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FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS
Prof ª. Carmo Cisne
AULA 10
As Ciências Sociais e Questões Práticas 
distinguir o social do individual;
 reconhecer a síntese de três realidades nas relações sociais, de acordo com Marx;
 identificar os tipos ideais de dominação de Max Weber;
compreender a importância das diferenças culturais nas estratégias políticas.
A definição de fato social para Durkheim 
O autor diz que fato social é uma determinada maneira de agir, isto é, de pensar e sentir. Em um primeiro momento, não conseguimos entender como um sentimento 
Por exemplo, a palavra vergonha significa um sentimento que não parece ter nascido em nós, pois parece ter sido despertado no que já estaria em nós, como uma tendência natural.
A vergonha também parece não existir na solidão, é um sentimento que aparece em nós quando pensamos que alguém esteja nos olhando, nos vigiando, exatamente na hora em que estamos fazendo algo, que nos dizem em grupo ou sociedade que é reprovável, condenável, desabonador. 
Ninguém passa vergonha sozinho, a menos que seu superego, sua autocensura, formada em sociedade, o vigie, o julgue e o condene. Mas para que isso aconteça é preciso que aceite os valores sociais, caso contrário, não dará a menor importância, é o que chamam de “sem-vergonha”. 
Pode ser social, uma vez que é íntimo. Também não nos parece fácil admitir que possamos pensar socialmente, uma vez que nosso ensino nos leva a crer que desenvolve em nós capacidades naturais de pensar, que nossa lógica seria genética e não socialmente ensinada. 
A letra da música popular brasileira, “Vingança” do compositor Lupicínio Rodrigues, demonstra o caráter social da vergonha.
Eu gostei tanto, tanto quando me contaram
que lhe encontraram chorando e bebendo 
na mesa de um bar
e que quando os amigos do peito por mim perguntaram
um soluço cortou sua voz, não lhe deixou falar
mas eu gostei tanto, tanto, quando me contaram
que tive mesmo que fazer esforço pra ninguém notar
o remorso talvez seja a causa do seu desespero
você deve estar bem consciente do que praticou
me fazer passar tanta vergonha com um companheiro
e a vergonha é a herança maior que o meu pai me deixou
mas enquanto houver força em meu peito 
eu não quero mais nada
só vingança, vingança, vingança aos santos clamar
você há de rolar como as pedras que rolam na estrada
sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar.
“ A vingança nunca é plena, 
mata a alma e invenena” (Chaves)
De início, pensamos se o prazer que se manifesta no verso “eu gostei tanto, tanto quando me contaram”, é de caráter social ou não, inocente ou não. A resposta está no verso “que tive mesmo que fazer esforço pra ninguém notar”. Se sentir prazer no sofrimento dos outros fosse aceito socialmente, não seria preciso “fazer esforço pra ninguém notar”, trata-se, então, de um sentimento inocente. 
A caracterização de vergonha como sentimento social é clara, o verso “com um companheiro”, mostra que ela é sentida diante de outra pessoa e existe como resultado de educação, como no verso “herança maior que o meu pai me deixou”. Mas daí a reação ser o desejo de vingança e não o perdão põe inevitavelmente a questão: Será o desejo de vingança social ou inocente? Quem se vinga é o ser social ou o ser inocente? 
Como vingança não é um revide imediato, impensado, tudo indica que seja social. Afinal, a vingança é tramada, aguardada e às vezes requer paciência, como consta na cultura popular “um prato que se come frio”. Mas o desejo de vingança é diferente, a educação é dirigida para o perdão, ninguém deve desejá-la. Na realidade, o desejo individual de vingança é condenado, não é socialmente aceito. 
Só o desejo de vingança de caráter social é aceito, como o desejo norte-americano contra os japoneses pelo ataque a Pearl Harbour. É preciso que a ofensa seja coletiva, para que seja socialmente aceito o desejo de vingança. Quando a ofensa é individual, mesmo por razões sociais, em uma sociedade como a nossa, não abona o desejo individual de vingança. 
Vale dizer que ao pedir vingança aos santos, o autor mostra o seu ambiente cultural e a força do seu desejo. 
O verso “só vingança, vingança, vingança aos santos clamar” mostra um provável católico ou influenciado pelo domínio católico, jamais um protestante, em seu grupo ou sociedade, enfrentando e querendo fazer valer esse desejo, apesar dos santos representarem uma doutrina de fraternidade universal que prega o perdão e não a vingança.
Se eu quiser fumar, eu fumo
se eu quiser beber, eu bebo
não interessa a ninguém
se o meu passado foi lama
hoje, quem me difama
viveu na lama também.
A mesma coerção exterior aparece nos verso de Molambo de Jayme Florence e Augusto Mesquita: 
Eu sei que vocês vão dizer que é tudo mentira que não pode ser porque depois de tudo que ela me fez eu jamais deveria aceitá-la outra vez eu sei que assim procedendo me exponho ao desprezo de todos vocês 
...
Nesta letra pode-se ver a tensão existente entre o sentimento puro, ingênuo, amoral e o social, que faz pressão, coerção, para que a pessoa não ceda à sua própria inocência e aceite alguém que possivelmente a traiu. Além disso, está bem clara a discriminação de que pode ser vítima uma pessoa que decide amar à margem dos padrões sociais exigidos.
A sequência da letra é antológica. Além da coragem do autor de enfrentar o social, a palavra “vocês” indica generalidade e mostra que para um amor puro, que pode levar à loucura se não for correspondido, o social não tem solução. Daí a opção pelo amor e não pelo social.
Relações Sociais de Produção
As relações sociais de produção, como realidade em si, são a síntese de três realidades inseparáveis: o produtivo, o jurídico-político e o ideológico.
Marx diz que as relações sociais de produção são expressão das formas de propriedade de meios de produção, de uma sociedade. 
 Em toda relação social de produção há uma relação jurídico-política e formas sociais de pensá-la, numa síntese de três realidades que existem concomitantes, inseparáveis.
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO Se tivermos um proprietário de meios de produção isolado, sem relações ao produzir com quem quer que seja, este será um trabalhador autônomo.
Se for o dono de várias máquinas de costura, terá de contratar várias costureiras, mesmo que trabalhe sozinho em uma delas, para utilizá-las. 
Para fazer isso, terá que contar com costureiras que não tenham máquinas próprias, que não sejam proprietárias desse meio de produção. 
Ao encontrá-las, terá de contratá-las, isto é, terá de fazer com elas uma relação jurídico-política, definindo salários e outros benefícios sob sua responsabilidade, antes mesmo de organizar o trabalho, que será a produção em si, na fábrica. 
Desse modo, quando começar o trabalho – que será sempre levado a efeito com o seu comando, patrão que é – e a obediência da costureiras, teremos também nessa relação a garantia jurídico-política do contrato de trabalho. 
E como nada se faz em sociedade que não tenha um pensamento social relacionado, tanto o proprietário, o patrão, como as costureiras, as contratadas, terão uma ideia, que pode ser a mesma ou não, de como essa relação de produção com um contrato de trabalho deve ser julgada como justa ou injusta, isto é, se está bem paga, mal paga, se há abusos etc. 
Podemos falar também de realidade, muito além do que mostram os nossos olhos, com a Sociologia Compreensiva de Max Weber. O Autor fala que o conceito de ação social se refere às ações em que, independente do sentido mentalizado, os sujeitos levam em consideração a conduta de outros
AÇÃO SOCIAL por exemplo, em uma sala de aula, o professor fala levando em consideração que os alunos prestam atenção às suas palavras. Estes de fato prestam atenção e levam em conta que o professor dá a matéria, que será objeto de avaliação e têm todo interesse que entendam. Trata-se, no caso, de condutas reciprocamente orientadas: uma relação social.
O que se espera de uma aula, é que seja uma relação social entre alunos e professores. Porém, um aluno nãoestá prestando atenção ao que o professor diz, olha pela janela, olha para trás ou abaixa a cabeça para dormir na carteira. Como se diz, não está nem aí.
O que o aluno faz não leva em consideração a conduta do professor, não é ação social o que faz. Por isso, o professor pede a sua atenção; pede que ali na sala de aula leve em consideração o que o professor está fazendo, que naquele lugar sua ação seja social e um dos lados da relação social chamada aula. 
Desse modo, o professor tenta para esse aluno, cuja conduta inesperada está levando em consideração, que entre na relação social, na conduta plural em que todos estão levando uns aos outros em consideração, pois ficam em silêncio se respeitando porque, além de prestarem atenção ao professor, levam em conta que qualquer conversa ou barulho será uma desconsideração com a conduta de quem presta atenção ao que o professor fala.
A Sociologia da Dominação 
Iremos falar sobre a Sociologia da Dominação de Weber. Vamos lembrar da Unidade da Alemanha feita em 1871. As diferentes partes dispersas que a formaram eram ordens tradicionais, principados, ducados e grãos-ducados, e partes industrializadas, com fortes tradições militares. 
Formou-se então o que em pouco tempo representou para os alemães a diversidade normal, rotineira, legitimada, consentida na tradição da sociedade rural com seus nobres e na racionalidade da vida parlamentar, que se instalara na ordem racional-legal do II Reich, um exemplo de monarquia constitucional. 
Passaram anos de desenvolvimento industrial e militar. A Alemanha procurou lugar entre as grandes potências líderes do mundo, colonialistas, imperialistas, disputando comando e influência sobre o mundo não industrializado, não desenvolvido. 
Vieram as crises internacionais, a corrida armamentista e a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi levada a pedir armistício e não perdeu a guerra nos campos de batalha. O país teve colapso de abastecimento, não pôde prosseguir lutando, logo em seguida veio o tratado de Versalhes, que foi feito de modo a punir a Alemanha. 
A Alemanha passou a ser vista por seu povo como um país que não vivia em rotina diária, em momento considerado normal. 
O país possuía uma imensa dívida de guerra; perda de territórios; exército com número limitado de soldados; marinha com navios de baixa tonelagem; aviação de guerra proibido; perda da liderança internacional; dificuldades financeiras, passando por uma hiperinflação; e capital em Weimar, cidade de pequena população, para evitar grandes manifestações políticas. 
Para o povo alemão, a Alemanha estava em momento extraordinário. Para seu povo era preciso voltar às suas condições consideradas normais, rotineiras. Havia essa missão, mas só um portador de qualidades extraordinárias de corpo e de espírito, um possuidor de carisma, poderia assumi-la e cumpri-la. 
Vários foram os que se apresentaram para essa missão, da maioria ninguém lembra. Não inspiraram a ninguém que tivesse esse dom sobrenatural, não acessível a todos e que os homens tendem a pensar que existe e que esteja em alguém, um dom que ninguém mostra possuir por meio de procuração passada por Deus. É um dom que os homens supõem que o líder que venham a aceitar possa ter, mas só acreditarão que ele tenha de fato, se cumprir a missão, ou se começar a cumprir a missão, se assim fizer será considerado um caso à parte entre os homens. Não terá os títulos que dão aos homens em rotina diária, ele é extraordinário, nada de rotineiro lhe serve. Foi o que ocorreu com Hitler. Nem presidente nem rei do III Reich: Führer. 
O sucesso inicial obtido com a recuperação do capitalismo na época da Grande Depressão dos anos 30, seu rompimento com o Tratado de Versalhes, a recuperação das armas alemãs e as vitórias iniciais na Segunda Guerra Mundial o consolidaram como líder carismático. O resto foi a tragédia provocada por esse sucesso. 
Hitler não tinha carisma, a maior parte do povo alemão acreditou que havia uma missão para um líder extraordinário. O povo alemão julgou que Hitler era o líder extraordinário para essa missão, essa é a razão de dizermos que Hitler foi um líder carismático. 
Alguém pode ligar um aparelho de som para ouvir música à meia-noite. 
Até aí não é uma ação social. Mas quando modera o volume de som do aparelho para não incomodar os vizinhos que devem estar dormindo, a simples audição de uma música em casa passa a ser uma ação social.
Baseado no que dissemos em uma aula anterior, vamos dar um exemplo de saber antropológico, mais precisamente de Antropologia política, a respeito de cultura política, e lembrando Maquiavel. 
Maquiavel: É preciso dizer que essa estratégia prescrita não foi bem uma invenção dele, ela era própria da vida militar, mais precisamente da vida militar na cultura judaico-cristã. O grande feito de Maquiavel foi levá-la dos campos de batalha para a vida política das cidades, onde se tornou mais complexa. Isso porque, lidar com incalculáveis reações humanas é mais complicado do que calcular o número de soldados, de canhões, enfim, os fatores que pesam em uma batalha. 
tratou do uso da violência entre os homens, entre outras coisas, de modo que ela só devia ser usada como último recurso e para decidir. 
Na cultura judaico-cristã tentam-se todos os meios possíveis para obter ganhos de qualquer ordem, que dependem de garantia política, evitando-se ao máximo o uso da violência, e até mesmo escondendo a sua possibilidade, ocultando a força que pode ser empregada. 
Na cultura germânica as relações políticas são levadas com exibição de força, proclamação da força que pode ser empregada e até o seu uso contra os mais fracos como ostentação. 
O Uso da Força na Cultura Judaico-Cristã 
Antes da Segunda Guerra Mundial, um estudo da diplomacia alemã, para recuperar territórios, mostra como foram importantes para ela a exibição de força em grandes paradas militares, como aquelas que conhecemos em fotos e filmes. 
Não se tratava de comemorações como pode parecer, eram demonstrações de força. Elas foram necessárias, para que nos anos seguintes houvesse a anexação pacífica da Áustria e da Tcheco-Eslováquia, país este que foi praticamente entregue pelos principais líderes franceses e ingleses no Pacto de Munique, porque queriam evitar a guerra, principalmente pelo forte adversário que enfrentariam. 
Procedimentos assim praticamente não são vistos na cultura judaico-cristã, pois a força dos países desta cultura não é ostentada em suas paradas militares, que em geral são de fato comemorações. 
A força só aparece em sua plenitude nas guerras, para que elas não sejam necessárias, usa-se de muita conversa, muita diplomacia. Por isso, a tendência de conquistar por meio de valores, educando conforme os seus valores, para terem nos povos dominados quem pensa e age como os dominadores. Nisso tudo, é muito importante o uso do cinema, da música, dos meios de comunicação de massa. 
Weber Falou que o conceito de ação social se refere às ações em que, independente do sentido mentalizado, os sujeitos levam em consideração a conduta de outros. 
Durkheim Disse que fato social é uma determinada maneira de agir, isto é, de pensar e sentir.
Maquiavel Tratou do uso da violência entre os homens, entre outras coisas, de modo que ela só devia ser usada como último recurso e para decidir. 
Marx Acreditava que em toda relação social de produção havia uma relação jurídico-política e formas sociais de pensá-la, numa síntese de três realidades que existem concomitantes, inseparáveis 
 Só a participação cidadã é capaz de mudar o país”. 
Para nascer um novo Brasil, humano, solidário, democrático, é fundamental que uma nova cultura se estabeleça, que uma nova economia se implante e que um novo poder expresse a sociedade democrática e a democracia no Estado. 
Toda informação é, de certa forma, uma proposta ou elemento de formulação de propostas. É matéria-prima fundamental da ação política e, portanto, do trabalho cotidiano dos movimentos populares. 
O que nos falta é a capacidade de traduzir em propostaaquilo que ilumina a nossa inteligência e mobiliza nossos corações: a construção de um novo mundo. 
A vida sem ciência é uma espécie de morte. (Sócrates) 
A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. (Jonh Dewey)

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