Buscar

CONCEITO E DEFINIÇÃO DE IDOSO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONCEITO E DEFINIÇÃO DE IDOSO
O substantivo “idoso”, de acordo com Vilas Boas (2005) significa: cheio de idade, abundante em idade etc. A imagem da pessoa idosa poderia até ser discutível afirma o autor, se não houvesse uma terminologia própria descrita na Lei n. 10.741/03, responsável por constituir o Estatuto do Idoso, o qual de forma concisa, diz que o idoso é a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Não fosse pela definição registrada na Lei, seria difícil dizer quem é idoso ou não, por serem diversos os fatores que contribuem para adiar ou acelerar o envelhecimento. Leva-se em conta que tais motivos se alteram de acordo com as diferenças sociais e fisiológicas que cada pessoa traz consigo. Toma-se como exemplo, uma pessoa com alto padrão de vida, a qual por certo, terá um atraso em alguns danos físicos que ocorrem com a idade. Por se alimentarem melhor, não necessitar se expuser ao sol em horários inapropriados, recursos para frequentarem academia e outras regalias, os colocam em vantagens (LIMA, 2019).
Ao contrário de outra pessoa que envelheceu de forma precoce, devido à má alimentação e exposição excessiva ao sol, doenças entre outras questões. Esses aspectos deveriam ser considerados, quando trazidos à tona na legislação no que diz respeito ao direito à aposentadoria. Na França, um país de primeiro mundo, considerado desenvolvido, a idade para adentrar a velhice é 65 (sessenta e cinco) anos (LIMA, 2019)
No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso, Lei 10.741 de 1º de outubro 2003, considera-se como idoso, o indivíduo a partir dos 60 anos de idade, o qual, por intermédio do mesmo documento, possui por lei seus direitos assegurados. 
De acordo com Simone de Beauvoir (1990) a pessoa começa o processo de envelhecimento desde os primeiros momentos de vida, mas deixa claro, que envelhecer não se trata apenas de passar por mudanças físicas no corpo, há uma questão social significativa na compreensão que se habitua ter quando se refere a essa fase da vida. Segundo a autora, o idoso é afetado pelo capitalismo, de tal maneira que a pessoa idosa não é vista como um indivíduo saudável para o mercado de trabalho. Porém Beauvoir destaca que nem sempre foi dessa forma, e para explicar melhor ela toma como exemplo o EUA (Estados Unidos da América) antes do estabelecimento decisivo do capitalismo, os idosos eram maioria entre os trabalhadores.
 Beauvoir (1990) considera que não se pode negar a degradação do organismo e lembra que, a velhice sempre foi mencionada na história, principalmente por Hipócrates, o qual ao registrar suas práticas medicinais citou pessoas com idade avançada. Com o passar do tempo surgiu a geriatria, que trouxe uma especialidade da medicina inteiramente para essa fase da vida. Além disso, na história da medicina, houve um momento em que os profissionais desejaram curar a velhice e aplicaram seus esforços para isso, quando até mesmo um soro rejuvenescedor foi inventado. Porém o foco maior dos estudos de Beauvoir, dizem respeito a influência que a sociedade possui em relação à condição da pessoa idosa.
 Em seus escritos sobre a velhice, Beauvoir (1990) comenta sobre dados levantados por Durkhein, o qual revela que o número de suicídios ocorridos na velhice, para espanto de todos, é maior do que em outra idade, e ainda completa, são os homens que mais buscam por essa medida. Ela completa mostrando que na França, mais de 50% dos indivíduos que se suicidam são idosos.
O nascimento da classe denominada 'terceira idade', foi importante para a sociedade, e a literatura especializada considera, esta, uma das maiores mudanças pela qual passou a história dos idosos.
Com respeito ao mesmo assunto, Silva (2008) considera que a transformação pela qual passou os conceitos sobre a velhice acabou ocasionando mudanças, pois, a fase da vida que antes era vista como declínio físico e invalidez, período de descanso e fleuma no qual prevaleciam a solidão e o retraimento afetivo, passou a constituir o momento do lazer, favorável à realização pessoal que ficou inacabada na juventude, à concepção de novos costumes,  habilidades e ao cultivo de laços afetivos e amorosos alternativos à família (SILVA, 2008 ).
Segundo Silva (2008) o aumento da longevidade e qualidade de vida é considerado como resultados do progresso das técnicas médicas e o aparecimento das aposentadorias como os dois fatores básicos que, em anexo, avalizam o ingresso dos sujeitos na terceira idade. 
 A mesma autora acima considera, no entanto, que, se o alvo se dirige ao juízo da terceira idade como uma categoria social historicamente construída, cuja inclusão no espaço público motiva a novas concepções indenitárias, parece imprescindível habituar-se aos fatores que consentiram, influenciaram ou beneficiaram sua procedência e legalidade no imaginário cultural. 
Ao comentar o cenário brasileiro, Peixoto (1998) argumenta que a introdução da noção de terceira idade representa uma importação das denominações adotadas pelas políticas públicas francesas, sendo o termo 'velho' gradualmente trocado por 'idoso' nos documentos oficiais. 
Porém as imprecisões oportunas à nossa realidade improvisaram com que certas imagens auferissem sentidos mais inteligentes, tanto que o termo 'velho' parece ser utilizado para mencionar pessoas velhas de classes populares, enquanto 'idoso', mais respeitoso, é empregado para aqueles de camadas médias e superiores (PEIXOTO, 1998; P.69).
O desengajamento retira os idosos de qualquer possibilidade de atividade social. Tal circunstância somente conduziria os sujeitos a estados de solidão e exclusão, o que não poderia caber nos projetos de vida de gênios e pessoas com grande expectativa de vida social.
A teoria da atividade cuidava que um envelhecimento positivo poderia ser alcançado se os sujeitos se mantivessem ativos, cultivassem os mesmos hábitos da vida adulta e desempenhassem papéis sociais benignos. Silva (2008) sugere que o argumento central da gerontologia social se fundamentava na compreensão do envelhecimento como uma construção social particularmente atrelada a uma imagem negativa, cuja alteração poderia ceder espaço para uma imagem positiva do mesmo processo.
Nesse caso, a terceira idade seria uma nova identidade, ou uma reformulação da vida, onde o sujeito pegaria todas as experiências vividas para aplica-las à nova etapa, deixando para trás a antiga concepção de velhice. Ou aceitaria a limitação ao declínio físico e buscaria o isolamento e repouso.
Seriam duas vias de possível acesso, no que diz respeito ao envelhecimento na contemporaneidade. A terceira idade conferida ao sujeito que continua em atividade e produtividade ainda que, com os anos avançados, e a velhice atribuída a aqueles que sentem necessidade de descansar.
Portanto, se a velhice ou terceira idade trazem benefícios com aposentadoria, facilidade de acesso a conduções, prioridade em filas, não se deve esquecer, que nenhuma benfeitoria poderá suprir a falta de amparo, afeto, ou no mínimo um tratamento digno, presando pelo respeito às leis e a pessoa que tem uma experiência de vida.
REFERENCIAS
BEAUVOIR, Simone de. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
LIMA, Lorena. Breve histórico dos direitos dos idosos no Brasil e no mundo. Publicado no Jus.com. br em janeiro de 2019. Disponível em< https://jus.com.br/artigos/71311/breve-historico-dos-direitos-dos-idosos-no-brasil-e-no-mundo> Acesso em 26 de agosto de 2020.
PEIXOTO, Clarice. Entre o estigma e a compaixão e os termos classificatórios: velho, velhote, idosos, terceira idade... in: Barros, Myriam Moraes Lins de (Org.). Velhice ou terceira idade? Rio de Janeiro: FGV. p. 69-84. 1998.  
SILVA, Luna Rodrigues Freitas. Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. Artigo publicado na Scielo. Hist. cienc. Saúde - Manguinhos vol.15 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2008.
VILAS BOAS, Marco Antônio. Estatuto do idoso comentado. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

Continue navegando