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Gracielly Rosa Ormond
	OAB/MT 18.163	
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE NORTELÂNDIA/MT.
		
CARLOS ANDRE SANTANA DAMASCENA, brasileiro, solteiro, servidor público estadual, portador da cédula de identidade registro geral (RG) sob o número 2171576-9 SSP/MT e cadastrado no cadastro de pessoas físicas (CPF) sob o número 036.387.321-00, residente e domiciliado na Rua Manoel Ribeiro de Campos, Bairro da Ponte em Nortelândia/MT, CEP: 78.430-000 vem, perante Vossa Excelência, mediante seus procuradores (procuração anexa), com fundamento do artigo 282 e seguintes do Código de Processo Civil, propor AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA contra o ESTADO DE MATO GROSSO, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº 03.507.415/0005-78, com endereço no Palácio Paiaguás, Centro Político Administrativo, Cuiabá, Mato Grosso, CEP: 78050-970, escorada nas seguintes razões de fato e de direito:
I - DA JUSTIÇA GRATUITA.
A parte autora não está em condições de pagar as custas do processo, nos termos do artigo 4º da Lei nº 1.060/50, razão pela qual, no final e junto aos pedidos desta petição requererá os benefícios da assistência judiciária gratuita, cuja declaração estará em anexo. 
Anote-se em derradeira quadra que a parte autora tem o seu subsídio como única fonte de renda e, não se pode olvidar que sua remuneração mensal destina-se ao provimento das necessidades básicas e de sua família, restando impossibilitados de adiantar as custas judiciais e taxas judiciárias da presente demanda, e, principalmente da execução de sentença que irá se seguir com o provimento judicial de mérito favorável.
II – DA LEGITIMIDADE DA PARTE.
A parte autora da ação é servidora pública estadual. Ressalta-se, desde já, que a data de ingresso no serviço público não afeta o direito do servidor nos casos em que se discute revisão geral de vencimentos. Nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR DO DISTRITO FEDERAL. REAJUSTE DE 11,98%. INGRESSO POSTERIOR AO ADVENTO DA LEI 8.880/94. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA E DE AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO, EM RELAÇÃO AOS SERVIDORES EM EXERCÍCIO NA DATA DO ADVENTO DA REFERIDA LEI. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE, NA VIA ESPECIAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07 DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. De acordo com a jurisprudência do STJ, "a diferença relativa à conversão de Cruzeiros Reais em URV é devida também aos servidores empossados após o advento da Lei nº 8.880/94" (STJ, Ag 1.124.660/MG, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe de 22/10/2010). II. A apreciação da questão relativa à ausência de prova de eventual prejuízo sofrido, pelo recorrido, pela suposta percepção de valores menores do que os servidores que já se encontravam em exercício em 1994, demandaria incursão no conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado, na via especial, consoante o enunciado da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. III. "A data de ingresso no serviço público não afeta o direito do servidor nos casos em que se discute revisão geral de vencimentos, e não concessão de vantagem pessoal. Precedentes. No julgamento dos Recursos Especiais 970.217/RS e 1.047.686/RS, sob o rito dos recursos repetitivos, firmou-se a orientação no sentido de que, nas ações em que servidores públicos do Estado do Rio Grande do Sul discutem a conversão de vencimentos em URV, a conclusão do Tribunal de origem sobre a (in)existência de redução vencimental, em decorrência da adoção da sistemática prevista na legislação estadual, não pode ser revista em recurso especial, por demandar reexame de provas, o que atrai a incidência do óbice da Súmula 7/STJ. Para negar-se o direito dos ora agravados ao percentual de 11,98%- decorrente da conversão da moeda em URV, por força da Lei 8.880/94 -, pelo fato de terem sido admitidos após fevereiro de 1994, exige-se o afastamento da conclusão do acórdão no sentido de que ficou cabalmente demonstrada a redução nos seus vencimentos, por meio de prova pericial contábil (...)" (STJ, AgRg no Ag 1412800/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/11/2011). IV. Agravo Regimental improvido.” (AgRg no REsp 1141550/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 01/03/2013).
“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. URV. AÇÃO QUE POSTULA DIFERENÇAS. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. SÚMULA 85/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Mostra-se "inviável o apelo nobre, quando a recorrente deixa de providenciar o devido cotejo analítico entre a decisão recorrida e os acórdãos paradigmas, na forma dos artigos 541, parágrafo único, do CPC, e 255, § 2º, do Regimento Interno deste Tribunal, atendo-se a transcrever ementas de julgados" (REsp 1.215.237/MG, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 12/5/11). 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que a data de ingresso no serviço público não afeta o direito do servidor de postular revisão de caráter geral de vencimentos. 3. Prevalece nesta Superior Tribunal o entendimento de que, "nas hipóteses de pedido de diferenças salariais originadas da conversão de cruzeiros reais para URV, não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no quinquênio anterior ao ajuizamento da ação, segundo disposto na Súmula 85/STJ" (REsp 1.237.561/SP, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 22/3/11). 4. Agravo regimental não provido.” (AgRg no Ag 1414592/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 12/12/2011).
III – BREVE RESUMO DOS FATOS.
Em conformidade com a documentação que instrui esta ação, a parte autora é Servidor Público Estadual lotado na Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso. 
Com a presente ação a autora visa a implementação do percentual de 11,98% aos seus vencimentos, bem como, que a requerida seja condenada ao pagamento das diferenças apuradas desde 5 (cinco) anos anteriores à propositura da ação, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora.
A matéria trazida à apreciação é conhecida, sendo inclusive, objeto de pronunciamento judicial definitivo na esfera de competência do Poder Judiciário deste Estado, que sacramentou o direito à recomposição da diferença resultante da conversão do cruzeiro real para URV aos servidores públicos estaduais.
O ato do qual resultou a violação do direito da parte autora é a não observância do texto legal, da norma cogente, quando da conversão do cruzeiro real para a URV no ano de 1994. 
Ocorre Excelência que a falta de observância da regra que deveria ter sido aplicada quando da conversão ocasionou a diferença salarial de 11,98% também devida aos servidores do Poder Executivo Estadual, consoante afirmado e reafirmado em reiteradas decisões judiciais.
Assim, vem a parte autora, através desta ação, pleitear a implementação do percentual de 11,98% aos seus vencimentos, bem como, que a requerida seja condenada ao pagamento das diferenças apuradas desde 5 (cinco) anos anteriores à propositura da ação, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora.
IV – DO DIREITO.
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça, sacramentou que nos pleitos de diferenças salariais, originadas da conversão de cruzeiros reais para URV, não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no qüinqüênio anterior ao ajuizamento da ação, por configurar-se relação de trato sucessivo.
Nesse sentido, exemplificativamente, os seguintes julgados:
“ADMINISTRATIVO. CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV. LEI Nº 8.880, de 1994. SERVIDOR DO MUNICÍPIO DE SANTOS. PRESCRIÇÃO. REAJUSTE SALARIAL. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nas ações que visam a diferenças salariais resultantes da errônea conversão da moeda em URV, a relação é de trato sucessivo, reiniciando-se o prazo prescricional a cada pagamento. 2. A Lei nº 8.880, de 1994, obriga os Estados e os Municípios,não sendo compensáveis para os efeitos da conversão dos vencimentos e proventos em URV os posteriores reajustes destes. Agravo regimental desprovido.” (AgRg no REsp 1217170/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 19/03/2013).
“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. CONVERSÃO DE VENCIMENTOS EM URV. DATA DO EFETIVO PAGAMENTO. PERDA SALARIAL COMPROVADA. SÚMULA 7/STJ. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULA 85/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que os servidores estaduais ou municipais do Poder Executivo têm direito ao acréscimo da diferença decorrente da conversão de seus vencimentos para a Unidade Real de Valor - URV, nos ditames da Lei 8.880/1994, devendo-se considerar a data do efetivo pagamento. 2. O acórdão recorrido asseverou que a conversão dos vencimentos em URV causou prejuízo aos servidores públicos estaduais, sendo certo que a revisão desse posicionamento demanda reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado pela Súmula 7/STJ. 3. Cumpre ressaltar ainda que o STJ possui a orientação de que não há falar em prescrição de fundo de direito nos casos em que se pleiteia pagamento de diferenças salariais decorrentes da conversão de cruzeiros reais para URV, visto que estão prescritas tão somente as parcelas vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação, nos termos da Súmula 85/STJ. 4. Agravo Regimental não provido.” (AgRg no AREsp 249.348/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/12/2012, DJe 19/12/2012).
“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE DE VENCIMENTOS. CONVERSÃO. URV. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. NÃO OCORRÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 85/STJ. REEXAME DE MATÉRIA DE FATO. INVIABILIDADE. SÚMULA 7/STJ. LEI LOCAL. SÚMULA 280/STF. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que não há falar em prescrição de fundo de direito nos casos em que se pleiteia o pagamento de diferenças salariais decorrentes da conversão de cruzeiros reais para URV, visto que estão prescritas tão somente as parcelas vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação, nos termos da Súmula 85/STJ. 2. O Tribunal a quo, considerando a perícia constante nos autos, consignou que, em relação à conversão dos vencimentos do agravado em URV, ocorreu prejuízo. A revisão desse entendimento implica reexame de fatos e provas, obstado pelo teor da Súmula 7/STJ. 3. A controvérsia a eventuais prejuízos sofridos por servidores em razão da conversão da URV com base na Lei Estadual 11.510/1994 atrai a incidência, por analogia, da Súmula 280/STF: "Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário". 4. Agravo Regimental não provido.” (AgRg no AREsp 66.773/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/09/2012, DJe 24/09/2012).
“ADMINISTRATIVO. MILITARES. CONVERSÃO DE VENCIMENTOS EM URV. LEI SUPERVENIENTE POSTERIOR À LEI N. 8.880/94. REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO E LIMITAÇÃO TEMPORAL. RECURSO REPETITIVO JULGADO. PRESCRIÇÃO. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. SÚMULA 85/STJ. 1. Os reajustes salariais determinados por leis supervenientes após à Lei n. 8.880/94 não tem o condão de corrigir equívocos procedidos na conversão dos vencimentos dos servidores em URV, por se tratarem de parcelas de natureza jurídica distinta, pelo que incabível a compensação e qualquer limitação temporal. 2. Entendimento ratificado pela Terceira Seção desta Corte, ao julgar o REsp n. 1.101.726/SP, mediante a sistemática prevista no art. 543-C do CPC (recursos repetitivos). 3. Nas hipóteses de pedido de diferenças salariais originadas da conversão de cruzeiros reais para URV, não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no quinquênio anterior ao ajuizamento da ação, segundo disposto na Súmula 85/STJ. 4. Recurso especial provido.” (REsp 1279238/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/11/2011, DJe 17/11/2011).
Aplica-se ao caso, portanto, a Súmula 85 do STJ: “NAS RELAÇÕES JURIDICAS DE TRATO SUCESSIVO EM QUE A FAZENDA PUBLICA FIGURE COMO DEVEDORA, QUANDO NÃO TIVER SIDO NEGADO O PROPRIO DIREITO RECLAMADO, A PRESCRIÇÃO ATINGE APENAS AS PRESTAÇÕES VENCIDAS ANTES DO QUINQUENIO ANTERIOR A PROPOSITURA DA AÇÃO.”
Como dito anteriormente, o Estado/requerido, assim como a quase integralidade dos Entes da Federação, não cumpriu a legislação federal (norma cogente) quando da conversão do cruzeiro real para a URV no ano de 1994. As regras de conversão da URV deveriam ter sido aplicadas aos servidores públicos estaduais, visto que não se trata de comando normativo com finalidade de reajustamento ou concessão de vantagens a servidor público.
A Lei Federal nº 8.880/94, induvidosamente, tratou de mero ajuste derivado da conversão da moeda nacional em unidade de valor. Seu conteúdo versa regra de caráter monetário que teve por campo e escopo próprio a passagem de um sistema monetário para outro, impondo-se nova moeda de curso nacional. Portanto, era impositiva e não facultativa a observância da norma, dada natureza da matéria e da competência legislativa federal.
A mudança do padrão monetário, no entanto, também cuidou de garantir aos servidores a irredutibilidade de seus vencimentos dos, dispondo que o padrão para a conversão deveria ser aferido na data do efetivo pagamento (Lei 9.880/94, artigo 22).
Elucidativo, no ponto, a fundamentação escorada no voto condutor do acórdão vazado no Recurso Especial nº 199.307, Relator Ministro Gilson Dipp, julgado em 28/6/1999:
“A perda de parte do valor real da remuneração provocada no momento da conversão, para esses servidores, contrariou todos os propósitos contidos na Lei nº 8.880/94, que estabeleceu a data do efetivo pagamento como base nos demais casos de conversão de salários e benefícios, e cuja Exposição de Motivos, como já referi, proclamou a implantação de uma reforma monetária que deveria ser neutra com relação aos salários. O texto assinado pelos Senhores Ministros de Estado da Fazenda, do Trabalho, do Estado Maior das Forças Armadas, da Justiça, da Previdência Social, da Administração Federal e do Planejamento e Orçamento afirmava: “... A regra básica que se está propondo é a da conversão usando a media dos valores reais dos salários que são definidos pelo efetivo recebimento dos últimos quatro meses, no objetivo de manter o poder de compra do salário do trabalhador. O poder de compra do salário é de fato aquele que o salário tem no momento em que é recebido e em que pode efetivamente ser gasto. Por isso se está definido como base para a conversão dos salários de cruzeiros reais para URV, a média aritmética dos valores dos salários na data dos quatro últimos pagamentos convertidos cada um deles em URV pelo valor de conversão nesta data. Dessa forma, fica assegurada a manutenção do poder de compra dos salários para todos”. 
Note-se, a propósito, que a redação do art. 24, da Lei Federal nº 8.880/94 que se manteve igual em todas as reedições da Medida Provisória, fixa, também, a data do efetivo pagamento por ocasião das deduções de antecipações de férias ou parcelas de décimo terceiro salário:
“Art. 24 - Nas deduções de antecipação de férias ou de parcela do décimo-terceiro salário ou da gratificação natalina, será considerado o valor da antecipação, em URV ou equivalente em URV, na data do efetivo pagamento, ressalvado que o saldo a receber do décimo-terceiro salário ou da gratificação natalina não poderá ser inferior à metade em URV.”
Não se pode perder de vista, ainda, que a Lei Federal também cuidou de dispor sobre a metodologia que deveria ser empregada para a preservação do valor dos vencimentos, quando, por dificuldades operacionais, não fosse possível, como de fato não foi, realizar pagamento em cruzeiros reais pelo valor da URV na data do crédito dos recursos.
Eis a regra contida no artigo 25, § 1º, incisos I e II da referida Lei:
“Art. 25 - Serão, obrigatoriamente, expressos em URV os demonstrativosde pagamento de salários em geral, vencimentos, soldos, proventos, pensões decorrentes do falecimento de servidor público civil e militar e benefícios previdenciários, efetuando-se a conversão para cruzeiros reais na data do crédito ou da disponibilidade dos recursos em favor dos credores daquelas obrigações.
        § 1º - Quando, em razão de dificuldades operacionais, não for possível realizar o pagamento em cruzeiros reais pelo valor da URV na data do crédito dos recursos, será adotado o seguinte procedimento:
        I - a conversão para cruzeiros reais será feita pelo valor da URV do dia da emissão da ordem de pagamento, o qual não poderá ultrapassar os três dias úteis anteriores à data do crédito;
        II - a diferença entre o valor, em cruzeiros reais, recebido na forma do inciso anterior e o valor, em cruzeiros reais, a ser pago nos termos deste artigo, será convertida em URV pelo valor desta na data do crédito ou da disponibilidade dos recursos, sendo paga na folha salarial subseqüente.
        § 2º - Os valores dos demonstrativos referidos neste artigo, relativamente ao mês de competência de fevereiro de 1994, serão expressos em cruzeiros reais.”
Ora, pois que, é pública, notória e de conhecimento mediano a impossibilidade material de se fazer o encerramento da folha e realizar o efetivo pagamento na conformidade com a regra contida na Lei. Isto é, era materialmente impossível converter o salário pela URV do dia do efetivo pagamento, ou, quando muito, em prazo que não ultrapassasse 3 (três) dias. A regra era e ainda é fechar a folha até o dia 20 e efetuar o pagamento no dia 5 ou 10 do mês subseqüente. De pouco tempo para cá é que o pagamento tem sido efetivado no último dia do mês, mas a folha de pagamento, continua sendo fechada, no máximo até o dia 20.
Mostra-se evidente que o Estado/requerido não observou a Lei Federal, gerando diferença de mais de 10 dias entre o fechamento da folha e o efetivo pagamento, o que naquele período de inflação galopante resultou na perda de 11,98% decorrente da indevida conversão do cruzeiro real em URV. Surge ao Estado/réu, de conseqüência, o dever de reparar a lesão ao direito dos servidores estaduais, em razão de não ter realizado corretamente a conversão do antigo padrão monetário (cruzeiro real) para a URV.
O direito à percepção da diferença de 11,98% decorrente da indevida conversão da URV já se encontra consolidada na seara do Egrégio Tribunal de Justiça de nosso Estado, na conformidade com os precedentes:
“REEXAME NECESSÁRIO DE SENTENÇA COM RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL - SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO - INCORPORAÇÃO DO PERCENTUAL DE 11,98% À REMUNERAÇÃO E/OU PROVENTOS DOS FILIADOS - DIFERENÇA DE DEZ DIAS REFERENTE À CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV’S - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA - PAGAMENTO DEVIDO - APELO IMPROVIDO - SENTENÇA RATIFICADA. Não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no qüinqüênio anterior ao ajuizamento da ação nas demandas onde se postula diferenças salariais, referentes à conversão de cruzeiros reais para URV, conforme orienta a Súmula 85, do Colendo Superior Tribunal de Justiça. O percentual de 11,98% não caracteriza reajuste de remuneração, mas somente correção do errôneo critério de conversão de remuneração, de forma a assegurar o poder aquisitivo dos servidores públicos, nos termos das MP 434 e 457/94 e da Lei 8.880/94. A data de conversão do cruzeiro real em URV é a do efetivo pagamento.” (TJ/MT. Apelação / Reexame Necessário , 97685/2008, DR.MARCELO SOUZA DE BARROS, PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL, Data do Julgamento 15/12/2008, Data da publicação no DJE 18/12/2008). 
Pertinente anotar que o Superior Tribunal de Justiça ao submeter o tema relacionado à recomposição da diferença da conversão do cruzeiro real para URV ao recurso especial representativo de controvérsia (artigo 543-C, 5º do CPC), consagrou entendimento de ser obrigatória a observância, pelos entes da Federação, dos critérios previstos na Lei Federal nº 8.880/94, para a conversão em URV dos vencimentos e dos proventos dos servidores públicos, e que a norma alcança todos os servidores públicos, sejam eles federais, distritais, estaduais ou municipais. Foi estabelecido também não ser possível a compensação entre o pagamento da recomposição decorrente da conversão de URV com posteriores reajustes salariais, por se tratarem de parcelas de natureza jurídica diversa, nessa diapasão o Recurso Especial 1.107.726/SP, Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura. 
Na linha do entendimento que se consolidou no sentido de que todos os servidores estaduais fazem jus à diferença da conversão do cruzeiro real para a URV, calha o fundamento contido na sentença vazada no bojo da Ação Ordinária nº 350/2009, Código 383692, Quarta Vara Especializada da Fazenda Pública da Capital, manejada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola e Pecuário do Estado de Mato Grosso – SINTAP, julgado em 6/2/2013, no ponto de interesse:
“Ação Ordinária n.º 350/2009. Requerente: SINTAP – Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola e Pecuário do Estado de Mato Grosso. Requeridos: Estado de Mato Grosso. Vistos etc. Trata-se de Ação Ordinária com pedido de tutela antecipada proposta pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SISTEMA AGRÍCOLA E PECUÁRIO DO ESTADO DE MATO GROSSO – SINTAP em face do ESTADO DE MATO GROSSO, objetivando a condenação do requerido a reajustar os vencimentos ou proventos de seus substituídos em 11,98%, correspondente à parcela resultante da conversão do Cruzeiro Real em URV, bem como ao pagamento dos respectivos atrasados, acrescidos dos consectários legais. Alega, em síntese, que por ocasião da referida conversão, não foi considerada a data do efetivo pagamento da remuneração dos substituídos, que ocorria no dia 20 de cada mês.
Sustenta que a Medida Provisória n.º 434/94, que instituiu a Unidade Real de Valor – URV, estabeleceu tratamento diverso aos servidores públicos civis e militares, fixando a URV no último dia do mês de competência como base para a conversão, no caso, o dia 1º de março, razão pela qual, considerando que os substituídos recebiam seus salários no dia 20, perderam a correção salarial correspondente à inflação dos últimos dez dias do mês, equivalente ao percentual de 11,98%.
Com a inicial vieram os documentos de fls. 32/58.
Antecipação de tutela indeferida (fls. 59/61).
Após devidamente citado, o Estado de Mato Grosso apresentou contestação às fls. 63/87, argüindo preliminarmente a impossibilidade da concessão de medida antecipatória satisfativa contra a Fazenda Pública Estadual; a carência de ação decorrente da falta de interesse processual; sua ilegitimidade passiva ad causam; a prescrição qüinqüenal e a impossibilidade jurídica do pedido. Quanto ao mérito, sustenta a inexistência do direito alegado e pugna pela improcedência dos pedidos formulados.
Impugnação à contestação às fls. 91/102. O autor pugnou pela requisição das fichas financeiras do representados, referente ao período apontado na petição inicial, bem como pela realização de perícia contábil para apurar o valor devido a cada representado.
O Ministério Público, por meio do parecer de fls. 108/109, opinou pelo prosseguimento da ação independentemente de sua intervenção.
É o relatório. Fundamento e decido.
PRELIMINARMENTE. DA IMPOSSIBILIDADE DE MEDIDA ANTECIPATÓRIA SATISFATIVA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. Em primeira linha de argumentação preliminar, o requerido sustenta a impossibilidade de concessão de medida antecipatória satisfativa contra a Fazenda Pública Estadual, sob o argumento de que tal prática importa em ofensa ao disposto no artigo 475 do CPC, que prevê a necessidade de submissão da sentença proferida contra a União, Estados e Municípios ao duplo grau de jurisdição. Apesar da insurgência do requerido, entendo que sequer existe interesse processual na análise de tal preliminar, uma vez que o provimento antecipatório postulado foi indeferido. Posto isso, rejeito a preliminar. DA CARÊNCIA DE AÇÃO PELA FALTA DE INTERESSE DE AGIR. Em segunda linhade argumentação preliminar, o requerido sustenta a carência de ação pela falta de interesse processual, sob o argumento de que o autor não nominou os substituídos que representa, tampouco indicou a data de admissão destes, alegando que à época da conversão da URV, muitos deles não eram trabalhadores do sistema agrícola e pecuário do Estado e, portanto, não têm direito a pleitear qualquer reajuste salarial.
Malgrado a insurgência manifestada, entendo que a falta de indicação dos substituídos e da sua data de admissão não acarreta a carência de ação pela falta de interesse processual, uma vez que o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido de considerar dispensável a juntada da relação de substituídos nas ações coletivas ajuizadas pelo Sindicato, sob a afirmação de que este tem poderes para representar toda a categoria independentemente de autorização, sendo que a sentença proferida na ação coletiva deve beneficiar todos os servidores da categoria, e não apenas os substituídos. Nesse sentido:
“PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE. EXECUÇÃO INDIVIDUAL. SENTENÇA COLETIVA. MEMBROS DE TODA A CATEGORIA. 1. O sindicato, como substituto processual, tem legitimidade para defender judicialmente interesses coletivos de toda a categoria, e não apenas de seus filiados, sendo dispensável a juntada da relação nominal dos filiados e de autorização expressa. 2. Assim, a formação da coisa julgada nos autos de ação coletiva deve beneficiar todos os servidores da categoria, e não apenas aqueles que constaram do rol de substituídos. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 1195607/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/04/2012, DJe 23/04/2012).
Com essas considerações, rejeito a preliminar.DA ILEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO. Em terceira linha de argumentação preliminar, o requerido sustenta a ilegitimidade ativa do sindicato, sob o argumento de que, à época da edição da Lei n.º 8.880/94, os substituídos não eram trabalhadores do sistema agrícola e pecuário do Estado de Mato Grosso e, por essa razão, não tem direito à pleitear qualquer reajuste salarial. Tal argumento não procede pelo fato de que, conforme demonstrado no tópico anterior, o sindicato detém poderes para representar os interesses de toda a categoria independentemente de autorização, seja daqueles que ingressaram na carreira em questão antes ou depois da conversão da URV.
Ademais disso, diferentemente do afirmado pelo requerido, o mérito da presente ação consiste em apurar se houve prejuízo quando da conversão das tabelas de remuneração da categoria no ano de 1994, fato este que, caso confirmado, tem o condão de causar prejuízo tanto aos servidores que já ocupavam o cargo anteriormente à conversão, como aqueles que ingressaram posteriormente e passaram a receber sua remuneração com base na tabela defasada, tendo em vista que é assegurado a estes o direito à isonomia com os demais servidores em igualdade de condições de trabalho.
Posto isso, rejeito a preliminar.
DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO
Em quarta linha de argumentação preliminar, o requerido sustenta a impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de que não houve redução nominal da remuneração dos substituídos por ocasião da conversão do Cruzeiro Real em URV.
Apesar das alegações do requerido, cumpre destacar que, além da matéria deduzida estar intimamente ligada ao mérito da ação, a impossibilidade jurídica do pedido decorre da existência de vedação expressa no texto legal que impeça o exercício da pretensão deduzida. A propósito, a lição de E. D. Moniz de Aragão:
“(...) Em face dessas considerações, parece que o verdadeiro conceito de possibilidade jurídica não se constrói apenas mediante a afirmação de que corresponde à prévia existência de um texto que torne o pronunciamento pedido admissível em abstrato, mas ao contrário, tem de ser examinado mesmo em face da ausência de uma tal disposição , caso em que, portanto, essa forma de conceituá-la seria insuficiente.
Sendo a ação direito público subjetivo de obter a prestação jurisdicional, o essencial é que o ordenamento jurídico não contenha uma proibição ao seu exercício; aí, sim, faltará a possibilidade jurídica. Se o caso for de ausência de um preceito que ampare em abstrato o pronunciamento pleiteado pelo autor, ainda não se estará, verdadeiramente, em face da impossibilidade jurídica. É o que sucederia com a ação declaratória incidental ao tempo do Código de 1939, que, embora não previsse, também não proibia e, por isso, podia ser empregada conforme afirmou Alfredo Buzaid...
Não havendo veto, há possibilidade jurídica; se houver proibição legal, não há possibilidade jurídica” (Comentários ao CPC – 7ª ed – Forense – vol. II, p. 560)
Assim, considerando que o requerido não demonstrou a existência de vedação legal que impeça o exercício do direito postulado, de forma a caracterizar a alegada impossibilidade jurídica do pedido, rejeito a preliminar, frisando que a eventual ausência de previsão legal – que difere da existência de vedação legal – apta a amparar determinados pedidos pode levar à sua improcedência, o que, contudo, será analisado conjuntamente com o mérito da ação. DA QUESTÃO PREJUDICIAL À ANÁLISE DO MÉRITO
DA PRESCRIÇÃO.
No que se refere à prescrição, cumpre destacar que a presente demanda tem por objeto o reconhecimento das diferenças salariais advindas de errônea conversão da moeda, sendo a relação jurídica discutida de trato sucessivo, o que significa dizer que eventual lesão ao direito das requerentes se renova mês a mês, razão pela qual aplica-se ao caso o comando da Súmula 85 do STJ, não havendo que se falar em prescrição do fundo de direito, mas tão somente das parcelas vencidas antes do qüinqüênio que antecedeu o ajuizamento da ação. Nesse sentido é a Jurisprudência dominante do STJ, vejamos:
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS. CONVERSÃO EM URV. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO AFASTADA. PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. AUSÊNCIA DE NEGATIVA FORMAL DA ADMINISTRAÇÃO. DATA DA CONVERSÃO. DIA DO EFETIVO PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO COM OUTROS REAJUSTES. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA DISTINTA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que, nas ações em que os servidores públicos pleiteiam diferenças salariais decorrentes da conversão do cruzeiro real em URV, não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas anteriormente ao qüinqüênio que antecedeu a propositura da demanda. Inteligência da Súmula 85/STJ.
2. A data de conversão do cruzeiro real em URV, para os servidores pagos antes do último dia do mês, é a do efetivo pagamento.
3. Eventual concessão de reajuste por legislação superveniente não pode ser compensada com a resultante da conversão dos vencimentos em URV, porquanto se trata de parcelas de natureza jurídica distinta.
Precedentes.
4. Agravo regimental improvido”. (AgRg no Ag 626886/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 02.06.2005, DJ 22.08.2005 p. 337)
Ademais disso, em se tratando de ação que visa ao reconhecimento do direito e consequente pagamento de parcelas de cunho remuneratório, convém salientar que o prazo prescricional de 5 anos previsto pelo Decreto n.º 20.910/32 prevalece sobre o prazo de 3 anos previsto no artigo 206, § 3º, inciso V, do Código Civil, que se aplica somente aos casos de responsabilidade civil do ente estatal. Nesse sentido:
“ADMINISTRATIVO. CRÉDITO PECUNIÁRIO CONTRA A FAZENDA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. O prazo prescricional para cobrança de crédito pecuniário contra a Fazenda Pública é de 5 anos, nos termos do Decreto 20.910/1932. Precedentes do STJ. 2. Agravo Regimental não provido.” (AgRg no AREsp 12.284/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/12/2011, DJe 24/02/2012)
Posto isso, considerando que o autor não delimita o período de pagamento pretendido e que a presente ação foi distribuída em 23.06.2009 (fl. 08-v), acolho parcialmente a preliminar, para declarar prescrita a pretensãono que se refere às parcelas anteriores a 23.06.2004. MÉRITO. Embora a matéria em análise seja de direito e de fato, não vislumbro a necessidade de produção de prova em audiência ou de qualquer outra prova adicional, razão pela qual indefiro os pedidos de requisição de documentos e perícia realizados pelo autor – considerando que o cálculo dos valores devidos, em caso de procedência dos pedidos, pode ser realizado em fase de liquidação de sentença – e passo ao julgamento antecipado da lide, com fulcro no permissivo contido no artigo 330, I, do CPC. A pretensão veiculada na presente ação trata da incorporação do percentual de 11,98%, resultante da conversão do Cruzeiro Real em Unidade Real de Valor- URV, ocorrida no ano de 1.994, aos proventos dos servidores substituídos pelo requerente, com as devidas correções e aplicações legais. Como é cediço, com o advento do Plano Real, ficou determinado, pelas medidas provisórias nº 434/94, 457/94 e 482/94 e pela Lei nº 8.880/94, que os salários dos funcionários públicos em geral seriam convertidos pelo equivalente em – Unidade Real de Valor - URV do último dia do mês de competência, independente da data do efetivo pagamento, fixando desde logo os critérios desta conversão.
Referida lei, em seus artigos 22 e 23, elenca os critérios a serem observados para a referida conversão da moeda no tocante aos “vencimentos, soldos e salários e das tabelas de funções de confiança e gratificadas dos servidores públicos civis e militares”.
Saliente-se que inicialmente ficou determinado, quanto aos membros do Judiciário, Legislativo e Ministério Público que seguiriam este mesmo critério de conversão, no entanto, posteriormente, a Lei nº 8.880/94 os excluiu deste critério, apenas o adotando para os funcionários públicos civis e militares.
Todavia, a Lei nº. 8.880/94 não foi cumprida em sua íntegra, uma vez que o salário dos servidores do Judiciário, Legislativo e Ministério Público não foram convertidos pelo equivalente em URV na data do seu efetivo pagamento, mas sim pelo equivalente no último dia do mês.
Assim, a conversão dos vencimentos dos substituídos deveria ter por base o equivalente em URV na data do efetivo pagamento (dia 20), e não o do último dia do mês de competência, o que, sem dúvida acarretou perda salarial.
Sobre o assunto, manifestou-se o Prof. Dércio Munhoz em parecer constante da ADIN - 1.244/SP, nos seguintes termos:
"A fixação do momento da conversão dos valores em cruzeiros reais para URV na data do efetivo pagamento atenderia, portanto, à condição necessária para manutenção, na nova moeda, do poder de compra dos salários percebidos nos quatro meses anteriores. Se, nos cálculos, se levassem em conta datas diferentes daquelas do efetivo pagamento, as consequências seriam as seguintes: Se fosse considerada uma data anterior à do efetivo recebimento dos salários (usar, por exemplo, o valor da URV do dia 1º quando o salário do mês anterior era sistematicamente pago no dia 5), os cálculos do salário levariam a um valor superior ao salário médio, também em URV, anteriormente recebido (beneficiando o grupo com aumento nominal, em URV, para os meses futuros ou, o que tem o mesmo sentido, um aumento do poder de compra, comparativamente aos meses que antecederam a introdução da nova moeda); Se, diferentemente, fosse considerada (para os cálculos) uma data posterior à do efetivo pagamento (usar, por exemplo, o valor da URV no dia 30 para um salário efetivamente recebido no dia 25 do mês), o novo valor do salário médio em URV, a vigorar nos meses futuros, seria inferior ao salário médio, também em URV, anteriormente recebido (prejudicando o grupo, em face da redução do salário nominal, em URV, a ser pago nos meses futuros, pois o poder de compra dos salários a vigorar a partir de 1º de março seria inferior ao poder de compra médio dos salários percebidos nos quatro meses anteriores)." 
Por conseguinte, sendo a fórmula que converteu os salários dos servidores de Cruzeiro Real para URV realizada de maneira equivocada, e diante das sucessivas alterações do valor da URV frente à inflação, houve perda salarial real para os servidores substituídos pelo sindicato autor, já que não percebiam seus vencimentos na data ali estabelecida (último dia do mês), mas no dia 20 de cada mês, daí a diferença a menor dos vencimentos, pois a URV era corrigida diariamente, sendo, destarte, violada a garantia constitucional da isonomia e de irredutibilidade de vencimentos, previsões contidas nos artigos 37, inciso XV, e 39, parágrafo 2º, c/c com o artigo 7º, inciso VI, da CF/88.
O Superior Tribunal de Justiça e os Tribunais Pátrios já se manifestaram neste mesmo sentido, vejamos:
“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS. CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV´S. REDUÇÃO DE REMUNERAÇÃO. COMPENSAÇÃO COM OUTROS REAJUSTES. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA DISTINTA. RECURSO DESPROVIDO.
I - A conversão de que trata o art. 22 da Lei nº 8.880/94, quanto aos vencimentos e proventos dos servidores públicos que têm a data de pagamento estabelecida em conseqüência do art. 168, da Constituição Federal, deve observar a data do efetivo pagamento. Interpretação sistêmica do conteúdo da Lei nº 8.880/94, cuja Exposição de Motivos proclama a manutenção do poder aquisitivo dos trabalhadores e servidores públicos.
II - O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência uniforme no sentido de que eventuais reajustes concedidos por meio de legislação superveniente, não possuem o condão de corrigir o equívoco da Administração quando da conversão dos vencimentos dos servidores em URV, por se tratar de parcelas de natureza jurídica distintas, que não podem ser compensadas. Precedentes.(AgRg no REsp 906.765/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 24.04.2007, DJ 11.06.2007 p. 376)
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. 10,94% (11,98%). REAJUSTE. VENCIMENTOS. CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS PARA URV. DATA DO EFETIVO PAGAMENTO. LIMITAÇÃO. LEI Nº 9.421/96. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. INOVAÇÃO DE FUNDAMENTOS.
1. Este Superior Tribunal de Justiça, em virtude de interpretação sistêmica das Medidas Provisórias nºs 434 e 457/94 e da Lei nº 8.880/94, firmou entendimento no sentido de que aos servidores públicos que têm a data de pagamento estabelecida pelo artigo 168 da Constituição da República, é devido o índice de 11,98%, resultante da conversão de cruzeiros reais para URV, levando-se em conta a data do efetivo pagamento desses servidores.
2. Em sede de agravo de instrumento não se conhece de alegações estranhas às razões da insurgência especial, eis que evidenciam vedada inovação de fundamento.
3. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Ag 779.891/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 06.02.2007, DJ 25.06.2007 p. 314)
"Administrativo e Constitucional. Servidor Público. Reajustes de 11,98%. Medidas Provisórias 434/94, 457/94, 482/94 e Lei n. 8.880/94. Não incidência da Súmula 339 do STF. Verifica-se violação ao princípio constitucional da irredutibilidade salarial, instituído pelo inciso XV do art. 37 da Carta Magna, no fato de a data estabelecida pela medida provisória n. 434/94 (e suas reedições de n. 457/94 e n. 482/94, convertida com algumas alterações na Lei 8.880/94), para a conversão dos salários de novembro e dezembro de 1993 e janeiro e fevereiro de 1994, em URV, ter sido o último dia dos respectivos meses, quando, a data do efetivo pagamento dos vencimentos sempre foi, por força do disposto na própria Constituição (art. 168), em torno do vigésimo dia de cada mês. Por conseguinte, essa diferença de dias, aparentemente insignificante, gerou, em época de galopante inflação - considerando a correção diária do valor da URV - uma redução de 11,98% sobre os salários dos servidores do Judiciário. Inaplicável ao caso a alegada Súmula n. 339 do STF, porquanto o Judiciário tão-somente reconhece aos recorridos o direito a aplicação sobre os vencimentos do percentual que lhes é devido. Apelação e remessa oficial improvidas." (Tribunal RegionalFederal da 5ª Região, 1ª Turma, AC 05139165-5/RN, Rel. Juiz JOSÉ MARIA LUCENA, publicado no DJ do dia 11/09/1998, pg. 280).
Logo, à vista das inúmeras decisões proferidas pelas Cortes Superiores verifica-se, nitidamente, a discrepância apontada, e por outro lado exsurge indubitavelmente que o direito dos substituídos à parcela correspondente ao percentual reclamando deve ser reconhecido. 
Consoante assinalado não se trata de concessão de aumento salarial, porquanto a lei não dispôs acerca de aumento vencimentos, mas, em correção do critério adotado quando da conversão da moeda nacional para a URV que acarretou a referida redução. Indubitável, que se a referida lei limitou-se a estabelecer regras para equiparar a moeda Cruzeiro Real ao padrão de valor monetário – URV, não há que se cogitar em ocorrência de aumento de vencimentos, os quais permaneceram exatamente os mesmos, ainda que estampados em padrão monetário diverso.
Diante do exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, condenando os requeridos a incorporar à remuneração dos servidores substituídos pelo requerente o percentual de 11,98% decorrente da perda ocorrida quando da conversão do Cruzeiro Real para URV, bem como ao pagamento dos valores pretéritos decorrentes da incorporação, a partir de 23.06.2004. Tal incorporação deve incidir sobre quaisquer verbas percebidas no período, inclusive 13º salário, férias, gratificações e demais vantagens que compõem a remuneração, acrescidos de juros aplicáveis à caderneta de poupança a partir da citação e de correção monetária pelo INPC desde a data em que os pagamentos deveriam ter sido realizados.
Extingo os autos com resolução do mérito, nos termos do art. 269, I, do CPC.
Condeno o requerido ao pagamento de honorários advocatícios, que arbitro em R$ 2.000.00 (dois mil reais), com fulcro no § 4º do artigo 20 do CPC.
Após o decurso do prazo para a interposição do recurso voluntário, remetam-se os autos ao E. TJ/MT, em cumprimento ao disposto no art. 475, I, do CPC.
P.R.I. Cuiabá, 11 de junho de 2012. PAULO MÁRCIO SOARES DE CARVALHO. JUIZ DE DIREITO”.
No mesmo sentido, parte dispositiva da sentença vazada no bojo da Ação Ordinária nº 179/2009, Código 375032, Quarta Vara Especializada da Fazenda da Capital, movida pelo Sindicato dos Profissionais da Ciência da Papiloscopia e Identificação do Estado de Mato Grosso:
“Sentença com Resolução de Mérito Própria – Não Padronizável Proferida fora de AudiênciaProcesso nº. 0011235-43.2009.8.11.0041
Autor (a): SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DA CIÊNCIA DA PAPILOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO – SINPP/MT
Réu: ESTADO DE MATO GROSSO
SENTENÇA
Vistos e bem examinados os autos do processo, verifico que o Demandante, SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DA CIÊNCIA DA PAPILOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO – SINPP/MT, ajuizou a presente AÇÃO DE CONHECIMENTO CONDENATÓRIO pelo RITO COMUM ORDINÁRIO e com pedido de ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA em desfavor do ESTADO DE MATO GROSSO, requerendo a CONDENAÇÃO da Ré a incorporar, à remuneração dos servidores ativos e inativos filiados ao sindicato, do percentual de 11,98%, resultante da conversão em proventos e vencimento em URV, em março de 1994, com os devidos reflexos (férias, 13º., gratificações e outras verbas), corrigido pelo IPCA-IBGE e acumulado a partir de 1994, bem como juros de 12% a.a., apurado em fase de liquidação, e honorários de sucumbência arbitrados em 20% sobre esse valor.
Como causa de pedir afirma que o Governo Federal, em 27 de fevereiro de 2004, editou MP nº.434 instituindo o Programa de Estabilização Econômica e estabelecendo a Unidade Real de Valor (URV), que, juntamente com o Cruzeiro Real, passaram a integrar o Sistema Monetário Nacional, passando a existir no país uma nova moeda, que durante o período de transição foi o instrumento que permitiu a passagem para a moeda atual – Real.
Narra que foram estabelecidas tabelas que, em forma de anexo, apresentavam o comportamento da Unidade Real de Valor em Cruzeiros Reais no período de 1º. de janeiro de 1993 até 1º. de março de 1994, e estatuído que os valores das tabelas de vencimentos, soldos e salários e das tabelas de funções de confiança e gratificadas dos servidores civil e militares seriam convertidos em URV em data de 1º. de março de 1994, dividindo-se o valor nominal, vigente em cada um dos quatro meses imediatamente anteriores à conversão, pelo valor em Cruzeiros Reais, do equivalente em URV do último dia do mês de competência, de acordo com o anexo I.
Outrossim, diferentemente dessa norma, a Lei nº.8.880 de maio de 1994, estabeleceu o último dia de cada mês como datas-base do cálculo da conversão dos valores das tabelas de vencimentos em URV, independentemente da data de pagamento, resultando no direito à implantação e incorporação do percentual de 11,98%, resultante da conversão de Cruzeiro Real para URV.
Às fls.72/73 foi indeferido o pedido de antecipação.
Cópia de agravo de instrumento – fls.77/92 – pleiteando a reforma, decisão do relator indeferindo o efeito ativo – fls.95/96 – e da manutenção da decisão interlocutória pelo juízo – fls.97.
Manifestação da Demandada – fls.105/124 - alegando, em preliminar, a carência da ação pela falta de interesse de agir - por não ter o Autor nominado os substituídos e indicado a data de admissão desses, porque à época da conversão muitos não eram servidores do Estado -, a ilegitimidade ativa, a impossibilidade jurídica do pedido e a prejudicial de mérito da prescrição do fundo de direito.
No mérito, efetuava o pagamento dos salários dos servidores públicos do Estado de Mato Grosso observando a conversão de Cruzeiros para URV no dia do pagamento, não havendo que se falar em redução dos salários ou em perda salarial, a ensejar a recomposição dos vencimentos. Por fim, falta de provas do direito ao percentual de 11,98%, bem como ser o índice dos juros moratórios de 6% (seis por cento) a.a.
Às fls.125/127, impugnação à contestação e, às fls.139/140, manifestação do Ministério Público do Estado informando não ter interesse.
Por ser a questão de direito e prescindível a produção de provas outras em audiência, determinei a conclusão dos autos para proferir sentença – art. 330, inciso I, do CPC.
É o relatório. Fundamento e decido.
Rejeito a preliminar de falta de interesse, já que não há dúvida que a parte Autora tem direito a vir a juízo pleitear aquilo que entende devido e ser de direito (art. 5º, incisos II e XXXV, CRFB/88), bem como dada a resistência à pretensão e a adequação da via eleita. 
Este se traduz pela não-espontaneidade da parte adversa em aceitar a pretensão autoral, aliada à necessidade do provimento jurisdicional para solução do litígio - composto do binômio necessidade e utilidade. Considerando-se que a parte adversa resistiu à pretensão deduzida pela parte Autora – incorporação ao patrimônio dos servidores de parcelas inadimplidas -, e formou-se, em consequência, a lide, conclui-se então que esta possui interesse processual.
Sindicato não precisa apresentar lista de filiados para ajuizar ação em defesa dos direitos de seus associados, pois a associação legalmente constituída tem legitimidade, na condição de substituta processual, para ajuizar ação na defesa dos interesses de seus associados e não depende de autorização expressa ou da apresentação de listas de filiados.
Basta que as associações preencham os requisitos legais, para que a lei as considere representantes adequadas para a defesa de interesses metaindividuais. Dispensam-se formalidades outras, como a prova de que os associados tenham conferido autorização expressa ou a evidência de que tenham aprovado o ajuizamento da ação em assembléia.
Nesse sentido, destaco os seguintes precedentes:
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA. AÇÃO COLETIVA PROPOSTA POR ASSOCIAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. LEGITIMIDADE. 1. Afasta-se a violação do art. 535, II, do CPC quando o decisório está claro e suficientemente fundamentado, decidindo integralmente a controvérsia. 2. Ossindicatos e associações, na qualidade de substitutos processuais, detém legitimidade para atuar judicialmente na defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que representam, sendo dispensável a relação nominal dos afiliados e suas respectivas autorizações. 3. Dessa forma, a coisa julgada oriunda da ação coletiva de conhecimento abarcará todos os servidores da categoria, tornando-os partes legítimas para propôr a execução individual da sentença, independentemente da comprovação de sua filiação. 4. Recurso especial parcialmente provido”. (REsp 1186714/GO, relator ministro Mauro Campbell Marques, DJ de 31/3/2011).
“TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE SERVIDOR PÚBLICO CIVIL – DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO (GRATIFICAÇÃO NATALINA). 1. Não há falar em necessidade de autorização expressa ou lista de associados na hipótese de o sindicato ingressar em juízo na condição de substituto processual. 2. Nos termos da Súmula 688/STF, é legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o décimo terceiro salário (gratificação natalina). 3. Apelação do sindicato provida. 4. Pedido improcedente (art. 515, § 3º, CPC)”. (AC 1999.38.00.040931-5/MG, 7ª Turma do TRF1, relator convocado juiz federal Francisco Renato Codevila Pinheiro Filho, e-DJF1 13/3/2009, p.202 — sem grifo no original).
Por tudo isso, não se pode exigir que associações civis providenciem a "identificação de seus associados" e nem que apresentem "instrumentos que possibilitem verificar a classe atingida". Essas formalidades não constam do texto legal e não podem ser impostas pelo Poder Judiciário como condição para que se verifique, in concreto, a representatividade adequada e respectivo interesse de agir. 
Basta que a associação ostente em seu estatuto uma cláusula de possibilite a defesa judicial dos interesses para os quais foi constituída.
Ademais, a alegação de que à época da conversão em URV muitos dos representados do Sindicato não eram servidores do Estado e, portanto, não teriam direito a pleitear qualquer reajuste salarial anterior à admissão no serviço público em nada afeta o resultado dessa lide, já que quando da execução individual serão analisados e rechaçados.
Destarte, exigir uma relação nominal apenas dos titulares do direito que sejam associados da entidade autora resulta em uma injustificável restrição subjetiva do alcance da ação, incompatível com a finalidade em razão da qual foi proposta.
Rejeito a preliminar de ilegitimidade, pois de acordo com a Teoria da Asserção, o exame in statu assertionis é realizado até o momento em que se inicia a produção de provas. Iniciado esse momento, fala-se em mérito da causa e o julgamento não pode mais ser de carência de ação, mas sim de procedência ou improcedência do pedido. 
Para que alguém tenha legitimidade para a causa, basta que tal decorra da narrativa da exordial e a questão acerca do evento narrado passa a ser mérito. Segundo a Teoria de Enrico Tullio Liebman, adotada pelo Código de Processo Civil, dentro de um conceito evidentemente abstrato do direito de agir, a legitimação fica no campo da afirmação e o mérito no campo da prova.
Ademais, a observância da data de ingresso dos servidores no serviço público e, consequentemente, efetivo direito ao aumento salarial, tem justificativa quando da execução, pois só serão atingidos aqueles que cumprirem os requisitos expressos na fundamentação e dispositivo do decisum. As alegações apresentadas pela parte adversa, como motivo para a extinção do processo, se confundem com o mérito da ação e serão analisadas em momento oportuno, mormente por ser óbvio que não podem ser tutelados aqueles que não foram afetados pela norma legal ou sequer eram vinculados à entidade sindical. 
Rejeito a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido, já que é evidente estar em conformidade com o ordenamento jurídico, pois há previsão legal e, ainda, não há vedação expressa quanto aquilo que se está pedindo em juízo ou sua causa de pedir. Análise desta condição da ação deve ficar restrita ao pedido imediato (instrumental), reservando-se à analise do mérito a licitude ou não do direito material em litígio – possibilidade jurídica do direito. Conformação entre a pretensão formulada pela parte e a ordem jurídica do Estado.
Acolho parcialmente a alegação de prescrição da pretensão dos representados do Sindicato, apenas para reconhecê-la quanto aos créditos eventualmente existentes e anteriores a abril de 2004, pois não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no quinquênio anterior ao ajuizamento da ação - 3 de abril de 2009 -, nas demandas onde se postula diferenças salariais, referentes à conversão de cruzeiros reais para URV.
Segundo a dicção do artigo 1º do Decreto nº 20.910/32, a prescrição da pretensão em ações intentadas contra a Fazenda Pública ocorre em 05 (cinco) anos. O artigo 3º do citado diploma legal estatui que quando o pagamento se dividir por dias, meses, ou anos, a prescrição atingirá progressivamente as prestações na medida em que completarem os prazos estabelecidos pelo Decreto.
Dessa forma, quando se tratar de prestações periódicas devidas pela Administração, não ocorrerá a prescrição da ação, mas tão-somente a prescrição das parcelas anteriores aos 5 (cinco) anos ao seu ajuizamento. Trata-se, portanto, de prescrição de trato sucessivo, já que o marco inicial do prazo prescricional para o ajuizamento da ação se renova e, assim, no momento em que a Administração incorre em dívida com o administrado inicia-se o cômputo do prazo prescricional.
No caso, as prestações almejadas pelo Sindicato são de natureza eminentemente alimentar, sucedendo-se com frequência mensal, renovando-se o prazo prescricional periodicamente – mês a mês – o que constitui relação de trato sucessivo e, com efeito, a omissão do Estado em não efetuar o pagamento atualizado, deixando de por em prática o disposto na Medida Provisória nº 434, que criou o Programa de Estabilização Econômica e instituiu a Unidade Real de Valor – URV, o prazo prescricional renova-se mês a mês, não alcançando o fundo do direito questionado.
Nesses termos precedentes do Superior Tribunal de Justiça e Enunciado 85 da sua Súmula, in verbis:
“Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação.”
Assim, reconheço a prescrição dos créditos anteriores a abril de 2004, nos termos do art. 269, inciso IV, do CPC, mantendo-se a pretensão quanto ao período posterior e, consequentemente, análise do mérito na parte em que não foi atingido pela prejudicial.
Presentes as condições da ação e os pressupostos processuais de existência e validade, inexistindo quaisquer nulidades ou irregularidades que devam ser declaradas ou sanadas, bem como preliminares ou questões prévias que pendam de apreciação, passo a analisar o mérito.
Em que pese alegação da Demandada, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça entende que a Lei nº 8.880/94 tem aplicação a todos os servidores públicos, indistintamente, sejam eles federais, distritais, estaduais ou municipais, tendo em vista a natureza de ordem pública da referida lei, com aplicação geral e imediata.
De outro norte, é cediço que a Medida Provisória 434, de 27/02/94, criou o Programa de Estabilização Econômica e instituiu a Unidade Real de Valor – URV – fixando que:
“(...)os valores das tabelas de vencimentos, soldos e salários e das tabelas de funções de confiança e gratificadas dos servidores civis e militares seriam convertidos em URV na data de 1º/03/94, dividindo-se o valor nominal, vigente em cada um dos quatro meses imediatamente anteriores à conversão, pelo valor em cruzeiros reais, do equivalente em URV do último mês de competência, de acordo com o Anexo I desta Medida Provisória” 
No mesmo ano foi editada a Lei nº 8.880, de 27 de maio, que estabeleceu o último dia de cada mês como data-base parao cálculo de conversão dos valores das tabelas de vencimentos em URV, independentemente da data de pagamento.
Dessa forma, como os salários dos filiados do Sindicato foram convertidos na data do seu efetivo pagamento – dia 20 – e não no último dia do mês, gerou-se a diferença de 10 (dez) dias, aparentemente insignificante, mas que naquela época em que a inflação era altíssima, resultou em perda salarial correspondente a 11,98%.
Logo, evidente o direito dos servidores deste Estado à parcela correspondente ao percentual reclamado, haja vista não se tratar de aumento salarial, mas de correção do critério adotado para conversão de Cruzeiros Reais em URV.
Tem-se decidido, inclusive, pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso que o percentual de 11,98% não caracteriza reajuste de remuneração, mas somente correção do errôneo critério de conversão de remuneração, de forma a assegurar o poder aquisitivo dos servidores públicos, nos termos das MP 434 e 457/94 e da Lei nº 8.880/94.
“RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL C/C REEXAME NECESSÁRIO DE SENTENÇA - SINDICATO DOS SERVIDORES ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA - INCORPORAÇÃO DO PERCENTUAL DE 11,98% À REMUNERAÇÃO E/OU PROVENTOS DOS SERVIDORES - DIFERENÇA DE DEZ DIAS REFERENTES À CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV’S - PRELIMINARES - PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO E INTEMPESTIVIDADE RECURSAL - AFASTADAS - PAGAMENTO DEVIDO - PARCELAS ANTERIORES A CINCO ANOS DA PROPOSITURA DA AÇÃO - DIREITO PRESCRITO - INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SINDICAL NOS VALORES PLEITEADOS - PRIMEIRO RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO - SEGUNDO RECURSO DESPROVIDO - SENTENÇA RETIFICADA NO REEXAME OBRIGATÓRIO. Não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no quinquênio anterior ao ajuizamento da ação nas demandas onde se postula diferenças salariais, referentes à conversão de cruzeiros reais para URV. Enunciado 85 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. Quando se trata de intimação feita pelo Diário da Justiça Eletrônico, a publicação se dá no primeiro dia útil seguinte àquele em que a nota de expediente for disponibilizada, razão porque o termo inicial do prazo recursal é o primeiro dia útil subsequente à data da publicação, consoante dispõe o art. 4º da Lei nº 11.419/2006. O percentual de 11,98% não caracteriza reajuste de remuneração, mas somente correção do errôneo critério de conversão de remuneração, de forma a assegurar o poder aquisitivo dos servidores públicos, nos termos das MP 434 e 457/94 e da Lei nº 8.880/94. O direito de ação contra a Fazenda Pública prescreve em 05 (cinco) anos. No caso concreto, os créditos anteriores à 22-08-1996 restaram prescritos, pois a ação foi ajuizada em 23-08-2001. A verba percebida em atraso pelos servidores públicos em razão da diferença de 11,98%, oriunda da conversão de seus vencimentos em URV, possui natureza remuneratória, sendo devida a incidência de Imposto de Renda e de Contribuição Previdenciária sobre ela”. (TJMT - Número: 30604 Ano: 2010 Magistrado DESA. CLARICE CLAUDINO DA SILVA)
“REEXAME NECESSÁRIO DE SENTENÇA COM RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL - SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO - INCORPORAÇÃO DO PERCENTUAL DE 11,98% À REMUNERAÇÃO E/OU PROVENTOS DOS FILIADOS - DIFERENÇA DE DEZ DIAS REFERENTE À CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV’S - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA - PAGAMENTO DEVIDO - APELO IMPROVIDO - SENTENÇA RATIFICADA. Não se opera a prescrição do fundo de direito, mas apenas das parcelas vencidas no qüinqüênio anterior ao ajuizamento da ação nas demandas onde se postula diferenças salariais, referentes à conversão de cruzeiros reais para URV, conforme orienta a Súmula 85, do Colendo Superior Tribunal de Justiça. O percentual de 11,98% não caracteriza reajuste de remuneração, mas somente correção do errôneo critério de conversão de remuneração, de forma a assegurar o poder aquisitivo dos servidores públicos, nos termos das MP 434 e 457/94 e da Lei 8.880/94. A data de conversão do cruzeiro real em URV é a do efetivo pagamento”. (TJMT - Número: 97685 Ano: 2008 Magistrado DR. MARCELO SOUZA DE BARROS)
Ademais, a verba percebida em atraso pelos servidores públicos em razão da diferença de 11,98%, oriunda da conversão de seus vencimentos em URV, possui natureza remuneratória, sendo devida a incidência de Imposto de Renda e de Contribuição Previdenciária sobre ela - (REsp 1168019/MA. Rel. Min. Castro Meira. Publicado em: 17-06-2010).
Quanto aos juros moratórios e a correção monetária, os primeiros devem ser de 6% a.a (seis por cento ao ano) até 30 de junho de 2009 e a partir da citação e a correção deve ser feita pelo INPC a partir da data que deveria ter sido efetuado o pagamento, bem como após aquela data aplicando-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança - art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei n.º 11.960/2009.
Isso posto e o que mais consta dos autos do processo, RESOLVO O MÉRITO, com fulcro no artigo 269, inciso IV, do Código de Processo Civil e PRONUNCIO A PRESCRIÇÃO DOS CRÉDITOS ANTERIORES A ABRIL DE 2004, bem como RESOLVO O MÉRITO, com fulcro no artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil, e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos formulados na exordial para: - condenar o ESTADO DE MATO GROSSO à implantação do reajuste de 11,98% na remuneração e/ou proventos dos servidores substituídos pelo Sindicato, resultante da conversão da moeda em URV, consignando que a incorporação deve incidir sobre quaisquer verbas percebidas, inclusive 13º salário, férias, gratificações e demais vantagens que compõem a remuneração, sendo devida a incidência de Imposto de Renda e de Contribuição Previdenciária sobre ela, bem como ao pagamento da diferença de remuneração devida em razão da implantação, pertinente ao período não prescrito, cujo quantum deverá ser apurado em sede de liquidação de sentença e devidamente acrescido de juros moratórios de 6% ao ano a partir da citação até o advento da Lei n.º 11.960/09, de 30.06.2009, e juros aplicáveis a caderneta de poupança a partir de então; e também de correção monetária pelo INPC a partir da data que deveria ter sido efetuado o pagamento.
Condeno a parte Ré ao pagamento dos honorários advocatícios ao patrono da Autora no equivalente a R$ 3.000,00 (três mil reais), consideradas as circunstâncias do caso concreto e os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. – art. 20, § 4º, do CPC.
Custas “ex vi legis”.
Sentença sujeita ao reexame necessário, nos termos do art. 475, I, do Código de Processo Civil.
Após o decurso do prazo para recursos voluntários, certifique-se e remetam-se os autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, fazendo constar as sempre respeitosas homenagens deste juízo.
P.R.I.
Cuiabá, 02 de abril de 2012.
Paulo Márcio Soares de Carvalho
Juiz de Direito”.
 Por fim, pertinente reiterar mais uma vez que a Corte Superior também decidiu que, de acordo com precedentes deste Tribunal, a diferença relativa à conversão de cruzeiros reais em URV é devida também aos servidores empossados após o advento da Lei nº 8.880/94.
Aliás, outro não foi o entendimento do Tribunal de Justiça deste Estado sacramentado em 2012:
“REEXAME NECESSÁRIO DE SENTENÇA – AÇÃO ORDINÁRIA – PRESCRIÇÃO DE FUNDO DE DIREITO – APLICAÇÃO DA SÚMULA 85 DO STJ – REJEIÇÃO - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DOS ASSOCIADOS SUBSTITUÍDOS QUE NÃO HAVIAM TOMADO POSSE NO CARGO POR OCAISÃO DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI 8.880/94 – RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO – ABRANGÊNCA DOS SERVIDORES ADMITIDOS APÓS O ADVENTO DO PLANO REAL – PRELIMINAR REJEITADA – INCORPORAÇÃO DE PERCENTUAL DE 11,98% (URV) À REMUNERAÇÃO E/OU PROVENTOS DOS FILIADOS – DIFERENÇA REFERENTE A CONVERSÃO DE CRUZEIROS REAIS EM URV – PAGAMENTO DEVIDO – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – AÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE - SENTENÇA RATIFICADA. 1-Não se configura a prescrição do fundo de direito, mas tão somente das parcelas vencidas no qüinqüênio anterior ao ajuizamento da ação nas demandas onde se postula diferenças salariais, referentes à conversão de cruzeiros reaispara URV, segundo dispõe a Súmula 85, do Colendo Superior Tribunal de Justiça. 2-Deve ser rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva dos associados substituídos que não haviam tomado posse no cargo quando entrou em vigor a Lei 8.880/94 (advento do Plano Real), pois, em razão do trato sucessivo, a norma deve ser aplicada aos servidores que ingressaram posteriormente a ela, retroagindo, à data do início do exercício do cargo. 3-É pacífico o entendimento de que os servidores estaduais ou municipais do Poder Judiciário, Legislativo e do Ministério Público fazem jus às diferenças salariais decorrentes da conversão de vencimentos para a Unidade Real de Valor (URV) impostos pela Lei 8.880/94, devendo ser considerada a data do efetivo pagamento.” (TJ/MT, ReeNec, 36138/2012, DESA.MARIA EROTIDES KNEIP BARANJAK, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data do Julgamento 28/08/2012, Data da publicação no DJE 25/09/2012).
V - Da apuração do valor devido.
É de se observar Excelência, desnecessária a apuração do valor devido em sede de processo de conhecimento, pois os valores serão aferidos em liquidação de sentença.
Em caso análogo, o Tribunal de Justiça deste Estado decidiu:
“ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS. CRUZEIROS REAIS. CONVERSÃO EM URV. APLICAÇÃO DA LEI N. 8.880/94 AOS SERVIDORES DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL. DEFASAGEM NOS VENCIMENTOS. APURAÇÃO DO EFETIVO PREJUÍZO EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. 1. O STJ firmou entendimento de que a Lei n. 8.880/1994 é instrumento de ordem pública de aplicação geral e eficácia imediata. Destarte, as regras de conversão de vencimentos em URV nela insertas aplicam-se a todos os servidores públicos, sejam eles federais, estaduais ou municipais. 2. A Terceira Seção desta Corte - com base na Lei 11.672/08, que acresceu o art. 543-C ao CPC, disciplinando o processamento e julgamento dos recursos especiais repetitivos - firmou o entendimento de que, "na conversão dos vencimentos do ora recorrente, deve ser aplicada a sistemática estabelecida pela Lei nº 8.880/94, adotando-se, porém, a URV da data do efetivo pagamento nos meses de novembro de 1993 a fevereiro de 1994" (REsp 1.101.726/SP, Rel. Min. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Terceira Seção, DJe 14/8/09). 3. Somente "em liquidação de sentença há de se apurar a efetiva defasagem remuneratória devida aos servidores públicos decorrente do método de conversão aplicado pelo Município em confronto com a legislação federal, de modo a evitar eventual pagamento em duplicidade e o enriquecimento sem causa." (AgRg nos EDcl no REsp 1.237.530/SP, Rel. Min. CESAR ASFOR ROCHA, Segunda Turma, DJe 13/6/2012). Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 381.528/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 25/10/2013).
VI – Dos pedidos.
Assim, requer a parte autora:
a) A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei nº 1.060/50, uma vez que o autor não está em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo próprio ou de sua família;
b) A citação do Estado de Mato Grosso, na pessoa do Procurador Geral do Estado, no endereço fornecido no preâmbulo desta exordial para querendo, apresentar sua defesa, no prazo legal, sob pena de serem tomados como verdadeiros os fatos alegados na inicial nos termos do artigo 319 do Código de Processo Civil;
c) Protesta pela produção de toda e qualquer prova que se faça necessária à apuração da verdade, como juntada de outros e novos documentos e depoimento pessoal do representante legal do requerido e inquirição de testemunhas;
d) procedência da ação com a condenação do Estado de Mato Grosso a incorporar à remuneração do autor, o percentual de 11,98% decorrente da perda ocorrida quando da conversão do plano cruzeiro real para URV, bem como, para condená-lo ao pagamento dos valores pretéritos decorrentes da incorporação, devendo a condenação incidir sobre quaisquer verbas percebidas, inclusive 13º salário, férias, gratificações e demais vantagens que compõem a remuneração ou proventos, respeitada a prescrição qüinqüenal contada do ingresso da presente demanda, ou da data da posse no cargo público, se menor que o prazo qüinqüenal;
e) Condenação do requerido ao ônus de sucumbência, nas custas processuais e em todas as despesas que o autor da ação tiver;
Dá-se ao valor da causa para efeitos legais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), apesar da causa não possuir proveito econômico imediato (o montante devido será quantificado em liquidação de sentença). 
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Nortelândia/MT, 5 de fevereiro de 2014. 
Gracielly Rosa Ormond
OAB/MT 18.163
Documentos que instruem a petição inicial:
Procuração;
Declaração de hipossuficiência;
Cópia do RG e CPF;
Comprovante de endereço;
Comprovantes de rendimentos da parte autora da ação;
Endereço: 
Avenida Deputado Welligton Fagundes, nº 1133, Bairro Novo Horizonte, Nortelândia/MT.
Residencial Jardim, nº 1613-S, Rua 4-S, Apartamento 4 - Vila Alta, Tangará da Serra/MT.
Email: graciellyormond@hotmail.com
Cel: (65) 9252-1711.
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