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Artrópodes e importância médica

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Victor Pardo FMT 
Artrópodes de importância médica 
 
ECTOPARASITOS OU MICROPREDADORES 
 
A diferença entre eles é o tipo de desenvolvimento e o tempo que o artrópode vai 
permanecer em contato com o seu hospedeiro. 
 
- Ectoparasitos: necessidade de alojar e/ou desenvolver na superfície externa 
do corpo de humanos e animais 
- Micropredadores: realizam apenas a hematofagia necessária para a 
manutenção de seu ciclo vital 
 
Das muitas ordens existentes, as espécies que nos interessam encontram-se em 
apenas 4: Hemiptera (triatomíneos e percevejos), Siphonaptera (pulgas), Anoplura 
(piolhos) e Acari (ácaros e carrapatos) 
 
CLASSE INSECTA 
 
ORDEM HEMIPTERA 
 
- Insetos grandes 
- Peças bucais picadoras 
- Tipicamente 2 pares de asas (coriáceo e membranoso) 
 
Principais gêneros de cimicidae 
 
- Cimex: preferência por sangue humano 
- Ornithocoris: preferência por sangue de aves 
 
Situações adversas podem fazer com que infectem hospedeiros não casuais 
 
Importância: 
- Espoliação sanguínea 
- Prurido intenso 
- Reação alérgica 
- NÃO transmite doenças 
 
Ciclo de vida 
 
Adultos → copulam → fêmea faz postura → ovos colocados nas costuras e bordas de colchão → 
larva de primeiro estágio cresce até o quinto estágio, todas se alimentam de sangue 
→ ao se tornarem adultos adquirem capacidade reprodutiva e dão sequência ao ciclo 
 
Victor Pardo FMT 
- Esses percevejos possuem grande capacidade de adaptação ao ambiente e 
podem sair somente durante a noite, dificultando o seu controle 
- São chamados de "percevejos de cama", mas podem viver em outros locais 
- O uso de adesivos de controle pode não funcionar (o percevejo desvia) 
- Os percevejos de cama estão se tornando um sério problema no Brasil, 
assim como em diversos países do mundo 
- Como se propagam com facilidade é difícil eliminá-los, o número de surtos 
de percevejos de cama tem crescido rapidamente 
- As picadas de percevejos de cama não causam dor, apenas coceira, 
vermelhidão e desconforto 
- O tratamento das picadas acalma a irritação, mas não acaba com o 
desconforto quando há muitas picadas 
- Se houver várias picadas e mais contato com percevejos de cama, isso pode 
levar ao aparecimento de irritações de pele ou eczemas 
 
ORDEM SIPHONAPTERA 
 
- Insetos pequenos, conhecidos como pulgas 
- Corpo achatado lateralmente e sem asas, possuem pernas que as permitem 
saltar 
- São ectoparasitos ou micropredadores hematófagos 
- As principais famílias de importância médica: Pulicidae (ectoparasitos 
extremos), Tungidae (pulga invasiva, se alimenta de tecido e não de sangue) 
e Rhopalopsyllide 
 
Importância: 
- São agentes espoliadores sanguíneos 
- Provocam irritação da pele devido à picada, ocasionando dermatite e 
reações alérgicas de intensidade variada 
- Causam lesões cutâneas: Tunga penetrans (bicho-de-pé), com a possível 
veiculação mecânica do tétano, gangrena gasosa e permite a entrada de 
esporos de fungos 
 
Como transmissores ou vetores 
- Viroses: Mixoma mollitor, agente da mixomatose em coelhos; 
- Doenças bacterianas: Yersinia pestis, agente da peste bubônica; Francisella 
tularensis, agente da tularemia; Salmonella enteritidis e Salmonella 
typhimurium, agente da salmoneloses. 
 
Como hospedeiros invertebrados (intermediários) 
- Protozoa: Trypanosoma lewisi, com evolução em roedores sinantrópicos; 
- Cestoda: Dipylidium caninum, Hymenolepis nana e H. diminuta. 
- Nematoda: Dipetalonema reconditum, com posterior desenvolvimento no 
cão. 
 
Victor Pardo FMT 
Ciclo biológico 
- A pulga admite vários hospedeiros 
- Algumas possuem hospedeiros específicos, mas na ausência deles se 
alimenta de outros 
- Macho e fêmea adultos realizam hematofagia → cópula → fêmea faz a postura 
dos ovos → os ovos eclodem e a larva sai → se alimenta dos restos excretados pelas 
pulgas adultas → cresce → forma uma pupa → emerge um adulto novamente 
 
ESPÉCIES DE PULGAS: são diferenciadas de acordo com o tamanho, o tipo e a 
localização dos ctenídeos (cerdas) 
 
Pulex irritans 
- Pulga do homem: facilmente encontrada em locais mais antigos, gosta de 
viver entre as frestas do chão 
- É cosmopolita e de fácil encontro em casas velhas e cinemas antigos 
- Picada pode causar reação dérmica generalizada 
- Deixa uma marca de sangue na roupa ou na cama 
 
Xenopsylla cheopis 
- Cosmopolita e a transmissora da bubônica entre roedores domésticos, 
podendo passar destes para o homem 
 
Polygenes bohlsi 
- Responsável pela manutenção da febre silvestre nas Américas, fazendo a 
transição entre roedores silvestres e urbanos 
 
Ctenocephalides canis e C. felis 
- São pulgas de carnívoros, e frequentemente podem ser encontradas 
parasitando cães e gatos 
 
Picada de pulga pode causar dermatite alérgica, as quais são mais frequentes 
em crianças 
 
TUNGÍASE 
- Tunga penetrans (bicho de pé) 
- Largamente encontrada na zona rural 
- Hospedeiros naturais: homem e porco 
- É a menor pulga 
- Somente a fêmea se alimenta de tecidos 
- Respiram através do espiráculo 
 
Ciclo biológico 
- A fêmea entra numa lesão (principalmente nos pés) quando está pronta para 
fazer a postura dos ovos e se alimenta dos tecidos do hospedeiro → ovos no 
Victor Pardo FMT 
ambiente → larvas crescem → formação da pupa → adultos no ambiente → adentram as 
lesões → ciclo recomeça 
 
Ao tratar a lesão é preciso retirar toda a pulga e usar antimicrobianos para evitar 
infecções secundárias na área lesionada 
 
ORDEM ANOPLURA 
 
- Compreende os piolhos 
- Possui pinças em todas as patas, as quais vão ser utilizadas para passar de 
um hospedeiro para o outro 
- Insetos sem asas, com o corpo achatado dorso-ventralmente 
- Todas as fases vão ser hematofágicas, tanto os machos quanto as fêmeas 
- A picada é indolor, mas gera coceira → reação alérgica 
- Ectoparasitos do homem e de outros mamíferos 
 
A Família Pediculidae inclui 3 espécies: 
1. Pediculus (humanus) capitis: ou piolho da cabeça 
2. Pediculus (humanus) corporis: piolho do corpo ou “muquirana” 
3. Pthirus pubis é o piolho do pubis ou “chato” 
 
A infestação por piolhos é denominado pediculose 
Causa dermatite localizada, os piolhos são vetores do tifo exantemático e de outras 
rickettsioses 
 
Morfologia 
 
Insetos pequenos, sem asas e aparelho bucal picador-sugador 
Possuem 3 pares de pernas e fortes garras, que em conjunto formam uma pinça 
(locomoção) 
 
A morfologia difere de uma espécie para outra 
A: Pediculus capitis 
B: Pthirus pubis 
 
Macho: órgão copulador avantajado 
Fêmea grávida: ovos visíveis (lêndias) 
Fêmea: aparelho reprodutor apresenta abertura visível 
Ovos (lêndias): ficam aderidos ao fio por uma substância sedimentosa 
 
Considerações Gerais 
Crianças que apresentam infestações severas associadas com más condições 
sociais e dietas inadequadas podem desenvolver anemia pela deficiência de ferro, 
subtraído pelos insetos durante a hematofagia 
- Prurido incessante 
Victor Pardo FMT 
- Perturbação do sono 
- Diminuição do rendimento escolar 
- Sentimento de vergonha pela condição de parasitada 
 
Pediculus humanus capitis 
Transmissão por contato 
Ovos são depositados junto à haste capilar pilosa e ficam aderidos a um dos lados 
desta haste → o calor que emana do couro cabeludo é fundamental para o 
desenvolvimento das lêndias 
 
Ciclo de Vida 
 
Fêmea: põe 07-10 ovos/dia (200 vida) 
Vive até 40 dias 
Ciclo completo em 15 dias 
 
Ocorre do couro cabeludo de uma pessoa para o de outra → macho e fêmea copulam → 
postura dos ovos → ninfa 1 → ninfa 2 → ninfa 3 → adultos → recomeço do ciclo 
 
OBS: é importante não espremer o piolho, pois o sangue contido nele pode 
transmitir infecções; é preferível e recomendado queimá-los, por trazer uma maior 
segurança para nós 
 
PEDICULOSE DA CABEÇA 
A dermatite causada pela picada dos insetos é decorrente da reação do hospedeirofrente a saliva que é injetada pelo piolho no inicio da hematofagia 
Essa coceira incessante pode se desenvolver em uma ferida, até mesmo com uma 
possível infecção secundária 
 
Tratamento Natural 
- Catação manual: retirada e destruição dos adultos em álcool 
- Penteação frequente (pente fino): retirada de adultos e ninfas, além de 
impedir o desenvolvimento das lêndeas 
- Os piolhos estão ficando cada vez mais resistentes aos tratamentos químicos 
- Ar quente: proveniente de secador de cabelo, mais eficaz contra lêndeas 
- Raspar ou cortar cabelos curtos: não é muito usado, eficiente quando for 
menor que 8mm a partir do couro cabeludo 
- Óleos e cremes: dificultam a sobrevivência do inseto impedindo a fixação de 
ovos e adultos 
- Robi Combi: contato e choque elétrico → desestabiliza e mata as lêndias 
 
PEDICULOSE DO CORPO 
Também pode ser chamada de muquirana 
Deposita os ovos nas fibras e dobras internas das vestes, especialmente ao longo 
das linhas de costura 
Victor Pardo FMT 
Encontrados: colchões, roupas íntimas e de cama 
É comum em áreas de aglomeração 
Migram para o corpo apenas para se alimentar, voltando para a roupa do indivíduo 
logo em seguida 
 
PEDICULOSE DA REGIÃO PUBIANA 
Pthirus pubis 
Principal habitat: pêlos da região genital, entretanto, podem ser encontrados na 
barba, cílios, pêlos axilares e couro cabeludo 
Pode ser transmitido através de relações sexuais 
 
ORDEM ACARI 
 
Podem causar escabiose (sarna) 
São artrópodes com o corpo fundido em cefalotórax e abdome, com quatro pares 
de patas e sem antenas 
Subordens: 
- Mesostigmata 
- Trombidiformes 
- Ixodidae (carrapatos) 
- Sarcoptiformes 
 
Subordem Sarcoptiformes 
 
Sarcoptes scabiei (escabiose, sarna sarcóptica) 
Variedades de S. scabiei: 
- S. scabiei var. hominis 
- S. scabiei var. canis 
- S. scabiei var. suis 
 
Os adultos perfuram túneis ou galerias na epiderme, principalmente nas regiões 
interdigitais, mãos, punhos, cotovelos, axilas e virilhas; podem também se localizar 
nas nádegas, genitais externos, seios, costas e pernas; se desenvolvem através 
destes túneis 
 
TRANSMISSÃO 
Contato direto → não é imediato, precisa ser constante/prolongado 
 
PATOGENIA 
- A perfuração da epiderme, juntamente com produtos do metabolismo do 
parasito e a ação de sua saliva, gera um prurido intenso, principalmente a 
noite, quando o hospedeiro está aquecido pelas cobertas 
- Infecções bacterianas secundárias: Staphilococcus sp. e Streptococcus sp. 
 
- Nódulos inflamatórios em torno do cotovelo são característicos 
Victor Pardo FMT 
- Nódulos inflamatórios e pápulas podem ocorrer nas axilas 
- Pápulas e túneis nas plantas e lados dos pés (as crianças são mais afetadas 
desta maneira) 
- Escoriações e equimoses são amplamente disseminadas na pele 
- Prurido generalizado 
- Pápulas no escroto ou no pênis são um achado quase universal em homens 
com escabiose 
- Lesões secundárias 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Clínico 
Anamnese, o prurido, a localização e o aspecto das crostas são muito sugestivos 
para o diagnóstico clínico. 
 
Parasitológico 
Aderir uma fita gomada sobre as crostas 
Raspar profundamente a epiderme no limite entre as crostas e a pele sã 
Visualizar em microscópio óptico 
 
TRATAMENTO 
- Banho morno, demorado, com sabão próprio, para amolecer e retirar as 
crostas 
- Aplicar durante 3 dias no local um dos medicamentos indicados: benzoato de 
benzila, deltametrina ou tiabendazol 
- Tratar todas as pessoas da família atingidas pela parasitose 
- Lavar e passar a ferro quente as roupas de cama do paciente enquanto 
durar o tratamento 
 
MIÍASES 
 
São infecções produzidas por larvas de moscas em órgãos ou tecidos humanos ou 
de animais vertebrados, onde elas se nutrem e evoluem como parasitos. 
 
Principais famílias de moscas causadoras de miíases obrigatórias: 
Calliphoridae → C. hominivorax: mosca varejeira (causa bicheira) 
Oestridae → D. hominis: mosca-berneira 
 
Principal família de moscas causadoras de miíases facultativas: 
Sarcophagidae → Sarcophaga sp 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS MIÍASES 
1. Preferência alimentar das larvas: biontófaga ou necrobiontófoga 
2. Forma clínica: cavitária ou furunculóide 
3. Biologia da mosca: obrigatória, facultativa ou pseudomiíases 
Victor Pardo FMT 
- Essa é a classificação mais utilizada na parasito veterinária e na parasito 
médica 
 
DE ACORDO COM A PREFERÊNCIA ALIMENTAR DAS LARVAS: 
1. Biontófagas: invasoras de tecidos normais, capazes de iniciar um processo 
patológico. 
- Ex: Dermatobia hominis (mosca-berneira) e a Cochliomyia hominivorax 
(mosca varejeira → bicheira). 
2. Necrobiontófagas: invasoras secundárias de lesões pré-existentes. Moscas que 
habitualmente desenvolvem-se no lixo, esterco ou em cadáveres; mas que 
ocasionalmente podem “invadir” tecidos humanos, realizando a postura de seus 
ovos, principalmente se a ferida estiver infeccionada (odor atrativo). 
- Ex: Cochliomyia macellaria, alguns Sarcophagidae e espécies dos gêneros 
Phaenicia, Chrysomyia, Fannia, Musca e Muscina. 
 
DE ACORDO COM A FORMA CLÍNICA 
1. Cavitária: as larvas infestam cavidades naturais do hospedeiro (ex. nariz) 
2. Furunculóide: a larva causa uma lesão semelhante a um furúnculo, alimentando-
se de secreções purulentas 
 
COM BASE NAS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DA MOSCA 
 
1. Obrigatória ou primária (moscas biontófagas). 
Causadas por larvas de dípteros que naturalmente se desenvolvem sobre ou dentro 
de vertebrados vivos 
- Oestridae: cavidades nasofaríngeas de vários mamíferos (principalmente 
ovinos) 
- Gasterophilidae: aparelho digestivo de cavalos e outros mamíferos 
- Cuterebridae, Muscidae: tecidos cutâneo e subcutâneo de mamíferos e aves 
- Calliphoridae: tecido cutâneo e subcutâneo de mamíferos e aves 
 
Família Calliphoridae 
Possui grande número de gêneros e espécies causadoras de miíases. As espécies 
que nos interessam pertencem aos gêneros Cochliomyia, Lucilia e Chrysomya. 
 
Cochliomyia hominivorax 
- Biontófaga → oviposição em seres vivos 
- Importante causadora miíase primária – “Varejeiras” → causam bicheira 
- Distribui-se desde o Sul dos EUA até o Norte do Chile e da Argentina 
- Mosca robusta com 8 mm de comprimento 
- Coloração esverdeada com reflexos azul metálico em todo tórax e abdome, 
olhos avermelhados e o resto da cabeça amarelo-brilhante e pernas 
alaranjadas 
- Larvas branco-amareladas 
 
Victor Pardo FMT 
Patogenia 
- Larvas secretam enzimas proteolíticas 
- Ferimento aumenta de tamanho 
- Decomposição de material no ferimento 
- Atrai moscas → Miíases secundárias e miíases por necrobiontófagas (Cochliomyia 
macellaria) 
 
Ciclo de Vida 
Os adultos costumam voar muito (mais abundantes em clima quente e úmido) → 
cópula ocorre apenas uma vez e geralmente 5 dias após o nascimento da mosca (se 
alimenta da seiva de plantas) → ovos são colocados na ferida exposta ou em cavidades de 
indivíduos vivos → as larvas eclodem (geralmente em 1 dia) e penetram no tecido circundante à 
medida que se alimentam → caem no solo e saem do casulo → pupa liberada (pode permanecer 
no solo por alguns dias) → cerca de uma semana para formar o adulto → recomeço do ciclo 
 
Biologia 
- Adultas são excelentes voadoras (11 milhas em 24 horas) 
- Abundantes nos climas quentes e úmidos 
- Os adultos só copulam uma vez, cinco dias após o 
nascimento 
- Postura após a cópula: aberturas naturais do corpo (narinas, vulva, ânus) ou 
em alguma solução de continuidade da pele (feridas recentes, incisão 
cirúrgica) 
- Põem de 10 a 300 ovos aglomerados em cada local 
- Total de até 2.800 ovos em sua vida (65 dias) 
- O período de incubação é de cerca de 12 a 20 horas; após a eclosão, as 
larvas alimentam-se vorazmente 
- Quatro a oito dias após, as larvas já estão maduras; nesse período sofrem 
duas mudas. Espontaneamente caem no solo, enterram-se na terra e 
transformam-seem pupas. 
- Após 8 dias dão liberdade aos adultos 
- Alimentam-se de néctar, sucos de frutas, secreções de feridas 
 
Dermatobia hominis 
- Vulgarmente conhecida como mosca-berneira 
- Ocorre desde o México até a Argentina 
- No Brasil, é vista em todos os estados, com exceção das áreas secas do 
Nordeste 
- Prefere áreas úmidas e montanhosas 
- Apresentam uma biologia muito interessante e, em geral, permanecem 
escondidos em capoeiras e pequenas matas (mesmo as de eucaliptos) 
 
Morfologia 
- Mosca robusta - cerca de 12mm de comprimento 
- Adultos com aparelho bucal atrofiado (não-funcional) 
Victor Pardo FMT 
- A cabeça apresenta a parte superior e os olho marrons, enquanto a parte 
ventral é castanha 
- Tórax cinza-amarronzado, com manchas longitudinais, indistintas e de cor 
escura 
- Abdome azul-metálico 
- Asas grandes e castanhas 
- Larva adulta mede 2 x 0,5cm 
- Na parte afilada do corpo estão os espiráculos respiratórios 
- Na porção mais volumosa, mergulhada nos tecidos encontramos as peças 
bucais 
- Apresenta o corpo com várias fileiras de espinhos curvos, com as pontas 
voltadas para fora → usados para se fixar no hospedeiro 
 
Ciclo de Vida 
- De cada vez, uma fêmea põe de 15 a 20 ovos; podendo produzir 800 ao todo. 
As larvas eclodem 1 semana depois, mas podem permanecer ativas no ovo 
por 20 a 28 dias. 
- Causam berne e precisam sempre ser introduzidas na pele do hospedeiro, 
mas essa mosca não possui capacidade de picar → para solucionar o problema, 
usa um inseto forético (hematófago) → Dermatobia fica na ponta da planta 
esperando a passagem de um inseto hematófago → pica o inseto hematófago e 
insere os ovos → este pica um outro ser e transmite as larvas da Dermatobia 
- Após o abandono do hospedeiro, a pupa cai no solo → emergência da mosca 
adulta após 4-11 semanas que vive poucos dias, copula e realiza postura (5-12 
dias) 
 
Tratamento e Controle 
Varejeiras: 
Retirada das larvas 
Limpeza com álcool iodado 10% 
Aplicação de medicação (Ivermectina) 
Aerosol com ação repelente, larvicida e cicatrizante 
Tratamento natural com óleo de neem: propriedades anti-sépticas e ação repelente 
 
Berneiras: 
Pinçagem ou morte da larva 
Retirada da larva 
Antisséptico local 
Matando-o por asfixia (melhor maneira de se retirar o berne) 
- Raspar os pêlos da região afetada 
- Colar firmemente um pedaço de esparadrapo (3cm de lado) 
- Deixar por uma hora 
- Retirar o esparadrapo (não pode ser micropore): o berne deve estar aderido 
ao mesmo; caso não esteja, com ligeira compressão, sairá; tratar a ferida 
com bacteriostático local 
Victor Pardo FMT 
 
2. Miíases facultativas ou secundarias (moscas necrobiontófagas). 
Causadas por larvas de dípteros que em geral desenvolvem-se em matéria 
orgânica em decomposição (vida livre), mas eventualmente podem atingir tecidos 
necrosados em um hospedeiro vivo. Nessa situação atuam como parasitos, 
podendo completar o seu ciclo biológico. 
 
Família Sarcophagidae 
- Tamanho médio ou grande (6 a 16 mm) e coloração cinzenta 
- Adultos alimentam-se de fezes, carne de animais mortos e sucos 
de fruta 
- As fêmeas são larvíparas e depositam suas larvas onde haja matéria 
orgânica em decomposição ou em cadáveres 
- Elas parem cerca de 50 larvas, cuja evolução leva entre 10 e 54 dias, 
variando com a temperatura. As pupas penetram no solo para completar seu 
desenvolvimento 
- Possui várias espécies que fazem parte da fauna cadavérica e interessam à 
Medicina Legal → Entomologia Forense 
 
3. Pseudomiíases. 
Ocasionadas por larvas de dípteros ingeridos com alimentos e que passam pelo 
tubo digestivo sem se desenvolver, mas podendo ocasionar distúrbios, mais ou 
menos graves. Essas larvas são resistentes ao suco gástrico, chegando ainda vivas 
no intestino. 
As espécies causadoras são: 
- Stratiomyidae (Hermetia illucens) 
- Syrphidae 
- Muscidae 
- Tephritidae (mosca-das-frutas, bicho de goiaba) 
 
Terapia Larval 
Terapia de debridamento larval (TDL) ou ainda biodesbridamento por terapia larval 
é uma forma de desbridamento biocirúrgico que consiste na aplicação de larvas de 
moscas como a Lucilia sericata ou Phaenicia sericata sobre feridas para que 
removam o tecido necrosado. 
O tratamento pode ser vantajoso no caso de lesões resistentes a antibióticos; 
bastante usado no tratamento de pé diabético. 
Esse método pode ser utilizado para tratar membros necrosados, evitando a 
necessidade de amputação. 
 
Remoção de tecidos necróticos 
- Secreção de proteases 
- Ingestão do tecido liquefeito 
 
Atividade antimicrobiana 
Victor Pardo FMT 
- S. aureus 
- Streptococcus sp. 
 
Cicatrização 
- Movimento 
- Alantoína, uréia, bicarbonato de amônia 
 
Bibliografia: 
• Anotações da aula 
• REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2008. Livro. (1 recurso online). ISBN 978-85-277-2027-4.

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