Buscar

TCC UNOESC TRABALHO ANÁLOGO AO ESCRAVO XXI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO OESTE CATARINENSE 
UNOESC GRADUAÇÃO CURSO DE DIREITO 
JEAN GABRIEL SCHNEIDER MENEGUZZI 
TRABALHO ANÁLOGO AO ESCRAVO 
Videira/SC 
2021 
 
 
 
 
 
JEAN GABRIEL SCHNEIDER MENEGUZZI 
 
 
 
 
TRABALHO ANÁLOGO AO ESCRAVO 
 
Artigo apresentado como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em Ciências 
Jurídicas e Sociais, pelo Curso de Direito da 
Universidade do Oeste Catarinense 
Orientador(a): Prof. Dra. Daniela Ries Winck 
 
 
 
Videira/SC 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
1 Acadêmico regularmente matriculada na 10 fase do Curso de Direito da Unoesc – Campus de Vi-
deira/SC. E-mail:jeangaphriels.m7@gmail.com 
2 Professora Orientadora. Doutora em Enfermagem pela UFSC (2016). Mestre pela UFSC (2010). Gra-
duada em ENFERMAGEM pela UFSM- (1997) e DIREITO pela UNOESC (2008). Atualmente docente 
dos cursos da área de ciências da saúde e direito da UNOESC/Videira . Pós-graduada em Enfermagem 
Materno Infantil, Educação Profissional na área da Saúde e Direito Penal e Processual Penal.). E-mail: 
daniela.winck@unoesc.edu.br 
 
TRABALHO ANÁLOGO AO ESCRAVO 
 
Jean Gabriel Schneider Meneguzzi¹ 
 Prof. Dra. Daniela Ries Winck² 
 
RESUMO 
 
O trabalho análogo escravo do século XXI vem desde períodos remotos da antigui-
dade. O Brasil foi um país colonizado pelos portugueses que escravizaram povos in-
dígenas e povos africanos. O trabalho análogo ao escravo é uma forma de exploração 
do ser humano que vive de forma precária com péssimas condições de moradia, higi-
ene, saúde e alimentação. As leis abolicionistas da escravidão foram criadas para pu-
nir tal mazela social entre elas: Lei Feijó ,lei Eusébio de Queirós , lei do ventre livre , 
lei dos sexagenários, lei áurea .O trabalho análogo ao escravo é caracterizado com a 
privação de liberdade em decorrência da dívida com o empregador que é feita de 
forma ilegal, em jornadas de horas exaustivas sem o descanso mínimo, sem a remu-
neração adequada, sem a alimentação adequada, em locais precários e com pouco 
ou nenhum saneamento básico. No Brasil, são registrados casos de trabalho análogo 
à escravidão em fazendas, fábricas e domicílios. O Brasil é signatário de diversos tra-
tados e convenções internacionais que coíbem a prática de trabalho análogo ao es-
cravo além de existir legislação penal para o combate ao trabalho escravo em território 
nacional. O objetivo deste trabalho acadêmico é retratar o trabalho análogo ao es-
cravo. A metodologia empregada é baseada na revisão bibliográfica em dados histó-
ricos, leis, tratados e sites direcionados ao tema trabalho análogo ao escravo no século 
XXI. 
 
Palavras- chave: Trabalho escravo. Leis trabalhistas. Leis abolicionistas. Dignidade 
da pessoa humana. Trabalho degradante.
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O Presente trabalho acadêmico tem em seu objetivo apresentar o contexto histó-
rico do trabalho escravo e trabalho análogo ao escravo em pleno século XXI. Neste en-
sejo foram levantadas informações em dados históricos da história do Brasil no período 
colonial, imperial e Brasil Nação. A metodologia empregada é baseada na revisão bibli-
ográfica e nas leis que regem o ordenamento jurídico interno além das convenções e 
tratados em que o Brasil seja signatário. 
O trabalho análogo escravo em pleno século XXI surge quando um ser humano 
trata outro na condição de propriedade sua, tirando-lhe a sua liberdade, obrigando-o 
mediante coação ou ameaça a realizar trabalhos forçados em condições precárias sem 
o mínimo das garantias constitucionais e trabalhistas. A caracterização da redução a 
condição análoga a de um escravo em termos legais ocorre mediante a violação do 
artigo 149 do código penal, pela desconsideração das leis que regem o ordenamento 
jurídico interno e pelo não cumprimento de convenções e tratados internacionais em 
que o Brasil seja signatário. 
O Brasil desde o período colonial e imperial teve em seu território forças laborati-
vas de trabalho escravo. Naquela época o escravo era uma mercadoria comercializada 
para os senhores proprietários de engenho. Os escravos africanos atravessavam o 
atlântico em tumbeiros( navios) havia um mercado de escravos. 
 Quando chegavam ao território brasileiro, eram levados para o mercado de es-
cravos, onde eram negociados com os senhores proprietários de engenhos. caracteri-
zando a desumanização e violação de direitos intrínsecos tais quais a liberdade. 
Durante o século XVI, com o desenvolvimento dos engenhos de açúcar no Brasil 
colonial, os portugueses tiveram a necessidade de adquirir mão de obra para trabalhar 
nesses engenhos. Os primeiros a serem escravizados foram os indígenas; entretanto, 
(os jesuítas) que tinham em seu principal objetivo a catequização e a proteção dos povos 
indígenas. Além disso, foram criadas leis que coibiram a escravidão indígena com o in-
centivo dos Jesuítas. 
 No Brasil colonial, os principais mercados de escravos se encontravam nas regi-
ões litorâneas, primordialmente na região nordeste e sudeste, onde estavam os princi-
pais engenhos de açúcar. Nos mercados, os compradores examinavam os escravos 
(nos documentos históricos não se falava “escravos” e sim “peças”, portanto, 
 
 
 
examinavam as “peças”) como se examinassem um objeto, uma mercadoria ou um ani-
mal, geralmente, os preços dos escravos eram altos. 
O valor variava de acordo com as condições físicas e de saúde de cada um, idade 
e sexo. Quando os escravos eram comprados no mercado, eles acompanhavam seus 
donos até a localidade que iriam trabalhar (nos engenhos, nas minas, nas casas). Após 
a chegada ao local de trabalho, os escravos tinham seus corpos marcados com ferro em 
brasa, para identificação dos seus proprietários. Ou seja, eram marcados da mesma 
forma que os animais. A escravidão negra no Brasil perdurou até 1888, quando foi de-
cretada a abolição da escravatura pela lei áurea. No Brasil Nação o trabalho análogo ao 
escravo ainda se faz presente em território nacional em regiões urbanas e rurais, mesmo 
após a abolição da escravidão com a lei áurea e demais leis abolicionistas incluindo 
dentre elas: a lei Feijó de 7 de novembro de (1831), lei nº 581, lei Eusébio de Queirós 
(1850),lei nº 2.040 lei do ventre livre de (1871), lei nº 3.270, lei dos sexagenários de 
(1885), lei nº 3.353, e a principal lei de abolição que impôs fim ao trabalho escravo 
promulgada pela princesa Isabel chamada de lei áurea (1888). 
No Brasil Nação os órgãos governamentais em conjunto com auditores do traba-
lho e policia federal identificaram inúmeros casos de trabalhos análogos aos escravos 
provenientes de denúncias incluindo a escravidão de imigrantes de outros países, povos 
da América do Sul. A fiscalização do trabalho análogo ao escravo é averiguada quando 
o trabalhador sofre alguma ameaça para deixar seu local de trabalho ou seu patrão ou 
contratante utiliza de formas ilegais de exploração de trabalho tais quais a violação moral, 
sexual, e coação através de força física além de condições sanitárias e de higiene pre-
cárias. 
Estes casos de redução a condição análoga a de escravo são práticas que ferem 
os princípios da dignidade da pessoa humana, leis trabalhistas e garantias constitucio-
nais exemplificando o salário mínimo nacional que na maioria das vezes o trabalhador 
reduzido a condição de escravo não recebe tal verba obrigatória, chegando a auferir 
renda ínfima, a qual nem mesmo é capaz de lhe prover subsistência. 
O combate ao trabalho análogo ao escravo é lei vigente no código penal, na cons-
tituição Federal e em leis e tratados em que o Brasil seja signatário e desta forma é 
necessário verificar a intensidade da violação dos direitos trabalhistas e humanos em 
que a pessoa é submetida além da má fé e a intenção de reduzir tal trabalhador a con-
dição degradante de trabalho escravo. 
 O Código penal em seu artigo 149 é fundamental para a analise de tal abuso em 
seu texto vigente no qual enfatiza:Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, 
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a 
condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomo-
ção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
2. CONTEXTO HISTÓRICO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL 
 
 A Redução a condição análoga a de um escravo de pessoas pela raça ou con-
dição social vem desde períodos remotos da antiguidade. A colonização do Brasil por 
Portugal no século XV escravizou povos indígenas que foram tratados de forma inferior 
ao povo português, seres inferiores intelectualmente assim equitativamente o povo ne-
gro que foi transportado da África para o Brasil para serem escravos dos colonizadores 
portugueses que almejavam a exploração do potencial econômico do Brasil na busca de 
ouro e metais e na produção agrícola em grande escala (SILVA, Daniel Neves). 
O tráfico negreiro de africanos em navios era constante, povos africanos que 
vinham para o Brasil com péssimas condições de higiene, saúde, sendo que alguns não 
resistiam ao processo de transporte nos navios que poderiam levar meses para chegar 
ao destino que era Brasil devido a distância entre os continentes( SILVA, Daniel Neves). 
Estes negros vinham ao Brasil para serem escravos dos portugueses em enge-
nhos de cana de açúcar e plantações de café e criação bovina, em grandes fazendas 
do Brasil sendo este um período marcante na história do Brasil colônia e Brasil império 
(SILVA, Daniel Neves). 
O homem branco colonizador escravizava povos indígenas e povos africanos 
através de comércio de navios negreiros em que o próprio negro vendia seus povos para 
colonizadores de origem europeia visto que o Brasil foi colonizado principalmente pelos 
portugueses que exerceram papel fundamental na cultura local e povoação do Brasil 
país este de margens continentais. (FERNANDES, Cláudio.) A escravidão pendurou no 
Brasil desde colonização até o ano de 1.888 com o sancionamento da lei áurea promul-
gada pela princesa Isabel quando o Brasil já era livre de Portugal sendo uma nação 
independente e não mais uma colônia (FERNANDES, Cláudio.) 
A ordem do império português era declarar extinta a exploração da mão de obra 
escrava e devido a importância da corte portuguesa em território nacional tal ordem teve 
 
 
 
sua importância acatada por todas as autoridades da época no ano de 1.888. No Brasil 
império foram elaboradas leis de abolição da escravatura que veremos a seguir: 
 
2.1. lei Feijó de 7 de novembro de 1831 
 
Está lei foi ai a primeira lei a proibir a importação de escravos no Brasil, além de 
declarar livres todos os escravos trazidos para terras brasileiras a partir daquela data, 
com duas exceções: a declarou livres todos os escravos vindos de fora do Império, e 
impõe penas aos importadores dos mesmos escravos. A regência, em nome do Impera-
dor o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os Súditos do Império, que a Assembla Geral 
Decretou. (COTA, Luiz Gustavo Santos).A Lei estabelece: 
 
 
A Regência, em Nome do Imperador o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os 
Súbditos do Império, que a Assembla Geral Decretou, e Ella Sancionou a Lei 
seguinte:Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Bra-
sil, vindos de fora, ficam livres. Exceptuam-se:1º Os escravos matriculados no 
serviço de embarcações pertencentes a pais, onde a escravidão é permitida, 
enquanto empregados no serviço das mesmas embarcações.2º Os que fugirem 
do território, ou embarcação estrangeira, os quais serão entregues aos senhores 
que os reclamarem, e reexportados para fora do Brasil. (BRASIL,1831) 
 
 
A lei Feijó foi fundamental para o inicio das operações de combate ao trabalho 
escravo em território nacional, lei está datada de 7 de novembro de 1.831 a qual aplicava 
sanções e penalidades aos importadores de escravo que se encontravam fora do impé-
rio. O governo brasileiro se esforçou por quase cinco anos para aplicá-la, mas depois 
passou a ser "lei para inglês ver". Ao contrário do que é afirmado de forma costumeira, 
a lei não foi promulgada devido à pressão inglesa. (GURGEL, Argemiro Eloy) 
Foi promulgada exatamente como resposta contrária à pressão inglesa, exercida 
por meio de tratado o Legislativo queria mostrar que não agia sobre pressão do tratado 
com os ingleses e promulgou uma lei mais rigorosa que este. Somente com a Lei Eusé-
bio de Queirós, de 1850, o tráfico negreiro passou a ser efetivamente combatido pelo 
Império Brasileiro. A lei Feijó ou lei 7 de novembro de 1.831 marca todo um movimento 
de abolição da escravidão em território nacional que posteriormente se tornou lei su-
prema para a população brasileira. (SANTOS, Cleyton Rodrigues dos). 
 
 
2.2. lei nº 581 ou lei Eusébio de Queirós de 1850 
 
A lei Eusébio de Queirós foi uma das primeiras leis destinada ao combate do 
trabalho escravo foi criada com o objetivo de pôr fim ao tráfico de escravos transportados 
nos “navios negreiros”. A lei n. 581, de 4 de setembro de 1850,estabeleceu medidas para 
a repressão do tráfico de africanos no Império. Sua promulgação é relacionada, sobre-
tudo, às pressões britânicas sobre o governo brasileiro para a extinção da escravidão no 
país. A lei estabelece: 
 
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estran-
geiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriais 
do Brasil, tendo a seu bordo escravos, cuja importação e proibida pela Lei de 
sete de novembro de mil oitocentos trinta e um, ou havendo-os desembarcado, 
serão apreendidas pelas Autoridades, ou pelos Navios de guerra brasileiros, e 
consideradas importadoras de escravos. (BRASIL, 1850.) 
 
 
 
Essa lei foi criada primordialmente com o intuito de obter respeito perante os pa-
íses que eram potenciais econômicas na época o que poderia vir a prejudicar o Brasil 
nas relações internacionais visto que estes países repudiavam a ideia de trabalho es-
cravo além de que inviabilizava a concorrência pois uma mão de obra gratuita o Brasil 
estaria sendo desleal com a economia praticando práticas mercantilistas abusivas. 
A pressão da Inglaterra para o combate ao trabalho escravo foi fundamental para 
que o Brasil criasse leis de abolição da escravidão os interesses do governo da Inglaterra 
em relação à extinção do tráfico negreiro intercontinental estiveram presentes no Brasil 
desde a instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro. A princípio a Inglaterra agiu 
buscando restringir as áreas de atuação do tráfico que entendia ser ilícito. A emancipa-
ção política do Brasil fez a Inglaterra, mediadora na questão do reconhecimento, tomar 
uma série de medidas restritivas ao tráfico negreiro. 
O motivo do interesse inglês em defender o fim do tráfico e da escravidão? Cer-
tamente não apenas a pressão da opinião pública ou razões puramente humanitárias. 
Como o próprio Canning mencionava em seus despachos, havia importantes interesses 
econômicos. A proibição inglesa do tráfico de escravos para suas colônias nas Antilhas, 
produtoras de açúcar, ocasionou a diminuição da mão-de-obra e, consequentemente, o 
encarecimento do açúcar ali produzido. O açúcar do Brasil, beneficiado pela manuten-
ção do tráfico e pelo uso da mão-de-obra escrava, obteria preços mais baixos no comér-
cio internacional e as colônias inglesas seriam prejudicadas. Apesar da pressão inglesa, 
 
 
 
o Brasil não tinha condições de acabar com o tráfico em tão pouco tempo. A mão-de-
obra escrava era responsável não só pela lavoura mas também por outros trabalhos. 
Além disso a extinção do tráfico negreiro afetaria os grandes proprietários de escravos 
e terras, justamente a camada social que sustentava o Império brasileiro. 
Neste contexto, a Inglaterra, temendo que a abolição acarretasse o fim da Monar-quia do Brasil, não impôs o fim do tráfico como primeira condição para o reconhecimento 
da Independência, dando ao Brasil um prazo para isso. A preservação da Monarquia 
representava, para Canning, a manutenção de uma ligação entre a América indepen-
dente e a Europa. 
Era necessária a permanência de D. Pedro I no trono para evitar a fragmentação, 
como já ocorrera na América espanhola, e conservar a integridade do território nacional. 
Quando a Assembleia voltou a reunir-se, em 1826, tratou de evitar a interferência da 
poderosa Inglaterra na questão. 
O Legislativo, composto por proprietários de escravos e de terras responsáveis 
pelas mudanças que ocorreram com o 7 de setembro, temia o que estava por vir. Por 
esta razão, cautelosa, a Câmara apresentou um projeto proibindo a entrada de escravos 
dentro de um período de 14 anos. 
Uma comissão, analisando o texto, percebeu que este prazo não agradaria a In-
glaterra e, por isto, reduziu-o para 6 anos. Enfim, neste contexto de pressão D. Pedro I 
assinou a Convenção de 1826. No artigo Iº definia-se um prazo de três anos para extin-
guir o tráfico nacional, que, após expirado seria considerado pirataria. 
 Nos demais artigos o Brasil concordava em manter os tratados anteriores (anglo-
portugueses) e instituíam-se duas comissões mistas, uma no Rio de Janeiro e outra em 
Serra Leoa na África, com a finalidade de resolver questões relativas a apresamentos, 
garantindo a liberdade dos africanos encontrados nesta situação. 
A Convenção foi ratificada a 13 de março de 1827, transformando automatica-
mente o tráfico nacional em pirataria a partir de 13 de março de 1830. 
 Esta situação gerou um grande desconforto à Câmara, que condenaria a atitude 
do Governo imperial questionando-o por ceder a compromissos que, no seu entender, 
prejudicavam o Brasil. 
 
 
 
 
2.3. lei nº 2.040 ou lei do ventre livre de 1871 
 
A Lei do ventre livre foi promulgada em 28 de setembro de 1871 após ser aprovada no 
Legislativo brasileiro. Uma das leis abolicionistas decretadas ao longo do século XIX 
para abolir gradualmente a escravidão no Brasil, ela determinava que os filhos de escra-
vizadas nascidos a partir de 1871 seriam considerados livres. A lei estabelece:“art. 1º 
Os filhos de mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei, serão 
considerados de condição livre.(BRASIL, 1871.) 
A lei do ventre livre é clara ao dizer que quem nascia nesta data se tornaria livre 
independente de seus pais serem escravos. Todas essas leis abolicionistas tiveram um 
papel fundamental na abolição da escravidão no Brasil porém o problema social da es-
cravidão persiste até os dias de hoje no século XXI. 
O projeto da Lei do Ventre Livre foi proposto pelo gabinete conservador presidido 
pelo visconde do Rio Branco em 27 de maio de 1871. Por vários meses, os deputados 
dos partidos Conservador e Liberal discutiram a proposta. Em 28 de setembro de 1871 
a lei nº 2040 após ter sido aprovada pela Câmara, foi também aprovada pelo Senado. 
Embora tenha sido objeto de grandes controvérsias no Parlamento, a lei representou, 
na prática, um passo tímido na direção do fim da escravatura. "Declara de condição livre 
os filhos de mulher escrava que nascerem desde a data desta lei, libertos os escravos 
da Nação e outros e providencia sobre a criação e tratamento daqueles filhos menores 
e, sobre a libertação anual de escravos. A princesa imperial regente, em nome de Sua 
Majestade o imperador o senhor d. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que 
a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte 
 
2.4. lei nº 3.270 ou lei dos sexagenários de 1885 
 
A Lei dos Sexagenários também conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe, concedia 
liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. A Lei dos Sexagenários, também 
conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe ou Lei n.º 3.270, foi promulgada 28 de setembro 
de 1885, garantindo liberdade aos escravos com 60 anos de idade ou mais, cabendo 
aos seus proprietários o pagamento de indenização. 
A indenização deveria ser paga pelo liberto, sendo obrigado a prestar serviços ao 
seu ex-senhor por mais três anos ou até completar 65 anos de idade. Mesmo tendo 
pouco efeito prático, pois libertava somente escravos que, por sua idade, eram menos 
 
 
 
valorizados, houve grande resistência por parte dos senhores de escravos e de seus 
representantes na Assembleia Nacional. 
Por outro lado, os senhores registravam seus escravos falsamente como sendo 
mais novos do que eram de fato e, quando libertados, muitos não tinham para onde ir 
e/ou tinham os seus familiares mantidos na mesma situação de escravidão. A pressão 
sobre o Parlamento se intensificou a partir do chamado Projeto Dantas, uma proposta 
do ministro e senador liberal Sousa Dantas, em 1884. Os escravocratas reagiram com 
tanto rigor que a lei só foi aprovada em 1885, com uma série de emendas, e após au-
mentar o limite de idade do cativo de 60 para 65 anos. A maioria dos sexagenários es-
tavam localizados nas províncias cafeeiras, o que explica a resistência na Câmara e no 
Senado. Em 1888, entretanto, a Lei Áurea acabou legalmente com a escravidão. 
Em 1761, o Império Português aboliu a escravidão, mas manteve a prática de 
enviar escravos para suas colônias em navios negreiros até 1869. No Brasil colônia, 
movimentos revolucionários lutaram para liberar escravos e fazer com que estes se re-
belassem contra seus senhores. A Independência do Brasil ocorreu em 1822 e, durante 
o reinado de Dom Pedro II, o país manteve uma postura cautelosa em relação ao tema, 
buscando acabar com a escravidão gradualmente, pois havia o temor de que um fim 
repentino à prática pudesse gerar uma crise socioeconômica. A causa abolicionista 
atraiu maior clamor popular na década de 1870. A adoção da Lei dos Sexagenários foi 
precedida pela promulgação da Lei Eusébio de Queirós (1850) e da Lei do Ventre Livre 
(1871). A primeira proibiu a entrada de escravos africanos no Brasil, efetivamente crimi-
nalizando o tráfico negreiro, enquanto que a segunda concedeu alforria às crianças nas-
cidas de mulheres escravizadas. Ambas foram precedidas ainda pela Lei Feijó, que de-
cretava livres os negros que chegassem ao Brasil. 
 
2.5. lei nº 3.353 ou lei áurea promulgado dia 13 de maio de 1888 
 
A Lei Áurea (Lei nº 3.353), foi sancionada pela Princesa Dona Isabel, filha de Dom 
Pedro II, no dia 13 de maio de 1888. A lei concedeu liberdade total aos escravos que 
ainda existiam no Brasil, um pouco mais de 700 mil, abolindo a escravidão no país. A lei 
estabelece: 
Declara extinta a escravidão no Brasil. A Princesa Imperial Regente, em nome 
de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súdi-
tos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte: 
Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil. (BRA-
SIL,1888). 
A sanção dessa lei resultou numa vitória dos conservadores que aboliram escra-
vidão sem pagar indenização aos fazendeiros. Para a família imperial, consistiu na perda 
de apoio político e para os escravos, a liberdade, ainda que sem integração social. A Lei 
Áurea, oficialmente Lei n.º 3 353 de 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escra-
vidão no Brasil. 
O processo de abolição da escravidão no Brasil foi gradual, e a Lei Áurea foi pre-
cedida pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que proibiu a entrada de africanos escra-
vizados no Brasil; pela Lei do Ventre Livre, de 1871, que libertou todas as crianças nas-
cidas de mães escravas a partir de então; e pela Lei dos Sexagenários, de 1885, que 
tornou livre todos os escravos com sessenta anos de idade ou mais. 
O projeto de lei prevendo a extinção da escravidão no Brasil foi apresentado à 
Câmara Geral, atual Câmara dos Deputados, pelo ministro da Agricultura da época, Ro-
drigo Augusto da Silva, em 8 de maio de 1888. Foi votado e aprovadonos dias 9 e 10 
de maio, na Câmara Geral. O projeto então foi enviado ao Senado Imperial, em 11 de 
maio, onde foi debatido nas sessões dos dias 11, 12 e 13 daquele mês. Ele foi votado e 
aprovado, em primeira votação, em 12 de maio, e então votado e aprovado, em definitivo, 
um pouco antes das treze horas do dia 13 de maio de 1888. No mesmo dia, foi levado à 
sanção da princesa imperial do Brasil Isabel de Bragança, que, pela terceira e última vez, 
exercia a regência em nome de seu pai, o imperador Pedro II, que se encontrava em 
viagem ao exterior. O Brasil foi o último país independente da América Latina e do Oci-
dente a abolir completamente a escravidão. 
 
3. A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO ANÁLOGO SÉCULO XXI 
 
3.1. Trabalho na condição análoga à de um escravo 
 
O trabalho análogo a condição de escravo em pleno século XXI é uma grande 
violação dos direitos humanos. Podemos entender que o trabalho análogo ao escravo é 
uma mazela de problemas sociais existente em nossa sociedade que vitimiza milhões 
de pessoas todos os anos no mundo inteiro, incluindo crianças e mulheres sendo a 
grande totalidade de homens. 
Não sabemos precisar a quantidade exata de pessoas em condições semelhan-
tes ao trabalho análogo ao escravo, porém todavia ele existe e constantemente é fla-
grado por auditores do trabalho por órgãos do poder público pelo ministério do trabalho 
e demais entidades de combate ao trabalho análogo ao escravo. 
 
 
 
 Em síntese o trabalho análogo ao escravo é uma violação dos direitos humanos 
das garantias constitucionais que asseguram um trabalho capaz de prover alimentação 
saudável, moradia, dignidade, saúde, lazer, bem estar assim previsto no texto constitu-
cional da constituição de 1988: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degra-
dante; (BRASIL,1988). 
 
A Organização Internacional do Trabalho em parceria com as Nações Unidas vem 
trabalhando de modo a combater o trabalho análogo a condição de escravo em pleno 
século XXI. 
Os dados enfatizam que a grande maioria destes trabalhadores trabalha em ati-
vidades da agricultura na pecuária bovina, porém existe uma variação destes trabalhos 
análogos a condição de escravo em setores urbanos em indústrias do setor têxtil ou 
confecção de roupas e da construção civil. Todavia o trabalho análogo ao escravo pode 
ocorrer em todas as atividades do mercado de trabalho tanto em atividades formais 
quanto em atividades informais. 
 Segundo auditores do Trabalho o combate a tal prática é solicitado apenas 
quando existe a caracterização do trabalho análogo ao escravo ou seja quando existe 
violação de direitos, violação de tratados e convenções internacionais do qual o Brasil 
seja signatário ou até mesmo quando o artigo 149 do código penal é aplicado ou seja 
haverá pena criminal para os envolvidos em tal prática ilegal que em seu rol taxativo faz 
conotação do que vem a ser trabalho escravo: trabalho forçado, jornada exaustiva, 
servidão por dívida e condições degradantes. 
 
Tradicionalmente, a pecuária bovina é o setor com mais casos no país. No en-
tanto, há cerca de dez anos intensificaram-se as operações de fiscalização em 
centros urbanos, até que em 2013, pela primeira vez, a maioria dos casos ocor-
reu em ambiente urbano, principalmente em setores como a construção civil e o 
de confecções. (OIT) 
 
Portanto importante salientar que o trabalho análogo a condição de escravo é 
uma realidade presente em nossa sociedade e passível de punição na esfera penal e na 
justiça do trabalho. Estima-se que a escravidão pendurou por cerca de 400 anos em 
território Brasileiro. Durante esse período o país passou por inúmeras modificações em 
sua estrutura política, econômica, tornando a ser uma grande potência mundial com um 
grande contingente populacional com imigrações e migrações de outros povos e 
mudança de estado para estado. 
O Brasil é considerado um país de proporções continentais que representa uma 
parcela significativa da América do Sul sendo uma potência econômica em Ascenção e 
a escravidão neste país imenso é uma grande violação dos direitos humanos, da 
dignidade da pessoa humana além de ser extremamente prejudicial ao desenvolvimento 
do país numa visão mais aguçada dos efeitos destas condições degradantes que alguns 
seres humanos enfrentam diariamente: 
 
A escravidão logrou 400 anos de longevidade no Brasil. O país passou por 
profundas mudanças econômicas, sociais e políticas na segunda metade do 
 XIX, as quais contribuíram para o fim do escravismo em diversas regiões. 
Foram os interesses econômicos ligados à escravidão que permitiram a sua 
continuidade e também um dos principais motivos para a sua extinção, podendo 
ser citadas três razões principais: a lógica do capitalismo na compra da força de 
trabalho livre com menor custo do que a manutenção de trabalhadores 
escravizados; a escassez de cativos a partir da efetiva abolição do tráfico de 
escravos e a intensa luta dos trabalhadores escravizados por liberdade, 
inclusive de libertos e dos que integravam as suas redes de sociabilidade. 
(CONFORTI, 2017) 
 
Em suma o Brasil é um país signatário de organizações internacionais se 
comprometendo a combater tal prática em seu território através de convenções, tratados 
e acordos internacionais exemplificando a convenção das Nações Unidas sobre 
Escravatura no ano de 1926,entre outros tratados assinados como veremos a seguir: 
 
 Por meio da assinatura dos seguintes instrumentos do direito internacional, o 
Brasil se comprometeu a combater o trabalho em condição análoga à de escravo: 
• Convenção das Nações Unidas sobre Escravatura de 1926, emendada pelo 
Protocolo de 1953 e a Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura 
de 1956: ratificadas pelo Brasil em 1966, estabelecem o compromisso de seus 
signatários de abolir completamente a escravidão em todas as suas formas; • 
Convenção no 29 sobre o Trabalho Forçado ou Obrigatório (1930) da OIT: ratifi-
cada pelo Brasil em 1957, estabelece que os países signatários se comprome-
tem a abolir a utilização do trabalho forçado ou obrigatório, em todas as suas 
formas, no mais breve espaço de tempo possível; Convenção no 105 .Sobre a 
Abolição do Trabalho Forçado (1957) da OIT: ratificada pelo Brasil em 1965. Os 
países signatários se comprometem a adequar sua legislação nacional às cir-
cunstâncias da prática de trabalho forçado neles presentes, de modo que seja 
tipificada de acordo com as particularidades econômicas, sociais e culturais do 
contexto em que se insere. Ademais, a Convenção estipula que a legislação 
deve prever sanções realmente eficazes; • Pacto Internacional de Direitos Civis 
e Políticos das Nações Unidas de 1966: ratificado pelo Brasil em 1992, proíbe, 
no seu artigo 8º, todas as formas de escravidão. • Pacto Internacional de Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais das Nações Unidas de 1966: ratificado pelo 
Brasil em 1992, garante, no seu artigo 7º, o direito de todos a condições de 
trabalho equitativas e satisfatórias; • Convenção Americana sobre Direitos Hu-
manos (Pacto de São José da Costa Rica) de 1969: ratificada pelo Brasil em 
1992, no qual os signatários firmaram um compromisso de repressão à servidão 
e à escravidão em todas as suas formas; • Declaração da Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo de 1972, 
 
 
 
cujo 1º princípio estabelece que: “O homem tem o direito fundamental à liber-
dade, à igualdade e ao gozo de condições de vida adequadas num meio ambi-
ente de tal qualidade que lhe permita levar uma vida digna de gozar do bem-
estar”; • Protocolo para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, Especi-
almenteMulheres e Crianças ou “Protocolo do Tráfico” (Palermo, 2000): é um 
dos protocolos suplementares à Convenção das Nações Unidas contra o Crime 
Organizado Transnacional e prevê a criminalização do tráfico de pessoas vol-
tado a qualquer forma de exploração sexual. Este protocolo está em vigor inter-
nacionalmente desde 2003 e foi ratificado pelo Brasil em 2004. O aliciamento de 
trabalhadores rurais no Brasil e de trabalhadores estrangeiros irregulares no in-
tuito de submetê-los ao trabalho em condição análoga à de escravo iguala-se à 
definição de tráfico de seres humanos nele contida. (ALBUQUERQUE, 2011) 
 
 A convenção número 29 da OIT enfatiza a definição de trabalho forçado no qual 
o indivíduo é obrigado a realizar seu trabalho sobre ameaça ou qualquer outra 
penalidade para qual ele não ofereceu sua espontânea vontade, nesse caso o 
trabalhador não tendo direito a exprimir sua vontade sobre a aceitação ou não deste 
trabalho suprimindo seu direito de escolha ou até mesmo não podendo escolher se irá 
permanecer neste trabalho ou procurar outro para se sustentar: 
 
 A Convenção nº 29 da OIT, no item 1 do artigo 2º define trabalho forçado ou 
obrigatório como “todo trabalho ou serviço exigido de um indivíduo sob ameaça 
de qualquer penalidade e para o qual ele não se ofereceu de espontânea 
vontade”. Verifica-se, então, que se o trabalhador não pode decidir sobre a 
aceitação do trabalho ou sobre sua permanência nele, há trabalho forçado. Na 
mesma definição incorre o trabalho inicialmente consentido que, posteriormente, 
revela-se forçado. (ALBUQUERQUE, 2011) 
 
O Trabalho análogo ao escravo vitimiza milhões de pessoas todos os anos em 
diversos países do mundo e está tipificado em nosso ordenamento jurídico na esfera 
penal em seu artigo 149 que traz a definição de trabalho análogo ao escravo ou reduzir 
alguém a condição análoga à de escravo quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a 
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer 
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o 
empregador ou preposto, Pena reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. Segundo o código penal assim define: 
 
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o 
a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições de-
gradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em 
razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela 
Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 
11.12.2003) 
I - Cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com 
o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II - Mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documen-
tos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
(Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
§ 2 o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei 
nº 10.803, de 11.12.2003) 
I - Contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
II - Por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Incluído 
pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) 
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) (CP,1940) 
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou 
acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, 
com a finalidade de: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
I - Remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei nº 13.344, 
de 2016) (Vigência) 
II - Submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído pela 
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 
2016) (Vigência) 
 
IV - Adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
V - Exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
13.344, de 2016) (Vigência). 
§ 1 o A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei nº 
13.344, de 2016) (Vigência) 
I - O crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou 
a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
II - O crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com 
deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabita-
ção, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superi-
oridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou (In-
cluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
IV - A vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Incluído 
pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
§ 2 o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não 
integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência). 
(CP,1940) 
 
A constituição federal de 1988 enfatiza em seu artigo 5º direitos fundamentais 
que devem ser cumpridos com a vinda da Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezem-
bro de 2004, houve significativas alterações, ao modificar o art. 5º, § 3º da Constituição 
Federal que oferece tratamento de emenda constitucional aos tratados internacionais. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direi-
tos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo).(BRASIL,1988 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. Como a lei define trabalho análogo a de um escravo 
 
A história do Brasil é de um país da América do Sul colonizado pelo Europeus 
enquanto havia naquela época várias tribos indígenas sendo que algumas nem mesmo 
tinham contato com o homem branco. 
O histórico de um país escravocrata é refletido até o momento atual em que evi-
denciamos as práticas de exploração da mão de obra escrava de uma maneira menos 
nítida daquela que havia no processo de colonização e do Brasil império. 
A lei brasileira é clara ao estabelecer os conceitos que remetem o trabalhador a 
condição análoga a de um escravo. Não podemos fingir que não existe trabalho a con-
dição análoga a de um escravo porque existe, não podemos fingir que direitos humanos 
não são violados pois a todo momento evidenciamos a violação de direitos, sendo a 
servidão por dívida ou até mesmo uma condição de trabalho degradante. 
O empregador que não oferece água limpa para o trabalhador colocando este 
trabalho exposto a doenças e problemas de saúde em decorrência da precariedade da 
situação em que o empregado está submetido. 
O trabalho escravo está abolido no Brasil desde 1888. Modelo adotado durante o 
período colonial e monárquico, a escravidão era permitida e apoiada pelo Estado. O 
termo correto a se usar é “análogo ao escravo”, exploração da mão de obra que ainda 
acontece em áreas rurais e urbanas do país. Calcula-se que mais de 54 mil pessoas já 
foram resgatadas de situações análogas à escravidão desde que o Brasil passou a tomar 
medidas para combatê-lo. Reduzir alguém a condição análoga a de um escravo é de 
crime tipificado no código penal em seuartigo 149 em que impõe pena para os infratores 
desta lei que exerce papel fundamental no combate ao trabalho escravo. 
A atual redação do artigo 149 do Código Penal foi formulada por uma alteração 
legislativa de dezembro de 2003, que serviu para delimitar em que consiste o trabalho 
análogo ao de escravo no Brasil. 
 Em 2014, o Congresso adotou uma Emenda Constitucional ao Artigo 243 que 
inclui a utilização de trabalho escravo como um motivo para expropriação de terras. No 
entanto, a Emenda Constitucional ainda não foi regulamentada, o que, na prática, im-
pede a expropriação. Segue entendimento jurisprudencial acerca do trabalho análogo 
ao de trabalhador escravo: 
 
penal. processo penal. art. 149 do código penal. redução à condição análoga de 
escravo. condições degradantes de trabalho. servidão de dívida. autoria, mate-
rialidade e dolo configurados. sentença reformada para condenar o réu. 
circunstâncias judiciais negativas. pena-base acima do mínimo. concurso formal 
por 11 vezes. 1. O delito descrito no art. 149 do Código Penal, possui três formas 
básicas de caracterização da redução à condição análoga de escravo. Comete 
o referido crime quem, dolosamente, submete alguém a trabalhos forçados ou 
jornada exaustiva, sujeita pessoas a condições degradantes de trabalho, bem 
como se o sujeito ativo restringe, por qualquer meio a locomoção do trabalhador, 
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. 2. A materialidade 
e autoria delitivas restaram evidentes pelo exame dos autos de infração lavrados 
pelos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e do Emprego, peças ampara-
das em amplo material documental e fotográfico, que noticiam as condições avil-
tantes de trabalhos nas quais foram encontrados ao menos 11 (vinte e sete) 
trabalhadores, que estavam sob a subordinação direta do réu. Tais elementos 
de prova foram corroborados em juízo pelo depoimento de José Giovani de Car-
valho Andrade, coordenador da equipe de fiscalização do MTE (mídia colacio-
nada à fl. 249), bem como pelas declarações do auditor do MTE Benedito de 
Lima Silva e Filho (fl. 269/270). Nos referidos depoimentos, foram confirmadas 
as condições degradantes de trabalho. 3. Entender que o fornecimento de água 
compartilhada com animais, ausência de instalações sanitárias, ausência de ali-
mentação gratuita suficiente e com venda cobrança exorbitante pelo excedente 
com venda direta pelo encarregado do empregador são fatos decorrentes de 
mero descaso com as leis trabalhistas é totalmente destoante das provas dos 
autos, tal como demonstrado anteriormente. Assim, perfeitamente comprovada 
a materialidade delitiva do crime do art. 149 do CP. 4. O único beneficiado pela 
exploração dos trabalhadores era o réu, na condição de proprietário da carvoaria 
que, inclusive, leva o nome do réu. Portanto, entendo que o acusado agiu, no 
mínimo em posição de cegueira deliberada, ao querer maximizar os lucros de 
sua fazenda. Não importa se em local inóspito ou no meio urbano, é possível a 
caracterização das condições degradantes de trabalho, servidão de dívida e re-
dução à condição análoga à de escravo, conforme decidido APELAÇÃO CRIMI-
NAL 0000900-19.2009.4.01.4101 (2009.41.01.000900-2)/RO. 5. O aparelha-
mento dos empregados é um dever e risco inerente à atividade econômica, não 
podendo ser usado de argumentos falaciosos para fugir da responsabilidade pe-
nal. Até porque este é o modus operandi clássico praticado no delito do art. 149, 
cujos sujeitos ativos sempre se valem de sua condição de força, poderio econô-
mico, parca fiscalização, isolamento geográfico e necessidade dos trabalhado-
res, para reduzirem as vítimas à condição análoga à de escravos. 6. A falta de 
anotação na CTPS configura falta grave contra os direitos dos trabalhadores, 
não bastando isso para configurar o crime do art. 297, § 4º do Código Penal. O 
MPF não produziu prova, em juízo, suficiente a corroborar os elementos trazidos 
com a investigação, pelo que se deve prevalecer o juízo absolutório em face da 
existência de dúvida quanto ao dolo do réu em fraudar a Previdência Social. 7. 
Motivos e as circunstâncias do delito são desfavoráveis ao réu. 8. Aplicada a 
regra do art. 70 do CP (concurso formal), por ter sido o crime cometido do art. 
149 do CP por 11 (onze) vezes, e aumentada a pena da metade, ficando defini-
tivamente fixada em 06 (cinco) anos e 03 (três) meses e ao pagamento de 144 
(cento e quarenta e quatro) dias-multa. 9. Dado provimento parcial ao recurso 
interposto pelo MPF para julgar procedente o pedido da acusação e condenar o 
acusado ALRINO PEREIRA DA ROCHA à pena de 06 (seis) anos, 04 (quatro) 
meses e 15 (quinze) dias e ao pagamento de 144 (cento e quarenta e quatro) 
dias-multa, por ter cometido o crime do art. 149 c/c art. 70, ambos do CP. 
 
(TRF-1 - APR: 00001402020114013901, Relator: DESEMBARGADOR FEDE-
RAL NEY BELLO, Data de Julgamento: 21/01/2020, TERCEIRA TURMA, Data 
de Publicação: 31/01/2020) (BRASIL, 2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3. Tratados internacionais de combate ao trabalho análogo ao escravo 
 
 
A Republica Federativa do Brasil é signatária de diversos tratados e convenções 
internacionais em combate ao trabalho escravo sendo considerado delito a prática de 
reduzir uma pessoa a condição analóga ao trabalhador escravo perante as leis e regras 
que regem o ordenamento juridico interno. A organização internacional do trabalho OIT 
define a condição de trabalhador escravo: 
 
A OIT define, em sua Convenção nº 29, que trabalho forçado é "todo trabalho 
ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual ela 
não se tenha oferecido espontaneamente." Esse conceito, estabelecido em 
1930, pretendeu abranger todas as situações de trabalho forçado 
experimentadas ao redor do mundo.(OIT) 
 
 
 
Os tratados e convenções internacionais do qual o Brasil é signatário no ambito 
do trabalho escravo e analogo ao escravo possui força normativa de emenda a 
constituição federal de 1988: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos 
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, 
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018 )( BRASIL, 1988) 
 
Podemos citar os principais tratados e convenções de combate ao trabalho 
escravo tais quais:Convenção Relativa à Escravatura (1953); Abolição da Escravatura, 
do Tráfico de Escravos e das Instituições e Práticas Análogas à Escravatura (1956); 
Abolição do Trabalho Forçado (1957); Fixação de Salários Mínimos, Especialmente nos 
Países em Desenvolvimento (1970); Idade Mínima para Admissão em Emprego (1973). 
Também, é tratada a questão da competência e da atuação da Comissão e da 
Corte Interamericana de Direitos Humanos, visto serem mecanismos essenciais na 
garantia de direitos e ter o Brasil reconhecido a competência destas. Após a delimitação 
do funcionamento destas, será abordado o caso da Fazenda Brasil Verde o qual figurou 
como fundamental na atenção ao combate ao trabalho análogo à escravidão e resultou 
na condenação do Estado Brasileiro. 
Por fim, de modo a fazer um panorama com o trabalho escravo contemporâneo, 
foi abordado o crime de “tráfico de pessoas”, visto que esse configura, por muitas vezes, 
meio para o fim do trabalho análogo à escravidão, devendo, portanto, ser estudado em 
consonância com o delito objeto deste trabalho. 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conclui-se que o trabalho análogo ao escravo em pleno século XXI persiste em 
nossasociedade atual sendo a continuação do trabalho escravo que foi abolido no Brasil 
no ano de 1.888 pela princesa Isabel através da lei áurea, sendo está a principal lei de 
abolição da escravidão no Brasil, portanto um período histórico para a cultura do Brasil. 
Durante séculos em todo período colonial e imperial do Brasil houveram tentativas 
de reprimir e até mesmo extinguir a forma de exploração de trabalho na condição a de 
um escravo. O trabalho escravo é fruto de uma intensa necessidade de mão de obra na 
exploração de cana de açúcar e do cultivo de café incluindo ainda as demais atividades 
agrícolas tal qual criação de animais e mineração de metais. 
 O trabalho análogo ao escravo no século XXI vitimiza um contingente incontável 
de pessoas em todo o mundo em decorrência da pobreza e miséria da população e da 
busca incessante dessas pessoas menos favorecidas de buscar alguma alternativa de 
renda que seja capaz de lhe prover sobrevivência. 
 O trabalho análogo ao escravo e o trabalho infantil devem ser combatidos com 
a certeza de que é uma forma ilegal. Segundo a organização internacional do trabalho 
a OIT existe milhões de pessoas em condições análogas à escravidão ou seja pessoas 
que realizam atividades forçadas com restrição de liberdade, servidão por dívida, 
inclusive em casos mais extremos com a violência física ou moral e até mesmo sexual. 
 Nota-se que a falta de informação e pobreza são fatores determinadas para 
pessoas que estão subordinadas a estas condições de trabalho precário, baixa 
escolaridade, falta de alfabetização e pessoas que não conhecem outra alternativa de 
trabalho. Neste ensejo elencamos que as vítimas são pessoas que foram criadas nesse 
contexto social e não conhecem seus direitos incluindo imigrantes de outros países. 
 De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que 
caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho 
 
 
 
incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos 
fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador, jornada exaustiva em 
que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que 
acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida, trabalho forçado manter a pessoa no 
serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e 
psicológicas e servidão por dívida fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e 
prendê-lo a ele. 
 Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. O dia 23 de agosto foi instituído 
pela Unesco como o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua 
Abolição. Todo trabalho de combate ao trabalho análogo ao escravo é assunto de 
relevante interesse social. Enquanto houverem práticas de trabalho escravo que 
coloquem em risco a vida do trabalhador incluindo nesse pressuposto todos os danos 
inerentes a atividades em que o trabalhador escravo está submetido tais quais: jornadas 
de 16 horas diárias ou mais, péssimas condições de alimentação, equipamentos de 
proteção que não oferecem ao trabalhador efetiva segurança em sua atividade. 
Qualquer atividade laborativa que implica na perda da dignidade da pessoa 
humana deve ser entendido no rigoroso sistema de combate ao trabalho análogo ao 
escravo em pleno século XXI. Desde o pequeno comerciante ao grande agricultor todos 
podem estar agindo de forma prejudicial a saúde e a vida do Trabalhador Brasileiro. 
O trabalho escravo extinto no ano de 1.888 ainda repercute nas atuais esferas do 
poder público. A omissão ao trabalho análogo ao escravo interfere na qualidade de vida 
da população brasileira de um modo geral. Um país que escraviza seu povo ou age em 
conluio permitindo tal prática em território nacional é um escravocrata com poder. 
A evolução econômica e social consiste nas boas práticas de produção e 
consumo e não através de uma exploração de Mão de obra escrava. Garantir ao 
trabalhador o mínimo de seus direitos permitindo que possa ter uma vida de qualidade 
e não mais uma pessoa enferma pelas condições em que esteve exposto durante o 
exercício de suas atividades laborativas. O trabalho dignifica o homem mas o trabalho 
análogo ao escravo não traz nenhum benefício social além da perda significativa da força 
de trabalho uma vez que o trabalhador escravo poderá estar mais vulnerável a todas as 
mazelas socias de alguém que vive nesta condição totalmente incondizente com a 
dignidade da pessoa humana do século XXI. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. CONECTAS. . Como a Lei Brasileira Define O Trabalho Análogo Ao Es-
cravo. 2019. Disponível em: https://www.conectas.org/quem-somos/. Acesso em: 24 abr. 
2020. 
 
BRASIL.,ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. . Trabalho Forçado. Dis-
ponível em: https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/lang--pt/index.htm. Acesso 
em: 24 abr. 2020. 
 
CONFORTI, Luciana Paula. A interpretação do conceito de trabalho análogo ao es-
cravo no Brasil: o trabalho digno sob o prisma da subjetividade e a consciência legal 
dos trabalhadores. 2017. 18 f. TCC (Graduação) - Curso de Direito, Unb, Brasília, 
2017. Cap. 1. Disponível em: https://www.anamatra.org.br/files/ConpediFINAL.pdf. 
Acesso em: 24 abr. 2020. 
 
ALBUQUERQUE, Vera Lúcia Ribeiro de. Manual de Combate ao Trabalho em con-
dições análogas às de escravo. 2011. 98 f. Monografia (Especialização) - Curso de 
Direito, Unb, Brasília, 2011. Cap. 1. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-te-
matica/ccr2/coordenacao/comissoes-e-grupos-de-trabalho/escravidao-contemporanea-
migrado-1/notas-tecnicas-planos-e-oficinas/combate%20trabalho%20es-
cravo%20WEB%20MTE.pdf. Acesso em: 24 abr. 2020. 
 
ALBUQUERQUE, Vera Lúcia Ribeiro de. Manual de Combate ao Trabalho em con-
dições análogas às de escravo. 2011. 98 f. Monografia (Especialização) - Curso de 
Direito, Unb, Brasília, 2011. Cap. 1. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-te-
matica/ccr2/coordenacao/comissoes-e-grupos-de-trabalho/escravidao-contemporanea-
migrado-1/notas-tecnicas-planos-e-oficinas/combate%20trabalho%20es-
cravo%20WEB%20MTE.pdf. Acesso em: 25 abr. 2020. 
 
BRASIL (Estado). Decreto nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal: legis-
lação Federal. Brasília, DF: Senado Federal, abr. 2017. p. 60-60. Disponível em: 
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529748/codigo_penal_1ed.pdf. 
Acesso em: 25 mar. 2020. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988 Disponível 
em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 25 
de março de 2020. 
 
BRASI, Lei Feijó: LEI DE 7 DE NOVEMBRO DE 1831.. Rio de Janeiro, RJ: Secretaria 
de Estado dos Negócios da Justiça, 15 set. 1831. Disponível em: http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM-7-11-1831.htm#:~:text=Declara%20livres%20to-
dos%20os%20escravos,aos%20importadores%20dos%20mesmos%20escra-
vos.&text=1%C2%BA%20Todos%20os%20escravos%2C%20que,vin-
dos%20de%20f%C3%B3ra%2C%20ficam%20livres.. Acesso em: 23 maio 2021. 
 
BRASIL . Lei Eusébio de Queirós nº 581, de 04 de setembro de 1850. Lei Nº 581, 
de 4 de setembro de 1850.: legislação Federal. v. 1, Seção 135. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim581.htm. Acesso em: 16 maio 2021. 
 
 
 
 
 
 
BRASIL. Lei Ventre Livre Nº 2.040, de 28 de setembro de 1871 nº. Lei Nº 2.040, de 
28 de setembro de 1871: legislação Federal. Rio de Janeiro, RJ: Palácio do Rio de 
Janeiro, 28 set. 1871. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/lim/lim2040.htm. Acesso em: 16 maio 2021. 
 
BRASIL.. A Lei dos Sexagenários (LEI Nº 3.270 Lei de 28 de setembro de 1885. nº 
Lei Nº 3.270, de 28 de setembro de 1885. Lei de 28 de setembro de 1885.: legislação 
Federal. Rio de Janeiro, RJ: Secretaria de Estado dos Negocias da Agricultura, 01 out. 
1885. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-
Hist%C3%B3ricos-Brasileiros/lei-dos-sexagenarios.html. Acesso em: 16 maio 2021.BRASIL. Lei Áurea Nº 3.353, de 13 de maio de 1888. nº LEI Nº 3.353, de 13 de maio 
de 1.888. Lei Nº 3.353, de 13 de maio de 1888.: Declara extinta a escravidão no Brasil.. 
Rio de Janeiro, RJ: Palácio do Rio de Janeiro, 13 maio 1.888. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm. Acesso em: 23 maio 2021. 
 
PORFíRIO, Francisco. "Trabalho escravo contemporâneo"; Brasil Escola. Disponível 
em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-de-hoje.htm. Acesso 
em 23 de maio de 2021. 
 
BRASIL, LEI ÁUREA Wikipedia, 2009. Disponível em: https://pt.wikipe-
dia.org/wiki/Lei_%C3%81urea. Acesso em: 23 maio 2021. 
 
BRASIL. Louise Gabler. Equipe Mapa | Coged | Arquivo Nacional. Lei Eusébio de Quei-
rós. Brasília: Arquivo Nacional, 2011. Programa de pesquisa Memória da Administração 
Pública Brasileira. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-
2/288-lei-euzebio-de-queiroz#:~:text=A%20lei%20n.,ex-
tin%C3%A7%C3%A3o%20da%20escravid%C3%A3o%20no%20pa%C3%ADs.. 
Acesso em: 23 maio 2021. 
 
OIT (Nações Unidas). Organização Internacional do Trabalho (org.). Normas Internaci-
onais sobre Trabalho Forçado. Brasil: Oit, 2021. Disponível em: 
https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/WCMS_393063/lang--pt/index.htm. 
Acesso em: 28 maio 2021. 
 
FERNANDES, Cláudio. "O que é a Lei Áurea?"; Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-lei-aurea.htm. Acesso em 30 de 
maio de 2021. 
 
GURGEL, Argemiro Eloy: Uma lei para inglês ver: A trajetória da Lei de 7 de novembro 
de 1831, 2008 
 
SANTOS, Cleyton Rodrigues dos: Para inglês ver: Um estudo sobre a Lei de 7 de 
novembro de 1831, 2010. 
 
COTA, Luiz Gustavo Santos: Não só “para inglês ver”: justiça, escravidão e abolici-
onismo em Minas Gerais, 2011. 
 
 
CARVALHO, João Daniel Antunes Cardoso do Lago: O tráfico de escravos, a pressão 
inglesa e a Lei de 1831. 
 
 
BRASIL. Tribunal Regional Federal da Primeira Região. Ementa nº Nº Lote: 2020003097 
- 3_1 - APELAÇÃO CRIMINAL N. 0000140-20.2011.4.01.3901/PA - TR18463PS. Ape-
lante JUSTICA PUBLICA. Apelado :ALRINO PEREIRA DA ROCHA. Relator: DESEM-
BARGADOR FEDERAL NEY BELLO. Redução À Condição Análoga de Escravo. 
Condições Degradantes de Trabalho. Servidão de Dívida. Disponível em: https://trf-
1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/880588487/apelacao-criminal-acr-apr-
1402020114013901. Acesso em: 01 jun. 2021.

Continue navegando