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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO ESPORTIVA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE GESTÃO ESPORTIVA MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 CENÁRIOS E INFORMAÇÕES 2 O QUE É ADMINISTRAR 2.1 PLANEJAMENTO 2.2 ORGANIZAÇÃO 2.3 DIREÇÃO 2.4 CONTROLE 3 ANÁLISES DA “MATRIZ FOFA” MÓDULO II 4 MATEMÁTICA FINANCEIRA E CONTABILIDADE 5 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 7 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 8 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO 8.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ 8.1.1 Índice de liquidez corrente 8.1.2 Índice de liquidez seca 8.1.3 Índice de liquidez geral 8.2 MARGEM BRUTA 8.3 MARGEM LÍQUIDA 8.4 RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL 8.5 RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO 7.6 PARTICIPAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9 REGIME DE JUROS SIMPLES 10 REGIME DE JUROS COMPOSTOS 11 SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS 12 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 4 13 MÉTODOS DE ANÁLISE DE FLUXOS DE CAIXA 14 DESCONTO 15 PRECIFICAÇÃO 16 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 17 ORÇAMENTO E CONTROLE DE GESTÃO MÓDULO III 18 LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO, EQUIPES E GERENCIAMENTO DE TALENTOS 19 LIDERANÇA COMO ESSÊNCIA DA GESTÃO 20 DIFERENCIAÇÃO ENTRE GERENTE E LÍDER 21 ESTILOS DE LIDERANÇA 22 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES E TIPOS DE EQUIPES 23 CONCEITO DE MOTIVAÇÃO E TEORIAS MOTIVACIONAIS 23.1 A MOTIVAÇÃO SEGUNDO HERZBERG 24 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS 25 FORMAS TRADICIONAIS DE REMUNERAÇÃO 26 REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA 27 PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 28 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 29 PROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 30 CASES DE SUCESSO NO BRASIL; ADMINISTRADORES DE IMPACTO E SUCESSO; COMO FAZER MÓDULO IV 31 GESTÃO ESTRATÉGICA E ANÁLISE DE PROJETOS E INVESTIMENTOS 32 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO 33 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO: CENÁRIOS, OPORTUNIDADES, AMEAÇAS E O AMBIENTE COMPETITIVO 34 ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO 35 DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS 36 O BALANCED SCORECARD (BSC) 37 OBJETIVOS E PLANO DE AÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 5 38 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: CONCEPÇÃO, FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA 39 PLANO DE NEGÓCIOS 40 ANÁLISE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 41 CICLO DE CAIXA E CICLO OPERACIONAL 42 RISCO E RETORNO 43 FLUXO DE CAIXA 44 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS MÓDULO V 45 MARKETING ESPORTIVO 46 O CONCEITO DE MARKETING 47 O AMBIENTE DE MARKETING 48 ELEMENTOS DO COMPOSTO DE MARKETING 49 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 50 SISTEMAS DA INFORMAÇÃO DO MARKETING 51 FERRAMENTAS DO MARKETING ESPORTIVO 52 PLANEJAMENTO DE VENDAS 53 CAPTAÇÃO DE RECURSOS E PATROCÍNIO MÓDULO VI 54 ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADES ESPORTIVAS E GESTÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS 55 GESTÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS PARA O ESPORTE E PARA ATIVIDADE FÍSICA: SEGURANÇA, SUPRIMENTOS E OUTROS FATORES DE APOIO 56 CALENDÁRIO DE ATIVIDADES 57 TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS NO SEGMENTO ESPORTIVO 58 ORGANIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS 59 CONCEITOS ECONÔMICOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS DA ECONOMIA NO ESPORTE 60 MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA ESPORTIVA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 6 MODULO I FIGURA 1 - EXECUTIVO DO ESPORTE FONTE: Arquivo Portal Educação. 1 CENÁRIOS E INFORMAÇÕES O setor esportivo possui uma grande importância no contexto atual, tanto no aspecto econômico, quanto no aspecto social, tributário, de geração de emprego e renda, cultural, entre outros. Dessa forma, o esporte é encarado no Brasil, e no mundo, como um forte elo entre os povos, as culturas e os setores econômicos como um todo. Nos últimos anos, pode-se perceber um grande crescimento do setor, e da sua importância, causado principalmente pelos grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, além dos eventos específicos de cada esporte, como os mundiais de voleibol, o Circuito Mundial de Tênis, a temporada de fórmula um, os campeonatos nacionais de futebol e os internacionais, como a Copa Libertadores da América, a Copa da UEFA, entre outros. AN02FREV001/REV 4.0 7 Além disso, os vultosos investimentos que são realizados nesses eventos, e nos clubes em si, além dos atletas que se destacam em seus esportes, têm contribuído para a disseminação do esporte como um forte agregador de recursos e como fonte de emprego e renda para milhares de pessoas, para a sobrevivência de clubes e entidades esportivas. Como consequência, tem se expandido a rede de academias e clubes, que oferecem modalidades esportivas, além das lojas de produtos esportivos, das marcas, entre outros aspectos. Assim sendo, o setor esportivo é um setor econômico abrangente e aquecido, que movimenta enormes fortunas financeiras ao redor do mundo e que ocupa lugar de destaque na economia dos países, pois o esporte é universal e é praticado em todos os cantos do mundo. Dessa maneira, as empresas e pessoas que estão envolvidas com o esporte necessitam possuir a característica de um negócio rentável, mas que possui grandes riscos e que necessita ser gerido de forma correta para poder alcançar os objetivos desejados. Além disso, o esporte atua como um beneficiador de outros segmentos, como os setores de turismo e de publicidade, além do ramo de equipamentos, roupas e alimentação, entre outros. As fontes de receitas que as empresas do esporte possuem são as mais diversas possíveis, destacando-se a venda de ingressos para os eventos, além de patrocínios, direitos de transmissão de televisão, camarotes, além das vendas de camisas, equipamentos, ferramentas, entre outros. O mercado é muito grande e está em crescimento e aquecimento. A mídia possui uma enorme influência nesse contexto e o marketing esportivo tem influenciado grandiosamente as vendas dos mais diversos produtos que estão ligados ao esporte, desde camisas de clubes, chuteiras, tacos, bolas, luvas, raquetes, capacetes, entre outros, até produtos pouco ligados à prática esportiva, mas que possuem algum tipo de apelo ao esporte, como os produtos da empresa Gillette, que tem usado grandes esportistas para as suas campanhas publicitárias, como Roger Federer, Tiger Woolds e Kaká. Um cenário muito positivo tem sido construído para o setor esportivo, no Brasil e no mundo, principalmente pelos grandes eventos esportivos que irão AN02FREV001/REV 4.0 8 acontecer no Brasil nos próximos anos. Além da Copa das Confederações, realizada em 2013, o país irá receber a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. FIGURA 2 - BANDEIRA DO BRASIL FONTE: Arquivo Portal Educação. Esses grandes eventos irão movimentar verdadeiras fortunas e influenciarão todos os setores econômicos pela sua abrangência e impacto. Setores como construção civil, indústria de bens e de maquinário estão em pleno desenvolvimento para preparar a estrutura para os eventos, como as construções dos estádios de futebol que comportarão a Copa do Mundo. Além disso, esses eventos trazem um grande despertar para prática esportiva, motivandoas pessoas a aderirem a alguma prática desse tipo, o que colabora para o consumo de equipamentos, além de ingressos e a proliferação de eventos menores no país. Dessa maneira, espera-se que até que aconteçam esses eventos, o mercado esteja sendo aquecido pela preparação, que proporciona um aumento em vendas de todos os produtos relacionados, além de movimentar os componentes do esporte, como academias, clubes, etc. AN02FREV001/REV 4.0 9 Até faculdades de Educação Física são impactadas por esse desenvolvimento, visto que há uma grande procura por profissionais especializados no esporte. Após 2016, com o término das Olimpíadas, pode-se esperar que o mercado continue aquecido, pois o impacto desses eventos no país irá persistir por algum tempo, fomentando as empresas que utilizam-se da venda de produtos relacionados aos esportes. Por outro lado, após 2016, o mercado irá manter-se com muito boas perspectivas, visto que existem grandes eventos que acontecem todo ano, como o Campeonato Brasileiro de Futebol, a Liga Mundial de Vôlei, o Circuito de Tênis, entre outros, e que continuam aquecendo o mercado e provocando que grandes negócios aconteçam no setor. FIGURA 3 - REI, PEÇA DE XADREZ FONTE: Arquivo Portal Educação. AN02FREV001/REV 4.0 10 2 O QUE É ADMINISTRAR A Administração possui diversos significados e diversos sinônimos que tentam explicar esse processo complexo que se torna o diferencial entre o sucesso e o fracasso das empresas e das organizações em geral. Quando se pensa em administrar, ou gerir, ou gerenciar, ou qualquer outro sinônimo relacionado a isso, imagina-se que é algo bem simples, muitas vezes até mesmo sem poder descrever o seu real significado. No entanto, o processo de administrar é extremamente complexo, possuindo diversas vertentes e formas de ação, que desencadearão no alcance dos objetivos. Assim sendo, administrar, numa concepção bem simplista, significa agir, ou seja, tomar decisões e atitudes que visem à ocorrência de uma série de ações que irão produzir o resultado desejado. Desse modo, no contexto empresarial (que envolve o meio esportivo), administrar envolve conduzir uma série de recursos que serão utilizados para a produção de algum produto ou serviço, com a correspondente comercialização dos mesmos, visando alcançar os resultados esperados, ou os objetivos que a empresa, ou outra organização espera. A administração passou por diversos estudos, ao longo dos anos, particularmente nos séculos XX e XXI, iniciando-se com Frederick Taylor, em 1901, quando desenvolveu os estudos da Administração Científica, e a mesma foi evoluindo ao longo dos anos e diversas outras teorias surgiram para explicar o fenômeno da administração, acrescentando novos formatos, ou abolindo os antigos com o intuito de demonstrar todos os aspectos que envolvem esta ciência. No entanto, uma teoria marcante foi a chamada Teoria Clássica, idealizada por Henry Fayol e que propunha que a administração possui quatro funções específicas, que são: planejamento, organização, direção e controle, como é exposto pela Figura 4, a seguir. AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 4 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FONTE: Maximiano, 2000. Desse modo, a administração, e a gestão esportiva como um todo, consiste em um programa especial que contempla a realização de quatro atitudes, que devem ser tomadas em momentos oportunos, mas que são dinâmicas e integradas. Ou seja, a empresa ou a pessoa que irá administrar deve realizar o planejamento, organização, direção e controle em momentos isolados, mas com a visão integrada, onde todos os quatro aspectos interagem entre si produzindo consequências nos demais aspectos. Outro detalhe desse processo é que a integração dessas quatro funções acontece de forma dinâmica, sendo que após a construção das funções o processo não se encerra, sendo necessário novamente que as mesmas sejam analisadas, refeitas, reconstruídas, melhoradas, aperfeiçoadas, etc. Assim sendo, iremos detalhar cada uma dessas quatro funções e sua importância para a complexa ação de administrar. AN02FREV001/REV 4.0 12 2.1 PLANEJAMENTO Segundo Chiavenato (2004), o planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente as atividades que devem ser desempenhadas, além de quais objetivos serão alcançados, visando dar condições para que a empresa se organize a partir de determinadas análises a respeito da realidade atual e futura que se pretende alcançar. Desse modo, planejar significa visualizar antecipadamente as ações que irão ocorrer na empresa e que visam alcançar os objetivos propostos pela mesma. Ainda segundo Chiavenato (2004), o planejamento apresenta as seguintes características: a) é um processo permanente e contínuo, ou seja, a função de planejar é realizada a todo momento na organização, sendo que é necessário estar planejando as atividades durante todo o processo empresarial; b) é sempre voltado para o futuro, isto é, o planejamento visa antecipar as ações que irão ocorrer em um momento futuro, pois as ações e atitudes que acontecem no presente não necessitam de planejamento, já que estão sendo feitas. Dessa maneira, o planejamento só é eficaz se desencadear ações que irão acontecer em um momento futuro, para assim, poder antecipar essas ações diminuindo os riscos de erro; c) se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões – é o aspecto que torna o planejamento uma ferramenta importante, visto que as atitudes e tomada de decisões são feitas em meio racional, de porte das informações que a empresa possui, sem se basear no empirismo ou em decisões emocionais; d) visa relacionar entre várias alternativas disponíveis, um determinado curso de ação, em decorrência de suas consequências futuras e das possibilidades de interferência em sua execução e realização; e) é sistêmico, ou seja, o planejamento considera a empresa ou outro tipo de organização em sua totalidade; AN02FREV001/REV 4.0 13 f) é interativo, isto é, o planejamento deve ser flexível para poder fazer ajustes e correções que forem necessários em função do momento e das ações que desencadeiam o objetivo fruto do planejamento. Dessa forma, se ações modificarem e interferirem no planejamento de forma diferente de como o mesmo fora feito inicialmente, o mesmo deve-se adaptar a essas alterações. Essa característica transforma o processo de planejamento eficiente, pois é possível a sua adaptação constante às modificações do ambiente externo; g) é cíclico e contínuo, visto que, à medida que é executado o planejamento, ele passa a ser realizado, deixando a sua atuação futura para se tornar presente; h) é uma técnica de mudança e inovação, onde a organização consegue introduzir mudanças e inovar gradativamente com a utilização da ferramenta de planejamento. Dentro de uma organização, seja do setor industrial, comercial, da prestação de serviços e do contexto geral do esporte, o planejamento é construído em diversos níveis, sendo alocado para os interesses da organização como um todo e em todos os seus departamentos e setores. Assim sendo, como é demonstrado pela Figura 5, a seguir, o planejamento pode ser: FIGURA 5 - NÍVEIS DO PLANEJAMENTO FONTE: Maximiano, 2000. AN02FREV001/REV 4.0 14 O planejamento estratégico, em linhas gerais, é aquele efetuado no nível institucional da empresa e que é desenvolvido pela alta administração da mesma, sendo de caráter genérico, com características de ser de abrangência para longo prazo, considerando a empresa como um todo. Nesse nível, estão os presidentes de clubes e entidades esportistas, os diversos diretores e conselheiros dos mesmos, os donos, sócios e acionistas de academias, ginásios, e todo tipode empresa ligado ao esporte. Dentro do mesmo contexto, o planejamento tático é construído pelo nível intermediário da empresa (gerência), sendo menos genérico, mais detalhado, e direcionado para o médio prazo, sendo específico para cada unidade da empresa. É nesse nível que estão os planos de marketing, planos de vendas, planos financeiros entre outros. Ao analisarem-se as empresas de esporte, no nível tático estão os diversos cargos que são subordinados aos diretores e presidentes, como por exemplo, os gerentes de futebol, gerentes de marketing esportivo dos clubes, gerentes de desenvolvimento esportivo, gerente geral de uma academia, gerente financeiro de um clube de tênis, de um clube social em uma cidade, etc. O planejamento operacional é aquele que é executado e construído pelo nível operacional da empresa e envolve o nível de supervisão, sendo bem mais detalhado e analítico, direcionado para o curto prazo com vista à execução de tarefas e operações do dia a dia. Esse tipo de planejamento é direcionado à operação, ou seja, o que fazer, como fazer, e para quem fazer, onde está relacionado com o planejamento tático e o planejamento estratégico. Neste nível, o planejamento é realizado por técnicos de futebol, preparadores físicos, coordenadores de atividades, entre outros. O planejamento, seja em qual nível for executado, irá produzir um plano, que é um documento que ocorre entre o processo de elaboração e implementação do planejamento. Desse modo, podem existir quatro tipos de planos, conforme seu nível de abrangência: 1) procedimentos – são planos relacionados aos possíveis métodos de execução do trabalho, ou da atividade a ser desempenhada, sendo planos operacionais que orientam as atividades desse setor; 2) orçamentos – são planos gerenciais, ou táticos, que são construídos pelos departamentos financeiros e contábeis, sendo derivados do AN02FREV001/REV 4.0 15 planejamento estratégico e expõem todos os aspectos relacionados ao uso dos recursos financeiros ao longo de determinado período. Os orçamentos servem para direcionar os gestores a como utilizar os recursos financeiros, bem como acompanhar o processo de custos, receitas, despesas, etc.; 3) programas ou programações – são os planos que possuem caráter temporal, ou seja, são relacionados ao tempo de execução e a seu momento durante o ano. Os mais utilizados são os cronogramas e o “Gráfico de Gantt”; 4) regras ou regulamentos – são planos operacionais feitos para administração de postura e comportamentos das pessoas envolvidas com a empresa. 2.2 ORGANIZAÇÃO A palavra organização pode assumir vários significados: 1) organização como uma entidade social – é aquela que é direcionada para objetivos específicos, sendo deliberadamente estruturada, formada por pessoas e com a intenção de alcançar objetivos e resultados. Assim sendo, se aplica a todos os tipos de organizações, como empresas, bancos, hospitais, clubes, igrejas, podendo ter características de organização formal (organismo efetivo que possui as suas características próprias, com organograma, objetivos, etc.) e a organização informal (que surge dentro da organização formal, sendo formada pelos seus integrantes, por intermédio de relacionamentos entre os mesmos com o intuito de alcançar algum objetivo, ou resultado, que seja comum ao grupo). Nesse contexto, qualquer organização esportiva, de qual nível for, é participante de um contexto social, sendo considerada uma entidade social. Para tanto, todos os clubes de futebol, clubes sociais em cidades, academias, instituições que operam com o esporte, de forma ampla e geral, são caracterizadas como organizações esportivas; AN02FREV001/REV 4.0 16 2) organização como função administrativa – nesse sentido, organização é o ato de organizar e estruturar os recursos e os seus devidos setores e departamentos designados para a realização das atividades, além de realizar a divisão do trabalho, a criação de setores, departamentos, cargos e funções, além de designar os aspectos relacionados à responsabilidade e autoridade aos diversos cargos. 2.3 DIREÇÃO A direção é a função administrativa que visa à execução dos processos que são definidos pelo planejamento e organização. Dessa maneira, a direção está envolvida com a ação das rotinas que são necessárias para que se atinjam os objetivos que são propostos nas funções anteriores. Também está relacionada ao acompanhamento das pessoas e de suas respectivas atividades, responsabilidades e à autoridade que deve ser exercida, bem como todas as ações que podem conduzir as pessoas para que os objetivos empresariais sejam alcançados. Dessa maneira, dirigir é uma função que fica caracterizada aos gestores, que necessitam entender e interpretar os objetivos estratégicos e transmiti -los aos demais níveis organizacionais, como forma de poder estimular todas as pessoas que ocupam cargos a se comprometerem a alcançar os objetivos que a empresa almeja. Dentro da gestão esportiva, os gestores precisam acompanhar todas as atividades que acontecem na sua organização esportiva, como meio de conseguir atingir os objetivos da mesma. Esse acompanhamento e coordenação dos esforços é a direção, que pode acontecer em todos os níveis hierárquicos na organização esportiva. AN02FREV001/REV 4.0 17 2.4 CONTROLE A função controle possui a finalidade de garantir que os resultados atingidos sejam iguais ou superiores ao que fora planejado. Assim sendo, o controle é uma função que ocorre em paralelo ao planejamento e execução, sendo desenvolvido para que se possa acompanhar como as atividades que estão sendo realizadas estão atingindo os resultados que são esperados. Dessa maneira, o controle pode ser realizado por meio de quatro fases: 1) estabelecimento de padrões ou critérios – os padrões e critérios são parâmetros que são instituídos pela organização como forma de mensurar o alcance dos objetivos propostos, ou seja, são todos os meios, como metas, quantidade gasta, custos, quantidade a ser entregue, etc. como forma de poder mensurar quantitativamente algum objetivo, e assim, poder realizar o controle; 2) observação do desempenho – o segundo passo para a efetiva ação do controle consta de analisar o desempenho que está sendo realizado, como forma de coleta primária de informações, visando à análise comparativa com os padrões planejados e expostos com a criação de critérios e padrões de medição dos desempenhos; 3) comparação do desempenho com o padrão estabelecido – esta fase consta de analisar o que foi observado como sendo o real executado e o que se foi estipulado na fase de critérios e padrões, bem como tudo que fora realizado na fase de planejamento; 4) ação corretiva – por fim, nessa fase são desenvolvidos e aplicados ações que busquem corrigir todos os desempenhos produzidos que estão em desacordo com os critérios e padrões, visando atingir esses resultados. Assim sendo, de posse das fases anteriores, torna-se necessário que sejam feitas ações que corrijam o mau desempenho e produzam os resultados que são almejados pela empresa. AN02FREV001/REV 4.0 18 3 ANÁLISES DA “MATRIZ FOFA” FIGURA 6 - MATRIZ FOFA FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/C35uDN>. Acesso em: 24 abr. 2013. A chamada matriz FOFA, ou análise SWOT, é uma das mais tradicionais e conhecidas ferramentas de planejamento e controle de gestão, seja em empresas, instituições filantrópicas, órgãos governamentais e organizações esportivas. É uma análise muito simples de ser realizada e construída e que fornece grandes oportunidades de análises, pela sua abrangência e pela disposição de informações que se consegue agrupar na construção dessa ferramenta. Assim sendo, a análise FOFA, ou SWOT, consta da descrição de quatroaspectos que são primordiais para a análise da situação em que a organização esportiva se encontra, bem como sobre todo o ambiente externo que a influencia. De forma prática, a análise FOFA consta de analisar as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças que influenciam o ambiente da organização que opera com o esporte, em qual nível ou tipo for a sua atuação de onde acabam AN02FREV001/REV 4.0 19 fornecendo subsídios para que a mesma possa definir as suas estratégias para o alcance dos objetivos. A funcionalidade dessa ferramenta é que ela demonstra a análise interna da organização do esporte, como de um time de futebol, ou equipe de ginástica, expondo como são os aspectos internos da mesma, por meio das forças e fraquezas, e também uma segunda análise do ambiente externo, onde são expostas as oportunidades e ameaças que interferem no processo de negócios da mesma, como é demonstrado pela Figura 7, a seguir. FIGURA 7 - MATRIZ FOFA FONTE: Maximiano, 2000. Assim sendo, quando uma organização esportiva como um time de futebol, por exemplo, pretende analisar a sua atuação no mercado e como desenvolver-se, buscando atingir os mais diversos objetivos, pode-se utilizar da análise FOFA, pois esta análise deve ser realizada considerando-se os ambientes interno e externo daquele clube, que são os dois impactantes no seu negócio. AN02FREV001/REV 4.0 20 No contexto do ambiente interno estão descritos todos os aspectos que são desenvolvidos dentro da organização, como as relações de trabalho entre o clube de futebol e seus funcionários, a descrição das máquinas e equipamentos que são necessários para que o negócio da mesma ocorra, como são os produtos e serviços oferecidos aos mercados em que atua, entre outros aspectos. Dessa maneira, o clube esportista consegue visualizar como são desenvolvidos os aspectos somente dentro do mesmo, traçando os seus pontos fortes e fracos, baseados nessa análise. Os pontos fortes são aqueles em que o clube se destaca, onde o mesmo consegue desempenhar alguns aspectos com excelência, com grande vantagem competitiva e agregação de valor. A descrição dos pontos fortes oferece à empresa o detalhamento de todos os aspectos em que o clube consegue ser o melhor, consegue desempenhar atividades, relações, produtos, serviços, processos de forma como nenhum outro pode fazer, sendo realmente, a sua força, a sua fortaleza. Entre esses aspectos, encontram-se as parcerias, relações de confiabilidade, competências desenvolvidas, entre outros inúmeros pontos fortes que podem acontecer. Dentro do contexto de análise, na análise ambiental interna também podem ser detalhados quais são os pontos fracos que o clube de futebol possui, ou seja, quais os aspectos internos que impactam negativamente os negócios do mesmo, ou que ele realiza de forma negativa, ou que não pratica, mas deveria fazer como fator de agregação de valor ao seu negócio. Dessa maneira, os pontos fracos podem ser lacunas que devem ser preenchidas, ou aspectos que a organização esportiva necessita melhorar, como qualidade nos produtos e serviços, treinamento e aperfeiçoamento da mão de obra, aumento da produtividade, redução de custos produtivos, etc. O ideal é que os pontos fortes sejam melhorados, tornando-se mais fortes ainda, como fator de competitividade, onde a entidade esportiva possa obter um verdadeiro diferencial com esses fatores, e que os pontos fracos sejam melhorados, de forma a diminuir o seu impacto e poder transformá-los em pontos fortes, agregando valor para o negócio do clube ou outro tipo de entidade do esporte. Por outro lado, na análise do ambiente externo, a organização esportiva necessita descrever como ela é impactada pelos fatores que afetam o mercado onde ela atua, como por exemplo, descrevendo as relações com os fornecedores e AN02FREV001/REV 4.0 21 parceiros, como acontece o impacto causado pelos concorrentes, como é a atuação do governo e de outros fatores externos a mesma, como as diversas políticas econômicas, a legislação global, em todos os aspectos, as políticas e atuação governamentais, as transformações demográficas, as mudanças tecnológicas, a atuação social e cultural dos seus clientes, entre outros aspectos. Desse modo, ao analisar o aspecto oportunidade, da matriz FOFA, a entidade esportiva necessita analisar nesse macroambiente externo quais são as situações que irão acontecer, ou que poderão acontecer, e que a mesma poderá obter algumas vantagens ao seu negócio, em virtude dessa ocorrência. FIGURA 8 - FECHANDO NEGÓCIOS FONTE: Arquivo Portal Educação. Por exemplo, para as empresas brasileiras que estão envolvidas com o esporte, duas grandes oportunidades de negócios são a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016, que são eventos que poderão oferecer enormes chances de realização de novos negócios e ganhos extras ao negócio principal que as empresas AN02FREV001/REV 4.0 22 desenvolvem. Dessa maneira, as oportunidades são aspectos que irão acontecer e que podem gerar ganhos, agregação de valor e outros diferenciais para a empresa que está fazendo a análise. Em contrapartida, as ameaças são aspectos do ambiente externo que podem vir a atrapalhar o negócio dessas empresas ou organizações do esporte, ou mesmo reduzir os seus ganhos, a participação de mercado e o atingimento de objetivos empresariais que foram traçados. Assim sendo, as empresas e demais organizações esportivas que desenvolvem a análise necessitam atentar para todos os tipos de ameaças que podem surgir ao negócio. Da mesma forma, as ameaças podem surgir desde as relações com os fornecedores e parceiros, por exemplo, quando o clube de futebol que estamos citando é dependente completamente de um único jogador, ou de um único fornecedor de produtos esportivos, onde qualquer avaria no mesmo interrompe o processo empresarial do clube, como também sobre os impactos causados pelos concorrentes, que podem inovar com novos produtos e serviços, novos diferenciais que afetarão os clientes e poderão diminuir os ganhos da organização esportiva, além da atuação do governo e de outros fatores externos à mesma, como as políticas econômicas, a legislação global em todos os aspectos, as políticas e atuação governamentais, as transformações demográficas, as mudanças tecnológicas, a atuação social e cultural dos seus clientes, entre outros aspectos. No link a seguir, você tem como tema “Futebol: A importância das ferramentas de gestão para o sucesso do negócio”, de P.L.Lobato, T.R.Dias, M.M.Teixeira, onde é proposto um modelo de gestão no sentido de tratar um clube de esporte como qualquer outro tipo de organização. Acesse. Disponível em: <http://goo.gl/oseiXn>. Acesso em: 23 abr. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 24 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO ESPORTIVA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 25 CURSO DE GESTÃO ESPORTIVA MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 26 MÓDULO II 4 MATEMÁTICA FINANCEIRA E CONTABILIDADE A contabilidade é uma ciência que estuda as alterações acontecidascom o patrimônio, representando-as de forma gráfica, demonstrando as variações para a análise e tomada de decisões, além de determinar como acontecem a interpretação, análise e auditorias, servindo como parâmetro para a tomada de decisões da empresa no tocante aos seus negócios empresariais e aos objetivos desejados. A matemática financeira, como um braço da ciência matemática, busca identificar as diversas formas de se poder calcular as ações financeiras que ocorrem nos mercados de atuação das empresas e que servem de delineador para as decisões financeiras, econômicas e contábeis que as mesmas possam realizar no processo empresarial que desempenham. FIGURA 9 - CONTADOR TRABALHANDO FONTE: Disponível em:<http://goo.gl/6JwyYo>. Acesso em: 2 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 27 5 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE A contabilidade possui algumas funções importantes, que são desenvolvidas para que os objetivos da mesma sejam atingidos e realizados. As principais funções são registrar todos os fatos que acontecem na organização esportiva envolvendo os aspectos financeiros e contábeis para que a mesma tenha as diversas informações que lhe são necessárias para a tomada de decisão. Além do registro, a contabilidade necessita organizar todas essas informações e demonstrá-las, ou seja, é necessário que as informações que forem sendo obtidas pela contabilidade sejam expostas para os diversos “atores” que utilizarão as mesmas. Assim sendo, esses atores, ou usuários da contabilidade, que podem ser os donos ou acionistas das organizações esportivas, além de fornecedores, parceiros, governo, entre outros, estarão desenvolvendo análises, sejam econômicas, financeiras, contábeis, de custos, etc., para poder visualizar a situação da mesma, seja presente, passada ou futura, a fim de poder tomar decisões que produzam o alcance dos objetivos empresariais que são desejados. Dentro do contexto, a contabilidade se divide em contabilidade pública (que é responsável pelo estudo, registro, demonstrações e análises dos fatos ocorridos pelas pessoas de direito públicas e as alterações no patrimônio de instituições públicas, visando atender aos usuários que necessitam dessas informações, como o governo, seja federal, estadual ou municipal, como atendimento aos padrões de orçamento, ou financeiro, ou tributário ou patrimonial, da referida instituição pública), e contabilidade privada, que desenvolve todas as suas funções em empresas e demais organizações, como as organizações do esporte, tanto de cunho privado, ou particular. Desta forma, a contabilidade é a ferramenta que a organização esportiva, ou outro tipo de organização, possui para expor aos diversos atores do processo empresarial, todas as ações, fatos e modificações que ocorrem na mesma, e no seu AN02FREV001/REV 4.0 28 patrimônio, em função das diversas atividades que a organização realiza nesse mercado, com o intuito de buscar os seus objetivos. Portanto, a contabilidade é o órgão que explicita aos fornecedores, bancos, governos, sindicatos, investidores, concorrentes, entre outros, todos os fatos que acontecem na mesma na realização de suas atividades empresarias e as consequências dessas ações no negócio da mesma e de todo esse ambiente geral, como é exposto pela Figura 10. FIGURA 10 - RELAÇÕES DA CONTABILIDADE E DAS EMPRESAS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/pfxAsc>. Acesso em: 2 mar. 2013. Dentro desse contexto, pode-se afirmar que a contabilidade é uma importante ferramenta gerencial, pois ela possibilita o fornecimento de informações para a tomada de decisão aos níveis estratégicos e táticos das organizações esportivas em todos os seus aspectos, principalmente àqueles que modificam o patrimônio da mesma. Dessa maneira, o escopo do estudo da contabilidade interpreta que as organizações que operam com o esporte podem ter três tipos de componentes que podem modificar o seu patrimônio e que são objetos do seu estudo, que são os bens, os direitos e as obrigações. Os bens são todos os produtos materiais que a AN02FREV001/REV 4.0 29 empresa possui e utiliza em suas atividades empresariais, sendo classificados em tangíveis e intangíveis. Os bens tangíveis envolvem todos os equipamentos, máquinas, produtos, embalagens, construções, veículos, entre outros, sendo bens tangíveis aqueles que são bens materiais, como as máquinas, veículos, equipamentos, etc. e bens intangíveis são aqueles subjetivos, abstratos, mas que exercem importante influência no processo empresarial das organizações, como as marcas, patentes, etc. FIGURA 11 - CONTADOR MONTANDO PLANILHA FONTE: Arquivo portal Educação. Da mesma forma, os direitos são os componentes que influenciam no processo empresarial, modificando o patrimônio das organizações, pois tendem a transformar-se em bens no curto ou no longo prazos. Assim sendo, os direitos são todos os benefícios financeiros que as organizações esportivas irão utilizar no seu processo empresarial, mas que ainda não são bens e nem estão à disposição da mesma, sendo que somente poderão ser utilizados em determinado período futuro de tempo. Portanto, as organizações esportivas possuem o “direito” sobre determinado bem, ou outro tipo, mas somente no tempo futuro. Por exemplo, uma organização esportiva faz uma venda de produtos e serviços aos seus consumidores e recebe AN02FREV001/REV 4.0 30 como pagamento pelos mesmos um cheque pré-datado para 30 dias, ou seja, o cliente comprou as mercadorias e pagou com um cheque, mas o valor financeiro exposto pelo mesmo só poderá ser utilizado pela organização esportiva que vendeu as mercadorias no dia exposto no cheque, daqui a 30 dias. Dessa maneira, a organização esportiva que vendeu os produtos possui o direito de ter o cheque em suas mãos no momento da venda, mas de usufruir desse direito no tempo futuro de 30 dias. Desse modo, ao passar-se os 30 dias, o cheque é descontado e a organização esportiva terá o dinheiro em suas mãos, que passa a ser um bem, e a empresa destinará da melhor maneira que acredita. Por outro lado, as obrigações são todos os compromissos que uma organização esportiva, ou outro tipo de organização, possui com os seus fornecedores, principalmente, e com outros atores, como o governo, clientes, etc. Desse modo, as obrigações são todos os compromissos financeiros que a organização esportiva necessita pagar, ou desembolsar os seus recursos, no cumprimento de seus deveres pelos atos que forem realizados no seu processo empresarial de negócios para que consiga obter os seus objetivos. Por exemplo, se uma empresa é fabricante de pães e adquire farinha de trigo de um fornecedor, além de ter alguns funcionários que fabricam os pães, entre outros aspectos, a empresa necessita pagar ao fornecedor pela farinha adquirida, ou seja, a empresa compra a farinha de trigo do seu fornecedor e precisa pagar-lhe em dinheiro pelo produto, assim como necessita pagar o salário e demais encargos aos seus funcionários, bem como o pagamento de impostos ao governo, etc. Nesse contexto, todos esses pagamentos constituem as obrigações da empresa, que podem ser à vista ou a prazo, podendo ainda ser no curto, médio ou longo prazos, bem como serem pagamento completos ou parcelados. Após estas explicações, pode-se expor o contexto como esses princípios são tratados no escopo da contabilidade, ou seja, a contabilidade define os bens, direitos e obrigações como sendo todos os componentes que formam o seu patrimônio. Dessa maneira, todas as alterações que modifiquem esse patrimônio são objetos de estudo da contabilidade. Nesse contexto, os bens e direitos são classificados pela contabilidade como sendo os ativos da organização esportiva, ou seja, todos os bens e direitos que a mesma possui emdeterminado período de tempo são os seus ativos. AN02FREV001/REV 4.0 31 Por outro lado, todas as obrigações que a mesma possui, sejam para realizar-se no curto, médio ou longo prazos, são chamados de passivo. Outro componente surge nessa análise, que é o patrimônio líquido, que consta de alguns valores específicos como o capital subscrito, que é o capital que inicia uma organização esportiva, além de lucros ou prejuízos acumulados, reservas de capital, entre outros. Assim sendo, o patrimônio da empresa consta da união do ativo, passivo e patrimônio líquido, como é exposto na Figura 12: FIGURA 12 - DIVISÕES DA ANÁLISE CONTÁBIL FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/DfQzxb.>. Acesso em: 2 mar. 2013. Pode-se perceber que a representação gráfica dos componentes do patrimônio de uma empresa esportiva (ativo, passivo e patrimônio líquido) segue uma lógica de atuação, onde se pode visualizar que o ativo localiza-se no lado esquerdo do gráfico, enquanto o passivo e o patrimônio líquido ficam do lado direito. Essa caracterização é feita intencionalmente, pois na descrição dos objetivos da contabilidade é exposto que todo ativo deve ser igual à soma do passivo com o patrimônio líquido da mesma. AN02FREV001/REV 4.0 32 Dessa forma, para os efeitos de contabilizações, deve-se seguir a orientação exposta pelo gráfico, onde os valores totais do ativo necessitam ser balanceados com os valores totais do passivo e patrimônio líquido, ou seja, a soma de passivo total e patrimônio líquido total necessita ser o mesmo valor do ativo total. Dentro desse contexto, existem diversos componentes para os ativos, passivos e patrimônio líquido, que são descritos a seguir: 1) ativo circulante – são os componentes do ativo que serão utilizados no curto prazo, ou seja, dentro do respectivo ano-fiscal e serão transformados em dinheiro. Podem ser subdivididos em ativo circulante disponível (onde estão o caixa da empresa, as contas em bancos, por exemplo), realizável em curto prazo (são os direitos que a empresa irá receber no curto prazo, como duplicatas e cheques pré-datados) e estoques (que representam os produtos que estão sendo armazenados pela empresa para uso em algum momento futuro); 2) ativo realizável a longo prazo – esse item do ativo diz respeito a todos os direitos que a empresa irá receber no médio e longo prazos, ou seja, após o ano fiscal em destaque, como por exemplo, duplicatas a receber com mais de um ano de prazo; 3) ativo permanente – é o componente do ativo que corresponde aos bens que são fixos, sendo subdivididos em ativo permanente investimentos (que compreendem os investimentos que os donos ou acionistas realizam na empresa) e o ativo permanente imobilizados (que são os bens materiais imóveis e moveis, como construções, veículos, maquinas, equipamentos, entre outros). Da mesma forma, para o grupo de contas do passivo, também existem alguns constituintes desse grupo de obrigações, que são classificados em: 1) passivo circulante – é o componente do passivo formado por todas as obrigações com prazo de vencimento dentro do ano fiscal em destaque, ou seja, dentro do ano que se está analisando e construindo a contabilidade; 2) passivo exigível a longo prazo – é o componente que representa todas as obrigações que deverão ser pagas após o término do ano fiscal em destaque, como por exemplo, os empréstimos bancários e os financiamentos; AN02FREV001/REV 4.0 33 Também para o patrimônio líquido, que é a conta que representa o capital que pertence aos proprietários, pode-se subdividi-los em: 1) capital social – que corresponde ao valor subscrito, ou seja, o valor do capital que fora investido inicialmente na constituição da empresa, além de outros valores que ainda serão usados pelos sócios ou acionistas; 2) lucros ou prejuízos acumulados – são aqueles que registram os resultados acumulados pela organização nos diversos períodos. 6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FIGURA 13 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/sVjS6V>. Acesso em: 2 mar. 2013. As demonstrações contábeis formam um instrumento auxiliar no processo de execução da contabilidade, pois é por meio desta importante ferramenta que se podem tomar as decisões empresariais que são pertinentes, pois são as demonstrações que fornecem as informações necessárias para que se possam fazer as análises econômicas, financeiras e contábeis para visualizar e interpretar a situação patrimonial da empresa, e assim, poder interferir no processo tomando as decisões que são peculiares para o alcance dos objetivos. AN02FREV001/REV 4.0 34 Dessa maneira, existem as demonstrações contábeis que são obrigatórias pela legislação do país, onde as organizações esportivas, dependendo de sua atuação no mercado, porte, tamanho e função econômica, são obrigadas a apresentarem esses demonstrativos ao governo, nas diversas esferas, seja nacional, estadual e municipal, como também aos acionistas e público em geral, no caso de empresas de capital aberto (sociedades anônimas). Existem outras demonstrações que não são obrigatórios, mas que auxiliam no processo de tomada de decisão, sendo utilizadas principalmente pelos gestores das organizações esportivas para a tomada de decisão da empresa, como na Figura 14. FIGURA 14 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Disponível em: <http://contabilizandoomundo.blogspot.com.br/2009/08/contabilidade- distancia-modulo-ii.html>. Acesso em: 2 mar. 2013. Os principais demonstrativos contábeis que as organizações esportivas necessitam desenvolver, seja para atender a legislação que acaba obrigando a sua construção, seja para utilização como ferramenta de gestão e de tomada de decisões, são o balanço patrimonial e o demonstrativo do resultado do exercício. O balanço patrimonial é um demonstrativo onde são expostos todos os componentes do patrimônio de uma empresa esportiva e o resultado final ocorrido em cada um desses componentes, sendo descritos cada item do ativo, do passivo e do patrimônio líquido. AN02FREV001/REV 4.0 35 Geralmente, o balanço patrimonial é construído ao longo do ano, expondo todas as atividades que são desenvolvidas e que afetam o patrimônio da mesma, e somente no final do ano fiscal essas informações são todas consolidadas e expostas no balanço patrimonial final correspondente ao ano em destaque. A seguir, como exemplo, é exposto na Figura 15, o Balanço Patrimonial da Sociedade Esportiva do Gama no ano fiscal de 2012, encerrado em 31 de dezembro de 2012. FIGURA 15 - BALANÇO PATRIMONIAL DO GAMA FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/mbjKW0>. Acesso em: 3 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 36 Uma importante ferramenta complementar, e que serve de subsídio para a elaboração do Balanço Patrimonial é o Balancete de Verificação, que consta de um demonstrativo derivado do Livro Razão, onde são extraídos todos os saldos das diversas contas que foram lançados naquele livro. Com os resultados do Balancete de Verificação, que geralmente são mensais, é construído o Balanço Patrimonial. Outra demonstração contábil importante e necessária para as organizações esportivas diz respeito ao Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). Mas, antes de expor-se sobre o DRE, torna-se necessário apresentar os conceitos de Receitas e Despesas. As receitas são todas as formas que as organizações esportivas auferem para aumentar o seu patrimônio, obtendo os respectivos ganhos. As receitas são provenientes de vendas, sendo muitas vezes confundidas com as mesmas, onde vendas apresentam-se como receitas. Porém, as receitas podem ser obtidas de outras formas, como os ganhos financeiros em investimentos, por exemplo. Por outro lado, as despesas e custos são todos os gastos que a empresa desenvolve para poder obteras receitas. Dessa maneira, as despesas são aquelas que diminuem o patrimônio da organização esportiva, como por exemplo, o pagamento de fornecedores e de salários. Diante do exposto, pode-se elucidar o conceito de lucro e prejuízo, que são obtidos como sendo o resultado final do processo de obtenção de receitas e as despesas necessárias para tal. Dessa forma, RESULTADO = RECEITAS - DESPESAS Se o resultado final for positivo, ou seja, as receitas forem maiores que as despesas, a empresa obteve, ou produziu, o chamado Lucro. Se as despesas forem maiores que as receitas, o resultado final é negativo e a empresa produziu o chamado Prejuízo. A segunda demonstração contábil que é utilizada pelas organizações refere- se ao chamado Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), que é uma ferramenta complementar ao balanço patrimonial e que descreve o resultado final AN02FREV001/REV 4.0 37 que a organização esportiva alcançou no respectivo ano fiscal, expondo se esse resultado foi positivo, produzindo lucros, ou foi negativo gerando prejuízos. Assim sendo, com o DRE é possível analisar se a empresa obteve um bom desempenho financeiro, econômico e contábil, ou não, tendo resultados ruins e negativos. No entanto, também são demonstrados todos os resultados que foram gerados, como as receitas e as principais despesas, como impostos, despesas para a produção, despesas indiretas, etc. A seguir, a Tabela 1 expõe um exemplo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). TABELA 1 - MODELO DE DRE Demonstração do Resultado 31/12/2012 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços R$ 394.916.000 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -R$ 312.882.000 Resultado Bruto R$ 82.034.000 Despesas/Receitas Operacionais -R$ 46.238.000 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos R$ 35.796.000 Resultado Financeiro -R$ 32.192.000 Receitas Financeiras R$ 61.049.000 Despesas Financeiras -R$ 93.241.000 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro R$ 3.604.000 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro R$ 3.706.000 Corrente R$ 2.481.000 Diferido R$ 1.225.000 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período R$ 7.310.000 FONTE: Do Autor AN02FREV001/REV 4.0 38 7 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO FIGURA 16 - PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA FONTE: Arquivo Portal Educação. Pelo exposto anteriormente, pode-se perceber que o patrimônio líquido da organização está em constante movimentação e mudanças, ocorrendo interferência a todo o momento nos mesmos, sejam para adicionar valores, aumentando o seu valor final, geralmente por meio de vendas, receitas e recebimentos, ou então diminuindo os valores do mesmo, com a realização de pagamentos de despesas e custos dos mais diversos. Desse modo, podem ocorrer cinco situações que alteram, ou modificam o patrimônio líquido de uma organização esportiva, que são mostrados a seguir: AN02FREV001/REV 4.0 39 1) o ativo é maior que o passivo – nesse caso, o patrimônio líquido se torna maior que zero, indicando a existência de riqueza patrimonial. 2) o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero – nessa situação é mostrado que o patrimônio líquido é maior que zero, o que demonstra inexistência de dívidas. 3) o ativo é igual ao passivo – nesse caso, o patrimônio líquido se torna igual a zero, fato que mostra a inexistência de riqueza própria. 4) o passivo é maior do que o ativo – assim sendo, o patrimônio líquido se torna menor que zero, e mostra que existe uma situação financeira ruim e a existência de passivo a descoberto. 5) o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero – mostrando que o patrimônio líquido é menor que zero, e isso expõe que a situação financeira é horrível, com a inexistência de bens e direitos, possuindo somente obrigações. AN02FREV001/REV 4.0 40 8 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO FIGURA 17 - DINHEIRO FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/wwElR2>. Acesso em: 3 mar. 2013. Após ter-se exposto as ferramentas contábeis utilizadas pelas organizações esportivas, por meio de todas as funções da contabilidade, e da exposição das demonstrações contábeis, principalmente o balanço patrimonial e o demonstrativo do resultado do exercício, algumas análises são necessárias para que essas ferramentas possam levar à perfeita tomada de decisões empresariais, visando alcançar os objetivos que as organizações esportivas traçam e determinam em seu planejamento estratégico. Assim sendo, não adianta ter um balanço patrimonial muito bem construído, formatado e organizado, além de se fazer um demonstrativo do resultado do exercício muito eficiente, que expõe os resultados que a organização auferiu, se esses dados não puderem ser analisados e servirem para a interpretação da AN02FREV001/REV 4.0 41 realidade que a organização esportiva vivencia, possibilitando as decisões visando alcançar os objetivos. Para tal, algumas análises são possíveis para poder interpretar a situação da mesma, para que os gestores realmente entendam como ela se encontra, e se a organização do esporte está caminhando para o alcance dos objetivos, ou se a mesma está indo na direção errada dos objetivos traçados e não está alcançando os resultados esperados. Portanto, a análise econômico-financeira possibilita demonstrar essa interpretação, que é realizada por intermédio da obtenção de alguns índices que expõem a realidade vivenciada pela empresa esportiva naquele período. A análise econômica e financeira é conseguida pela obtenção de índices, onde os principais são: 8.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ São os índices que demonstram a capacidade das organizações esportivas de produzir capital no curto prazo, ou seja, a capacidade que elas possuem de obter dinheiro rapidamente, seja por meio de seu caixa, ou por aplicações em bancos e contas-investimentos, estoques e outros tipos de formas de ter-se os recursos físicos a disposição da mesma. A liquidez pode ser analisada e medida por meio dos seguintes índices: 8.1.1 Índice de liquidez corrente Determina quanto a organização esportiva dispõe de recursos disponíveis a curto prazo para cada um real de dívidas no curto prazo, ou seja, quanto a mesma possui de recursos para utilização rápida em relação às obrigações de curto prazo. É calculado pela fórmula: AN02FREV001/REV 4.0 42 LC = (AC - DA) / (PC) onde LC: Liquidez Corrente AC: Ativo Circulante DA: Despesas Antecipadas PC: Passivo Circulante 8.1.2 Índice de liquidez seca O índice de liquidez seca mostra a capacidade de pagamento de obrigações no curto prazo, desconsiderando-se os valores que estão nos estoques, ou seja, mostra a capacidade de pagamentos de dívidas no curto prazo sem a utilização dos estoques, somente com valores financeiros disponibilizados em caixa, ou outras aplicações financeiras. É obtido pelo cálculo da fórmula: LS = (AC - DA - E) / (PC) onde LS: Liquidez Seca AC: Ativo Circulante DA: Despesas Antecipadas E: Estoques PC: Passivo AN02FREV001/REV 4.0 43 8.1.3 Índice de liquidez geral O índice de liquidez geral expõe a capacidade de pagamento de obrigações no longo prazo de uma organização esportiva, ou seja, em períodos maiores que um ano. Dessa maneira, pode-se visualizar como a organização esportiva irá cumprir as suas obrigações nos momentos futuros, de prazos maiores. Geralmente, esses compromissos são aqueles obtidos por empréstimos e financiamentos, que levam mais de um ano para serem totalmente amortizados. Dessa maneira, por meio do cálculo desseíndice, consegue-se visualizar a capacidade de pagamento desses compromissos, para cada um real de dívidas e compromissos no longo prazo. É obtido pela fórmula a seguir: LG = (AC + RLP) / (PC + ELP) onde LS: Liquidez Geral AC: Ativo Circulante RLP: Realizável a Longo Prazos ELP: Exigível a Longo Prazo PC: Passivo AN02FREV001/REV 4.0 44 Além dos índices de liquidez, também são utilizados os índices de lucratividade, que medem e indicam a capacidade da empresa em obter ganhos financeiros, ou seja, de produzir lucro. Os principais são: 8.2 MARGEM BRUTA É a relação entre o lucro bruto obtido pelo valor total das vendas, demonstrando a capacidade da organização esportiva em gerar lucros brutos. MB = (Lucro Bruto / Vendas Líquidas) x 100 A margem bruta (MB) demonstra a capacidade da organização esportiva em transformar receitas em lucro bruto. 8.3 MARGEM LÍQUIDA A margem líquida é semelhante ao contexto da margem bruta, sendo que nesse índice, é analisada a capacidade da organização esportiva em produzir receitas e lucros após os pagamentos das obrigações, demonstrando o lucro líquido, ou seja, aquele lucro que fica disponível após o pagamento de todas as obrigações. É exposto pela fórmula a seguir: ML = (Lucro Líquido / Vendas Líquidas) x 100 AN02FREV001/REV 4.0 45 Por fim, também são utilizados os chamados índices de rentabilidade, que demonstram a rentabilidade que é produzida pelo negócio que a organização esportiva desempenha. Os principais índices de rentabilidade são: 8.4 RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL É a taxa que indica a rentabilidade que a organização do esporte produz para cada um real de investimento realizado. É expresso pela fórmula a seguir e os valores são demonstrados em percentuais: RA = (Lucro Líquido / Ativo Total) x 100 8.5 RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO Essa taxa expõe qual o valor que a organização esportiva produz de lucro liquido para cada um real de seu capital próprio, sendo valores percentuais, expressos pela fórmula a seguir: RCP = (Lucro Líquido / Patrimônio Liquido) x 100 8.6 PARTICIPAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Por último, o índice de participação do patrimônio líquido expõe quanto do ativo de uma organização esportiva é financiado por recursos próprios, ou seja, qual o valor percentual que o patrimônio líquido obtém pelo ativo total da mesma, sendo expresso pela fórmula a seguir: AN02FREV001/REV 4.0 46 PPL = (Patrimônio Liquido / Ativo Total 9 REGIME DE JUROS SIMPLES FIGURA 18 - JUROS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/SZQnLU>. Acesso em: 3 mar. 2013. Após termos exposto sobre a contabilidade, suas funções, papel, e as principais formas de demonstrações para a análise e tomada de decisões empresariais, iremos tratar de um assunto importante dentro desse contexto, que diz respeito à matemática financeira, e alguns de seus principais aspectos, que são os juros simples e compostos, os descontos, fluxo de caixa e amortizações. Para iniciar, iremos tratar dos juros simples, que são aqueles aplicados sobre o capital diretamente em uma transação financeira. Para falar de juros, é necessário expor o seu significado, onde juro é o custo financeiro pelo capital (dinheiro) de terceiros. Assim sendo, quando uma organização esportiva, ou até mesmo uma pessoa física contrai um empréstimo, ou AN02FREV001/REV 4.0 47 um financiamento em uma instituição bancária, o custo desse dinheiro que será pago ao banco, por ser o “dono” desse valor, chama-se juros. Dessa forma, juro nada mais é do que o custo do dinheiro que é emprestado, em função dessa negociação, onde uma pessoa possui o capital, no caso o banco, e outra pessoa necessita desse valor que não possui. Dessa maneira, a pessoa que contrai o empréstimo irá pagar ao banco o valor inicial, chamado de capital, e mais o juro, que é o “preço” ou custo desse capital. Dessa forma, a pessoa contratante do empréstimo irá pagar ao banco o capital e o juro, que são chamados de montante. Assim sendo, os juros simples são aqueles que incidem diretamente sobre o capital, podendo ser calculados pela fórmula: J = C X I X N onde C: é o capital inicial; J: indica os juros simples; N: é o tempo ou período de aplicação do capital I: é a taxa de juro unitária, ou seja, o valor percentual do juros; Nesse contexto, pode-se afirmar que o Montante é o valor correspondente ao capital inicial mais os juros que serão pagos ao final do período, podendo ser exposto pela fórmula: MONTANTE = CAPITAL INICIAL + JURO Dessa maneira, iremos expor um exemplo para facilitar o entendimento desse processo. AN02FREV001/REV 4.0 48 FIGURA 19 0 APLICAÇÃO Uma aplicação de $500,00 foi feita por oito meses a uma taxa simples igual a 5% am. Qual o valor do resgate? M -500 8 meses0 i = 5% a.m. J = C X I X N J = 500 X 0,05 x 8 J = 200 M = C +J M = 500 +200 M = 700 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Assim, o valor do resgate será de $ 700,00 após o período de oito meses. AN02FREV001/REV 4.0 49 10 REGIME DE JUROS COMPOSTOS FIGURA 20 - JUROS FONTE: Arquivo Portal Educação. Quando se fala em juros, logo se imagina que esse atributo é o grande vilão das pessoas e das organizações esportivas, pois sempre que se necessita de utilizar-se dinheiro de terceiros, entram os juros, como fator de aumento no valor total a ser pago pela pessoa que emprestou o dinheiro inicialmente. Vimos anteriormente que os juros constam do aluguel do dinheiro, ou seja, do custo ou preço do dinheiro, como se fosse uma mercadoria que é vendida de uma pessoa para outra. No entanto, além do sistema de juros simples – onde o montante é encontrado por meio da adição de uma taxa de juros sobre o capital em determinado período, encontrando-se ao final desse período o montante total que o devedor deve pagar ao credor –, outro tipo de juros surge como sendo mais complexo e agregador para a pessoa credora, ou seja, a pessoa que empresta o dinheiro, e menos rentável para o devedor, ou a pessoa que capta o empréstimo e irá pagar por ele. AN02FREV001/REV 4.0 50 É o chamado juro composto, que consta do acréscimo de juros não somente sobre o capital, em determinado período, mas é o juro incidente sobre o montante, ou seja, a taxa de juros é incidente sobre o capital emprestado por um período de tempo, que somado o valor do juro com o capital, encontra-se o valor do montante. No caso do juro composto, a taxa de juros é novamente aplicada sobre esse montante, incidindo um novo valor para o mesmo, aumentando o valor do montante em cada momento, ou período. É o chamado “juros sobre juros”, pois a taxa de juros, como é incidente sobre o montante, acaba incidindo sobre o capital e sobre os juros, ocasionando o efeito cascata, ou seja, os juros aplicam-se sobre um valor que já fora atribuído do mesmo e assim por diante até o final da amortização. Para o cálculo do juro composto, utilizam-se as seguintes fórmulas que são expostas na Figura 2, a seguir. FIGURA 21 - FÓRMULA DE JUROS COMPOSTOS niVPVF 1 ni VF VP 1 11 1 n n VP VF VP VF i )1log( log i VP VF n Fórmulas de Juros Compostos FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. AN02FREV001/REV 4.0 51 Dessa maneira, vamos exemplificar com exercício na Figura 22: FIGURA 22 - EXERCÍCIO Exercícios A importância de $400,00 foi aplicada por 3 meses a taxa de 5% am, no regime de juros compostos. Qual o valor de resgate? FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. FIGURA 23 - RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 05,463 15776,1400 3)05,1(400 3)05,01(400 1 VF xVF VF VF iVPVF n RESOLUÇÃO FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. AN02FREV001/REV 4.0 52 Assim sendo, o cálculo foi realizado com a utilização da fórmula dada anteriormente, mas é possível fazer-se o referido cálculo, e outros com auxílio da calculadora HP 12C, que é uma calculadora financeira tradicional, muito utilizada no mundo todo para a realização de cálculos financeiros em todos os seus aspectos. A seguir, tem-se uma imagem da Calculadora HP 12C, exposta pela Figura 24: FIGURA 24 - IMAGEM DA CALCULADORA HP12C FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Desse modo, se formos fazer o cálculo exposto anteriormente com o auxílio da Calculadora HP 12C, o raciocínio para tal evento é demonstrado pela Figura 25, a seguir: AN02FREV001/REV 4.0 53 FIGURA 25 - USO DA CALCULADORA HP 12C Exercícios na HP12C A importância de $400,00 foi aplicada por 3 meses a taxa de 5% am, no regime de juros compostos. Qual o valor de resgate? 3 5 400 Resposta no visor : $463,05 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Então, para fazer-se esse cálculo é necessário que se faça a sequência lógica de ações na calculadora para obter-se o resultado final dos juros compostos. Assim, primeiro deve-se apertar a tecla f, depois a tecla CLX, o botão do número 3, depois a tecla n, depois o botão do número 5, depois a tecla i, depois o valor 400, depois as teclas PV, FV e PMT, aparecendo no visor o resultado do cálculo procurado, que é de $ 463,05. AN02FREV001/REV 4.0 54 11 SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS FIGURA 26 - ACONTECIMENTOS FINANCEIROS FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/0YmCOq>. Acesso em: 4 mar. 2013. As séries uniformes de pagamentos são acontecimentos financeiros que ocorrem na grande maioria das organizações esportivas e que se referem ao chamado parcelamento de compras, ou seja, às compras feitas pelos consumidores, nas diversas modalidades, e que os pagamentos são realizados em várias parcelas de igual valor e em momentos semelhantes de tempo. Para se efetuar o cálculo dessas séries uniformes, ou parcelamentos, é necessária a utilização de ferramentas da matemática financeira, para conseguir-se obter o resultado esperado e não acumular perdas em função dos juros pagos ou não recebidos. Assim sendo, vamos expor alguns exemplos para explicar como acontece esse processo, começando pelo Exemplo 1, na compra de uma geladeira pelo senhor Pedro. AN02FREV001/REV 4.0 55 Exemplo 1 O senhor Pedro deseja comprar uma geladeira que custa R$ 1.000,00 à vista. A loja que está vendendo o aparelho efetua a venda do mesmo para pagamento em quatro parcelas iguais mensais, sem entrada, como é exposto pela Figura 27, a seguir: FIGURA 27 - EXEMPLO DE SÉRIES UNIFORMES • Pedro quer comprar uma geladeira • Na loja, $1.000,00 a vista • Ou … em quatro iguais mensais, sem entrada +$1.000,00 20 1 43 -PMT Taxa da loja? i= 4% a.m. FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Como é mostrada, a taxa de juros mensal que a loja efetua é de 4%, e a mesma faz o parcelamento da geladeira em quatro parcelas sem entrada, ou seja, o senhor Pedro irá fazer quatro pagamentos mensais de igual valor que serão atribuídos ao valor total da geladeira, que custa R$ 1.000,00 à vista. Assim sendo, para calcular-se os valores referentes a essas parcelas, precisamos encontrar o prazo médio de pagamentos, bem como será o valor total futuro dessa transação, visto que a loja não irá receber pela geladeira apenas os R$ 1.000,00 iniciais que a mesma custa para pagamento à vista, mas terá um acréscimo que consta dos juros que são atribuídos em virtude do parcelamento da compra em séries uniformes de pagamentos. AN02FREV001/REV 4.0 56 Dessa forma, pode-se visualizar que o prazo médio de pagamentos dessa compra é de 2,5 meses, pois o senhor Pedro irá pagar quatro parcelas mensais, que demorarão quatro meses para serem finalizadas. Porém, o primeiro pagamento será após 30 dias, pois a compra é feita sem o pagamento de uma entrada. Então, demorará cinco meses para concluir o pagamento total, que, dividido por 2 (cálculo do prazo médio) é igual ao prazo médio de 2,5 meses, como é exposto pela Figura 28. FIGURA 28 - EXEMPLO DE SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS Pagamentos em 1, 2, 3 e 4 Prazo médio igual a 2,5 +$1.000,00 20 1 43 -PMT i= 4% a.m. n = 2,5 VF FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Dentro do contexto, para encontrar-se o valor do montante, ou o valor futuro da compra da geladeira, utilizamos a fórmula seguinte: onde VF: montante ou valor futuro da geladeira VP: valor presente ou capital inicial I: taxa de juros n: período de tempo dos pagamentos VF = VP (1+in) AN02FREV001/REV 4.0 57 Assim sendo, iremos substituir os valores que possuímos e encontrar o montante, ou valor futuro da compra da geladeira pelo senhor Pedro, como é mostrado a seguir: FIGURA 29 - VALOR DO MONTANTE VF = VP (1+in) VF = 1000 (1+0,04.2,5) VF = 1100 Como são feitos quatro pagamentos Pagamento = 1100/4 = $275,00 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Desse modo, o montante total que o senhor Pedro irá pagar pela geladeira será de R$ 1.100,00 divididos em quatro parcelas mensais de R$ 275,00. Um detalhe nesse contexto é que a taxa de juros não pode ser escrita em percentagem, tendo que ser em valores centesimais, onde se divide a taxa percentual por 100 e acha-se o valor centesimal para tal cálculo (4% = 4/100 = 0,04). No entanto, o mesmo cálculo pode ser realizado por meio da Calculadora HP 12C, como iremos demonstrar na sequência. AN02FREV001/REV 4.0 58 FIGURA 30 - HP 12C FONTE: Disponível em: <http://paivaauditores.com.br/contabilidade-sp.html>. Acesso em: 4 mar. 2013. Desse modo, para fazer-se os cálculos na calculadora HP 12C é necessário entender quais teclas serão utilizadas, e isso é exposto a seguir, na Figura 31: FIGURA 31 - EXEMPLO DE CÁLCULO NA HP 12C • [n]: calcula o número de períodos • [i]: calcula a taxa de juros • [PV]: calcula o valor presente • [PMT]: calcula a prestação • [FV]: calcula o valor futuro • [CHS]: troca o sinal g Beg g Endou FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. AN02FREV001/REV 4.0 59 Pode-se perceber que iremos utilizar as teclas que estão na fórmula para o cálculo do valor futuro, como fizemos manualmente anteriormente. No entanto, outras teclas são usadas, como a tecla PMT, que calcula a parcela do pagamento da série. Também é necessário expor que usaremos duas teclas que irão “dizer” para a calculadora se o pagamento será “com entrada” ou “sem entrada”, que são as teclas “g7 (ou beg)” e “g 8 (ou end)”, como é demonstrado a seguir, pela Figura 32: FIGURA 32 - EXEMPLO CÁLCULO NA HP 12C 7 BEG 8 END Begin = Começo Antecipado Com entrada Flag no visor End = Final Postecipado Sem entrada Sem Flag FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Dessa maneira, fazer o cálculo na HP12C é bem mais rápido e prático que na aplicação da fórmula, onde a sequência de passos é exposta pela Figura 33. AN02FREV001/REV 4.0 60 FIGURA 33 - EXEMPLO NA HP 12C Exemplo na HP 12C [f] [Reg] 1000 [PV] 4 [n] 4 [i] +$1.000,00 20 1 43 -PMT i= 4% a.m. Sem entrada END [g] [END] $275,49 [PMT] FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Pelo exposto, é necessário apertar a tecla f, depois a Reg/, depois 1000 PV, depois 4 n, depois 4 i, depois g end, depois PMT, aí é dado ao resultado de R$ 275,49 cada parcela da compra da geladeira. Agora, iremos supor que o senhor Pedro deseja fazer uma entrada, realizandoum pagamento no momento da compra da geladeira. E agora, como fazer os cálculos? É simples, veja como: AN02FREV001/REV 4.0 61 FIGURA 34 - CÁLCULO DE PAGAMENTO +$1.000,00 20 1 43 -PMT i= 4% a.m. n = 1,5 VF E se os Pagamentos Fossem Com Entrada FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. O procedimento de cálculo é o mesmo realizado como no caso do pagamento sem entrada, no entanto, o prazo médio é diferente, pois o tempo da transação muda para três meses, ao invés de cinco, como no caso anterior em virtude da entrada. Desse modo, após a entrada restarão quatro parcelas que demorarão três meses para serem pagas, já que a primeira parcela será no ato da compra. Assim sendo, o prazo médio é de 1,5 mês. Aplicando a fórmula temos o que é mostrado na Figura 35, a seguir: AN02FREV001/REV 4.0 62 FIGURA 35 - FÓRMULA DE PAGAMENTO Pagamentos em 0, 1, 2 e 3 Prazo médio igual a 1,5 VF = VP (1+in) VF = 1000 (1+0,04.1,5) VF = 1060 Como são feitos quatro pagamentos Pagamento = 1060/4 = $265,00 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Assim sendo, o senhor Pedro irá fazer quatro pagamentos no valor de R$ 265,00, sendo o primeiro no ato da compra (entrada). Para o cálculo com a HP 12C, o procedimento é o mesmo, com o detalhe da entrada, ou seja, ao invés de apertar a tecla “end” iremos apertar a tecla “Beg” que significa “com entrada”, como é exposto pela Figura 36: AN02FREV001/REV 4.0 63 FIGURA 36 - EXEMPLO CÁLCULO COM HP 12C COM ENTRADA BEGIN [f] [Reg] 1000 [PV] 4 [n] 4 [i] [g] [BEG] [PMT] $264,89 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. Esse sistema de cálculos se aplica a todos os procedimentos que envolvem o setor do esporte, como por exemplo, o pagamento de bens que a instituição do esporte adquira no mercado (bolas de futebol, uniformes, carrinhos, raquetes de tênis, construção de piscinas, equipamentos de musculação, etc.). As organizações que utilizam o esporte irão adquirir os mesmos de forma parcelada, e as orientações acima ilustram esse contexto, demonstrando como esses cálculos são realizados e desenvolvidos. AN02FREV001/REV 4.0 64 12 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO FIGURA 37 - MOEDAS FONTE: Disponível em: <http://fvieira.com/>. Acesso em: 6 mar. 2013. No conceito de pagamentos de compromissos e obrigações, surgem os chamados sistemas de amortização, que constam de uma série uniforme de pagamentos inerentes aos tipos de pagamentos geralmente de prazos mais longos da realização desses pagamentos. Assim sendo, em investimentos financeiros que demandam o período de pagamentos com prazos longos, geralmente em mais de dois anos, utilizam-se dos sistemas de amortização, que podem ser de três maneiras: 1) sistema americano – é caracterizado pela ocorrência dos pagamentos de juros de forma periódica, com a amortização do capital principal no final da operação. O sistema americano pode ser exemplificado como na Figura 38: AN02FREV001/REV 4.0 65 FIGURA 38 - SISTEMA AMERICANO VP = Valor Presente Pagamentos de Juros Periódicos 0 Sistema Americano Pagamento do Valor Nominal FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 2) sistema francês – também chamado de tabela price. Demonstra como característica principal o aspecto de proporcionar pagamentos periódicos iguais, podendo ser exemplificado pela Figura 39, a seguir: FIGURA 39 - SISTEMA FRANCÊS VP = Valor Presente Pagamentos de Prestações Periódicas Iguais 0 Sistema Francês FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. AN02FREV001/REV 4.0 66 3) sistema de amortizações constantes – possui a característica de apresentar pagamentos constantes do valor do capital principal, além do pagamento de juros e o valor das parcelas diminuírem ao longo do tempo, ou seja, é um sistema de amortização que inicia com um valor maior e este valor vai diminuindo até o final do processo de amortização. O mesmo pode ser exemplificado como na Figura 40. FIGURA 40 - SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES VP = Valor Presente Amortizações Iguais 0 Pagamento de Juros Sistema de Amortizações Constantes FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. AN02FREV001/REV 4.0 67 13 MÉTODOS DE ANÁLISE DE FLUXOS DE CAIXA FIGURA 41 - FLUXO DE CAIXA FONTE: Disponível em: <httpgoo.gly4YbP>. Acesso em: 6 mar. 2013 A análise do Fluxo de Caixa fornece subsídios para a construção de alguns índices de análise da viabilidade econômica de investimentos e projetos, e assim, para definir a viabilidade econômica pode-se utilizar os seguintes índices: 1. Valor Presente Líquido (VPL) – segundo Abreu Filho et al (2007), é simplesmente a diferença entre o valor presente do projeto e o custo do projeto na data atual. O VPL positivo significa que o projeto é lucrativo, e VPL negativo significa que, se o projeto for implementado, trará prejuízos. O critério decisório diz que um projeto só deve ser realizado se o seu VPL for nulo ou positivo, com a utilização da Taxa Mínima de Atratividade do investimento (TMA), ou seja, a taxa mínima para que o projeto seja considerado rentável. Assim sendo, para esse estudo adotar-se-ia a Taxa Mínima de Atratividade do investimento (TMA) no valor de 15% para todas as situações que surgirem. Para calcular o Valor Presente, é necessário dividir o resultado final pela TMA. AN02FREV001/REV 4.0 68 2. Taxa Interna de Retorno (TIR) – ainda segundo Abreu Filho et al (2007), a Taxa Interna de Retorno é a taxa pela qual o VPL de um projeto é zero, sendo que para se investir em um projeto, a TIR deve ser, no mínimo, igual à Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Para o cálculo da TIR, torna-se necessário dividir-se o Resultado Final do FCCP pelo Investimento Inicial, sendo o resultado encontrado subtraído de 1 (um). 3. Índice de Lucratividade Líquido (ILL) – segundo Abreu Filho et al (2007), é o índice que mede a relação entre o valor recebido e o custo do investimento, sendo uma medida do custo/beneficio. Para que um projeto seja aceito, ou rentável, o valor do ILL deve ser maior ou igual a 1 (um). Para encontrar-se o Índice de Lucratividade Líquida, deve-se dividir o Valor Presente pelo Investimento Inicial. 14 DESCONTO FIGURA 42 - DESCONTO FONTE: Disponível em: <httpgoo.glUvYxBu>. Acesso em: 6 mar. 2013 O Desconto é aquele valor que deve ser retirado de um valor nominal de determinado capital, que será utilizado em momento futuro, ou seja, o pagamento do valor irá acontecer em um momento com prazo de tempo, isto é, ainda vai acontecer AN02FREV001/REV 4.0 69 o pagamento, e ocorre quando o título, ou alguma obrigação, muda o tempo de seu vencimento, antecipando o pagamento do mesmo. Dessa maneira, se acontece a antecipação do pagamento, torna-se necessário dar o desconto do mesmo, retirando-se determinada quantidade dos juros correspondentes. O desconto comercial corresponde ao desconto equivalente aos juros simples, podendo ser calculado pela fórmula a seguir: Dc = N x d x n onde Dc: valor do desconto comercial N: valor nominal do título n: tempo d: taxa de desconto Com a fórmula citada, conseguimos encontrar o valor do desconto, mas não dá para saber o valor que o título ficará com o mesmo. Desse modo, para saber o novo valor desse título que foi descontado, é necessário aplicar a fórmula a seguir: V = N - Dc onde N: valor nominal de um título. V: valor líquido, após o desconto. Dc: desconto comercial. Dessa forma, podemos fazer um ajuntamento dessas fórmulas e obter uma terceira fórmula para calcular o valor do título descontado diretamente, como é
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