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Aula 4 - Oxiurose/Enterobiose

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Ana Júlia Ornelas Piedade - MED 104 Aula 4 - 24/08
Oxiurose/Enterobiose
Classificação Taxonômica
❖ Filo: Nematoda (vermes cilíndricos e com tubo digestivo completo. Tem ciclo monoxênico);
❖ Classe: Secermentea;
❖ Ordem: Ascaridida;
❖ Família: Oxyuridae (cauda afilada/fina);
❖ Espécie: Enterobius vermicularis.
Enterobius vermicularis
❖ Os nematódeos são vermes de corpo cilíndrico, possuem tubo digestivo completo que permite a
sobrevivência em várias partes do corpo;
❖ São dióicos: há machos e fêmeas individuais - com isso a carga parasitária é alta/em dobro;
❖ São monoxênicos: utilizam apenas 1 hospedeiro para desenvolverem seu ciclo biológico - são os
helmintos mais prevalentes hospedeiros em seres humanos;
❖ Vive no intestino grosso de seres humanos;
❖ Agente etiológico da enterobiose/oxiurose/oxiuríase;
❖ Conhecido como “oxiúros”;
❖ Distribuição geográfica mundial;
❖ Maior incidência em países de clima temperado,com invernos bem característicos e bastante frio. No
Brasil acomete mais as cidades do sul;
❖ É bastante difundida e transmitida em locais coletivos;
❖ A faixa etária mais afetada vai de 5 a 15 anos. Mas, cada vez mais as crianças vão para escola ou
creches mais precocemente, podendo adquirir essa verminose e transmitir para sua família;
❖ As fêmeas do verme realizam a postura dos ovos comumente na região perianal do indivíduo parasitado,
provocando o prurido na região anal;
❖ Vivem em torno de 2 meses no intestino humano e os quadros sintomatológicos são brandos, mas
possuem uma capacidade grande de reinfectar os hospedeiros;
Morfologia
❖ Dimorfismo sexual: machos e fêmeas diferentes entre si;
❖ Filiforme: são bem finos;
❖ Asas cefálicas/extensões cervicais;
● A: macho, possui cerca de 0,5 cm de comprimento;
● B: fêmea, possui cerca de 1,0 a 1,2 cm de comprimento;
● Nos dois existe uma boca que é formada por lábios que
serve para fixar o verme na parede do intestino;
● Nos dois também há asas cervicais, que é uma expansão
lateral que serve para aumentar a superfície de contato do verme
com a parede do intestino e permitir a sua fixação;
● Os machos possuem uma particularidade, a região
posterior é enrolada para que eles possam se prender no corpo da
fêmea para a cópula. Nas fêmeas é alongada e bem fina;
● A fêmea pode pôr até 20.000 ovos na região perianal do
indivíduo;
● C: o ovo possui formato irregular. 4 a 6h após ter
sido eliminado a larva que vive no seu interior já está pronta
para infectar. O ovo pode durar de 3 a 6 meses no
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ambiente, garantindo maior transmissibilidade da doença em ambientes fechados;
● Fêmea adulta;
● Esôfago rabditóide: é aquele que possui duas
expansões/bulbos;
● Ovo com sua coloração natural acastanhada e a larva no
seu interior;
❖ À noite, pelo ritmo circadiano do verme, os helmintos saem em quantidades razoáveis e até grandes pelo
ânus do indivíduo adormecido. Se uma criança tem oxiurose, a passagem das fêmeas na região perianal
provoca coceira e ela se coça, ficando com os ovos retidos nas mãos. Se, posteriormente, essa criança
levar a mão à boca ela irá se reinfectar. Por isso ele precisa viver pouco e não pode ser muito agressivo,
pois ele reinfecta com muita frequência;
Habitat
❖ Machos e fêmeas: vivem no ceco e apêndice (podem causar apendicite);
❖ Fêmeas com ovos: região perianal.
Ciclo Biológico
❖ Monoxênico: envolve apenas 1 hospedeiro, exclusivamente o ser humano;
❖ Período pré-patente (anterior ao surgimento dos sintomas): 1 a 2 meses - prurido anal;
Transmissão
❖ Heteroinfecção: quando os ovos eliminados do organismo de um indivíduo atingem o ambiente e vão
ser ingeridos por outro indivíduo;
❖ Autoinfecção indireta: o indivíduo está parasitado, os ovos contaminam o ambiente e retornam via oral
para esse mesmo indivíduo;
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❖ Autoinfecção direta externa: o indivíduo ao coçar a região perianal vai contaminar suas mãos e ao
levá-la a boca se reinfecta. É o mais comum;
❖ Autoinfecção direta interna: ocorre quando eventualmente as fêmeas se rompem ainda dentro do
intestino grosso, despejando os ovos no lúmen. Após 4h a 6h as larvas vão eclodir do ovo e se fixar na
parede do intestino grosso gerando os adultos e se reinfectando;
❖ Retroinfecção: dos ovos retidos na região perianal do indivíduo eclodem as larvas, que poderão
adentrar o organismo através do ânus e vão realizar o migratório até a região do ceco onde terão mais
favorecimento para dar origens aos adultos;
❖ Retroinfecção ectópica: quando essas larvas adentram o sistema urogenital feminino;
Patogenia
❖ Ação mecânica (sua presença física) e irritativa: sugere reações inflamatórias que podem
desencadear cólicas intestinais, quadros diarréicos brandos. Ex.: enterite catarral - é uma inflamação
intestinal com produção considerável de fezes com grande quantidade de muco (ele vai ficar na região
anal e perianal);
❖ Alteração mais frequente: prurido anal, torna a mucosa anal congesta, com muco, gerando perda de
sono e nervosismo no hospedeiro;
❖ Infecção na vagina, útero e ovários (retroinfecção ectópica).
Diagnóstico
❖ Clínico: sintomatologia;
❖ Laboratorial: método de Graham/fita adesiva;
Epidemiologia
❖ Maior prevalência em crianças em idade escolar;
❖ Transmissão: doméstica ou em ambientes coletivos;
❖ Fatores predisponentes:
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● Helminto exclusivamente de humanos;
● Fêmea elimina grande número de ovos -1 fêmea pode eliminar até 20.000 ovos;
● Ovos rapidamente se tornam infectantes - 4h a 6h;
● Infecção ocorre por 5 mecanismos;
● Viabilidade do ovo - 90% dos ovos ingeridos vão liberar a larva e ela vai dar origem aos adultos;
● Hábito de sacudir a roupa de cama pela manhã: disseminação dos ovos.
Medidas de controle
❖ Diagnosticar e tratar os indivíduos parasitados;
❖ Estabelecer uma excelente higienização do ambiente com pano molhado com desinfetante;
❖ Tomar banho pela manhã com boa higienização da região perianal;
❖ Lavagem separada das roupas do infectado;
❖ Lavar frutas, verduras e legumes antes da ingestão;
❖ Manter as mãos sempre higienizadas;
Tratamento
❖ Albendazol;
❖ Mebendazol;
❖ Pamoato de pirantel;
❖ Piperazina;
❖ Pamoato de pirvínio: costuma manchar as roupas íntimas.
❖ Todos esses medicamentos, quando utilizados, precisam ser repetidos em 15 dias e de novo em mais 15
dias (pelo menos 2 vezes);
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