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Universidade de São Paulo FCF - Noturno Química Analítica Instrumental HPLC Cromatografia a Líquido Grupo 02 - Noturno Bianca Lobão n°USP 9370841 Beatriz Medeiros n°USP 9328401 Letícia Freitas nºUSP 8971989 Witor Ferraz n°USP 7609641 Thaina Brumatti n°USP 8972076 São Paulo Agosto de 2020 METODOLOGIA • Separação O objetivo é a separação de paracetamol, cafeína e ácido acetilsalicílico contidos em um comprimido de analgésico. Como todas as moléculas possuem ligações duplas conjugadas, entende-se que elas absorvem radiação UV e então adota-se um detector espectrofotométrico para o método. Como é provável que as espécies absorvam em regiões semelhantes do espectro UV, é necessário realizar a separação dos analitos antes da detecção. Cada uma dessas moléculas possui regiões hidrofóbicas, o que justifica a afinidade delas por fase orgânica. Por conta disso, utiliza-se fase estacionária também hidrofóbica na coluna (C18). Como utiliza-se como fase móvel dois solventes (água de pH 2,5 ajustado com HCl e metanol, 40 e 60%, respectivamente), temos uma fase móvel mais polar que a fase estacionária, então a separação será feita em modo de fase reversa. A vazão utilizada será de 1mL/minuto e o detector UV foi ajustado para 230nm, o equipamento À 30ºC e o tempo de análise de 10 minutos. Para primeiro teste, a solução padrão com 3 analitos é injetada no aparelho, via injetor automático, com um volume de amostra de 5µL, e o gráfico obtido, de absorbância por tempo, é o seguinte: Verifica-se que as substâncias encontram-se totalmente separadas, em tempo pouco maior que 5 minutos. Toda a corrida foi realizada com composição de fase móvel fixa (modo isocrático de análise). • Qualificação Com relação à amostra, um comprimido do medicamento foi pesado (massa = 1,070g) e triturado. Em seguida, 0,1000 g desse material foi dissolvido em 1000 mL de fase móvel. A solução foi então filtrada e uma alíquota transferida para um vial. Foram também preparadas soluções padrão de alta pureza de cada um dos analitos de interesse. Aqui, a corrida foi realizada também em condição isocrática A:B = 40:60, onde A seria a água acidificada e B o metanol, em fluxo constante de 1 mL/min, num tempo total de 10 min. As amostras foram injetadas num volume de 5 μL, sendo a temperatura da coluna programada para 30 ºC e o comprimento de onda para detecção dos analitos, 230 nm. Quatro cromatogramas foram obtidos (1 da amostra a ser analisada e 3 com os respectivos padrões) No interior do aparelho, adiciona-se então a amostra a ser medida, e soluções padrão de alta pureza dos analitos a serem identificados (paracetamol, AAS e cafeína). Configura-se no software do aparelho que serão realizadas 4 medições e mede-se, primeiramente, a amostra. Nesta, obtêm-se 3 picos, correspondentes aos analitos de interesse. Depois da corrida com a amostra, faz-se a corrida com paracetamol, cafeína e AAS. Por serem soluções de alta pureza, temos como resultado da corrida apenas 1 pico para cada um dos analitos. No software do aparelho de HPLC têm-se um programa de Tratamento de Dados. Neste programa, consegue-se realizar a comparação do cromatograma obtido para a amostra com cada um dos analitos. Dessa forma, conseguimos descobrir, qualitativamente, qual pico corresponde a qual analito, por meio de sobreposição desses picos. Após aplicar as configurações de sobreposição de picos para análise de cada um dos analitos, e, levando em consideração que sabemos que nessa amostra temos somente essas 3 substâncias discutidas, descobre-se, portanto, que o primeiro pico corresponde ao paracetamol, o segundo à cafeína e o terceiro ao AAS. Figura 1 - Sobreposição dos picos individuais na amostra Figura 2 - Cromatograma de amostra de comprimido analgésico contendo paracetamol, cafeína e ácido acetilsalicílico (AAS) • Quantificação Para poder se quantificar os valores das corridas e inferir as concentrações da amostra que se deseja quantificar, é necessário que a intensidade do sinal da amostra seja comparada com padrões de concentrações conhecidas dos analitos presentes. Preparou-se, assim, 5 soluções padrões para que a comparação e quantificação sejam realizadas. Com os padrões preparados, coloca-se eles no injetor automático e se procede para as determinações. Programa-se o injetor para realização das corridas automaticamente, e para isso basta selecionar as soluções a serem submetidas a análise no programa. As soluções padrões foram feitas da seguinte forma, e com esses valores se construiu uma curva de calibração foi construída com os seguintes valores: Após a corrida de todas as amostras, deve-se utilizar o software para tratamento dos dados para quantificação. Sobrepondo cromatograma dos padrões é nítido que intensidade do pico é aumentada sempre que um padrão de maior concentração é utilizado. Ao se verificar que há linearidade entre os valores e que a diluição se adequa a curva de calibração, podemos passar para etapa de integração dos picos, que é realizada também pelo aparelho. Os valores obtidos se encontram na seguinte tabela: Para construir uma equação da reta, pode-se utilizar tanto a área quanto a altura. Deve-se construir uma equação de reta para cada substância e substituir os valores para obtenção da concentração da amostra. Ainda, deve-se levar em conta a diluição (o volume no qual a amostra foi solubilizada) para se calcular as quantidades de analitos presentes no comprimido. QUESTIONÁRIO a. Qual a importância de fazer o condicionamento da coluna antes da corrida e a limpeza após o seu uso? O condicionamento prévio da coluna é necessário, pois podem haver traços de moléculas de análises prévias que não foram devidamente purgadas pela falta de limpeza da coluna e estas podem influenciar nos resultados de análises correntes. Erros por esta causa podem ser desde aparecimento de picos não desejados no cromatograma até picos contaminantes que podem formar pares críticos com as substâncias analisadas, o que pode gerar dificuldades de medição de áreas de pico e diminuição de resoluções no cromatograma. A limpeza após o uso do equipamento é necessária para que as moléculas analisadas neste experimento não fiquem retidas na coluna e possam afetar as leituras de experimentos futuros. Além disso, certas substâncias podem degradar a fase móvel da coluna, o que inutilazaria a mesma. b. Esquematize quais os principais componentes de um HPLC e explique a função de cada um destes. Componentes de um equipamento para HPLC. Para a realização da leitura de uma amostra é necessária a aplicação de pressão por meio de uma bomba de duplo pistão do tipo quaternária para gerar um fluxo da fase móvel. Este fluxo vem de um reservatório de solventes, que fica disposto do lado de fora do equipamento, em proporção variável de acordo com a ação da válvula solenóide. A fase móvel aspirada segue para homogeneização e eluição da amostra, que é injetada por um injetor automático, e na sequência segue para uma pré-coluna, que protege a coluna de substâncias possivelmente nocivas, e então para a coluna cromatográfica, onde entrarão em contato com a fase estacionária e haverá separação de compostos. Em seguida, ocorre a saída das espécies em direção ao detector, no caso um espectrofotométrico, que fará leitura de picos espectrofotométricos para um software de gerenciamento e coleta de dados. As moléculas menos retidas, ou seja, que tiveram menor interação com a fase estacionária, sairão mais rapidamente, enquanto as mais retidas, com maior interação, sairão mais lentamente. Existem casos em que o sistema de HPLC pode conter um forno acoplado, que condiciona coluna e pré coluna. Há também uma válvula de purga próxima às bombas, que pode atuar direcionando a amostra para análise ou para descarte. Após a amostra passar pelo detector, ela segue para um descarte unificado com o do sistema de purga. c. Por que é necessário desgaseificar a amostra e os solventes da fase móvel antes da injeção/inserção no HPLC? Solventes podem contergases dissolvidos e a presença destes pode interferir nas medições e na obtenção dos picos por formarem bolhas. Desta forma, é necessário realizar o processo de desgaseificação da amostra para minimizar estas interferências, que podem alterar altura de picos ou gerar ruídos nas linhas de base. d. Os experimentos foram realizados em fase normal ou fase reversa? Justifique segundo as fases móvel e estacionária utilizadas. Explique também a escolha da fase estacionária e dos solventes para compor a fase móvel (considere a estrutura dos compostos analisados). No experimento foi utilizada a cromatografia de fase reversa, onde a fase estacionária é não polar, neste casa C18, e a fase móvel corresponde a um eluente de caráter polar, neste caso uma mistura de onde 40% é água no pH = 2,5 (ajustado com HCl) e 60% Metanol. Os compostos analisados tem uma boa partição octanol água, o que significa que eles possuem maior afinidade pela fase orgânica, desta maneira, eles conseguirão interagir bem com a fase móvel C18, mais apolar, e ter uma eluição em um tempo considerável para que possa haver uma boa eluição e separação dos picos. Sobre a fase móvel temos que, para que ocorra uma boa eluição em fase reversa devemos possuir uma fase móvel de caráter mais polar para que essa possa eluir as moléculas analisadas em um bom intervalo de tempo, pois, se a mesma fosse apolar os tempos em que as moléculas sairiam no detector seria muito pequeno e com baixa eluição, devido a força do eluente em relação à fase estacionária. Como as moléculas também possuem grupos ionizáveis o pH 2,5 pode causar a ionização de certos grupos funcionais (aminas podem ser protonadas e gerarem cátions e grupos fenóis e carboxilas ao serem protonados podem deixar de produzir ânions), tal efeito é mais discutido na questão abaixo. e. Justifique, a partir das características físico-químicas e estruturais dos compostos, a ordem de eluição dos analitos alvo observada na parte 3 do experimento. Além da forma mostrada no vídeo, como podemos proceder a confirmação da identidade de cada um dos analitos? Discuta as diferenças entre os dois métodos. A eluição dos analitos ocorrerá conforme a afinidade com a coluna estacionária. A coluna utilizada é a C18, que é apolar, sendo assim, analitos apolares terão mais afinidade com ela, o que implica em maior tempo para eluição, enquanto os analitos mais polares, terão menos afinidade e serão eluídos mais rapidamente. De acordo com as interações moleculares de cada composto, é possível dizer que o paracetamol é mais polar dadas às condições do experimento, sua amina secundária protonada em pH2,5 é a responsável por esta polaridade e possibilita que se elua com maior velocidade na fase móvel polar. A cafeína também possui grupos que podem ser protonados e tornarem-se cátions, porém esta possui um caráter mais polar que o paracetamol o que permite uma maior interação com a fase estacionária polar que o paracetamol protonada e por isso ela é o pico do meio, sendo seu pico projetado após o do paracetamol. O AAS é o mais apolar nas condições deste experimentos, pois, por se tratar de um ácido orgânico fraco o mesmo se encontra totalmente protonado em pH 2,5, estando em sua forma molecular, muito mais apolar que as duas outras espécies, o que faz com que ele interaja mais fortemente com a fase estacionária de C18 e apresente o maior tempo de eluição entre as três espécies, sendo então o analito correspondente ao último pico. f. Fazer a curva de calibração para o paracetamol (utilizando os dados obtidos do cromatograma da parte 4 do experimento, apresentados na tabela 2), mostrando a equação da reta (com coeficiente de determinação) e calcular sua concentração no COMPRIMIDO analisado. Utilizando os dados de concentração e área apresentados na tabela 2, construímos a seguinte curva de calibração, com respectiva equação da reta: Dada a equação da reta, substituímos a área do pico da amostra no lugar de y para então encontrar a concentração: 231391 = 13100X - 4,6202 X = 17,664 mg/L Sendo assim, a concentração da solução amostra é 17,664 mg/L. A solução amostra foi preparada com 1L, então em 0,1g, que foi a massa pesada do comprimido na amostra, há 17,664 mg de paracetamol. Sendo a massa de um comprimido igual a 1,07g, podemos então calcular a massa total de paracetamol em um comprimido: 17,664mg -> 0,1g Z -> 1,07g Z = 189,00mg Desta forma, encontramos que no comprimido de 1,07g, tem-se 189,00mg de paracetamol. g. Por que a quantificação da cafeína, paracetamol e AAS foi feita em um HPLC com detector do tipo UV-Vis em 230 nm? Em sua justificativa considere a estrutura dos compostos analisados. Os compostos usados apresentam bastantes regiões de duplas conjugadas o que indica que eles absorvem radiação no UV e possibilita que os comprimentos de onda utilizados estejam dentro desta faixa e que, para medição, seja utilizado um detector espectrofotométrico UV-Vis. h. Calcular a eficiência da coluna (número de pratos teóricos) a partir do pico do paracetamol no cromatograma obtido na parte 4 do experimento, apresentado na figura a seguir (utilizar valores aproximados de tempo de retenção) Utilizando a fórmula N = 5,55 (tr/w1/2)2 , onde N é o número de pratos teóricos, tr é o tempo de retenção e w1/2 é a metade da largura da base do pico, e os dados cedidos na parte 4 do vídeo do experimento dizem que o tr do pico do paracetamol é de 3,372 minutos e que seu w1/2 pe de 0,092 minutos. Desta forma, completando na fórmula temos que N = N = 5,55 (3,372/0,092)2 , com N sendo 7455,769, ou em notação científica, aproximadamente 7,456 x 103 .
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