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Prevenção no Combate a Sinistros

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Prévia do material em texto

2011
Prevenção no Combate 
a SiniStroS
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
371.77
S494p Sestrem, Maurício Saturnino.
 Prevenção no Combate a Sinistros/ Maurício Saturnino 
 Sestrem. Centro Universitário Leonardo da Vinci –: 
 Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2011.x ; 
 
 194.p.: il
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-311-2
 1. Prevenção de Acidentes 2. Cuidados e Prevenção I. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
Impresso por:
III
aPreSentação
Caro(a) Acadêmico(a)!
No âmbito da segurança do trabalho, a prevenção e o combate a sinistro 
são de grande importância em razão dos danos que podem ser provocados 
por um incêndio. Um incêndio pode causar mortes, destruir a edificação e 
locais de trabalho como, por exemplo: fábricas, lojas, escolas e locais onde há 
aglomeração de pessoas, como: centros de recreação, shopping centers, teatros, 
cinemas dentre outros. Os incêndios podem destruir fábricas completas e 
com elas, fontes de trabalho em prejuízo do trabalhador e da economia do 
país. Para que sejam evitados estes danos, é necessário que os trabalhadores 
observem as normas de segurança de prevenção e combate a incêndios. Por 
esta razão, é indispensável o conhecimento dos conceitos básicos relativos ao 
estudo do incêndio, das explosões e de sua extinção, dos principais aspectos 
prevencionistas e das ações adequadas na ocorrência de sinistros.
Na Unidade 1, é apresentada a conceituação básica referente ao 
estudo do fogo, a ocorrência das explosões e da extinção de incêndios. Com 
relação ao estudo do fogo, são apresentados os conhecimentos da química 
e física do fogo e a classificação de incêndios. Com relação às explosões, 
foram descritas as principais características que podem ocorrer em incêndios 
como: de gás, de pó, de fumaça e BLEVE. No tópico a respeito da extinção 
de incêndios, destacam-se os métodos de extinção de incêndio: controle ou 
retirada do material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento 
da reação em cadeia. 
Enfocando as determinações previstas na NR 23 – Proteção contra 
incêndios, na Unidade 2, estão descritos os principais aspectos a serem 
considerados nas ações e nas medidas construtivas de prevenção e proteção 
contra incêndios, no sistema de controle da fumaça, nas classes de fogo e 
nos principais agentes extintores de incêndios apropriados a cada classe, 
na proteção por extintores portáteis, na extinção de incêndio por água 
e na proteção contra incêndios por hidrantes, mangotinhos e chuveiros 
automáticos (sprinklers).
Na Unidade 3, são tratados os principais temas relacionados às etapas 
da metodologia para a elaboração do plano de emergência, à formação da 
brigada de incêndios, aos sistemas de detecção e alarme de incêndio (SDAI) 
e à estrutura e finalidade dos órgãos de defesa civil.
Prof. Maurício Saturnino Sestrem
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1: INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS ......................................................................... 1
TÓPICO 1: QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO ...................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A NATUREZA DO FOGO ................................................................................................................... 3
2.1 TRIÂNGULO DO FOGO ................................................................................................................ 5
2.2 REAÇÃO EM CADEIA ................................................................................................................... 5
3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA ............................................................................. 7
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR ......................................................................................................... 10
5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO ............................................................................ 12
6 INCÊNDIO ............................................................................................................................................. 15
6.1 FASES DO INCÊNDIO .................................................................................................................... 16
6.1.1 Etapa Inicial ............................................................................................................................. 16
6.1.2 Etapa Crescente ....................................................................................................................... 16
6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida........................................................................................... 17
6.1.4 Etapa Final ............................................................................................................................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 24
TÓPICO 2: CLASSIFICAÇÃO DO FOGO ......................................................................................... 25
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 25
2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS .............................................. 25
2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA ......................................................................................................25
2.2 COMBUSTÃO COMPLETA ........................................................................................................... 26
3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO ..................................... 27
3.1 COMBUSTÃO VIVA ....................................................................................................................... 27
3.2 COMBUSTÃO LENTA .................................................................................................................... 28
4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA ......................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 34
TÓPICO 3: EXPLOSÕES ........................................................................................................................ 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 EXPLOSÃO DE GASES ....................................................................................................................... 35
3 EXPLOSÕES DE PÓ ............................................................................................................................. 38
4 BLEVE...................................................................................................................................................... 39
5 EXPLOSÃO DE FUMAÇA – BACKDRAFT OU BACKDRAUGHT ............................................. 40
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47
TÓPICO 4: EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS .......................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 CONTROLE OU RETIRADA DO MATERIAL COMBUSTÍVEL ............................................... 49
3 RESFRIAMENTO ................................................................................................................................. 50
Sumário
VIII
4 ABAFAMENTO ..................................................................................................................................... 52
5 ROMPIMENTO DA REAÇÃO EM CADEIA .................................................................................. 53
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 53
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 57
UNIDADE 2: INCÊNDIOS – ASPECTOS PREVENCIONISTAS .................................................. 59
TÓPICO 1: PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ............................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61
2 SEGURANÇA PATRIMONIAL ......................................................................................................... 61
2.1 MEDIDAS PARA EVITAR O INÍCIO DO INCÊNDIO .............................................................. 62
2.2 CUIDADOS PARA LIMITAR O CRESCIMENTO DO INCÊNDIO ......................................... 62
2.3 PROVISÕES PARA EXTINGUIR O FOGO NA FASE INICIAL ............................................... 63
2.4 MEDIDAS PARA LIMITAR A PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIO ............................................. 64
2.5 CONDIÇÕES PARA RETIRADA SEGURA DOS OCUPANTES .............................................. 64
2.6 MEDIDAS PARA EVITAR A PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO ENTRE AS 
EDIFICAÇÕES ................................................................................................................................. 65
2.7 CONDIÇÕES PARA EVITAR O COLAPSO DA ESTRUTURA DOS EDIFÍCIOS .................. 65
3 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ...................................................................... 66
3.1 SAÍDAS .............................................................................................................................................. 66
3.2 PORTAS ............................................................................................................................................. 67
3.3 ESCADAS, ELEVADORES E PORTAS CORTA-FOGO ............................................................. 68
3.4 SISTEMAS DE ALARME ................................................................................................................ 68
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
TÓPICO 2: SISTEMA DE CONTROLE DA FUMAÇA .................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 PROPAGAÇÃO DA FUMAÇA .......................................................................................................... 75
3 TIPOS DE VENTILAÇÃO .................................................................................................................. 77
3.1 VENTILAÇÃO NATURAL ............................................................................................................ 77
3.1.1 Funcionamento da Ventilação Natural ................................................................................ 79
3.2 VENTILAÇÃO MONITORADA ................................................................................................... 79
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82
TÓPICO 3: AGENTES EXTINTORES ................................................................................................. 83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 CLASSES DE FOGO ............................................................................................................................ 83
3 PRINCIPAIS AGENTES EXTINTORES ........................................................................................... 85
3.1 ÁGUA ................................................................................................................................................ 86
3.2 PÓS PARA EXTINÇÃO .................................................................................................................. 87
3.3 ESPUMA ........................................................................................................................................... 88
3.4 GÁS CARBÔNICO .......................................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................................89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 92
TÓPICO 4: EXTINTORES PORTÁTEIS ............................................................................................. 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE EXTINTORES ................................................................ 97
3 SINALIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS EXTINTORES ............................................................ 99
IX
4 INSPEÇÃO DE EXTINTORES .........................................................................................................100
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................102
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................104
TÓPICO 5: EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA ..............................................................................105
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................105
2 EXIGÊNCIAS DA NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ...........................................105
3 PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS, HIDRANTES E SPRINKLERS ...................................106
3.1 PROTEÇÃO POR HIDRANTES E MANGOTINHOS ..............................................................106
3.2 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS OU SPRINKLERS ...................................................................111
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
UNIDADE 3: AÇÕES EM SINISTROS .............................................................................................121
TÓPICO 1: PLANOS DE EMERGÊNCIA PARA INCÊNDIOS ....................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 ETAPAS DE UM PLANO DE EMERGÊNCIAS ............................................................................123
2.1 ESTABELECIMENTO DA EQUIPE ............................................................................................124
2.2 ANÁLISE DOS RISCOS E DA CAPACIDADE DE COMBATE A INCÊNDIOS .................125
2.2.1 Matriz da Análise de Vulnerabilidade ...............................................................................127
2.2.1.1 Tipo de emergência ..........................................................................................................128
2.2.1.2 Probabilidade .....................................................................................................................129
2.2.1.3 Potencial de impacto humano .........................................................................................129
2.2.1.4 Potencial de impacto material ..........................................................................................129
2.2.1.5 Potencial de impacto nos negócios da empresa ............................................................129
2.2.1.6 Potencial relativo aos recursos internos e externos ......................................................130
2.2.1.7 Somatório das pontuações ................................................................................................130
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO ...........................................................................................130
2.3.1 Componentes do Plano de Emergência ............................................................................130
2.3.2 Processo de Desenvolvimento do Plano ............................................................................131
2.4 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ...............................................................................................133
2.4.1 Integração do Plano de Emergência ...................................................................................133
2.4.2 Treinamento dos Empregados ............................................................................................134
2.4.2.1 Plano de treinamento .......................................................................................................134
2.4.3 Avaliação do Plano ...............................................................................................................134
2.5 GESTÃO DA EMERGÊNCIA ......................................................................................................135
2.5.1 Ações de Segurança Patrimonial ........................................................................................137
2.5.2 Coordenação das Ações da Equipe de Resposta Externa ...............................................137
2.5.3 Comunicações .......................................................................................................................138
2.5.4 Plano de contingência ..........................................................................................................138
2.5.5 Comunicações de Emergência ............................................................................................138
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144
TÓPICO 2: BRIGADAS DE INCÊNDIO ..........................................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 TIPOS DE BRIGADA ........................................................................................................................145
3 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO ..............................................................................146
4 FORMAÇÃO DA BRIGADA DE ABANDONO ..........................................................................147
4.1 COMPONENTES DA BRIGADA DE ABANDONO ................................................................147
X
4.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DA BRIGADA DE ABANDONO ...................................... 148
5 TREINAMENTO DAS BRIGADAS ............................................................................................ 149
6 SOCORRO ÀS VÍTIMAS NUM INCÊNDIO ........................................................................... 149
6.1 SEGURANÇA DE CENA ........................................................................................................ 149
6.2 ANÁLISE DA VÍTIMA .............................................................................................................. 150
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................151
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 155
TÓPICO 3: DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO ................................................................ 157
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 157
2 DEFINIÇÕES BÁSICAS ................................................................................................................ 157
3 SELEÇÃODO SISTEMA .............................................................................................................. 166
3.1 SISTEMA CONVENCIONAL .................................................................................................. 166
3.2 SISTEMA ENDEREÇÁVEL ...................................................................................................... 166
3.3 SISTEMA MICROPROCESSADO ........................................................................................... 167
LEITURA COMPLEMENTAR ......................................................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................170
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................................... 174
TÓPICO 4: ÓRGÃOS DE DEFESA CIVIL .................................................................................... 175
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 175
2 SISTEMA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SINDEC .......................................................... 175
3 CONSELHO NACIONAL DE DEFESA CIVIL - CONDEC ................................................... 176
3.1 COMPETÊNCIA DO CONDEC .............................................................................................. 176
4 SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL - SEDEC .................................................... 177
5 COORDENADORIAS REGIONAIS DE DEFESA CIVIL – CORDEC ................................ 177
6 COORDENADORIAS ESTADUAIS DE DEFESA CIVIL E DO DISTRITO FEDERAL – 
CEDEC .............................................................................................................................................. 178
7 COORDENADORIAS MUNICIPAIS DE DEFESA CIVIL – COMDEC ............................. 178
7.1 NÚCLEOS COMUNITÁRIOS DE DEFESA CIVIL – NUDEC ............................................ 179
8 ÓRGÃOS SETORIAIS ....................................................................................................................179
9 ÓRGÃOS DE APOIO ......................................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................189
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................191
1
UNIDADE 1
INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer os componentes constituintes do fogo e os fenômenos ineren-
tes à ocorrência de incêndios;
• identificar os diferentes tipos de combustão;
• caracterizar as explosões que podem ocorrer em incêndios: de gás, de pó, 
de fumaça e de BLEVE;
• interpretar os métodos de extinção de incêndio: controle ou retirada do 
material combustível, resfriamento, abafamento e rompimento da reação 
em cadeia.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que no final de cada um 
deles você encontrará atividades que o auxiliarão a fixar os conhecimentos 
desenvolvidos.
TÓPICO 1 – QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
 
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
TÓPICO 3 – EXPLOSÕES
TÓPICO 4 – EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
1 INTRODUÇÃO
A norma regulamentadora NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho estabelece que entre as atividades dos 
profissionais integrantes do SESMT (Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho) está incluída, além das atividades 
prevencionistas e de atendimento de emergência, a elaboração de planos para:
• controle dos efeitos de catástrofes; 
• disponibilizar os meios para se combater os incêndios e; 
• o salvamento e atendimento imediato às vítimas dos incêndios.
O objetivo deste tópico é revisar alguns princípios fundamentais e 
contribuir para a compreensão do desenvolvimento dos incêndios.
O acesso às Normas Regulamentadoras está disponibilizado no seguinte 
site do Ministério do Trabalho e Emprego: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_
regulamentaDORAS/Default.asp>.
NOTA
2 A NATUREZA DO FOGO
Em primeiro lugar, é necessário conhecer o que é e como se produz o 
fogo, para que se possa combatê-lo com eficácia. Entende-se que o fogo é uma 
combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores desprendidos 
por uma substância combustível são combinados rapidamente com o oxigênio do 
ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética de certas reações 
químicas exotérmicas de oxidação-redução. Para que se possam produzir estas 
reações químicas, é necessária a existência de uma substância combustível e um 
comburente, assim como algumas condições energéticas favoráveis. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
4
Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e 
devem se dar na proporção adequada de concentração entre o combustível, o 
comburente e a uma temperatura determinada:
• combustível;
• comburente e;
• calor.
A seguir, descrevemos cada um destes componentes:
• Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar 
vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação 
exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em 
que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos 
componentes (sólido, líquido e gasoso). 
• Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é 
um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento 
ativo da reação de combustão. 
• Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção 
do fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contato 
constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos 
com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. 
Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são:
• Naturais: Sol e raio.
• Elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos.
• Químicas: reações e fermentação.
• Processos de soldadura e corte: trabalhos com chama aberta e faíscas.
A tabela a seguir apresenta a temperatura estimada de algumas fontes de 
calor.
TABELA 1 – ESTIMATIVAS DA TEMPERATURA DE ALGUMAS FONTES DE 
CALOR
FONTE: GRIMWOOD (2003) apud Distrito Federal (2006, p.16)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
5
2.1 TRIÂNGULO DO FOGO
Pode-se perceber que é totalmente necessário para se produzir o fogo. É 
necessário que estejam em contato os três elementos comentados: combustível, 
comburente e calor, em proporção e temperatura adequada. 
Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os 
três lados de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os 
outros dois, conforme demonstrado na figura a seguir. Para que se produza o 
fogo, devem permanecer em contato os três componentes do triângulo. 
FIGURA 1 – TRIÂNGULO DO FOGO
SÓLIDOS
LÍQUIDOS
GASOSOS
OXIGÊNIO
ENERGIA INICIAL QUE
PROVOQUE CALOR
FONTE: Disponível em: <http://www.policiamilitar.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo= 212>. Acesso em: 30 maio 2010.
2.2 REAÇÃO EM CADEIA
Segundo Seito (2008), há também outra teoria sobre o fogo, na qual além 
dos três elementos do triângulo do fogo (combustível, comburente e calor), se 
considera um quarto fator: a reação em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto são 
quatro fatores que compõem o tetraedro do fogo representado na figura a seguir.
Esta teoriaoriginou-se ao observar o comportamento de alguns agentes 
extintores, como o halon, cuja rapidez de efeito de extinção não era compreensível 
aplicando-se somente a teoria do triângulo do fogo. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
6
De acordo com Seito (2008 p. 278), o halon não foi mais utilizado no combate 
a incêndio, por ser uma substância que destrói a camada de ozônio. “A proibição do 
uso, comercialização e importação do halon foi regulamentada no Brasil por meio das 
Resoluções do CONAMA de número 13 de 13/12/95 e número 229 de 20/08/97, depois 
substituídas pelo número 267 de 14/09/2000”.
UNI
A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível 
se decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. 
Estes produtos combinam-se com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e 
gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca 
novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma 
reação em cadeia que autoalimenta o fogo.
FIGURA 2 – TETRAEDRO DO FOGO
FONTE: Distrito Federal (2006, p.14)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
7
3 CHAMAS DE DIFUSÃO E DE PRÉ-MISTURA
Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. 
Um jato de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, demonstrado na 
figura que segue, com a entrada de ar fechada, pode entrar em ignição e queimar como 
chama de difusão, produzindo-se a combustão naquelas zonas em que o combustível 
gasoso e o ar se misturam por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta 
luminosidade amarela, indicando a presença de pequenas partículas de fuligem 
resultantes da combustão incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, 
outras, porém, emergem pela ponta da mesma para formar a fumaça. 
FIGURA 3 – BICO DE BUNSEN
FONTE: Disponível em: <http://www.conecteeducacao.com/escconect/medio/QUI/
QUI06010 201.asp>. Acesso em: 30 maio 2010.
Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são 
misturados antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável 
ou explosiva, sempre que o nível de concentração de gás, vapor ou pó e ar se 
encontram entre o LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o 
LSEI – limite superior de explosividade ou inflamabilidade. O quadro a seguir 
apresenta os limites de explosividade de algumas substâncias.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
8
QUADRO 1 – LIE E LSE DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS
FONTE: Seito (2008, p. 38)
Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração 
de gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior 
e superior) é uma mistura não inflamável.
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
9
Lembre-se que quando se abre a entrada de ar num bico de Bunsen, se 
estabiliza a chama da pré-mistura.
UNI
Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se 
uma pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. 
A mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois 
a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a 
substância combustível e transformar a mesma em dióxido de carbono e água. 
Esta situação pode ser demonstrada na reação da queima do gás propano ( ):3 8C H
3 8 2 2 2 2 2C H 5O 18,8N 3CO 4H O 18,8N+ + = + +
Perceba que o nitrogênio (N2), apesar de estar presente nesta combinação, 
por estar presente no ar, não participa na reação.
UNI
Neste caso, para que a mistura estequiométrica de propano e ar entre 
em combustão, basta uma faísca elétrica quase imperceptível como aquela que 
pode ser produzida por uma pessoa ao caminhar por um carpete sintético e tocar 
um objeto que esteja conectado a terra. Numa atmosfera de oxigênio puro (sem 
a presença de nitrogênio), a energia necessária é menor. A chama de difusão 
associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra a forma de combustão 
que se observa quando um combustível líquido ou sólido queima com chama. 
Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da substância combustível 
gerados na superfície da fase condensada. A velocidade de abastecimento destes 
vapores depende da sua velocidade de combustão na chama de difusão. A energia 
se transfere da chama para a superfície, gerando, assim, a energia necessária para 
produzir os vapores. Nos combustíveis líquidos, ocorre um processo simples de 
evaporação, mas nos combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente 
de energia para que ocorra a decomposição química do combustível e para romper 
as grandes moléculas, transformando-as em fragmentos menores capazes de se 
evaporar e se liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que 
se mantenha o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
10
O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância, 
transformando-as em moléculas ou átomos como resultados da ação do calor, denomina-
se pirólise ou decomposição térmica. (DISTRITO FEDERAL, 2006).
UNI
4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR
A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é 
importante para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para 
esta compreensão, estudaremos as formas de transmissão de calor:
• Condução: o calor é transmitido através de substâncias condutoras, podendo 
provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentado no aumento 
da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem 
submetidos a uma fonte de energia. O calor é transmitido entre as partículas, 
perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte.
• Convecção: O ar quente e os gases liberados pela combustão tendem a se elevar 
por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem os materiais com os 
quais tenham contato. Por esta razão, as correntes de ar são muito perigosas em 
caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos materiais altamente 
inflamáveis.
• Radiação: O calor é transmitido em ondas e em todas as direções. Assim, todos 
os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua temperatura 
de ignição. Muitos incêndios são provocados pelo calor radiante. São comuns os 
incêndios originados pela aproximação de estufas a cortinas ou outros materiais 
combustíveis. 
Para melhor entendimento da transferência de calor por condução e 
convecção, observe a figura a seguir.
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
11
FIGURA 4 – AÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO E CONVECÇÃO EM 
MADEIRA, PARA DUAS POSIÇÕES DIFERENTES
FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 39)
Observe no lado esquerdo da figura a seguir, a representação do fogo em 
uma placa de madeira na posição horizontal, o fenômeno da convecção com a 
elevação dos gases quentes resultantes de queima da madeira. A propagação da 
chama é lenta, pois se dá somente por condução.
No lado direito da figura que segue, com a representação do fogo em uma 
placa de madeira na posição vertical, observa-se a rápida propagação da chama, 
pois o aquecimento da madeira se dá por condução e por convecção.
Para melhor entendimento da transferência de calor por radiação, observe 
o incêndio em uma edificação que é atingida por radiação do calor gerado por um 
incêndio num edifício localizado no outro lado da via que os separa, representado 
na figura a seguir. 
FIGURA 5 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR ENTRE EDIFÍCIOS POR RADIAÇÃO 
TÉRMICA
FONTE: Essential of Fire Fighting (2001) apud Bonitese (2007, p. 40)
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
12
5 PONTO DE FULGOR E PONTO DE IGNIÇÃO
A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua 
temperatura superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente 
para, uma vez iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos 
podem ser classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura 
mínima para que se libereum vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície.
QUADRO 2 – PONTO DE FULGOR DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS
FONTE: Disponível em: <http://www.iq.unesp.br/cipa/produtos.htm>. Acesso em: 30 maio 
2010.
Observe no quadro anterior, que algumas substâncias liberam vapor ou uma 
mistura de ar inflamável mesmo quando submetidas a temperaturas muito baixas.
UNI
Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de 
difusão, é necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como 
ponto de ignição. Estes conceitos são aplicáveis também aos combustíveis 
sólidos, mesmo que as temperaturas são mais altas devido às exigências da 
decomposição química. O ponto de ignição encontra-se normalmente acima dos 
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
13
300 o C dependendo do combustível. A facilidade de ignição de um material sólido 
depende, portanto, da facilidade com que se eleva sua temperatura superficial 
até alcançar o ponto de ignição, por exemplo, mediante a exposição a um calor 
radiante ou a um fluxo de gases quentes. 
Os sólidos de fina espessura, como as maravalhas (figura a seguir), 
queimam com grande facilidade porque têm uma massa térmica baixa, ou seja, 
necessitam de uma quantidade relativamente reduzida de calor para aumentar 
sua temperatura até o ponto de ignição. No entanto, quando se aplica calor a uma 
superfície de um material sólido de grande espessura, parte do calor passa da 
superfície ao interior, o que reduz o aumento da temperatura em sua superfície. 
FIGURA 6 – MARAVALHA
FONTE: Disponível em: <http://www.quebarato.com.br/serragem-
maravalha__2a195.html>. Acesso em: 30 maio 2010.
• No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor 
se aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta.
• No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da fonte de 
calor.
UNI
A temperatura de ignição de alguns materiais comumente presentes em 
incêndios é apresentada no quadro a seguir.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
14
QUADRO 3 – TEMPERATURA DE IGNIÇÃO DE ALGUNS MATERIAIS
Material Temp. de ignição (°C)
Fluxo de liberação de 
energia (KW/m²)
Madeirite (0,635cm) 390 16
Madeirite (1,27cm) 390 16
Madeirite resistente ao fogo (1,27cm) 620 44
Compensado (6,35mm) 298 10
Compensado (3,175mm) 365 14
Compensado envernizado (3,4mm) 400 17
Compensado laqueado 400 17
Placa de fibra isolante térmico 355 14
Espuma rígida (2,54cm) 435 20
Espuma flexível (2,54cm) 390 16
Poliestireno (5,08cm) 630 46
Policarbonato (1,52mm) 528 30
Polímero PMMA tipo C (1,27cm) 378 15
Polímero PMMA polycast (1,59mm) 278 9
Carpete n.°1 de algodão padrão 465 23
Carpete n.°2 de algodão não tratado 435 20
Carpete n.°2 de algodão tratado 455 22
Carpete mistura de nylon/algodão 412 18
Carpete acrílico 300 10
Placa de gesso comum (1,27mm) 565 35
Placa de gesso resistente ao fogo 
(1,27cm) 510 28
Placa de gesso com papel prensado 412 18
Cobertura asfáltica 378 15
Cobertura de fibra de vidro 445 21
Vidro reforçado com poliéster 
(2,24mm) 390 16
Vidro reforçado com poliéster 
(1,14mm) 400 17
FONTE: Quintiere (1997) apud Distrito Federal (2006, p. 19)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
15
6 INCÊNDIO
Segundo Distrito Federal (2006), um incêndio é a manifestação de 
uma combustão incontrolada, conforme apresentado na figura a seguir. Nesta 
combustão, participam os materiais combustíveis que formam parte dos 
edifícios ou uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na 
indústria e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, 
são apresentados como substâncias combustíveis. Ainda que estas substâncias 
apresentem uma grande variedade de acordo com o seu estado químico e físico, 
quando em combustão têm um comportamento similar, ainda que apresentem 
algumas diferenças tais como: 
• facilidade com que se inicia a combustão (ignição);
• velocidade com que se desenvolve a combustão (propagação da chama); e
• intensidade da combustão (velocidade de liberação de calor).
FIGURA 7 – INCÊNDIO EM LOCAL DESTINADO A DEPÓSITO DE MATERIAIS
FONTE: Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/album/
p_20100512-incendio10.shtml>. Acesso em: 30 maio 2010.
Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, 
é possível quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de 
um incêndio, o que permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos 
incêndios em geral. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
16
Os materiais combustíveis estão em toda parte e, em determinadas 
condições, podem entrar em combustão se lhes for aplicada uma fonte de ignição 
capaz de iniciar uma reação em cadeia. No início deste processo, a substância 
combustível reage com o oxigênio do ar liberando energia (calor) e gerando 
produtos resultantes da combustão, alguns dos quais podem ser tóxicos. Torna-
se necessário, portanto, compreender com clareza os mecanismos de ignição e 
combustão. Normalmente, a maioria dos incêndios é produzida em materiais 
sólidos como, por exemplo, a madeira, mas também, ocorre em combustíveis 
líquidos e gasosos. 
6.1 FASES DO INCÊNDIO
A queima se processa em etapas definidas claramente, tanto em incêndios 
florestais, como em incêndios em veículos ou em incêndios de edificações. A partir do 
reconhecimento dos diferentes estágios, pode-se compreender o desenvolvimento 
do incêndio e realizar o combate com as ferramentas e táticas mais adequadas a 
cada um deles. A eficiência no combate a incêndio depende do conhecimento de 
cada uma das etapas e das técnicas apropriadas a serem adotadas.
 
Distrito Federal (2006) descreve as etapas do incêndio como: inicial, 
crescente, totalmente desenvolvida e final. 
6.1.1 Etapa Inicial
Após a ignição do material combustível, inicia-se esta etapa. Nesta 
fase, tanto o oxigênio como o combustível são abundantes no ambiente. Num 
espaço de tempo maior, a temperatura mantém-se relativamente baixa e inclui o 
aparecimento do incêndio, restringindo-se ao foco inicial. Da combustibilidade 
e quantidade do material em combustão e dos materiais que estiverem nas 
proximidades irá depender o desenvolvimento do incêndio nesta fase.
6.1.2 Etapa Crescente
Esta etapa é relativa à incubação do incêndio. Nos incêndios em ambientes 
fechados, de acordo com o progresso da combustão, a fumaça e os gases aquecidos 
produzidos pela combustão, por convecção se elevam e ocupam a região próxima 
ao teto. As chamas aumentam e há uma redução da concentração de oxigênio 
para 20%. Dependendo da quantidade e forma do material combustível existente 
no ambiente, haverá uma propagação mais rápida. A temperatura inicial desta 
fase ainda não é muito alta, porém o aumento na quantidade de calor liberado 
é exponencial e em um curto período de tempo. Nesta condição, os materiais 
existentes no ambiente virão a sofrer a pirólise. A temperatura, nesta fase, se eleva 
de aproximadamente 50oC para 800oC, em pouco tempo. 
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
17
A forma e o tamanho do ambiente influenciarão no desenvolvimento 
do fogo: o incêndio se desenvolve mais facilmente em espaços menores. Em 
ambientes mais fechados com pouca abertura para a ventilação natural, tais como 
portas e janelas, por exemplo, o incêndio irradiará mais calor para os materiais 
não atingidos pelo mesmo. 
Todos os materiais existentes no local atingirão o seu ponto de ignição 
na parte final desta etapa, as chamas atingirão o ambiente inteiro. Esta situação 
é também denominada flashover. A propagação do calor se processa para fora e 
para cima do combustível, por condução e convecção.
6.1.3 Etapa Totalmente Desenvolvida
Nesta etapa, também denominada de fase de queima livre ou estável, 
o incêndio se desenvolve de maneira mais forte, utilizando cada vez mais 
combustível e oxigênio. A temperatura continuará a se elevar acima de 800o 
C. Há um intenso acúmulo de gases aquecidos e fumaça. Há uma redução na 
concentração de oxigênio para 18%,e muita diferença nesta concentração entre a 
região próxima ao piso com relação à região próxima ao teto. Na região próxima 
ao piso é quase normal a concentração de oxigênio e a temperatura é confortável 
ainda. Na região próxima ao teto há o aumento rápido da camada de gás e da 
temperatura. Por esta razão, torna-se importante realizar as ações de combate 
agachado ou de joelhos. Esta fase está basicamente relacionada à propagação do 
incêndio e sofrerá as seguintes influências:
• em ambiente fechado, o ambiente inteiro é tomado pelas chamas e dependerá 
da concentração de oxigênio;
• em ambiente aberto, poderá ocorrer a dispersão da massa gasosa e dependerá 
da quantidade de combustível.
No início, em razão da maior disponibilidade de oxigênio, o incêndio se 
desenvolve de maneira semelhante ao incêndio com boas condições de ventilação. 
Mesmo que esteja se desenvolvendo em ambiente confinado, o comportamento 
do incêndio é controlado pelas condições de queima do material combustível. 
Normalmente, esses incêndios apresentam duas camadas distintas: uma camada na 
parte superior formada por fumaça e outra camada de ar na parte inferior. Nesta 
condição, a queima gerará os mesmos produtos que são resultantes da combustão do 
mesmo material realizada em local aberto. 
O incêndio que se desenvolve em ambientes fechados, promoverá uma 
diminuição da concentração de oxigênio. Nestes casos, o oxigênio disponível 
controlará a produção de calor, a velocidade e inclusive a extinção do incêndio. Há 
também, nestas situações, somente a camada de fumaça que praticamente preencherá 
o ambiente inteiro. Nesses incêndios nos quais o controle dos mesmos é resultante da 
ventilação, a combustão no interior do ambiente será incompleta.
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
18
6.1.4 Etapa Final
Esta etapa também é denominada fase decrescente ou estágio de brasa. A 
etapa se inicia no momento em que a maior parte do combustível e do oxigênio 
existente no local já foi consumida pelo incêndio. Com isso, há uma tendência 
de diminuição das chamas que passam a buscar oxigênio em qualquer abertura. 
Nesta situação, a concentração de oxigênio se reduz para 16%. Caso a concentração 
de oxigênio seja reduzida para 15% ou menos, haverá a extinção das chamas e 
permanecerão apenas as brasas. 
No teto, a temperatura permanece muito elevada e o ambiente é preenchido 
por fumaça e gases aquecidos, podendo em alguns casos conter gases perigosos. 
A visibilidade no local é praticamente nula. A temperatura do ambiente diminui 
gradativa e lentamente. No ambiente há pouco oxigênio, e isto, se o local não 
for ventilado fará que a temperatura diminua e apaguem as chamas e as brasas 
existentes. 
Observe na figura a seguir as variações da temperatura com relação às 
fases do incêndio desenvolvidas no decorrer do tempo.
FIGURA 8 – GRÁFICO DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA NO DECORRER DO TEMPO DE 
UM INCÊNDIO
FONTE: Grimwood (2003) apud Distrito Federal (2006, p. 121)
TÓPICO 1 | QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
19
Na tabela a seguir são apresentadas as principais características de cada 
fase desenvolvida durante um incêndio. 
TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DE CADA FASE DO INCÊNDIO
FONTE: Distrito Federal (2006, p. 121)
20
Neste tópico, você viu que:
• Fogo é uma combustão, isto é, uma reação química que ocorre quando os vapores 
desprendidos por uma substância combustível são combinados rapidamente 
com o oxigênio do ar. Pode-se dizer que o fogo é uma manifestação energética 
de certas reações químicas exotérmicas de oxidação-redução.
• Existem três componentes indispensáveis para que um fogo ocorra e devem se 
dar na proporção adequada de concentração entre o combustível e o comburente 
e a uma temperatura determinada: combustível, comburente e calor.
• Combustível: As matérias combustíveis são todas as matérias que podem liberar 
vapores inflamáveis e reagir com um comburente produzindo uma reação 
exotérmica. A velocidade da reação pode variar de acordo com as condições em 
que se encontre, dependendo da temperatura, concentração e estado físico dos 
componentes (sólido, líquido ou gasoso). 
• Comburente: É denominada assim qualquer substância oxidante. O oxigênio é 
um bom agente oxidante que se encontra no ar, sendo, portanto o ar um elemento 
ativo da reação de combustão. 
• Calor ou energia de ativação: O último elemento indispensável para a obtenção do 
fogo é o calor. Estamos rodeados de materiais combustíveis e de ar, em contanto 
constante, sem que se produza o fogo. Sempre é necessário unir estes elementos 
com a energia calorífica que inicie a reação de combustão. 
• Algumas fontes de calor que iniciam a reação de combustão são: naturais: Sol e 
raio; elétricas: sobrecargas, curto-circuito, eletricidade estática e arcos elétricos; 
químicas: reações e fermentação; processos de soldadura e corte: trabalhos com 
chama aberta e faíscas.
• Para melhor compreensão do que consiste o fogo, podemos imaginar os três lados 
de um triângulo, cada um dos quais está sempre em contato com os outros dois. 
Para que se produza o fogo devem permanecer em contato os três componentes 
do triângulo: combustível, comburente e calor. 
• Há também outra teoria sobre o fogo, em que além dos três elementos do triângulo 
do fogo (combustível, comburente e calor), se considera um quarto fator: a reação 
em cadeia, que alimenta o fogo. Portanto, são quatro fatores que compõem o 
tetraedro do fogo.
• A combustão é uma reação de oxidação exotérmica, em que o combustível se 
decompõe pela ação do calor, gerando determinados produtos de decomposição. 
RESUMO DO TÓPICO 1
21
Estes produtos se combinam com o comburente (oxigênio), produzindo fumaça e 
gases. Esta combinação também é exotérmica, ou seja, produz calor que provoca 
novas decomposições do combustível. Todo este processo se caracteriza por uma 
reação em cadeia que autoalimenta o fogo. 
• Um incêndio é a manifestação de uma combustão incontrolada. Nesta combustão, 
participam os materiais combustíveis que formam parte dos edifícios ou 
uma ampla gama de gases, líquidos e sólidos que são utilizados na indústria 
e no comércio. Estes materiais, normalmente constituídos por carbono, são 
apresentados como substâncias combustíveis. 
• Na medida em que se aprofundam os estudos na ciência dos incêndios, é possível 
quantificar e prognosticar com maior exatidão o comportamento de um incêndio, 
o que nos permite aplicar nossos conhecimentos na prevenção dos incêndios em 
geral. 
• Um gás inflamável pode entrar em combustão de duas formas diferentes. Um jato 
de gás de um tubo como, por exemplo, um bico de Bunsen, com a entrada de ar 
fechada, pode entrar em ignição e queimar como chama de difusão, produzindo-
se a combustão naquelas zonas em que o combustível gasoso e o ar se misturam 
por um processo de difusão. Este tipo de chama apresenta luminosidade amarela, 
indicando a presença de pequenas partículas de fuligem resultantes da combustão 
incompleta. Algumas destas partículas ardem na chama, outras, porém, emergem 
pela ponta da mesma para formar a fumaça. 
• Outra forma de combustão ocorre quando o gás, vapor ou pó e o ar são misturados 
antes da ignição e se produza uma combustão da mistura inflamável ou explosiva, 
sempre que o nível de concentração de gás, vapor, pó e ar se encontrem entre o 
LIE - limite inferior de explosividade inflamabilidade e o LSEI – limite superior 
de explosividade ou inflamabilidade. 
• Uma mistura de gás, vapor ou pó com o ar que apresente uma concentração de 
gás, vapor, ou pó fora dos limites de inflamabilidade ou explosividade (inferior 
e superior) é uma mistura não inflamável. 
• Quando uma mistura é inflamável, a ignição pode ocorrer aplicando-se uma 
pequena fonte de ignição como, por exemplo: uma simples faísca elétrica. A 
mistura de tipo estequiométrico é aquela que arde com maior facilidade, pois 
a proporção de oxigênio presente é adequada para queimar completamente a 
substância combustível e transformá-la em dióxidode carbono e água. 
• Numa atmosfera de oxigênio puro (sem a presença de nitrogênio), a energia 
necessária é menor. 
• A chama de difusão associada a um fluxo de combustível gasoso demonstra 
a forma de combustão que se observa quando um combustível líquido ou 
sólido queima com chama. Mas neste caso, a chama se alimenta dos vapores da 
22
substância combustível gerados na superfície da fase condensada. A velocidade 
de abastecimento destes vapores depende da sua velocidade de combustão na 
chama de difusão. A energia se transfere da chama para a superfície, gerando, 
assim, a energia necessária para produzir os vapores. 
• Nos combustíveis líquidos ocorre um processo simples de evaporação, mas nos 
combustíveis sólidos deve existir uma quantidade suficiente de energia para 
que ocorra a decomposição química do combustível e para romper as grandes 
moléculas transformando-as em fragmentos menores capazes de se evaporar e se 
liberar da superfície. Esta reação térmica é indispensável para que se mantenha 
o fluxo de vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão. 
• O processo de rompimento das moléculas que compõe uma substância 
transformando-as em moléculas ou átomos, como resultado da ação do calor, 
denomina-se pirólise ou decomposição térmica.
• A compreensão do processo de transferência de calor ou energia é importante 
para se estudar o comportamento dos processos dos incêndios. Para esta 
compreensão, estudamos as formas de transmissão de calor: condução, convecção 
e radiação.
• Condução ocorre quando o calor é transmitido através de substâncias condutoras, 
podendo provocar a propagação de um incêndio. Está fundamentada no aumento 
da vibração das moléculas ou átomos que compõem os materiais ao serem 
submetidos a uma fonte de energia, o calor é transmitido entre as partículas, 
perdendo gradativamente a intensidade da vibração ao afastar-se da fonte de 
calor. 
• Convecção ocorre quando o ar quente e os gases liberados pela combustão 
tendem a se elevar por sua menor densidade com relação ao ar frio e aquecem 
os materiais com os quais tenha contato. Por esta razão, as correntes de ar são 
muito perigosas em caso de incêndio, principalmente quando direcionadas aos 
materiais altamente inflamáveis. 
• Radiação ocorre quando o calor é transmitido em ondas e em todas as direções, 
assim todos os combustíveis que tenham contato com elas podem alcançar a sua 
temperatura de ignição. 
• A combustão de um líquido ou de um sólido requer o aumento de sua temperatura 
superficial até que se liberem vapores a uma velocidade suficiente para, uma vez 
iniciada a ignição destes, manter a chama. Os combustíveis líquidos podem ser 
classificados de acordo com o seu ponto de fulgor ou temperatura mínima para 
que se libere um vapor ou uma mistura de ar inflamável na superfície.
• Para produzir um fluxo de vapores capaz de manter uma chama de difusão é 
necessária uma temperatura ligeiramente superior, conhecida como ponto de 
ignição. 
23
• No ponto de fulgor ocorre a combustão do material quando a fonte de calor se 
aproxima e a chama se apaga quando a fonte de calor se afasta.
• No ponto de ignição, a chama se mantém mesmo no caso de afastamento da 
fonte de calor.
• A etapa inicial do incêndio apresenta as seguintes características principais: 
as chamas mantêm-se no foco inicial; há muito combustível; há oxigênio em 
abundância; mantém-se a temperatura ambiente; o espaço de tempo é de curta 
duração. 
• Na etapa crescente as principais características apresentadas pelo incêndio são: as 
chamas se propagam para os materiais combustíveis existentes nas proximidades; 
ainda há combustível em abundância; há a diminuição da concentração de 
oxigênio; ocorre um aumento da temperatura de maneira exponencial; a massa 
de gás e fumaça se elevam por convecção. 
• A etapa totalmente desenvolvida do incêndio é identificada pelas seguintes 
características: ocorre a generalização do incêndio em todo o ambiente; o 
combustível disponível para alimentar o processo de combustão passa a ser 
limitado; a concentração de oxigênio diminui e é restrita; há grandes diferenças 
entre a temperatura da região próxima ao teto e a região próxima ao piso; o calor 
é irradiado da região próxima ao teto em direção à região próxima ao piso. 
• Na fase final do incêndio, as características apresentadas são: as chamas 
diminuem ou se apagam; não há combustível disponível para manutenção do 
processo de combustão; há uma concentração baixa de oxigênio; a temperatura 
é muito alta, e diminui lentamente; há a presença de muita fumaça e brasa; há 
risco de ignição da fumaça se for injetado ar no interior do ambiente. 
24
Exercite seus conhecimentos adquiridos, resolvendo as questões a 
seguir:
1 Explique o que se entende por fogo.
2 Discorra sobre o triângulo do fogo e seus componentes.
3 Descreva o tetraedro do fogo e seus componentes.
4 Apresente a definição de incêndio.
5 Discorra sobre cada uma das formas de combustão de um gás inflamável.
6 Apresente as características de uma mistura inflamável de tipo 
estequiométrico.
7 Descreva a reação térmica indispensável para que se mantenha o fluxo de 
vapores e, com isso, se mantenha a chama de difusão na combustão dos 
combustíveis.
8 Apresente a definição de pirólise ou decomposição térmica.
9 Descreva as formas de transmissão de calor.
10 Discorra sobre as diferenças entre ponto de fulgor e ponto de ignição.
11 Apresente resumidamente as principais características de cada fase 
desenvolvida no incêndio.
AUTOATIVIDADE
25
TÓPICO 2
CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A combustão ou fogo libera geralmente luz e energia em quantidade 
bastante para ser perceptível. De acordo com Distrito Federal (2006), a existência 
de luz em uma chama nem sempre se verificará. A queima do hidrogênio é um 
exemplo que produz somente vapor d’água através da reação química com o 
oxigênio. No entanto, mesmo que não seja visível a chama, muita energia se 
produz neste processo. Por esta razão, o processo denomina-se combustão. Isto 
demonstra que há diferentes tipos de combustão. Distrito Federal (2006) classifica 
a combustão com relação à: 
• formação de produtos da combustão: completa ou incompleta;
• sua velocidade de reação: viva ou lenta.
Há também a combustão espontânea, apresentada em separado, por suas 
particularidades.
2 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À FORMAÇÃO DE PRODUTOS
Com relação a esta classificação, a combustão é completa ou incompleta. 
Há também a combustão espontânea que será apresentada em separado, por suas 
particularidades.
2.1 COMBUSTÃO INCOMPLETA
Trata-se da forma de combustão mais comum caracterizada pela produção 
de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis produzidos pelo 
rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as moléculas de oxigênio 
e passarão a formar outras substâncias. Esse processo produzirá uma quantidade 
maior de chama e calor, e dependerá de uma ação externa para sua paralisação e 
extinção das chamas. As características das construções em geral, integradas por 
compartimentos delimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências 
de incêndios haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que 
este oxigênio é utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, 
esta quantidade de oxigênio tende a decrescer. Com isto, as chamas sofrem uma 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
26
diminuição e chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição 
das chamas, os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados 
de íons que reagirão com o oxigênio quando em contato com este. Basta o contato 
com o ar para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. 
Nestes casos, as ações de combate deverão ser cuidadosas e de acordo com as 
técnicas apropriadas, para se evitar a explosão da fumaça, conhecida como 
brackdraft, que estudaremos mais adiante. 
A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmenteconsumidos 
na queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação com 
o ar. Estes resíduos compõem a fumaça.
UNI
2.2 COMBUSTÃO COMPLETA
Há casos em que a totalidade das moléculas do combustível reage 
completamente com as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias 
estáveis. Nestes casos, ocorre a combustão completa ou combustão ideal, e são 
gerados apenas dióxido de carbono (CO2) e água (H2 O). Temos como exemplo a 
combustão do metano. Nesta combustão, ao reagir uma molécula de metano (CH4) 
com duas moléculas de oxigênio (O2) será formada uma molécula de dióxido de 
carbono e duas moléculas de água (H2 O), de acordo com a equação:
4 2 2 2CH O CO 2H O+ = +
Normalmente, nos incêndios, por ocorrer uma mistura mais rica em 
metano ou outro combustível, há a também a formação de monóxido de carbono 
(CO) além da geração de dióxido de carbono (CO2). O monóxido de carbono é 
instável e reage com o oxigênio, rompendo outra molécula e forma outros produtos 
instáveis. Neste processo, ocorre uma reação em cadeia de maneira semelhante 
ao que ocorre com o gás hidrogênio e com a maior parte dos combustíveis. Ao ser 
retirado qualquer um dos componentes do tetraedro do fogo, haverá a extinção 
do mesmo.
TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
27
Os trabalhos de prevenção e combate aos incêndios dependem muito dos 
conhecimentos inerentes ao controle deste processo.
UNI
A combustão completa ou também chamada de queima limpa é obtida 
na queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem 
devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul.
 
No entanto, convém atentar para a diferença entre a queima total e a 
combustão completa. A queima total de um combustível ocorre quando todo o 
material combustível existente no ambiente é atingido pela queima, e a combustão 
completa ocorre na combinação estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. 
3 CLASSIFICAÇÃO RELATIVA À VELOCIDADE DA COMBUSTÃO
Com relação à velocidade da combustão, a combustão é viva ou lenta.
3.1 COMBUSTÃO VIVA
A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A 
chama exerce influência na intensidade do incêndio, e, portanto, considera-se 
como a combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada 
durante o combate.
A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou 
gás queimando, mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos 
combustíveis líquidos ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente 
gasoso.
Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como 
sendo combustão viva. Para que ocorra a combustão viva, basta a liberação de 
uma quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que 
se possa determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a 
unidade de volume da reação química e a energia de ativação. 
Na etapa inicial da combustão, o nível de energia pode ser de 
aproximadamente 1.000 (103) kW / m3. Esta quantidade de energia é suficiente 
para em um segundo elevar em 1 o C a temperatura de 1 grama de água. 
 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
28
Distrito Federal (2006) salienta que a potência de uma combustão é 
caracterizada pela quantidade de calor ou de energia liberada em um intervalo 
de tempo. Esta medida da quantidade de energia é normalmente expressa em 
kJ/s ou kW. Os níveis máximos de liberação de calor (picos) de alguns materiais 
são apresentados na tabela a seguir.
TABELA 3 – NÍVEIS MÁXIMOS DE LIBERAÇÃO DE CALOR
FONTE: National Fire Protection Association (NFPA) 921 apud Distrito Federal (2006, p. 35)
3.2 COMBUSTÃO LENTA
O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido 
popularmente como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo 
em que a reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre 
lentamente. Este fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão 
viva e produz luz, calor e fumaça. 
Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial do combustível 
sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em combustão e esta 
superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica a ocorrência de 
temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de incêndios ocorre a 
incandescência. 
Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela 
pode transformar-se em combustão viva. Por esta razão se ocorrer a ventilação 
inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do 
material combustível.
TÓPICO 2 | CLASSIFICAÇÃO DO FOGO
29
Um cigarro aceso sobre um colchão poderá dar início a uma combustão 
lenta, que, em seguida, poderá resultar em combustão viva.
UNI
A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno 
de 10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados 
altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material 
combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para 
continuar a reação química.
Essa combustão em incêndios é potencialmente mortal, embora seja 
muito lenta, em razão da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre 
a incandescência nos seguintes casos:
• queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, tais como: carvão, 
fumo, espuma ou algodão em colchões;
• queima de mistura de combustíveis como no caso de sofás em que se combinam 
tecidos com polímeros ou algodão;
• queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já queimados tais 
como em: carvoarias ou lixões.
4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA
Trata-se de uma forma de combustão em que o processo de queima não 
necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de combustão estudados 
anteriormente. O início a um processo de queima neste tipo de combustão 
geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível com exposição ao ar. 
Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição orgânica do material 
e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua percepção. Em alguns 
casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto faz com que apenas se 
perceba a combustão quando a mesma for grave.
Em materiais em que pode ocorrer este tipo de combustão como: o fósforo 
branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão 
amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não 
se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da 
temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. 
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
30
A reação química gerada nestes casos pode resultar tanto em uma combustão 
lenta ou incandescência como em uma chama ou combustão viva.
UNI
31
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você viu que:
• Pode-se perceber que há diferentes formas de combustão: há combustão ou fogo, 
que libera geralmente luz e energia em quantidade bastante para ser perceptível. 
No entanto, há casos em que a existência de luz em uma chama nem sempre se 
verificará. A queima do hidrogênio é um exemplo que produz somente vapor 
d’água através da reação química com o oxigênio. No entanto, mesmo que não 
seja visível a chama, muita energia se produz neste processo, por esta razão a 
este processo também se denomina combustão. 
• A combustão se classifica com relação à: formação de produtos da combustão, 
completa ou incompleta; sua velocidade de reação: viva ou lenta e há também 
a combustão espontânea.
• Combustão incompleta é a forma de combustão mais comum caracterizada 
pela produção de produtos instáveis (íons). Essas moléculas e átomos instáveis 
produzidos pelo rompimento molecular dos combustíveis reagirão com as 
moléculas de oxigênio e passarão a formar outras substâncias. Esse processo 
produzirá uma quantidade maior de chama e calor e dependerá de uma ação 
externa para sua paralisação e extinção das chamas. 
• As características das construções, em geral, integradas por compartimentosdelimitados por paredes e teto, fazem com que nas ocorrências de incêndios 
haja uma limitação de oxigênio para o fogo e na medida em que este oxigênio é 
utilizado na decomposição térmica dos materiais em combustão, esta quantidade 
de oxigênio tende a decrescer. Com isto as chamas sofrem uma diminuição e 
chegam inclusive a se apagar. Porém, ainda que ocorra a diminuição das chamas, 
os gases presentes na fumaça permanecem aquecidos e carregados de íons que 
reagirão com o oxigênio quando em contato com ele. Basta o contato com o ar 
para se formar o tetraedro do fogo e dar continuidade à combustão. 
• A combustão incompleta gera resíduos que não são totalmente consumidos na 
queima, decorrentes da reação em cadeia que são capazes de continuar a reação 
com o ar. Estes resíduos compõem a fumaça.
• A combustão completa ou combustão ideal ocorre nos casos em que nas reações 
químicas a totalidade das moléculas do combustível reage completamente com 
as moléculas de oxigênio, resultando em substâncias estáveis. 
• A combustão completa, também chamada de queima limpa, é obtida na 
queima do gás pelo fogão e pelo maçarico, quando os queimadores estiverem 
devidamente regulados, produzindo uma chama de coloração azul. 
32
• A queima total de um combustível ocorre quando todo o material combustível 
existente no ambiente é atingido e a combustão completa ocorre na combinação 
estequiométrica entre o oxigênio e o combustível. 
• A combustão viva ocorre nos casos em que há presença de chama. A chama 
exerce influência na intensidade do incêndio e, portanto, considera-se como a 
combustão mais importante e em decorrência é a combustão mais focada durante 
o combate.
• A combustão viva só pode ocorrer nos casos em que há vapor ou gás queimando, 
mesmo que seja decorrente da decomposição térmica dos combustíveis líquidos 
ou sólidos, pois a combustão é processada em ambiente gasoso.
• Não importa o tamanho da chama para se classificar uma reação como sendo 
combustão viva. Para que ocorra a combustão viva basta a liberação de uma 
quantidade tal de energia que torne perceptível esta liberação. Para que se possa 
determinar se uma reação é fogo, deve-se considerar a relação entre a unidade 
de volume da reação química e a energia de ativação. 
• A potência de uma combustão é caracterizada pela quantidade de calor ou de 
energia liberada em um intervalo de tempo. Esta medida da quantidade de 
energia é normalmente expressa em kJ/s ou kW. 
• O fenômeno chamado de incandescência ou smoldering e conhecido popularmente 
como brasa, é a combustão relativamente lenta, ou seja, o processo em que a 
reação química entre o oxigênio e um sólido combustível ocorre lentamente. Este 
fenômeno pode ocorrer no início ou no fim de uma combustão viva e produz 
luz, calor e fumaça. Nestes casos, a reação química ocorre na parte superficial 
do combustível sólido e o oxigênio é difundido na superfície do material em 
combustão e esta superfície passa a queimar e a luzir. Esta luminescência indica 
a ocorrência de temperaturas acima de 1000o C. Normalmente, na fase final de 
incêndios ocorre a incandescência. 
• Se houver um aumento no fluxo de ar sobre a combustão lenta, ela pode 
transformar-se em combustão viva. Por esta razão, se ocorrer a ventilação 
inadequada durante o combate ao incêndio, poderá ocorrer a reignição do 
material combustível. 
• A combustão lenta apresenta uma velocidade da reação química em torno de 
10-2 a 10-3 cm/s ou 1 a 5 mm/minuto. A este tipo de combustão estão associados 
altos nível de (CO) monóxido de carbono (mais de 10% da massa do material 
combustível). Este monóxido de carbono requer pouca quantidade de ar para 
continuar a reação química.
• A combustão lenta é potencialmente mortal, embora seja muito lenta, em razão 
da geração de monóxido de carbono. Normalmente, ocorre a incandescência nos 
seguintes casos: queima de combustíveis sólidos que apresentam porosidade, 
33
tais como: carvão, fumo, espuma ou algodão em colchões; queima de mistura de 
combustíveis como no caso de sofás em que se combinam tecidos com polímeros 
ou algodão e queima em locais destinados à descarga de materiais sólidos já 
queimados tais como em: carvoarias ou lixões.
• A combustão espontânea é uma forma de combustão em que o processo 
de queima não necessita de uma fonte externa de calor como nos tipos de 
combustão estudados anteriormente. O início a um processo de queima neste 
tipo de combustão geralmente ocorre por uma oxidação lenta do combustível 
com exposição ao ar. Este tipo de combustão se desenvolve por decomposição 
orgânica do material e a reação química ocorre lentamente, o que dificulta sua 
percepção. Em alguns casos, esta combustão é semelhante à incandescência, isto 
faz com que apenas se perceba a combustão quando a ela for grave.
• Em materiais em que pode ocorrer a combustão espontânea como: o fósforo 
branco, peles de animais em curtumes (quando em tratamentos) e algodão 
amontoados, a energia (calor) liberada como resultante da reação química não 
se dissipa de maneira suficiente no ambiente. Isto proporciona um aumento da 
temperatura do próprio material e um aumento na velocidade da reação química. 
34
Para exercitar seu aprendizado, resolva as questões a seguir:
1 Explique como se pode perceber que há diferentes formas de combustão. 
2 Descreva como se classifica a combustão.
3 Discorra sucintamente sobre os tipos de combustão classificados de acordo 
com a formação dos produtos da combustão.
4 Apresente a descrição sucinta dos tipos de combustão classificados com 
relação à velocidade da reação.
5 Descreva sucintamente a combustão espontânea.
AUTOATIVIDADE
35
TÓPICO 3
EXPLOSÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Uma explosão se caracteriza por uma liberação de energia repentina que 
produz uma onda expansiva capaz de causar danos (DISTRITO FEDERAL, 2006). 
Há explosões que ocorrem por sobrepressão e podem ser decorrentes de processos 
químicos em indústrias ou simplesmente por efeitos físicos, como quando ocorre 
o aquecimento na parte externa de um recipiente até atingir uma sobrepressão. 
Este tipo de explosão por vapor em líquido em expansão conhecido como BLEVE 
(Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion). Este termo tem sua origem relacionada 
aos problemas das caldeiras a vapor. Este termo também é empregado quando, 
num depósito que contém gás liquefeito de petróleo (GLP), ocorre um incêndio, 
que libera o conteúdo inflamável e este conteúdo ao entrar em combustão produz 
uma bola de fogo. Essa explosão gera uma onda que se expande de forma radial 
em todas as direções. 
Há casos de explosão por combustão ou explosão química como ocorre na 
maioria das explosões como consequência de incêndios em vazamentos de GLP 
ou da fumaça. Os gases combustíveis existentes no interior da fumaça quando 
acumulados em ambientes poucos ventilados, podem entrar em combustão 
subitamente com a entrada de oxigênio no ambiente. Neste caso, a explosão de 
fumaça ou backdraft ou backdraught como é conhecida estudaremos mais adiante.
2 EXPLOSÃO DE GASES
Distrito Federal (2006) classifica a explosão como deflagração ou detonação. 
Uma deflagração ocorre quando a velocidade do deslocamento de ar é abaixo de 
340 m/s e uma detonação ocorre quando esta velocidade é superior a 340 m/s. 
Deflagrações são, por exemplo: as explosões de fumaça ou do GLP no ambiente, 
pois a velocidade do deslocamento do ar é menor e abaixo de 340 m/s. As explosões 
por deflagração emitem uma onda de choque tal que é capaz de abalar a estrutura 
da edificação, causando a morte de quem estiver ocupando o ambiente.
Nos casos de combinação entre o gás combustível e o ar, há a possibilidade 
de ocorrer uma explosão. Como já estudamos, os gases somente poderão entrar 
em combustão quando há uma quantidade suficiente de gás combustível, ou 
seja, quando a sua concentração estiver dentro dos limites de inflamabilidade ou 
limites de explosividade.
36
UNIDADE 1 | INCÊNDIOS: ASPECTOS BÁSICOS
Os limites

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