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Estudar hipoparatireoidismo Definição ● doença que ocorre quando o hormônio PTH – paratormônio – que é produzido pelas glândulas paratireoides, não funciona ou não é mais produzido. O resultado da falta desde hormônio é a queda dos níveis de cálcio no sangue, causando vários sintomas. Etiologia ● Pós cirúrgico ○ Causa mais comum ○ Incidência de 0,5-7% ○ Pode ser: ■ Transitório - permanece por menos de 6 meses ■ Permanente - > 6 meses. Se o paciente já estiver sendo medicado com cálcio e calcitriol após cirurgia, retira-se as medicações progressivamente para avaliar reserva paratireoidiana ■ OBS: pode surgir meses após a cirurgia, indicando que permaneceu um resquício de glândula mas que depois entra em falência por causas ou vasculares ou autoimunes ● Autoimune ○ Difícil de diagnosticar pois não se faz dosagem dos anticorpos no brasil, sendo um diagnostico presuntivo em pacientes que ja tenham outras doenças autoimunes ○ Causado geralmente pelo anticorpo ativador do receptor sensor de cálcio (CaSR) ○ Segunda maior causa de hipop em adultos ○ Pode ser: ■ Reversível - há ativação do receptor, manifestações transitórias com quadro clínico de remissões e recidivas ■ Permanente - há destruição das células ○ Pode se apresentar ■ Isolado ■ Com Síndrome poliglandular 1 ■ Com síndrome poliglandular 2 ● Outras formas adquiridas ○ Doença de depósito - hemocromatose, doença de Wilson ○ Infiltração metastática ○ Doenças infecciosas ou granulomatosas com acometimento de paratireoides ○ Radioterapia cervical ○ Radioiodoterapia ● Hipo ou hipermagnesemia ○ Hipo - baixos valores de PTH e resistência a sua ação por baixa ligação ao receptor ○ Hiper - magnésio se liga ao CaSR, inibindo a secreção de PTH ○ A dosagem de magnésio não é muito boa, nao sendo muito realizada ● Hereditário ○ Mutação causadora de defeito na biossíntese de PTH ○ Mutação causadora de defeito na secreção de PTH ○ Agenesia de paratireoides ○ Sempre pesquisar hipoparatireoidismo em crianças com malformações cardíacas, renais ou de audição para excluir síndromes ● Resistência ao PTH - pseudo-hipoparatireoidismo ○ PHP tipo 1 (PHP-1): não aumenta o cAMP urinário nem a fosfatúria após a infusão de PTH (resistência do túbulo contorcido proximal [TCP] ao PTH) ○ PHP tipo 2 (PHP-2): há aumento de cAMP urinário, mas não da fosfatúria, após infusão de PTH. Há algum defeito intermediário no estímulo da fosfatúria, entre a geração do cAMP e a efetivação da fosfatúria. ● Idiopático ○ Outras formas adquiridas que não sejam pós operatórias e não se tenha detectado outra etiologia Quadro clínico ● Hipocalcemia crônica: ○ Fadiga e fraqueza muscular ○ Parestesia de extremidades e perioral ○ Cãibras musculares ○ Tetania ○ Dor óssea ○ Cefaleia ○ Pode haver insuficiência cardíaca por redução da contratilidade miocárdica ○ Sinal de Chvostek - percussão do nervo facial abaixo do processo zigomático, desencadeando uma contração da musculatura facial com elevação do lábio ipsilateral ○ Sinal de Trousseau - manguito por 3min em pressão 20 mmHg acima da PÁS que desencadeia contração carpopedal dos dedos da mão ○ Osteomalacia ● Hipercalciúria ○ Nefrolitíase, nefrocalcinose e perda da função renal ● Hiperfosfatemia ○ Risco cardiovascular aumentado e calcificações difusas ○ Calcificação de vários locais, inclusive gânglios da base, cerebrais e vasculares ■ Essas calcificações nos gânglios da base seria chamado de sinal de Fahr ● Hipocalcemia aguda ○ Crises convulsivas ○ Laringoespasmo ou broncoespasmo ○ Arritmias cardíacas (prolongamento QTc) ○ Alteração do estado mental ● Produto Ca3P ○ Calcificação de vários locais, inclusive gânglios da base, cerebrais e vasculares ● Catarata precoce, ceratoconjuntivite, papiledema ● Deficiência de PTH ○ Baixo metabolismo, com menor reabsorção que formação, promovendo um aumento da densidade mineral óssea ○ Não se sabe se a qualidade óssea é preservada e sobre risco de fratura Diagnóstico ● Cálcio total ≤8,5 mg/dL com PTH <30 pg/ml ● Outros achados laboratoriais ○ Hipocalcemia com paratormônio (PTH) inapropriadamente baixo e fração de excreção de cálcio aumentada, podendo determinar hipercalciúria ou normocalciúria, dependendo da taxa de filtração glomerular do cálcio ○ Hiperfosfatemia e fração de excreção de fósforo baixa, com hipofosfatúria ○ Redução de adenosina monofosfato cíclico (cAMP) urinário, que aumenta muito após a infusão de PTH exógeno ○ Dosagem de 1,25-vitamina D (calcitriol) baixa, pois não há PTH para converter a 25-vitamina D em 1,25-vitamina D, causando redução da absorção intestinal de cálcio ○ Marcadores de turnover ósseo reduzidos (osso com remodelamento bastante reduzido): aumento de fator de crescimento de fibroblasto 23 (FGF-23) induzido pela hiperfosfatemia ○ Albumina - hipocalcemia ○ Fosfatase alcalina baixa ○ Ureia e creatinina - avaliação renal Tratamento Hospitalar / Agudo ● Gluconato de cálcio 10%: deve-se diluir 10 mℓ em 100 mℓ de soro glicosado (SG) a 5% e administrar por via intravenosa (IV) em 5 a 10 min. Essa infusão fornece 90 mg de cálcio elementar e geralmente cursa com melhora dos sintomas agudos. Deve-se evitar cloreto de cálcio em infusão em bolus, pois pode ser irritante e esclerosante para a veia —— MED: gluconato de cálcio 1-2g IV em 10-20 minutos ● Gluconato de cálcio 10%: 10 ampolas (100 mℓ) diluídos em 900 mℓ de SG a 5% (solução com 0,9 mg de cálcio elementar por mℓ). Fazer em bomba de infusão contínua a aproximadamente 50 mℓ/h (45 mg/h), modificando a dose conforme a calcemia colhida de 6/6 h. Deve-se deixar cerca de 1 a 3 mg/kg/h ● Sempre corrigir o magnésio. ● Manter cálcio no limite inferior Ambulatorial / Crônico ● Suplementação de cálcio elementar ○ 1-3 g/dia ○ Máximo de 1g de cálcio elementar por refeição ○ Carbonato de cálcio 1-2g/dia ○ Cuidado com hipercalciúria e nefrolitíase ■ Manter níveis no limite inferior (8,5-9,2m/dl) ■ Uso de diuréticos tiazídicos podem ajudar a reduzir a excreção de cálcio - hidroclorotiazida 25-100mg/dia e dieta hipossódica ■ Manter calciúria <300mg em 24h ou <200mg se histórico de nefrolitíase ● Suplementação de vitamina D ○ 50mil U/dia por 2-3 semanas e depois a mesma dose mensalmente ○ Quando necessário um efeito mais rápido, usar o metabólito ativo da vitD, o calcitriol na dose 0,5-1microg/dia ○ Deve-se manter >30ng/ml ● Dieta pobre em fósforo ○ Evitar laticínios e queijos ○ Podem ser usados quelante de fósforo para o controle no limite superior máximo: ■ Sevelamer 800mg VO 3x/dia ■ Hidróxido de alumínio - pouco usado ■ Aumentam a excretar o fósforo - FGF-23, PTH e calcio ● Reposição de PTH ○ É eficaz mas tem demonstrado maior risco de sarcoma ósseo em ratos e a posologia é complicada pois subcutânea diária ● Segmento ○ Calcio, fósforo e creatinina semestral ○ Oftalmologista anual
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