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PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C TI��� DE ID����FI��ÇÃO INTRODUÇÃO → É possível identificar uma pessoa de diversas maneiras e metodologias. O grau de confiabilidade de cada uma delas dependerá da técnica e instrumentos utilizados. → Existem várias maneiras que uma delas é Flebográfico , que é a identificação da palma da mão. DEFINIÇÕES Identidade → É a soma de caracteres que individualizam uma pessoa distinguindo-a das demais → É a descrição de uma pessoa que se quer fazer reconhecer → “Condição única de ser sempre igual a si mesmo e diferente dos demais” (Santos, C.M.) → “É o conjunto de caracteres, físicos, funcionais ou psíquicos, normais ou patológicos, que individualizam determinada pessoa” (Ernani Silva Alves) Identificação → É o emprego dos meios adequados para determinar a identidade ou não → Existem 2 processos utilizados na identificação: um médico e outro policial ● Processo Médico : requer conhecimentos médicos destinando-se a identificar a raça, o gênero, a idade, a estrutura, o peso, os sinais individuais, as más-formações e as cicatrizes, os sinais profissionais e as tatuagens. ● Processo Policial : consta da antropometria (estuda as medidas do corpo humano) e datiloscopia (análise das impressões digitais) CLASSIFICAÇÃO Identificação Civil - desde do nascimento até a data de renovação da identidade, aí é colhido novamente as digitais e telefone e endereço → Certidão de Nascimento → Cédula de Identidade - Cédula de identidade funcional Identificação Criminal → É aquela utilizada para identificar pessoas, vivas ou mortas, quando não for possível identificá-las pelo método de identificação civil ● Suspeitos de crimes ● Vítimas não identificadas → Princípio da Individualização : é o processo de individualizar - tornar único - um vestígio ou evidência por intermédio de características específicas que lhe são correspondentes, coincidentes em quantidade e significância capazes de se poder excluir qualquer outra probabilidade ou possibilidade destas terem acontecido apenas como uma coincidência, a partir do entendimento de que não haja diferenças que não possam ser caracterizadas ou justificadas. → Identificação Conclusiva : é aquela que por si só identifica a pessoa ● Impressão digital ● Arcos dentários - dificilmente você conseguirá uma identificação conclusiva somente pela arcada dentária. ● Impressão Palmar ● Impressão Plantar ● Rugoscopia Palatina ● Flebográfico ● Impressão labial ● Íris do olho 1 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C ● Exame de DNA → Identificação não-conclusiva : é aquela que apesar de não ser conclusiva, ajudam com elementos importantes para - reunidas com outras informações - estabelecer a identificação de uma pessoa ● Tipagem sanguínea e fator Rh ○ Redução do universo de pessoas ○ Identificação parcial ○ DNA ● Tatuagem ○ Quase definitiva na pele ○ Tipo, tamanho e localização ○ Identifica o tipo de crime praticado pelo detento ● Visual ○ Previsto no CPP (código de processo penal) - art.166 - “Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.” ● Tamanho do pé ● Impressão Auricular - ver o formato da orelha, que é diferente de cada um, não é regra no nosso país, mas alguns países fazem e algumas instituições também, como as militares. ● Outras → Retrato falado : usado muito pela polícia civil ● Suspeitos de crimes quando as informações são poucas ● Testemunhas e vítimas ● Não é uma peça pericial. Sua finalidade é auxiliar os investigadores policiais ● Urgência na confecção ● Realizada por Perito Criminal - profissional preparado ● O retrato falado não é uma fotografia. É uma interpretação da polícia a partir da descrição da vítima. Identificação Médico-Legal → Interessa ao médico-legista, e vem a ser o que é determinada no vivo, no cadáver inteiro, reduzido a fragmento ou a simples ossos ● Ancestralidade ○ Forma do crânio ○ índice cefálico - Dolicocéfalo; Mesaticéfalo; Braquicéfalo ○ Ângulo facial ○ Dimensão da face ○ Outras medidas ○ Cabelos - Lissótricos; Cimatócritos; Ulótricos ○ Cor da pele - Brancos; Amarelos; Negros; Vermelhos ● Gênero ○ Crânio ○ Tórax ○ Bacia ● Estatura - existe uma tabela de Etienne-Rollet que dá o comprimento do osso conforme a estatura tanto do homem como da mulher. ○ No vivo ○ No cadáver ○ No esqueleto 2 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C ○ Ossos isolados ● Idade ○ Estados dos pelos e cabelos ■ Infância: pêlos finos ■ Puberdade: rosto, púbis e axilas abundantes pêlos ■ Adulto: linha mediana abdominal e em torno dos mamilos começam a rarear na fronte e na cabeça ○ Sistema dentário ■ Desgaste dos dentes ■ Cavidade pulpares ○ Evolução dos ossos ■ Pontos de ossificação ■ Soldadura das epífises ○ Transformação da sínfese pubiana - também é um fator que pode identificar a idade ○ Sinostoses Cranianas Tudo pode ser identificado, são técnicas de antropometria. ● Peso e Conformação ○ Magreza ○ Obesidade ○ Musculatura ○ Desenvolvimento ósseo ● Sinais Individuais ○ Cicatrizes ○ Marcas ○ Estado dos dentes ○ Estado das unhas ○ “Calo” de uma fratura ● Sinais Profissionais ○ Sapateiro ○ Tapeceiros ○ Sopradores de vidros ○ Ácidos ○ Serventes de pedreiro e agricultores - calosidades ● Tatuagens ○ Nome de origem polinésia, introduzida no Ocidente pelo navegador James Cook ○ Marcas sobre o corpo ■ Causas: ● Ócio ● Religião ● Imitação ● Paixões nobres ● Espírito da seita ● Impulsos ■ Divisão: ● Belicosas ou militares 3 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C ● Religiosas ● Amorosas ou eróticas ● Sociais ● Profissionais ● Históricas ● Patrióticas ● Inscrições comuns ■ Interesses Médico-Legal 1º Sinais de identificação particular do indivíduo 2º Os objetos retratados indicam dados perfeitos de costumes ou profissão do indivíduo ao qual se procura estabelecer a identidade Identificação Pelos Dentes → Diretamente : exame clínico, fotografia, radiografia, … → Indiretamente : impressões dentárias ● Dentes temporários ● Dentes permanentes → Importância : identificativa e estimativa da idade → Profissões : tocadores de clarinete, vidraceiros, confeiteiros, operários das fábricas de fósforos, químicos, sapateiros → Ficha odontológica Identificação Judiciária Métodos: → Bertillon - bertilonagem - tem por base a antropometria. Apresentava seu método em vários postulados: ● Fixidez quase absoluta do esqueleto humano a partir dos 20 anos ● Diversidade extremas dos esqueletos uns em face do outros ● Facilidade e relativa precisão com que podem ser tomadas as medidas do esqueleto ● Dados pesquisados: ○ Diâmetro longitudinal do crânio ○ Diâmetro transversal ○ Diâmetro bizigomático (tamanho do dedo médio, tamanho do dedo mínimo, tamanho do antebraço e do pé, altura da orelha, cor da íris, todas as cicatrizes, as tatuagens, deformidades, “Nevus materno”) ● Retrato falado - é a descriçãoregular e feita com linguagem especial dos aspectos dos indivíduos, mas destacadamente dos elementos antropológicos, morfológicos e cromáticos da face ● Fotografia sinalética - de frente e de perfil ● Ficha datiloscópica → Datiloscopia - deriva da palavra grega DAKTYLOS = dedo / SKOPEIN = examinar - examinar os dedos ● Criado na Argentina ● Método Simples ● Aplicado em qualquer período da vida ● Propriedades: ○ Perenidade ○ Imutabilidade ○ Unicidade ○ Praticabilidade ○ Classificabilidade 4 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C ○ “In manum omnium homnium signat” ○ “Ele (Deus) põe um selo sobre a mão de todos os homens, para que cada um conheça a suas obras” Job, 37;7 → Método de Identificação de Vucetich - observa-se nos desenhos dactiloscópicos, três grandes conjuntos de cristas papilares, que formam os sistemas: ● Central ou nuclear, o mais importante, em torno do qual se localizam dois outros ● Basal ou basilar ● Marginal ● Delta ● Desenhos digitais: arco, presilha interna, presilha externa e verticilo - Arco - ausência delta - 5% - menos frequente - Presilha interna - delta à direita do observador - Presilha externa - delta à esquerda do observador - Verticilo - presença de dois deltas - 35% - mais frequente do que a presença única do arco - Notação: - Arco - A ou 1 - Presilha Interna - 1 ou 2 - Presilha Externa - E ou 3 - Verticilo - V ou 4 - Ausência - 0 - Cicatriz - X ● Anomalias: sindactilia (dedos juntos) polidactilia (dedos dos pés), ectodactilia (ausência de um ou dois elementos de dedos, o polegar afastado dos demais dedos), megalodactilia e microdactilia ● Patologia das impressões digitais: hanseníase, pênfigo foliáceo, panarício e síndrome de Nagali - podem existir doenças que você não tenha uma impressão na polpa digital. ● Individual datiloscópica: ● Utensílios técnicos para a tomada de impressões ○ Estante ou tamborete 5 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C ○ Rolo ○ Prancha ○ Tala de madeira ● Processos de obtenção de impressões digitais ○ Rolado ou rodado ○ Vertical ou por compressão ○ Apoiado ou pousado ● Necropapiloscopia - método de identificação de cadáveres em diversos estágios de decomposição e condições de morte por meio do exame das papilas dérmicas e cristas de fricção. Seu objetivo principal é identificar casos de cadáveres que apresentem identidade desconhecida ou muitas vezes questionada → Flebográfico de Tamassia - leitura do desenho das veias, utiliza a hemoglobina como contraste natural. Nem gêmeos idênticos têm o mesmo desenho de veias, que também não mudam com a idade. Chance de erro é menor que 0,00008%. - Grau de Segurança: Como é feita a identificação : apoia-se a palma da mão em um suporte permanecendo imóvel por instantes de segundo. O scanner emite raios infravermelhos que ultrapassam a pele, atingem as veias e identificam a sua gasometria. Problemas : scanners custam caro, mas a tecnologia fica cada vez mais acessível e difundida Utilização comum : em caixas eletrônicos e em sistemas de segurança corporativa Obs.: Podoscopia - impressão da planta do pé Impressão plantar - é colhida pelo pé do cadáver na posição deitado - para algumas profissões o indivíduo é obrigado a ter a sua impressão plantar na sua ficha médica. Rugoscopia palatina - são os tipos de rugas que podemos encontrar no palato / quem deveria fazer esse tipo de identificação: o instituto de identificação ou o dentista - no nosso meio isso não é colhido, apenas algumas profissões que são exigidas Identifica o tipo de crime praticado pelo detento - tatuagem indicando o tipo de crime que o preso cometeu Forma do Crânio - temos os diversos tipos de formato de crânio, muito usado em retrato falado Índice Cefálico - formato do crânio, tudo depende do fechamento das suturas; se tiver essas informações podem ajudar a identificar um cadáver Ângulo Facial - mulher mais inclinado e no homem mais retificado, uma medida antropométrica Desgaste dos dentes - com 60 anos tem um desgaste maior e que se inicia aos 30 anos Cavidades pulpares - radiografia, radiografia da arcada dentária - odonto criminalista ou odonto legal 6 PATOLOGIA FORENSE E MEDICINA LEGAL BIOÉTICA Bruna Pitanga MED 104C Sinais profissionais - deixar amostra a sua profissão, quase não usada mais, por exemplo o ourives que fez dentes de ouro Religiosas - tatuagem com proteção divina Profissionais - tatuagem de acordo com a sua profissão, ex: tubarão - se for pescador Inscrições comuns Diretamente - arcada do dente que vai ser descrita na ficha odontológica, podendo ser vista o desgaste dos dentes etc, tudo será descrito na ficha odontológica Impressões Dentárias - deixadas num local de crime também podem ser utilizadas para comparar com a dentição Estimativa de idade - com uma radiografia dos dentes, podendo estimar a idade com a radiografia da dentição do indivíduo. Cédula de identidade - tem a impressão digital e a foto Nenhum item basta para uma identificação bem sucedida, temos que buscar todos os ítens para uma boa identificação. Na nossa prática é importante sabermos que existe a identificação por datiloscopia, que existe as fichas de identificação ou banco de dados de identificação que são usados pelos peritos durante uma investigação numa situação de emergência. 7
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