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RECUPERAÇÃO 
DE ÁREAS 
DEGRADADAS
Ronei Tiago 
Stein
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga 
Mestre e Doutora em Ciências 
Professora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
R294 Recuperação de áreas degradadas / Ronei Tiago Stein ... [et al.] 
 ; [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. – Porto 
 Alegre : SAGAH, 2017.
 338 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-136-5
 1. Gestão ambiental. I. Stein, Ronei Tiago. 
CDU 504
Iniciais_Recuperação de áreas degradadas.indd 2 15/09/2017 11:25:11
Sucessão e importância 
para áreas degradadas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Compreender o conceito de sucessão e suas diferentes classi� cações.
  Reconhecer os principais grupos ecológicos e seus estágios sucessionais.
  Apresentar os principais modelos e técnicas de recuperação � orestal.
Introdução
O ser humano interfere no ambiente, cria novas situações e muitas vezes 
altera o equilíbrio do planeta, tendo que recorrer aos Projetos de Áreas 
Degradadas para recuperar determinado local. Uma das principais formas 
de destruição de um ecossistema é por meio do desmatamento, e, em 
muitos casos, é necessário recompor a vegetação.
No entanto, essa não é uma tarefa fácil, já que, ao alterar um ecossis-
tema, perde-se a biodiversidade, e, mais do que isso, ocorre a mudança 
das condições que havia antes e que permitiam o estabelecimento dos 
organismos. É importante pensar que o princípio básico não é encher 
uma área de espécies, mas ajudar a natureza a fim de que esta crie con-
dições básicas para que as espécies, gradativamente, voltem a se integrar 
dentro das funções que a nova comunidade exerce no tempo e nos 
seus distintos espaços. Por isso, as ações em um projeto de restauração 
buscam recuperar o ecossistema até o ponto em que ele seja resiliente, 
ou seja, tenha a capacidade de se sustentar. 
Neste texto, você irá aprender sobre sucessão, os principais grupos 
ecológicos e as principais técnicas e modelos para a recuperação florestal.
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 264 14/09/2017 16:20:02
Sucessão: definições gerais
As ações a serem tomadas na elaboração e prática de um projeto de recuperação 
de área degradada devem estar associadas a um planejamento dos processos 
naturais de sucessão. Além disso, deve-se considerar as interferências externas 
presentes nos ecossistemas, as quais fazem com que as sequências sucessionais 
possam tomar caminhos distintos (ALMEIDA, 2016). Mas o que é sucessão?
Segundo Schorn (2005), as comunidades (junção de vários indivíduos de 
espécies de plantas e animais em um determinado espaço) são como superor-
ganismos, e a sucessão é a maturação dessa comunidade ao longo do tempo, 
até o estágio denominado clímax. Considera-se, ainda, que todos os estágios 
que antecedem ao clímax são estágios de crescimento.
Clímax é o último estágio alcançado por comunidades ecológicas ao longo da suces-
são ecológica, apresentando um elevado número de espécies e nichos ecológicos 
(condições em que um indivíduo ou uma população vive e se reproduz, ou seja, o 
modo de vida de um organismo na natureza). Mas antes de o clímax ser atingido, as 
espécies passam por duas outras etapas:
  Cese: são os primeiros organismos que se instalam em um determinado ambiente, 
como bactérias, insetos, musgos e gramíneas. Não existe um padrão, cada ambiente 
será colonizado de uma maneira diferente, conforme suas condições ambientais. 
  Sere: nessa etapa, o ecossistema irá sofrer importantes transformações, pois o 
ambiente e as espécies terão suas características alteradas. Exemplo: uma área 
que antes era terreno com gramíneas se tornará repleta de vegetação arbustiva, 
e aves que antes não visitavam as gramíneas irão começar a frequentar o novo 
ambiente, aproveitando essa nova vegetação mais alta e atrativa, fazendo isso com 
frequência, até se instalarem.
Dessa forma, a sucessão ecológica é um dos mais antigos e fundamentais 
conceitos em ecologia, e compreender sua dinâmica é vital quando se trata 
da elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas. A expres-
são sucessão ecológica é usada para descrever processos de alteração nos 
ecossistemas sobre várias escalas, como temporal, espacial ou vegetacional. 
Ou seja, sucessão é o processo ordenado de mudanças em um determinado 
ecossistema, resultando na modificação do ambiente físico pela comunidade 
biológica (ROSARIO, 2010).
265Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 265 14/09/2017 16:20:02
Sucessão ecológica refere-se às alterações graduais, ordenadas e progressivas no 
ecossistema, resultantes da ação contínua dos fatores ambientais sobre os organismos 
e da reação destes sobre o ambiente.
A sucessão vegetal, entendida como um processo de auto-organização ou 
amadurecimento do ecossistema, direciona-se da simplicidade para a comple-
xidade organizacional, de formas de vida mais simples para mais complexas e 
diversificadas (SCHORN, 2005). A Figura 1 apresenta um esquema mostrando 
como ocorre o processo de sucessão ecológica.
Figura 1. Fluxograma de como ocorre a sucessão ecológica em determinada área.
Fonte: Adaptada de Universidade de São Paulo (2000?).
Classificação dos processos sucessionais
Existem, basicamente, três tipos de sucessão ecológica, que são:
1. Sucessão degradativa: é aquela que ocorre em uma escala de tempo 
relativamente curta, com ocorrência em qualquer matéria orgânica 
morta (p. ex., animais ou plantas em decomposição). Normalmente, 
diferentes espécies aparecem e desaparecem, à medida que a degradação 
da matéria orgânica utiliza alguns recursos e torna outros disponíveis. 
Outra característica da sucessão degradativa é que ela é um processo 
finito, uma vez que o recurso pode ser totalmente mineralizado ou 
metabolizado.
Sucessão e importância para áreas degradadas266
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 266 14/09/2017 16:20:03
2. Sucessão alogênica: sucessão em que o processo de substituição de 
espécies ocorre como resultado de mudanças externas (incêndios, tem-
pestades, processos geológicos) ou forças geofisicoquímicas.
3. Sucessão autogênica: ocorre em ambientes recém-criados, geralmente 
decorrentes de processos biológicos que modificam condições e recur-
sos. Esse tipo de sucessão pode ser dividida em duas formas distintas, 
sucessão primária e secundária.
A sucessão primária ocorre em ambientes que não têm estabelecimento de 
organismos, ou seja, áreas que ainda não foram povoadas ou então das quais 
os seres foram eliminados, por diferentes motivos. Como exemplos, pode-se 
citar rochas, dunas e lava vulcânica recém solidificada (Figura 2).
Figura 2. Exemplos de ambientes que estão passando por sucessão primária.
Fonte: bjul/Shutterstock.com, Marques/Shutterstock.com e Alexey Kamenskiy/Shutterstock.com.
Amabis (2015) comenta que a colonização de um ecossistema por espécies 
vegetais pioneiras promove ao solo variações de temperatura, sendo estas, 
normalmente, menos bruscas, além do aumento da matéria orgânica devido 
à decomposição de folhas/galhos e uma maior retenção de água. Esses fatores 
favorecem o estabelecimento de espécies vegetais maiores com o passar do 
tempo, aumentando progressivamente a disponibilidade de nichos e a quan-
tidade de outras espécies.
Na sucessão secundária, ocorrem mudanças em determinada área após a 
destruição parcial de uma comunidade. Essas podem ocorrer em uma pequena 
área de floresta nativa, após a queda de uma árvore, ou em vários hectares, 
devido a uma cultura agrícola abandonada. Isto é, a sucessão secundária 
ocorre em um ambiente total ou parcialmente destruído, porém, este já foi 
anteriormente ocupado por outra comunidade biológica. Embora degradado, 
esse ambiente oferece condições mais favoráveis à ocupação de novas comu-
nidades, o que torna a colonização das espéciespioneiras mais rápida. Essa 
267Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 267 14/09/2017 16:20:03
destruição pode ocorrer tanto por fenômenos naturais (ventos, chuvas, etc.) 
quanto pela ação humana, que, por sinal, é a mais representativa.
Principais grupos ecológicos
Os grupos ecológicos representam o comportamento das espécies fl orestais 
nos processos de sucessão ecológica, os quais ocorrem de forma natural (p. 
ex., uma árvore que tomba, abrindo uma clareira em uma mata) ou devido à 
ação humana. Esses grupos são formados por espécies que apresentam ca-
racterísticas biológicas e ecológicas em comum, além da regeneração natural 
e do padrão de crescimento da espécie.
De acordo com Maciel et al. (2003), a vegetação de um local é formada por 
um componente real e por um componente potencial. O primeiro é representado 
por espécies que se encontram no próprio local, e o segundo, por sementes e 
propágulos (qualquer parte de um vegetal capaz de multiplicá-lo ou propagá-lo 
vegetativamente) existentes no solo. O banco de sementes conserva-se no solo, 
sem germinar, em razão de fatores bióticos e de fatores abióticos.
A luz representa uma função de suma importância em relação ao com-
portamento das espécies e na sua dinâmica de sucessão, sendo as espécies 
divididas em distintas categorias:
  Espécies que se estabelecem e crescem sob dossel fechado.
  Espécies que se estabelecem e crescem sob dossel fechado, mas que se 
beneficiam das clareiras.
  Espécies que se estabelecem e crescem sob dossel fechado, mas que 
requerem clareiras para amadurecer e se reproduzir.
  Espécies que se estabelecem, crescem e se reproduzem somente em 
clareiras.
Dossel: a vida animal e vegetal nem sempre é encontrada sobre o chão da floresta, 
mas sim nas folhagens das árvores, muito acima do chão, o que recebe o nome de 
dossel. Este pode ser encontrado a vários metros de altura, sendo o resultado da so-
breposição dos galhos e folhas das árvores. Em florestas tropicais, a maior parte da vida 
é encontrada sobre as árvores, logo, o dossel é o mais rico habitat da fauna e da flora.
Sucessão e importância para áreas degradadas268
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 268 14/09/2017 16:20:04
É importante saber identificar as diferentes fases da sucessão ecológica, 
pois estas implicam diretamente no Projeto de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD). Por exemplo, após uma floresta ser totalmente destruída (devido a 
um incêndio ou desmatamento), diferentes espécies irão ocupar a área em 
diferentes períodos, e essas espécies podem ser divididas em:
  Pioneiras (P): são as primeiras a aparecerem em uma clareira recente. 
São espécies cujas sementes necessitam da luz solar direta para ger-
minarem, normalmente são de tamanho médio, transportadas à longa 
distância por animais, principalmente pássaros e morcegos, apresentam 
dormência e alta longevidade. A regeneração natural ocorre princi-
palmente a partir do banco de sementes existentes no solo. A plântula 
necessita de luz para desenvolvimento e apresenta pouca reserva. A 
planta jovem apresenta rápido crescimento e competição por luz. São 
espécies de rápido crescimento, regeneração precoce, com produção 
contínua de sementes, ciclo de vida curto, podendo atingir de 5 a 8 m 
de altura. São modificadoras do ambiente após a germinação e desen-
volvimento, propiciando condições para germinação e desenvolvimento 
das espécies secundárias e climácicas.
  Secundárias (S): também conhecidas como oportunistas de clareira, têm 
sementes geralmente aladas e de curta longevidade natural, necessitando 
de períodos secos para sua dispersão anemocórica (disseminação de 
sementes de uma planta pela ação dos ventos); porém, também podem 
apresentar dispersão zoocórica (dispersão de sementes por animais). As 
sementes não apresentam dormência e têm condições de germinarem 
à sombra da mata, muitas vezes formando banco de plântulas sob o 
dossel. As plântulas recém germinadas apresentam pouca reserva e 
o seu desenvolvimento é estimulado com o surgimento de clareira. 
Algumas bibliografias dividem as espécies secundárias em inicial e 
tardia. Nas espécies caracterizadas como iniciais, o crescimento é mais 
rápido, a madeira é leve e não toleram sobra, sendo o tempo para a 
primeira reprodução de 5 a 10 anos. Já nas espécies secundárias tardias, 
o crescimento é médio a rápido, a madeira normalmente é dura, são 
intolerantes à sombra no estágio juvenil e a idade da primeira reprodução 
é entre 10 a 20 anos (MORAES et al., 2013).
  Climácicas (C): com uma grande quantidade de nutrientes e todas as 
condições e recursos ideais, e uma fauna já associada ao local, outras 
espécies muito mais exigentes, com ciclo de vida longo e melhores 
competidoras, se estabelecem – as espécies clímax. Elas dependem da 
269Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 269 14/09/2017 16:20:04
umidade no solo e também de uma ampla gama de nutrientes para que 
suas sementes germinem. As sementes das espécies clímax geralmente 
são grandes, protegidas por uma camada grossa de tecido que evita a 
perda de água e dificulta a predação por pequenos insetos. Enquanto as 
pioneiras e secundárias são pouco exigentes, competidoras inferiores e 
investem em sementes pequenas que são facilmente dispersadas pelo 
vento e água, as espécies clímax são competidoras superiores, mais 
exigentes e dependem geralmente da fauna para dispersar suas sementes, 
que são grandes e associadas a frutos. Os frutos nessas espécies são 
fundamentais, é por meio deles que a maioria é dispersada.
A Figura 3 apresenta uma ilustração de como ocorrem as diferentes fases 
de sucessão ecológica.
Figura 3. Fases de sucessão ecológica.
Fonte: Silva (2012).
As florestas secundárias são classificadas de acordo com o estágio de 
regeneração. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio 
da Resolução nº 29, de 7 de dezembro de 1994, definiu essas em:
  Estágio inicial de regeneração: surge logo após o abandono do solo. 
Este estágio geralmente dura entre 6 e 10 anos, dependendo do grau 
de degradação do solo e do entorno. A altura média da vegetação não 
ultrapassa quatro metros.
Sucessão e importância para áreas degradadas270
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 270 14/09/2017 16:20:05
  Estágio médio de regeneração: este estágio pode ocorrer entre 6 
e 15 anos depois do abandono do solo. As árvores podem atingir o 
comprimento de doze metros. A diversidade aumenta, mas ainda há 
predominância de espécies de árvores pioneiras. 
  Estágio avançado de regeneração: inicia-se geralmente depois de 15 
anos e pode levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio 
semelhante ao da floresta primária (floresta intocada ou aquela em que 
a ação humana não provocou significativas alterações das suas carac-
terísticas originais de estrutura e de espécies). A diversidade aumenta 
gradualmente à medida que o tempo passa e esse processo é acelerado 
caso existam remanescentes primários para fornecer sementes. A altura 
média das árvores é superior a doze metros.
Diferentes espécies vão surgindo durante a sucessão, fazendo com que estas sejam 
divididas em grupos ecológicos ou sucessionais diferentes. Para facilitar a compreensão, 
as espécies vegetais podem ser divididas em quatro grupos ecológicos, sendo que 
dois grupos (as pioneiras e as secundárias iniciais) estão mais ligados ao início do 
processo e os outros dois grupos (as secundárias tardias e as climácicas) referem-se 
a estágios mais avançados.
Recuperação florestal
Antes de decidir qual a melhor atitude a ser tomada para a restauração de um 
ambiente degradado, alguns pontos devem ser observados, conforme ressaltam 
Moraes et al. (2013). De forma inicial, deve-se fazer um histórico do uso do 
solo, para identifi car há quanto tempo a vegetação original foi retirada, e 
para qual fi nalidade, além de descobrir qual o usoatual do solo. Com essas 
informações, poderá ser defi nido o grau de degradação da área.
271Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 271 14/09/2017 16:20:05
Qual a diferença entre recuperação e restauração de áreas degradadas? 
Adota-se a recuperação quando o objetivo principal é recuperar a função da 
vegetação, como o controle da erosão do solo, não havendo preocupação com a 
composição florística. 
Já a restauração (também conhecida como revegetação) procura restabelecer os 
processos naturais, os quais são responsáveis por retornar a vegetação ao nível mais 
próximo possível da sua condição anterior à degradação.
Moraes et al. (2013) comentam, ainda, que é de grande importância analisar 
as condições do ambiente em torno da área degradada, incluindo a paisagem 
em que a área degradada está inserida. Além disso, deve-se identificar as 
barreiras que impedem a regeneração natural, sendo que a decisão sobre qual 
é a maneira mais adequada para a recomposição do ambiente vai depender da 
análise da situação local e do conhecimento do ecossistema como um todo.
As técnicas de recuperação e restauração florestal podem ser baseadas 
em dois princípios básicos: as que necessitam da intervenção humana ou da 
regeneração natural (MORAES et al., 2013). Porém, de acordo com Almeida 
(2016), a definição do modelo de restauração para uma determinada área 
degradada depende de fatores como grau de degradação, histórico da área, 
disponibilidade de sementes e mudas, solo, clima, máquinas e implementos 
agrícolas e recursos financeiros disponíveis.
Técnicas e modelos de recuperação florestal
As principais técnicas para recuperação fl orestal em áreas degradadas, que 
são descritas por Moraes et al. (2013), são:
  Regeneração natural: deve ser adotada quando busca-se a simples 
eliminação do agente perturbador ou de um elemento que esteja agindo 
como barreira para a regeneração (p. ex., fogo, presença de espécie 
invasora ou de animais domésticos). Segundo a Empresa Brasileira de 
Pesquisa em Agropecuária (2017), a regeneração natural pode ocorrer 
sem manejo (consiste em deixar os processos naturais atuarem livre-
mente) ou com manejo, adotando-se ações que induzam os processos de 
Sucessão e importância para áreas degradadas272
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 272 14/09/2017 16:20:05
regeneração natural, como o controle de plantas competidoras, formigas, 
adubação de cobertura, entre outros.
  Nucleação: grupo de técnicas que propõem uma mínima interferência 
local. Ou seja, visa criar pequenos habitats (núcleos) dentro da área de-
gradada de forma a induzir uma heterogeneidade ambiental, propiciando 
ambientes distintos no espaço e no tempo. Segundo a Secretaria do Meio 
Ambiente do Estado de São Paulo (2011), os núcleos têm o papel de 
facilitar o processo de recrutamento de novas espécies dos fragmentos 
vizinhos, do banco de sementes local e também influenciam os novos 
núcleos formados ao longo do tempo. Dessa forma, são criadas condições 
para a regeneração natural, como a chegada de espécies vegetais, animais 
e microrganismos e a formação de uma rede de interações entre eles.
  Enriquecimento: visa ao aumento da diversidade vegetal em áreas onde 
já existem indícios de regeneração natural. Consiste na introdução de 
espécies, principalmente dos estádios finais da sucessão ecológica, em 
áreas com melhores condições do solo já com presença de vegetação 
nativa, porém com baixa diversidade de espécies. É uma técnica que deve 
ser proposta para preencher espaços com falhas da regeneração natural. 
Visa a aumentar a biodiversidade aos níveis naturalmente encontrados 
no ecossistema de referência. Essa técnica também busca suprimir as 
espécies indesejáveis que estariam se estabelecendo nessas falhas. 
Pode ser realizado por meio de sementes ou de mudas (EMPRESA 
BRASILEIRA DE PESQUISA EM AGROPECUÁRIA, 2017).
  Plantio total: técnica que implica o maior e mais custoso grau de 
intervenção. O plantio total só deve ser adotado quando a vegetação 
nativa estiver bem degradada e existir a necessidade da introdução de 
mudas de espécies arbóreas.
A fauna apresenta uma função de suma importância para a recuperação de áreas 
degradadas. Muitas espécies vegetais tropicais reproduzem-se por cruzamento, sendo 
que a grande maioria das espécies é polinizada por animais, como insetos, aves e 
morcegos. Nos vegetais, existem dois tipos de reprodução sexuada: a autogamia 
e a alogamia. 
273Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 273 14/09/2017 16:20:06
Dentre os principais modelos utilizados na recuperação em formações 
florestais, pode-se citar o plantio de mudas, que é uma forma efetiva de am-
pliar o processo de nucleação. Ele pode ser realizado de diferentes formas no 
que se refere à disposição das mudas em campo. Uma das formas de plantio 
é ao acaso, onde as mudas são plantadas sem espaçamento. Outro modelo de 
plantio é em linha, com espécies primárias e secundárias, adotando-se um 
espaçamento de 2 x 3 metros ou 2 x 2 metros, conforme Figura 4. Independen-
temente do modelo de plantio escolhido, é importante lembrar que as espécies 
a serem utilizadas devem ter características biológicas que permitem o seu 
desenvolvimento na área a ser restaurada.
Figura 4. Modelo de plantio em linhas alternadas com espécies pioneiras e secundárias.
Fonte: Adaptado de YuanDen/Shutterstock.com.
As espécies autógamas são aquelas que se autofecundam, pois têm flores mas-
culinas e femininas em uma mesma planta. Nas espécies alógamas, o cruzamento 
entre gametas masculinos e femininos envolve, necessariamente, dois indivíduos, 
implicando a necessidade de agentes externos (insetos, aves, morcegos, vento) que 
possibilitem a fecundação.
Sucessão e importância para áreas degradadas274
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 274 14/09/2017 16:20:06
Para saber mais sobre recuperação florestal de áreas 
degradadas, acesse os manuais:
Restauração ecológica: sistema de nucleação. 
Disponível em:
https://goo.gl/JHFmP4
Manual técnico para restauração de áreas Degra-
dadas no Estado do Rio de Janeiro. Disponível em:
https://goo.gl/v5AU2j
1. A natureza passa, frequentemente, 
por sucessão ecológica, visando 
atingir um estádio final, e é 
composta por uma comunidade 
relativamente estável. Qual a 
denominação do produto final 
do processo de sucessão?
a) Comunidade pioneira.
b) Sucessão secundária.
c) Comunidade primária.
d) Sucessão alogênica.
e) Comunidade clímax.
2. Sucessão ecológica é o nome 
dado a uma série de mudanças 
que ocorrem nas comunidades 
de um determinado ecossistema. 
Sobre a sucessão primária, 
marque a alternativa correta:
a) A sucessão primária ocorre 
em ambientes estéreis, 
onde nunca houve a 
ocupação por seres vivos.
b) A sucessão primária ocorre em 
uma área que já foi ocupada por 
uma comunidade anteriormente.
c) A sucessão primária 
pode acontecer em áreas 
desmatadas, por exemplo.
d) Dá-se o nome de SERE 
aos primeiros organismos 
que se instalam em 
determinado ambiente.
e) A sucessão ecológica ocorre 
em determinado período, 
principalmente devido às 
275Sucessão e importância para áreas degradadas
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 275 14/09/2017 16:20:08
https://goo.gl/JHFmP4
https://goo.gl/v5AU2j
mudanças abióticas que 
ocorrem no ambiente.
3. Entre as alternativas a seguir, 
quais são exemplos de espécies 
pioneiras em um processo 
de sucessão ecológica na 
superfície de uma rocha?
a) Líquens e briófitas.
b) Anelídeos e platelmintos.
c) Angiospermas e gimnospermas.
d) Pteridófitas e artrópodes.
e) Nematoides e insetos.
4. A recuperação de áreas degradadas 
está ligada à ciência da restauração 
ecológica, logo, é fundamental 
estar atento às diferentes 
terminologias técnicas inerentes a 
essa atividade. Entre as alternativas 
a seguir, qual está correta?
a) A recuperação tem como 
objetivo conduzir o ecossistemaà 
sua condição próxima à original.
b) A revegetação da área visa à 
restituição de um ecossistema 
ou de uma população silvestre 
degradada a uma condição não 
degradada, com o objetivo de 
retomar a vegetação o mais 
próximo possível do original.
c) A nucleação visa ao aumento 
da diversidade vegetal em 
áreas onde já existem indícios 
de regeneração natural.
d) A regeneração natural é 
uma técnica que implica 
o maior e mais custoso 
grau de intervenção.
e) Na regeneração natural, não 
há nenhuma interferência 
antrópica, sendo que a área é 
abandonada e espera-se que a 
vegetação nativa tome conta.
5. Durante o processo de sucessão 
ecológica, os ecossistemas 
sofrem várias mudanças. Analise 
as alternativas a seguir e marque 
aquela que indica uma tendência 
ao longo da sucessão.
a) Aumento da produtividade 
líquida.
b) Redução da diversidade 
de espécies.
c) Diminuição do tamanho 
dos indivíduos.
d) Diminuição da complexidade 
das cadeias alimentares.
e) Aumento da biomassa total.
Sucessão e importância para áreas degradadas276
U4_C17_Recuperação de áreas degradadas.indd 276 14/09/2017 16:20:08
ALMEIDA, D. S. Modelos de recuperação ambiental. In: ALMEIDA, D. S. Recuperação 
ambiental da Mata Atlântica. 3. ed. rev. Ilhéus: Editus, 2016. p. 100-137.
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das populações 3. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2015.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 29, de 07 de dezembro de 
1994. Brasília: CONAMA, 1994. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
res/res94/res2994.html>. Acesso em: 26 ago. 2017.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA EM AGROPECUÁRIA. Estratégias de recuperação. 
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Leitura recomendada
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ. Conceitos de estágios sucessionais de uma formação 
florestal. Curitiba: IAP, [2017?]. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/pagina-479.
html>. Acesso em: 18 ago. 2017.
Sucessão e importância para áreas degradadas278
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http://www.iap.pr.gov.br/pagina-479.
 
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