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UM REFLEXO SOBRE A OBRA SEGURANÇA, TERITÓRIO, POPULAÇÃO DE MICHEL FOUCAULT

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UM REFLEXO SOBRE A OBRA “SEGURANÇA, TERITÓRIO, 
POPULAÇÃO” DE MICHEL FOUCAULT 
 
Ana Paula Nogueira (Psicologia/FQM) – ana.psn03@gmail.com 
Gabrielli Soares (Psicologia/FQM) – soaresgabii69@gmail.com 
Luiz Felype Macedo (Psicologia/FQM) – felype.pignatti@hotmail.com 
Natália Cerqueira (Psicologia/FQM) – Naati.cerqueiraa@gmail.com 
Sarah Martinez Basilio (Psicologia/FQM) – sarahmbasilio@hotmail.com 
 
RESUMO 
 
A obra apresenta o curso da obra escrita e ministrada por Michel Foucault no Collège de 
France (1977-1978), onde o autor expandiu a procedência de uma forma de astúcia política centrada 
nos mecanismos que toleram a regulação da população. A arte de governar e o ‘governo de si’ são 
examinados em um transcurso histórico que vazou em uma “razão de Estado”, cuja racionalidade 
atentou na construção de conjuntos de saberes de poder, necessários para o acrescentamento das 
forças do Estado. Ao corroborar os problemas que a investigação sistemática devia conter-se, 
demarcou o papel da polícia como garantidora da ordem interna, dotada de saberes peculiares, 
constituindo-se, junto com segurança e a Economia Política, naquilo que Foucault chamou de 
biopolítica. 
 
Palavras-chave: Governo. Política. Razão de Estado 
 
INTRODUÇÃO 
Michel Foucault (1926-1984) nasceu em Poitiers, uma pequena cidade francesa, no dia 
15 de outubro de 1926. Diplomou-se em Psicologia e Filosofia. Ensinou filosofia em 
universidades francesas e obteve a cátedra com o tema "História dos Sistemas de 
Pensamento" no Collège de France. Foi um filosofo francês, que exerceu grande influência 
sobre os intelectuais contemporâneos. Ficou conhecido por suas posições contrárias ao 
sistema prisional tradicional. 
Na obra em questão, Foucault levanta questões de diversos tipos de poder, um deles 
fundado no papel da Igreja, que deu origem ao poder soberano do Estado moderno, que 
denominou de nome Pastoral. Seus debates envolvem a questão da governamentalidade, que 
se faz muito complexo no pensamento do autor. 
Foucault usa também, algumas teorias de outros autores que auxiliam na sua própria 
teoria, trazendo mais argumentos e fundamentos por meio daquilo que já existia. Este livro 
vem para nos mostrar a forma com quem os ”governos” criam planos de disciplina sob a ideia 
de segurança, mas com o objetivo de controlar a população, por isso ele criou a ideia de 
“governamentalidade” que seria um poder que se concretizaria no território e criaria 
disciplinas de “segurança” na relação de poder- espaço e tudo isso, gira em torno do controle 
da população. Por isso, conclui-se que a obra falará e mostrará as maneiras com que o 
governo e o poder do soberano controlava a população. 
Aulas ministradas por Michel Foucault no Collège de France 
Um fenômeno que é muito importante para se ressaltar dentro da Segurança, Território 
e População é o Biopoder. No qual é, um conjunto de mecanismos da espécie humana que 
constitui nas suas características biológicas, que é fundamental para entrar em uma política, 
uma estratégia de política, ou de uma estratégia geral do poder, dentro de uma sociedade. 
Ressaltando que, a análise desses mecanismos de poder não é de forma alguma uma teoria 
geral do que é o poder, o poder é um conjunto de procedimentos, que somente assim seria 
possível de analisar esses mecanismos. Sendo assim, o poder dá início a algo como uma teoria 
do poder, lembrando que, o poder não se funda em si mesmo e não se dá a partir de si mesmo. 
Os mecanismos de poder são parte intrínseca de todas essas relações, são 
circularmente o efeito e a causa delas, mesmo que, é claro, entre os diferentes 
mecanismos de poder que podemos encontrar nas relações de produção, nas relações 
familiares, nas relações sexuais, seja possível encontrar coordenações laterais. 
(FOUCAULT, 2008, p. 04) 
Com a análise dessas relações de poder, abre-se outras questões; como uma análise 
global de um sociedade, com o foco no comportamento, por exemplo, o que faço não está 
correlacionado a história, nem sociologia, nem economia. Meu comportamento pode ser 
influenciado por esses fatores, entretanto, trata-se também de política e de verdade, fatores 
esses que são importantíssimo para a conduta a sociedade. Outro fator importante e que deve 
ter uma tenção, é a segurança. 
(…). Dispositivo de segurança que vai, para dizer as coisas de maneira 
absolutamente global, inserir o fenômeno em questão, a saber, o roubo, numa série 
de acontecimentos prováveis. (…), as reações do poder ante esse fenômeno vão ser 
inseridas num cálculo que é um cálculo de custo. (…), vai-se fixar de um lado uma 
média considerada ótima e, depois, estabelecer os limites do aceitável, além dos 
quais a coisa não deve ir. (FOUCAULT, 2008, p. 09). 
 
 
 E não menos importante, outro fator de destaque é a penalidade e o cálculo dos custos 
das penalidades, que são fatores vindo da América e Europa. Com esse sistema disciplinar 
adotado, que se comporta toda uma série de dimensões que são propriamente da ordem de 
segurança. Ressaltando que, o mecanismo de segurança é antiquíssimo. Onde surgiu as leis e 
o excesso de segurança, o conjunto das medidas legislativas, os decretos e regulamentos, 
esses conjuntos é cada vez mais gigantesco. E, para que se tenha o funcionamento desses 
conjuntos, há uma inflação do código jurídico-legal, pois é preciso apelar para toda uma série 
de técnicas de vigilância, de vigilância dos indivíduos, diagnósticos do quem eles realmente 
são. Com isso houve uma estatística de crimes. Essa tecnologia de segurança jurídico-legal, 
contribuiu para o avanço da sociedade. 
 “A segurança é uma certa maneira de acrescentar, fazer funcionar, além dos 
mecanismos propriamente de segurança, as velhas estruturas da lei e da disciplina” Destaca 
Foucault. (2008, p 14). 
 Com todo o enfoque a segurança, se desenvolve a tecnologia de segurança, para que 
haja um controle da sociedade, uma eficácia na ordem de segurança. Com isso, surge também 
a disciplina, porém ela só passa a existir na medida que há uma multiplicidade, um grande 
vigor, para se obter um resultado. Veio a disciplina escolar, militar, penal, disciplina nas 
fábricas, operárias, tudo com o enfoque de administrar, de estabelecer pontos positivos. A 
disciplina é um modo de individualização, é apresentado para os indivíduos e só passa a 
executar de forma positiva através dos comportamentos subjetivos. 
 A partir do século XVIII, no início do século XIX, as cidades foram caracterizadas por 
uma especificidade, particularidade jurídica e administrativa, que à diferenciava de uma 
maneira bem singular em relação a outras extensões e espaços. Segundo Foucault, a cidade se 
caracterizava por um encerramento dentro de um espaço murado e denso. E, por fim, ela se 
caracterizava por uma heterogeneidade econômica e social muito acentuada em relação ao 
campo. Assim, foi dividido a capital das demais cidades, a capital deve ser o ornamento do 
território, onde tem que ter uma relação política, e que nenhum dos demais territórios escape 
das ordens, leis e decretos vindo da capital. A capital também deve ter um papel moral e, 
prolongar a todos os territórios tudo que é necessário para ter uma boa conduta, tem que ser 
referencial na sua conduta, no seu modo de agir. Com isso, houve o desenvolvimento das 
cidades, sempre focando em maximizar o positivo, o que é bom e, negativando e minimizando 
o que é negativo. Sempre planejando o futuro. 
 Dentro desses territórios, das cidades, das capitais, passa a ter um soberano, 
responsável pelo território, ele se torna o arquiteto do espaço. Torna-se também regulador, no 
qual estabelece limites, fronteiras, não somente de extremidade terrenas, mas, essencialmente 
de possibilitar, assegurar circulações: circulações de pessoas, circulação de mercadorias, 
circulação do ar, etc. 
 Com o entendimento desses fatos, novas questões surgem, economia geral aestruturação do espaço e do território, por exemplo. 
Logo, nota-se claramente que Foucault faz uma analogia, entre a lei, a disciplina e a 
segurança para que pudesse distingui-las, e coloca em primeiro lugar a lei, que proíbe, inibe. 
Em segundo lugar, a disciplina que normaliza, analisa, decompõe e compõe os indivíduos. Em 
terceiro lugar, a segurança, que não precisaria proibir, anular ou limitar uma realidade. 
Foucault nos apresenta juntamente com a disciplina e suas funções, a norma, que se 
utiliza segundo as necessidades culturais e individuais. Logo após, surge a normalização, que 
tem como função separar o normal do anormal. O que é de extrema importância na 
normalização disciplinar, não é normal e anormal, e sim a norma, que possui um caráter 
primordialmente prescrito sobre a norma, e é somente em correlação, a essa norma 
estabelecida que a definição e indicação do normal e anormal se tornam possíveis. 
De acordo com os acontecimentos, o livro nos dá o exemplo claro, da varíola, que 
surge como uma epidemia, com as decisões que são tomadas em conexão a ela, vem a 
vacinação e, considera-se que a vacinação seria um meio de segurança, pois estaria 
prevenindo a população e tentando conter, ou até mesmo, reverter a situação daqueles que já 
se encontravam doentes. 
Considera-se que essa prática da vacinação e variolização trouxe uma grande surpresa, 
com o seu sucesso, pois os meios e a realidade dos médicos da época eram precários. Para 
chegar aos casos, cálculos, probabilidades, foram formas de tirar conclusões de perigo, 
identificar aqueles que não corriam os riscos de se contaminar, e chegar naquelas que casos 
que estavam agravados. 
Apresenta-se também a convicção, a ideia de população como: 
Pode-se dizer que, de forma muito remota, considerando, aliás, o uso da palavra 
“população” em textos mais antigos, vê-se que o problema da população tinha sido 
colocado desde havia muito, e de certo modo, de uma maneira quase permanente, 
mas sob uma modalidade essencialmente negativa. O que se chamava de população 
era essencialmente, o contrário da população. Ou seja, entendia-se por “população” 
o movimento pelo qual, após algum grande desastre, fosse ele a epidemia, a guerra 
ou a escassez alimentar, depois de um desses grandes momentos dramáticos em que 
os homens morriam numa rapidez, numa intensidade espetacular, o movimento pelo 
qual se repovoava um território que tinha se tornado deserto. Digamos ainda que é 
em relação ao deserto ou a desertificação devida às grandes catástrofes humanas que 
se colocava o problema da população. (FOUCAULT, 2008, p. 88). 
 
Em outras palavras, nota-se que a indagação da população não era vista de forma 
alguma em sua positividade e generalidade, era em relação as mortes dramáticas e a 
preocupação maior era a de como poderia repovoar, pois os indivíduos fazia com que os 
lucros viessem, era através do trabalho que o soberano via o dinheiro circular, através dos 
impostos dos mercantilistas. 
 
A população é um elemento fundamental na dinâmica do poder dos Estados porque 
garante, no interior do próprio Estado, toda uma concorrência entre a mão-de-obra 
possível, o que, obviamente, assegura salários baixos. Baixo salário quer dizer preço 
baixo das mercadorias produzidas e possibilidades de exportação, donde nova 
garantia do poder, novo princípio para o próprio poder do estado. (FOUCAULT, 
2008, p. 90). 
 
Os mercantilistas consideravam que as complicações da própria população eram de 
certa forma ligados ao soberano e aos súditos. 
A partir da naturalidade da população, ela vai adquirir certos conhecimentos jurídico-
política, o que fará com que ela não seja tão leiga comparado aos seus direitos. Todos esses 
fatos foram mostrando a maneira de como o soberano agia, por meio das leis, que eram 
impostas a população e, também a forma com que a população reagia aos acontecidos. 
Agora Foucault falará sobre segurança, população e governo. De início ele traz a 
problemática do governo, enfatiza que a arte de governar vai muito além de uma população, é 
preciso ter a arte de governar a si mesmo, governar a sua família, os seus bens, para que então 
possa governar um Estado. A partir daí, das práticas de governo, que envolvem outras 
literaturas, um exemplo delas é o príncipe Maquiavel, que também tratava sobre a arte de 
governar, de uma maneira talvez, diferente, que de cara, não foi abominável, mas logo depois 
de um tempo foi repudiado. 
Em seguida temos Guillaume de La Perrière, que é extremamente contra as ideias de 
Maquiavel. Depois vem François La Mothe Le Vayer, que trará três tipos de governos: o 
governo de si mesmo; a moral. A arte de governar uma família como convém, que pertence a 
economia e pôr fim a ciência de “bem governar” o Estado, que pertence a política. 
E então nessa época surge à polícia e a economia, o que envolve o governo e a família, 
o início da economia no meio do exercício político seria uma meta muito importante do 
governo. 
A palavra “economia” designava uma forma de governo no século XVI, e no século 
XVIII, designará um nível de realidade, um campo de intervenção para o governo, 
através de uma série de processos complexos e, creio absolutamente capitais para a 
nossa história. Eis portanto o que é governar e ser governado. (FOUCAULT, 2008, 
p. 127). 
 
Então, vem o pensamento de que o governo deverá exercer seu cargo de uma forma 
com que produza o nível máximo de riquezas, agir para que a população possa multiplicar-se. 
As leis do soberano e as leis de Deus, também são ditas nessa aula, usavam esse termo para 
que as pessoas obedecessem as leis impostas pelo soberano, assim como tinham que obedecer 
as leis de Deus. 
A soberania está sempre preocupada consigo mesmo, já o governo tem por finalidade 
as coisas que ele dirige, o que deve ser buscado com máxima perfeição e usam os 
instrumentos do governo, que ao contrário de serem leis, como o soberano, usam táticas de 
governo. Guillaume de La Perrière, diz que um bom governador precisa desses três itens: 
“paciência, sabedoria e diligência”. 
Foucault discute como os "governos" que elaboram planos de disciplina sob o 
pensamento de segurança, porém com o objetivo de controlar a população. Para tanto ele cria 
o conceito de "governamentalidade". Esse poder se concretiza no território que cria 
disciplinas de "segurança" na relação de poder-espaço. Tudo gira em torno do controle da 
população. 
Como podemos entender a governamentalidade? 
“Governamentalidade”, pode-se entendo o conjunto constituído pelas instituições, os 
procedimentos, análise e reflexões, os cálculos e táticas que propiciam exercer essa 
forma bem específica, embora muito complexa, de poder que tem por alvo a 
população, por principal forma de saber a economia política e por instrumento 
técnico essencial os dispositivos de segurança. (FOUCAULT, 2008, p. 143-144) 
 
Como a governamentalidade surgiu? Por meio de um modelo arcaico, o modelo da 
pastoral cristã. Sustentado numa técnica diplomático militar, que era chamado nos séculos, 
XVII e XVIII de “polícia”. 
Logo, Foucault aborda ainda sobre a governamentalidade, fazendo suposições entre 
governar e reinar, afirmando que governar não seria a mesma coisa que desenvolver leis, 
reinar ou comandar. 
Por que usufruir do discernimento governamentalidade para expor as complicações do 
estado e da população? Foucault diz que quando expôs, anteriormente, às disciplinas queria 
atingir um tríplice deslocamento, ou seja, transferir para o exterior de três maneiras: prisão, 
economia geral de poder, estratégias e táticas. Esse triplo movimento de passagem ao exterior 
foi tentado a propósito das disciplinas, e é similar a isso, no fundo, é essa possibilidade que eu 
gostaria de explorar em ligação, em relação ao Estado. 
 
Será que se pode passar para o exterior do Estado, como se pôde passar- e, afinal de 
contas, como erabastante fácil passar- para o exterior em relação ao Estado, um 
ponto de vista abrangente, como era o ponto de vista das disciplinas em relação às 
instituições locais e definidas 
 
Daí da segunda razão de colocar a questão do Estado: o método que consiste em 
analisar os poderes localizados em termos de procedimentos, técnicas, tecnologias, 
táticas e estratégias não é simplesmente uma maneira de passar de um nível ao outro, 
do micro ao macro? E, por conseguinte, teria apenas um valor provisório: o tempo 
dessa passagem? É verdade que nenhum método deve ser, em si, uma meta. Um 
método deve ser feito para nos livrarmos dele. 
 
Mas, discorre bem menos de um método do que de um ponto de vista, de um 
acomodamento do olhar, uma maneira de fazer o [suporte(?)] das coisas girar pelo 
deslocamento de quem as observa. Ora, parece-me que tal deslocamento produz 
certo número de efeitos que merecem, se não ser conservados a qualquer preço, pelo 
menos mantidos o máximo que se puder. (FOUCAULT, 2008, P. 159 – 160) 
 
“Quais seriam esses efeitos? Primeiramente, desinstitucionalizando e 
desfuncionalizando as relações de poder pode-se estabelecer sua genealogia”. Em seguida, 
Desinstitucionalizando e desfuncionalizando as relações de poder pode-se [ver] em que é” 
Destaca Foucault. (2008, p 160 - 161). Pois elas são oscilante. As noções de governo passam 
a ter uma forma mais rigorosa nos séculos XVI -XVII. 
Governar passou a ser considerada uma prática de dirigir alguém, na forma moral, 
espiritual e regimental. A cidade não é taxado como do governo, a cidade é em sua realidade 
essencial, é sustentável pois os indivíduos a mantem, podendo sofrer desaparecimento sem os 
mesmos. 
O governo de homens, o pensamento de um governo de homens passou a ter uma ideia 
e, de organização como de um tipo pastoral, como forma de direção e de consciência, da 
direção de almas. 
O pastorado é considerado uma forma de relação entre Deus e os homens, de alguma 
forma o soberano, Deus, estaria participando dessa estrutura pastoral, onde haveria uma 
relação entre Deus e os homens. A relações entre Deus e o seu povo é que são definidas como 
relações entre o pastor e o seu rebanho, essa relação pastoral é um tipo de poder religioso que 
tem o seu princípio, seu fundamento, sua perfeição no poder que Deus exerce sobre o povo, 
vale ressaltar que o poder dado ao pastor não era para que ele exercesse sobre um território e 
sim sobre um povo. 
Considerando-se que o poder pastoral é como um poder que zela pelo povo, vigia e os 
afasta do perigo, lembrando que toda preocupação dele deve ser voltada para o povo e, jamais 
para ele mesmo, é dever dele sacrificar-se pelo seu rebanho. Essa ideologia de um poder 
pastoral, inteiramente alheio, em todo aspecto admiravelmente alheio aos conceitos grego 
romano, foi colocado no mundo ocidental por intermédio da igreja cristã. 
Nas ultimas partes dessa aula, Foucault retoma e resume o tema desenvolvido na aula: 
o pensamento, a ideia de um poder pastoral é a ideia de um poder que: se realiza mais sobre 
uma pluralidade, é sobre um território; acompanha para um objetivo e ser de intermediário 
para esse objetivo; finaliza sobre aqueles sobre os quais exerce e não sobre uma unidade 
“superior” (cidade, Estado, o Soberano); visa todos e cada um na sua subjetividade. 
Indica que a estrutura da cidade grega e do Império Romano eram estranhas a um 
poder desse tipo. Poder esse que foi incluído no mundo Ocidental por interposto da Igreja 
Cristã. E por fim, essa maneira de poder mais singular é característica do Ocidente e nasceu 
no domínio do homem de natureza e orientou seu modelo no pastoreio, na política entendida 
como assunto de pastoreio. 
Neste ponto, Foucault aborda a ideia do homem de natureza e orientou seu modelo 
no pastoreio, na política entendida como assunto de pastoreio. 
Neste ponto, Foucault aborda a ideia de um pastor soberano responsável, reforçando a 
relação pastor- rebanho, que designa a relação do soberano ou responsável político com seus 
sujeitos, estão presentes nos gregos, e apoia essa afirmação em três grupos possíveis de referências. 
Neste ponto é trago a 1° etimológica, aceita pelos pitagóricos como tradição, afirmando que 
o pastor é aquele que faz a lei, no alcance em que é ele que distribui o alimento, que aponta o 
rebanho, e os guia no caminho certo, revelando como as ovelhas devem acasalar para ter uma boa 
progenitura. Tudo isso, posto do pastor, que dita a lei ao seu rebanho. 
Para os pitagóricos, o magistrado é aquele que ama seus administrados, ama os homens e 
está submetido a eles, não é egoísta, pelo contrário, é cheio de zelo, tal como o pastor, logo o 
magistrado ideal é considerado o pastor. 
Adiante, o autor menciona o livro X das Leis, e como o magistrado- pastor é contraposto, de um lado, 
aos animais predadores que ele tem de manter longe do seu rebanho, mas também é diferente dos 
reinantes, que estão na cúpula do Estado. Agora, funcionário-pastor, vivo, mas somente funcionário. 
 Foucault retrata que a definição do homem político só pode ser definida pelo conhecimento 
específico e pela arte particular de exercer a arte como deve ser, como tem que ser, sua ação de 
homem político, a arte de comandar seres que vivem em rebanho. 
O homem político faz coligação entre si os ambientes, os bons ambientes que foram 
constituídos pela educação, vai ligar os valores, as diferentes formas de valor que são distintas umas 
das outras e, às vezes, até contrapostas umas às outras, vai tecer e ligar entre si os humores opostos, 
por exemplo, os homens impetuosos e os homens contidos, e vai tecê-los com a lançadeira de uma 
opinião comum que os homens dividem. 
A metodologia da política para Foucault, é como a arte do tecelão, não seria aquele que se 
ocupa integralmente de tudo, como o pastor deveria se ocupar de todo o rebanho. A política, como a 
arte do tecelão, só pode se desenvolver a partir e com ajuda de certo número de ações adjuvantes 
ou preparatórias. 
O pastorado tem sua história como modelo e matriz de governo dos homens, e esta, só tem 
início no mundo ocidental com o cristianismo. 
(...) o pastorado começa com certo processo que, este sim, é absolutamente único 
na história e de que sem dúvida não encontramos nenhum exemplo em nenhuma 
outra civilização: processo pelo qual uma religião, uma comunidade religiosa se 
constitui como Igreja, isto é, como uma instituição que aspira ao governo dos 
homens em sua vida cotidiana a pretexto de levá-los à vida eterna no outro mundo, 
e isso na escala não apenas de um grupo definido, não apenas de uma cidade ou de 
um Estado, mas de toda a humanidade. Uma religião que aspire assim ao governo 
cotidiano dos homens em sua vida real a pretexto da sua salvação e na escala da 
humanidade – é isso a Igreja, e não temos disso nenhum outro exemplo na história 
das sociedades. Esse poder pastoral, totalmente ligado à organização de uma 
religião como Igreja, a religião cristã como Igreja cristã, esse podier pastoral por 
certo transformou-se consideravelmente no curso desses quinze séculos de 
história. Pg 196-197 
 Foucault ainda ressalva que, desde o início do cristianismo, o pastorado não foi 
simplesmente alcançado como uma instituição necessária, não foi analisada como um conjunto de 
prescrições impostas a alguns, de regalias concedidas a outros. Essa batalha do pastorado, 
ultrapassou o Ocidente do século XIII sem ter sido definitivamente acabado. A relação 
pastor/rebanho não era, afinal, nada mais que uma das feições das afinidades constantes entre Deus 
e os homens. Deus era pastor, e além de pastor: era legislador, que guia o rebanho e o leva para o 
bom caminho. 
 O poder de jurisdição também é mencionado como um poder do pastor, é o poder de 
jurisdição que admite que o bispo, como pastor, expulse do rebanho a ovelha que, por sua doença ou 
por seu escândalo, seja capaz decontaminar todo o rebanho. O poder pastoral vai conservar-se 
específico e distante do poder político, pelo menos até o século XVIII. 
As especificidades do pastorado cristão em relação aos conhecimentos oriental e 
hebraica, uma arte de governar homens, era seu papel na historia da governamentalidade, os 
principais atributos do pastorado cristão do século ӀӀӀ ao século ӀV. 
O pastorado Cristão cresceu a partir do século ӀӀӀ, logo, o Estado moderno nasce, bem 
como a governamentalidade se torna efetivamente uma prática política avaliada e pensada. O 
tema foi enricado, transformado, complexo pelo pensamento cristão, assim, o pastorado deu 
lugar, no cristianismo, a uma rede institucional densa, rede institucional que pretendia ser, que 
o fato foi coextensiva á igreja inteira. 
O pastorado em seu significado, de certo modo abstrata, fez que Foucault relacionasse 
com três coisas. O pastorado está relacionado com a salvação, objetivo essencial, 
fundamental, conduzir os indivíduos ou, em todo caso, aceitar que os indivíduos avancem e 
floresçam no caminho da salvação. 
Em segundo lugar, para Foucault, o pastorado está pertinente com a lei, já que, 
justamente para que os indivíduos e as comunidades possam alcançar sua salvação, deve zelar 
por que eles se submetam efetivamente ao que é ordem, mandamento, vontade de Deus. 
E finalmente em terceiro lugar, Foucault alega que o pastorado está pertinente com o 
fato, já que no cristianismo, como em todas as religiões de texto, a salvação só será alcançada 
na condição de aceitar determinada verdade. 
Logo, de um lado os temores das ovelhas fazem o interesse e garantem a salvação do 
pastor, opostamente as faltas ou os temores do pastor são um artefato da edificação das 
ovelhas e do abalo, do método pelo qual ele as dirige para a salvação. 
O pastor cristão atua num perspicaz acúmulo de interesse e do desinteresse, um 
acúmulo que supõe uma crítica em dados perfeitos, organismos de adiamento, procedimentos 
de inversão, ações de apoio entre dados contrários. 
A direção de consciência é absolutamente permanente, é a propósito de tudo e a 
pessoa vai ser dirigida durante toda a vida. O pastorado cristão, ao contrário, é uma forma de 
poder que, pegando o problema da salvação em sua temática geral, vai introduzir no interior 
dessa relação global toda uma economia, toda uma técnica de circulação, de transferência, de 
inversão dos méritos, e é isso que é seu ponto fundamental. 
É, portanto toda a história dos procedimentos da individualização humana no Ocidente 
que está envolvida na história do pastorado. Digamos ainda que é a história do sujeito. 
E preludia também a governamentalidade pela constituição tão específica de um 
sujeito, de um sujeito cujos méritos são identificados de maneira analítica, de um sujeito que é 
sujeitado em redes contínuas de obediência, de um sujeito que é subjetivado pela extração de 
verdade que lhe é imposta. 
A economia das almas deve incidir sobre a comunidade de todos os cristãos e sobre 
cada cristão em particular. Mudança de dimensão, mudança de referências também, pois vai 
se tratar não apenas da prosperidade e da riqueza da família ou da casa, mas da salvação das 
almas. 
 O critério da dificuldade é a dificuldade que o asceta experimenta efetivamente em 
passar ao estágio seguinte e em fazer o exercício que vem em seguida, de modo que é o asceta 
com seu sofrimento, o asceta com suas recusas, com seus desgostos, com suas 
impossibilidades, é o asceta no momento mesmo em que reconhece seus limites que se torna 
o guia do seu próprio ascetismo e que é levado, por essa experiência imediata e direta do 
limite, a superá-lo. 
Esse ascetismo ao ver de Foucault, seria um elemento, não estranho por completo ao 
cristianismo, mas seguramente estranho à estrutura de poder pastoral em volta do qual se 
constituía, tinha se constituído o cristianismo. 
Ao princípio judaico ou ao princípio greco-romano da lei, o pastorado cristão havia 
acrescentado este elemento excessivo e completamente exorbitante que era a obediência, a 
obediência contínua e infinita de um homem a outro. 
As práticas de contra condutas que se desenvolveram nessas comunidades, em que a 
eucaristia retoma a forma da refeição comunitária com consumo de pão e de vinho, mas em 
geral sem dogma da presença real. A mística se desenvolve a partir de experiências e na forma 
de experiências absolutamente ambíguas, numa espécie de equívoco, já que o segredo da 
noite que ela é uma iluminação. Aqui também podemos dizer que o retorno à Escritura, que 
foi um dos grandes temas de todas essas contra condutas pastorais na Idade Média, é uma 
peça essencial. 
Foucault alegava que governar o mundo pastoralmente queria dizer, que o mundo 
estava submetido a toda uma economia da obediência: por uma razão particular, porque a 
obediência pastoral adquire fundamentalmente a forma da relação individual, cada vez que 
Deus queria intervir por uma razão qualquer, quando se tratava da salvação ou da perda de 
alguém, ou numa circunstância ou conjuntura particular, ele intervinha neste mundo de 
acordo com a economia da obediência. 
Enfim, um mundo pastoralmente governado era um mundo no qual havia toda uma 
economia da verdade, como encontramos no pastorado: verdade ensinada, de um lado, 
verdade oculta e extraída, do outro. Ou seja, num mundo pastoralmente governado havia, de 
certo modo, formas de ensino. 
Um mundo inteiramente finalista, um mundo antropocêntrico, um mundo de 
prodígios, de maravilhas e de sinais, enfim, um mundo de analogias e de cifras – é isso que 
constitui a forma manifesta de um governo pastoral de Deus sobre este mundo. Algo 
absolutamente específico: essa ação é a que consiste em governar e para a qual não se tem de 
buscar modelo, nem do lado de Deus, nem do lado da natureza. 
Teremos agora uma natureza que não tolera mais nenhum governo, que não tolera 
nada senão o reino de uma razão que, afinal, é em comum a razão de Deus e dos homens. 
A inteligibilidade em história residiria, talvez, em algo que poderíamos chamar de 
constituição ou composição dos efeitos. O problema de Maquiavel não é, justamente, a 
conservação do Estado em si. Acho que vocês vão ver isso melhor a próxima vez, quando 
abordaremos internamente esse problema da razão de Estado. 
O que Maquiavel procura salvar, salvaguardar, não é o Estado, é a relação do príncipe com 
aquilo sobre o que ele exerce sua dominação: o que se trata de salvar é o principado como 
relação de poder do príncipe com seu território ou sua população. 
Está no centro do debate, não na medida em que a coisa passa por ele, mas na medida 
em que a coisa é dita através dele. Não é por ele que passa, não é por ele e não é nele que 
vamos encontrar uma arte de governar. 
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Na referida aula, Foucault enaltece a razão como meio de conhecimento, que permite que a 
vontade se paute pelo que a conhece, pela própria essência das coisas, definiu então que a razão de 
Estado será assim chamada pela necessidade e suficiência para que a república conserve sua 
integridade. 
 Segundo Foucault, a definição de razão de Estado, é aquela que contém 
(...) certo cuidado político que se deve ter em todos os negócios públicos, em todos 
os conselhos e em todos os desígnios, e que deve tender unicamente à 
conservação, à ampliação e à felicidade do Estado, para o que há que empregar os 
meios mais fáceis e mais prontos. P.343 
 
 Foucault relata ainda nesta aula que a razão de Estado está fortemente articulada em torno 
da relação essência –saber, pois esta, é a própria essência do Estado, sendo a arte de lado prático e 
de conhecimento. Logo, trata- se basicamente, nessa razão de Estado, por essa razão de Estado, de 
adaptar-se com o que é mandatório e aceitável para que o Estado viva e se mantenha em sua 
integridade, se preciso for, caso apresente- se indispensável e aceitável para restaurar essaintegridade, se ela vier a ser danificada. 
O golpe de Estado não é, assim sendo, interdição do Estado por prejuízo dos diferentes. O 
golpe de Estado foi a auto manifestação do próprio Estado. É a declaração da razão de Estado que 
afirmam que o Estado deve ser salvo, quaisquer que sejam as formas que forem agregadas para 
salvá-lo. 
Logo, Foucault ainda diz que o golpe de Estado foi a auto manifestação do próprio Estado e 
esta, foi afirmação da razão de Estado, que afirma que o Estado deve ser salvo de qualquer maneira, 
quaisquer que sejam as formas que forem empregadas para salvá-lo. 
A promessa do pastorado, que bancava tolerar todas as misérias, mesmo as misérias 
espontâneas do ascetismo, começaram a ser seguidas pela dureza teatral e cruel do Estado que 
agora pedia, em nome da sua salvação, se aceitem as violências como a forma mais pura da razão e 
da razão de Estado. 
Por oposição ao problema jurídico-teológico do fundamento da soberania, os políticos 
são os que vão tentar pensar em si mesma a forma da racionalidade do governo. Política 
deixou de ser uma maneira de pensar própria a certos indivíduos, certa maneira de raciocinar 
própria a certos indivíduos. Ela se tornou um domínio, um domínio valorizado de forma 
positiva na medida em que tenha sido integrada nas instituições, nas práticas, nas maneiras de 
fazer, dentro do sistema de soberania da monarquia absoluta francesa. Partir de que momento 
e como ele entrou numa estratégia meditada e concertada, a partir de que momento o estado 
começou a ser invocado, desejado, cobiçado, temido, repelido, amado, odiado pelos homens. 
Haveria que dizer, nesse momento, que o Estado não é na história essa espécie de 
monstro frio que não parou de crescer e de se desenvolver como uma espécie de organismo 
ameaçador acima de uma sociedade civil. Tratar-se-ia de mostrar como uma sociedade civil, ou 
antes, simplesmente uma sociedade governa-mentalizada instituiu, a partir do século XVI, 
certa coisa, certa coisa ao mesmo tempo frágil e obcecante que se chama Estado. 
Razão de Estado num sentido objetivo é o que é necessário para manter a integridade 
da República nos seus quatro sentidos. Já em seu sentido subjetivo razão de Estado é a arte 
que possibilita que se conheçam os meios para manter a tranquilidade de uma República. Está 
surgindo uma nova racionalidade própria ao Estado moderno capaz de manter, ampliar e 
fortalecer a ação do próprio Estado. É importante esclarecer que Foucault está realizando uma 
genealogia das práticas do Estado, mas não do Estado enquanto máquina burocrática. Nesse 
sentido, são as práticas do Estado que são ampliadas e complexificadas no período moderno. 
Foucault recupera em Palazzo quatro características fundamentais da razão de Estado. A razão 
de Estado por sua vez, tem referência única e exclusivamente em si mesma. 
A segunda característica da razão de Estado, ela é a essência do Estado, ou o saber que 
permite que o Estado possa ser mantido e consequentemente ampliado. Em terceiro lugar, a 
razão de Estado é “conservatória”, nas palavras de Foucault, pois tem por objetivo primeiro 
manter o Estado em seu pleno funcionamento. Por fim, a razão de Estado é a finalidade do 
próprio Estado, não existe nenhuma outra finalidade externa ou superior, ou seja, é um fim em 
si mesma. 
O conjunto tecnológico chamado política, é constituído por procedimentos necessários 
a manutenção no que na época era chamado balança Europeia, que consiste em organizar 
ordenar a composição e compensação interestatal das forças de outro a organização de um 
exército profissional. O conjunto chamado de polícia era o que representaria na época a força 
do estado que após a guerra dos trintas anos se fazia necessária para organização onde o 
estado via meios de fazer aumentar suas forças. Em outras palavras a polícia vai ser o cálculo e 
a técnica que possibilitara estabelecer uma relação móvel, apesar de uma relação interna 
estável e controlável. 
Portanto o equilíbrio Europeu vai funcionar como polícia de certo modo interestatal ou 
como direito. Dara o estado o poder de zelar para que a polícia seja boa em cada um dos 
estados. 
O termo dito de "birô" de polícia vinha a representar as diversas divisão existentes: A 
que cuidara das crianças, caridade, dos comerciantes e do domínio. 
O fato de que a polícia no século XVII e XVIII foi pensada em termos do que poderia 
chamar urbanização de território, vem com a correlação dos homens no meio de coexistir em 
sociedade, 
O mercantilismo se insere inteiramente no contexto entre equilíbrio Europeu, e da 
competição intereuropeia, que proporciona com instrumento essencial o comercio. Parece 
que o desenvolvimento da economia e a intensificação dos intercâmbios do século XVI fez que 
a existência humana entrasse no mundo abstrato e puramente representativo da mercadoria e 
do valor de troca, ou seja, foi criada a circulação monetária. 
A polícia representaria o controle econômico da circulação de mercadoria, como 
montante que viria representar o valor revendido para população. Os economista da época 
usava a quantidade da população como base principal para estipular a sua produção agrícola. 
Os economista traz a sociedade como uma naturalidade especifica a existência em 
comum dos homens, estão fazendo emergir como domino, como campo de objeto, como 
domínio possível de analise, como possível domínio de saber e de intervenção. A reivindicação 
de racionalidade cientifica, que não era em absoluto colocado pelos mercantilista, é colocada 
em compensação pelos economista do século XVIII, que vão dizer que a regra da evidencia 
deve ser aplicada as esses domínios. 
O texto teve proposito de apresentar como foi feita a reestruturação do poder político 
do estado Europeu após a guerra dos trintas anos, e a divisão da força do estado entre os 
territórios. 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui- se então que são muitas as reflexões que esta obra nos trás, sendo de rico conteúdo 
para debates na classe da Geografia. Foucault deixa em evidencia que sua interpretação está 
moderada na realidade europeia, ao corroborar os problemas que a investigação sistemática onde 
devia conter-se, demarcou o papel da polícia como garantidora da ordem interna, dotada de saberes 
peculiares, constituindo-se, junto com segurança e a Economia Política, naquilo que Foucault 
chamou de biopolítica. 
. Esta é uma leitura indispensável àqueles que almejam uma carreira na área 
social, pois coloca em suspensão corroboras definidas por ordem discursiva. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Disponível em: <https://www.ebiografia.com/michel_foucault> . Acesso em 13 de abril de 
2018.

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