar a situação (pode haver deslocamento do objeto). Estimule a pessoa a tossir bem forte. Uma vítima engasgada que está tossindo (indica uma obstrução parcial) deve ser estimulada a intensificar a tosse para expelir o corpo estranho. Quando a pessoa está com uma obstrução total das vias aéreas ela tende a levar as duas mãos ao pescoço que é o sinal universal de sufocação (ou sinal de asfixia). 2. Obstrução Completa ou obstrução grave: a vítima não consegue falar, tossir ou respirar e, progressivamente fica com coloração arroxeada e perde a consciência. Se o paciente não consegue falar ou tossir, efetue rapidamente compressões abdominais. As manobras de desobstrução das vias aéreas por corpo estranho têm por objetivo socorrer uma vítima engasgada por um objeto ou pedaço sólido de alimento, ou seja, quando a obstrução é completa. Utiliza-se para a imediata desobstrução das vias aéreas a Manobra de Heimlich. A técnica desenvolvida por Heimlich é o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho (OVACE). Essa técnica foi descrita em 1974, por Henry Helimch (médico Norte Americano), com a finalidade de induzir a uma tosse e expelir o objeto. Sendo indicada para paciente de qualquer idade com obstrução total das vias aéreas. A técnica varia de acordo com a faixa etária. Obstrução total em vítimas consciente (responsivas) Como é feita a manobra de Heimlich em vítimas conscientes: Apresente-se ao paciente e pergunte se ele tem condição de falar. Se ele sinalizar que não, posicione-se atrás dessa pessoa abraçando-a em torno do abdome. Coloque uma das pernas entre as pernas do paciente. Posicione uma das mãos fechada com o polegar encostado no abdome do paciente (entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical). Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos (em J) direcionados para dentro e para cima (como se quisesse levantar a vítima do chão) até que o corpo estranho seja expulso. Repetir a manobra até a desobstrução ou até que o paciente se torne inconsciente. Em crianças com mais de 1 ano de idade até os primeiros sinais da puberdade: posicione-se atrás da vítima, de joelho. Engasgamento em lactentes (bebê menor de 1 ano de idade). Como perceber que o bebê tem um engasgo parcial: Bebê pode estar ofegante e respirando rápido, apresentando agitação, choro ou tosse (pode se apresentar sufocado com falta de ar e com respiração difícil). O que fazer: Mantenha a calma. Segure o bebê em posição confortável virado para você sem sacudi-lo. Deixe que ele chore, pois significa que ele está respirando. Nunca tente retirar o objeto da garganta, pois poderá empurrá-lo ainda mais fundo, agravando a situação. Em caso de bebê com engasgo total: O bebê não consegue tossir ou chorar, os lábios ficam arroxeados, sem ar ele ficar flácido (molinho). O que fazer: Mantenha a calma. Ligue ou peça para alguém ligar imediatamente pedindo ajuda (192 ou 193) e diga o seu endereço completo (rua, número, bairro e cidade). Não tente retirar o objeto da garganta, pois poderá empurrá-lo e agravar a situação. Execute manobras de desobstrução, que são as Manobras de Heimlich. A desobstrução é realizada com cinco tapas com a base da mão sobre a coluna vertebral, entre as escápulas (região interescapular), em seguida vire o bebê de costas sobre o antebraço do socorrista e faça 5 compressões torácicas com 2 dedos no meio do esterno (no meio do tórax) um pouco abaixo da linha mamilar (dos mamilos). A manobra de Heimlich em lactentes é feita da seguinte forma: O socorrista segura o bebê de bruços (barriga par baixo) em seu antebraço (decúbito ventral), mantendo-o com a face voltada para baixo (a mão do socorrista deve dar apoio para a cabeça e a mandíbula do bebê), com o dedo indicador e médio deve manter a boca aberta (dedos em fúrcula, em V). O socorrista deve se sentar para realizar a manobra (para que o braço fique apoiado sobre a coxa), mantendo a cabeça do bebê em um nível discretamente inferior ao tórax. A seguir, aplique com a base da mão (calcanhar da mão), cinco golpes (tapas) no dorso (entre as escápulas). Amanobra deverá ser interrompida assim que o objeto sair. As vezes o objeto pode ser eliminado rapidamente, e a sequência da manobra termina aí. Se o objeto não for expelido, vire o bebê de barriga para cima (mantendo o próprio braço apoiado na perna), em seu antebraço e efetue cinco compressões torácicas com 2 dedos sobre o esterno (no meio do peito), logo abaixo da linha mamilar, até que o objeto seja expelido. Cada compressão deve ser de 4 centímetros de profundidade. Se o bebê chorar, vomitar ou tossir é sinal que desengasgou. Sua cor voltará ao normal Se as vias aéreas continuarem obstruída, o que se recomenda fazer é alternar a sequência de 5 tapas nas costas e cinco compressões torácicas até que o bebê volte a respirar ou até que os profissionais do Serviço Médico de Emergência cheguem ou até que se consiga chegar com ele em um pronto socorro hospitalar. Obstrução total em gestantes e obesos conscientes (responsivos) Em pacientes obesos e gestantes nos últimos meses de gravidez, as compressões são feitas sobre o esterno - compressões torácicas, na linha intermamilar. Não realize compressões sobre o abdome. O que fazer quando a vítima estiver não responsiva (inconsciente): Tanto vítima adulta como criança não responsível: Assim que o paciente de obstrução total (completa) evoluir para a inconsciência, devemos posicioná-lo cuidadosamente em decúbito dorsal em superfície rígida e plana e pedir ajuda, ligando para o 192 e solicitando um Desfibrilador Externo Automático (DEA), esse é o primeiro passo a ser feito. Faça uma inspeção na cavidade oral, se no caso visualizar o corpo estranho, retire-o quando visível (tente retirá-lo com os dedos em forma de pinça). Isso deverá ser feito com muito cuidado para não agravar a obstrução. Verifique, simultaneamente, a respiração (pela expansão torácica) e o pulso carotídeo. E inicie as manobras de Compressão Torácica - RCP (de preferência, seguindo as instruções do atendente do SME, quando não treinado). Verifique se houve expulsão do corpo estranho. Se não ocorreu, deve-se transportar a vítima para o hospital, repetindo a manobra de RCP durante o trajeto. Referência consultada: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. http://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/outubro/26/livro-avancado-2016.pdf DIRETRIZES da American Heart Association sobre ressuscitação cardiopulmonar e atendimento cardiovascular de emergência. Currents in Emergency Cardiovascular, 2015. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015- AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf. American Heart Association. Destaques das atualizações direcionadas nas Diretrizes 2019 da American Heart Association para a Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovasculares de Emergência. SÍNCOPE OU DESMAIO Consiste na perda súbita e temporária da consciência devido à perfusão cerebral inadequada (diminuição de sangue no cérebro), com preservação da respiração e dos batimentos cardíacos. Nem sempre o desmaio ocorre em sua forma completa, podendo a perda da consciência ser parcial (Pré-síncope ou lipotímia). Pode ter origem psicogênica (impactos emocionais, medo intenso) ou por redução aguda, mas transitória, do fluxo sanguíneo cerebral. A Síndrome vasovagal ou Síncope vasovagal causada pela ativação do nervo vago, que desencadeia uma dilatação dos vasos sanguíneos (vasodilatação) e reduz o retorno venoso e reduz o débito cardíaco (frequência cardíaca). Esta síncope vasovagal é conhecida por desmaio comum. Pode ocorrer por redução aguda, mas transitória, de fluxo sanguíneo cerebral ou pode ser de origem psicogênica ou http://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/outubro/26/livro-avancado-2016.pdf vagal, que é tipo mais comum de desmaio (desmaio comum), desencadeada por impacto emocional, visão de sangue, dor intensa, lugar fechado, ambiente quente. Uma das principais características é a rápida recuperação ao se deitar o paciente. Não apresenta risco de vida, em geral dura poucos segundos e raramente prolonga-se por alguns minutos. Ocorre devido a um desvio brusco de sangue para os músculos, em consequência de vasodilatação (queda da resistência periférica). Hipotensão Ortotástica é a queda repentina e rápida de pressão arterial quando o paciente se levanta bruscamente (assume a posição em pé). Causas de Desmaio: 1. Causas Cardíacas Arritmias (frequência cardíaca inferior a 40 bpm ou acima de 180 bpm, com relato de palpitações; Diminuição de débito cardíaco (insuficiência cárdica por infarto do miocárdio); Diminuição da mecânica de retorno venoso; Diminuição do volume sanguíneo. 2. Causas Extracardíacas Hipotensão postural (queda brusca de pressão arterial quando o paciente levanta do leito e assume a posição de pé) ou após exercícios físicos exaustivos, inanição, enfermidade prolongada, desequilíbrio hidroeletrolíticos (perda de água, sódio e potássio). Metabólicas: devido a hipoglicemia (diabéticos com dose de insulina ou hipoglicemiante acima das necessidades) ou por alcalose respiratória por hiperventilação (redução do fluxo sanguíneo cerebral por aumento do fluxo de sanguíneo periférico). Neurogênicas: síncope pós-micção e pós-tosse Obstrução extracardíaca do fluxo de sangue (compressão torácica, tamponamento cardíaco) Desmaio histérico é um tipo de reação de conversão e expresso por linguagem corporal a uma situação inaceitável (queda ao solo com movimentos bizarros, porém sem ferimentos, o que diferencia das crises convulsivas epiléticas). Sinais e sintomas: A perda da consciência pode ocorrer abruptamente ou pode ser precedida de sensação de mal-estar geral, fraqueza (relaxamento muscular), tontura, palidez, sudorese (suor abundante), bocejos, desconforto abdominal ou náuseas. PRÉ-SÍNCOPE O tratamento de primeiros socorros em caso de pré-síncope foi um tópico incluído na atualização direcionada de 2019 da American Heart Association - AHA. Podendo esse atendimento de pré-síncope ser iniciados por qualquer pessoa treinada ou que com as instruções recebidas por um atendente do Serviço Médico de Emergência – SME. A pré-síncope, com sinais e sintomas reconhecíveis antes da perda de consciência, pode durar por alguns segundos antes do início da síncope vasovagal e ortostática. Os sinais e sintomas associados a um desmaio que está prestes a ocorrer (pré-sincope), incluem palidez, sudorese, sensação de desfalecimento, alterações da visão e fraqueza. Em resumo: a pré-síncope ou pré-desmaio é um período durante o qual a intervenção rápida de primeiros socorros pode melhorar os sintomas ou impedir a ocorrência de síncope vasovagal ou ortostática. Essa pessoa deve, como prioridade, manter ou assumir uma posição segura, como deitar. Assim que esta pessoa estiver em uma posição segura, deverá iniciar as manobras de contrapressão física para evitar a ocorrência de uma síncope. Essas manobras são simples e fáceis de serem aplicadas e autoaplicáveis. As manobras de contrapressão física incluem a contração de músculos da parte superior ou inferior do corpo com a finalidade de elevar a pressão arterial e aliviar os sintomas de pré-síncope. Exemplos dessas manobras de contrapressão física incluem cruzamento das pernas com tensão muscular, agachamentos, tensionamento dos braços, preensão manual isométrica e flexão do pescoço. Se estas manobras de contrapressão não melhorarem os sinais e sintomas em 1 a 2 minutos o SME deverá ser acionado O que fazer quando a pessoa estiver apresentando PRÉ-SÍNCOPE: Com o paciente em posição segura. Afrouxe as roupas ao redor do pescoço, tórax e abdome. Mantenha o ambiente arejado e bem ventilado. Oriente o paciente a realizar as manobras de contrapressão física. Em caso de
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