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Sumário Introdução 1 - Os valores e a moral 2 - Caráter histórico, social e pessoal 3 - Desejo e vontade Considerações Finais Parabéns! Unidade Concluída. Veja as referências utilizadas pelo(a) autor(a). Você pode ainda enriquecer seu aprendizado com os materiais complementares. Introdução Seja muito bem-vindo(a)! Prezado (a) estudante, preste muita atenção, pois se em você ocorreu um despertar ou um fascínio sobre assunto desta disciplina, observando a pro�ssão escolhida, é o início de um grande desa�o que vamos triunfar juntos. Proponho uma construção conjunta sobre a ideia de ética e moral, visto que em nossa sociedade se fala muito do ser ético, mas não se tem uma formação correta desse conceito, muitos se dizem éticos pro�ssionalmente, mas não sabem nem o que é ser ético. Vamos conhecer os conceitos de Moral e ética e suas subdivisões para interpretarmos os componentes que a constroem, uma vez que, em nosso dia a dia, indicamos valores as pessoas, e vamos entender em qual momento devemos usar e identi�car esse processo. Dentro desse desa�o, iremos conhecer muito além da ética e moral, considerando que o ser humano é feito de desejos e vontades, o que nos faz perceber, através do senso comum, que isso compreende a responsabilidade humana, além de sabermos que temos um dever a cumprir e que, por muitas vezes, exigimos nossa liberdade sem saber o que é liberdade de fato. Por �m, vamos conhecer o processo da liberdade humana e todo seu ato moral. Assim, esperamos um docente com um posicionamento ético e social de maneira positiva e construtiva na sociedade, tornando-se um pro�ssional exemplar e que some no desenvolvimento social e humano. Muito obrigado e bom estudo! Os valores e a moral Em pleno século XXI, ainda confundimos ética, moral, valores, entre outras palavras e/ou conceitos. Vale ressaltar que, constantemente, encontramos o uso ambíguo de palavras como "moral e ética", "valores e ética" e "valores e normas". Você consegue rapidamente diferenciar e de�nir cada uma delas? Caso você conheça, é um passo gigantesco para estudo de nossa disciplina. No entanto, precisamos diferenciá-las para não causar confusão em nossa vida. Assim, você poderá melhorar sua comunicação e a elaboração do pensamento. Qual o código de ética de sua pro�ssão? Esperamos que embarque nessa viagem �losó�ca para que se crie um pro�ssional re�exivo, crítico, responsável com a sociedade, com as normas legais e compreendendo melhor seu papel social. Antes de começar diretamente os debates sobre valores, moral e ética, tema este muito discutido e pouco conhecido verdadeiramente pelas pessoas, empresas e, até mesmo, por pro�ssionais em plena atuação de suas funções, quero compartilhar um pensamento adquirido no decorrer do tempo, do senso comum, do conhecimento cientí�co, entre outros, ou seja, destaco que vivemos numa sociedade na qual os valores morais são levados em consideração em vários setores da sociedade, principalmente em uma época onde as redes sociais são repletas de pessoas que acreditam ter conhecimento de tudo, seja em relação à posição política, religiosa, entre outros. Porém, a maioria não sabe ou não compreende o verdadeiro signi�cado de valores, moral e ética. Diante disso, precisamos compreender Moral e Ética, pois vale ressaltar que ambas se completam e, assim, podemos debater como, por exemplo, os valores. No dicionário Aurélio online (2014), a de�nição das palavras Ética e Moral são as seguintes: (ÉTICA, 2020): substantivo feminino: Segmento da �loso�a que se dedica à análise das razões que ocasionam, alteram ou orientam a maneira de agir do ser humano, geralmente tendo em conta seus valores morais. [Por Extensão] Reunião das normas de valor moral presentes numa pessoa, sociedade ou grupo social: ética parlamentar; ética médica. (MORAL, 2020): Preceitos e regras que, estabelecidos e admitidos por uma sociedade, regulam o comportamento de quem dela faz parte. Leis da honestidade e do pudor; moralidade. [Filoso�a] Parte da �loso�a que trata dos costumes, dos deveres e do modo de proceder dos homens nas relações com seus semelhantes. Já etimologicamente, o termo “moral” vem de More (latim) e signi�ca costume, enquanto “ética” é Ethos (Grego), também signi�cando costume. SAIBA MAIS Você sabe dizer o signi�cado da palavra costume? De onde vêm os costumes? Os costumes de cada sociedade originam-se dos valores instituídos por ela e orientam o agir das pessoas, promovendo, assim, uma convivência saudável entre os indivíduos, ou seja, os valores são características morais que todos os seres humanos possuem. Servem ao indivíduo para orientar seus comportamentos e ações, na satisfação de determinadas necessidades. Após compreendermos os costumes, temos que dar um passo à frente em nosso estudo e adentrarmos nas características morais, complementando �loso�camente nosso futuro conceito de ética e moral. Observe a imagem abaixo: Figura 1 - Características Morais Valores: coragem, piedade, humildade, respeito, solidariedade e honestidade. Fonte: o autor. Podemos a�rmar, portanto, que valores como os citados acima norteiam o homem e seu agir em sociedade, tornando-a uma sociedade onde a convivência é totalmente possível e norteando até mesmo suas leis. Um ponto de extrema importância para a compreensão dos valores é entender que eles podem variar de acordo com a sociedade, ou até mesmo entre grupos sociais diferentes. Por exemplo, se perguntar a uma brasileira o que ela acharia da ideia caso seu marido lhe �zesse a proposta de ter várias mulheres, provavelmente, ela teria a atitude de se separar, ao passo que em países muçulmanos é normal o homem ter várias esposas. Da mesma forma, é normal, nos países muçulmanos, o uso da burca e, para nós, o uso de biquínis, ou seja, em uma sociedade, o cobrir o corpo ou não depende de cada cultura adquirida através de sua moral formando os valores de um grupo de indivíduos. Portanto, o que é moral para mim pode ser imoral para outros. Diante disso, podemos a�rmar que os valores morais são baseados em vários fatores, como cultura, tradição, religião, convivência diária, entre outros de um determinado grupo ou de um povo. Vale ressaltar que a manutenção dos valores morais de uma sociedade vem determinar comportamentos e a orientação de como agir do grupo em questão, garantindo, assim, a ordem e a existência de uma sociedade. Caráter histórico, social e pessoal Num primeiro momento, podemos a�rmar que os valores morais citados acima são herdados, pois, quando nascemos, já existe uma cultura determinada na sociedade e, com isso, aprendemos desde cedo as suas regras, seguindo-as e absorvendo-as sem perceber e identi�cando como agir moralmente ou imoralmente. Nesse determinado ponto, devemos diferenciar a Ética da moral, pois, segundo Comte-Sponville (1998. Pg 14), “A Moral ordena; a Ética aconselha. A Moral responde à pergunta: “o que devo fazer?”; a Ética, à pergunta: “como devo viver?”. Assim, podemos a�rmar que a moral não é algo de�nido cienti�camente, mas objeto desse algo cientí�co e a ética estuda os atos humanos, atos estes que devem ser “Conscientes, Livres e Voluntários”, pois, assim, podemos con�rmar a a�rmação de Comte-Sponville acima. No cotidiano ouvimos a a�rmação de que alguém foi imoral, porém você já parou para pensar sobre o conceito de imoral? Já ouviu falar em amoral? E no não moral? Qual a diferença de imoral, amoral e não moral? Talvez você já deva estar pensando que agora começamos com a “chatice” e complicação. No entanto, estas dúvidas são de fácil entendimento e compreensão, como nas de�nições abaixo: Observe o quadro abaixo para auxiliar na compreensão do tema: Quadro 1 - Diferença entre ética e moral Fonte: o autor. Com o texto e a imagem acima, podemos compreender melhor os atos morais e entender que eles são uma espécie de ponto �nal. Assim, para facilitar esse processo de se agir moralmente, também chamado de “atos morais”, e analisá- los enquanto fenômenos, vamos dividi-los em duas categorias: as espécies e a estruturae agir moralmente ou atos morais. Podemos acrescentar ainda que, dentro do caráter histórico da moral, temos sua formação em vários períodos históricos, seja no período feudal na Idade Média, da moral burguesa na Idade Moderna, entre outros. Assim, a�rmo que a moral pode ser considerada um fato histórico que, para o momento, é instituído, mas pode ser modi�cada com o tempo sem cometer anacronismos, considerando cada moral em cada período. Segundo Adolfo Sanchez Velasquez (2017, p. 80), esse historicismo moral no campo da re�exão ética tem três direções fundamentais a ser respeitada. a. DEUS COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: No caso as normas morais derivam de um poder sobre-humano [...]. Logo, as raízes morais não estariam no próprio homem, mas fora e acima dele. b. A NATUREZA COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: A conduta moral do homem não seria senão um aspecto da conduta natural, biológica. [...] Teriam origem nos instintos, e, por isso, poderiam ser encontradas não só naquilo que o homem é como ser natural, biológico, mas inclusive nos animais, pois Darwin chega a a�rmar que os animais experimentam sentimentos humanos como o amor, a felicidade, a lealdade entre outros. c. O HOMEM COMO ORIGEM OU FONTE MORAL: O homem é dotado de uma essência eterna e imutável inerente a todos os indivíduos [...]. A moral constituiria um aspecto dessa maneira de ser, que permanece e dura através das mudanças históricas e sociais. Essas três concepções históricas têm origem fora do homem como um ser histórico, pois, na primeira, presenciamos um ser superior, onipotente, onipresente e onisciente, que não precisa do homem, já o segundo, no mundo natural, seguido do terceiro, baseia-se no homem abstrato, fora da sociedade e da história. Assim, todas a�rmam que a moral independe do homem, mesmo que constituída desde sua origem, pois as sociedades instituem sua moral independentemente do indivíduo e do tempo. Você talvez compreendeu com facilidade, pois na história temos o surgimento da propriedade privada que elimina a moral comunal existente anteriormente. Você pode compreender que, na atualidade, as morais que seus avós possuíam já mudaram com o tempo e você sente todos os dias no seu cotidiano. Assim é na história, com a moral aplicada na divisão do trabalho, na sociedade escravista, entre outras. Para exempli�car, podemos a�rmar que era normal descartar o negro como um ser humano simplesmente pela sua cor, pois acreditavam ser superiores pela cor da pele, o Darwinismo social aplicado e aceito em um determinado período histórico. REFLITA Será que você aceitaria a moral inserida na sociedade medieval, onde reinava o Teocentrismo, no qual Deus era o centro do universo e o homem era desprezado até o aparecimento do antropocentrismo e da ascensão da sociedade burguesa? Historicamente, a moral vai sendo construída com a evolução da sociedade, pois tínhamos a divisão do trabalho e o desprezo humano na revolução industrial com exploração desacerbada do trabalho infantil, feminino, chegando ao ponto de incendiar uma fábrica com as mulheres dentro, dando origem ao dia das mulheres e à valorização feminina. Também temos o movimento feminino, que busca a igualdade moral até hoje. Para exempli�car, podemos citar as tribos dos pigmeus, onde o sexo e o casamento são liberados aos 10 anos de idade, ou em tribos africanas, onde as mulheres têm seu órgão genital mutilado, pois o prazer é exclusivo ao sexo masculino. Vale ressaltar que esse processo histórico da moral vem sendo construído e constituído dependendo dos atos morais implantados em diferentes sociedades. Por isso, iremos falar agora das espécies de atos morais. Espécies de Atos Morais Para se entender melhor os atos morais, vamos apresentar a você a divisão destes nas três vertentes citadas acima, ou seja, os chamados atos morais, imorais e amorais. Iremos começar pelos chamados atos morais, que consistem em quando a�rmamos que são os atos nos quais o indivíduo possui conhecimento e entendimento, ou seja, ele tem “ciência” das regras da sociedade e das normas para convivência coletiva, escolhendo livremente segui-las, reconhecendo e compreendendo a importância das regras sociais impostas. Já os chamados de atos imorais são parecidos com os atos morais. No entanto, o indivíduo faz a opção de não aceitá-las ou obedecê-las, ou seja, os atos imorais são aqueles em que o indivíduo sabe que existem regras de convivência coletiva e toma a decisão individual de não segui-las, pois ele não aceita que essas regras impostas têm validade ou importância social. O mais simples dos três são os atos amorais, pois o indivíduo não possui ciência alguma da existência de normas e regras vigentes da sociedade. Por exemplo, um determinado indivíduo chega a um novo país e tem comportamentos proibidos para aquele determinado território sem ter compreensão disso. Estrutura do Ato Moral Para iniciarmos e implantarmos o mundo moral, precisamos ter uma consciência crítica, também chamada de consciência moral, que avalia todas as normas e regras vigentes na sociedade, orientando assim o agir humano. Vale ressaltar que a escolha é a consciência humana chamada para que ocorra o discernimento entre o valor moral e atos morais. Podemos analisar e entender que a �loso�a em si estuda toda a ética e moral humana, indicando se você é um sujeito moral, imoral ou amoral de uma determinada sociedade. Assim, podemos a�rmar que, para complementar essa teoria �losó�ca, temos o chamado ato moral, que apresenta dois aspectos: o chamado de normativo e o fatual, ou seja, o normativo consiste em todas as regras que devem ser seguidas, já o fatual apresenta a decisão humana de segui-las ou não. Destacando ainda que o normativo são as normas ou regras de ação, o que explica o “dever ser”, Já o fatual são os atos humanos enquanto se realizam efetivamente. Segundo Adolfo Sanchez Velásquez (2017, p. 80), o ato moral é ligado a um sujeito real que pertence a uma determinada comunidade humana historicamente determinada com normas ou regras, como a citação abaixo: O ato moral como ato de um sujeito real que pertence a uma comunidade humana, historicamente determinada, não pode ser quali�cado senão em relação com o código moral que nela vigora. Mas seja, qual for o contexto normativo e histórico-social no qual o situamos, o ato moral se apresenta como uma totalidade de elementos – motivo, intenção ou �m, decisão pessoal, emprego de meios adequados, resultados e consequências – numa unidade indissolúvel. Assim, podemos dizer que o ato será moral quando estiver de acordo com as regras estabelecidas pela sociedade vigente. MORAL A Moral é o ato que está de acordo com uma norma ética ou indicação de conduta social. IMORAL Já o Imoral é o ato que fere uma norma ética ou uma conduta estabelecida pela moral social ou individual. É o ato pelo qual se dão os anti valores: da injustiça, do mal, etc. (vai contra a introjeção da norma). AMORAL Amoral é o ato que não pode ser avaliado do ponto da ética ou da moral, pois nele não se dão as condições transcendentais para a moralidade (não há introjeção). NÃO-MORAL Não-moral é o ato em que não estão envolvidos diretamente os valores morais, como, por exemplo, assistir a um jogo de futebol ou ir à praia. @freepik Desejo e vontade Após compreender que a Moral é um conjunto de regras que norteiam e orientam as pessoas, devemos acrescentar que isso só funciona se ocorrer a aceitação dessas normas, mesmo elas sendo exteriores ao indivíduo. Vale ressaltar que o ser humano evolui com o tempo, cresce em “graça” e estatura, pois a palavra graça, aqui, quer dizer a maturidade. Quando o homem abandona a infantilidade e passa a ter uma maior consciência de seus atos, passa a tomar decisões que fazem parte de seu ser, como os desejos e vontades. Você já parou para pensar na diferença entre desejos e vontades? Como saber agir contra os desejos? Você precisa saber distinguir a diferença entre desejo e vontade, pois a�rmo que será impossível dominar nosso corpo de emoções implícitasou explícitas e ter um ótimo controle sobre nossa vida. Vale ressaltar que a de�nição de desejo consiste nas necessidades do corpo, o chamado “tesão” sem controle, um instinto humano. Já a vontade consiste em quando você decide algo, uma ação pela qual você deixou a mente vencer corpo, as situações que a mente domina, como, por exemplo, a vontade de comer chocolate, ou seja, ela é mais calma e tranquila, enquanto o desejo envolve compulsão. Importante salientar ainda que o desejo pode estar atrelado a sonhos e fantasias, enquanto a vontade está ligada à ânsia. Desejo são relacionados também a sentimentos e emoções, enquanto a vontade está ligada à lógica e à razão. SAIBA MAIS “Vontade distingue-se de desejo. O desejo não depende de escolha, surge involuntariamente em nós. Já a vontade supõe a disposição consciente para agir e depende do poder de re�exão para satisfazer ou não o desejo. Seguir o impulso do desejo sempre que ele se manifesta é negar e moral e a possibilidade de qualquer vida em comum”. Fonte: Aranha (2003). Para agir contra os desejos, precisamos nos lembrar de tudo que foi estudado sobre a moral e praticá-la rotineiramente. Será que conseguimos entender a relação entre desejos e vontades e suas diferenças? Para exempli�car melhor a diferença observe o quadro abaixo: Quadro 2 - Diferenças entre Desejo e Vontade DESEJO VONTADE * Provêm de estímulos dos sentidos * Provêm do pensamento e da razão. * Precisa se consumir. * Precisa se realizar. * Satisfaz caprichos e fantasias. * Satisfaz necessidades na luta pela vida. * Prevalecem as forças do instinto. * Prevalecem as forças da razão e da lógica. * É tênue e indireto. * É �rme e direta. * De regra, depende do consentimento. * Só depende da própria criatura e do seu de outras criaturas. “Querer”. * Utiliza artifícios e artimanhas. * Vai direta ao alvo. * Leva aos vícios da conduta. * Não contamina nem leva aos vícios. * É impulsivo e de difícil controle. * É racional, controlada pelo pensamento. * Não forti�ca o caráter. * Realça e fortalece o caráter. * Coloca pouca força na consumação. * Exige força e luta para vencer. * É aleatório, inconstante, variável. * Ajusta-se às circunstâncias e objetivos. * É quase sempre imediatista. * É persistente e exige paciência. Fonte: Samel (2010). Responsabilidades, Dever e Liberdade Após estudarmos toda consciência moral, imoral e amoral acima, podemos considerar aparentemente confusa a ideia de relacioná-las com liberdade, não é? Como ser livre e ser moral ao mesmo tempo? Parece confuso. Entretanto, podemos construir a compreensão juntos, pois o con�ito ou da retórica utilizada acima ou a consciência humana é uma das principais razões que nos separa dos animais, nos permitindo a racionalidade e o desenvolvimento do saber, além da separação do verdadeiro ou falso. Essa “graça” é transformada em consciência moral, que nos permite a observação de nossa própria conduta e, assim, formular juízos sobre nossos atos, tanto no passado quanto no presente e no futuro. Logo, ao analisarmos e julgarmos nossas ações, podemos fazer escolhas que nortearão a vida. Essa possibilidade de escolher sua vida, podemos chamar de liberdade. A liberdade vem atrelada às nossas escolhas, que nem sempre são as ideais, pois, através da coerção, podemos determinar ações que às vezes não são livres, como, por exemplo, quando bandidos sequestram um membro da família e exigem que tomemos atitudes não éticas, tirando-nos a liberdade e fazendo com que, nesse período de sequestro, nos esqueçamos da consciência moral. Claro que, quando somos livres para decidir e fazer nossas escolhas, nos tornamos responsáveis por nossas ações, ou seja, assumimos as ações dos atos conscientemente, respondendo pelas consequências praticadas. Vale ressaltar que o comportamento moral é livre e responsável, além de obrigatório dentro da sociedade vigente, criando em você, em mim e em nós o que chamamos de dever. Desse modo, quando somos responsáveis e cumprimos nosso dever, somos livres, cumprindo nosso dever moral. É importante destacar que, assim, o dever moral não vem de uma causa externa, mas, sim, através da norma livremente assumida. Ainda podemos a�rmar que essa responsabilidade não deve ser interpretada como defesa de um relativismo, onde todas as formas de conduta podem ser aceitas livremente. Os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do século XVIII, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por certo cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto, aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de vista. E com isso está obedecendo à sua própria moral de uma maneira especialíssima, tomando os imperativos categóricos dela como um momento particular do exercício humano de julgar moralmente. Desse modo, a moral do bandido e a do ladrão tornam-se repreensíveis d ponto de vista da moralidade pública, pois violam o princípio da tolerância e atingem direitos humanos fundamentais (GIANOTTI, 1992, p. 245). A responsabilidade vai criar um dever comportamental moral, pois o compromisso humano é a obediência da decisão tomada por cada ser humano. REFLITA Na sua obra a República, Platão relata a lenda sobre um anel que tornaria invisível quem conseguisse virar o engaste para dentro. Foi o que teria acontecido ao pastor Giges, que vivia a serviço do rei da Lídia. Após ter se salvado de um terremoto, ele retirou de um cadáver o referido anel. Ao perceber que podia �car invisível sempre que quisesse, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve o poder. Esse mito nos faz pensar sobre os motivos que estimulam ou coíbem uma ação. Se pudesse �car invisível em uma loja, você roubaria um celular, por exemplo? Ou o que seria determinante para que, mesmo invisível, você roubasse? Fonte: Aranha (2003). Considerações Finais Caro acadêmico (a), chegamos ao �nal dessa unidade e, no decorrer dela, contemplamos diversas temáticas sobre a relação entre ética e moral e suas vertentes. Você consegue se lembrar? Espero que nesse momento do processo de ensino/aprendizagem você esteja encantado ou fascinado, sabendo diferenciar ética de moral, valores e moral, desejo de vontade, além de identi�car a responsabilidade, dever e liberdade. Você aprendeu que, em nosso cotidiano, valorizamos as pessoas sem entender a ideia de valores. Agora, sabendo o que são valores, você poderá identi�car melhor essa diferença, a�rmando que uma pessoa corajosa, respeitosa e humilde é uma pessoa virtuosa. Demonstramos o caráter histórico, social e pessoal da moral e, com isso, aprendemos desde cedo que as regras da sociedade são impostas. Com isso, passamos a agir moralmente ou imoralmente, conhecendo até mesmo o ser amoral. Acredito que ler trechos sobre a espécie da moral e a estrutura da moral tenha acarretado em você um entendimento da formação moral do indivíduo, fazendo com que você se reconheça nesse processo. Além disso, conhecemos as diferenças de desejos e vontades com exemplos de comparações para que o indivíduo se torne um ser moral em todos os aspectos, entendendo que a liberdade tem em sua composição a responsabilidade e o dever. Por �m, quero agradecer a você por esse tempo de estudos que passamos juntos, com a certeza de que o conhecimento adquirido acerca dos valores e da moral vão promover em você uma corrente de expansão desse conhecimento, pois, durante o processo, foi descortinada toda beleza e riqueza desse processo de formação humana. En�m, sucesso e nos vemos no próximo capítulo. Obrigado! 01 Espécies de atos morais: divididas em três categorias que estudamos acima, os chamados de atos morais (positivos), atos imorais (negativos) e atos amorais (não sabe qual a moral da sociedade vigente). Plano de Estudo 1. Os Valores e a Moral 2. O Caráter Histórico, Social e Pessoal 3. A Espécie do Ato Moral 4. A Estrutura do Ato Moral 5. Desejo e Vontade 6. Responsabilidade, Dever e Liberdade Objetivos de Aprendizagem1. Conhecer os Conceitos e De�nições de Moral e Ética; 2. Entender a Valorização: Valores e diferenças culturais; 3. Contextualizar todo o processo histórico, social e pessoal de Ética e Moral; 4. Estabelecer os pontos do ato moral e suas divisões; 5. Compreender a diferença de desejo e vontade humana, além da responsabilidade, dever e liberdade. < > Os valores e a moral AUTORIA Cleber Henrique Sanitá Kojo Guilherme França Fusco Cleber Henrique Sanitá Kojo Especialista em História e Geogra�a pela Cleber Henrique Sanitá Kojo Especialista em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação pela ESAP - Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. Guilherme França Fusco Especialista Personal Trainer pela UNESPAR - FAFIPA X
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