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Sintaxe da Língua Brasileira de Sinais Profª. Sheila Borges TERESINA – PI 2021 A sintaxe é o estudo da estrutura da frase. É a parte da linguística que estuda a organização interna das sentenças e a relação entre as partes. A sintaxe também se preocupa em observar o que um usuário de uma língua conhece para poder compreender e produzir um número infinito de sentenças. SintaxeSintaxe Sintaxe No espaço em que são realizados os sinais, o estabelecimento nominal e uso do sistema pronominal são fundamentais para tais relações sintáticas. Quadro & Karnopp (2004 Existem duas formas de sistemas pronominais na Libras, cujos os sinalizadores estabelecem os referentes associados à localização no espaço estando os referentes presente fisicamente ou não. Sistema Pronominal na Libras Exemplo de formas pronominais com referentes presentes EU, VOCÊ E EL@ FAZER ATIVIDADE ESCOLA JUNTO,OK! Exemplo de formas pronominais com referentes ausentes Sinalizador: OI! VOCÊ IR FESTA JUNTO ANA E TAMBÉM PEDRO? Referente Presente: NÃO, POR QUE ANA LIGAR PARA PEDRO, AVISAR NÃO PODER IR, TER PROBLEMAS. Como observado, quando os referentes estão presentes, os pontos no espaço se baseiam na posição real ocupada pelo referente e quando os mesmos estão ausentes, cria-se pontos abstratos que marquem estes referentes no espaço Espaço de Enunciação A organização espacial dessa língua apresenta possibilidades de estabelecimento de relações gramaticais no espaço, através de diferentes formas (QUADROS e KARNOPP,2004). 5 Organização do Espaço de Sinalização a) fazer o sinal em um local particular (se a forma do sinal permitir) b) direcionar a cabeça e os olhos (e talvez o corpo) em direção ao substantivo. Ex: CASA LÁk c) usar a apontação ostensiva antes do sinal de um referente específico. Ex: Lák CASA d) usar um pronome (a apontação ostensiva) numa localização particular quando a referência for óbvia. Ex: Lák NOVA e) usar um classificador (que represente aquele referente) em uma localização particular. Ex: CARRO PASSAR-UM-PELO-OUTRO f) usar um verbo direcional (com concordância) incorporando os referentes previamente introduzidos. Ex: EU IR CASA Uso de marcações não-manuais para formação de sentenças. Liddel (1980) diz que nas expressões faciais também denominadas expressões não manuais (ENM), é muito raro a face do sinalizador permanecer neutra, pois a sinalização vem acompanhada pela posição e movimentos da cabeça e por movimentos de corpo. De acordo com Quadros, Pizzio e Pinto (2007), as expressões faciais podem ser separadas em dois grupos: as expressões afetivas e as expressões gramaticais. ENM afetivas: Transmite as emoções como tristeza, terror, alegria, etc. Elas representam a prosódia nas línguas de sinais. Assim, não é justificável fazer o sinal de MORRER com ENM feliz; E nem o sinal de BONIT@ com ENM de nojento. ENM gramaticais: Neste caso as ENM apresentam duas outras funções: morfológicas e sintáticas. No nível sintático, as expressões indicam se as sentenças são afirmativas, negativas, interrogativas, exclamativas e se as construções são com foco ou tópico. A seguir são apresentados exemplos do uso gramatical das expressões faciais. Negação (neg) Na Libras, utilizamos expressões faciais de negação em que há modificação no contorno da boca, sempre associada ao abaixamento das sobrancelhas e ao leve abaixamento da cabeça IX<1> NÃO 1ENCONTRARa JOÃOa IX<joão>aef Afirmação (afirm): são realizados movimentos para cima e para baixo com a cabeça indicando afirmação. Geralmente, a marcação não-manual de afirmação está elacionada a construções com foco. Exemplos: JOÃO VIAJAR <PODER>afirm JOÃO LIVRO <CONHECER>afim JOÃO TELEVISÃO <ENTENDER>afim JOÃO MECÂNICA <SABER>afim há 4 diferentes marcações não-manuaishá 4 diferentes marcações não-manuaishá 4 diferentes marcações não-manuaisInterrogativas: há 4 diferentes marcações não-manuais para as sentenças interrogativas, dependendo do tipo de pergunta que está sendo feita. a) Interrogativa QU (qu): há uma pequena elevação da cabeça, acompanhada do franzir da testa.
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