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05 -Trib - Tributos em espécie - Taxas
Humanas / Sociais
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Direito Tributário TRIBUTOS EM ESPÉCIE: TAXAS Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Ente competente: aquele que presta o serviço ou exerce o poder de polícia. Estados – competência material residual – pode prestar serviços públicos não atribuídos expressamente à União nem aos Municípios. *posicionamento não pacífico (Competência residual dos impostos – União) Competência tributária residual atribuída indiretamente pela União – CF, art. 25, § 1º -São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. taxas e contribuição de melhoria / impostos a competência residual é da União (não há prestação de serviço) São tributos retributivos ou contraprestacionais TAXA DE POLÍCIA Poder de polícia – Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Obs.1: Possibilidade de cobrança da taxa municipal de licença de localização e funcionamento, quando da inscrição inicial, se o Município dispõe de órgão fiscalizador. *a exigência de efetivo ou potencial uso é apenas para taxas de serviço. STF. Obs.2:cisão pelos municípios em taxa de localização (previamente à instalação do estabelecimento) e taxa de funcionamento (periodicamente – cada nova fiscalização = nova taxa). *parte da doutrina defende a ilegitimidade da cobrança periódico, a título de renovação – devendo haver nova fiscalização. *STF vem entendendo pela presunção do exercício do poder de polícia quando a cidade possui órgão fiscalizador, mesmo que este não comprove ter realizado a fiscalização individualizada. Obs.3: contribuição para FUNDAF (fundo especial de desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização – objetivo de reforçar o caixa da receita federal – por ser compulsório, é tributo, por ser contra prestativo/ressarcimento- caracteriza-se como taxa de polícia – sendo taxa, deve ser instituído por lei e não por ato regulamentar da receita federal – STJ) Obs.4: taxas de polícia admitidas pelo STF: mercado de títulos e valores mobiliários, controle de serviços públicos delegados, fiscalização de anúncios. TAXA DE SERVIÇO Art. 145, II, CF e 79, CTN: - serviço específico e divisível - destinatário deve usar efetiva ou potencialmente os serviços - o serviço deve ser prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (neste caso, quando definido em lei, de utilização compulsória – como a coleta de lixo) SERVIÇOS ESPECÍFICOS – o contribuinte consegue identificar pelo que está pagando (podem ser destacados em unidades autônomas). De polícia exercício do poder de polícia De serviço utilização efetiva ou petencial de serviços públicos e divisíveis Direito Tributário SERVIÇOS DIVISÍVEIS – o Estado consegue identificar o usuário. (suscetíveis de utilização separadamente por cada usuário) “eu te vejo e tu me vês” Obs1. STF – SV 19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. se for destinada a limpeza de logradouros públicos, que é indivisível, é inconstitucional. Uti singuli – utilização individual e mensurável Uti universi – abrange indistintamente toda a população – impossibilidade de individualizar – impossibilidade de taxa – como o serviço de iluminação pública STF, SV 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. **pode contribuição de iluminação pública. Também não podem ser financiados por taxa: segurança pública, diplomacia, defesa do país. Obs2. Prevenção e combate a incêndios – universal e indivisível, interessando a todos indistintamente, não podendo ser financiado por taxa. Caráter essencial – arrecadação de impostos (STF, 2017) Súm.549, STF trata como constitucional taxa de bombeiros de incêndio no PE – entendimento tende a cair em virtude da indivisibilidade e da essencialidade levar a ser arrecadada via imposto. UTILIZAÇÃO EFETIVA OU POTENCIAL: “utilização potencial” – serviços definidos em lei como de natureza compulsória (como coleta de lixo), a taxa pode ser cobrada mesmo sem a efetiva utilização – cabe ao legislador, ao instituir a taxa, verificar se o serviço transpõe os interesses individuais e defini-lo como de utilização compulsória. Ex. coleta de lixo utilização potencial x emissão de passaporte utilização efetiva *se o serviço não é disponibilizado, não pode ser cobrado!! *Obs. Taxa de emissão de guia ou carnê – interesse exclusivo da administração tributária – não pode cobrar tal taxa. BASE DE CÁLCULO DAS TAXAS CF proíbe BC idêntica a de impostos - art. 145, p.2º; CTN proíbe FG ou BC idênticos aos de impostos – art. 77, p. único O valor da taxa deve manter correlação razoável com o serviço prestado. * Taxa de conservação de estradas - STF – S. 595 – inconstitucional por não gozar de referibilidade e ter mesma base de cálculo do ITR; * S. 667, STF – inconstitucionalidade de taxa judiciária sem limite de valor da causa; * STF – possibilidade de taxa de lixo ser sobre a metragem do imóvel – pois é apenas um dos elementos da base de cálculo do IPTU); * SV 29 – constitucionalidade da adoção de um ou mais elementos da base de cálculo de determinado imposto – desde que não seja a integralidade dos elementos; * S.665, STF – constitucionalidade da taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. TAXA X PREÇO PÚBLICO (TARIFAS) STF – S. 545: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. ** inaplicabilidade do princípio da anualidade em matéria tributária! Serviços públicos propriamente estatais: exercício da soberania estatal, sendo indelegáveis e somente o Estado pode exercê-los, sendo remunerado mediante taxa (ex. passaporte e justiça) Serviços públicos essenciais ao interesse público: prestados no interesse da comunidade e remunerados mediante taxa, incidindo sobre a utilização efetiva ou potencial (ex. coleta de lixo e sepultamento) Serviços públicos não essenciais: aqueles que, quando não utilizados resultam em prejuízo para a comunidade, sendo em regra delegáveis e remunerados mediante preço público (telefone, água, energia) Direito Tributário TAXA PREÇO PÚBLICO (serviço postal, telefônico, distribuição de energia, gás, água) Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado O vínculo da obrigação é tributário (legal, portanto, não admite rescisão) O vínculo obrigacional é contratual (admite rescisão) Sujeito ativo: PJ de direito público Sujeito ativo: PJ de direito público ou privado (mediante delegação) Vínculo compulsório Vínculo facultativo