Buscar

ALTERAÇOES LOCAIS E SISTÊMICAS DO TRAUMA CIRÚRGICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
Uma cirurgia é considerada um trauma para 
nosso corpo. 
Os componentes biológicos do trauma: 
- Primários: ação de forças físicas sobre os 
tecidos. Exemplo, bisturi na pele, a força de 
um cinto de segurança no tórax em uma 
colisão entre outros. 
-Secundários: são as reações de adaptação 
ou complicações das alterações induzidas 
pelos componentes primários, ou seja, são as 
consequências que o trauma gerou. exemplo: 
pneumotórax, derrame pleural. 
- Associados: não acontecem diretamente em 
reposta ao trauma em si, seja primário ou 
secundário, mas influenciam as respostas a 
ele. Esses fatores vão influenciar em uma 
maior demora em passar a fase aguda e 
consequentemente uma maior demora para 
chegar a fase crônica. 
 
• componentes primários 
> lesão de tecidos: característico de 
traumas cirúrgico, pode ser simples ou mais 
profunda. Exemplo: incisão, tração de 
tecidos entre outros. 
>lesão de órgão especifico: perda parcial ou 
total da função do órgão. 
 
• componentes secundarias 
> Alterações endócrinas 
> Alterações hemodinâmicas 
> Infecções 
> Falências orgânicas 
 Essas alterações podem ser 
causadas por traumas diretos ou não. 
 
• componentes associados 
> Alterações do ritmo alimentar 
> Imobilização prolongada 
> Perdas hidroeletrolíticas extras renais 
> Doenças intercorrentes 
 
RESPOSTA ENDÓCRINA, 
METABÓLICA E IMUNOLÓGICA 
AO TRAUMA 
Após passar pelo trauma, o corpo humano vai 
gerar respostas endócrinas, metabólicas e 
imunológicas. 
- O REMIT é um fenômeno metabólico, 
hormonal e imunológico que vai ocorrer no 
corpo após uma lesão, seja cirúrgica 
(planejada) ou um trauma (não planejado). 
- O organismo humano irá liberar e 
hormônios e mediadores como água e glicose, 
na tentativa de “reagir” à lesão provocada. 
Isso ocorre porque o corpo humano busca a 
homeostase (equilíbrio). 
 
• anabolismo: construção de estoque 
-O anabolismo ocorre no dia a dia. 
✓ formação de insulina, que é o principal 
hormônio anabolizante. 
✓ formação de estoque (glicogenogênese 
e tecido gorduroso) 
2 
 
 
• catabolismo: quebra de estoque 
- Vai ter o consumo do estoque e pode 
começar até antes do trauma. 
✓ paciente em jejum->hormônios contra 
insulínicos provoca catabolismo. 
✓ glicogenólise- estoque total de 
glicogênio se esgota em cerca de 48h 
de jejum, quando o corpo começa a 
mobilizar o estoque proteico. 
- Pode-se dizer que o corpo se autoflagela 
para evitar perdas futuras. 
✓ o paciente que permanece em jejum 
tem a necessidade de formação de 
mais glicose -radicais não glicídicos: 
Gliconeogênese 
✓ catabolismo proteico: glutamina e 
alanina (ciclo de felig) – balanço 
nitrogenado negativo 
✓ catabolismo gorduroso: ác. Graxos e 
glicerol – substrato energético por até 
uma semana. 
✓ após o consumo de glicogênio, a 
próxima reserva a ser consumida é a 
muscular. 
 
• lactato 
- É considerado como um ciclo da glicose, é 
uma forma de armazenamento. 
- Proveniente principalmente da utilização de 
glicose em um sítio traumático-“nova” glicose 
no fígado- ciclo de Cori. 
- O músculo e a gordura se transformam em 
lactato e vão para o fígado para produzir 
glicose. 
 
O que acontece no trauma? 
-REMIT-> catabolismo (liberação dos 
hormônios contra insulínicos). 
 
Trauma (incisão cirúrgica) -> vai ativar as 
fibras aferentes do SNC, principalmente o 
sistema autônomo, com isso, irá ter uma 
mobilização para disponibilizar glicose pois 
tem um aumento da demanda metabólica, 
com esse aumento, irá acontecer a liberação 
de hormônios contra insulínicos: 
✓ cortisol 
✓ catecolaminas 
✓ GH 
✓ glucacon 
✓ ADH 
✓ aldosterona 
 
Os hormônios contra insulínicos fornecem 
água e glicose. 
 
❖ CORTISOL 
É o hormônio fundamental do trauma pois 
promove a mobilização de aminoácidos 
(catabolismo muscular) e estímulo ao 
catabolismo lipídico. 
 
❖ CATECOLAMINAS 
Vasoconstrição e aumento da frequência 
cardíaca (preservar a perfusão, 
principalmente dos órgãos vitais), promovem 
lipólise (catabolismo lipídico) por efeito 
permissivo do cortisol, juntamente com 
opioides endógenos promovem íleo adinâmico. 
❖ ADH (VASOPRESSINA) 
Reabsorção de água nos túbulos distais e 
coletores- OLIGÚRIA FUNCIONAL. Quando 
está em excesso tem efeito deletério-
vasoconstrição esplânica (translocação 
bacteriana) 
3 
 
 
❖ ALDOSTERONA 
Preserva água pela retenção de NA+, 
promove a excreção de k+ e h+ levando a 
uma alcalose. Pode ser exacerbada pelo uso 
de SNG e pela hiperventilação (alcalose 
mista) 
A redução do potássio é muito comum no 
trauma (hipocalemia). 
 
❖ GLUCAGON 
Responsável pela hiperglicemia (juntamente 
com o cortisol), responsável pela diabete 
pós-trauma. 
 
❖ GH 
Ação catabólica no tecido adiposo na fase 
mais aguda do trauma, ou seja, nas fases 
iniciais. 
 
“I” DA RESPOSTA IMUNE DA 
REMIT 
-Liberação de interleucinas (IL-1-> discreta 
hipertermia) 
-Macrófagos migram para a área do trauma 
e produzem TNF-a (caquexina)- anorexia 
• consequências 
➢ catabolismo proteico intenso>fraqueza 
muscular diafragmática>diminuição do 
drive respiratório>infecção pulmonar 
➢ catabolismo lipídio excessivo>formação 
de microembolias gordurosas 
➢ vasoconstrição intensa e mantida>má 
perfusão de vários órgãos 
esplênica->isquemia intestinal->translocação 
bacteriana->sepse 
renal->IRA pré-natal 
➢ Liberação intensa de citocinas-
>síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica (SIRS)>pode levar a 
disfunção múltipla de órgão e sistema. 
 
FASES DO TRAUMA CIRÚRGICO 
(PÓS-OPERATÓRIO) 
- Fase adrenérgica-corticoide que é o 
REMIT em si, e dura de 5 a 8 dias. 
- Fase anabólica precoce: melhora do 
balanço nitrogenado (fase de transição) -
declínio dos hormônios contra insulínicos 
(catabólicos), com reversão de todos os 
efeitos-ganho de massa corporal magra 
(síntese proteica) 
-Anabólico tardia: verdadeiro anabolismo, 
balanço nitrogenado positivo, ganho de peso 
(tecido adiposo) 
- Paciente vítima de trauma grave pode-se 
dividir em dois momentos de acordo com seus 
parâmetros hemodinâmicos 
• Fase “Ebb” (refluxo) 
 
✓ declínio ou baixo fluxo 
✓ hipovolemia, hipotensão 
✓ diminuição do débito cardíaco 
✓ aumento resistência vascular 
periférico 
✓ Diminuição da temperatura 
 
• Fase ‘flow” (fluxo) 
✓ recuperação 
✓ hipermetabolismo 
✓ aumento da temperatura 
✓ diminuição (parcial) da resistência 
vascular periférica 
✓ aumento (parcial) do débito cardíaco 
 
4 
 
-Na fase aguda do trauma, ou seja, no 
início, irá ter uma diminuição do metabolismo 
(catabolismo) 
-Na fase crônica, irá ter um aumento do 
metabolismo (anabolismo)

Continue navegando