Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sinapses: receptores, neurotransmissores e neuroplasticidade (1oo bilhões de neurônios e fundamentos de neurociências e silverthorn) AS SINAPSES NEURONAIS - as sinapses são de fato a “unidade funcional” do sistema nervoso - uma sinapse é uma comunicação neural, seja entre um neurônio e outro, ou seja, entre um neurônio e uma célula alvo - é preciso, no mínimo, um local receptor de informação, um local de processamento e um local efetor da informação O NEUROTRANSMISSOR - é preciso de um emissor (terminal pré-sináptico) um receptor (terminal pós-sináptico) e uma mensagem (neurotransmissor – o mediador químico) em uma sinapse química. A sinapse será esse local - a fenda sináptica é por onde os neurotransmissores liberados irão se difundir para interagir com os receptores na membrana pós-sináptica - os neurotransmissores podem ser clássicos ou neuromoduladores Critérios para ser um neurotransmissor clássico: - ser sintetizado, armazenado e liberado pelo terminal pré-sináptico - exercer efeito específico na célula pós-sináptica - administração exógena leva ao mesmo efeito - mecanismo específico de remoção da fenda sináptica - poucas moléculas são neurotransmissores clássicos Mecanismo básico de comunicação neural 1: chegada do potencial de ação promovendo despolarização 2: abertura dos canais de cálcio dependente de voltagem 3: o cálcio intracelular nessa região aumentada promove a fusão das membranas das vesículas sinápticas com a membrana da zona ativa (parte vermelha) e exocitose 4: interação ligante-receptor 5: resposta da célula (abertura de canal de sódio/cloreto/potássio/íons, etc.. - o óxido nítrico é um exemplo de neuromodulador. É sintetizado muitas vezes por neurônios pós- sinápticos que interferem no neurônio pré-sináptico e não ficam armazenados, ele já é fundido para uma gama de terminações próximas ao local de síntese, não essa conexão direta do neurônio pré e pós Mecanismos de remoção do neurotransmissor - no geral são recaptados por transportadores específicos da membrana Tipos: 1. Podem retornar aos terminais axônicos para reutilização ou ser transportados para as células da glia 2. O neurotransmissor pode ser quebrado e inativado por enzimas 3. Os neurotransmissores podem difundir-se para outras regiões fora da fenda sináptica. Isso não é exclusivo dos neurotransmissores Neurotransmissores clássicos: Gaba, glutamato, glicina, aspartato (todos derivados de aminoácidos) - quando estocados em vesículas sinápticas e exocitados pela terminação pré-sináptica e quando interagem com seus receptores numa membrana pós-sináptica, exercendo um efeito na célula pós- sináptica, são considerados neurotransmissores. Porém nem todo ácido que está na célula é necessariamente neurotransmissor, pode estar apenas exercendo outra função - uma diferença importante entre Neurotransmissores e Neuromoduladores é que os neurotransmissores são moléculas bem pequenas, sintetizadas no próprio terminal pré-sinaptico e que podem ser novamente preenchidas e reutilizadas dali mesmo. Já os neuromoduladores tem que ser sintetizados no corpo do neurônio e por mecanismos de transporte, vão do corpo neuronal até o terminal pré-sináptico, e não podem ser reutilizados - um mesmo mediador químico pode gerar diversas respostas devido aos diferentes receptores que este pode ter - receptores que são canais de íons (1) são receptores ionotrópicos. Esse é específico para entrada de sódio. Ao abrirmos esse canal e entrar sódio despolarizou o neurônio pós-sináptico, favorecendo o potencial excitatório pós sináptco (PEPS). Porém, se abrirmos o canal de cloreto irá ocorrer hiperpolarização, gerando um potencial inibitório pós-sináptico (PIPS), dificultando a ocorrência do potencial de ação. Outra coisa que hiperpolariza a célula é a saída de potássio, promovendo PIPS - receptores metabotrópicos podem diretamente produzir segundos mensageiros como o AMPc, abrindo, por exemplo, outros canais. Se for de sódio despolariza, abrindo canais de cloreto ou potássio, hiperpolariza. Tudo vai depender do tipo do receptor, qual canal que estará associado a ele, para saber se vai geral PEPS, PIPS, ou se vai agir em outras enzimas intracelulares que vão afetar o metabolismo típico daquele neurônio - VIA DIVERGENTE: um neurônio pode fazer sinapses com vários outros neurônios. Podem ter ramos colaterais axônicos e esses próprios neurônios pós-sinápticos fazerem sinapses com mais uma gama de outros neurônios. O circuito divergente é quando há uma estimulação e há diversas respostas no nosso corpo. É comum acontecer com a ativação do hipotálamo. O hipotálamo participa de processos envolvidos com reprodução, equilíbrio eletrolítico, comportamento motivado, stress, fome e saciedade etc. Então uma vez que é acionada a área hipotalâmica podem ser geradas diversas respostas. - VIA CONVERGENTE: nessa via, informações de diversas áreas chegam para modular a atividade final. É muito típico que aconteça em vias motoras INTEGRAÇÃO SINÁPTICA - Somação temporal: quando um mesmo neurônio recebe estímulo/inibições de “locais diferentes”, seja em tempos iguais ou diferentes, o intervalo de tempo para estes estímulos ou inibições podem se somar para gerar de fato um potencial de ação. Lembrando que devem atingir o limiar mínimo para de fato gerar ou não e para isso acontecer, os 2 devem ser em um intervalo de tempo bem próximo um do outro. Uma vez somados vai ser possível gerar o potencial de ação. - Somação espacial: um único neurônio recebe inúmeras sinapses que podem se ativar ao mesmo tempo, logo, esse neurônio foi ativado nesses diversos pontos ao mesmo tempo. Essas inúmeras sinapses geraram potenciais elétricos suficientes que se somaram (sejam PIPS ou PEPS) para atingir o limiar de membrana para gerar o potencial de membrana. Se atinge o limiar vai ser conduzido o potencial de ação, se não, não será MODULAÇÃO SINÁPTICA - Inibição pré-sináptica: nesse caso, o terminal da célula-alvo está recebendo uma influência de um neurônio inibitório, a nível de terminal pré-sináptico, não liberando o neurotransmissor - Inibição pós-sináptica: a influência será inibitória no terminal pós-sináptico, ou seja,............................? NEUROPLASTICIDADE - de forma geral, são modificações das mais diversas que podem acontecer no tecido nervoso, como por exemplo, a quantidade de sinapses que um neurônio faz, pode alterar o número de dendritos em um neurônio etc. É qualquer alteração morfofuncional no neurônio - Amplificação do sinal neuronal: acontece na aprendizagem. São geradas algumas modificações neurais que fazem com que um mesmo neurônio, quando receba um sinal bem pequeno, seja ampliado, para gerar a mesma resposta caso recebesse um sinal normal, ou ainda, ao receber o estímulo normal, responda de forma melhor ainda. A neuro-sinapse foi otimizada. TRANSMISSÃO SINÁPTICA NORMAL - Sinapse excitatória com o glutamato: o potencial de ação chegou, despolarizou o terminal pré- sináptico e liberou o glutamato. O glutamato tem uma grande afinidade pelos receptores AMPA, que permite a entrada de sódio dentro da célula, que gera os PEPS. Esses PEPS, excitam o neurônio e chegam lá naquela zona de disparo do axônio, promovem o potencial de ação adiante e enfim geram uma resposta pós-sináptica INDUÇÃO DE POTENCIAIS DE LONGA DURAÇÃO - o receptor NMDA, também para glutamato, se ativará e permitirá a passagem de íons quando o sinal elétrico que chega no terminal pré-sináptico é tão intenso e constante que faz com que seja mobilizado muito glutamato das vesículas e muito glutamato seja liberado na fenda sináptica. Se há tanto glutamato o receptor AMPA é muito ativado e entra muito sódio nessa célula e então o tipo de despolarizaçãoé tão intensa que a caga positiva que atinge esse dendrito faz com que o Magnésio que fica preso no receptor NMDA seja expelido para fora. Por consequência, o Cálcio entra no terminal pós-sináptico, se associando a proteínas como a calmodulina. Esse complexo cálcio-calmodulina promove ativação de várias enzimas intracelulares. Ele promove mais intensa abertura dos receptores AMPA, ativa enzimas do tipo tirosina como a tirosina-cinase, ativa fosfocinases e tudo isso promove alterações no terminal pós- sináptico, como uma maior arborização dendrítica, e assim a fortificação da conexão - esse fortalecimento de conexões a longo prazo, a sinapse vai ser melhorada, por exemplo, com a ampliação de receptores do tipo AMPA disponíveis Novos espinhos dendríticos:
Compartilhar