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Parâmetros Curriculares Nacionais Para o Ensino Fundamental e Médio

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Visão geral
	
	Apresentação da disciplina:
	
	Nesta disciplina, você será levado a conhecer alguns documentos importantes que regem o ensino na Educação Básica, sobretudo no Ensino Médio, como as Leis e Diretrizes e Bases, Diretrizes Curriculares Nacionais e principalmente os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Assim, convidamos a você caro(a) colega para trilharmos juntos, discutindo e refletindo sobre os aspectos que perpassam tais documentos, tendo em vista uma nova perspectiva que foi trilhada para o ensino da Educação Básica.
Tenho certeza que a caminhada será bastante promissora
Seja bem-vindo!
	
 
	Objetivos:
	
	- Abordar as Leis e Diretrizes e Bases, principalmente, os níveis de ensino e modalidades;
- Apresentar os aspectos essenciais que perpassam as Diretrizes Curriculares Nacionais;
- Discutir a respeito dos quatro pilares da Educação;
- Discorrer sobre a Base Nacional Comum;
- Abordar as áreas de conhecimento.
	
	Conteúdo Programático:
	
	Unidade 1 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio.
Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental. Reforma Curricular e Organização do Ensino Médio. Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver, aprender a ser.
Unidade 2 – A Base Nacional Comum;
Organização em Áreas de Conhecimento;
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Fundamentos estéticos, políticos e éticos do novo Ensino Médio Brasileiro. Interdisciplinaridade. Contextualização.
	
	Metodologia:
	
	
	Na unidade utilizaremos todos os recursos necessários e disponíveis para o desenvolvimento da discussão do conteúdo, sendo assim, faremos uso de:
· Textos da própria web aula e de outros sites que possam contribuir para a discussão;
· Vídeos que possam esclarecer ou aprofundar determinados conteúdos;
· Fóruns para discussão de tópicos onde seja possível a troca de ideias e conteúdos entre os discentes e docentes;
· Avaliações virtuais onde será realizada a verificação do aprendizado;
· Entre outros recursos que poderão ser utilizados visando maior entendimento da matéria.
	
	
	Habilidades e competências
	
	
	Espera-se que no final do curso os alunos possam:
Conhecer as Leis e Diretrizes e Bases;
Compreender como os Parâmetros Curriculares Nacionais foram formulados.
Entender a importância de conhecer os documentos que regem a Educação Básica.
	
	
 
	Avaliação Prevista:
	
	
	Cada web aula conterá uma avaliação virtual composta de 5 questões (sendo assim, temos 2 web aulas com 5 questões cada). Quando houver fórum de discussão, o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação.
	
	 
	Critérios para Participação dos Alunos no Fórum:
	
	
	Quando houver fórum de discussão, o aluno será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, onde deverá comentar o tópico apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de pós-graduação. Textos apenas concordando ou discordando de comentários de outros participantes do fórum sem a devida justificativa ou complementação não acrescentam em nada ao debate da disciplina, sendo assim, devem ser evitados. Os textos devem sempre vir acompanhados das justificativas para a opinião do discente sobre o conteúdo discutido, para que, assim, possamos dar continuidade ao debate em nível adequado. Além disso, podem ser utilizadas citações de artigos, livros e outros recursos que fundamentem a opinião ou deem sustentação à sua posição crítica sobre o assunto. Deve ser respeitado o tópico principal do fórum, evitando debates que não tem relação com o tema selecionado pelo professor.
	
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO COM ÊNFASE NO ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO
WEBAULA 1
Unidade 1 – Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio
APRESENTAÇÃO
Caro aluno, meu nome é Juliana Fogaça Sanches Simm, sou formada em Letras, especialista em Língua Portuguesa, mestre em Estudos da Linguagem e Doutoranda em Estudos da Linguagem, tendo realizado toda a minha formação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Desenvolvo pesquisas nas áreas dos Estudos Diacrônicos (Históricos) e da Sociolinguística, todas voltadas para o ensino da Língua Portuguesa, tendo como base, principalmente, os Parâmetros Curriculares Nacionais.  
Sou docente nos cursos de Pedagogia e Letras e, além disso, também coordeno um curso de Pós-Graduação: Especialização em Educação a Distância.
Como professora do ensino superior e pesquisadora, recebi o desafio de trabalhar com vocês a disciplina de Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio.
Saiba que será um prazer compartilhar com você um pouco do conhecimento que eu adquiri ao longo de minha vida. Aliás, deixo claro que o saber nunca se esgota. Estamos a todo momento em processo de aprendizado. Aprendemos em sala de aula, na conversa com os amigos, na ida ao supermercado, na fila do cinema, nas leituras que fazemos... aprendemos com nossos pais e também com nossos filhos, com nosso chefe e com nossos funcionários, com os vizinhos... aprendemos nos erros, nos acertos, enfim, sempre aprendemos. Não me refiro somente ao aprendizado dos conteúdos apreendidos em sala de aula, os quais são muito importantes e valiosos para o nosso desenvolvimento, mas sim ao que podemos aprender com os demais.
Tenho certeza que você tem muito a compartilhar comigo: suas experiências, sucessos, fracassos. Então vamos lá, comecemos a partilha! Bom estudo para nós!!!.
A DISCIPLINA
Nesta disciplina, trataremos das principais diretrizes e orientações que devem nortear a prática dos professores do Ensino Fundamental e Médio. Assim, abordaremos alguns pontos que se tornam relevantes tendo em vista esta temática, tais como: As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio; as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental; reforma curricular e organização do Ensino Médio; o aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser; a base nacional comum dessas diretrizes, a organização das diretrizes em áreas de Conhecimento (Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias), fundamentos estéticos, políticos e éticos do novo Ensino Médio Brasileiro, interdisciplinaridade e contextualização.
Desta forma, para iniciarmos a nossa discussão, primeiramente, apresentaremos os níveis e modalidades de ensino propostos pelas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e, posteriormente, explicaremos o que são as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). Em seguida, contextualizaremos os fatores históricos que definem a elaboração dessas diretrizes, tratando, desta forma, de seus antecedentes. Por fim, abordaremos as funções deste documento, além de outros aspectos relevantes que precisam ser conhecidos por todos os professores das diversas áreas que compõem o ensino fundamental e médio.
LEIS E DIRETRIZES E BASES (LDB)
Antes de tratarmos, especificamente, a respeito das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio, é necessário deixarmos claro os níveis de ensino, conforme proposto pelas Leis e Diretrizes e Bases (LDB).
Assim, a educação escolar brasileira compõe-se de dois níveis, conforme o artigo 21 da LDB:
I – Educação Básica: formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio (ciclo I e II);
II – Ensino Superior.
Nesta disciplina, interessa-nos, como o próprio nome apresenta, o ensino fundamental e médio.
O ensino fundamental, de acordo com a LDB, artigo 32, deve ser perpassado pelos seguintes objetivos para a formação básica:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta
a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Importante frisar que, a partir de 2006, a duração do Ensino Fundamental, que anteriormente era de 8 anos, passou a 9 anos. Nesse sentido, o ensino fundamental passou a ter a seguinte divisão:
- Anos Iniciais – o qual compreende do 1º ao 5º ano, sendo que a criança ingressa no 1º ano aos 6 anos de idade.
- Anos Finais – compreende do 6º ao 9º ano.
Já o Ensino Médio, conforme a LDB, em seu artigo 35, possui as seguintes finalidades:
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
1. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
2. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
3. o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
4. a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Cabe salientar que o ensino médio é a etapa final da educação básica e deve durar, no mínimo, três anos.
A LDB, em seu artigo 36,  apresenta ainda algumas diretrizes em relação ao currículo do Ensino Médio que devem ser observadas:
1. destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania.
2. adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
3. será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
Ainda neste artigo, no parágrafo primeiro, o documento prescreve que os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação devem ser organizados de tal forma que, ao final do ensino médio, o educando demonstre:
1. domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
2. conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
3. domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania.
Quanto às modalidades da Educação Básica, temos as seguintes, previstas pela LDB:
Assim, conforme o documento, temos:
→ Educação de jovens e adultos – destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.
A LDB aponta ainda, no artigo 37º, § 1º, que:
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames (BRASIL, 1996).
Nesse sentido, é dever do Estado assegurar a todos, inclusive aos jovens e adultos, o acesso ao ensino. Cabe lembrar que nem sempre foi assim. Anteriormente a LDB, os que almejavam continuar os estudos precisavam recorrer a cursos supletivos particulares, os quais foram se extinguindo após a obrigatoriedade da lei expressa no artigo 37 deste documento.
Ainda em relação a isso, a LDB, no artigo 38º, esclarece que “os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”. Ou seja, os Estados oferecem a EJA, mas isso não impede que instituições particulares também o façam.
O artigo 38 define também a idade mínima para a realização dos exames de conclusão. Assim temos:
Alunos com idade abaixo da estabelecida acima devem frequentar o ensino regular.
Importante frisar que pesquisas mostram que os estudantes desta modalidade são comprometidos e têm plena consciência da importância da educação para as suas vidas, não estando lá apenas por uma obrigatoriedade, mas porque sabem como a educação pode, sim, ser um fator preponderante para buscarem uma mudança na realidade em que estão.
Para ampliar ainda mais a reflexão sobre esta modalidade de ensino, sugiro a leitura do artigo disponível no link: .
Boa Leitura!
Por fim, em relação ao EJA, destacamos que, por meio da  Lei n. 11.741, de 2008, foi incluído na LDB, no artigo 37º, § 3º, que “A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento”. É sobre a Educação Profissional e Tecnológica que trataremos a seguir. Vamos lá?!
→ Educação Profissional e Tecnológica – O artigo 39 da LDB, na redação dada pela Lei n. 11.741, de 2008, aponta que: “A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia”.
O documento explica que os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, acarretando em diferentes línhas e caminhos formativos, é claro, sem deixar também de respeitar e observar as normas  do respectivo sistema e nível de ensino.
No link: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_eja.pdf> você terá acesso às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental! É importante conhecer os aspectos que norteiam este documento.
O § 2o deste artigo traz os cursos que são abrangidos por esta modalidade:
No que diz respeito aos cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação, o § 3o indica que “[...] organizar-se-ão, no que concerne a objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação”.
A lei explica que a educação profissional deve ser desenvolvida em articulação com o ensino regular ou tendo em vista diferentes estratégias de educação continuada, desde que ocorra em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho.
Quanto à avaliação, o artigo 41 esclarece que “o conhecimento tecnológico, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, adquirido na educação profissional e reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos”.
Interessante frisar também que: “As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade”
Cordão (2011, p. 43, grifo nosso) salienta que:
A modalidade da Educação Profissional e Tecnológica conta com um tratamento especial na atual LDB, uma vez que ela atende a dois dos direitos fundamentais do cidadão, que devem ser assegurados ‘à criança  e ao adolescente, com absoluta prioridade’, pela família, pela sociedade e pelo Estado: o direito à educação e o direito à profissionalização. A Constituição Federal brasileira, em seu art. 205, estabelece que ‘a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho’.
Deste modo, é possível observar que a LDB está em consonância com a Constituição Federal Brasileira, principalmente no que diz respeito à prioridade no ensino, assim como o direito que é dado ao cidadão de profissionalizar-se.
Quanto a isso, Cordão (2011, p. 43) enfatiza ainda que:
A LDB, ao reproduzir o mandamento
constitucional, inclui a expressão ‘inspirada nos princípios de liberdade e nos ideiais de solidariedade humana’. Essa ‘qualificação para o trabalho’ ou ‘formação para o trabalho’ objetiva garantir o direito à profissionalização do cidadão trabalhador.
Desta forma, com esses dizeres, o autor corrobora o já dito anteriormente, ou seja, que a todo cidadão deve ser garantido o direito à educação profissional.
No entanto, principalmente no que diz respeito à escola pública, ainda há muito o que se fazer para assegurar a todos o direito à educação escolar, tendo em vista a igualdade de condições, tanto de entrada quanto de permanência no ambiente escolar, assim como garantir à população escolar um ensino gratuito de qualidade, seja qual for o nível de ensino.
Apresentamos a vocês o que as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional traz a respeito da Educação Profissional e Tecnológica. No entanto, é preciso uma reflexão crítica sobre essa modalidade. Assim, proponho a leitura do artigo “A relação da Educação Profissional e Tecnológica com a Universalização da Educação Básica” disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2328100.pdf>.
Assim, é possível observar que o Ensino Médio vem complementar a formação do Ensino Fundamental e deve ter a preocupação com a formação plena do cidadão, tanto para a vida em sociedade, como também para o mercado de trabalho. O poder público, nesse sentido, considera o Ensino Médio essencial para o processo formativo de todos os brasileiros.
OUTRAS MODALIDADES
Ainda em relação às modalidades, é preciso salientar que a LDB atual apresenta outras modalidades, além das que apresentamos, na Educação Básica, de forma transversal: Educação Especial e Educação a Distância.
Em relação à Educação Especial, o artigo 58 da LDB aponta que diz respeito à modalidade de “educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”. Importante apontar que esta redação foi incluida no documento apenas em 2013, por meio da lei n. 12.796.
Quanto à Educação a Distância, o artigo 80 aponta que o poder público incentivará “o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (BRASIL, 1996).
O artigo 80 ainda traz o seguinte:
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público;
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.
Quer conhecer mais sobre os regulamentos da Educação a Distância?
Acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>.
VÍDEO AULA 1
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Cordão (2011, p. 44) explica ainda que além dessas modalidades transversais de educação que vimos acima
[...] o Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos indíos, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas. Para tanto, a União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. Já no que se refere à oferta de Educação Básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região.
Assim, observamos que a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação buscou envolver todas as modalidades e instâncias de ensino, para que todos tenham o direito à educação.
Assista ao vídeo abaixo que traz de forma resumida o que é a LDB e um pouco da história de sua criação:
<https://www.youtube.com/watch?v=fFcgalCaDso>.
Conheça também as Leis de Diretrizes e Bases na íntegra, com modificações realizadas pós 1996:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>.
Vale a pena conhecer este documento!
Cabe destacar ainda que além da LDB, o ensino básico é orientado por outros documentos, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, o Plano Nacional de Educação (Lei n. 10.172/2001), os pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE), entre outros.
Trataremos, agora, mais especificamente, a respeito das Diretrizes Curriculares nacionais.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
Primeiramente, caro aluno, para começarmos a nossa aula, lanço mão das seguintes indagações:
· Você conhece as Diretrizes Curriculares Nacionais?
· Já ouviu falar?
· Sabe para que servem?
VÍDEO AULA 2
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Todo professor, independente da área em que atua, precisa conhecer tal documento, uma vez que traz orientações para o exercício de sua prática.
Este documento traz normas obrigatórias para a Educação básica, as quais devem orientar o planejamento curricular  das escolas e dos sistemas de ensino.
Em parecer do Ministério da Educação do Desporto, datado de 29/01/1998,  sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), temos que:
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Atualmente, existem diretrizes gerais para a Educação Básica. Cada etapa e modalidade da dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) também apresentam diretrizes curriculares próprias. A mais recente é a do Ensino Médio.
Assim, o órgão responsável por conceber e fixar tais normas é o Conselho Nacional de Educação (CNE) que, no parecer  CNE/CEB n. 07/2010, destacou que:
[...] a necessidade de definição de Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica está posta pela emergência da atualização das políticas educacionais que consubstanciam o direito de todo brasileiro à formação humana e cidadã e à formação profissional, na vivência e convivência em ambiente educativo.
Importante frisar também os objetivos apresentados pelo CNE, na resolução n. 4, de 13 de julho de 2010, em relação às Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, ou seja:
1. sistematizar os princípios e as diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola;
2.  estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, a execução e a avaliação do projeto político-pedagógico da escola de Educação Básica;
3. orientar os cursos de formação inicial e continuada de docentes e demais profissionais da Educação Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que
pertençam.
Contudo, é preciso destacar que o principal objetivo das Diretrizes Curriculares Nacionais é o de estabelecer bases comuns, do ponto de vista nacional, para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, assim como para as modalidades que estudamos anteriormente.
Desta forma, as diretrizes visam a promoção da igualdade de aprendizagem, buscando garantir que os conteúdos básicos expostos por elas sejam transmitidos a todos os alunos, levando em consideração, é claro, a realidade da escola, tendo em vista os diversos contextos em que estes estabelecimentos estão inseridos.
E você sabe como e quando se originou este documento? Um pouco de história.
Quanto à origem deste documento, as diretrizes surgiram, principalmente, por força da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que, como já vimos, apontam, no artigo 9, ser dever da União “estabelecer, em colaboração com os estados, Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum”.
Antes mesmo deste artigo, é possível observar que o artigo 4 também já esclarecia que as bases que sustentam o projeto nacional de educação são de responsabilidade do poder público, da família, da sociedade e da escola, os quais devem garantir a todos os educandos um ensino ministrado de acordo com os princípios de:
I - igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e aos direitos;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e das normas dos respectivos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Assim, como já vimos, após a promulgação da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as Diretrizes Curriculares começaram a ser pensadas pelo Conselho Nacional de Educação, pela Câmara de Educação Superior e pela Câmara de Educação Básica, levando a discussão ao Congresso Nacional. Dedicaram-se, assim, a elaboração de normas necessárias à implantação de uma nova estrutura para a educação.
As diretrizes  foram publicadas na seguinte ordem:
1. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – Parecer CNE/CEB n. 04/98, publicada pelo Diário Oficial da União em 15/04/1998;
2. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Etapa final de consolidação da Educação Básica e de preparação para o trabalho e a cidadania do educando. Diz respeito ao parecer CNE/CEB n. 15/98, publicada no Diário Oficial da União em 5/8/98;
3. Diretrizes Currilares Nacionais para a Formação de Professores na Modalidade Normal de Nível Médio – parecer CNE/CEB n. 01/99, Resolução CNE/CEB n. 02/99, publicada no Diário Oficial da União em 23/04/99;
4. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – Parecer CNE/CEB n. 22/98, Resolução CNE/CEB n. 01/99, publicado pelo Diário Oficial da União em  13/04/99. Importante destacar que estas Diretrizes foram complementadas por Diretrizes Operacionais por meio do Parecer CNE/CEB n. 04/2000;
5. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Indígena – Parecer CNE/CEB n. 14/99, Resolução CNE/CEB n. 03/99, publicado pelo Diário Oficial da União em  17/11/99;
6. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Tecnológico - Parecer CNE/CEB n. 16/99, Resolução CNE/CEB n. 04/99, publicado pelo Diário Oficial da União em  22/12/99;
7. Diretrizes Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) - Parecer CNE/CEB n. 11/2000, Resolução CNE/CEB n. 01/2000, publicado pelo Diário Oficial da União em  19/07/2000; (BRASIL, 1996).
Importante frisar que a Indicação CNE/CEB n. 3/2005, assinada pelo então conselheiro da CEB, Francisco Aparecido Cordão, destacou uma revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental, as quais, segundo esta indicação, encontravam-se defasadas e superadas devido aos atos legais e normativos promulgados posteriormente a elas, principalmente em relação à ampliação do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos de duração. Imprescindível.
Deste modo, em 2006 foi acordada a reformulação das Diretrizes pela Câmara de Educação Básica com as entidades: Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, Conselho dos Secretários Estaduais de Educação, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, e entidades representativas dos profissionais da educação, das instituições de formação de professores, das mantenedoras do ensino privado e de pesquisadores em educação.
Deu-se, então, início aos trabalhos de elaboração do Parecer relativo às novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Para isso, foi necessária a constituição de uma comissão que selecionou temas a serem debatidos para embasar a produção deste documento, a qual promoveu uma mobilização de diferentes entidades e instituições educacionais de todo o país, da seguinte forma (BRASIL, 2013):
I – encontros descentralizados com a participação de Municípios e Estados, que reuniram escolas públicas e particulares, mediante audiências públicas regionais, viabilizando ampla efetivação de manifestações;
II – revisões de documentos relacionados com a Educação Básica, pelo CNE/CEB, com o objetivo de promover a atualização motivadora do trabalho das entidades, efetivadas, simultaneamente, com a discussão do regime de colaboração entre os sistemas educacionais, contando, portanto, com a participação dos conselhos estaduais e municipais.
Buscou-se, desta forma, a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais, considerando-se as seguintes ideias-forças na produção do parecer normativo:
I – as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica devem presidir as demais diretrizes curriculares específicas para as etapas e modalidades, contemplando o conceito de Educação Básica, princípios de organicidade, sequencialidade e articulação, relação entre as etapas e modalidades: articulação, integração e transição;
II – o papel do Estado na garantia do direito à educação de qualidade, considerando que a educação, enquanto direito inalienável de todos os cidadãos, é condição primeira para o exercício pleno dos direitos: humanos, tanto dos direitos sociais e econômicos quanto dos direitos civis e políticos;
III – a Educação Básica como direito e considerada, contextualizadamente, em um projeto de Nação, em consonância com os acontecimentos e suas determinações histórico-sociais e políticas no mundo;
IV – a dimensão articuladora da integração das diretrizes curriculares compondo as três etapas e as modalidades da Educação Básica, fundamentadas na indissociabilidade dos conceitos referenciais de cuidar e educar;
V – a promoção e a ampliação do debate sobre a política curricular que orienta a organização da Educação Básica como sistema educacional articulado e integrado;
VI – a democratização do acesso, permanência e sucesso escolar com qualidade social, científica, cultural;
VII – a articulação da educação escolar com o mundo do trabalho e a prática social;
VIII – a gestão democrática e a avaliação;
IX – a formação e a valorização dos profissionais da educação;
X – o financiamento da educação e o controle social (BRASIL, 2013).
O que justificou, sobretudo, a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais gerais foi, como já vimos, a necessidade de acompanhar as modificações ocorridas nas normativas que regem a educação, como a Lei n. 9.475/1997
que alterou o artigo 33 da LDB, apontando para a obrigatoriedade do respeio à diversidade cultural e religiosa do Brasil.
Cordão (2011, p. 45) destaca que:
O Parecer CNE/CEB n. 07/2010 ressaltou que a maior parte dessas modificações tem relevância social, porque propicia a reorganização de aspectos significativos da Educação Básica, em termos de ampliação do acesso das crianças ao mundo letrado, assegurando-lhes outros benefícios concretos que contribuem para o seu desenvolvimento pleno, orientado por profissionais especializados. Nesse sentido, destaca-se que a LDB foi alterada pela Lei n. 10.287/2001 para responsabilizar a escola , o Conselho Tutelar do Município, o juiz competente da comarca e o representante do Ministério Público pelo acompanhamento sistemático do percurso escolar das crianças e dos jovens. Este é, sem dúvida, um dos mecanismos que, se for efetivado de modo contínuo, podem contribuir significativamente para a permanência do estudante na escola.
Nesse sentido, como vimos, é papel de todos acompanhar o percurso escolar da escola, principalmente no sentido de assegurar às crianças o acesso ao mundo letrado.
Por falar em letramento, você sabe diferenciar letramento de alfabetização?
	Quer saber mais sobre Alfabetização e Letramento?
Assista aos vídeos:
<https://www.youtube.com/watch?v=-YP-7l6oAZM>.
<https://youtu.be/0YY7D5p97w4>.
As diretrizes destacam ainda duas esferas importantes: a do cuidar e a do educar.
Para você, educar e cuidar são aspectos indissociáveis?
As Diretrizes (BRASIL, 2013) apontam que as dimensões do cuidar e do educar precisam ser consideradas de forma indissociável, tendo em vista a recuperação destes aspectos considerando a função social da Educação Básica e, principalmente, a sua centralidade, que é o estudante. “Cuidar e educar iniciam-se na Educação Infantil, ações destinadas a crianças a partir de zero ano, que devem ser estendidas ao Ensino Fundamental, Médio e posteriores” (BRASIL, 2013, p. 17, grifo do autor).
O documento aponta ainda que:
Cuidar e educar significa compreender que o direito à educação parte do princípio da formação da pessoa em sua essência humana. Trata-se de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento de todos – crianças, adolescentes, jovens e adultos – com respeito e, com atenção adequada, de estudantes com deficiência, jovens e adultos defasados na relação idade-escolaridade, indígenas, afrodescendentes, quilombolas e povos do campo. Educar exige cuidado; cuidar é educar, envolvendo acolher, ouvir, encorajar, apoiar, no sentido de desenvolver o aprendizado de pensar e agir, cuidar de si, do outro, da escola, da natureza, da água, do Planeta. Educar é, enfim, enfrentar o desafio de lidar com gente, isto é, com criaturas tão imprevisíveis e diferentes quanto semelhantes, ao longo de uma existência inscrita na teia das relações humanas, neste mundo complexo. Educar com cuidado significa aprender a amar sem dependência, desenvolver a sensibilidade humana na relação de cada um consigo, com o outro e com tudo o que existe, com zelo, ante uma situação que requer cautela em busca da formação humana plena (BRASIL, 2013, p. 19).
Assim, tendo em vista o ensino médio, vamos agora abordar, brevemente, questões a respeito das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO
Antes de tratarmos especificamente sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, é preciso salientar que tal documento foi reformulado, tendo em vista o Parecer CNE/CP n. 11/2009, o qual se trata da Proposta de Experiência Curricular Inovadora do Ensino Médio.
Este documento apresenta como justificativa que
O Ensino Médio tem se constituído, ao longo da história da educação brasileira, como o nível de maior complexidade na estruturação de políticas públicas de enfrentamento dos desafios estabelecidos pela sociedade moderna, em decorrência de sua própria natureza enquanto etapa intermediária entre o Ensino Fundamental e a Educação Superior e a particularidade de atender a adolescentes, jovens e adultos em suas diferentes expectativas frente à escolarização (BRASIL, 2009, p. 2).
O parecer destaca ainda que “[...] a identidade do Ensino Médio se define na superação do dualismo entre propedêutico e profissionalizante e que ganha identidade unitária, ainda que assuma formas diversas e contextualizadas” (BRASIL, 2009, p. 2). Nesse sentido, o documento aponta que, para que haja uma base unitária, é preciso articular as dimensões trabalho, ciência, tecnologia e cultura, tendo em vista a emancipação humana, de forma igualitária para todos os cidadãos. Assim:
Por esta concepção, o Ensino Médio deve ser estruturado em consonância com o avanço do conhecimento científico e tecnológico, fazendo da cultura um componente da formação geral, articulada com o trabalho produtivo. Isso pressupõe a vinculação dos conceitos científicos à contextualização dos fenômenos físicos, químicos e biológicos, bem como superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia e entre formação teórica geral e prática técnico-instrumental. (BRASIL, 2009, p. 2).
O documento citado (BRASIL, 2009), desta forma, apresenta algumas conclusões que são prévias às diretrizes de 2011, tais como:
· Na implementação pelas escolas, deve ser estimulada a diversidade de modelos, nas variadas formas, assim como contextualizados com a realidade escolar. Tais modelos devem ser concebidos de forma flexível, atendendo à diversidade de interesses dos variados alunos, porém garantindo a necessária orientação da preparação geral/básica para o trabalho, conforme preconiza a LDB;
· Levar a produção de currículos flexíveis, permitindo caminhos de formação diversificados aos alunos, respondendo, assim, à heterogeneidade e pluralidade da realidade em que estão inseridos, bem como, tendo em vista seus interesses e aspirações;
· Fazer com que os componentes centrais obrigatórios e previstos na legislação e nas normas educacionais sejam promovidos no ensino médio, tendo em vista a flexibilidade e variabilidade, visando ao enriquecimento curricular;
· Orientar, para a concepção de currículo composto por disciplinas e ações, situações e tempos diversos, bem como diferentes espaços intraescolares e da comunidade e de outras instituições que possam intercomplementar o projeto da unidade na realização de atividades educacionais e socioculturais que possibilitem iniciativa, autonomia e protagonismo social.
· Estimular que as escolas cooperem entre si e se intercomplementem, levando, assim, a formação de comunidades interescolares, principalmente para possibilitar aos alunos mais opções para acolher a diversidade de interesses, considerando os componentes flexíveis, os quais devem integrar no mínimo de 20% de atividades optativas.
· Levar à promoção do desenvolvimento integrado, multi e interdisciplinar dos componentes curriculares, considerando as dimensões: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, tendo em vista as áreas de conhecimento indicadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e assumidas pelo Enem.
· Proporcionar que os gestores, professores e demais profissionais da educação tenham acesso à formação continuada, inclusive com capacitação direcionada para a implementação do novo currículo, assim como para o planejamento conjunto interdisciplinar e contextualizador;
· Instigar a elaboração de projetos que contemplem, além do currículo adequado, a infraestrutura necessária à sua aplicação, sendo condizente ao público-alvo, jovens e adultos, com gestores, docentes, técnicos e demais funcionários selecionados e capacitados para construir uma cultura organizacional e pedagógica voltada para a constituição de Escola da Juventude.
Conheça o Parecer CNE/CP n. 11/2009 na íntegra, acessando o link:
<http://www.sinpro-rs.org.br/arquivos/legislacao/Parecer_CNE_CP_11_2009.pdf>.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO (SUBSTITUI PARECER CNE/CEB NO 15/98 E RESOLUÇÃO N. 3/98)
Tendo em vista as finalidades do ensino médio,
definidas a partir do artigo 35 da LDB, já visto anteriormente, é que são elaboradas as DCNEM (Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Estamos falando das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL. CNE/CEB, 2011; 2012). Assim, quanto ao antigo documento e o novo, é importante destacar os dizeres de Ramos (2013, p. 4):
Definidas as finalidades do ensino médio no artigo 35 da LDB, as DCNEM as reiteram, mas o fazem de forma diferenciada das DCNEM anteriores, pois partem de outra base filosófica. Nas primeiras, a educação contribuiria para que as pessoas se adaptassem ao mundo contemporâneo caracterizado pela instabilidade econômica, pela flexibilidade de objetivos pessoais e normas sociais e pela individualização dos projetos de vida. As diretrizes atuais, apesar de reconhecerem que a realidade hoje tem essas características, não as tomam como naturais e entendem que a educação deve contribuir para que as pessoas sejam capazes de compreender tal realidade criticamente e buscar meios para enfrentá-la, visando dar a ela outra direção e sentido.
Assim, as diretrizes anteriores eram mais voltada para o trabalho, já a atual o próprio slogan a define: “ensino médio agora é para a vida”. É sobre estas novas Diretrizes que abordamos aqui.
Logo na introdução das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio são destacados dois aspectos legais: a criação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) e ampliação da obrigatoriedade de escolarização até 17 anos (Emenda Constitucional no 59/2009).
Esses dois aspectos refletem a realidade socioeconômica brasileira que por consequência levam à mudanças em relação à educação. As mudanças nas legislações e a instauração do Fundeb “visam criar condições para que se possa avançar nas políticas educacionais brasileiras, com vistas à melhoria da qualidade do ensino, à formação e valorização dos profissionais da educação e à inclusão social” (BRASIL, 2011).
As Diretrizes destacam ainda que:
Para alcançar o pleno desenvolvimento, o Brasil precisa investir fortemente na ampliação de sua capacidade tecnológica e na formação de profissionais de nível médio e superior. Hoje, vários setores industriais e de serviços não se expandem na intensidade e ritmos adequados ao novo papel que o Brasil desempenha no cenário mundial, por se ressentirem da falta desses profissionais. Sem uma sólida expansão do Ensino Médio com qualidade, por outro lado, não se conseguirá que nossas universidades e centros tecnológicos atinjam o grau de excelência necessário para que o País dê o grande salto para o futuro. Tendo em vista que a função precípua da educação, de um modo geral, e do Ensino Médio – última etapa da Educação Básica – em particular, vai além da formação profissional, e atinge a construção da cidadania, é preciso oferecer aos nossos jovens novas perspectivas culturais para que possam expandir seus horizontes e dotá-los de autonomia intelectual, assegurando-lhes o acesso ao conhecimento historicamente acumulado e à produção coletiva de novos conhecimentos, sem perder de vista que a educação também é, em grande medida, uma chave para o exercício dos demais direitos sociais (BRASIL, 2011, p. 145).
Deste modo, tendo em vista o contexto apresentado acima, a discussão sobre a educação no Brasil tem destacado, sobretudo, o Ensino Médio, visto que “sua estrutura, seus conteúdos, bem como suas condições atuais, estão longe de atender às necessidades dos estudantes, tanto nos aspectos da formação para a cidadania como para o mundo do trabalho” (BRASIL, 2011). A partir dessas discussões, foram elaboradas propostas de mudanças, visando a melhoria da qualidade da educação nesta modalidade. 
Nesse sentido, tendo em vista o panorama apresentado, é fato que novas exigências educacionais são necessárias para acompanhar a realidade do país. A aceleração da produção de conhecimentos, a ampliação do acesso às informações, a criação de novos meios de comunicação e as alterações do mundo do trabalho, assim como as mudanças de interesse das “juventudes” são, portanto, fatores que justificam tais mudanças no ensino médio.
O documento aponta, portanto, que:
É expectativa que estas diretrizes possam se constituir num documento orientador dos sistemas de ensino e das escolas e que possam oferecer aos professores indicativos para a estruturação de um currículo para o Ensino Médio que atenda as expectativas de uma escola de qualidade que garanta o acesso, a permanência e o sucesso no processo de aprendizagem e constituição da cidadania. Desse modo, o grande desafio deste parecer consiste na incorporação das grandes mudanças em curso na sociedade contemporânea, nas políticas educacionais brasileiras e em constituir um documento que sugira procedimentos que permitam a revisão do trabalho das escolas e dos sistemas de ensino, no sentido de garantir o direito à educação, o acesso, a permanência e o sucesso dos estudantes, com a melhoria da qualidade da educação para todos. (BRASIL, 2011, p. 149-150)
As diretrizes (BRASIL, 2011) discorrem também a respeito do Direito à Educação, apresentando-o como um direito social, uma vez que é a educação escolar é um fator necessário da cidadania e para as práticas sociais. O documento esclarece ainda que a na Constituição Federal existe a Emenda n. 59/2009, que assegura Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, significando, assim, que, regularizado o fluxo escolar no Ensino Fundamental, o Ensino Médio também estará incluído na faixa de obrigatoriedade, constituindo-se em direito público subjetivo.
É preciso esclarecer, no entanto, que estas são metas instituídas pelo Ministério da Educação por meio do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE):
Com prioridade na Educação Básica de qualidade, o PDE assume uma concepção sistêmica da educação e o compromisso explícito com o atendimento aos grupos discriminados pela desigualdade educacional. Além disso, propõe envolver todos, pais, estudantes, professores e gestores, em iniciativas que busquem o sucesso e a permanência na escola. Para a implementação dessas medidas, o PDE adotou como orientação estratégica a mobilização dos agentes públicos e da sociedade em geral, com vistas à adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, a ser viabilizado mediante programas e ações de assistência técnica e financeira aos Estados e Municípios. (BRASIL, 2011).
Assim, foram estabelecidas 20 metas pelo Projeto de Lei que cria o novo PNE, a serem alcançadas pelo país de 2011 a 2020. Segundo as Diretrizes (BRASIL, 2011, p. 150-151), dessas metas, as que são voltadas diretamente ou que têm relação com o Ensino Médio são:
I - Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85%, nesta faixa etária.
II – Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
III – Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de Educação Básica.
IV – Atingir as médias nacionais para o IDEB já previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
V – Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.
VI – Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos na forma integrada à Educação Profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
VII – Duplicar as matrículas da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, assegurando a qualidade da oferta.
VIII – Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da Educação Básica possuam formação específica
de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
IX – Formar 50% dos professores da Educação Básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.
X – Valorizar o magistério público da Educação Básica a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
XI – Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.
XII – Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.
XIII – Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Segundo Ramos (2013), é importante destacar que, considerando a filosofia adotada pelas novas diretrizes, o ensino médio deve buscar formar o cidadão tendo em vista múltiplas dimensões que desenvolvam o desenvolvimento de todas as suas potencionalidades, ou seja, físicas, intelectuais, sensíveis, dentre outras.
A partir do desenvolvimento dessas potencionalidades, os alunos passam a ter condições de elaborar projetos, conseguindo realizá-los no encontro entre vida pessoal e vida social.
Nesse sentido, para que isso seja possível, o aluno deve ser levado a se compreender como um ser histórico, social e cultural, e “a sociedade como produto de nossas ações e de nossas lutas que, por sua vez, se fazem no confronto entre interesses e necessidades distintas de grupos sociais” (RAMOS, 2013, p. 4).
A formação ocorre, desta forma, em todas as direções, tendo assim o caráter omnilateral. Considerando esta formação a autora destaca que:
O Currídulo pensado nessas bases é uma relação entre partes – conjunto de atividades escolares como disciplinas, conteúdos e métodos de ensino; atividades e abordagens científicas, tecnológicas, corpóreas, culturais etc; interações entre educadores, entre estudantes e entre eles – e a totalidade da vida social que, por sua vez, se estrutura pela relação entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Nesses termos, o currículo organiza os conteúdos de ensino e desenvolve o processo de ensino-aprendizagem de forma que os conhecimentos sejam apreendidos como sistema de relações históricas e dialéticas dessa mesma totalidade. Esta concepção compreende que as disciplinas escolares são responsáveis por permitir apreender os conhecimentos já construídos em sua especificidade conceitual e histórica; ou seja, como as determinações mais particulares dos fenômenos que, relacionadas entre si, permitem compreendê-los (RAMOS, 2013, p. 5, grifo nosso).
Busca-se, deste modo, destacar o trabalho interdisciplinar para atingir a totalidade apontada no documento, bem como uma abordagem historicizada, para que os alunos compreendam as razões sociais que “levaram ao desenvolvimento de determinados conhecimentos, técnicas, tecnologias normas, valores, expressões artísticas que dão vida e identidade aos grupos sociais e à sociedade como um todo, num determinado tempo e espaço” (RAMOS, 2013, p. 5).
Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema, leia o artigo:
"A era das diretrizes': a disputa pelo projeto de educação dos mais pobres", escrito por Maria Ciavatte e Marise Ramos.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v17n49/a01v17n49.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2017.
Boa Leitura!
OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO
Vamos agora começar a tratar dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, os PCN1 (2000), os  quais destacam, logo no início, considerações oriundas da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, incorporadas nas determinações da Lei n. 9.394/96, ou seja,
a) a educação deve cumprir um triplo papel: econômico, científico e cultural;
b) a educação deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.
Assim, destacamos esses quatro alicerces ou pilares da educação, ou seja:
1. Você deve estar se perguntando: Por que a professora não acrescentou um “s” na sigla PCN? Eu respondo: Por que PCN é a sigla, como já viram, de Parâmetros Curriculares Nacionais, cujas palavras já estão no plural. Por este motivo, segunda a Gramática Normativa, não haverá razão lógica para acrescentar um esse (-s) a essa sigla.
Os quatro alicerces (ou pilares) foram pensados, em 1993,  pela “Comissão Internacional de Educação para o século 21”, criada pela Unesco e presidida por Jacques Delors. O grupo que formava esta comissão tinha como objetivo refletir sobre os desafios que a educação enfrentaria nos anos adiante, tendo em vista a valorização do conhecimento, que vinha crescendo a cada ano, assim como  a sua estreita relação com o desenvolvimento das nações. O principal assunto abordado nesta discussão foi a universalização e democratização do acesso ao conhecimento. Como resultado, elaborou-se um relatório, conhecido como “Relatório Delors”, o qual é composto de sugestões e recomendações, as quais vêm servindo de parâmetro para a elaboração de demais documentos sobre educação pelo mundo.
Conheça mais sobre Jacques Delors no link: .
Assim, apresentamos abaixo, o que representa cada um desses pilares.
Pistas e recomendações
• A educação ao longo da vida baseiase em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
• Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos, ou seja: aprender a aprender, para beneficiarse das oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida.
• Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e adolescentes, seja espontaneamente na sequência do contexto local ou nacional, seja formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
• Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e prepararse para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
• Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal. Com essa finalidade, a educação deve levar em consideração todas as potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão para comunicarse.
(BRASIL, 2010).
	Assistam a estes dois vídeos sobre os 4 pilares da educação:
<https://www.youtube.com/watch?v=Mb0Bf2omASc>.
<https://www.youtube.com/watch?v=33xwSfscfYY>.
Espero que gostem!
Para finalizar nossos estudos nessa web aula, assista aos vídeos a seguir sobre os quatro pilares da Educação, por Rubem Alves:
	4 pilares segundo Rubem Alves
Vale a pena assistir:
Aprender a aprender
< https://www.youtube.com/watch?v=zoLoInHvkFQ >.
Aprender a fazer
<https://www.youtube.com/watch?v=hHXky5ILlMc >.
Aprender a conviver
<https://www.youtube.com/watch?v=kjkJJi4ukB8 >.
Aprender a ser
<https://www.youtube.com/watch?v=ykTVjILFy-I >.
Você conhece o educador Rubem Alves?
Quer saber quem é ele?
Acesso o link: <http://www.rubemalves.com.br/>.
Lá você conhecerá um pouco da vida deste importante educador, suas obras, premiações, dentre outros aspectos interessantes! Vale a pena conferir!
Agora que já leu o material e assistiu aos vídeos, vá ao fórum e faça sua contribuição, tendo em vista as seguintes questões:
Discuta
FÓRUM:
Discuta com os seus colegas sobre os documentos apresentados nesta Web Aula: LDB, pareceres, Diretrizes, etc. Você já conhecia o teor de algum deles? Por que é importante conhecê-los? Qual aspecto, na sua opinião, você destacaria?
Espero que esta discussão seja bastante produtiva!
BRASIL. CNE/CP N. 11 2009.  Proposta de experiência curricular inovadora do Ensino Médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1685&Itemid=>. Acesso em: nov. 2013.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 5/2011. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Dsiponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=8016&Itemid=>. Acesso em: nov. 2013.
BRASIL. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Brasília, jun. 2010.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI.  Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc59.htm>. Acesso em: nov. 2013.
BRASIL. Lei 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796.htm>. Acesso em: nov. 2013.
BRASIL. Lei n. 11.741, de 16 de julho de 2008. Altera dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11741.htm>. Acesso em: nov. 2013.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 26 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: nov. 2013.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
BRASIL. Parecer CNE/CP n. 11/2009. Proposta de experiência curricular inovadora do Ensino Médio. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=3905&Itemid=.>. Acesso em: nov. 2013.
CORDÃO, Francisco Aparecido. As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e suas implicações na Educação Profissional Técnica de Nível Médio. B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 37, n. 3, set./dez.2011.
RAMOS, Marise. Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Salto para o futuro, ano 23, set. 2013. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/164727EE_EnsinoMedio.pdf>. Acesso em: nov. 2013
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica: 2004.
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO COM ÊNFASE NO ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO
WEBAULA 1
Unidade 2 – Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio
Caro aluno,
Dando continuidade à disciplina, vamos tratar nesta web aula sobre os seguintes assuntos: Base Nacional Comum; Organização, dos PCN, em Áreas de Conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Trataremos também sobre os fundamentos estéticos, políticos e éticos do novo Ensino Médio Brasileiro, bem como abordaremos a interdisciplinaridade e a Contextualização.
Vamos lá!
A BASE NACIONAL COMUM
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apresentam, em seu texto, uma discussão sobre a Base Nacional Comum. Assim, apontam que o artigo 26 da Lei n. 9.394/96,  tendo em vista a Educação Básica, determina que os currículos, tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio, sejam elaborados com uma Base Nacional Comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela (Art. 26) (BRASIL, 1996).
Destaca-se, quanto a Base Nacional Comum, o fato do ensino médio ter a dimensão de preparar o aluno para prosseguir nos estudos. Nesse sentido, o educador deve trabalhar tendo em vista a construção de competências e habilidades básicas.
Quanto à formação dos alunos, a Base Nacional Comum é composta de duas dimensões:
A Base Nacional Comum contém em si a dimensão de preparação para o prosseguimento de estudos, “e não o acúmulo de esquemas resolutivos pré-estabelecidos, seja o objetivo do processo de aprendizagem” (BRASIL, 2000a, p. 16). Quanto a isso, o documento, ou seja, os PCN, apresentam o seguinte exemplo:
É importante, por exemplo, operar com algoritmos na Matemática ou na Física, mas o estudante precisa entender que, frente àquele algoritmo, está de posse de uma sentença da linguagem matemática, com seleção de léxico e com regras de articulação que geram uma significação e que, portanto, é a leitura e escrita da realidade ou de uma situação desta. Para tanto, deve-se entender que a linguagem verbal se presta à compreensão ou expressão de um comando ou instrução clara, precisa, objetiva (BRASIL, 2000a, p. 16-17).
A dimensão de preparação para o trabalho tem como perspectiva, como o próprio nome aponta o trabalho. Assim, deve-se tratar o objeto (o conteúdo de estudo) como um instrumento  para solucionar problemas concretos. O documento explica bem esta dimensão ao expor que:
Esta dimensão tem que apontar para que aquele mesmo algoritmo seja um instrumento para a solução de um problema concreto, que pode dar conta da etapa de planejamento, gestão ou produção de um bem. E, indicando e relacionando os diversos contextos e práticas sociais, além do trabalho, requer, por exemplo, que a Biologia dê os fundamentos para a análise do impacto ambiental, de uma solução tecnológica ou para a prevenção de uma doença profissional. Enfim, aponta que não há solução tecnológica sem uma base científica e que, por outro lado, soluções tecnológicas podem propiciar a produção de um novo conhecimento científico. (BRASIL, 2000a, p. 17).
Nesse sentido, os conteúdos abordados devem levar em consideração a realidade social na qual estamos inseridos. Como já havia afirmado no início desta disciplina, minha formação é em Letras. Uma das disciplinas que eu leciono é justamente sobre os Fundamentos e as Metodologias para o Ensino de Língua Portuguesa. Ao abordar como ensinar a língua, um dos aspectos que eu sempre ressalto é o fato da língua não ser um simples objeto que o aluno precisa dominar para ter um bom desempenho na prova. Não! É preciso levar em conta as dimensões aqui vistas. Utilizamos a língua a todo momento e, porque não, no mundo do trabalho: para conseguir uma boa vaga de emprego; para argumentar; para reivindicar os nossos direitos; para expor pensamentos, sentimentos; enfim, para tudo precisamos da língua e, por isso, tais dimensões são fundamentais para não cairmos na mesmice, no ensino
tradicional em que não levava o aluno a refletir sobre as finalidades e usos da língua.
Isso pode, contudo, ser ampliado a todas as discipinas, ou seja, conforme apontam as orientações dos PCN (2000), e de acordo com tais dimensões, é preciso ter em vista as funcionalidades dos contéudos abordados, considerando, é claro, que a base científica é necessária para que se chegue à soluções de problemas, assim como, os problemas (as soluções) podem gerar conhecimento científico.
Os PCN (BRASIL, 2000a, p. 17) ressaltam, desta forma, que:
Essa educação geral, que permite buscar informação, gerar informação, usá-la para solucionar problemas concretos na produção de bens ou na gestão e prestação de serviços, é preparação básica para o trabalho. Na verdade, qualquer competência requerida no exercício profissional, seja ela psicomotora, socio-afetiva ou cognitiva, é um afinamento das competências básicas. Essa educação geral permite a construção de competências que se manifestar-se-ão em habilidades básicas, técnicas ou de gestão.
Assim, o porquê de uma Base Nacional Comum? Eis alguns aspectos importantes (BRASIL, 2000a):
• Destina-se à formação geral do educando;
• Assegura que as finalidades propostas em lei, bem como o perfil de saída do educando sejam alcançadas de forma a caracterizar que a Educação Básica seja uma efetiva conquista de cada brasileiro;
• Garantia de democratização, por meio do desenvolvimento de competências e habilidades básicas comuns a todos os brasileiros;
• Possibilidade de avaliar todos tendo em vista tais bases comuns:  “A definição destas competências e habilidades servirá de parâmetro para a avaliação da Educação Básica em nível nacional” (BRASIL, 2000a, p. 17).
Um ponto importante a destacar é que, embora os conteúdos tenham que seguir esta base comum, o próprio documento, ou seja, os PCN (BRASIL, 2000a) prevêm também que as escolas devem atentar-se para seus currículos de forma que respeitem suas características regionais, culturais, sociais e econômicas.       
Assim, temos:
· Base Nacional Comum - a qual garante uma unidade nacional, para que todos os estudantes tenham acesso aos conhecimentos mínimos necessários ao exercício da cidadania. Ela é, desta forma, uma dimensão obrigatória dos currículos nacionais.
· Parte Diversificada – como já dito, os currículos precisam ser perpassados, obrigatoriamente, por conteúdos complementares, tendo em vista a realidade regional e local da instituição escolar, tendo, deste modo, a escola autonomia para incluir temas de interesse da comunidade no currículo.
Quanto às áreas em que a Base Nacional Comum está organizada, são três:
De acordo com o artigo 26 da LDB, estas áreas são obrigatóricas na Base Nacional Comum. Assim, como já vimos, o documento apresenta a obrigatoriedade de
[...] estudos da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil, o ensino da arte [...] de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos, e a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola (BRASIL, 1996).
Interessante destacar tal integração em áreas, pois, segundo o documento (BRASIL, 2000a) isso visa que o currículo seja planejado e desenvolvido a superar a organização por disciplinas estanques, revigorando assim a integração e articulação dos conhecimentos, num processo contínuo de interdisciplinaridade e transdiciplinaridade.
Saiba mais sobre interdisciplinaridade, lendo o artigo “Interdisciplinaridade: origem, conceito e valor, disponível em: .
O texto é bastante interessante, pois apresenta uma contextualização histórica de como era o ensino no século XIX, por disciplinas, e a relevância atual de um trabalho interdisciplinar!
Leitura recomendadíssima!
E transdisciplinaridade? Você sabe o que é?
Transdisciplinaridade é um nome bem grande para uma ideia complexa, mas não complicada.
A ideia básica da transdisciplinaridade é que na vida, a realidade não é fragmentada, dividida em disciplinas.
Por exemplo, você já viu alguma parte da sua vida onde a língua portuguesa, por exemplo, mora? Onde só existem conteúdos da área de português???
A língua está presente na hora em que compramos frutas na feira, mas ela não está sozinha lá. Está intimamente interligada às pessoas que fazem a feira, aos seus contextos sociais, às frutas e seus sabores, seus valores nutritivos, está ligada à forma particular dos feirantes se comunicarem, aos números matemáticos, etc…
Ou seja, não é  possível, na vida real, separarmos a língua de qualquer outra disciplina.
Assim podemos também pensar a respeito das demais disciplinas. A linguagem não existe se não comunica exatamente o que as outras disciplinas possuem de conteúdos ou os nossos sentimentos, pensamentos e impressões.
Na vida real as disciplinas nunca estão separadas, fragmentando a realidade. Por isso a vida é bela! Cheia de significados que atribuímos a cada momento, na interação com nosso ser interior, com as pessoas em geral, com o ambiente físico e a natureza.
Adaptado de: <http://transdisciplinaridade.wordpress.com/2011/03/18/o-que-e-transdisciplinaridade/>.
Saiba mais sobre transdisciplinaridade, lendo o artigo “O que é Transdiciplinaridade” de Akiko Santos, disponível em:
<http://www.ufrrj.br/leptrans/arquivos/O_QUE_e_TRANSDISCIPLINARIDADE.pdf>.
Sugiro também que assista ao vídeo abaixo que trata também sobre a transdisciplinaridade:
<https://www.youtube.com/watch?v=POvrDyZl_p4>.
Destacamos ainda que, segundo os PCN (BRASIL, 2000b) está proposta de organização dos conteúdos aparece no Art. 36 da LDB que indica que o currículo do ensino médio deverá observar as seguintes diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos.
(Não incluímos os § 2º e 4º, visto que foram revogados por meio de lei federal)
Os PCN (BRASIL, 1996) citam ainda o artigo 35 da LDB:
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Os parâmetros destacam ainda que o fato de ser uma base comum, não indica que o currículo deva ser inflexível, ou seja:
[...] a Base Nacional Comum não pode constituir uma camisa-de-força que tolha a capacidade dos sistemas, dos estabelecimentos de ensino e do educando de usufruírem da flexibilidade que a lei não só permite, como estimula. Essa flexibilidade deve ser assegurada, tanto na organização
dos conteúdos mencionados em lei, quanto na metodologia a ser desenvolvida no processo de ensino-aprendizagem e na avaliação (BRASIL, 2000a, p. 18).
Destacamos ainda que o fato dos contéudos serem organizados por áreas, não leva o ensino dos conteúdos específicos a serem eliminados, pelo contrário, devem constituir-se em um processo global com várias dimensões articuladas.
Tratamos até então dos aspectos legais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio), ou seja, abordamos a parte I (Bases Legais) deste documento. A seguir, apresentaremos discussões a respeito das demais áreas e partes que compõem os PCN, ou seja:
· Parte II – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
· Parte III – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias;
· Parte IV – Ciências Humanas e suas Tecnologias.
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Para iniciar esta parte, solicito que, por favor, assistam ao vídeo abaixo, no qual tratarei sobre alguns aspectos que perpassam as orientações dos PCN para o trabalho com a linguagem:
Vídeo Aula 3
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Ao longo desta abordagem, vocês observarão que nos aprofundaremos um pouco mais, já que a linguagem, por sua própria natureza, é transdisciplinar, envolvendo não só a disciplina de Língua Portuguesa, mas todas as demais, já que utilizamos a língua para ler, nos comunicar, interpretar, agir sobre o outro, argumentar, etc.
Logo de início, os PCN (BRASIL, 2000b, p. 5) apontam que:
Não há linguagem no vazio, seu grande objetivo é a interação, a comunicação com um outro, dentro de um espaço social, como, por exemplo, a língua, produto humano e social que organiza e ordena de forma articulada os dados das experiências comuns aos membros de determinada comunidade linguística.
Destacamos um aspecto essencial apontado nesses dizeres, ou seja, que o grande objetivo da linguagem é a interação. Isso tem relação com a concepção de linguagem adotada pelo documento, sugerindo-se, assim, que pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem a adotem.
VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA A PALAVRA CONCEPÇÃO?
Para apresentarmos a você a definição adequada da palavra, recorremos ao dicionário Houaiss (2009) que define concepção como: “Faculdade ou ato de apreender uma ideia ou questão, ou de compreender algo; compreensão, percepção; modo de ver ou sentir, ponto de vista; entendimento”. Assim, concepção de linguagem está ligada à forma da pessoa entender a linguagem, ou seja, como ela a percebe, qual o ponto de vista a respeito das questões ligadas a linguagem. E como pode ser formada essa concepção em um indivíduo?
Isso irá depender dos seguintes fatores:
- Da formação do indivíduo: os estudos e as teorias a que teve acesso determinado sujeito poderão influenciar na forma como ele percebe a linguagem. Isso, com certeza, influenciará também a sua prática como professor.
- Do senso comum: nem sempre os indivíduos são perpassados por teorias e, consequentemente, suas percepções a respeito de determinado assunto e, nesse caso, sobre a linguagem acaba sendo o resultado das várias impressões que vai adquirindo em seu dia a dia. Talvez por isso, quando surge uma polêmica sobre assuntos relacionados ao ensino de Língua Portuguesa, todo mundo se ache no direito de dar a sua opinião, já que todos são falantes dessa língua.
De qualquer forma, independente do fator, é fato que existam várias formas de conceber a linguagem. Isso, consequentemente, leva a inúmeros debates, principalmente, em relação ao ensino de Língua Portuguesa: questiona-se como ensinar a norma padrão, discute-se o não uso do vernáculo pelos alunos, além de reflexões levantadas sobre o que deve ser ensinado.
Questiona-se, sobretudo, o ensino dos conteúdos gramaticais, levando, desde então, a um movimento de revisão crítica desta prática, uma vez que a abordagem puramente gramatical não tem feito os alunos atingirem resultados satisfatórios em relação ao uso da língua.
Geraldi (1984) afirma que a atividade adotada pelo professor em sala de aula é articulada por uma opção política “que envolve uma teoria de compreensão e interpretação da realidade – com os mecanismos utilizados em sala de aula” (GERALDI, 1984, p. 40).
A opção política do professor determina toda a metodologia que fundamenta sua aula como os “conteúdos ensinados, o enfoque que se dá a eles, as estratégias de trabalho com os alunos, a bibliografia utilizada, o sistema de avaliação, o relacionamento com os alunos” (GERALDI, 1984, p. 40), enfim, tudo o que corresponde às atividades concretas desenvolvidas pelo professor. E isso vale, não somente para a área da Linguagem, mas para todas as outras áreas.
Para facilitar a escolha de qual postura o professor deseja adotar, Geraldi (1984) propõe duas questões básicas que devem ser previamente consideradas pelo educador antes de este assumir uma concepção de ensino-aprendizagem: “para que ensinamos o que ensinamos? E sua correlata: para que os alunos aprendem o que aprendem?” (1984, p. 40).
Com vistas a responder a esses questionamentos, o professor deve ter consciência de sua postura educacional e adotar uma concepção de linguagem de acordo com a metodologia que deseja assumir.
Segundo Geraldi (1984, p. 41), existem três concepções de linguagem:
A linguagem é a expressão do pensamento: essa concepção ilumina, basicamente, os estudos tradicionais. Se concebemos a linguagem como tal, somos levados a afirmações – correntes – de que pessoas que não conseguem se expressar não pensam.
A linguagem é um instrumento de comunicação: essa concepção está ligada à teoria da comunicação e vê a língua como código (conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor certa mensagem. Em livros didáticos, é a concepção confessada nas instruções ao professor, nas introduções, nos títulos, embora em geral seja abandonada nos exercícios gramaticais.
A linguagem é uma forma de interação: mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, a não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não preexistem à fala.
VÍDEO AULA 4
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Abordaremos, aqui, a terceira concepção, ou seja, a linguagem é uma forma de interação, visto que esta é a atualmente defendida pelos PCN.
LINGUAGEM COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO
A última concepção, a qual defendemos, vê a linguagem como processo de interação, privilegiando o coletivo. Nessa concepção, o indivíduo não somente traduz e exterioriza um pensamento, ou transmite informações, mas sim realiza ações, age, atua sobre o interlocutor.
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2007) explicam o processo de mudança na concepção de linguagem adotada pelos documentos oficiais da educação, inclusive, é claro, os PCN. Segundo esse documento:
A partir de 1980, os estudos lingüísticos mobilizaram os professores para a discussão e o repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão sobre o trabalho realizado nas salas de aula. É dessa época o livro O texto na sala de aula, de João Wanderley Geraldi, que marcou as discussões sobre o ensino de Língua Portuguesa no Paraná. (PARANÁ, 2007).
Quer conhecer um pouco mais sobre João Wanderley Geraldi?
Leia a texto “João Wanderley Geraldi, um pesquisador fora das paredes de um aquário”.
Disponível em:
<http://www.discursividade.cepad.net.br/EDICOES/06/Arquivos/EntrevistaGeraldi.pdf>.
O documento expõe que essas reflexões fizeram-se presentes na reestruturação, na década de 1990, do Currículo Básico do Paraná, bem como dos demais documentos que tratam-se do ensino da língua portuguesa, como, o qual “[..] fundamentou-se em pressupostos coerentes com a concepção dialógica e social da linguagem, delineada

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