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Gestão esportiva

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
 
GESTÃO ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 CENÁRIOS E INFORMAÇÕES 
2 O QUE É ADMINISTRAR 
2.1 PLANEJAMENTO 
2.2 ORGANIZAÇÃO 
2.3 DIREÇÃO 
2.4 CONTROLE 
3 ANÁLISES DA “MATRIZ FOFA” 
 
 
MÓDULO II 
4 MATEMÁTICA FINANCEIRA E CONTABILIDADE 
5 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
7 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
8 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO 
8.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
8.1.1 Índice de liquidez corrente 
8.1.2 Índice de liquidez seca 
8.1.3 Índice de liquidez geral 
8.2 MARGEM BRUTA 
8.3 MARGEM LÍQUIDA 
8.4 RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL 
8.5 RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO 
7.6 PARTICIPAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
9 REGIME DE JUROS SIMPLES 
10 REGIME DE JUROS COMPOSTOS 
11 SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS 
12 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
13 MÉTODOS DE ANÁLISE DE FLUXOS DE CAIXA 
14 DESCONTO 
15 PRECIFICAÇÃO 
16 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
17 ORÇAMENTO E CONTROLE DE GESTÃO 
 
 
MÓDULO III 
18 LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO, EQUIPES E GERENCIAMENTO DE TALENTOS 
19 LIDERANÇA COMO ESSÊNCIA DA GESTÃO 
20 DIFERENCIAÇÃO ENTRE GERENTE E LÍDER 
21 ESTILOS DE LIDERANÇA 
22 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES E TIPOS DE EQUIPES 
23 CONCEITO DE MOTIVAÇÃO E TEORIAS MOTIVACIONAIS 
23.1 A MOTIVAÇÃO SEGUNDO HERZBERG 
24 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS 
25 FORMAS TRADICIONAIS DE REMUNERAÇÃO 
26 REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA 
27 PROCESSOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 
28 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 
29 PROGRAMAS DE CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
30 CASES DE SUCESSO NO BRASIL; ADMINISTRADORES DE IMPACTO E 
SUCESSO; COMO FAZER 
 
 
MÓDULO IV 
31 GESTÃO ESTRATÉGICA E ANÁLISE DE PROJETOS E INVESTIMENTOS 
32 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO 
33 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO: CENÁRIOS, OPORTUNIDADES, 
AMEAÇAS E O AMBIENTE COMPETITIVO 
34 ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO 
35 DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS 
36 O BALANCED SCORECARD (BSC) 
37 OBJETIVOS E PLANO DE AÇÃO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
38 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: CONCEPÇÃO, FORMULAÇÃO, 
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA 
39 PLANO DE NEGÓCIOS 
40 ANÁLISE DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 
41 CICLO DE CAIXA E CICLO OPERACIONAL 
42 RISCO E RETORNO 
43 FLUXO DE CAIXA 
44 CRITÉRIOS PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE PROJETOS 
 
 
MÓDULO V 
45 MARKETING ESPORTIVO 
46 O CONCEITO DE MARKETING 
47 O AMBIENTE DE MARKETING 
48 ELEMENTOS DO COMPOSTO DE MARKETING 
49 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 
50 SISTEMAS DA INFORMAÇÃO DO MARKETING 
51 FERRAMENTAS DO MARKETING ESPORTIVO 
52 PLANEJAMENTO DE VENDAS 
53 CAPTAÇÃO DE RECURSOS E PATROCÍNIO 
 
MÓDULO VI 
54 ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADES ESPORTIVAS E GESTÃO E 
COMERCIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS 
55 GESTÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS E PRIVADOS PARA O ESPORTE E PARA 
ATIVIDADE FÍSICA: SEGURANÇA, SUPRIMENTOS E OUTROS FATORES DE 
APOIO 
56 CALENDÁRIO DE ATIVIDADES 
57 TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E AVALIAÇÃO DE 
PROJETOS NO SEGMENTO ESPORTIVO 
58 ORGANIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS 
59 CONCEITOS ECONÔMICOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS DA ECONOMIA NO 
ESPORTE 
60 MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA ESPORTIVA 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
 
 
MODULO I 
 
 
FIGURA 1 - EXECUTIVO DO ESPORTE 
 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
1 CENÁRIOS E INFORMAÇÕES 
 
 
O setor esportivo possui uma grande importância no contexto atual, tanto no 
aspecto econômico, quanto no aspecto social, tributário, de geração de emprego e 
renda, cultural, entre outros. Dessa forma, o esporte é encarado no Brasil, e no 
mundo, como um forte elo entre os povos, as culturas e os setores econômicos 
como um todo. 
Nos últimos anos, pode-se perceber um grande crescimento do setor, e da 
sua importância, causado principalmente pelos grandes eventos esportivos, como as 
Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, além dos eventos específicos de cada 
esporte, como os mundiais de voleibol, o Circuito Mundial de Tênis, a temporada de 
fórmula um, os campeonatos nacionais de futebol e os internacionais, como a Copa 
Libertadores da América, a Copa da UEFA, entre outros. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
Além disso, os vultosos investimentos que são realizados nesses eventos, e 
nos clubes em si, além dos atletas que se destacam em seus esportes, têm 
contribuído para a disseminação do esporte como um forte agregador de recursos e 
como fonte de emprego e renda para milhares de pessoas, para a sobrevivência de 
clubes e entidades esportivas. 
Como consequência, tem se expandido a rede de academias e clubes, que 
oferecem modalidades esportivas, além das lojas de produtos esportivos, das 
marcas, entre outros aspectos. 
Assim sendo, o setor esportivo é um setor econômico abrangente e 
aquecido, que movimenta enormes fortunas financeiras ao redor do mundo e que 
ocupa lugar de destaque na economia dos países, pois o esporte é universal e é 
praticado em todos os cantos do mundo. 
Dessa maneira, as empresas e pessoas que estão envolvidas com o 
esporte necessitam possuir a característica de um negócio rentável, mas que 
possui grandes riscos e que necessita ser gerido de forma correta para poder 
alcançar os objetivos desejados. 
Além disso, o esporte atua como um beneficiador de outros segmentos, 
como os setores de turismo e de publicidade, além do ramo de equipamentos, 
roupas e alimentação, entre outros. 
As fontes de receitas que as empresas do esporte possuem são as mais 
diversas possíveis, destacando-se a venda de ingressos para os eventos, além de 
patrocínios, direitos de transmissão de televisão, camarotes, além das vendas de 
camisas, equipamentos, ferramentas, entre outros. 
O mercado é muito grande e está em crescimento e aquecimento. A mídia 
possui uma enorme influência nesse contexto e o marketing esportivo tem 
influenciado grandiosamente as vendas dos mais diversos produtos que estão 
ligados ao esporte, desde camisas de clubes, chuteiras, tacos, bolas, luvas, 
raquetes, capacetes, entre outros, até produtos pouco ligados à prática esportiva, 
mas que possuem algum tipo de apelo ao esporte, como os produtos da empresa 
Gillette, que tem usado grandes esportistas para as suas campanhas publicitárias, 
como Roger Federer, Tiger Woolds e Kaká. 
Um cenário muito positivo tem sido construído para o setor esportivo, no 
Brasil e no mundo, principalmente pelos grandes eventos esportivos que irão 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
acontecer no Brasil nos próximos anos. Além da Copa das Confederações, realizada 
em 2013, o país irá receber a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e as Olimpíadas 
de 2016, no Rio de Janeiro. 
 
 
FIGURA 2 - BANDEIRA DO BRASIL 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
Esses grandes eventos irão movimentar verdadeiras fortunas e influenciarão 
todos os setores econômicos pela sua abrangência e impacto. Setores como 
construção civil, indústria de bens e de maquinário estão em pleno desenvolvimento 
para preparar a estrutura para os eventos, como as construções dos estádios de 
futebol que comportarão a Copa do Mundo. 
Além disso, esses eventos trazem um grande despertar para prática 
esportiva, motivandoas pessoas a aderirem a alguma prática desse tipo, o que 
colabora para o consumo de equipamentos, além de ingressos e a proliferação de 
eventos menores no país. 
Dessa maneira, espera-se que até que aconteçam esses eventos, o 
mercado esteja sendo aquecido pela preparação, que proporciona um aumento em 
vendas de todos os produtos relacionados, além de movimentar os componentes do 
esporte, como academias, clubes, etc. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
Até faculdades de Educação Física são impactadas por esse 
desenvolvimento, visto que há uma grande procura por profissionais especializados 
no esporte. 
Após 2016, com o término das Olimpíadas, pode-se esperar que o mercado 
continue aquecido, pois o impacto desses eventos no país irá persistir por algum 
tempo, fomentando as empresas que utilizam-se da venda de produtos relacionados 
aos esportes. 
Por outro lado, após 2016, o mercado irá manter-se com muito boas 
perspectivas, visto que existem grandes eventos que acontecem todo ano, como o 
Campeonato Brasileiro de Futebol, a Liga Mundial de Vôlei, o Circuito de Tênis, 
entre outros, e que continuam aquecendo o mercado e provocando que grandes 
negócios aconteçam no setor. 
 
 
FIGURA 3 - REI, PEÇA DE XADREZ 
 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
 
 
2 O QUE É ADMINISTRAR 
 
 
A Administração possui diversos significados e diversos sinônimos que 
tentam explicar esse processo complexo que se torna o diferencial entre o sucesso e 
o fracasso das empresas e das organizações em geral. Quando se pensa em 
administrar, ou gerir, ou gerenciar, ou qualquer outro sinônimo relacionado a isso, 
imagina-se que é algo bem simples, muitas vezes até mesmo sem poder descrever 
o seu real significado. 
No entanto, o processo de administrar é extremamente complexo, possuindo 
diversas vertentes e formas de ação, que desencadearão no alcance dos objetivos. 
Assim sendo, administrar, numa concepção bem simplista, significa agir, ou 
seja, tomar decisões e atitudes que visem à ocorrência de uma série de ações que 
irão produzir o resultado desejado. 
Desse modo, no contexto empresarial (que envolve o meio esportivo), 
administrar envolve conduzir uma série de recursos que serão utilizados para a 
produção de algum produto ou serviço, com a correspondente comercialização dos 
mesmos, visando alcançar os resultados esperados, ou os objetivos que a empresa, 
ou outra organização espera. 
A administração passou por diversos estudos, ao longo dos anos, 
particularmente nos séculos XX e XXI, iniciando-se com Frederick Taylor, em 1901, 
quando desenvolveu os estudos da Administração Científica, e a mesma foi 
evoluindo ao longo dos anos e diversas outras teorias surgiram para explicar o 
fenômeno da administração, acrescentando novos formatos, ou abolindo os antigos 
com o intuito de demonstrar todos os aspectos que envolvem esta ciência. 
No entanto, uma teoria marcante foi a chamada Teoria Clássica, idealizada 
por Henry Fayol e que propunha que a administração possui quatro funções 
específicas, que são: planejamento, organização, direção e controle, como é 
exposto pela Figura 4, a seguir. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
 
 
FIGURA 4 - FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
FONTE: Maximiano, 2000. 
 
 
Desse modo, a administração, e a gestão esportiva como um todo, consiste 
em um programa especial que contempla a realização de quatro atitudes, que 
devem ser tomadas em momentos oportunos, mas que são dinâmicas e integradas. 
Ou seja, a empresa ou a pessoa que irá administrar deve realizar o planejamento, 
organização, direção e controle em momentos isolados, mas com a visão integrada, 
onde todos os quatro aspectos interagem entre si produzindo consequências nos 
demais aspectos. 
Outro detalhe desse processo é que a integração dessas quatro funções 
acontece de forma dinâmica, sendo que após a construção das funções o processo 
não se encerra, sendo necessário novamente que as mesmas sejam analisadas, 
refeitas, reconstruídas, melhoradas, aperfeiçoadas, etc. 
Assim sendo, iremos detalhar cada uma dessas quatro funções e sua 
importância para a complexa ação de administrar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
2.1 PLANEJAMENTO 
 
 
Segundo Chiavenato (2004), o planejamento é a função administrativa que 
determina antecipadamente as atividades que devem ser desempenhadas, além de 
quais objetivos serão alcançados, visando dar condições para que a empresa se 
organize a partir de determinadas análises a respeito da realidade atual e futura que 
se pretende alcançar. 
Desse modo, planejar significa visualizar antecipadamente as ações que irão 
ocorrer na empresa e que visam alcançar os objetivos propostos pela mesma. 
Ainda segundo Chiavenato (2004), o planejamento apresenta as seguintes 
características: 
a) é um processo permanente e contínuo, ou seja, a função de planejar é 
realizada a todo momento na organização, sendo que é necessário estar 
planejando as atividades durante todo o processo empresarial; 
b) é sempre voltado para o futuro, isto é, o planejamento visa antecipar as 
ações que irão ocorrer em um momento futuro, pois as ações e atitudes que 
acontecem no presente não necessitam de planejamento, já que estão 
sendo feitas. Dessa maneira, o planejamento só é eficaz se desencadear 
ações que irão acontecer em um momento futuro, para assim, poder 
antecipar essas ações diminuindo os riscos de erro; 
c) se preocupa com a racionalidade da tomada de decisões – é o aspecto 
que torna o planejamento uma ferramenta importante, visto que as atitudes e 
tomada de decisões são feitas em meio racional, de porte das informações 
que a empresa possui, sem se basear no empirismo ou em decisões 
emocionais; 
d) visa relacionar entre várias alternativas disponíveis, um determinado 
curso de ação, em decorrência de suas consequências futuras e das 
possibilidades de interferência em sua execução e realização; 
e) é sistêmico, ou seja, o planejamento considera a empresa ou outro tipo 
de organização em sua totalidade; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
f) é interativo, isto é, o planejamento deve ser flexível para poder fazer 
ajustes e correções que forem necessários em função do momento e das 
ações que desencadeiam o objetivo fruto do planejamento. Dessa forma, se 
ações modificarem e interferirem no planejamento de forma diferente de 
como o mesmo fora feito inicialmente, o mesmo deve-se adaptar a essas 
alterações. Essa característica transforma o processo de planejamento 
eficiente, pois é possível a sua adaptação constante às modificações do 
ambiente externo; 
g) é cíclico e contínuo, visto que, à medida que é executado o 
planejamento, ele passa a ser realizado, deixando a sua atuação futura para 
se tornar presente; 
h) é uma técnica de mudança e inovação, onde a organização consegue 
introduzir mudanças e inovar gradativamente com a utilização da ferramenta 
de planejamento. 
Dentro de uma organização, seja do setor industrial, comercial, da prestação 
de serviços e do contexto geral do esporte, o planejamento é construído em diversos 
níveis, sendo alocado para os interesses da organização como um todo e em todos 
os seus departamentos e setores. Assim sendo, como é demonstrado pela Figura 5, 
a seguir, o planejamento pode ser: 
 
 
FIGURA 5 - NÍVEIS DO PLANEJAMENTO 
 
FONTE: Maximiano, 2000. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
O planejamento estratégico, em linhas gerais, é aquele efetuado no nível 
institucional da empresa e que é desenvolvido pela alta administração da mesma, 
sendo de caráter genérico, com características de ser de abrangência para longo 
prazo, considerando a empresa como um todo. Nesse nível, estão os presidentes 
de clubes e entidades esportistas, os diversos diretores e conselheiros dos 
mesmos, os donos, sócios e acionistas de academias, ginásios, e todo tipode 
empresa ligado ao esporte. 
Dentro do mesmo contexto, o planejamento tático é construído pelo nível 
intermediário da empresa (gerência), sendo menos genérico, mais detalhado, e 
direcionado para o médio prazo, sendo específico para cada unidade da empresa. É 
nesse nível que estão os planos de marketing, planos de vendas, planos financeiros 
entre outros. Ao analisarem-se as empresas de esporte, no nível tático estão os 
diversos cargos que são subordinados aos diretores e presidentes, como por 
exemplo, os gerentes de futebol, gerentes de marketing esportivo dos clubes, 
gerentes de desenvolvimento esportivo, gerente geral de uma academia, gerente 
financeiro de um clube de tênis, de um clube social em uma cidade, etc. 
O planejamento operacional é aquele que é executado e construído pelo 
nível operacional da empresa e envolve o nível de supervisão, sendo bem mais 
detalhado e analítico, direcionado para o curto prazo com vista à execução de 
tarefas e operações do dia a dia. Esse tipo de planejamento é direcionado à 
operação, ou seja, o que fazer, como fazer, e para quem fazer, onde está 
relacionado com o planejamento tático e o planejamento estratégico. Neste nível, o 
planejamento é realizado por técnicos de futebol, preparadores físicos, 
coordenadores de atividades, entre outros. 
O planejamento, seja em qual nível for executado, irá produzir um plano, que 
é um documento que ocorre entre o processo de elaboração e implementação do 
planejamento. Desse modo, podem existir quatro tipos de planos, conforme seu 
nível de abrangência: 
1) procedimentos – são planos relacionados aos possíveis métodos de 
execução do trabalho, ou da atividade a ser desempenhada, sendo planos 
operacionais que orientam as atividades desse setor; 
2) orçamentos – são planos gerenciais, ou táticos, que são construídos 
pelos departamentos financeiros e contábeis, sendo derivados do 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
planejamento estratégico e expõem todos os aspectos relacionados ao uso 
dos recursos financeiros ao longo de determinado período. Os orçamentos 
servem para direcionar os gestores a como utilizar os recursos financeiros, 
bem como acompanhar o processo de custos, receitas, despesas, etc.; 
3) programas ou programações – são os planos que possuem caráter 
temporal, ou seja, são relacionados ao tempo de execução e a seu 
momento durante o ano. Os mais utilizados são os cronogramas e o 
“Gráfico de Gantt”; 
4) regras ou regulamentos – são planos operacionais feitos para 
administração de postura e comportamentos das pessoas envolvidas com 
a empresa. 
 
 
2.2 ORGANIZAÇÃO 
 
 
A palavra organização pode assumir vários significados: 
1) organização como uma entidade social – é aquela que é direcionada 
para objetivos específicos, sendo deliberadamente estruturada, formada 
por pessoas e com a intenção de alcançar objetivos e resultados. Assim 
sendo, se aplica a todos os tipos de organizações, como empresas, 
bancos, hospitais, clubes, igrejas, podendo ter características de 
organização formal (organismo efetivo que possui as suas características 
próprias, com organograma, objetivos, etc.) e a organização informal (que 
surge dentro da organização formal, sendo formada pelos seus integrantes, 
por intermédio de relacionamentos entre os mesmos com o intuito de 
alcançar algum objetivo, ou resultado, que seja comum ao grupo). Nesse 
contexto, qualquer organização esportiva, de qual nível for, é participante 
de um contexto social, sendo considerada uma entidade social. Para tanto, 
todos os clubes de futebol, clubes sociais em cidades, academias, 
instituições que operam com o esporte, de forma ampla e geral, são 
caracterizadas como organizações esportivas; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
2) organização como função administrativa – nesse sentido, 
organização é o ato de organizar e estruturar os recursos e os seus devidos 
setores e departamentos designados para a realização das atividades, além 
de realizar a divisão do trabalho, a criação de setores, departamentos, 
cargos e funções, além de designar os aspectos relacionados à 
responsabilidade e autoridade aos diversos cargos. 
 
 
2.3 DIREÇÃO 
 
 
A direção é a função administrativa que visa à execução dos processos que 
são definidos pelo planejamento e organização. Dessa maneira, a direção está 
envolvida com a ação das rotinas que são necessárias para que se atinjam os 
objetivos que são propostos nas funções anteriores. 
Também está relacionada ao acompanhamento das pessoas e de suas 
respectivas atividades, responsabilidades e à autoridade que deve ser exercida, bem 
como todas as ações que podem conduzir as pessoas para que os objetivos 
empresariais sejam alcançados. 
Dessa maneira, dirigir é uma função que fica caracterizada aos gestores, 
que necessitam entender e interpretar os objetivos estratégicos e transmiti -los 
aos demais níveis organizacionais, como forma de poder estimular todas as 
pessoas que ocupam cargos a se comprometerem a alcançar os objetivos que a 
empresa almeja. Dentro da gestão esportiva, os gestores precisam acompanhar 
todas as atividades que acontecem na sua organização esportiva, como meio de 
conseguir atingir os objetivos da mesma. Esse acompanhamento e coordenação 
dos esforços é a direção, que pode acontecer em todos os níveis hierárquicos na 
organização esportiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
2.4 CONTROLE 
 
 
A função controle possui a finalidade de garantir que os resultados atingidos 
sejam iguais ou superiores ao que fora planejado. Assim sendo, o controle é uma 
função que ocorre em paralelo ao planejamento e execução, sendo desenvolvido 
para que se possa acompanhar como as atividades que estão sendo realizadas 
estão atingindo os resultados que são esperados. 
Dessa maneira, o controle pode ser realizado por meio de quatro fases: 
1) estabelecimento de padrões ou critérios – os padrões e critérios são 
parâmetros que são instituídos pela organização como forma de mensurar o 
alcance dos objetivos propostos, ou seja, são todos os meios, como metas, 
quantidade gasta, custos, quantidade a ser entregue, etc. como forma de 
poder mensurar quantitativamente algum objetivo, e assim, poder realizar o 
controle; 
2) observação do desempenho – o segundo passo para a efetiva ação do 
controle consta de analisar o desempenho que está sendo realizado, como 
forma de coleta primária de informações, visando à análise comparativa com 
os padrões planejados e expostos com a criação de critérios e padrões de 
medição dos desempenhos; 
3) comparação do desempenho com o padrão estabelecido – esta fase 
consta de analisar o que foi observado como sendo o real executado e o que 
se foi estipulado na fase de critérios e padrões, bem como tudo que fora 
realizado na fase de planejamento; 
4) ação corretiva – por fim, nessa fase são desenvolvidos e aplicados 
ações que busquem corrigir todos os desempenhos produzidos que estão 
em desacordo com os critérios e padrões, visando atingir esses resultados. 
Assim sendo, de posse das fases anteriores, torna-se necessário que sejam 
feitas ações que corrijam o mau desempenho e produzam os resultados que 
são almejados pela empresa. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
 
 
3 ANÁLISES DA “MATRIZ FOFA” 
 
 
FIGURA 6 - MATRIZ FOFA 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/C35uDN>. Acesso em: 24 abr. 2013. 
 
 
A chamada matriz FOFA, ou análise SWOT, é uma das mais tradicionais e 
conhecidas ferramentas de planejamento e controle de gestão, seja em empresas, 
instituições filantrópicas, órgãos governamentais e organizações esportivas. É uma 
análise muito simples de ser realizada e construída e que fornece grandes 
oportunidades de análises, pela sua abrangência e pela disposição de informações 
que se consegue agrupar na construção dessa ferramenta. 
Assim sendo, a análise FOFA, ou SWOT, consta da descrição de quatroaspectos que são primordiais para a análise da situação em que a organização 
esportiva se encontra, bem como sobre todo o ambiente externo que a influencia. 
De forma prática, a análise FOFA consta de analisar as Forças, 
Oportunidades, Fraquezas e Ameaças que influenciam o ambiente da organização 
que opera com o esporte, em qual nível ou tipo for a sua atuação de onde acabam 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
fornecendo subsídios para que a mesma possa definir as suas estratégias para o 
alcance dos objetivos. 
A funcionalidade dessa ferramenta é que ela demonstra a análise interna da 
organização do esporte, como de um time de futebol, ou equipe de ginástica, 
expondo como são os aspectos internos da mesma, por meio das forças e 
fraquezas, e também uma segunda análise do ambiente externo, onde são expostas 
as oportunidades e ameaças que interferem no processo de negócios da mesma, 
como é demonstrado pela Figura 7, a seguir. 
 
 
FIGURA 7 - MATRIZ FOFA 
 
FONTE: Maximiano, 2000. 
 
 
Assim sendo, quando uma organização esportiva como um time de futebol, 
por exemplo, pretende analisar a sua atuação no mercado e como desenvolver-se, 
buscando atingir os mais diversos objetivos, pode-se utilizar da análise FOFA, pois 
esta análise deve ser realizada considerando-se os ambientes interno e externo 
daquele clube, que são os dois impactantes no seu negócio. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
No contexto do ambiente interno estão descritos todos os aspectos que são 
desenvolvidos dentro da organização, como as relações de trabalho entre o clube de 
futebol e seus funcionários, a descrição das máquinas e equipamentos que são 
necessários para que o negócio da mesma ocorra, como são os produtos e serviços 
oferecidos aos mercados em que atua, entre outros aspectos. 
Dessa maneira, o clube esportista consegue visualizar como são 
desenvolvidos os aspectos somente dentro do mesmo, traçando os seus pontos 
fortes e fracos, baseados nessa análise. Os pontos fortes são aqueles em que o 
clube se destaca, onde o mesmo consegue desempenhar alguns aspectos com 
excelência, com grande vantagem competitiva e agregação de valor. 
A descrição dos pontos fortes oferece à empresa o detalhamento de todos 
os aspectos em que o clube consegue ser o melhor, consegue desempenhar 
atividades, relações, produtos, serviços, processos de forma como nenhum outro 
pode fazer, sendo realmente, a sua força, a sua fortaleza. Entre esses aspectos, 
encontram-se as parcerias, relações de confiabilidade, competências desenvolvidas, 
entre outros inúmeros pontos fortes que podem acontecer. 
Dentro do contexto de análise, na análise ambiental interna também podem 
ser detalhados quais são os pontos fracos que o clube de futebol possui, ou seja, 
quais os aspectos internos que impactam negativamente os negócios do mesmo, ou 
que ele realiza de forma negativa, ou que não pratica, mas deveria fazer como fator 
de agregação de valor ao seu negócio. 
Dessa maneira, os pontos fracos podem ser lacunas que devem ser 
preenchidas, ou aspectos que a organização esportiva necessita melhorar, como 
qualidade nos produtos e serviços, treinamento e aperfeiçoamento da mão de obra, 
aumento da produtividade, redução de custos produtivos, etc. 
O ideal é que os pontos fortes sejam melhorados, tornando-se mais fortes 
ainda, como fator de competitividade, onde a entidade esportiva possa obter um 
verdadeiro diferencial com esses fatores, e que os pontos fracos sejam melhorados, 
de forma a diminuir o seu impacto e poder transformá-los em pontos fortes, 
agregando valor para o negócio do clube ou outro tipo de entidade do esporte. 
Por outro lado, na análise do ambiente externo, a organização esportiva 
necessita descrever como ela é impactada pelos fatores que afetam o mercado onde 
ela atua, como por exemplo, descrevendo as relações com os fornecedores e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
parceiros, como acontece o impacto causado pelos concorrentes, como é a atuação 
do governo e de outros fatores externos a mesma, como as diversas políticas 
econômicas, a legislação global, em todos os aspectos, as políticas e atuação 
governamentais, as transformações demográficas, as mudanças tecnológicas, a 
atuação social e cultural dos seus clientes, entre outros aspectos. 
Desse modo, ao analisar o aspecto oportunidade, da matriz FOFA, a 
entidade esportiva necessita analisar nesse macroambiente externo quais são as 
situações que irão acontecer, ou que poderão acontecer, e que a mesma poderá 
obter algumas vantagens ao seu negócio, em virtude dessa ocorrência. 
 
 
FIGURA 8 - FECHANDO NEGÓCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
Por exemplo, para as empresas brasileiras que estão envolvidas com o 
esporte, duas grandes oportunidades de negócios são a Copa do Mundo 2014 e as 
Olimpíadas 2016, que são eventos que poderão oferecer enormes chances de 
realização de novos negócios e ganhos extras ao negócio principal que as empresas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
desenvolvem. Dessa maneira, as oportunidades são aspectos que irão acontecer e 
que podem gerar ganhos, agregação de valor e outros diferenciais para a empresa 
que está fazendo a análise. 
Em contrapartida, as ameaças são aspectos do ambiente externo que 
podem vir a atrapalhar o negócio dessas empresas ou organizações do esporte, ou 
mesmo reduzir os seus ganhos, a participação de mercado e o atingimento de 
objetivos empresariais que foram traçados. 
Assim sendo, as empresas e demais organizações esportivas que 
desenvolvem a análise necessitam atentar para todos os tipos de ameaças que 
podem surgir ao negócio. 
Da mesma forma, as ameaças podem surgir desde as relações com os 
fornecedores e parceiros, por exemplo, quando o clube de futebol que estamos 
citando é dependente completamente de um único jogador, ou de um único 
fornecedor de produtos esportivos, onde qualquer avaria no mesmo interrompe o 
processo empresarial do clube, como também sobre os impactos causados pelos 
concorrentes, que podem inovar com novos produtos e serviços, novos diferenciais 
que afetarão os clientes e poderão diminuir os ganhos da organização esportiva, 
além da atuação do governo e de outros fatores externos à mesma, como as 
políticas econômicas, a legislação global em todos os aspectos, as políticas e 
atuação governamentais, as transformações demográficas, as mudanças 
tecnológicas, a atuação social e cultural dos seus clientes, entre outros aspectos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No link a seguir, você tem como tema “Futebol: A importância das 
ferramentas de gestão para o sucesso do negócio”, de 
P.L.Lobato, T.R.Dias, M.M.Teixeira, onde é proposto um modelo 
de gestão no sentido de tratar um clube de esporte como 
qualquer outro tipo de organização. 
Acesse. Disponível em: <http://goo.gl/oseiXn>. Acesso em: 23 
abr. 2013. 
 
 
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 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
 
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 24 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
GESTÃO ESPORTIVA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
 
MÓDULO II 
 
 
4 MATEMÁTICA FINANCEIRA E CONTABILIDADE 
 
 
A contabilidade é uma ciência que estuda as alterações acontecidascom o 
patrimônio, representando-as de forma gráfica, demonstrando as variações para a 
análise e tomada de decisões, além de determinar como acontecem a interpretação, 
análise e auditorias, servindo como parâmetro para a tomada de decisões da 
empresa no tocante aos seus negócios empresariais e aos objetivos desejados. 
A matemática financeira, como um braço da ciência matemática, busca 
identificar as diversas formas de se poder calcular as ações financeiras que ocorrem 
nos mercados de atuação das empresas e que servem de delineador para as 
decisões financeiras, econômicas e contábeis que as mesmas possam realizar no 
processo empresarial que desempenham. 
 
 
FIGURA 9 - CONTADOR TRABALHANDO 
 
FONTE: Disponível em:<http://goo.gl/6JwyYo>. Acesso em: 2 mar. 2013. 
 
 
 
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 27 
 
 
5 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
 
 
A contabilidade possui algumas funções importantes, que são desenvolvidas 
para que os objetivos da mesma sejam atingidos e realizados. As principais funções 
são registrar todos os fatos que acontecem na organização esportiva envolvendo os 
aspectos financeiros e contábeis para que a mesma tenha as diversas informações 
que lhe são necessárias para a tomada de decisão. 
Além do registro, a contabilidade necessita organizar todas essas 
informações e demonstrá-las, ou seja, é necessário que as informações que forem 
sendo obtidas pela contabilidade sejam expostas para os diversos “atores” que 
utilizarão as mesmas. 
Assim sendo, esses atores, ou usuários da contabilidade, que podem ser os 
donos ou acionistas das organizações esportivas, além de fornecedores, parceiros, 
governo, entre outros, estarão desenvolvendo análises, sejam econômicas, 
financeiras, contábeis, de custos, etc., para poder visualizar a situação da mesma, 
seja presente, passada ou futura, a fim de poder tomar decisões que produzam o 
alcance dos objetivos empresariais que são desejados. 
Dentro do contexto, a contabilidade se divide em contabilidade pública (que 
é responsável pelo estudo, registro, demonstrações e análises dos fatos ocorridos 
pelas pessoas de direito públicas e as alterações no patrimônio de instituições 
públicas, visando atender aos usuários que necessitam dessas informações, como 
o governo, seja federal, estadual ou municipal, como atendimento aos padrões de 
orçamento, ou financeiro, ou tributário ou patrimonial, da referida instituição 
pública), e contabilidade privada, que desenvolve todas as suas funções em 
empresas e demais organizações, como as organizações do esporte, tanto de 
cunho privado, ou particular. 
Desta forma, a contabilidade é a ferramenta que a organização esportiva, ou 
outro tipo de organização, possui para expor aos diversos atores do processo 
empresarial, todas as ações, fatos e modificações que ocorrem na mesma, e no seu 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
patrimônio, em função das diversas atividades que a organização realiza nesse 
mercado, com o intuito de buscar os seus objetivos. 
Portanto, a contabilidade é o órgão que explicita aos fornecedores, bancos, 
governos, sindicatos, investidores, concorrentes, entre outros, todos os fatos que 
acontecem na mesma na realização de suas atividades empresarias e as 
consequências dessas ações no negócio da mesma e de todo esse ambiente geral, 
como é exposto pela Figura 10. 
 
 
FIGURA 10 - RELAÇÕES DA CONTABILIDADE E DAS EMPRESAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/pfxAsc>. Acesso em: 2 mar. 2013. 
 
 
Dentro desse contexto, pode-se afirmar que a contabilidade é uma 
importante ferramenta gerencial, pois ela possibilita o fornecimento de informações 
para a tomada de decisão aos níveis estratégicos e táticos das organizações 
esportivas em todos os seus aspectos, principalmente àqueles que modificam o 
patrimônio da mesma. 
Dessa maneira, o escopo do estudo da contabilidade interpreta que as 
organizações que operam com o esporte podem ter três tipos de componentes que 
podem modificar o seu patrimônio e que são objetos do seu estudo, que são os 
bens, os direitos e as obrigações. Os bens são todos os produtos materiais que a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
empresa possui e utiliza em suas atividades empresariais, sendo classificados em 
tangíveis e intangíveis. 
Os bens tangíveis envolvem todos os equipamentos, máquinas, produtos, 
embalagens, construções, veículos, entre outros, sendo bens tangíveis aqueles que 
são bens materiais, como as máquinas, veículos, equipamentos, etc. e bens 
intangíveis são aqueles subjetivos, abstratos, mas que exercem importante influência 
no processo empresarial das organizações, como as marcas, patentes, etc. 
 
 
FIGURA 11 - CONTADOR MONTANDO PLANILHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Arquivo portal Educação. 
 
 
Da mesma forma, os direitos são os componentes que influenciam no 
processo empresarial, modificando o patrimônio das organizações, pois tendem a 
transformar-se em bens no curto ou no longo prazos. Assim sendo, os direitos 
são todos os benefícios financeiros que as organizações esportivas irão utilizar 
no seu processo empresarial, mas que ainda não são bens e nem estão à 
disposição da mesma, sendo que somente poderão ser utilizados em 
determinado período futuro de tempo. 
Portanto, as organizações esportivas possuem o “direito” sobre determinado 
bem, ou outro tipo, mas somente no tempo futuro. Por exemplo, uma organização 
esportiva faz uma venda de produtos e serviços aos seus consumidores e recebe 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
como pagamento pelos mesmos um cheque pré-datado para 30 dias, ou seja, o 
cliente comprou as mercadorias e pagou com um cheque, mas o valor financeiro 
exposto pelo mesmo só poderá ser utilizado pela organização esportiva que vendeu 
as mercadorias no dia exposto no cheque, daqui a 30 dias. 
Dessa maneira, a organização esportiva que vendeu os produtos possui o 
direito de ter o cheque em suas mãos no momento da venda, mas de usufruir desse 
direito no tempo futuro de 30 dias. Desse modo, ao passar-se os 30 dias, o cheque é 
descontado e a organização esportiva terá o dinheiro em suas mãos, que passa a 
ser um bem, e a empresa destinará da melhor maneira que acredita. 
Por outro lado, as obrigações são todos os compromissos que uma 
organização esportiva, ou outro tipo de organização, possui com os seus 
fornecedores, principalmente, e com outros atores, como o governo, clientes, etc. 
Desse modo, as obrigações são todos os compromissos financeiros que a 
organização esportiva necessita pagar, ou desembolsar os seus recursos, no 
cumprimento de seus deveres pelos atos que forem realizados no seu processo 
empresarial de negócios para que consiga obter os seus objetivos. 
Por exemplo, se uma empresa é fabricante de pães e adquire farinha de 
trigo de um fornecedor, além de ter alguns funcionários que fabricam os pães, entre 
outros aspectos, a empresa necessita pagar ao fornecedor pela farinha adquirida, ou 
seja, a empresa compra a farinha de trigo do seu fornecedor e precisa pagar-lhe em 
dinheiro pelo produto, assim como necessita pagar o salário e demais encargos aos 
seus funcionários, bem como o pagamento de impostos ao governo, etc. 
Nesse contexto, todos esses pagamentos constituem as obrigações da 
empresa, que podem ser à vista ou a prazo, podendo ainda ser no curto, médio ou 
longo prazos, bem como serem pagamento completos ou parcelados. 
Após estas explicações, pode-se expor o contexto como esses princípios 
são tratados no escopo da contabilidade, ou seja, a contabilidade define os bens, 
direitos e obrigações como sendo todos os componentes que formam o seu 
patrimônio. Dessa maneira, todas as alterações que modifiquem esse patrimônio 
são objetos de estudo da contabilidade. Nesse contexto, os bens e direitos são 
classificados pela contabilidade como sendo os ativos da organização esportiva, ou 
seja, todos os bens e direitos que a mesma possui emdeterminado período de 
tempo são os seus ativos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
Por outro lado, todas as obrigações que a mesma possui, sejam para 
realizar-se no curto, médio ou longo prazos, são chamados de passivo. 
Outro componente surge nessa análise, que é o patrimônio líquido, que 
consta de alguns valores específicos como o capital subscrito, que é o capital que 
inicia uma organização esportiva, além de lucros ou prejuízos acumulados, reservas 
de capital, entre outros. 
Assim sendo, o patrimônio da empresa consta da união do ativo, passivo e 
patrimônio líquido, como é exposto na Figura 12: 
 
 
FIGURA 12 - DIVISÕES DA ANÁLISE CONTÁBIL 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/DfQzxb.>. Acesso em: 2 mar. 2013. 
 
 
Pode-se perceber que a representação gráfica dos componentes do 
patrimônio de uma empresa esportiva (ativo, passivo e patrimônio líquido) segue 
uma lógica de atuação, onde se pode visualizar que o ativo localiza-se no lado 
esquerdo do gráfico, enquanto o passivo e o patrimônio líquido ficam do lado direito. 
Essa caracterização é feita intencionalmente, pois na descrição dos 
objetivos da contabilidade é exposto que todo ativo deve ser igual à soma do 
passivo com o patrimônio líquido da mesma. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
Dessa forma, para os efeitos de contabilizações, deve-se seguir a orientação 
exposta pelo gráfico, onde os valores totais do ativo necessitam ser balanceados 
com os valores totais do passivo e patrimônio líquido, ou seja, a soma de passivo 
total e patrimônio líquido total necessita ser o mesmo valor do ativo total. 
Dentro desse contexto, existem diversos componentes para os ativos, 
passivos e patrimônio líquido, que são descritos a seguir: 
1) ativo circulante – são os componentes do ativo que serão utilizados no 
curto prazo, ou seja, dentro do respectivo ano-fiscal e serão transformados 
em dinheiro. Podem ser subdivididos em ativo circulante disponível (onde 
estão o caixa da empresa, as contas em bancos, por exemplo), realizável 
em curto prazo (são os direitos que a empresa irá receber no curto prazo, 
como duplicatas e cheques pré-datados) e estoques (que representam os 
produtos que estão sendo armazenados pela empresa para uso em algum 
momento futuro); 
2) ativo realizável a longo prazo – esse item do ativo diz respeito a todos 
os direitos que a empresa irá receber no médio e longo prazos, ou seja, 
após o ano fiscal em destaque, como por exemplo, duplicatas a receber com 
mais de um ano de prazo; 
3) ativo permanente – é o componente do ativo que corresponde aos bens 
que são fixos, sendo subdivididos em ativo permanente investimentos (que 
compreendem os investimentos que os donos ou acionistas realizam na 
empresa) e o ativo permanente imobilizados (que são os bens materiais 
imóveis e moveis, como construções, veículos, maquinas, equipamentos, 
entre outros). 
Da mesma forma, para o grupo de contas do passivo, também existem 
alguns constituintes desse grupo de obrigações, que são classificados em: 
1) passivo circulante – é o componente do passivo formado por todas as 
obrigações com prazo de vencimento dentro do ano fiscal em destaque, ou 
seja, dentro do ano que se está analisando e construindo a contabilidade; 
2) passivo exigível a longo prazo – é o componente que representa todas 
as obrigações que deverão ser pagas após o término do ano fiscal em 
destaque, como por exemplo, os empréstimos bancários e os 
financiamentos; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
Também para o patrimônio líquido, que é a conta que representa o capital 
que pertence aos proprietários, pode-se subdividi-los em: 
1) capital social – que corresponde ao valor subscrito, ou seja, o valor do 
capital que fora investido inicialmente na constituição da empresa, além de 
outros valores que ainda serão usados pelos sócios ou acionistas; 
2) lucros ou prejuízos acumulados – são aqueles que registram os 
resultados acumulados pela organização nos diversos períodos. 
 
 
6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
 
FIGURA 13 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/sVjS6V>. Acesso em: 2 mar. 2013. 
 
 
As demonstrações contábeis formam um instrumento auxiliar no processo de 
execução da contabilidade, pois é por meio desta importante ferramenta que se 
podem tomar as decisões empresariais que são pertinentes, pois são as 
demonstrações que fornecem as informações necessárias para que se possam fazer 
as análises econômicas, financeiras e contábeis para visualizar e interpretar a 
situação patrimonial da empresa, e assim, poder interferir no processo tomando as 
decisões que são peculiares para o alcance dos objetivos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
Dessa maneira, existem as demonstrações contábeis que são obrigatórias 
pela legislação do país, onde as organizações esportivas, dependendo de sua 
atuação no mercado, porte, tamanho e função econômica, são obrigadas a 
apresentarem esses demonstrativos ao governo, nas diversas esferas, seja 
nacional, estadual e municipal, como também aos acionistas e público em geral, no 
caso de empresas de capital aberto (sociedades anônimas). 
Existem outras demonstrações que não são obrigatórios, mas que auxiliam no 
processo de tomada de decisão, sendo utilizadas principalmente pelos gestores das 
organizações esportivas para a tomada de decisão da empresa, como na Figura 14. 
 
 
FIGURA 14 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
FONTE: Disponível em: <http://contabilizandoomundo.blogspot.com.br/2009/08/contabilidade-
distancia-modulo-ii.html>. Acesso em: 2 mar. 2013. 
 
 
Os principais demonstrativos contábeis que as organizações esportivas 
necessitam desenvolver, seja para atender a legislação que acaba obrigando a sua 
construção, seja para utilização como ferramenta de gestão e de tomada de 
decisões, são o balanço patrimonial e o demonstrativo do resultado do exercício. 
O balanço patrimonial é um demonstrativo onde são expostos todos os 
componentes do patrimônio de uma empresa esportiva e o resultado final ocorrido 
em cada um desses componentes, sendo descritos cada item do ativo, do passivo e 
do patrimônio líquido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
Geralmente, o balanço patrimonial é construído ao longo do ano, expondo 
todas as atividades que são desenvolvidas e que afetam o patrimônio da mesma, e 
somente no final do ano fiscal essas informações são todas consolidadas e expostas 
no balanço patrimonial final correspondente ao ano em destaque. 
A seguir, como exemplo, é exposto na Figura 15, o Balanço Patrimonial da 
Sociedade Esportiva do Gama no ano fiscal de 2012, encerrado em 31 de 
dezembro de 2012. 
 
 
FIGURA 15 - BALANÇO PATRIMONIAL DO GAMA 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/mbjKW0>. Acesso em: 3 mar. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
Uma importante ferramenta complementar, e que serve de subsídio para a 
elaboração do Balanço Patrimonial é o Balancete de Verificação, que consta de um 
demonstrativo derivado do Livro Razão, onde são extraídos todos os saldos das 
diversas contas que foram lançados naquele livro. Com os resultados do Balancete 
de Verificação, que geralmente são mensais, é construído o Balanço Patrimonial. 
Outra demonstração contábil importante e necessária para as organizações 
esportivas diz respeito ao Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). Mas, 
antes de expor-se sobre o DRE, torna-se necessário apresentar os conceitos de 
Receitas e Despesas. 
As receitas são todas as formas que as organizações esportivas auferem 
para aumentar o seu patrimônio, obtendo os respectivos ganhos. As receitas são 
provenientes de vendas, sendo muitas vezes confundidas com as mesmas, onde 
vendas apresentam-se como receitas. Porém, as receitas podem ser obtidas de 
outras formas, como os ganhos financeiros em investimentos, por exemplo. 
Por outro lado, as despesas e custos são todos os gastos que a empresa 
desenvolve para poder obteras receitas. Dessa maneira, as despesas são aquelas 
que diminuem o patrimônio da organização esportiva, como por exemplo, o 
pagamento de fornecedores e de salários. 
Diante do exposto, pode-se elucidar o conceito de lucro e prejuízo, que são 
obtidos como sendo o resultado final do processo de obtenção de receitas e as 
despesas necessárias para tal. Dessa forma, 
 
 
RESULTADO = RECEITAS - DESPESAS 
 
 
Se o resultado final for positivo, ou seja, as receitas forem maiores que as 
despesas, a empresa obteve, ou produziu, o chamado Lucro. Se as despesas forem 
maiores que as receitas, o resultado final é negativo e a empresa produziu o 
chamado Prejuízo. 
A segunda demonstração contábil que é utilizada pelas organizações refere-
se ao chamado Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), que é uma 
ferramenta complementar ao balanço patrimonial e que descreve o resultado final 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
que a organização esportiva alcançou no respectivo ano fiscal, expondo se esse 
resultado foi positivo, produzindo lucros, ou foi negativo gerando prejuízos. 
Assim sendo, com o DRE é possível analisar se a empresa obteve um bom 
desempenho financeiro, econômico e contábil, ou não, tendo resultados ruins e 
negativos. No entanto, também são demonstrados todos os resultados que foram 
gerados, como as receitas e as principais despesas, como impostos, despesas para 
a produção, despesas indiretas, etc. 
A seguir, a Tabela 1 expõe um exemplo de Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE). 
 
 
TABELA 1 - MODELO DE DRE 
Demonstração do Resultado 31/12/2012 
Receita de Venda de Bens e/ou Serviços R$ 394.916.000 
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -R$ 312.882.000 
Resultado Bruto R$ 82.034.000 
Despesas/Receitas Operacionais -R$ 46.238.000 
Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos R$ 35.796.000 
Resultado Financeiro -R$ 32.192.000 
Receitas Financeiras R$ 61.049.000 
Despesas Financeiras -R$ 93.241.000 
Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro R$ 3.604.000 
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro R$ 3.706.000 
Corrente R$ 2.481.000 
Diferido R$ 1.225.000 
Lucro/Prejuízo Consolidado do Período R$ 7.310.000 
FONTE: Do Autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
7 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
FIGURA 16 - PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA 
 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
Pelo exposto anteriormente, pode-se perceber que o patrimônio líquido da 
organização está em constante movimentação e mudanças, ocorrendo interferência 
a todo o momento nos mesmos, sejam para adicionar valores, aumentando o seu 
valor final, geralmente por meio de vendas, receitas e recebimentos, ou então 
diminuindo os valores do mesmo, com a realização de pagamentos de despesas e 
custos dos mais diversos. 
Desse modo, podem ocorrer cinco situações que alteram, ou modificam o 
patrimônio líquido de uma organização esportiva, que são mostrados a seguir: 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) o ativo é maior que o passivo – nesse caso, o patrimônio líquido 
se torna maior que zero, indicando a existência de riqueza patrimonial. 
2) o ativo é maior que o passivo e o passivo é igual a zero – nessa 
situação é mostrado que o patrimônio líquido é maior que zero, o que 
demonstra inexistência de dívidas. 
3) o ativo é igual ao passivo – nesse caso, o patrimônio líquido se 
torna igual a zero, fato que mostra a inexistência de riqueza própria. 
4) o passivo é maior do que o ativo – assim sendo, o patrimônio 
líquido se torna menor que zero, e mostra que existe uma situação 
financeira ruim e a existência de passivo a descoberto. 
5) o passivo é maior do que o ativo, e o ativo é igual a zero – 
mostrando que o patrimônio líquido é menor que zero, e isso expõe que 
a situação financeira é horrível, com a inexistência de bens e direitos, 
possuindo somente obrigações. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
 
 
8 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO 
 
 
FIGURA 17 - DINHEIRO 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/wwElR2>. Acesso em: 3 mar. 2013. 
 
 
Após ter-se exposto as ferramentas contábeis utilizadas pelas organizações 
esportivas, por meio de todas as funções da contabilidade, e da exposição das 
demonstrações contábeis, principalmente o balanço patrimonial e o demonstrativo 
do resultado do exercício, algumas análises são necessárias para que essas 
ferramentas possam levar à perfeita tomada de decisões empresariais, visando 
alcançar os objetivos que as organizações esportivas traçam e determinam em seu 
planejamento estratégico. 
Assim sendo, não adianta ter um balanço patrimonial muito bem construído, 
formatado e organizado, além de se fazer um demonstrativo do resultado do 
exercício muito eficiente, que expõe os resultados que a organização auferiu, se 
esses dados não puderem ser analisados e servirem para a interpretação da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
realidade que a organização esportiva vivencia, possibilitando as decisões visando 
alcançar os objetivos. 
Para tal, algumas análises são possíveis para poder interpretar a situação da 
mesma, para que os gestores realmente entendam como ela se encontra, e se a 
organização do esporte está caminhando para o alcance dos objetivos, ou se a 
mesma está indo na direção errada dos objetivos traçados e não está alcançando os 
resultados esperados. 
Portanto, a análise econômico-financeira possibilita demonstrar essa 
interpretação, que é realizada por intermédio da obtenção de alguns índices que 
expõem a realidade vivenciada pela empresa esportiva naquele período. 
A análise econômica e financeira é conseguida pela obtenção de índices, 
onde os principais são: 
 
 
8.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
 
 
São os índices que demonstram a capacidade das organizações esportivas 
de produzir capital no curto prazo, ou seja, a capacidade que elas possuem de obter 
dinheiro rapidamente, seja por meio de seu caixa, ou por aplicações em bancos e 
contas-investimentos, estoques e outros tipos de formas de ter-se os recursos físicos 
a disposição da mesma. 
A liquidez pode ser analisada e medida por meio dos seguintes índices: 
 
 
8.1.1 Índice de liquidez corrente 
 
 
Determina quanto a organização esportiva dispõe de recursos disponíveis a 
curto prazo para cada um real de dívidas no curto prazo, ou seja, quanto a mesma 
possui de recursos para utilização rápida em relação às obrigações de curto prazo. 
É calculado pela fórmula: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 
LC = (AC - DA) / (PC) 
 
onde 
LC: Liquidez Corrente 
AC: Ativo Circulante 
DA: Despesas Antecipadas 
PC: Passivo Circulante 
 
 
8.1.2 Índice de liquidez seca 
 
 
O índice de liquidez seca mostra a capacidade de pagamento de obrigações 
no curto prazo, desconsiderando-se os valores que estão nos estoques, ou seja, 
mostra a capacidade de pagamentos de dívidas no curto prazo sem a utilização dos 
estoques, somente com valores financeiros disponibilizados em caixa, ou outras 
aplicações financeiras. 
É obtido pelo cálculo da fórmula: 
 
LS = (AC - DA - E) / (PC) 
 
onde 
LS: Liquidez Seca 
AC: Ativo Circulante 
DA: Despesas Antecipadas 
E: Estoques 
PC: Passivo 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
 
8.1.3 Índice de liquidez geral 
 
 
O índice de liquidez geral expõe a capacidade de pagamento de obrigações 
no longo prazo de uma organização esportiva, ou seja, em períodos maiores que um 
ano. Dessa maneira, pode-se visualizar como a organização esportiva irá cumprir as 
suas obrigações nos momentos futuros, de prazos maiores. 
Geralmente, esses compromissos são aqueles obtidos por empréstimos e 
financiamentos, que levam mais de um ano para serem totalmente amortizados. 
Dessa maneira, por meio do cálculo desseíndice, consegue-se visualizar a 
capacidade de pagamento desses compromissos, para cada um real de dívidas e 
compromissos no longo prazo. 
É obtido pela fórmula a seguir: 
 
LG = (AC + RLP) / (PC + ELP) 
 
onde 
LS: Liquidez Geral 
AC: Ativo Circulante 
RLP: Realizável a Longo Prazos 
ELP: Exigível a Longo Prazo 
PC: Passivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
Além dos índices de liquidez, também são utilizados os índices de 
lucratividade, que medem e indicam a capacidade da empresa em obter ganhos 
financeiros, ou seja, de produzir lucro. Os principais são: 
 
 
8.2 MARGEM BRUTA 
 
 
É a relação entre o lucro bruto obtido pelo valor total das vendas, 
demonstrando a capacidade da organização esportiva em gerar lucros brutos. 
 
MB = (Lucro Bruto / Vendas Líquidas) x 100 
 
A margem bruta (MB) demonstra a capacidade da organização esportiva em 
transformar receitas em lucro bruto. 
 
 
8.3 MARGEM LÍQUIDA 
 
 
A margem líquida é semelhante ao contexto da margem bruta, sendo que 
nesse índice, é analisada a capacidade da organização esportiva em produzir 
receitas e lucros após os pagamentos das obrigações, demonstrando o lucro líquido, 
ou seja, aquele lucro que fica disponível após o pagamento de todas as obrigações. 
É exposto pela fórmula a seguir: 
 
ML = (Lucro Líquido / Vendas Líquidas) x 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
Por fim, também são utilizados os chamados índices de rentabilidade, que 
demonstram a rentabilidade que é produzida pelo negócio que a organização 
esportiva desempenha. Os principais índices de rentabilidade são: 
 
 
8.4 RENTABILIDADE DO ATIVO TOTAL 
 
 
É a taxa que indica a rentabilidade que a organização do esporte produz 
para cada um real de investimento realizado. É expresso pela fórmula a seguir e os 
valores são demonstrados em percentuais: 
 
RA = (Lucro Líquido / Ativo Total) x 100 
 
 
8.5 RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO 
 
 
Essa taxa expõe qual o valor que a organização esportiva produz de lucro 
liquido para cada um real de seu capital próprio, sendo valores percentuais, 
expressos pela fórmula a seguir: 
 
RCP = (Lucro Líquido / Patrimônio Liquido) x 100 
 
 
8.6 PARTICIPAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
Por último, o índice de participação do patrimônio líquido expõe quanto do 
ativo de uma organização esportiva é financiado por recursos próprios, ou seja, qual 
o valor percentual que o patrimônio líquido obtém pelo ativo total da mesma, sendo 
expresso pela fórmula a seguir: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
PPL = (Patrimônio Liquido / Ativo Total 
 
 
9 REGIME DE JUROS SIMPLES 
 
 
FIGURA 18 - JUROS 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/SZQnLU>. Acesso em: 3 mar. 2013. 
 
 
Após termos exposto sobre a contabilidade, suas funções, papel, e as 
principais formas de demonstrações para a análise e tomada de decisões 
empresariais, iremos tratar de um assunto importante dentro desse contexto, que diz 
respeito à matemática financeira, e alguns de seus principais aspectos, que são os 
juros simples e compostos, os descontos, fluxo de caixa e amortizações. 
Para iniciar, iremos tratar dos juros simples, que são aqueles aplicados 
sobre o capital diretamente em uma transação financeira. 
Para falar de juros, é necessário expor o seu significado, onde juro é o custo 
financeiro pelo capital (dinheiro) de terceiros. Assim sendo, quando uma 
organização esportiva, ou até mesmo uma pessoa física contrai um empréstimo, ou 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
um financiamento em uma instituição bancária, o custo desse dinheiro que será 
pago ao banco, por ser o “dono” desse valor, chama-se juros. 
Dessa forma, juro nada mais é do que o custo do dinheiro que é 
emprestado, em função dessa negociação, onde uma pessoa possui o capital, no 
caso o banco, e outra pessoa necessita desse valor que não possui. Dessa maneira, 
a pessoa que contrai o empréstimo irá pagar ao banco o valor inicial, chamado de 
capital, e mais o juro, que é o “preço” ou custo desse capital. 
Dessa forma, a pessoa contratante do empréstimo irá pagar ao banco o 
capital e o juro, que são chamados de montante. 
Assim sendo, os juros simples são aqueles que incidem diretamente sobre o 
capital, podendo ser calculados pela fórmula: 
 
J = C X I X N 
 
onde 
C: é o capital inicial; 
J: indica os juros simples; 
N: é o tempo ou período de aplicação do capital 
I: é a taxa de juro unitária, ou seja, o valor percentual do juros; 
 
Nesse contexto, pode-se afirmar que o Montante é o valor correspondente 
ao capital inicial mais os juros que serão pagos ao final do período, podendo ser 
exposto pela fórmula: 
 
MONTANTE = CAPITAL INICIAL + JURO 
 
Dessa maneira, iremos expor um exemplo para facilitar o entendimento 
desse processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
 
FIGURA 19 0 APLICAÇÃO 
Uma aplicação de $500,00 foi feita por oito 
meses a uma taxa simples igual a 5% am. 
Qual o valor do resgate?
M
-500
8 meses0
i = 5% a.m.
J = C X I X N
J = 500 X 0,05 x 8
J = 200
M = C +J
M = 500 +200
M = 700
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Assim, o valor do resgate será de $ 700,00 após o período de oito meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
 
 
10 REGIME DE JUROS COMPOSTOS 
 
 
FIGURA 20 - JUROS 
 
FONTE: Arquivo Portal Educação. 
 
 
Quando se fala em juros, logo se imagina que esse atributo é o grande vilão 
das pessoas e das organizações esportivas, pois sempre que se necessita de 
utilizar-se dinheiro de terceiros, entram os juros, como fator de aumento no valor 
total a ser pago pela pessoa que emprestou o dinheiro inicialmente. 
Vimos anteriormente que os juros constam do aluguel do dinheiro, ou seja, 
do custo ou preço do dinheiro, como se fosse uma mercadoria que é vendida de 
uma pessoa para outra. 
No entanto, além do sistema de juros simples – onde o montante é 
encontrado por meio da adição de uma taxa de juros sobre o capital em determinado 
período, encontrando-se ao final desse período o montante total que o devedor deve 
pagar ao credor –, outro tipo de juros surge como sendo mais complexo e agregador 
para a pessoa credora, ou seja, a pessoa que empresta o dinheiro, e menos rentável 
para o devedor, ou a pessoa que capta o empréstimo e irá pagar por ele. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
É o chamado juro composto, que consta do acréscimo de juros não somente 
sobre o capital, em determinado período, mas é o juro incidente sobre o montante, 
ou seja, a taxa de juros é incidente sobre o capital emprestado por um período de 
tempo, que somado o valor do juro com o capital, encontra-se o valor do montante. 
No caso do juro composto, a taxa de juros é novamente aplicada sobre esse 
montante, incidindo um novo valor para o mesmo, aumentando o valor do montante 
em cada momento, ou período. 
É o chamado “juros sobre juros”, pois a taxa de juros, como é incidente 
sobre o montante, acaba incidindo sobre o capital e sobre os juros, ocasionando o 
efeito cascata, ou seja, os juros aplicam-se sobre um valor que já fora atribuído do 
mesmo e assim por diante até o final da amortização. 
Para o cálculo do juro composto, utilizam-se as seguintes fórmulas que são 
expostas na Figura 2, a seguir. 
 
 
FIGURA 21 - FÓRMULA DE JUROS COMPOSTOS 
 niVPVF  1
 ni
VF
VP


1
11
1







n
n
VP
VF
VP
VF
i
)1log(
log
i
VP
VF
n








Fórmulas de Juros Compostos
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
Dessa maneira, vamos exemplificar com exercício na Figura 22: 
 
 
FIGURA 22 - EXERCÍCIO 
Exercícios
A importância de $400,00 foi 
aplicada por 3 meses a taxa 
de 5% am, no regime de 
juros compostos. Qual o 
valor de resgate?
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
FIGURA 23 - RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 
05,463
15776,1400
3)05,1(400
3)05,01(400
1





VF
xVF
VF
VF
iVPVF
n
RESOLUÇÃO
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
Assim sendo, o cálculo foi realizado com a utilização da fórmula dada 
anteriormente, mas é possível fazer-se o referido cálculo, e outros com auxílio da 
calculadora HP 12C, que é uma calculadora financeira tradicional, muito utilizada no 
mundo todo para a realização de cálculos financeiros em todos os seus aspectos. 
A seguir, tem-se uma imagem da Calculadora HP 12C, exposta pela 
Figura 24: 
 
 
FIGURA 24 - IMAGEM DA CALCULADORA HP12C 
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Desse modo, se formos fazer o cálculo exposto anteriormente com o auxílio 
da Calculadora HP 12C, o raciocínio para tal evento é demonstrado pela Figura 25, 
a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 
 
FIGURA 25 - USO DA CALCULADORA HP 12C 
Exercícios na HP12C
A importância de $400,00 foi aplicada por 3 
meses a taxa de 5% am, no regime de juros 
compostos. Qual o valor de resgate?
3 5 400
Resposta no visor : $463,05
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Então, para fazer-se esse cálculo é necessário que se faça a sequência 
lógica de ações na calculadora para obter-se o resultado final dos juros compostos. 
Assim, primeiro deve-se apertar a tecla f, depois a tecla CLX, o botão do 
número 3, depois a tecla n, depois o botão do número 5, depois a tecla i, depois o 
valor 400, depois as teclas PV, FV e PMT, aparecendo no visor o resultado do 
cálculo procurado, que é de $ 463,05. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
11 SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS 
 
 
 
FIGURA 26 - ACONTECIMENTOS FINANCEIROS 
 
FONTE: Disponível em: <http://goo.gl/0YmCOq>. Acesso em: 4 mar. 2013. 
 
 
As séries uniformes de pagamentos são acontecimentos financeiros que 
ocorrem na grande maioria das organizações esportivas e que se referem ao 
chamado parcelamento de compras, ou seja, às compras feitas pelos consumidores, 
nas diversas modalidades, e que os pagamentos são realizados em várias parcelas 
de igual valor e em momentos semelhantes de tempo. 
Para se efetuar o cálculo dessas séries uniformes, ou parcelamentos, é 
necessária a utilização de ferramentas da matemática financeira, para conseguir-se 
obter o resultado esperado e não acumular perdas em função dos juros pagos ou 
não recebidos. 
Assim sendo, vamos expor alguns exemplos para explicar como acontece 
esse processo, começando pelo Exemplo 1, na compra de uma geladeira pelo 
senhor Pedro. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
Exemplo 1 
 
O senhor Pedro deseja comprar uma geladeira que custa R$ 1.000,00 à 
vista. A loja que está vendendo o aparelho efetua a venda do mesmo para 
pagamento em quatro parcelas iguais mensais, sem entrada, como é exposto pela 
Figura 27, a seguir: 
 
FIGURA 27 - EXEMPLO DE SÉRIES UNIFORMES 
• Pedro quer comprar uma geladeira
• Na loja, $1.000,00 a vista
• Ou … em quatro iguais mensais, sem entrada
+$1.000,00
20 1 43
-PMT
Taxa da loja?
i= 4% a.m.
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Como é mostrada, a taxa de juros mensal que a loja efetua é de 4%, e a 
mesma faz o parcelamento da geladeira em quatro parcelas sem entrada, ou seja, o 
senhor Pedro irá fazer quatro pagamentos mensais de igual valor que serão 
atribuídos ao valor total da geladeira, que custa R$ 1.000,00 à vista. 
Assim sendo, para calcular-se os valores referentes a essas parcelas, 
precisamos encontrar o prazo médio de pagamentos, bem como será o valor total 
futuro dessa transação, visto que a loja não irá receber pela geladeira apenas os R$ 
1.000,00 iniciais que a mesma custa para pagamento à vista, mas terá um 
acréscimo que consta dos juros que são atribuídos em virtude do parcelamento da 
compra em séries uniformes de pagamentos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
Dessa forma, pode-se visualizar que o prazo médio de pagamentos dessa 
compra é de 2,5 meses, pois o senhor Pedro irá pagar quatro parcelas mensais, que 
demorarão quatro meses para serem finalizadas. 
Porém, o primeiro pagamento será após 30 dias, pois a compra é feita sem o 
pagamento de uma entrada. Então, demorará cinco meses para concluir o 
pagamento total, que, dividido por 2 (cálculo do prazo médio) é igual ao prazo médio 
de 2,5 meses, como é exposto pela Figura 28. 
 
 
FIGURA 28 - EXEMPLO DE SÉRIES UNIFORMES DE PAGAMENTOS 
Pagamentos em 1, 2, 3 e 4
Prazo médio igual a 2,5
+$1.000,00
20 1 43
-PMT
i= 4% a.m.
n = 2,5
VF
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Dentro do contexto, para encontrar-se o valor do montante, ou o valor futuro 
da compra da geladeira, utilizamos a fórmula seguinte: 
 
 
 
onde 
VF: montante ou valor futuro da geladeira 
VP: valor presente ou capital inicial 
I: taxa de juros 
n: período de tempo dos pagamentos 
VF = VP (1+in) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
Assim sendo, iremos substituir os valores que possuímos e encontrar o 
montante, ou valor futuro da compra da geladeira pelo senhor Pedro, como é 
mostrado a seguir: 
 
 
FIGURA 29 - VALOR DO MONTANTE 
VF = VP (1+in)
VF = 1000 (1+0,04.2,5)
VF = 1100
Como são feitos quatro pagamentos
Pagamento = 1100/4 = $275,00
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Desse modo, o montante total que o senhor Pedro irá pagar pela geladeira 
será de R$ 1.100,00 divididos em quatro parcelas mensais de R$ 275,00. Um 
detalhe nesse contexto é que a taxa de juros não pode ser escrita em percentagem, 
tendo que ser em valores centesimais, onde se divide a taxa percentual por 100 e 
acha-se o valor centesimal para tal cálculo (4% = 4/100 = 0,04). 
No entanto, o mesmo cálculo pode ser realizado por meio da Calculadora 
HP 12C, como iremos demonstrar na sequência. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
FIGURA 30 - HP 12C 
 
FONTE: Disponível em: <http://paivaauditores.com.br/contabilidade-sp.html>. 
Acesso em: 4 mar. 2013. 
 
 
Desse modo, para fazer-se os cálculos na calculadora HP 12C é necessário 
entender quais teclas serão utilizadas, e isso é exposto a seguir, na Figura 31: 
 
 
FIGURA 31 - EXEMPLO DE CÁLCULO NA HP 12C 
• [n]: calcula o número de períodos
• [i]: calcula a taxa de juros
• [PV]: calcula o valor presente
• [PMT]: calcula a prestação
• [FV]: calcula o valor futuro
• [CHS]: troca o sinal
g Beg g Endou
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Pode-se perceber que iremos utilizar as teclas que estão na fórmula para o 
cálculo do valor futuro, como fizemos manualmente anteriormente. No entanto, outras 
teclas são usadas, como a tecla PMT, que calcula a parcela do pagamento da série. 
Também é necessário expor que usaremos duas teclas que irão “dizer” para 
a calculadora se o pagamento será “com entrada” ou “sem entrada”, que são as 
teclas “g7 (ou beg)” e “g 8 (ou end)”, como é demonstrado a seguir, pela Figura 32: 
 
 
FIGURA 32 - EXEMPLO CÁLCULO NA HP 12C 
7
BEG
8
END
Begin = Começo
Antecipado
Com entrada
Flag no visor
End = Final
Postecipado
Sem entrada
Sem Flag
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Dessa maneira, fazer o cálculo na HP12C é bem mais rápido e prático que 
na aplicação da fórmula, onde a sequência de passos é exposta pela Figura 33. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
FIGURA 33 - EXEMPLO NA HP 12C 
Exemplo na HP 12C
[f] [Reg]
1000 [PV]
4 [n]
4 [i]
+$1.000,00
20 1 43
-PMT
i= 4% a.m.
Sem entrada
END
[g] [END]
$275,49
[PMT]
 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Pelo exposto, é necessário apertar a tecla f, depois a Reg/, depois 1000 PV, 
depois 4 n, depois 4 i, depois g end, depois PMT, aí é dado ao resultado de R$ 
275,49 cada parcela da compra da geladeira. 
Agora, iremos supor que o senhor Pedro deseja fazer uma entrada, 
realizandoum pagamento no momento da compra da geladeira. E agora, como fazer 
os cálculos? É simples, veja como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
 
FIGURA 34 - CÁLCULO DE PAGAMENTO 
+$1.000,00
20 1 43
-PMT
i= 4% a.m.
n = 1,5
VF
E se os Pagamentos Fossem
Com Entrada
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
O procedimento de cálculo é o mesmo realizado como no caso do 
pagamento sem entrada, no entanto, o prazo médio é diferente, pois o tempo da 
transação muda para três meses, ao invés de cinco, como no caso anterior em 
virtude da entrada. 
Desse modo, após a entrada restarão quatro parcelas que demorarão três 
meses para serem pagas, já que a primeira parcela será no ato da compra. Assim 
sendo, o prazo médio é de 1,5 mês. 
Aplicando a fórmula temos o que é mostrado na Figura 35, a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
 
FIGURA 35 - FÓRMULA DE PAGAMENTO 
Pagamentos em 0, 1, 2 e 3
Prazo médio igual a 1,5
VF = VP (1+in)
VF = 1000 (1+0,04.1,5)
VF = 1060
Como são feitos quatro pagamentos
Pagamento = 1060/4 = $265,00
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Assim sendo, o senhor Pedro irá fazer quatro pagamentos no valor de R$ 
265,00, sendo o primeiro no ato da compra (entrada). 
Para o cálculo com a HP 12C, o procedimento é o mesmo, com o detalhe da 
entrada, ou seja, ao invés de apertar a tecla “end” iremos apertar a tecla “Beg” que 
significa “com entrada”, como é exposto pela Figura 36: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
 
 
FIGURA 36 - EXEMPLO CÁLCULO COM HP 12C 
COM ENTRADA
BEGIN
[f] [Reg]
1000 [PV]
4 [n]
4 [i]
[g] [BEG] [PMT]
$264,89
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
Esse sistema de cálculos se aplica a todos os procedimentos que 
envolvem o setor do esporte, como por exemplo, o pagamento de bens que a 
instituição do esporte adquira no mercado (bolas de futebol, uniformes, carrinhos, 
raquetes de tênis, construção de piscinas, equipamentos de musculação, etc.). As 
organizações que utilizam o esporte irão adquirir os mesmos de forma parcelada, e 
as orientações acima ilustram esse contexto, demonstrando como esses cálculos 
são realizados e desenvolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
 
12 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 
 
 
FIGURA 37 - MOEDAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://fvieira.com/>. Acesso em: 6 mar. 2013. 
 
 
No conceito de pagamentos de compromissos e obrigações, surgem os 
chamados sistemas de amortização, que constam de uma série uniforme de 
pagamentos inerentes aos tipos de pagamentos geralmente de prazos mais 
longos da realização desses pagamentos. Assim sendo, em investimentos 
financeiros que demandam o período de pagamentos com prazos longos, 
geralmente em mais de dois anos, utilizam-se dos sistemas de amortização, que 
podem ser de três maneiras: 
1) sistema americano – é caracterizado pela ocorrência dos pagamentos 
de juros de forma periódica, com a amortização do capital principal no final da 
operação. O sistema americano pode ser exemplificado como na Figura 38: 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
 
FIGURA 38 - SISTEMA AMERICANO
VP = Valor Presente
Pagamentos de Juros Periódicos
0
Sistema Americano
Pagamento do Valor Nominal
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
2) sistema francês – também chamado de tabela price. Demonstra como 
característica principal o aspecto de proporcionar pagamentos periódicos 
iguais, podendo ser exemplificado pela Figura 39, a seguir: 
 
 
FIGURA 39 - SISTEMA FRANCÊS 
VP = Valor Presente
Pagamentos de Prestações Periódicas Iguais
0
Sistema Francês
 FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
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3) sistema de amortizações constantes – possui a característica de 
apresentar pagamentos constantes do valor do capital principal, além do 
pagamento de juros e o valor das parcelas diminuírem ao longo do tempo, 
ou seja, é um sistema de amortização que inicia com um valor maior e este 
valor vai diminuindo até o final do processo de amortização. O mesmo pode 
ser exemplificado como na Figura 40. 
 
 
FIGURA 40 - SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES
VP = Valor Presente
Amortizações Iguais
0
Pagamento de Juros
Sistema de Amortizações Constantes
 
FONTE: Adaptado de BRUNI e FAMÁ, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 67 
 
 
13 MÉTODOS DE ANÁLISE DE FLUXOS DE CAIXA 
 
 
FIGURA 41 - FLUXO DE CAIXA 
 
FONTE: Disponível em: <httpgoo.gly4YbP>. Acesso em: 6 mar. 2013 
 
 
A análise do Fluxo de Caixa fornece subsídios para a construção de alguns 
índices de análise da viabilidade econômica de investimentos e projetos, e assim, 
para definir a viabilidade econômica pode-se utilizar os seguintes índices: 
1. Valor Presente Líquido (VPL) – segundo Abreu Filho et al (2007), é 
simplesmente a diferença entre o valor presente do projeto e o custo do 
projeto na data atual. O VPL positivo significa que o projeto é lucrativo, e 
VPL negativo significa que, se o projeto for implementado, trará prejuízos. O 
critério decisório diz que um projeto só deve ser realizado se o seu VPL for 
nulo ou positivo, com a utilização da Taxa Mínima de Atratividade do 
investimento (TMA), ou seja, a taxa mínima para que o projeto seja 
considerado rentável. Assim sendo, para esse estudo adotar-se-ia a Taxa 
Mínima de Atratividade do investimento (TMA) no valor de 15% para todas 
as situações que surgirem. Para calcular o Valor Presente, é necessário 
dividir o resultado final pela TMA. 
 
 
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 68 
2. Taxa Interna de Retorno (TIR) – ainda segundo Abreu Filho et al 
(2007), a Taxa Interna de Retorno é a taxa pela qual o VPL de um projeto é 
zero, sendo que para se investir em um projeto, a TIR deve ser, no mínimo, 
igual à Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Para o cálculo da TIR, torna-se 
necessário dividir-se o Resultado Final do FCCP pelo Investimento Inicial, 
sendo o resultado encontrado subtraído de 1 (um). 
3. Índice de Lucratividade Líquido (ILL) – segundo Abreu Filho et al 
(2007), é o índice que mede a relação entre o valor recebido e o custo do 
investimento, sendo uma medida do custo/beneficio. Para que um projeto 
seja aceito, ou rentável, o valor do ILL deve ser maior ou igual a 1 (um). Para 
encontrar-se o Índice de Lucratividade Líquida, deve-se dividir o Valor 
Presente pelo Investimento Inicial. 
 
 
14 DESCONTO 
 
 
FIGURA 42 - DESCONTO 
 
FONTE: Disponível em: <httpgoo.glUvYxBu>. Acesso em: 6 mar. 2013 
 
 
O Desconto é aquele valor que deve ser retirado de um valor nominal de 
determinado capital, que será utilizado em momento futuro, ou seja, o pagamento do 
valor irá acontecer em um momento com prazo de tempo, isto é, ainda vai acontecer 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
o pagamento, e ocorre quando o título, ou alguma obrigação, muda o tempo de seu 
vencimento, antecipando o pagamento do mesmo. 
Dessa maneira, se acontece a antecipação do pagamento, torna-se 
necessário dar o desconto do mesmo, retirando-se determinada quantidade dos 
juros correspondentes. 
O desconto comercial corresponde ao desconto equivalente aos juros 
simples, podendo ser calculado pela fórmula a seguir: 
 
Dc = N x d x n 
 
onde 
Dc: valor do desconto comercial 
N: valor nominal do título 
n: tempo 
d: taxa de desconto 
 
Com a fórmula citada, conseguimos encontrar o valor do desconto, mas não 
dá para saber o valor que o título ficará com o mesmo. Desse modo, para saber o 
novo valor desse título que foi descontado, é necessário aplicar a fórmula a seguir: 
V = N - Dc 
onde 
N: valor nominal de um título. 
V: valor líquido, após o desconto. 
Dc: desconto comercial. 
 
Dessa forma, podemos fazer um ajuntamento dessas fórmulas e obter uma 
terceira fórmula para calcular o valor do título descontado diretamente, como é

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