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Economia empresarial FGV

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INTRODUÇÃO 
Na sua essência, a Economia tem por motivação o estudo de como 
nós – gestores, empreendedores, agentes econômicos –, tomamos 
decisões em face da escassez dos recursos. Para além das decisões 
individuais, familiares e sociais, entender não só os fatores antecedentes 
e resultantes das decisões de negócios, mas também a forma como elas 
afetam a produção de bens, serviços e a distribuição de recursos é 
preponderante para uma consciência econômica do papel que os 
negócios têm na sociedade. 
O cenário atual é caracterizado por uma alta conexão entre os 
mercados, potencializada pelo aprimoramento do conhecimento 
científico e tecnológico; além disso, esse cenário também é dinâmico, na 
medida em que flutuação e instabilidade de políticas econômicas bem 
como decisões do mercado afetam, mais rapidamente, todas as atividades 
do setor produtivo. Com isso, a dinamicidade entre os fatores de oferta e 
demanda, a especialização de mão de obra e as políticas econômicas, 
monetárias e fiscais têm levado a Economia para um patamar de grande 
importância. 
Dessa forma, entender os elementos que compõem essa discussão 
e compreender as possibilidades de aplicação no contexto empresarial são 
alguns dos objetivos de aprendizagem que se desenham neste curso. 
Nesse contexto, esperamos que o gestor desenvolva uma visão sistêmica 
acerca do ambiente econômico e do atual cenário econômico do País e 
possa aplicar esses conhecimentos para uma melhor tomada de decisão. 
Sob essa ótica, na disciplina de Economia Empresarial, o objetivo 
geral é refletir sobre o ambiente econômico e sobre como as variáveis 
econômicas, monetárias e cambiais têm impacto no desenvolvimento dos 
negócios. Os objetivos específicos, por sua vez, são: 
� compreender o ambiente econômico e o atual cenário 
econômico do País; 
� entender os elementos da Teoria Econômica e as suas aplicações 
no contexto empresarial e 
� analisar as variáveis econômicas, monetárias e cambiais bem 
como o seu impacto no desenvolvimento e na decisão dos 
negócios. 
 
 
A fim de alcançar esses objetivos, a apostila está dividida em quatro módulos. No primeiro, 
Ciência econômica e análise microeconômica, iremos refletir sobre os pressupostos básicos da 
economia e faremos uma apresentação dos agentes econômicos. Também serão apresentados os 
conceitos iniciais de microeconomia, com maior ênfase para os princípios da oferta, demanda e 
elasticidade, além da influência desses princípios na dinâmica do mercado. Neste módulo inicial, é 
discutido, ainda, como a teoria do comportamento do consumidor tem impacto na decisão 
econômica e como os fatores de produção, cursos e eficiência econômica são gerenciados no 
contexto organizacional. 
No segundo módulo, Estrutura de mercados e concorrência, contemplaremos a 
apresentação das principais estruturas de mercado – tanto o competitivo quanto o não competitivo. 
Entender essas nuances do ambiente econômico torna-se importante diante da necessidade de 
formação de preços e análise da concorrência em diferentes estruturas competitivas – monopólio, 
oligopólios, formação de cartéis –, além do ambiente de concorrência perfeita. Ainda no contexto 
de análise de concorrência, serão apresentados os pressupostos básicos da teoria dos jogos para 
melhor compreensão das situações de competição e colaboração no mercado. 
Já no terceiro módulo, Análise macroeconômica e indicadores econômicos, adentraremos 
na análise macroeconômica e nos macrofatores que determinam a evolução e o desenvolvimento 
econômico. A macroeconomia pode ser pautada nas discussões sobre análise de política 
macroeconômica, política monetária, controle de inflação, desemprego e indicadores da 
produtividade econômica, como o PIB, principal indicador de mensuração econômica. Faz-se 
importante, neste módulo, discutirmos como a flutuação da moeda, dos juros e do controle dos 
preços influencia nas decisões dos negócios e apresentarmos alguns índices econômicos que 
impactam, diretamente, o desenvolvimento dos negócios. 
Por fim, no módulo 4, Ciclos econômicos, câmbio e economia internacional, trataremos 
sobre os ciclos econômicos, as políticas e as fontes de crescimento econômico, tendo como pano de 
fundo as últimas recessões econômicas e os períodos de baixo crescimento econômico. Além disso, 
discutiremos o importante papel do comércio internacional na composição da atividade econômica 
do País. Para tanto, adentraremos nas questões de políticas cambiais e termos de comércio, além de 
analisar como os países e as empresas realizam os balanços de pagamento e monitoram a flutuação 
de câmbio durante as transações comerciais entre países. 
 
 
SUMÁRIO 
MÓDULO I – CIÊNCIA ECONÔMICA E ANÁLISE MICROECONÔMICA ................................................ 7 
PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA ECONOMIA ...................................................................................... 8 
História e evolução do pensamento econômico ................................................................... 8 
NÍVEIS DA ECONOMIA E ANÁLISE MICROECONÔMICA ............................................................... 11 
Mercado e agentes econômicos ............................................................................................ 12 
PRINCÍPIOS DA OFERTA, DEMANDA E ELASTICIDADE ................................................................. 13 
Demanda e oferta .................................................................................................................... 14 
Curva da oferta ........................................................................................................................ 16 
Elasticidade no mercado ......................................................................................................... 16 
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E DECISÃO ECONÔMICA ............................................. 17 
PRODUÇÃO, CUSTOS E EFICIÊNCIA ECONÔMICA ........................................................................ 20 
Função da empresa para a economia................................................................................... 20 
Função e período da produção .............................................................................................. 21 
Custos da produção ................................................................................................................ 22 
Custos totais e custos médios ................................................................................................ 23 
Economias de escala ............................................................................................................... 24 
MÓDULO II – ESTRUTURA DE MERCADO E CONCORRÊNCIA .......................................................... 27 
ELEMENTOS E ESTRUTURA DE MERCADOS COMPETITIVOS E NÃO COMPETITIVOS .............. 28 
Falhas de mercado, regulação e antitruste .......................................................................... 28 
FORMAÇÃO DE PREÇOS E CONCORRÊNCIA PERFEITA ................................................................ 31 
Concorrência perfeita .............................................................................................................. 31 
Formação de preços na concorrência perfeita .................................................................... 32 
Nível de produção na concorrência perfeita........................................................................ 33 
MERCADOS NÃO COMPETITIVOS, MONOPÓLIO, OLIGOPÓLIO E CARTÉIS .............................. 35 
Monopólio ................................................................................................................................. 35 
Práticas monopolistas ............................................................................................................. 36 
Regulação do monopólio ........................................................................................................36 
Oligopólio .................................................................................................................................. 37 
Estratégias de determinação de preços ............................................................................... 38 
TEORIA DOS JOGOS PARA ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ........................................................... 39 
A dimensão da postura concorrencial dos jogadores ........................................................ 40 
A dimensão de relação-de-forças entre jogadores ............................................................. 40 
Detalhamento dos jogos competitivos para análise da concorrência ............................. 41 
 
MÓDULO III – ANÁLISE MACROECONÔMICA E INDICADORES ECONÔMICOS .............................. 43
ANÁLISE E POLÍTICA MACROECONÔMICA .................................................................................... 44
Macroeconomia ....................................................................................................................... 44
Funcionamento e objetivos da macroeconomia ................................................................. 44
Conflitos da macroeconomia ................................................................................................. 45
Instrumentos da política macroeconômica ......................................................................... 46
INDICADORES DE MENSURAÇÃO E CRESCIMENTO ECONÔMICO – PIB ................................... 48
Produto interno bruto – PIB ................................................................................................... 48
Metodologia de cálculo do PIB ............................................................................................... 49
Crescimento econômico no brasil ......................................................................................... 50
PIB e crescimento econômico mundial ................................................................................ 53
CONTROLE DO NÍVEL DE PREÇOS, INFLAÇÃO E DESEMPREGO................................................. 54
Estabilidade do nível de preços ............................................................................................. 54
Definição de inflação e a sua evolução ................................................................................. 55
Nível de emprego e desemprego .......................................................................................... 57
Evolução das taxas de desemprego ...................................................................................... 58
MOEDA, BANCO CENTRAL E TAXA DE JUROS ............................................................................... 60
Funções da moeda .................................................................................................................. 60
Bancos e criação de moeda .................................................................................................... 61
Banco central ............................................................................................................................ 61
Determinação da taxa de juros .............................................................................................. 62
MÓDULO IV – CICLOS ECONÔMICOS, CÂMBIO E ECONOMIA INTERNACIONAL ........................... 65
CICLOS ECONÔMICOS E FATORES DE CRESCIMENTO ECONÔMICO ........................................ 66
Fontes do crescimento econômico ....................................................................................... 67
Causas e consequências do baixo crescimento econômico .............................................. 68
Impactos da recessão econômica ......................................................................................... 68
COMÉRCIO E FLUXO DO MERCADO INTERNACIONAL ................................................................ 70
Princípio da vantagem comparativa...................................................................................... 70
Grau de abertura internacional ............................................................................................. 71
Medidas protecionistas ........................................................................................................... 72
DETERMINAÇÃO DE TAXA DE CÂMBIO E POLÍTICA CAMBIAL .................................................... 74
Taxa de câmbio e moeda estrangeira ................................................................................... 74
ESTRUTURA E BALANÇO DE PAGAMENTOS ................................................................................. 77
Estrutura do balanço de pagamentos .................................................................................. 79
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 81
BIBLIOGRAFIA COMENTADA .............................................................................................................. 82
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 83
O primeiro módulo da disciplina Economia Empresarial tem por objetivo apresentar os 
pressupostos básicos e os fundamentos da ciência econômica, tendo o seu foco na atividade econômica 
do indivíduo e da empresa. Neste módulo, portanto, partimos do ponto de vista da análise 
microeconômica, em que são analisados os aspectos desagregados e mais elementares da economia, 
para, posteriormente, entender o seu impacto no funcionamento do mercado e na sociedade. 
Os objetivos de aprendizagem para este módulo são: 
a) reconhecer a ciência econômica como a ciência que explica a forma como os agentes
econômicos alocam os seus recursos escassos;
b) listar os elementos que definem a oferta e demanda do mercado;
c) relacionar a quantidade demandada às variações de preço – elasticidade-preço da
demanda;
d) compreender o comportamento do consumidor para análise do mercado e
e) definir o custo de oportunidade das decisões de produção.
Para tanto, este módulo inicial está divido em cinco unidades: 1 – Pressupostos básicos da 
economia; 2 – Níveis da economia e análise microeconômica; 3 – Princípios da oferta, demanda e 
elasticidade; 4 – Comportamento do consumidor e decisão econômica; e 5 – Produção, custos e 
eficiência econômica. 
MÓDULO I – CIÊNCIA ECONÔMICA E 
ANÁLISE MICROECONÔMICA 
 
8 
 
Pressupostos básicos da economia 
O homem e a sociedade vêm aprendendo e desenvolvendo diferentes formas de administrar 
a produção e o consumo dos bens e materiais. Diferentemente do início da civilização, quando o 
homem produzia na sua própria fazenda tudo o que consumia e não negociava o que era excedente 
da sua produção, hoje, e já a um bom tempo, a economia e aqueles que são responsáveis por essa 
área, estudam, planejam e executam planos e estratégias de como maximizar a produção, buscando 
eficiência econômica de modo a satisfazer as necessidades de cada indivíduo e também da sociedade. 
Pode-se entender a Economia por meio da sua definição clássica, que, segundo Mochón 
(2007), é “a ciência que estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo 
de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre os membros da sociedade”. Nessa 
perspectiva, o conceito de economia, visto como a “alocação eficaz dos recursos escassos para 
obtenção de um conjunto ordenado de objetivos” (MOCHÓN, 2007, p.1), apresenta-nos já os 
princípios básicos da economia, relacionando-os com a escolha de como os recursos disponíveis na 
sociedade serão utilizados; além disso, considerando que esses recursos são escassos (finitos), os 
indivíduos estarão sempre preocupados com a oportunidade de melhor explorá-los e com o custo 
da oportunidade em obtê-los. 
O argumento constante sobre escassez de recursosdá ênfase à preocupação dos economistas 
e de todos os agentes econômicos quanto à disponibilidade, na sociedade, de recursos como água, 
alimento e energia bem como tempo e mão de obra, que, por serem “finitos”, precisam ser bem 
administrados para que todos tenham acesso a curto, médio ou longo prazos. 
Outra preocupação dos economistas é com relação ao processo de produção e de consumo, 
ou seja, como serão produzidos esses bens (carros, casas e bens materiais) e o que leva os indivíduos 
a consumirem e utilizarem determinados bens e serviços. Em outras palavras, é de interesse da 
economia a análise dos fatores de produção – custo marginal, eficiência econômica de produção e 
escalas de produção – bem como o comportamento do consumidor no que se refere à predição de 
decisões de compra e ao monitoramento de oferta e demanda por bens e serviços. 
 
História e evolução do pensamento econômico 
A Teoria Econômica e a forma como a Economia é analisada hoje passaram por diversas 
transformações e períodos de reflexão. É importante, portanto, conhecer quais as suas raízes e os 
estágios pelos quais tais estudos passaram para você poder entender qual o atual estado da arte da 
economia, ou seja, o que pensam, atualmente, os economistas e estudiosos dessa área. 
Embora existam outras obras e filósofos estudiosos da área econômica e comercial, Adam 
Smith é considerado o pai da economia, cuja obra A riqueza das nações foi publicada em 1776. 
Nesse período, entre os séculos XVI e XVII, os países mais poderosos eram os que viviam sob a 
forma das monarquias, em que o governo era ainda representado por reis, rainhas e os seus 
 
 9 
 
monarcas. Um exemplo disso é a Grã-Bretanha – Inglaterra, que era símbolo de poder e riqueza 
para a Europa e para todo o mundo. 
Nessa época, a riqueza dos países era simbolizada pelo número de posses e controle de recursos 
preciosos, como pedras e metais, muito utilizados para manufatura (ferrovias, indústrias e grandes 
construções); porém os países europeus possuem uma limitação geográfica e, por isso, a preocupação 
em expandir os seus territórios sempre foi muito grande. Nesse sentido, esses governos realizaram 
uma grande exploração nas suas colônias e em todos os territórios ainda não explorados. Um 
exemplo disso foi a grande exploração realizada pelo reino português nas terras brasileiras, quando 
grande parte dos recursos naturais brasileiros eram levados para a Europa, transformados e 
negociados para gerar riqueza, o que valorizava a moeda de Portugal. Esse pensamento de 
exploração do comércio e valorização da moeda local foi chamado de mercantilismo e é o marco 
inicial da teoria e prática econômica, que, neste curso, chamaremos de marco 1 do pensamento 
econômico. 
Para os mercantilistas, os países deveriam preocuparem-se com uma produção suficiente, 
utilizando o máximo possível dos seus recursos, principalmente o trabalho humano, que, nesta 
época, ainda era representado por condições de trabalho análogas à escravidão. Nesse sistema, os 
países-colônia forneciam recursos materiais (pedra, minério, madeira, etc.) para a metrópole e 
somente no país principal é que a manufatura e o comércio se desenvolviam. 
Ainda nesse mesmo período – próximo do século XVIII –, uma outra corrente econômica e 
de pensamento de produção também se desenvolvia, a chamada fisiocracia. Nessa vertente, os bens 
de produção e todo o funcionamento da sociedade eram baseados no excedente da produção 
agrícola. Ou seja, diferente de antes, os produtores agrícolas e grandes latifundiários não deveriam 
se importar apenas com a subsistência, e sim com o máximo de produção em determinada área 
agrícola, para que, com os recursos gerados na sua terra (plantação, etc.), pudessem negociar com 
outras regiões e países. 
Naquele tempo, os fisiocratas – todos indivíduos que faziam parte do sistema –, acreditavam 
que somente o trabalho agrícola apresentaria possíveis ganhos para sociedade e, por isso, grande 
parte da organização do trabalho e de toda a comunidade se via em torno das fazendas. Desse modo, 
definia-se, na sociedade, quem eram os proprietários de terra (os donos das fazendas, responsáveis 
pela exploração da riqueza), a classe produtiva (que eram os arrendatários de terra, responsáveis pelo 
cultivo, plantio e, até, pela negociação) e a classe estéril (que eram todos os outros artesões e 
trabalhadores que não estavam vinculados à produção agrícola). Embora esse modo de pensar não 
tenha durado muito tempo, essa forma de organização do trabalho e geração de riqueza para os 
países, chamada de Fisiocracia, trouxe importantes contribuições para o pensamento atual da 
Economia. Esse movimento ficou determinado como o marco 2 do pensamento econômico. 
O marco 3 do pensamento econômico recebe o nome de Utilitarismo e representa um 
momento histórico de disruptura no modo como a economia e a organização do trabalho deveriam 
ser pensadas. Nesse período, os pensadores econômicos começaram a refletir sobre a utilidade do 
 
10 
 
homem, se deveria limitar-se a gerar riqueza para o país ou a realizar o trabalho agrícola. Dessa 
maneira, novas formas de trabalho e perspectivas de progresso econômico começaram a ser 
discutidas, tendo uma maior preocupação sobre o bem-estar social, sobre o desenvolvimento das 
cidades e sobre como o aumento da população poderia influenciar a diversificação do trabalho e a 
geração de riqueza para a sociedade. 
Dentro desse contexto de pensamento sobre o progresso econômico e sobre como os países e 
as regiões poderiam desenvolverem-se social e economicamente, Adam Smith lança a sua 
contribuição para o pensamento econômico, introduzindo a “Teoria da Mão Invisível” e a reflexão 
sobre a atuação dos agentes econômicos e do Governo na geração de riqueza e equilíbrio social e 
econômico dos países. É a partir desse momento que surge o marco 4 do pensamento econômico, 
o qual começamos a chamar de Economia Clássica. 
Para Smith, não deveria haver regulação do governo no mercado, uma vez que a dinâmica de 
oferta e demanda seria a principal responsável pelo equilíbrio da economia e das negociações entre 
os países. Nessa fase, o crescimento econômico já estaria pautado em três diferentes etapas: 1) 
aumento da produtividade; 2) especialização da mão de obra e 3) acumulação de capital. Mas, para 
conseguir esse crescimento econômico, dois fatores seriam preponderantes – o liberalismo e o 
individualismo. 
Na perspectiva da economia clássica, fundamentada pelos pensamentos de Adam Smith 
(1723-1790) e David Ricardo (1772-1823), o sistema de livre comércio e produção de bens e 
serviços passa a ter um caráter científico, enquanto os sistemas de produção baseados na eficiência 
em custos, na vantagem comparativa entre países e regiões e nos princípios de tributação e 
contabilidade são agregados às decisões sobre o funcionamento e regulação do mercado. Cabia, 
contudo, ao Estado, a função de proteção e zelo das condições de equilíbrio do mercado, obras 
públicas e administração e justiça social. 
Outros importantes pensadores econômicos que têm influência até hoje na forma como 
políticas públicas e decisões econômicas são tomadas são: (i) John Maynard Keynes (1883-1937), 
autor da obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada em 1936, cuja abordagem, 
denominada keynesianismo, pressupõe a intervenção do Estado para o Bem-Estar social, em 
oposição ao modelo liberalista econômico; e (ii) Milton Friedman (1912-2006), economista norte-
americano, ganhador do Prêmio Nobel em Economia em reconhecimento às significativas 
contribuições para a modelagem de sistemas econômicos, considerado um dos principais 
economistas modernos. 
A partir desses 4 marcos do pensamento econômico, você pode entender a economia 
neoclássica, que é a que mais se aproxima do panorama atual, cujos pressupostos debatem sobre a 
organização da sociedade e atuação doEstado, os fatores de produção, os modelos de 
monitoramento da oferta e demanda do mercado bem como a distribuição de renda e demais 
modelos macroeconômicos emergentes deste milênio. 
 
 
 11 
 
Níveis da economia e análise microeconômica 
A economia, assim como outras áreas de conhecimento, divide-se em diferentes abordagens, 
dado o foco de análise e a intenção de aprofundamento. Os níveis da economia são representados 
pela micro e macroeconomia. A microeconomia está direcionada a estudar as unidades econômicas 
de forma individual, focalizando o comportamento das famílias e dos consumidores, e, 
principalmente, os fatores de produção e o seu funcionamento no nível da firma, ou seja, analisa 
como são tomadas as decisões; além disso, também se ocupa em calcular o custo de produção e os 
demais atributos do processo produtivo. 
Já a macroeconomia está direcionada para entender o funcionamento dos mercados e o 
conjunto das unidades econômicas, observando, por exemplo, como o aumento do desemprego 
pode ocasionar problemas na economia de um determinado país, ou como as negociações entre 
diferentes blocos econômicos (União Europeia e Mercosul) podem influenciar a economia do 
mercado asiático. 
Enquanto a análise macroeconômica está preocupada com o comportamento agregado dos 
agentes, a análise microeconômica preocupa-se com o comportamento individual dos agentes 
econômicos. A análise microeconômica tem por objetivo analisar as unidades individuais do 
mercado econômico. Nesse contexto, por unidades de análise, pode-se considerar o indivíduo – 
consumidor, a empresa e até mesmo o mercado. 
Partindo do pressuposto básico de que a economia deve gerenciar a escassez dos recursos, a 
análise microeconômica se concentrará na decisão dos indivíduos perante esse problema de escassez. 
Ou seja, analisará como se dá o comportamento de desejo e de compra de um determinado grupo 
de indivíduos ante um bem ou serviço que não está disponível para todos. 
A limitação que o agente econômico sofre é denominada “restrição orçamentária”. Essa 
restrição simboliza o máximo dos seus recursos disponíveis contra o seu desejo de aquisição de bens 
e serviços. Em outras palavras, considerando-se que uma família tem uma quantia X de renda 
(somados os salários de cada membro da família), a soma de todas as despesas da casa (aluguel, 
água, luz, gastos com mercado, farmácia e gastos gerais) não poderá ultrapassar esse valor X, visto 
que ele representa a restrição orçamentária dessa família. 
Assim como temos esse termo de restrição orçamentária para indivíduos/famílias, no caso das 
empresas e do governo, utiliza-se o conceito de orçamento. Tanto as empresas como o governo 
planejam o uso dos seus recursos e a aplicação correta dos seus investimentos, considerando o 
orçamento disponível; caso contrário, o fechamento mensal/anual não irá acontecer, ou melhor, 
acontecerá, mas a empresa/governo ficará em dívida pelo fato dos débitos serem maiores que o total 
de receitas disponível (orçamento). 
 
 
12 
 
Mercado e agentes econômicos 
O funcionamento de um país e da sua economia se dá por meio das operações que acontecem no 
seu mercado. Neste sentido, a palavra mercado figura como a instituição (física ou não) onde os fatores 
produtivos são vendidos e comprados. A exemplo disso, temos o mercado imobiliário (venda e compra 
de imóveis, casas, apartamentos), o mercado de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, 
móveis, lojas de vestuário, supermercados, materiais de consumo em geral), entre outros. 
Conceitualmente, Mochón (2007) define como mercado toda instituição social na qual bens 
e serviços assim como os fatores produtivos são trocados livremente. Para a economia, o 
funcionamento do mercado é representado pelo conjunto de regras que estabelecem toda a ordem 
de comercialização, produção e venda dos bens gerados no país. Por isso, geralmente, ouvimos falar 
sobre como “anda” o mercado brasileiro ou, então, o mercado de determinado setor. Isso representa 
o modo como a economia de determinado país ou setor está se comportando e reagindo às 
influências externas e internas. 
As influências externas e internas representam todos os fatos e acontecimentos que podem 
interferir no funcionamento e na regulação do mercado. Influências internas podem ser ilustradas 
de diferentes formas, por exemplo, pelo aumento do número de desemprego, pelas condições 
ambientais dos países com chuva em excesso ou seca, pela melhoria nas condições sociais da 
população, etc. Todos esses fatores podem acelerar a dinâmica do mercado ou enfraquecê-lo. 
Já as influências externas no mercado econômico podem ser representadas, por exemplo, pela 
oscilação de câmbio (dólar, libra, euro – moedas que afetam diretamente os preços de diversos 
produtos no Brasil) ou pelos acordos políticos e econômicos em outros países, que podem afetar a 
negociação de produtos brasileiros, entre vários outros acontecimentos de ordem externa ao Brasil, 
mas que, de alguma forma, interferem no andamento do comércio interno e externo. 
No contexto geral do mercado, identifica-se, pelo menos, três agentes econômicos que 
influenciam e são influenciados pelas atividades econômicas. O agente 1 – empresa – representa 
todos os atores envolvidos no processo de produção e comercialização dos bens e serviços. Para esse 
agente econômico, os pressupostos da economia direcionam-se para buscar a maximização dos 
lucros e as melhores decisões de produção, frente aos custos e investimentos necessários para tais 
objetivos. A empresa é entendida como a entidade produtiva, seja indústria, seja comércio, seja 
instituição social, que participa do mercado como agente motor, impulsionando os demais agentes 
do mercado. 
Um outro agente econômico – o agente 2 – é a família, que representa o conjunto de 
indivíduos ou unidade familiar cujo comportamento de compra e cujas condições orçamentárias 
são foco de análise para a economia. Esse agente é responsável tanto por fornecer capital intelectual, 
mão de obra e trabalho para a empresa, como por demandá-la por meio da aquisição de recursos, 
bens e serviços. Para a economia, analisar a restrição orçamentária, a decisão de consumo e o 
 
 13 
 
comportamento desses atores, é fundamental para melhor prever e explicar as condições econômicas 
de uma determinada região ou país. 
Já o agente econômico 3 – governo – representa a atuação do Estado nas atividades 
econômicas, seja na sua esfera municipal, seja na estadual, seja na federal. Esse importante ator 
assume, por vezes, o papel de produtor de bens e serviços, por meio de empresas públicas e de 
economia mista, mas assume, também, o papel de regulador e intermediador das atividades 
econômicas por meio do seu sistema político e econômico. 
Por meio da atuação desses diferentes agentes econômicos e do funcionamento do mercado, é 
que a economia, especificamente a microeconomia, analisa e desenha os modelos econométricos para 
predição e compreensão da situação econômica bem como das condições da empresa e dos indivíduos 
em satisfazer as suas necessidades, em função da restrição de recursos e do seu próprio orçamento. 
 
Princípios da oferta, demanda e elasticidade 
Compra de produtos, venda de bens, troca de mercadorias, financiamento de imóveis e bens 
de alto valor agregado, todas essas operações são possíveis graças à existência e regulação dos mercados. 
A formação dos mercados é composta, basicamente, por grupos de compradores e vendedores, 
podendo ter mais agentes operadores ao passo que a complexidade desse mercado aumenta. 
Esse sistema de mercado é ilustrado por um fluxo monetário e um fluxo de produtos, ou seja, 
o fluxo do pagamento pelos produtos (dinheiro, financiamento e demais formas monetárias) e o 
fluxo dos fatores produtivos (produto, terra, trabalho humano e demais itens que podem ser 
negociados e pagos). 
O mercado econômicoé representado por dois tipos de agentes: os compradores e os 
vendedores, os quais, na Economia, são responsáveis por dois diferentes fenômenos – demanda e 
oferta. Os compradores são os agentes responsáveis pela busca de determinado bem ou produto e, 
por essa razão, estimulam a demanda por esse bem. Para a Economia, demanda é a quantidade de 
um bem ou serviço de que os compradores/clientes estão em busca para efetuar o pagamento por 
um preço definido pelo mercado. 
Já a oferta é o resultado do que os agentes vendedores efetuam no mercado ao 
disponibilizarem um determinado bem ou serviço, podendo também estimular o seu consumo, o 
que gera uma elasticidade entre a oferta e a demanda. Esses conceitos e a forma como a Economia 
interpreta as suas variações e implicações práticas serão aprofundados nesta unidade. 
 
 
14 
 
Demanda e oferta 
 A demanda de um determinado bem ou serviço refere-se à quantidade que um indivíduo 
tem intenção de adquirir, em um determinado tempo, em razão do preço definido pelo mercado 
para a sua aquisição (MOCHÓN, 2007). 
 Nesse sentido, a intenção de compra de um indivíduo está relacionada com o preço do 
produto, ou seja, quanto maior o preço de um produto, menor será a quantidade que o consumidor 
estará disposto a pagar. Sob as mesmas condições, quanto menor o preço do produto, maior será a 
demanda pela sua aquisição, uma vez que mais consumidores terão acesso para compra. 
 A Lei da Demanda, como é denominada na economia, explica a relação inversa existente 
entre o preço de um bem e a quantidade demandada, no sentido de que o aumento dos preços 
diminui a quantidade demandada, e, em contrapartida, a diminuição do preço aumenta a 
quantidade demandada. 
Exemplificando: 
Imagine um determinado produto, que você use todos os dias e que tem um valor médio 
determinado pelo mercado – por exemplo, um calçado. A definição do preço do calçado é levada 
em conta somando-se todos os seus custos de produção, distribuição e venda, além da margem de 
lucro do operador de vendas. O aumento do custo na produção e, consecutivamente, do preço dos 
calçados vai gerar uma demanda baixa pelo produto, uma vez que as pessoas terão menos chance 
de adquirir o produto em função do seu valor alto. 
 Da mesma forma, quando o número de unidades produzidas aumenta e, com isso, o custo 
é diluído, o preço de venda pode vir a diminuir. Nessa dinâmica, o produto custará menos e terá 
uma oferta maior para os consumidores, gerando, desse modo, uma demanda menor de consumo 
e uma oferta maior de produtos. Essa dinâmica de oferta e demanda pode ser aplicada a 
praticamente todos os bens na sociedade, desde alimentos – laranja, feijão, tomate –, até bens de 
alto valor agregado, como carros e imóveis. 
 Para analisar a tabela de demanda e a relação entre o preço de um determinado produto e 
a quantidade demandada, utilizaremos o exemplo do lançamento de uma nova linha de calçados. 
Atribuindo os fatores de produção, custos e mão de obra, esse produto é oferecido a um valor de 
R$ 300,00 no mercado. Para tal, apenas 10 unidades são demandadas, uma vez que apenas 10 
indivíduos têm a possibilidade de gastar essa quantia de valor por esse determinado produto. 
Conforme a empresa maximiza a eficiência de produção desse produto, diluindo os seus custos, o 
produto é oferecido a um preço mais baixo, chegando a custar até R$ 30,00. Nessas condições, 
haveria uma procura de até 1 mil unidades, ou seja, considerando a compra de uma unidade por 
consumidor, teríamos até mil consumidores dispostos a pagar esse valor pelo produto. 
 
 
 
 15 
 
Figura 1 – Tabela de demanda 
preços e quantidades demandadas 
preço quantidade demandada 
R$ 30,00 1.000 unidades 
R$ 45,00 700 unidades 
R$ 90,00 300 unidades 
R$ 180,00 50 unidades 
R$ 300,00 10 unidades 
 
Figura 2 – Gráfico da curva de demanda – relação entre preço e quantidade demandada 
 
Fonte: elaboração própria. 
 
Cabe ressaltar que a análise da demanda leva em consideração a intenção de compra e a 
restrição orçamentária dos indivíduos, uma vez que consideramos que o aumento do preço de um 
determinado bem pode levar à procura de outro bem; além disso, a intenção de compra também 
pode afetar a disponibilidade e oferta no mercado. Um fenômeno existente que tem relação com a 
oferta e demanda refere-se ao efeito substituição, cuja relação está na decisão de substituir o produto 
desejado por um outro produto similar, em contextos em que a condição financeira do indivíduo 
possibilita apenas a compra do item/bem substituto. Esse fenômeno é, frequentemente, 
mencionado em períodos de crise ou recessão econômica, quando o índice de inflação é alto, o que 
faz com que os consumidores mudem os seus hábitos de compra, tendo que tomar a decisão de 
compra por itens mais baratos, ainda que estes não satisfaçam as suas necessidades. 
 
16 
 
Curva da oferta 
 Seguindo o mesmo princípio da demanda, a curva da oferta estará intimamente relacionada 
aos fatores de produção e à intenção dos produtores de determinado bem/produto/serviço em 
oferecer no mercado uma quantidade desse item por uma quantia de valor. Aqui, a curva é analisada 
sob a perspectiva do ofertante: o quanto ele estará disposto a vender e por qual preço, considerando 
o seu custo marginal de produção, ou seja, o preço do produto a ser ofertado precisa ser superior 
aos custos de produção, e essa decisão estará, ainda, condicionada à eficiência econômica e técnica 
da produção. 
 Nesse contexto, a lei da oferta representa a relação entre o preço do produto e a quantidade 
que está sendo ofertada, sendo que, quanto maior o preço, maior será a quantidade ofertada, uma 
vez que os ofertantes buscarão um lucro maior frente ao aumento da oferta. 
A curva de oferta também pode sofrer com deslocamento em razão de alguns aspectos, como 
os preços dos fatores de produção e a tecnologia disponível. Quando ocorre uma melhoria nos 
meios de fabricação de determinado bem, seja pelo uso de tecnologia ou não, e, por alguma razão, 
o preço dos fatores de produção é reduzida, a curva de oferta é alterada uma vez que uma maior 
quantidade de produtos estará disponível para venda. 
 
Elasticidade no mercado 
A curva de oferta e demanda pode sofrer alterações por uma série de fatores, e o reflexo dessa 
alteração é o que se denomina na economia de elasticidade de oferta e demanda no mercado. Alguns 
fatores podem interferir na curva de oferta e demanda, tais como: alteração do nível de renda dos 
consumidores, mudanças do comportamento do consumidor com relação a gostos e preferências e 
também alteração dos preços de outros bens relacionados, que podem substituir o item que está 
sendo analisado. 
Quando há um aumento na renda média da população, argumenta-se que a economia será 
aquecida, uma vez que esses consumidores estarão dispostos a comprar mais bens/produtos; como 
o seu poder de compra foi elevado, isso certamente movimentará a curva de demanda, sem que, 
necessariamente, o valor do preço do item seja diminuído. 
Vale ressaltar que alguns bens podem ser classificados como “bem normal” e outros como 
“bem inferior”: a diferença básica entre eles é que a demanda por cada um tem uma dinâmica 
diferente, conforme a renda do consumidor aumenta ou diminui. Exemplo: um alimento como 
margarina – à medida que a renda é aumentada, a demanda pela sua procura poderá ser diminuída, 
uma vez que o consumidor terá recursos para adquirir outros produtos que a substituem. 
 
 
 17 
 
Em ambos os casos, a economia irá se preocupar com a elasticidade da demanda dos 
consumidores e a elasticidade da oferta dos produtores desses bens. Toda variação entre demanda e 
oferta, busca e procura, pelos bens e serviços na sociedade pode ser explicada pelas diferentes 
tipologias de elasticidade econômica. 
 
Figura 3 – Deslocamentos da demanda 
 
Fonte: elaboração própria. 
 
Oponto de equilíbrio entre a curva de oferta e demanda simboliza a satisfação entre os 
compradores e vendedores, ou seja, consumidores e ofertantes sobre o preço que está sendo 
praticado e a quantidade de unidades e preço que os consumidores estão dispostos a comprar. A 
figura anterior apresenta o gráfico dos preços (P1 e P2) e das quantidades (Q1 e Q2), para os quais 
teríamos dois pontos diferentes de demanda (D1 e D2), considerando que diferentes fatores 
influenciaram essa demanda. O ponto de equilíbrio, nesse caso, representaria o preço de equilíbrio 
(linha S), cujas quantidades demandas e ofertadas seriam igualadas. 
 
Comportamento do consumidor e decisão econômica 
 Um dos princípios da Economia refere-se ao fato de os indivíduos estarem sempre 
envolvidos em trade-offs – escolhas. Dessa forma, a teoria da escolha do consumidor vai olhar o 
trade-off, observando o que os consumidores, formando a demanda no mercado, vão fazer para 
escolher, em um determinado momento, uma quantidade de qualquer bem, ou seja, como a decisão 
é tomada quando, para comprar uma quantidade de um bem, deverá renunciar a outro. O ponto 
 
18 
 
principal é a limitação das escolhas representada pela renda – restrição orçamentária, que é o limite 
das combinações de consumo dos bens que o consumidor poderá adquirir. 
Analisar as preferências e escolhas dos consumidores, envolve entender como se comporta a 
linha orçamentária dos indivíduos, que está condicionada à sua renda média, observar as curvas de 
indiferença, considerando-se a taxa marginal de substituição de produtos, assim como compreender 
os efeitos das variações de preço nas decisões de consumo. Todos esses fatores influenciam a curva 
de oferta e demanda, conforme mencionado na unidade anterior. 
 Para a abordagem econômica, duas premissas principais regem a teoria do consumo: a 
maximização da utilidade e a minimização do gasto. Na maximização da utilidade, o consumidor é 
limitado pela sua restrição orçamentária. Dessa forma, a escolha para o consumo de determinado 
bem ou serviço está relacionada ao máximo de satisfação ou utilidade em adquirí-lo. Essa premissa 
parte do princípio da racionalidade, ou seja, considera-se que o consumidor é racional, uma vez que 
são analisados os benefícios da utilidade e do consumo, dadas as suas condições orçamentárias. 
 O pressuposto da racionalidade, nesse sentido, reforça o argumento de que os indivíduos e 
a família, entre as diversas possibilidades de escolhas de produtos, optarão por aquele que trará 
maior utilidade e bem-estar individual. É o que se chama de comportamento padrão, isto é, o 
consumidor tem as suas escolhas e julga as suas preferências de modo a otimizar a decisão de 
compra, sem incluir mais variáveis e viezes para a decisão. Sabe-se, contudo, que outras abordagens 
teóricas, principalmente nas áreas de Marketing, Consumo e Economia Comportamental, analisam 
o processo de compra e decisão de forma a abranger a sua complexidade, as suas heurísticas e os 
seus viezes, porém sem ignorar o pressuposto básico, abordado pela economia, sobre a decisão 
racional e econômica do indivíduo. 
A segunda premissa da teoria do consumo pela abordagem econômica refere-se à intenção de 
minimizar os gastos, ou seja, o consumidor irá escolher o número de mercadorias em face da sua 
intenção de gastos, limitando-se, dessa maneira, a um nível de utilidade da compra. Esse ponto de 
equilíbrio, entre a restrição orçamentária e a curva de indiferença, representa o quanto de um 
determinado bem o consumidor está disposto a comprar em relação ao consumo de outro bem. 
Quando se fala da teoria do consumidor, outros conceitos são apresentados e discutidos, tais 
como: preferência, curva de indiferença, utilidade, taxa marginal de substituição e o próprio ponto 
de equilíbrio. 
 A conceito de preferência refere-se ao fato de que, na diversidade de produtos, o 
consumidor, tendo recursos para adquirí-los, irá ordenar, de acordo com a sua preferência, quais 
produtos irá comprar/consumir. A representação disso se dá da seguinte forma: produto A é 
preferido ao produto B; produto C não é preferido ao produto B; produto D é indiferente ao 
produto E. 
A análise econômica da preferência do consumidor irá considerar o seu desejo de compra, 
uma vez que o consumo de cada indivíduo irá influenciar na curva de demanda, conforme já 
discutimos anteriormente. 
19 
Exemplificando: 
A curva de indiferença surge exatamente para exemplificar os possíveis pontos e 
momentos de decisão do consumidor em relação a querer comprar número x de produtos A e, 
ao mesmo tempo, comprar número x-1 de produtos B. Em outras palavras, suponhamos 
que um determinado consumidor tem a intenção de consumir até R$ 500,00 por mês em refeições 
prontas. Para tanto, ele pode ir seis vezes a um restaurente e pedir duas vezes a entrega de refeição 
na sua casa, ou o mesmo consumidor poderá pedir seis vezes a entrega de refeição em casa e ir 
duas vezes a um restaurante. Considerando a diferença entre os valores e a restrição 
orçamentária do indivíduo, esse consumidor terá de optar pela forma como irá usar os seus recursos. 
No exemplo do mapa de preferências (figura seguinte), você poderá observar que o indivíduo 
(ou a família) estará satisfeito com o consumo tanto no ponto “C” como no ponto “G” da curva de 
indiferença. Ou seja, a curva ilustra as combinações de consumo que se mostram indiferentes, mas 
ainda preferíveis pelo consumidor. 
Figura 4 – Mapa de preferência e taxa marginal de substituição 
Fonte: PARKIN (2008, p. 170). 
Nesse momento, cabe, ainda, analisar a taxa marginal de substituição, quer dizer, o custo pelo 
qual o consumidor está disposto a pagar para adquirir mais de um bem em detrimento de outro. A 
inclinação na curva de indiferença representa a taxa marginal de substituição, ou o quão disposto o 
consumidor está para trocar as suas combinações de consumo. 
Essa margem de substituição pode ser acentuada quando o consumidor é apresentado a bens 
substitutos próximos, em que o benefício e a utilidade de determinado bem ou serviço é bem 
parecido e análogo ao do produto a ser adquirido, como no caso de produtos similares cuja 
diferenciação de dá pela marca. A menos que a compra pela marca tenha um apelo social – via 
aceitação de grupo, status social ou outros atributos da marca, as demais características do produto 
podem ser muito similares e, por isso, facilmente substituído. Além disso, o consumidor pode optar 
 
20 
 
por bens complementares, ou seja, deixa de optar pelo produto A e B, em razão do produto C 
atender todas as necessidades. 
 Acompanhar a tendência de consumo e as preferências dos consumidores, auxilia as decisões 
de produção e funcionam como um termômetro do ambiente econômico, uma vez que essas 
informações estão intrinsicamente relacionadas ao orçamento das famílias e indivíduos e, dessa 
forma, à possibilidade de movimentação das curvas de oferta e demanda do mercado. 
 
Produção, custos e eficiência econômica 
Função da empresa para a economia 
 Para a economia, a função principal da empresa é dada pela sua função produtiva. Ou seja, 
a empresa é encarregada de combinar os fatores de produção (trabalho, capital e recursos naturais), 
utilizando-os para gerar os bens e serviços que serão vendidos no mercado. 
Para a Teoria Econômica, a atividade fundamental da empresa é a produção, e o seu principal 
objetivo é maximizar o lucro (PARKIN, 2008). Para isso, o foco da empresa será na alocação dos 
seus recursos, como mão de obra, máquinas, equipamentos e espaço físico, de modo a minimizar 
os custos de produção da quantidade oferecida, buscando sempre alcançar a eficiência econômica e 
maximização dos lucros. 
 Um importante pressuposto do pensamento econômico deriva-se da Teoria da Firma, a 
qual é responsável por discutir as variáveis econômicas das empresas, tais como preço, produçãoe 
crescimento. Para a Teoria da Firma, o objetivo principal de uma empresa é a maximização dos 
lucros. Mas o que isso significa? 
 No processo produtivo, a empresa está envolvida por uma série de custos por conta dos seus 
inputs no processo de produção, ou seja, trata-se de atividades que indicam o quanto a empresa está 
gastando para adquirir os recursos e materiais necessários para a produção de um determinado bem, 
o quanto a empresa está investindo na contratação do capital humano (trabalhadores) e o quanto a 
empresa investiu para a aquisição das suas instalações físicas, equipamentos e maquinários. Ao final 
do processo de produção, o produto gerado deverá ser precificado de modo que todos esses custos 
na produção sejam recompensados e, além disso, ainda há as taxas de impostos e os lucros esperados 
pela empresa. 
 O foco da Teoria da Firma, centrado nesse pensamento econômico racional, argumenta que 
as empresas devem ser o máximo possível eficientes para que os custos sejam minimizados e, dessa 
forma, os lucros sejam cada vez maiores. É um discurso voltado para a centralização do 
acionista/proprietário da empresa, sendo este o responsável e também o maior beneficiário dessa 
eficiência econômica. 
 
 
 
 21 
 
Função e período da produção 
Para explicar a produção na perspectiva econômica, é importante dar atenção a alguns 
conceitos relevantes, quais sejam: função de produção, produção de curto e longo prazo, produto 
total e produto médio do trabalho, rendimentos de escala, eficiência técnica e eficiência econômica. 
A seguir, adentraremos em cada um desses conceitos. 
A função de produção representa a quantidade máxima de produção de um determinado 
produto, dadas as condições produtivas da empresa, considerando os seus recursos e materiais 
disponíveis. 
Exemplificando: 
A função de produção de uma indústria de móveis irá representar o número total de itens que 
a indústria pode produzir (seja guarda-roupas, seja camas, seja outros itens), considerando o seu 
espaço físico, os equipamentos e maquinários e também os trabalhadores que estão operando. Essa 
função de produção é utilizada para calcular a capacidade máxima de produção de uma empresa. 
A produção de curto e longo prazo representa, no processo de produção, o período de 
tempo em análise, seja ele de curto, seja de longo prazo; o que pode trazer variáveis significativas 
para a análise da função de produção e eficiência da produção. Na produção, alguns fatores são 
denominados como fixos e outros como fatores variáveis, e a variação entre esses fatores influenciará 
a quantidade da produção. 
 Em outras palavras, no processo produtivo, a empresa pode aumentar a sua função de 
produção, porém, em um curto prazo, ela terá alguns fatores de produção disponíveis, enquanto no 
longo prazo, mais funcionários, equipamentos e outros fatores de produção precisariam ser 
incorporados na operação da empresa. 
 Produto total e produto médio do trabalho é um conceito que remete à quantidade de 
um bem, produzido em uma empresa, que pode ser representado de duas formas: (i) produto total, 
que é a quantidade total da produção obtida por diferentes níveis de trabalho, e (ii) produto médio 
do trabalho, que é a média/quociente entre o total da produção e a quantidade de trabalho gasto 
para a produção; essa média pode ser calculada em razão do tempo, do material ou dos 
trabalhadores. 
 O que é importante destacar nesses dois conceitos é que a produtividade não é constante 
conforme se aumenta os níveis de produção, isso porque os demais itens da produção serão 
utilizados ao mesmo tempo e, além de outras razões, a curva de produtividade não será sempre 
ascendente/positiva. 
 
 
 
22 
 
Figura 5 – Produto médio e produtividade 
 
 
Rendimentos de escala remete aos rendimentos de produção, que podem ser de economias 
de escala crescentes ou rendimentos constantes de escala. Para o primeiro tipo de rendimento de 
escala, a proporção de utilização dos fatores de produção é a mesma em relação à quantidade que 
será obtida de produtos. Nesse esquema de produção, se dobrarmos a quantidade de fatores, 
obteremos o dobro de produtos produzidos. Já no rendimento constante de escala, à medida que a 
utilização dos fatores de produção é aumentada, ocorre uma variação na quantidade de produção. 
Eficiência técnica refere-se à maximização da produção diante do total de fatores de 
produção disponíveis. Ou seja, empregando oito horas de trabalho com quatro funcionários, a 
técnica de produção “A” entregará um produto. Enquanto isso, a técnica de produção “B” 
despenderá 17 horas de trabalho com três funcionários. Na proporção final, a técnica B é mais 
ineficiente, enquanto a técnica A é a mais eficiente. 
Eficiência econômica: enquanto a eficiência técnica irá se preocupar com a quantidade de 
produtos, entregues com determinado número de fatores de produção; a eficiência econômica avaliará 
qual produção será mais eficiente economicamente, ou seja, qual permitirá produzir determinado 
produto com o menor preço. Para esse fator, a escolha é feita pelos custos envolvidos nos fatores de 
produção. Isso é utilizado, principalmente, quando se tem técnicas de produção similares, em que 
ambas são eficientes, porém a diferenciação pode ocorrer por meio da eficiência econômica. 
 
Custos da produção 
Como atividade principal produtiva, as empresas estão, frequentemente, preocupadas com a 
aplicação eficiente dos seus recursos e a diminuição dos seus custos. De fato, a própria alocação correta 
e eficiente dos recursos já é uma forma de diminuição dos custos, mas há, também, uma série de 
outras possibilidades de gerenciamento que vão afetar o processo produtivo e os custos da produção. 
 Para melhor discutir o processo de produção, a economia de custos se baseia em 
diferentes funções de análise do custo, como os custos totais, custos fixos e outros, que serão 
esclarecidos na sequência. 
 
 
 23 
 
Custos totais e custos médios 
 A quantidade de itens produzidos e a variação dos custos envolvidos no processo irão 
determinar os custos totais da produção. Esse montante final de custo pode ser representado pela 
soma dos custos fixos (todos os gastos com fatores fixos já programados, como instalação física, 
trabalhadores, entre outros fatores que não dependem da quantidade de produtos que será 
produzida) e também pelos custos variáveis (custos condicionados à quantidade de itens a serem 
produzidos), de modo que, quanto maior o volume de produção, maior serão os custos variáveis. 
Exemplificando: 
No caso de uma indústria de calçados, os custos fixos da produção estão relacionados à 
instalação física do imóvel, incluindo custos com o aluguel, a energia elétrica, os impostos da 
propriedade, entre outros; também são custos fixos os salários dos funcionários e todos os outros 
gastos que a empresa terá, operando na sua capacidade mínima ou máxima. 
Já os custos variáveis estão relacionados com o volume da produção, logo, se a empresa 
produzir 200 calçados no mês, será necessário um determinado volume de matéria prima, que gerará 
um custo para a empresa. Mas, se a empresa produzir 400 calçados no mês, consecutivamente, a 
empresa terá um custo maior por conta da compra de mais matéria-prima. Nesse sentido, os custos 
variáveis estarão, proporcionalmente, relacionados ao volume de produção. 
Outra forma de analisar os custos da produção é por meio do cálculo dos custos médios. Esse 
valor representa o quanto os custos totais da produção estão diluídos em cada unidade produzida. 
Para cálculo dos custos médios, deverão ser divididos os custos totais pelo total da quantidade de 
unidades produzidas. 
Na representação a seguir, temos um exemplo em que a produção de um único produto tem um 
custo total de R$ 200,00; por ser uma produção única, o custo médio permanece o mesmo. Quando é 
aumentado o número de unidadesproduzidas, o custo total aumenta, mas o custo médio diminui. 
 
Figura 6 – Exemplo da diluição dos custos totais da produção 
unidades do produto custo total custo médio 
1 200 200 
2 280 140 
3 330 110 
4 450 112,50 
5 625 125 
 
 
 
24 
 
O que é interessante notar é que o custo médio é representando por um valor que, após uma 
determinada quantidade de produção, irá diminuindo até chegar a um ponto em que ele voltará a 
aumentar. Desse modo, é possível identificar que o número de quantidades ideal para produção é 
três, em que o custo médio da produção ficou menor, em R$ 110,00. A partir de três unidades, o 
custo total da empresa ficará mais alto e o custo médio por unidade produzida deixará de diminuir, 
o que pode representar uma menor margem de lucro. 
 
Economias de escala 
 Cada empresa tem um fluxo produtivo e uma dinâmica de trabalho. Em alguns casos, 
porém, as economias de escala são utilizadas como estratégia para a minimização dos custos e, dessa 
forma, aumentar os lucros sobre a produção. A economia de escala nada mais é que encontrar o 
ponto de equilíbrio entre a máxima produtividade e o melhor aproveitamento dos recursos 
disponíveis e, com isso, um melhor custo médio por unidade produzida. 
 As economias de escala são representadas por curvas gráficas que simbolizam a quantidade 
de unidades de produtos pelo valor dos custos médios a longo prazo. Dessa maneira, pode-se ter 
dois tipos de curvas, crescente e decrescente, conforme é ilustrado na figura seguinte. 
 
Figura 7 – Gráfico das economias de escala 
 
 
O que se pode observar é que o custo médio dos produtos vai diminuindo até certo ponto, 
conforme a quantidade de unidades que são produzidas. Nesse movimento, a expansão da produção 
está associada à redução do custo unitário do produto e, por isso, tem-se um rendimento crescente 
ou uma economia de escala. 
 
 
 25 
 
Por outro lado, quando a produção é aumentada, os custos médios por unidade de produto 
também aumentam e, então, os rendimentos serão decrescentes, resultando na curva de produção 
que será chamada de deseconomia de escala. Nesse esquema de produção, a empresa precisa se 
ajustar e repensar a utilização dos seus recursos – materiais, humanos e outros – para que o aumento 
da produção não represente um aumento proporcional de custos médios, impedindo uma melhor 
geração de lucro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste módulo, serão analisados os elementos que compõem a formação e estrutura do 
mercado, seja ele competitivo, seja ele não competitivo. A concorrência e as diferentes formas de 
organização do mercado são características importantes da análise microeconômica e expandem a 
visão sobre formação de preços e monitoramento da oferta e demanda do mercado. 
Neste módulo, portanto, seguimos centrados na lente da microeconomia, mas com foco na 
formação e organização dos mercados, buscando compreender como isso impactará na criação, no 
desenvolvimento e nos resultados dos negócios. 
Os objetivos de aprendizagem para este módulo são: 
a) identificar as principais estruturas de mercado;
b) identificar as principais situações em que a concorrência e o mercado atuam e falham;
c) compreender como os diferentes sistemas de mercado maximizam os seus lucros;
d) caracterizar um monopólio natural e compreender o papel do Estado na regulação desses
mercados;
e) compreender o papel da estratégia dos participantes do mercado oligopolista;
f) compreender a formação de um cartel e
g) relacionar a Teoria dos Jogos à análise da concorrência nos diferentes mercados.
Para tanto, o conteúdo deste módulo está divido em quatro unidades: 1 – Elementos e 
estrutura de mercados competitivos e não competitivos; 2 – Formação de preços e concorrência 
perfeita; 3 – Monopólio, oligopólio e cartéis; 4 – Teoria dos Jogos para análise da concorrência. 
MÓDULO II – ESTRUTURA DE MERCADO E 
CONCORRÊNCIA 
 
28 
 
Elementos e estrutura de mercados competitivos e não 
competitivos 
 Ao longo desta disciplina, você vem sendo apresentado ao conceito e ao discurso sobre o 
funcionamento das empresas e do mercado, segundo a perspectiva econômica. Agora, você irá 
compreender quais as possíveis formas de estruturação desses mercados. Aqui, estruturas de 
mercado se refere à organização das empresas que compõem determinado nicho de atuação em uma 
determinada região. 
Em outras palavras, o que diferencia o mercado de petróleo e combustível, no Brasil, do 
mercado de vendas de automóveis? Possivelmente, uma das explicações mais elementares, 
considerando-se a teoria sobre as estruturas de mercado, é que, nesses dois diferentes mercados, há 
uma diferença entre os números de players, ou seja, de competidores, e uma regulação quanto a 
quem está autorizado a comercializar e explorar determinado tipo de produto/recurso. 
Nesse sentido, surgem as diversas estruturas de mercado, ou seja, os diferentes modelos de 
competição que irão definir a variação de preços e o equilíbrio entre oferta e demanda do mercado. 
As principais estruturas são denominadas concorrência perfeita, nas quais os produtos são idênticos 
e o número de competidores é alto; concorrência monopolista, quando os produtos são 
diferenciados, porém possuem muitos competidores; oligopólio, em que poucos vendedores 
competem, e monopólio completo, quando há apenas um vendedor no mercado. 
 
Falhas de mercado, regulação e antitruste 
Para a economia, uma das principais funções do governo é a busca pelo equilíbrio na alocação 
de recursos no mercado e a distribuição de renda e bem-estar social. Em situações nas quais há 
falhas de mercado, ou seja, em que o interesse individual de empresas ou indústrias prevalece sobre 
o interesse social, o governo deve intervir e atuar por meio do seu poder regulador e legislativo. 
Os principais problemas econômicos que o governo busca solucionar por meio da sua atuação 
são: (i) regulação do mercado, em monopólios e oligopólios; (ii) externalidades de custo e 
benefícios, externos à atuação individual dos agentes econômicos; (iii) fornecimento de bens 
públicos; (iv) utilização de recursos comuns, principalmente recursos naturais, e (v) redistribuição 
de renda por meio de impostos e políticas monetárias. Nesta unidade, daremos ênfase à atuação do 
governo na regulação do mercado, principalmente em estruturas de concorrência imperfeita. 
 
Regulação de monopólio e oligopólio 
Quando falamos de estrutura de mercado na condição de concorrência imperfeita, logo 
associa-se com a alocação de recursos e maximização de lucro para um grupo limitado ou único de 
empresas. Nessas situações, o governo pode atuar no mercado por meio de mecanismos de 
 
 29 
 
antitruste, buscando equilibrar as forças das empresas no mercado, além de permitir uma 
concorrência mais justa e um maior número de opções para os consumidores. Por vezes, esses 
mecanismos podem ainda barrar a criação de cartéis e limitar o poder de decisão para um mesmo 
conglomerado de empresas. 
A regulação do mercado, como mecanismo do governo, pode configurar-se como regras e 
condições de atuação das empresas em um determinado mercado. Essa regulação pode ocorrer por 
ser um meio de definição de preços, especificações de qualidade do produto/serviço, condições de 
competição entre os atores ofertantes bem como padrões esperados pelos consumidores. 
A exemplo disso, no mercado de telecomunicações no Brasil, temos um histórico de ações e 
mecanismos políticos e econômicos que favorece um comportamento pró-competitivo bem como 
o desempenho do mercado como um todo. Para uma determinada empresa integrar o mercado de 
telecomunicações, são necessários uma concessão e um compromisso de investimento e retorno 
sobre o lucro recebido para benefício do próprio setor e dos consumidores. A atuação do governo, 
nesse cenário, tem, como propósito,não só impulsionar o desenvolvimento tecnológico e 
competitivo do país mas também trazer melhorias constantes na qualidade de serviços aos 
consumidores. De fato, nem sempre a regulação imposta e as empresas que compõem esses 
mercados correspondem às expectativas do consumidor, mas, ainda assim, é uma interferência do 
governo buscando uma melhor configuração do mercado. 
Há um debate sempre em voga no tocante à regulação do mercado, principalmente, quando 
há atores estatais, como empresas públicas, envolvidos na discussão. A privatização de determinadas 
empresas públicas, buscando um melhor equilíbrio de mercado ou buscando corrigir falhas no 
mercado, não deixa de ser um mecanismo econômico e político que busca trazer mais rendimento ao 
Estado e também melhorias ao consumidor, abrindo a concorrência para outros competidores. Tanto 
a privatização de empresas públicas como a desregulação de mercado são decisões públicas cheias de 
trade-offs e que, vez ou outra, é posta em discussão na mídia e pelos agentes políticos e econômicos. 
Duas importantes teorias econômicas ajudam a explicar a demanda e oferta de regulação do 
mercado – a teoria do interesse social e a teoria da captura da regulação. Para a teoria do interesse 
social, a regulação é demandada por uma motivação de eficiência econômica na alocação dos 
recursos e, com isso, por uma oferta de produto/serviço com preço mais competitivo e acessível ao 
consumidor. Já a teoria da captura da regulação tem um posicionamento político ao assumir que as 
regulações impostas aos atores envolvidos levarão a uma maior interferência do governo e, por isso, 
a uma possível influência superior, se comparado com um mercado desregulado, ou seja, sem 
interferência governamental. 
A formação de preços e a maximização do nível de produção também são avaliadas pelos 
mecanismos de regulação, não apenas quando há regulação de preço máximo mas também em 
situações em que as empresas devem justificar o seu lucro e os seus retornos por meio de uma 
regulação da taxa de retorno. Por meio desses instrumentos, o governo e as entidades reguladoras 
acompanham de perto os custos e as receitas das empresas que fazem parte desse mercado, 
 
30 
 
fiscalizando quando há um lucro excedente para o produtor sem que haja uma melhoria no produto 
ou diminuição do preço para o consumidor. 
A união de algumas empresas com o objetivo de controlar a produção e venda de determinado 
bem, chamada de cartéis, também faz parte dos objetivos da regulação de mercado. Em tese, esse 
acordo entre as empresas pode ser considerado ilegal em alguns países, uma vez que os próprios 
membros atuam no controle da demanda, formação de preços e regulação dos demais membros do 
mercado. Organizações como essas podem utilizar mecanismos legais ou até negociações não 
igualitárias para buscar uma maximização dos lucros, com redução de riscos aos produtos, o que, 
muitas vezes, prejudica os consumidores e lesa, inclusive, as entidades governamentais. 
 
Legislação antitruste 
O governo, na tentativa de regular o mercado, pode lançar mão de um mecanismo chamado 
de antitruste para inibir comportamentos e práticas monopolistas, como a formação de cartéis, bem 
como as fusões e aquisições que, de uma maneira geral, vão contra a competição perfeita no 
mercado. Historicamente, as leis antitruste, originadas nos Estados Unidos, não foram motivadas, 
especificamente, pela busca de controle do mercado e melhorias para o consumidor, mas para 
ajustes necessários nas condições de concorrência entre os atores que disputavam no mercado. 
Um caso recente de aplicação do mecanismo de antitruste foi executado pela Comissão 
Econômica da União Europeia contra a empresa norte-americana Google. A empresa de tecnologia 
foi autuada por mais de uma vez, nos anos de 2017 e 2018, por práticas de mercado que favorecem 
o uso e a dominância dos próprios serviços, por exemplo, os serviços de busca e acordos com 
desenvolvedores de software, o que prejudica ou até impossibilita o surgimento e crescimento de outras 
empresas atuantes nesse segmento. Na ordem de 4,34 bilhões de euros pela multa de 2018 e 2,42 
bilhões de euros pela multa de 2017, a Google é a empresa com maior representação nas práticas 
anticomerciais e concorrenciais, cujo foco de fiscalização tem sido evidenciado pela União Europeia. 
No Brasil, a entidade responsável pela regulação de mercado e aplicação da legislação 
antitruste é o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica –, uma autarquia da 
administração pública federal. O Cade tem como propósito, entre outros, avaliar e aplicar sanções, 
quando necessário, em vista da defesa da concorrência e das práticas ilegais de comércio. O órgão 
brasileiro segue diretrizes internacionais, como as de origem da OCDE – Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico –, mas também faz cumprir legislações nacionais, 
como a Lei de Defesa da Concorrência – LDC no12.529 de 2011, que tem por objetivo defender 
o mercado econômico nacional contra condutas anticompetitivas. 
Para os negócios, entender a legislação antitruste também pode ajudar nas decisões estratégicas, 
principalmente as de vendas e comportamento concorrencial no mercado. A sustentação de preço de 
venda em acordos, as vendas casadas (quando o comprador é limitado a adquirir um produto, sendo 
necessário a aquisição de um outro, geralmente com preço maior) e os preços predatórios (quando o 
 
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vendedor pratica valores abaixo do mercado, e, por vezes, abaixo do custo, para eliminar a 
concorrência ou aumentar o seu ganho em escala) são algumas das práticas que, em determinados 
segmentos ou situações, podem ser vistas como inadequadas ou ilegais, podendo levar a multas e 
sanções, não só para o negócio mas também para o indivíduo – gestor da empresa. 
 
Formação de preços e concorrência perfeita 
Concorrência perfeita 
A concorrência pura ou concorrência perfeita é caracterizada pela presença de um número 
ideal de competidores. Nessa estrutura, a tecnologia utilizada pelas empresas ou já é difundida ou 
ainda não é sofisticada, além de os custos e as escalas de produção serem semelhantes, a ponto de 
uma empresa não se diferenciar muito da outra, tornando a concorrência entre os competidores 
praticamente a mesma. O que determinará o preço dos produtos é o próprio equilíbrio do mercado, 
a curva de demanda dos consumidores e as demais variáveis. 
Nessa estrutura de mercado, não há uma vantagem competitiva superior de um concorrente 
sobre os outros, ou seja, a diferenciação por custo ou a diferenciação do produto não são possíveis 
em razão de os fatores de produção e a capacidade de vendas serem igualitários entre todos os 
ofertantes. Um exemplo disso é a indústria de varejo de alimentos, em que os ofertantes, geralmente, 
compram de distribuidores de alimentos ou diretamente das indústrias de alimentos e revendem, 
sem intermédio, para o consumidor final. Nesse cenário, a alteração nos preços leva a uma flutuação 
geral no mercado, afetando tanto os ofertantes como os compradores, e há pouca margem para o 
empresário se diferenciar, considerando-se preço de venda e custos na manutenção no negócio. 
Cabe ressaltar, aqui, que a economia se limita a estudar as condições de competição no mercado, 
enquanto as estratégias adotadas e o desenvolvimento de competências e capacidades das empresas, 
é foco dos estudos da administração, em uma visão mais organizacional do problema. 
Outra característica na concorrência perfeita é a simetria de informação entre os compradores 
e vendedores. Considerando a pluralidade de vendedores, a informação sobre o produto já é 
similarizada entre os consumidores, o que aumenta o seu poder de barganha e limita o poder de 
negociação dos vendedores. Nesse mercado, não há espaço para vendas casadas ou adição de itens 
complementares, como, geralmente, é praticado em mercados de concorrênciaimperfeita, em que 
não há o equilíbrio de forças entre vendedores e compradores. 
No mercado de concorrência perfeita, a competição será mais baseada em quem produz com 
menores custos e consegue vender com o menor preço. A cobrança de preço abusivo é dificultada 
pelo número grande de competidores, fazendo com que o consumidor tenha livre acesso a diversas 
possibilidades de compra. Um exemplo disso é com a produção de alimentos e gêneros mais básicos, 
cuja concorrência acontece nas feiras, nos mercados e nos supermercados, nos quais a variação de 
preço não é tão grande como se compararmos um pequeno vendedor a um grande atacadista. 
 
32 
 
Formação de preços na concorrência perfeita 
 Inicialmente, vale considerar que a formação de um mercado de concorrência perfeita 
acontece quando as empresas atuantes nele não produzem um bem ou produto com características 
únicas; com isso, no processo de compra do consumidor, não há um custo pela substituição ou 
escolha de um ofertante em detrimento de outro. Nesse cenário, empresas produtoras ou ofertantes 
desse bem possuem uma escala mínima eficiente, ou seja, as empresas conseguem chegar a um custo 
médio mais baixo sem grandes investimentos, possibilitando, portanto, a entrada de um alto 
número de concorrentes. 
Nessa estrutura, as empresas são denominadas “tomadoras de preços”, isto é, elas têm uma 
parcela pequena na oferta de um bem ou produto no mercado e, por essa razão, não são capazes de 
determinar o preço ou influenciar o mercado. Isso acontece, principalmente, em indústrias e 
segmentos produtivos cuja proporção de vendas/produção é equilibrada entre o número de 
ofertantes e os consumidores informados sobre o produto oferecido, que determinam o gasto 
conforme a sua intenção de compra. Essas empresas sofrem alta influência não só da oferta e 
demanda do mercado mas também do aumento da renda média e da melhoria na restrição 
orçamentária das famílias. 
Podemos ilustrar isso pela produção de grãos no Brasil. Ainda que o país seja um dos maiores 
produtores e vendedores nesse segmento rural no mundo, a produção é pulverizada entre vários 
produtores rurais, que têm pouco ou nenhum poder de barganha para determinar o seu preço de 
venda no mercado. Nesse caso, a formação de preços considera mais os fatores de demanda pelo 
produto no mercado regional, nacional ou mundial e sofre mais influências externas do que, 
propriamente, influências de um único produtor. Essa limitação é chamada de restrição de mercado 
para formação de preços na concorrência perfeita, em que os ofertantes têm pouca ou nenhuma 
margem para formação de preços. 
Uma característica na curva de demanda dessas empresas e indústrias em concorrência 
perfeita é a horizontalidade ou elasticidade da curva, uma vez que o preço dos produtos é fixado 
pelo mercado. Assim, o que vai determinar o crescimento da curva será a quantidade a ser ofertada 
no mercado, decisão relevante para empresas que participam nessa estrutura de mercado. 
A empresa e a indústria no cenário de concorrência perfeita deverão tomar decisões centradas 
no curto e longo prazos. No curto prazo, as decisões referem-se à quantidade de produção, visando 
à minimização de custos e potencialização dos lucros ante a escala de produção; já no longo prazo, 
outros fatores podem ser considerados, como o surgimento de inovações tecnológicas, a melhoria e 
ampliação de instalações produtivas e, até mesmo, a decisão de permanência ou não nessa indústria. 
Há muitas empresas e indústrias que, buscando uma vantagem competitiva, decidem retirar o 
negócio do segmento de concorrência perfeita e lançarem-se em outros mercados, com menos 
competidores e menos clientes, mas buscando alcançar lucro e margens maiores. 
 
 
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Nível de produção na concorrência perfeita 
 Considerando a limitação da formação de preços na concorrência perfeita, as empresas e 
indústrias, nesse mercado, deverão buscar a maximização do lucro, e uma possível decisão é 
encontrar o nível de produção maximizado do lucro econômico. Para tanto, a empresa deverá 
analisar a sua receita e os custos totais e encontrar o ponto ideal da produção, onde a receita seja 
excedente diante da quantidade produzida. 
 Na ilustração seguinte, considere a produção em uma indústria de calçados. O lucro 
econômico será igual à receita total diminuída do custo total. Nesse sentido, pode-se observar no 
eixo y do gráfico, que indica a quantidade de produção, que a produção inferior a quatro unidades 
representa perda econômica, ou seja, os custos totais ainda excedem a receita. Já a produção de nove 
unidades alcança o ponto ideal, chamado de quantidade maximizadora de lucro, sendo que, para 
produzir nove unidades, a receita foi superior, sem que os custos fossem maximizados. A partir 
desse ponto, os custos de produção aumentam, diluindo a receita total e, por essa razão, o lucro 
econômico se apresenta em uma curva decrescente, chegando ao ponto em que os custos voltarão a 
ser superiores à receita, aqui representado pela quantidade de 12 unidades, com o lucro total 
negativo, ou seja, indicando um prejuízo para o negócio. 
 
Figura 8 – Nível de produção e maximização do lucro 
 
Fonte: Parkin (2008). 
 
Muitos negócios operam, durante os primeiros anos, apenas com o lucro normal, em que o 
total de receitas é igual ao custo total. Nesse primeiro momento, a maximização do lucro econômico 
é impossibilitada em razão dos custos iniciais da produção e dos investimentos no negócio. Outra 
possibilidade de maximização do lucro é analisar a receita marginal e o custo marginal na produção. 
Nessa análise, é verificado se, a cada venda extra, gera-se um custo adicional para a produção, e, a 
partir disso, é possível analisar o ponto da curva de produção no qual o lucro será maior, sem que 
os custos da produção aumentem marginalmente. 
 
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O equilíbrio de mercado e a eficiência econômica são dados pela intersecção entre a curva de 
demanda e a curva de oferta, ou seja, quando o valor para os compradores deixa de ser maior que o 
custo para os vendedores. No entanto, o valor para os compradores ainda é menor que o custo para 
os vendedores, conforme ilustrado na Figura 9. Pela representação dada na figura seguinte, podemos 
ver que é apresentado um ponto ótimo para a maximização no nível de produção, o que resulta em 
mercados competitivos, uma pressão para as empresas buscarem o menor custo de produção e a 
melhor alocação dos seus fatores produtivos, como mão de obra, equipamentos e outros, ou seja, a 
melhor eficiência econômica. 
 
Figura 9 – Equilíbrio de mercado e eficiência econômica 
 
Fonte: Mochón (2007). 
 
Outra característica, nos mercados competitivos, é o livre acesso à entrada e saída de concorrentes 
no mercado. Não há barreiras tecnológicas e legais para restringir o acesso a novos competidores, ou 
seja, o custo não é alto para a entrada de um novo competidor, considerando-se a aquisição de materiais 
e equipamentos tecnológicos, e também não há restrição governamental ou legal para participar do 
mercado e competir por uma fatia do mercado. Ao passo que a entrada é facilitada, a saída do negócio 
também enfrenta poucos problemas, uma vez que sempre terão novos interessados em entrar nesse 
mercado. Um exemplo para isso é o mercado de refeições (bares e restaurantes): quando um restaurante 
sai do mercado e deixa o seu ponto disponível, em pouco tempo, um novo empreendimento será 
inaugurado e os consumidores terão uma nova opção de consumo. 
 
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Mercados não competitivos, monopólio, oligopólio e cartéis 
Mercados de concorrência imperfeita ou não competitivos são representados por empresas ou 
indústrias que possuem um determinado poder de mercado, seja pela influência na formação de preços, 
seja pela influência na oferta e quantidade de produtos disponíveis no mercado, seja pelo controle de 
entrada de outros

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