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MODULO 3 - DA PREVENCAO POLÍTICA DE ATENDIMENTO ENTIDADES DE ATENDIMENTO DOS CONSELHOS

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15/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/9
 
DA PREVENÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente traz inúmeras normas para prevenir a violação dos direitos da criança e do
adolescente, mesmo porque, como já vimos, consagra o princípio da proteção integral e orienta a sua aplicação a
toda criança e todo adolescente em qualquer situação em que se encontrem.
Isso levou o legislador do ECA a tratar da matéria atinente à prevenção sob dois enfoques: o da prevenção geral
nos arts. 70 a 73 e o da prevenção especial nos artigos 74 ao 75.
A prevenção se baseia nos seguintes princípios:
· princípio da cooperação: é dever de todos prevenir a violação dos direitos da criança e do
adolescente;
· Princípio da responsabilidade: todos aqueles que descumprirem as normas de proteção estarão
sujeitos à responsabilidade civil, penal e administrativa, dependendo do caso concreto.
O artigo 70 do Estatuto da Criança e do Adolescente insere uma norma genérica. Trata-se da “prevenção geral”,
ou seja, dispõe que a ninguém é dado eximir-se do dever de prevenir a ameaça ou a violação dos direitos da
criança e do adolescente.
O legislador estatutário, ao abordar a matéria relativa aos direitos referentes à informação, à cultura, ao lazer, aos
esportes, às diversões e aos espetáculos, procurou regulamentá-los, de singela, no capitulo da “prevenção
especial”, previsto nos artigos 74 a 85, deixando a cargo dos operadores da lei o mister de valerem-se dos
princípios norteadores da doutrina da proteção integral e dos demais dispositivos constitucionais e
infraconstitucionais em vigor, especialmente aqueles contidos no próprio Estatuto, para complementar a
regulamentação de eventual omissão da legal.
Acesso aos espetáculos e diversões públicas – embora a CF/88 garantiu a liberdade de expressão e vedou
todo e qualquer tipo de censura, este posicionamento não deve ser confundido com uma liberalidade, quanto ao
que será proporcionado às crianças e adolescentes no tocante a diversões, espetáculos e informações a que
venham a ter acesso, tanto que a própria Constituição nos institui regras e princípios norteadores com o propósito
de restringir as atividades mencionadas (arts. 220 e 221).
O ECA, ao regulamentar a matéria, praticamente repete o texto dos dispositivos constitucionais acima
mencionados (arts. 74 e 75). No caput do artigo 74 dispõe a Lei, em consonância com o § 3º do artigo 220 da CF,
que caberá ao Poder Público, por meio do órgão competente regulamentar as diversões e espetáculos públicos,
informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não recomendem, locais e horário em que sua
apresentação se mostre inadequada.
Atualmente, a lei federal que trata desta matéria é a Lei n. 10. 359/2001, que somente entrou em vigor em 30 de
junho de 2004, por meio da redação dada pela Lei n. 10.672/2003.
Referida lei tratou de duas situações distintas, pois, ale de prever a necessidade da prévia classificação indicativa a
ser estabelecida pelo Poder Executivo (art. 3º), ainda, determina que os aparelhos de televisão produzidos no
território nacional deverão dispor, obrigatoriamente de programas transmitidos pelas emissoras, concessionárias e
permissionárias de serviços de televisão, inclusive por assinatura e cabo (art. 1º).
Dispõe, ainda, em seu artigo 75 que, as crianças menores de 10 anos somente poderão ingressar nos locais de
diversões e espetáculos públicos acompanhadas dos pais ou responsáveis, sendo, porém, livre o ingresso de
crianças maiores de 10 anos, mesmo desacompanhadas, a esses locais adequados a sua faixa etária. A
inobservância desse artigo acarreta as penalidades previstas, conforme o caso concreto, dos artigos 255 e 258 do
Estatuto da Criança e do Adolescente.
No artigo 78, o ECA determina que a comercialização de revistas e publicações que contenham material
impróprio ou inadequado para crianças e adolescentes, algumas determinações devem ser respeitadas: 
a) serão comercializadas em embalagens lacradas, com advertência sobre seu conteúdo;
b) as revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter material ou anúncio de
bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da família e da
sociedade;
c) mensagens pornográficas ou obscenas devem ser protegidas com embalagem opaca.
O artigo 81 do Estatuto da Criança e do Adolescente traz um rol de produtos considerados nocivos e cuja
venda é proibida à criança e ao adolescente: armas, bebidas, fogos, revistas impróprias, bilhetes lotéricos e
produtos que possam causar dependência (exemplo: cigarro). Vejamos:
Especificamente, com relação à venda de armas, munições e explosivos para menores, prevista artigo 81, I, a
razão desta proibição não se fundamenta somente no fato de que, hoje, este tipo de conduta se constitui num tipo
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penal, previsto na Lei n. 10.826/2003, mas sim em decorrência do risco que esta conduta causa àquele que traz
consigo este tipo de material, sem as devidas cautelas.
Com relação ao inciso II, do artigo 81, ciente dos malefícios causados pelo uso indevido e excessivo de bebida
alcoólica, o legislador proibiu a sua venda ás crianças ou aos adolescentes. O descumprimento deste inciso leva à
aplicação das penalidades previstas no artigo 243 do ECA.
O inciso III, por sua vez, proíbe a venda de produtos cujos componentes possam causar dependência química ou
psíquica às crianças ou adolescentes (Lei de Tóxicos n. 11.343/2006). O descumprimento deste dispositivo conduz
à aplicação do disposto no artigo 243 do ECA.
 O Estatuto da Criança e do Adolescente também prevê a proibição de hospedagem de criança e de
adolescente (art. 82), salvo quando acompanhados dos pais ou responsáveis ou autorizados por eles. Finalidade
maior consiste em criar obstáculos à prostituição infantojuvenil e impedir aos filhos menores evadirem-se da
residência dos pais, por conta da facilidade de ter um local onde possam pernoitar, sem o conhecimento daqueles.
A autorização prevista nesse dispositivo não se reveste de formalidades. Todavia, é evidente que esta deva ser
subscrita pelos pais ou responsáveis de maneira a conferir uma certeza de que, realmente foram eles que
expressaram o consentimento, restando vedada a autorização oral.
È permitida à criança viajar acompanhada por ambos os pais, para qualquer local no território brasileiro. Caso
esteja acompanhada apenas por um dos pais que lhe detenha a guarda, não precisa de autorização do outro
genitor, na forma do artigo 83, § 1º, b do ECA.
Contudo, se a viagem da criança ocorrer desacompanhada, esta dependerá de autorização judicial. Todavia, o
legislador, objetivando facilitar o trânsito de crianças, flexibilizou esta regra ao dispensar a autorização do
magistrado nas situações a seguir. Vejamos:
1.º) em se tratando de comarcas contíguas do mesmo Estado ou região metropolitana; 2.º) com parentes
ascendentes ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco; 3º) pessoas
maiores de idade, devidamente autorizadas pelo pai, mãe ou responsável.
Viagens ao exterior de criança e de adolescente: segundo o artigo 84 a criança ou adolescente somente
poderá viajar para fora do país, mediante autorização judicial, exceto nas duas situações previstas no citado artigo,
ou seja, quando acompanhados de ambos os pais ou responsável ou na companhia de um deles, autorizado
expressamente pelo outro, ou por meio de documento com firma reconhecida. 
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
A lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – após tratar, na Parte Geral, dos direitos fundamentais
da criança e do adolescente, esmiuçando o comando constante do artigo 227caput da CF/88, indica os mecanismos
legaisdestinados a promoção desses direitos, inaugurando a Parte Especial, com a exposição de normas sobre as
quais deverá se assentar a nova política de atendimento.
A política de atendimento compreende-se como o conjunto de instituições, princípios, regras, objetivos e metas
que dirigem a elaboração de planos destinados à tutela dos direitos da população infanto-juvenil, permitindo,
dessa forma, a materialização do que é determinado, idealmente, pela ordem jurídica.
O estudo da atual política de atendimento, em nível infraconstitucional, deve ser iniciado pelo artigo 86 do ECA,
segundo o qual assegura que:
“a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto
articulado de açõe governamentais e não governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios”.
Assim, ao lado do Poder Público, colocam-se as organizações do terceiro setor, cuja atuação deverá ocorrer de
forma articulada e integrada com os órgãos governamentais, a fim de evitar sobreposição ou contradição entre
ações.
Segundo o artigo 87 do ECA as linhas de ação da política de atendimento são: políticas sociais
básicas; serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de
prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; dentre outras.
No artigo 88 do Estatuto, encontramos as diretrizes da política de atendimento: municipalização do
atendimento, criação do conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-adminsitrativa; manutenção
de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
adolescente etc.
 
 
ENTIDADES DE ATENDIMENTO
 
Logo após o delineamento das normas gerais que regulam a nova política de atendimento, O Estatuto da Criança e
do Adolescente no Capitulo II do Título I da Parte Especial, regulamentou AS ENTIDADES DE ATENDIMENTO.
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 A Técnica legislativa é justificável, na medida em que são tais entidades responsáveis pela execução dos
programas e projetos concernentes às políticas especialmente voltadas à infância e à adolescência.
 Tais políticas compõem as linhas de ação indicadas no artigo 87 do ECA e são compreendidas,
genericamente, com o conjunto de ações destinadas ao amparo de crianças e adolescentes que, em razão de
situação específica de vulnerabilidade social, são credores de estratégias de atuação que extrapolam as
possibilidades de ação eficaz das políticas básicas.
 Suas estratégias se voltam a programas de atendimento, que têm como público-alvo ora crianças e
adolescentes em situação de risco que, razão desta circunstância, são destinatários de programas de proteção, ora
adolescentes envolvidos na prática de atos infracionais, incluídos programas voltados a execução de medidas
socioeducativas determinadas judicialmente, observadas as normas procedimentais nos artigos 171 a 190 do ECA.
 Segundo o artigo 90 do ECA, as entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados à
criança e adolescentes, em regime de: “orientação e apoio sociofamiliar, apoio socioeducativo em meio
aberto, colocação familiar, acolhimento institucional, prestação de serviço à comunidade, liberdade
assistida, semiliberdade e internação” (grifo nosso).
 A primeira possibilidade consiste no atendimento das crianças, adolescentes e suas respectivas famílias em
regime de orientação e apoio familiar (art. 90, I), que compreende a intervenção técnica de assistentes sociais,
psicólogos, médicos, entre outros, na família, afim de identificar as suas fragilidades e, em seguida, apontar aos
seus membros os caminhos para a superação.
 O segundo regime de atendimento mencionado na lei consiste no apoio sócioeducativo em meio aberto (art.
90, II). Oferecem como apoio à criança ou adolescente, por exemplo, reforço escolar, oferta de cursos de
profissionalização, assim como a promoção de atividades esportivas e culturais.
 A colocação familiar (art. 90, III) tem como público alvo crianças e adolescentes privados, temporária ou
definitivamente, de convívio familiar. Enquadram-se nesta modalidade os programas que têm como estratégia de
ação o acolhimento de crianças ou adolescentes em famílias previamente cadastradas e preparadas para tanto,
como forma de transição à reinserção familiar ou à colocação em família substituta.
 Por acolhimento institucional (art. 90, IV) compreende-ser o regime de atendimento voltado ao acolhimento
provisório de criança ou adolescente, em entidade de atendimento, quando constatada a necessidade de
afastamento do convívio com a família ou comunidade de origem, por meio da aplicação da medida protetiva
homônima (art. 101, VII do ECA), até que seja viabilizada a sua reinserção familiar ou a sua colocação em família
substituta.
 A prestação de serviços à comunidade, a liberdade assistida, a semiliberdade a internação têm
como público alvo adolescentes envolvidos na prática de ato infracional, funcionando como estrutura de
retaguarda para as medidas socioeducativas homônimas, enumeradas no art. 112, III a VI do ECA.
 As entidades de atendimento podem ser governamentais ou não governamentais, conforme tenham a
natureza jurídica de pessoa jurídica – ou órgão – de direito público ou de pessoa jurídica de direito privado,
devendo observar, quando da sua constituição, as regras gerais de Direito Administrativo e de Direito Civil, valendo
destaque, neste último caso, para as determinações dos arts. 44 a 69 do Código Civil.
 Mas, qualquer que seja a sua natureza, tais entidades devem ter seus respectivos programas, com a
indicação do regime de atendimento, registrados junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CMDCA), conforme determina o § 1º do artigo 90 do ECA.
O Conselho Municipal dos Direitos (CMDCA) é órgão deliberativo e controlador das ações que compõem a política
de atendimento infantojuvenil, e também a função de avaliar e monitorar as ações executadas por tais entidades,
daí a regra no sentido de que os programas já inscritos e em execução deverão ser reavaliados, no máximo, a cada
2 anos. (art. 90, § 3º e incisos do ECA).
No tocante as entidades de atendimento não governamentais somente funcionarão de forma regular caso efetuem,
além da inscrição de seus programas, o seu registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, conforme determina o artigo 91 do ECA.
O parágrafo único do artigo 91 ainda fixa critérios mínimos sobre os quais deverá pautar-se o Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente quando da avaliação da possibilidade ou não do registro das entidades
não governamentais.
O registro das entidades terá validade máxima de 4 anos, cabendo ao Conselho dos Direitos da Criança e do
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observando-se os mesmos critérios
estabelecidos para a concessão do primeiro registro (art. 90, § 2º).
Cabe esclarecer que a inserção de criança e adolescente em ambiente distinto de sua família natural por meio de
inclusão em programa de acolhimento institucional ou familiar é medida de exceção e provisória, portanto
deverá permitir o crescimento saudável desses menores e o fortalecimento de sua estrutura psíquica e emocional.
Para tanto, o ECA enumerou no artigo princípios e critérios dos quais tais entidades não podem prescindir, no
desenvolvimento de suas atividades.
Dispõe o artigo 92 que: “as entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou
institucional deverão adotar os seguintes princípios:15/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
II- integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural
ou extensa;
III- atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV- desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
V- não desmembramento de grupos de irmãos;
VI- evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes
abrigados;
VII- participação na vida da comunidade local;
VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX- participação de pessoas da comunidade no processo educativo”.
Não obstante, o controle exercido pelos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente quanto ao
registro e á inscrição dos programas executados pelas entidades de atendimento, tais instituições, por força do
disposto no artigo 95 do ECA, estão sujeitas à fiscalização do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Conselhos Tutelares.
As entidades de atendimento que recebem verbas públicas têm a obrigação, consoante determina o artigo 96 do
ECA, de apresentar os seus planos de aplicação e as respectivas prestações de contas aos entes federativos
responsáveis pelo repasse das verbas.
Segundo dispõe o artigo 97 do ECA: “são medidas aplicáveis às entidades de atendimento que
descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
dirigentes ou prepostos:
I- às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II- às entidades não governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro....”
 
 Essa norma é complementada, quanto às entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
ou institucional, pelo § 6º do art. 92, segundo o qual “o descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente
de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem
prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal”.
 Quanto às entidades de atendimento que desenvolvam programas destinados aos adolescentes em
conflito com a lei, se aplica as novas regras estabelecidas na Lei n. 12.594/2012, a qual ratifica as medidas
previstas no artigo 97 do ECA em caso de desrespeito, mesmo que parcial, ou do não cumprimento integral das
diretrizes e determinações ali contidas.
 Frise-se, por fim, que a responsabilização decorrente do descumprimento das obrigações específicas,
constantes da normativa estatutária e normas regulamentares, por óbvio, não exclui a responsabilidade civil das
pessoas jurídicas de direito público e das organizações não governamentais pelos danos que seus agentes
causarem às crianças e aos adolescentes, notadamente, quando constatado o descumprimento dos princípios que
norteiam suas atividades (art. 97, § 2º do ECA).
 
CONSELHOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
 A Instituição dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, determinada pela Lei n. 8069/90
(ECA) como uma das diretrizes da política de atendimento, teve como objetivo materializar aquela ultima diretiva,
sendo tais órgãos legítimos instrumentos de democracia participativa na matéria infantojuvenil.
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 Os Conselhos dos Direitos da Criança foram idealizados pelo legislador infraconstitucional no art. 88, II do
ECA, como detentores da missão institucional de deliberar, bem como controlar as ações da política de
atendimento nas esferas federal, estadual e municipal; devem, portanto, ser criados por todos os entes
federativos.
 Definição: Os conselhos dos direitos da criança e do adolescente são referidos no artigo 88, II do ECA,
como “órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação
popular paritária, por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais, e
municipais”.
 São os referidos Conselhos importante inovação, e as pessoas que o compõem, peças fundamentais na
garantia da participação da sociedade na construção de uma política de atendimento que, concretamente, assegure
absoluta prioridade e proteção integral ao segmento infantojuvenil.
 Não é por outro motivo que o artigo 89 do ECA estabelece que “a função de membro do Conselho
Nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada
de interesse público relevante”. O mesmo dispositivo legal, na parte final, proíbe expressamente a
remuneração dos conselheiros de direitos, em razão do caráter eminentemente político e transitório das atividades
por este exercidas, impedindo, assim, a utilização da função como forma de garantia de sustento de seus
componentes.
 Segundo artigo 88, II, caberá a lei de criação do Conselho (de iniciativa do Poder Executivo, artigo 61, § 1,
“e”, da CF) delinear a composição do colegiado.
 O procedimento para escolha dos membros dos Conselhos dos Direitos, notadamente, das entidades
representativas da sociedade civil, também deverá ser esmiuçado na lei específica de criação.
 Nos artigos seguintes, entramos disposições a respeito do registro e a inscrição dos programas e a inscrição
das entidades de atendimento não governamentais. (arts. 90 e seguintes, do ECA).
 
 
DO CONSELHO TUTELAR
 
 O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
para zelar pela proteção dos direitos da criança e do adolescente. (Art. 131, do ECA).
 Cada Município deverá, obrigatoriamente, ter pelo menos um Conselho Tutelar, sendo facultativa a criação
de mais de um Conselho Tutelar. É, portanto, do Município, por meio de lei de iniciativa do Poder Executivo, a
competência para instituição do conselho tutelar, assim para a determinação das normas de caráter especial
atinentes ao órgão. (art. 134, do ECA)
 Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do
Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, os quais é assegurado o
direito a:
I – cobertura previdenciária;
II- gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
III- licença maternidade;
IV- licença-paternidade;
V- gratificação natalina.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e a remuneração e formação continuada dos
conselheiros tutelares.”
 O artigo 132 do ECA, dispõe que cada Conselho Tutelar é composto por cinco membros escolhidos pela
comunidade local, para o exercício de 4 anos consecutivos, permitida uma única recondução. (esse prazo foi
ampliado com o advento da Lei n. 12.696/2012)
O artigo 133 apresenta requisitos mínimos para o exercício da função de conselheiro. Devem gozar de
reconhecida idoneidade moral, ter idade superior a 21 anos e residir do Município.
A regra geral para à escolha dos conselheiros tutelares, seguiu o legislador estatutário a mesma linha traçada da
definição das normas norteiam a estruturação do órgão: fixou o mínimo exigível na lei federal, deixando a cargo da
legislação municipal suplementá-la, em atenção ao interesse local.
Quanto ao processo de escolha dos conselheiros, a regra geral vem prevista no artigo 139 do ECA e parágrafos,
que determina o seguinte:
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“Art. 139. O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar do Conselho Tutelar será
estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subseqüente
ao da eleição presidencial.
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subseqüente a escolha.
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de
pequeno valor”.
 
 ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR
 
 As atribuições do Conselho Tutelar estão previstas no artigo 136 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Exemplificando, abaixo relacionamos algumas delas:
· realizar o atendimento da criança e do adolescente que estiverem em situação de risco ou que
praticarem ato infracional;
· aplicar medidas de proteção à criança e ao adolescente previstas no artigo 101, incisos I a VII, do
Estatuto da Criança e do Adolescente, e ainda, providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judicial. Ressalte-se que o Conselho Tutelar não pode colocar o menor em família substituta, pois esta
medida especificamente depende de decisão judicial;
· atendimento e aconselhamento dos pais ou responsáveis;
· aplicar medidas para os pais ou responsáveis previstas no artigo 129, incisos I a VII, do Estatuto
da Criança e do Adolescente. A respeito de pais ou responsáveis, o Conselho Tutelar não pode determinar
perda da guarda, destituição da tutela e suspensão ou destituição do pátrio poder, visto serem medidas de
exclusiva aplicação judicial em procedimento contraditório;
· requisitar serviços públicos para o cumprimento das suas deliberações (exemplos: serviço médico-
hospitalar, transporte etc.);
· representar ao Poder Judiciário no caso de descumprimento injustificado de suas deliberações;
· encaminhar ao Ministério Público notícia de infração penal ou administrativa contra os direitos da
criança ou do adolescente, para que se tomem as medidas cabíveis;
· encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
· expedir notificações, requisitar certidões de nascimento e de óbito do menor;
Pelas atribuições do Conselho Tutelar verifica-se o importante papel que tem na política de atendimento à criança e
ao adolescente, pois será em razão da participação, eficiência e interesse de seus membros que poderemos ter ou
não o funcionamento e aplicação dos programas previstos e das diretrizes estabelecidas pelo Estatuto.
 
Exercício 1:
Quanto aos Conselhos tutelares (CTs), assinale a opção correta.
A)
os CTs são órgãos contenciosos não jurisdicionais, encarregados de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança
e do adolescente, particularmente por meio de aplicação de medidas especiais de proteção a criança e
adolescentes com direitos ameaçados ou violados e por meio de aplicação de medidas especiais a pais ou
responsáveis.
B)
os CTs são entidades de proteção responsáveis pelo planejamento e pela execução de programas de proteção e
socioeducativos destinados a crianças e adolescentes.
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C)
Somente o CT tem competência para apurar os atos infracionais praticados por adolescente, aplicando medidas
específicas de punição, previstas em lei, a serem cumpridas segundo requisções do CT.
D)
Além das atribuções previstas no ECA, os CTs podem instituir novas atribuições em regimento interno ou em atos
administrativos de quaisquer outras autoridades.
E)
Verificada a prática de ato infracional, cabe aos CTs aplicar e executar as medidas socioeducativas de advertência,
prestação de serviços à comunidade e internação em estabelecimento educacional à criança e ao adolescente
infratores.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 2:
Os dirigentes de estabelecimento de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus tratos envolvendo seus alunos; 
II - elevados níveis de repetência;
III - indisciplina por parte dos alunos.
A)
todas as alternativas estão corretas.
B)
apenas o item I está correto
C)
os itens II e III estão corretos
D)
apenas o item II está correto
E)
os itens I e II estão corretos
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 3:
As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
A)
por quem tenha legítimo interesse
B)
por autoridade policial, a pedido de quem tenha legítimo interesse
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C)
por conselheiro de direitos da criança e do adolescente, a pedido de quem tenha legítimo interesse
D)
pelo Prefeito Municipal, a pedido de quem tenha legítimo interesse
E)
pela autoridade judiciária, a pedido de quem tenha legítimo interesse
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 4:
As entidades que atendem em regime de abrigo
A)
só poderão abrigar Crianças e Adolescentes com prévia determinação das autoridade competente 
B)
só poderão abrigar Crianças e Adolescentes vítimas de maus tratos
C)
poderão, em caráter excepcional e de urgência, abrigar Crianças e Adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação
do fato até o segundo dia útil imediato
D)
só podem abrigar crianças a adolescentes do mesmo sexo
E)
só podem abrigar crianças a adolescentes da mesma faixa etária
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Exercício 5:
Considerando as assertivas, seungo dispõe o ECA:
I. A colocação familiar (art. 90, III) tem como público alvo criança e adolescente privados, apenas
definitivamente do convívio familiar.
II. As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar
como um de seus princípios o atendimento personalizado e em pequenos grupos.
A)
I e II estão corretas
B)
I e II estão incorretas
15/09/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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C)
I é correta e a II é incorreta
D)
I é incorreta e a II é correta
E)
N.D.A
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Exercício 6:
Segundo o ECA, considere as assertivas:
I. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como
pelo planejamento e execução de programas de proteção socioeducativas destinados à criança e ao
adolescente.
II. A prestação de serviços à comunidade, à liberdade assistida, à semiliberdade e a internação têm
como público alvo adolescentes envolvidos na prática de ato infracional.
A)
I e II estão corretas
B)
I e II estão incorretas
C)
I é correta e a II é incorreta
D)
I é incorreta e a II é correta
E)
N.D.A.
Comentários:
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