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Alterações Hormonais da Gravidez e da Lactação

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AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
Alterações Hormonais da Gravidez e da 
Lactação 
VISÃO GERAL 
Essas	 alterações	 hormonais	 são	 consequências	 da	
fertilização	 do	 óvulo,	 o	 qual	 é	 expelido	 na	 cavidade	
peritoneal	 e	 captado	 pelas	 fimbrias	 e	 levado	 para	 o	
interior	das	tubas	uterinas.	
FECUNDAÇÃO 
No	terço	distal	da	tuba,	na	ampola,	ocorre	a	fertilização	
do	 óvulo	 maduro	 pelo	 espermatozóide,	 formando	 o	
zigoto,	o	qual	é	levado	para	o	útero.	Esse	transporte	é	
auxiliado	pelos	cílios	da	tuba	e	pela	secreção	glandular	
local.	
NIDAÇÃO 
O	zigoto	alcança	o	útero	cerca	de	4	a	5	dias	após	e	já	no	
estágio	de	blastocisto	ocorre	a	nidação	no	endométrio,	
cerca	 de	 5	 a	 7	 dias	 após.	 Essa	 nidação	 resulta	 da	
implantação	de	células	trofoblásticas,	que	produzem	e	
liberam	 enzimas	 proteolíticas	 que	 digerem	 células	
adjacentes	do	epitélio	uterino.		
Simultaneamente,	 o	 sinciciotrofoblasto	 começa	 a	
produzir	e	liberar	a	gonadotropina	coriônica	(hCG).	
HCG (GONADOTROPINA CORIÔNICA 
HUMANA) 
O	hormônio	gonadotrópico	coriônio	é	um	hormônio	de	
natureza	 glicoproteica	 semelhante	 ao	 hormônio	
luteinizante	(LH).	
Ele	 é	 produzido,	 como	 anteriormente	 citado,	 pelo	
sinciciotrofoblasto,	camada	externa	do	trofoblasto.	
MECANISMO DE AÇÃO 
Seu	 mecanismo	 de	 ação	 também	 é	 semelhante	 ao	
mecanismo	de	ação	do	LH,	ele	se	liga	a	receptores	de	
membrana	presentes	no	corpo	lúteo.	O	hCG	se	 liga	a	
receptores	de	membrana,	ativa	a	proteína	Gs,	a	Adenil	
ciclase	e	aumenta	a	formação	do	AMPc.	
VARIAÇÃO DE SUA CONCENTRAÇÃO 
DURANTE A GESTAÇÃO 
A	concentração	sanguínea	do	hCG	varia	ao	decorrer	da	
gravidez.	Sua	produção	se	inicia	com	a	implantação	do	
blastocisto	 e	 aumenta	 rapidamente	 no	 sangue,	
atingindo	uma	concentração	máxima	por	volta	da	10ª	
a	12ª	semana,	por	volta	do	terceiro	mês.	
A	 partir	 do	 terceiro	mês,	 a	 placenta	 assume	 o	 papel	
hormonal,	 secretando	 estrogênio	 e	 progesterona.	 A	
produção	 de	 hCG	 diminui,	 atingindo	 valores	 mais	
baixos	por	volta	da	16ª	a	20ª	semana,	quarto	a	quinto	
mês	da	gravidez,	continuando	com	essa	concentração	
até	 o	 final	 da	 gravidez.	 O	 corpo	 lúteo	 involui	
lentamente	com	a	diminuição	da	concentração	de	hCG.	
IMPORTÂNCIA FUNCIONAL 
A	 função	 mais	 importante	 é	 impedir	 a	 involução	 do	
corpo	 lúteo.	 O	 hCG	 estimula	 mais	 intensamente	 o	
corpo	lúteo,	se	chamando	corpo	lúteo	da	gravidez.	Ao	
crescer,	ele	passa	a	secretar	ainda	mais	progesterona	–	
principalmente	–	e	estrogênio,	o	que	ao	se	elevarem	no	
sangue,	 reduzem	 a	 atividade	 do	 eixo	 hipotalâmico-
hipofisário-gonadal	 da	 grávida,	 reduzindo	a	 liberação	
de	GnRH,	LH	e	FSH.	
Ocorrem	 algumas	 consequências	 devido	 à	 essa	
função:	
1. Impede	a	menstruação;	
2. Reduz	a	atividade	motora	uterina;	
3. Estimula	 o	 crescimento	 endométrico(células	
deciduais)	–	armazenando	grande	quantidade	
de	 glicogênio,	 lipídeos,	 proteínas	 e	 sais	
minerais.	
Se	o	feto	for	do	sexo	masculino,	o	hCG	também	atua	no	
testículo	 fetal,	 o	 estimulando	 as	 células	 de	 Leydig	 a	
produzir	 testosterona	 no	 feto	 durante	 a	 gravidez.	 A	
testosterona	 age	 no	 desenvolvimento	 dos	 órgãos	
sexuais	masculinos	e	na	descida	dos	testículos	para	a	
bolsa	escrotal	no	final	da	gravidez.	
PLACENTA 
A	 placenta	 é	 uma	 estrutura	 fundamental	 para	 o	
desenvolvimento	 fetal.	 O	 feto	 não	 conta	 com	 a	
participação	 do	 aparelho	 digestório,	 respiratório	 e	
renal,	com	isso,	conta	com	a	mãe.	
	
	
AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
FUNÇÃO DE TRANSPORTE DE 
NUTRIENTES E O2 
Uma	de	suas	funções	é	a	difusão	de	nutrientes	(glicose,	
aminoácidos,	 ácidos	 graxos,	 eletrólitos,	 vitaminas	 e	
água)	e	difusão	de	O2	do	sangue	materno	para	o	feto.		
Essa	difusão	de	O2	é	determinada	pelo	 gradiente	de	
pressão	se	tiver	livre	no	sangue.		
A	difusão	é	favorecida	por	alguns	aspectos:	
1. Hemoglobina	 fetal:	 a	 hemoglobina	 do	 feto	 é	
altamente	reativa	ao	O2,	20	a	50%	a	mais	de	
O2	pode	ser	transportado	por	ela;	
2. Concentração	 de	 hemoglobina:	 a	
concentração	da	hemoglobina	fetal	no	sangue	
do	 feto	 é	 50%	maior	 do	 que	 a	 hemoglobina	
materna.	
3. Aumento	da	captação	de	O2:	à	medida	que	a	
concentração	 de	 CO2	 diminui	 (passa	 para	 o	
sangue	 materno	 por	 gradiente	 de	 pressão),	
mais	O2	é	captado	pela	hemoglobina	–	efeito	
Bohr.	Quanto	mais	O2	é	captado,	menos	livre	
ele	 fica	 e	 é	 esse	 livre	 que	 gera	 pressão,	
favorecendo	uma	maior	difusão.	
FUNÇÃO DE TRANSPORTE DE 
PRODUTOS METABÓLICOS 
A	 placenta	 também	 auxilia	 a	 remoção	 produtos	
metabólicos	do	 sangue	 fetal	para	a	mãe	 (CO2,	ureia,	
creatinina	 e	 outros).	 A	 excreção	 de	 produtos	
metabólicos	ocorre	principalmente	daqueles	derivados	
de	metabolismo	das	proteínas.	
A	difusão	de	CO2	é	determinado	também	por	gradiente	
de	 pressão	 materno	 e	 fetal	 também.	 Essa	 difusão	 é	
favorecida	 devido	 ao	 CO2	 apresentar	 um	 coeficiente	
de	solubilidade	na	membrana	20x	maior	do	que	o	O2,	
se	difundindo	rapidamente.	
FUNÇÃO HORMONAL DA PLACENTA 
Outra	função	da	placenta	é	a	hormonal.	Além	do	hCG,	
a	 placenta	 secreta	 estrogênio	 e	 progesterona	 pelas	
células	trofoblásticas	sinciciais.	
Até	aproximadamente	o	sexto	mês,	24ª	semana,	há	um	
predomínio	 na	 secreção	 de	 progesterona	 e	 sua	
influência	no	organismo	da	mulher	grávida.	A	partir	do	
sexto	mês,	 há	 uma	 inversão	 da	 influência	 hormonal,	
com	um	aumento	mais	acentuado	de	estrogênio.	Isso	
é	importante	para	o	trabalho	de	parto	e	para	a	ação	da	
prolactina.	
O	 estrogênio	 e	 a	 progesterona	 são	 hormônios	
esteróides,	 cujo	mecanismo	de	 ação	é	 a	 ligação	 com	
receptores	citoplasmáticos,	o	complexo	vai	ao	núcleo	
se	ligar	ao	DNA	e	interferir	na	transcrição	do	RNAm.	
ESTROGÊNIO 
A	concentração	aumenta,	no	último	trimestre,	cerca	de	
30x	do	valor	normal.	A	síntese	ocorre,	principalmente,	
a	 partir	 de	 andrógenos	 secretados	 pelas	 glândulas	
adrenais	da	mãe	e	do	feto,	na	zona	reticular	do	córtex	
adrenal.	 Esses	 andrógenos	 são:	
desidroepiandrosterona	 e	 16-
hidroxidesidroepiandrosterona	 (16-DHEA),	 que	 são	
transportados	 pelo	 sangue	 para	 a	 placenta	 e	
convertidos	 pelas	 células	 trofoblásticas	 em	 estradiol,	
estrona	e	estriol.	
Funções	do	estrogênio:	
1. Aumento	do	útero	(e	atividade);	
2. Aumento	das	mamas;	
3. Aumento	da	genitália	externa;	
4. Relaxamento	 dos	 ligamentos	 pélvicos,	
tornando	a	sínfise	púbica	elástica,	favorecendo	
a	passagem	do	feto.				
PROGESTERONA 
A	 progesterona	 é	 outro	 hormônio	 produzido	 pela	
placenta.	 Tende	 aumentar	 durante	 a	 gravidez	 e	 é	
essencial	para	o	seu	desenvolvimento	normal.	
Funções	da	progesterona:	
1. Aumenta	 o	 desenvolvimento	 das	 células	
deciduais,	 elas	 ficam	 mais	 volumosas	 e	
armazenam	 mais	 nutrientes	 (endométrio	
secretor);	
2. Redução	da	atividade	motora	uterina;	
3. Estimula	o	desenvolvimento	das	mamas;	
4. Estimula	secreção	das	trompas	de	falópio;	
SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA 
(HLP) 
A	 somatomamotropina	 coriônica	 (HLP)	 é	 outro	
hormônio	produzido	pela	placenta,	também	pode	ser	
chamado	de	hormônio	lactogênico	placentário.	
É	um	hormônio	de	natureza	proteica	e	é	produzido	a	
partir	da	5ª	 semana	de	gestação	e	 tem	sua	 secreção	
aumentada	durante	 toda	 a	 gravidez.	 Seu	mecanismo	
de	ação	é	semelhante	ao	do	GH	e	a	prolactina.	
	
AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
Funções	da	somatomamotropina:	
1. Estimula	o	desenvolvimento	das	mamas;	
2. Estimula	o	anabolismo	proteico:	crescimento;	
3. Reduz	 à	 sensibilidade	 da	 mãe	 à	 insulina	 e	 a	
utilização	 de	 glicose	 (aumenta	 o	 fluxo	 de	
glicose	para	o	feto);	
4. Estimula	a	 liberação	de	ácidos	graxos	a	partir	
da	gordura	materna	(função	lipogênica).	
OUTRAS VARIAÇÕES HORMONAIS NA 
GRAVIDEZ 
Algumas	outras	alterações	hormonais	ocorrem	
durante	a	gravidez:	
1. Aumento	da	secreção	hipofisária	de	GH,	ACTH,	
TSH,	 prolactina	 e	 redução	 da	 secreção	
hipofisária	de	gonadotrofinas.	
2. Aumento	 da	 secreção	 corticoadrenal:	
aumento	 do	 cortisol	 (maior	 mobilizaçãode	
aminoácidos	 para	 o	 feto)	 e	 aumento	 da	
aldosterona	 (causa	 retenção	 salina,	 edema	 e	
aumento	da	PA).	
3. Aumento	da	secreção	tireoidiana:	T3	e	T4;	
4. Aumento	da	secreção	de	paratormônio;	
5. Secreção	 de	 relaxina:	 corpo	 lúteo/placenta	
(relaxamento	da	sínfise	púbica,	que	amolece	o	
colo	 uterino	 por	 ocasião	 do	 parto	 +	
estrogênios.	
OCITOCINA 
Importante	 hormônio	 na	 gravidez.	 A	 ocitocina	 é	 um	
hormônio	 de	 natureza	 peptídica,	 produzido	
principalmente	 pelo	 núcleo	 paraventricular	 e	
metabolizado	 pelo	 sistema	 enzimático,	 chamado	
ocitocinase,	encontrado	no	fígado,	rins	e	placenta.	
MECANISMO DE AÇÃO 
O	mecanismo	de	ação	da	ocitocina	é	através	da	ligação	
com	receptores	de	membrana.	Ela	interage	com	esses	
receptores,	 estimulando	 a	 proteína	 Gq,	 ativando	 a	
fosfolipase	 C	 e	 aumentando	 a	 formação	 de	 dois	
segundos	 mensageiros:	 DAG	 (estimula	 a	 proteína	
cinase	 C)	 e	 IP3	 (aumenta	 a	 liberação	 endógena	 de	
cálcio).	
IMPORTÂNCIA FISIOLÓGICA DA 
OCITOCINA 
A	 ocitocina	 estabelece	 alguns	 papéis	 importantes	 na	
gravidez.	
GALACTOCINESE 
Durante	a	lactação,	a	ocitocina	estimula	a	contração	do	
mioepitélio	 alveolar	 mamário,	 ocasionando	 a	 ejeção	
láctea	(galactocinese).		
O	 principal	 mecanismo	 de	 controle	 é	 o	 aleitamento	
materno,	através	da	sucção	dos	mamilos,	que	são	ricos	
em	receptores	sensoriais.		
Com	 a	 sucção,	 impulsos	 nervosos	 locais	 são	
propagados	 pela	 medula	 espinhal,	 até	 o	 tronco	
cerebral	 e	 o	 núcleo	 paraventricular,	 resultando	 em	
uma	maior	liberação	neuro-hipofisária	de	ocitocina,	o	
que	 determina	 rapidamente	 a	 ejeção	 láctea	 (1	 a	 2	
minutos	após).	
ATIVIDADE MOTORA DO MÚSCULO LISO 
UTERINO 
A	 ocitocina,	 a	 partir	 do	 último	 trimestre,	 aumenta	 a	
atividade	 motora	 do	 músculo	 liso	 uterino	 (PGS).	 A	
ocitocina	 aumenta	 o	 automatismo	 do	 músculo	 liso	
(aumenta	a	frequência	de	contrações).	
Ela	promove	o	aumento	da	amplitude	e	duração	das	
contrações	 (sem	 impedir	 o	 relaxamento	 entre	 duas	
contrações	sucessivas,	que	é	vital	para	a	passagem	do	
O2	para	o	feto)		
Ela	também	aumenta	a	velocidade	de	propagação	do	
potencial	 de	 ação	 de	 fibra	 a	 fibra,	 pelo	 aumento	 de	
junções	 GAP,	 proporcionando	 uma	 maior	 amplitude	
global	do	útero,	com	isso,	ele	contrai	sincronicamente,	
o	 que	 é	 importante	 para	 o	 trabalho	 de	 parto	 e,	
posteriormente,	para	a	involução	do	útero,	reduzindo	
o	sangramento.	
OUTROS EFEITOS DA OCITOCINA 
A	ocitocina	aumenta	o	apego	materno	ao	recém-nato,	
aumenta	a	libido,	tanto	no	homem	quanto	na	mulher	e	
aumenta	 a	 mobilização	 de	 espermatozóides	 em	
direção	às	tubas	uterinas	durante	o	coito,	tendo	papel	
importante	na	fertilização.	
No	 homem,	 ela	 estimula	 a	 contração	 das	 vesículas	
seminais,	 túbulos	 seminíferos,	 epidídimo	 e	 próstata,	
participando	no	processo	de	ejaculação.	
SENSIBILIDADE DO ÚTERO À 
OCITOCINA 
O	estado	funcional	do	útero	é	muito	importante	para	a	
atividade	 da	 ocitocina,	 ele	 pode	 fazer	 variar	 a	
AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
sensibilidade	ao	hormônio	provocando	variações	a	seu	
efeito.		
ANTES DA GRAVIDEZ 
O	útero	pré-puberal,	imaturo	e	de	criança,	é	insensível	
à	ocitocina.	
Durante	o	ciclo	ovariano,	a	variação	da	sensibilidade	do	
útero	à	ocitocina,	depende	da	fase	do	ciclo	ovariano.	
Na	primeira	fase,	onde	há	um	domínio	estrogênico,	a	
sensibilidade	é	maior	e	até	pode	ocorrer	 contrações.	
Na	segunda	fase,	onde	há	domínio	da	progesterona,	a	
sensibilidade	é	reduzida.	
DURANTE A GRAVIDEZ 
Durante	a	 gravidez,	 essas	 alterações	da	 sensibilidade	
são	 mais	 evidentes.	 Nos	 dois	 primeiros	 trimestres,	
onde	há	 um	predomínio	 da	 ação	 da	 progesterona,	 o	
útero	é	praticamente	insensível	à	ação	da	ocitocina.		
Já	 no	 último	 trimestre,	 onde	 há	 aumento	 de	
estrogênio,	 a	 sensibilidade	 do	 útero	 à	 ocitocina	
aumenta	 até	 tornar-se	 máxima,	 quando	 a	 gestação	
chega	à	termo, principalmente	no	fundo	uterino.	Essa	
contração	é	levada	ao	colo,	ocasionando	sua	dilatação.	
Essa	sensibilidade	está	 intimamente	 ligada	à	variação	
do	 número	 de	 receptores	 no	 útero	 para	 a	 ocitocina,	
esse	número	aumenta	pela	ação	estrogênica.	
FUNÇÃO EXCITATÓRIA DO 
ESTROGÊNIO E DA OCITOCINA 
Dados	 sugerem	 que	 os	 estrogênios	 e	 a	 ocitocina	
exerçam	sua	função	excitatória	sobre	útero	em	parte	
pelo	 aumento	 da	 produção	 local	 de	 prostaglandinas,	
principalmente	as	prostaglandinas	E2	e	F2	alfa.		
Os	 estrogênios	 estimulariam	 uma	 enzima	 chamada	
fosfolipase	A2,	 levando	ao	aumento	da	concentração	
do	percussor	das	prostaglandinas,	o	ácido	aracdônico.	
Os	 estrogênios,	 as	 ciclooxigenase,	 aumentando	 a	
produção	de	prostaglandinas.	
O	 nível	 de	 prostaglandinas	 aumenta	 no	 trabalho	 de	
parto,	no	fluido	materno	e	no	cordão	umbilical.	
MECANISMOS QUE INFLUENCIAM A 
SECREÇÃO DE OCITOCINA 
A	ocitocina	é	produzida	e	liberada	principalmente	pelo	
núcleo	paraventricular.		
	
REFLEXO DE FERGUSON 
Além	 da	 sucção	 do	 mamilo,	 estímulos	 nervosos	 são	
gerados	 no	 colo	 uterino,	 em	 decorrência	 de	 sua	
dilatação,	essa	dilatação	pode	ocorrer	pela	contração	
do	fundo	uterino	ou	pela	presença	do	feto.	
Essa	 dilatação	 determina	 através	 de	 estímulos	 de	
receptores	sensoriais	locais,	a	geração	de	impulsos	que	
são	propagados	pelo	componente	sensitivo	à	medula	
espinhal,	ao	tronco	cerebral,	ao	núcleo	paraventricular	
e	propagada	à	neuro-hipófise,	aumentando	a	liberação	
de	ocitocina,	que	aumenta	a	frequência	de	contrações	
e,	consequentemente,	aumentando	o	estímulo	para	a	
produção	 de	 ocitocina.	 Mecanismo	 de	 feedback	
positivo.	
Esses	estímulos	também	podem	ser	gerados	pelo	coito,	
estímulo	sexual.	
FATORES QUE INIBEM A SECREÇÃO DE 
OCITOCINA 
Alguns	fatores	 inibem	a	secreção	de	ocitocina,	como:	
condições	de	estresse	e	álcool.	
PROLACTINA 
A	 prolactina	 é	 o	 hormônio	 lactogênico.	 Ela	 é	 um	
hormônio	de	natureza	proteica,	com	estrutura	química	
semelhante	ao	hormônio	do	crescimento.	
Ela	é	produzida	pelos	lactotrofos/mamotrofos	que	são	
células	 acidófilas,	 10	 a	 20%	 da	 massa	 cromófila,	
presentes	 no	 lobo	 anterior	 da	 adeno-hipófise.	 Essa	
quantidade	 tende	 a	 aumentar	 com	 o	 decorrer	 da	
gravidez,	 supõe-se	 que	 os	 estrogênios	 aumentem	 a	
quantidade	dessas	células	e	estimulem	a	produção	de	
prolactina	por	elas.	
MECANISMOS DE AÇÃO 
O	hormônio	apresenta	mecanismo	de	ação	semelhante	
ao	GH	e	à	somatomamotrofina	coriônica.		
A	 prolactina	 interage	 com	 receptores	 de	 membrana	
com	 atividade	 catalítica,	 ela	 interage	 com	o	 domínio	
extracelular	 da	 estrutura	 receptora,	 provocando	 um	
aumento	da	atividade	do	domínio	intracelular,	sítio	de	
recutramento	de	tirosina	cinase	citoplasmáticas	que	ao	
se	ligarem	ao	sítio	interno	e	vão	ser	ativadas.	
Essas	tirosinas	cinases	vão	fosforilar	e	ativar	proteínas	
de	transcrição	que	vão	ao	núcleo	modular	a	formação	
de	 RNAm,	 comandando	 a	 síntese	 de	 importantes	
proteínas	 na	 mama.	 Proteínas	 estruturais	 (vitais	 ao	
AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
crescimento),	proteínas	enzimas	(envolvidas	na	síntese	
de	 gordura,	 de	 açúcares,	 principalmente	 lactose),	
proteínas	constituintes	do	 leite	 (caseína,	 lactoferrina,	
lactoalbumina	e	imunoglobulina	A	–	leite	que	contém	
grande	 parte	 constituído	 por	 água	 e	 sais	 minarais,	
como	sódio,	potássio,	cloreto,	magnésio	e	outros).		
FUNÇÕES DA PROLACTINA 
A	prolactina	 tem	ação	durante	o	período	puberal,	na	
gravidez	e	no	período	pós-natal.	
Durante	 o	 período	 pré-puberal	 e	 até	 o	
desenvolvimento	da	mama,	que	é	muito	pequeno	na	
vida	uterina,	a	prolactina	não	exerce	influência.	
PERÍODO PUBERAL 
Na	puberdade,	com	início	dos	ciclos	ovarianos,	ocorre	
o	 crescimento	das	mamas,	 a	partir	 do	 crescimento	e	
proliferação	 dos	 ductos	 mamários	 por	 ação	 do	
estrogênio	e	prolactina.		
O	estrogênio	também	aumenta	o	número	de	gordura	
na	 mama,	 aumentando	 seu	 volume.	 A	 progesterona	
estimula	o	crescimento	e	desenvolvimentodos	lóbulos	
alveolares,	 determinando	 o	 surgimento	 de	
características	 secretoras	 aos	 alvéolos	 dos	 lóbulos	
mamários,	há	uma	ação	sinérgica	de	outros	hormônios	
nessa	função,	hormônios,	como:	GH,	insulina	e	cortisol.	
DURANTE A GRAVIDEZ 
Na	 gravidez,	 aumenta-se	 o	 desenvolvimento	 e	
proliferação	do	sistema	 lóbuloalveolar,	 intensificando	
sua	 conversão	 à	 órgão	 secretor	 de	 leite	 por	
estrogênios,	 progesterona,	 a	 prolactina	 e	 a	
somatomamotrofina	coriônica.	
A	 produção	 e	 secreção	 do	 leite	 é	 mantida	 inibida,	
apesar	de	todo	o	desenvolvimento	do	sistema,	devido	
à	 alta	 concentração	 de	 hormônios	 esteróides,	
principalmente	a	progesterona.	A	secreção	de	 leite	é	
pequena	no	final	da	gestação,	com	um	leite	de	pouca	
proteína	(colostro).	
PÓS-PARTO 
No	 período	 de	 36	 a	 48h	 pós-parto,	 com	 a	 queda	 do	
estrogênio	 e	 a	 progesterona,	 começa	 a	 lactogênese.	
Essa	produção	de	leite	se	inicia	de	forma	copiosa	com	
a	 coparticipação	 de	 vários	 hormônios,	 como:	 GH,	
cortisol	 e	 insulina,	 que	 são	 importantes	 para	 o	
fornecimento	 de	 elementos	 fundamentais	 (ácidos	
graxos,	aminoácidos,	glicose,	cálcio	e	outros).	
A	partir	da	4ª	semana	pós-parto,	os	níveis	de	prolactina	
começam	a	declinar,	porém	com	o	estímulo	da	sucção	
mamilo,	 sinais	 neurais	 sensitivos	 são	 localmente	
gerados	e	propagados	à	medula	espinhal	e	ao	tronco	
cerebral,	inibindo	vias	dopaminérgicas,	que	regulam	a	
inibição	 da	 secreção	 da	 prolactina.	 A	 inibição	 da	
inibição	 ocasiona	 maior	 liberação	 de	 prolactina.	 A	
prolactina	tende	a	se	manter	elevada	em	decorrência	
da	amamentação,	pelo	processo	de	lactopoiese.	
Simultaneamente,	esses	sinais	sensitivos	também	são	
propagados	 aos	 núcleos	 paraventriculares	 para	 a	
liberação	de	ocitocina	e	também	são	propagados	aos	
núcleos	 ligados	 à	 liberação	 de	 hormônio	 GnRH,	
consequentemente,	 menor	 a	 liberação	 das	
gonadotrofinas.			
CONTROLE DE SECREÇÃO 
Alguns	fatores	regulam	a	liberação	da	prolactina.	
DOPAMINA 
A	 dopamina	 é	 hormônio	 inibidor	 de	 prolactina	 e	 o	
principal	fator	regulador.	
É	 um	 hormônio	 hipotalâmico,	 produzido	 no	 núcleo	
arqueado	 e	 núcleo	 pré-óptico	 lateral,	 liberada	 na	
eminência	 média,	 transportado	 pelo	 sistem	 vascular	
porta-hipofisário.	No	lobo	anterior,	se	liga	ao	receptor	
D2	dos	mamotrofos	e	via	redução	do	AMPc	e	dos	níveis	
celulares	 de	 cálcio,	 ocorre	 a	 inibição	 da	 liberação	 da	
prolactina.	
Qualquer	 fator	 que	 influencie	 a	 concentração	 de	
dopamina,	influência	a	liberação	de	prolactina.	
INFLUÊNCIAS DA DOPAMINA 
Influência	 excitatória:	 elevação	 de	 prolactina	 ou	
neurotransmissores	 (acetilcolina	 e	 glutamato).	 Eles	
estimulam	 a	 liberação	 de	 dopamina,	 reduzindo	 a	
secreção	de	prolactina.	
Influência	 inibitória:	 aleitamento	 e	 a	 elevação	 dos	
estrogênios	durante	a	gravidez.	Eles	inibem	a	liberação	
de	 dopamina,	 consequentemente,	 aumentando	 a	
secreção	de	prolactina.	
PRH 
O	PRH	é	o	hormônio	liberador	de	prolactina,	um	outro	
fator	 que	 pode	 influenciar	 a	 liberação	 de	 prolactina.	
Existem	vários	fatores	citados	como	candidatos,	porém	
nenhum	 foi	 confirmado,	 são	 eles:	 TSH,	 opioides	
endógenos,	ocitocina,	angiostensina	II	e	melatonina.	
AMANDA	FARIA	
1°	PERÍODO	
INFLUÊNCIA DA AMAMENTAÇÃO 
Os	 estímulos	 gerados	 nos	 mamilos	 pela	 sucção	 são	
propagados	 pelo	 componente	 sensitivo	 à	 medula	
espinhal,	ao	tronco	cerebral	e	ao	hipotálamo,	atingindo	
o	 núcleo	 paraventricular	 ocorrendo	 um	 estímulo	
aumentando	 a	 liberação	 neuro-hipofisária	 de	
ocitocina.	
Atingindo	as	vias	dopaminérgicas,	ocorre	uma	inibição	
da	dopamina,	aumentando	a	liberação	de	prolactina.

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