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Aula 3 - 09-08-2010 - O sentido da colonização

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Aula 3 - 09/08/2010 - O sentido da colonização
Texto
	PRADO (2000) - Formação do Brasil Contemporâneo (colônia)
	AMARAL LAPA (1999) - sobre CPJr.
Já vimos que a obra de CPJr. (Formação do Brasil Contemporâneo) representa um “salto qualitativo” em relação à teoria dos cliclos.
O sucesso da obra é atribuído pelo fato do conceito ser simples e abrangente. Os aspectos marcantes da obra são:
- Especificidade histórica
- Perspectiva totalizante (síntese)
- Teoria norteando a práxis política.
Determinantes do “sentido”. CPJr. explica o econômico e o social a partir da exploração comercial: explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. Ignora pontos/elementos importantes para representar a “essência” da formação.
Permanência deletéria: solução revolucionária - CPJr. quer entender o Brasil de sua época para então agir. Segundo Amaral Lapa, CPJr. é, em sua análise, “pessimista” qnto ao futuro já q há a permanência do passado colonial: Permanência X Mudança (“mudar para permanecer igual”) - Sentido colonial, profundamente enrraizado.
	- “estatuto colonial, que nos inferioriza (...), quase que fatalmente destinadas ao fracasso pela 		própria ótica que o autor (Prado) construiu com certa obsessão”.
	- ”permanência de um sistema que, vindo do passado e já obsoleto, põe obstáculos ao 			desenvolvimento”.
Síntese do passado: CPJr. vai olhar para a colônia a partir do seu fim (primeira metade dos oitocentos) e, indo na direção do passado ele pretende construir a “linha mestra” da formação ecônomica do Brasil, o “sentido” da colonização. Prado sabe que a colonização faz parte de um todo maior, apesar de não detalhar esse todo (veremos que F.Novais “aprofundará” esse sentido, colocando a colonização como parte do processo de formação do capitalismo moderno).
Conformação com o futuro
- Elementos coloniais assumem expressão plena; obra acabada de uma etapa colonial.
- Ponto de partida de processo de renovação; obra inacabada de uma etapa nacional.
Derivando a interpretação a partir do conceito fundamental: “dado o sentido não há como ser diferente”. A exploração agrária é consequência natural e necessária,
- caráter tropical da terra: apesar da natureza hostil (que desestimulava os colonizadores) o carater tropical era capaz de prover gêneros tropicais altamente lucrativos.
- colono: eram traficantes, empresários, e não povoadores/trabalhador. Vêm para dirigir as grandes propriedades, além do que Portugal não possuía mão-de-obra disponível.
- trabalho escravo: ocorre devido falta de m-d-o (europeus não querem ser empregados). Veremos que para F.Novai, o trabalho escravo tem outra motivação já que o tráfico é extremamente lucrativo.
- formação do capitalismo comercial europeu - condições gerais dessa nova ordem econômica do mundo que se inaugura com os grandes descobrimentos ultramarinos 
Grande propriedade + monocultura + escravidão: células fundamentais da economia agrária do Brasil - Para CPJr., dado o SENTIDO, não havia outra escolha. 
Decorrências da interpretação:
- Concentração extrema de renda (senhores X escravos).
- Brasil = simples fornecedor do comércio internacional.
Marginalização das formas inorgânicas: exercem função secundária para auxiliar setor de exportação. Formação de um vácuo extremo entre senhores e escravos, preenchido por formas (indivíduos) secundários (geralmente marginalizados). Tornam-se atores inexistentes do cenário exportador, tomando como forma o sentido de um povo “inútil”: mendigos, interesseiros (“dependentes dos senhores”) e criminosos. Elementos que não estão relacionados diretamente à atividade comercial são geralmente classificados como secundários e auxiliares à exportação.
Crítica de Iraci del Nero: (“repensando modelo interpretativo de Prado Jr.) considera desnecessário lembrar o povo como inexistente (à la Cauty), pois é basicamente reproduzir as ideologias das velhas elites, simplificando a solução à polícia. Prado defende justamente o contrário, mas tem brecha para crítica acima (de Nero).
(NOZOE)
Caio possui também uma visão de que houveram efeitos negativos da colonização portuguesa (começo do sec. XIX): incoerência e instabilidade do povoamento, miséria, corrupção inclusive igreja. A causa principal dessa colonização está no escravismo. Europeus abrem mão dos princípios éticos, sendo o Brasil utilizado como palco das relações primárias, com o fator trabalho e fator sexual, esforço físico obrigado, sem educação sem perspectivas, sem elemento morais (homem cordial) e por contrário, degradado. Como instrumento sexual, a mesma coisa (Gilberto Freyre), sem amor.
E cujo paradigma é evoluído por Celso Furtado (1959). Através de um instrumental diferente chega nas mesmas conclusões teóricas do Caio Prado e de Fernando Novais (1972), marxista cuja tese foi trabalhada em cima do Caio Prado, discutindo a transição do feudalismo para o capitalismo (acumulação primitiva).
Visão tradicional da COLONIZAÇÃO:
É uma decorrência natural e espontânea do descobrimento do Brasil. Veiga Cabral mostra como é chato e detalhado a historia contada por ele. Nao explica porque o Brasil foi descoberto, o desejo das pessoas não determina a historia. Mostra que a visão de historia era para dignificar as coisas (auto-ajuda) tudo que se quer se conseguia...
Método de análise do Caio Prado: trazer os acontecimentos mais relevantes, vendo seus reais objetivos, etc.
O sentido da colonização é a intenção do colonizador (lucro) + ... = ....
Mudança de rotas de terrestre (Reno) para marítima (mediterrâneo e Atlântico), onde acaba se privilegiando os países que partiram para a expansão ultramarina com objetivo de lucro comercial
Primazia portuguesa: Ceuta (1415) com busca de alternativas de comércio, melhor situado, com êxito em 1948 quando Vasco da Gama chega em Calicute, quando começa a dar lucro, ficando deficitária por 70 anos, explica-se o suporte financeiro.

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