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Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA FORENSE Estudo da morte. Estudo dos sinais que indicam que o indivíduo está morto. Thanatus: Deus da morte. Hipnos: Deus do sono. TANATOLOGIA FORENSE A) TANATOSEMIOLOGIA (MORTE + SINAL + ESTUDO): Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. B) TANATODIAGNÓSTICO (MORTE + DIAGNOSE): Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real. C) CRONOTANATOGNOSE (TEMPO + MORTE + CONHECIMENTO): Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. D) TANATOSCOPIA = TANATOPSIA = NECRÓPSIA (MORTE + VER = OBSERVAR): É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. E) TANATOCONSERVAÇÃO (MORTE + CONSERVAÇÃO): É o conjunto de técnicas empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais. F) TANATOLEGISLAÇÃO (MORTE + LEGISLAÇÃO): É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver. Perinecroscopia (perito analisa em volta do morto). Exame que se faz em volta do cadáver. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 2 Trata necropsia por autópsia. Exame de corpo de delito artigo 158 CPP. Função do corpo de delito: perpetuar a materialidade do delito, pois, o julgamento pode ocorrer anos depois do fato. Importância Jurídica da Morte • É um fenômeno intimamente ligado ao Direito. • Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as consequências jurídicas. • Põe a termo a capacidade jurídica. • Termina a aptidão de ser titular de direitos. • Seus bens se transmitem, desde logo, para seus herdeiros. • Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. • Extingue-se o pátrio poder, etc. Tanatolegislação Código Civil Art. 06 - A existência da pessoa natural termina com a morte. Art. 1571, I - A sociedade conjugal termina. Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder. Código Penal Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do agente. Art. 121 - Matar alguém. Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 3 Art. 212 - Vilipendiar cadáver. Código de Processo Penal Art. 6°- Logo que tomar conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá: VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. Art. 158 – Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito... Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito. TANATOLOGIA FORENSE • É um fenômeno comum na vida do médico. • Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutanásia etc. • Na maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. • Os critérios para o diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as excludentes de erro como: Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, choque... Definições de Morte • MORTE: Hipócrates 460 a.C. • Constituiu-se por muito tempo como a "cessação total e permanente de todas as funções vitais“ destacando-se a RESPIRAÇÃO e CIRCULAÇÃO. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 4 Definição da Morte GENIVAL VELOSO a. Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., com intervalo de 24 h. Não deve prevalecer para crianças, hipotermia, uso de drogas depressoras do S.N.C. e distúrbios metabólicos ou endócrinos; b. Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia, Midríase); c. Ausência de respiração espontânea; d. Causa da lesão cerebral conhecida; e. Estruturas vitais do encéfalo lesados irreversivelmente. Critérios Atuais Para Diagnóstico De Morte • A morte atualmente é definida como sendo a parada total e irreversível das atividades encefálicas. • É o que se denomina morte encefálica. • Comprometimento da vida de forma irreversível. • A morte atualmente é definida por critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (Resolução 1480/97). MORTE CEREBRAL Além da morte encefálica é preciso que ocorra a morte do tronco encefálico (tronco cerebral), ou seja: da ponte e do bulbo. Parada cardiorrespiratória irreversível. Bulbo: localizam-se os centros cardiorrespiratórios. Controla as funções autônomas, chamadas de vida vegetativa, como: batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir. Mesmo que tronco cerebral esteja vivo e cérebro morto, o indivíduo é considerado vivo. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 5 Cérebro + cerebelo + ponte + bulbo = encéfalo. Criança anencefálica (tem encéfalo, mas, não tem cérebro). Ela está viva. Coma permanente. Morte cerebral. Não se autoriza aborto. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 6 Todos os sinais nos levam a acreditar que ele esteja morto há bastante tempo", disse um paramédico em contato com a polícia. Ele estava congelado, como um bloco de concreto. Comecei a chacoalhá-lo e dizer: você não vai me deixar", diz o pai. Médicos descreveram o caso de Justin como um "milagre médico", como talvez a única pessoa que tenha sobrevivido a uma hipotermia tão grave. Justin passou cerca de três meses internado - seus rins e pulmões não funcionavam, e ele teve os dedões do pé e os dedos mínimos das mãos amputados por decorrência de gangrena. Como se verifica a morte? • Morte encefálica: diagnosticada em hospital • Verificar: Pulso arterial • (cuidado: situação onde não se sente pulso e não há parada circulação: fibrilação ventricular (músculos se contraem de forma descontrolada). Mas, coração não está parado. Pequenos zig zag no ecg) • Hospital: osciloscópio: mostram a oscilações das batidas do coração, temperatura, respiração. Morte Encefálica RESOLUÇÃO CFM nº 1.480/97 Causa conhecida; processo irreversível, clinicamente justificado por coma aperceptivo, ausência da atividade motora supraespinal e apneia, e complementada por exames que comprovem a ausência da atividade elétrica cerebral, ou ausência das atividades metabólicas cerebrais ou ausência de perfusão sanguínea cerebral. Tipos de Morte A) Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interveniência de fatores mecânicos em sua produção. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 7 B) Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde. C) Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um agente biológico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente. D) Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe independente da duração da gravidez. E) Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. F) Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. G) Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei. Lei nº 6.015/73 Tipos de mortes Morte suspeita: quando não se sabe se a morte foi natural ou violenta. Morte natural Pode ser assistida: médico assistente é obrigado a fornecer a declaração de óbito se tiver acerteza de ausência de morte violenta. Morte violenta (acidente, suicídio, homicídio): perito legista do IML (exame requisitado pela autoridade policial). Morte não assistida: patologista. Serviço de Verificação de Óbito. Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 8 MORTE SÚBITA: - não pode ser violenta - tem que ser natural - tem que ser inesperada - pode ser fulminante ou agônica. Embolia pulmonar, embolia arterial, etc. Alterações Celulares - alterações celulares microscópicas aparecem após horas após da morte da Célula - Não aparecem na hora que a célula morre. Reação inflamatória - Ocorre horas após a lesão - Sem inflamação: lesão ocorreu após a morte ou morreu de forma fulminante. Tipo de morte celular Apoptose: células normais, sem inflamação, sem doenças, morrem (reparação). Doenças degenerativas pode ocorrer apoptose. Autólise: células se digerem pela ação de lisossomos (enzimas digestivas). Necrose: células morrem devido a trauma, doença que matam a células. No local ocorrerá uma inflamação (se não houver morte instantânea). Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 9 DECRETO Nº 2.268, DE 30 DE JUNHO DE 1997 Art. 16 §1º O diagnóstico de morte encefálica será confirmado, segundo os critérios clínicos e tecnológicos definidos em resolução do Conselho Federal de Medicina, por dois médicos, no mínimo, um dos quais com título de especialista em neurologia reconhecido no País. MODALIDADES DE MORTE MORTE APARENTE: provocada por estados patológicos que simulam a morte - o indivíduo se mantém vivo por tênues ou débeis sinais de circulação (as funções vitais se reduziram a um mínimo tal que dão a impressão errônea da morte) - PODE ocorrer nas intoxicações graves produzidas por soníferos e nos congelamentos. Sinais de coma: existem sinais abióticos presentes. CRONOTANATOGNOSE É o diagnóstico do tempo da morte (também chamado de realidade da morte) pela observação das evidências ou dos sinais abióticos ou não vitais positivos: A) Sinais recentes (IMEDIATOS) B) Sinais mediatos (CONSECUTIVOS) C) Sinais tardios Destrutivos Conservativos Medicina Legal | Wagner Bertoline Tanatologia Forense www.focusconcursos.com.br | 10 RESUMO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS • Sinais imediatos: não são sinais de morte, mas, indicam probabilidade. • É um período de incerteza, denominado de P. I. TOURDES. • Parada cardíaca e respiratória irreversíveis: morto. • Artigo 162: Autopsia 6h após a morte, salvo se médicos tiverem certeza. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Fenômenos Abióticos Consecutivos SINAIS RECENTES OU IMEDIATOS 1. Aspecto do corpo: Fácies Hipocrática (máscara da morte) 2. Perda da consciência 3. Perda da sensibilidade 4. Imobilidade – perda do tônus muscular 5. Arreflexia – relaxamento dos esfíncteres (eliminação de fezes e urina, dilatação das pupilas, abertura dos olhos, queda do maxilar inferior) 6. Parada cardíaca (da circulação) => anóxia => morte celular 7. Parada respiratória: cessação da respiração prova da vela, prova do espelho 8. “Silêncio” de aparelhos: • eletrocardiograma • eletroencefalograma - cessação de atividade cerebral 9. Fenômenos oculares: 1. Opacificação do cristalino (Sinal de Stenon) 2. Pálpebras semi-cerradas 3. Midríase (dilatação pupilar) 4. Mancha na esclerótica (sinal de Sommer e Larcher) Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 FENÔMENOS OCULARES: Midrías MIDRÍASE DESIDRATAÇÃO Mancha negra de Larcher-Sommer Aparece primeiro no ângulo externo do globo ocular e depois, também, no ângulo interno, nos cadáveres que permaneceram com os olhos abertos depois da morte. Anatomia do olho humano Parte branca esclerótica Parte interna: camada escura chamada coroide Quando começa a evaporação a esclerótica vai ficando transparente (daí se consegue ver o fundo) que é a coroide (que está embaixo da esclerótica). Muitos grânulos de melanina, dando à coroide, uma cor escura Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 RESUMO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS 1. Desidratação Evaporação tegumentar (físico) • Leva à perda de 10 à 18 gramas/Kg/dia no adulto e de 8 gramas/Kg/dia em crianças. • Diminuição do volume com consequente “crescimento” de unhas e pelos • Decréscimo de massa (peso) • Apergaminhamento da pele • Dessecamento das mucosas dos lábios • Mancha negra de Larcher-Sommer. • - Tem início entre 15 e 30 minutos após a morte. 2. Algor mortis ou esfriamento cadavérico (Físico) • Fatores intrínsecos e extrínsecos • Camada de gordura subcutânea dificulta a perda de calor, retardando o inicio do resfriamento cadavérico. • Demora mais dependendo das condições: • Cadáver mais gordo ou mais magro Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 • Esticado ou não • Em local quente ou mais frio • Velocidade de resfriamento pode variar Algor mortis ou esfriamento cadavérico • Lento nas 3 primeiras horas (0,5°C /h) • Rápido nas 6 horas seguintes (1ºC /h) • Nas demais horas volta a ser lento • Se o ambiente estiver quente, em lugar do resfriamento, poderá se dar o aquecimento do cadáver, já que a sua temperatura tende a se igualar à do ambiente • temperatura axilar no vivo: ± 36,5oC; • temperatura retal no vivo: ± 37,2oC. Resfriamento Cadavérico Para Delton Croce: 0,5°C nas 3 primeiras horas e 1°C nas seguintes até atingir a temperatura ambiente. Para Flamínio Fávero: Zarzuela e Glaister: estimam uma redução de 1,5°C/hora, expondo a seguinte fórmula: T morte = (temp retal média)–(temp retal no exame)/1,5. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Fenômenos Abióticos Consecutivos 3. Livores ou hipostases Livor mortis (físico) • Manchas de coloração vermelho-arroxeada nas zonas de declive NÃO SUJEITAS à pressão. • Resulta da acumulação do sangue não circulante nos vasos da pele das regiões de declive. • Nas áreas de decúbito, respeitando as áreas de contato, pressão ou dobras (viscerais ou cutâneos). • Possível indicador da causa da morte, eventual mudança de posição do cadáver e do intervalo postmortem Fenômenos Abióticos Consecutivos “DECOREBA” • Livor mortis ou manchas de hipostase ou livor cadavérico • Algor mortis ou esfriamento cadavérico • Rigor mortis ou rigidez cadavérica LAR – livor, algor e rigor (Tríade da Morte) CRONOLOGIA Pontinhos coloridos começam a aparecer por volta de 30 minutos Manchas: mais de 2h de morte Dorso todo arroxeado: mais de 6h a 8h de morte. Manchas podem mudar de lugar. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Após 10 horas: livores fixados, permanecem. Não se formam mais depois de 24 horas. Em alguns casos, devido à falta de pele protetora, o acumulo de sangue goteja (língua e nariz). Nos demais locais ele se deposita, se acumula. • Áreas claras: vasos comprimidos. • Não há acumulo de sangue. • DROGAS: LIVORES violáceos Livor x equimose Para diferenciar usar a Técnica de Bonnet Faz-se um corte do tecido subjacente e analisa-se o aspecto interno. Se tiver sangue acumulado nos tecidos: equimose. Se estiver aspecto claro e começar a surgir gotas de sangue: livor. Teste de Bonnet Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 HIPOSTASES Nos negros podem não ser evidenciados. 4. Rigidez cadavérica Rigor mortis (Químico) • Cronologia • Lei de Nysten-Sommer-Larcher • Ordem: dacabeça para os pés, devido a ter massas moleculares de menores dimensões (menos células para resfriarem) • Masseter mole (musculo da boca): 2h de morte • Masseter duro e corpo mole 2 a 6 horas • Tudo duro: de 6 a 8h • Quando começa a amolecer: 24 horas, significa que começou a putrefação. • Espasmo cadavérico (morte violenta) Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 CRONOTANATODIAGNOSE CORPO QUENTE E FLÁCIDO: morte há menos de 3h CORPO QUENTE E RÍGIDO: morte entre 3 e 8h CORPO FRIO E RÍGIDO: morte entre 8 e 36h CORPO FRIO E FLÁCIDO: morte há mais de 36h Rigidez cadavérica - sem energia não há deslizamento da molécula de actina sobre a miosina. - início 1 a 2 horas - Sentido: grupos musculares menores => grupos musculares maiores, ou seja: Ocorre de cima para baixo; - Regra de Flamínio - inicia na 1ª hora, generaliza com 2-3 horas, máximo 5-8 horas. - decresce com o tempo devido à putrefação - varia com as condições ambientais de temperatura, idade, nutrição, vestes, temperatura do corpo, causa mortis; Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 Cuidado: sinal de DEVERGIE Rigidez MUSCULAR em cadáver que é decorrente do calor fogo. Posição de defesa (parece lutador de boxe). Espasmo cadavérico: rigidez corporal que ocorre instantaneamente mantendo a posição que o indivíduo mantinha no momento da morte. Espasmos cadavéricos Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 6 RESUMO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Fenômenos Tardios Destrutivos – Autólise RESUMO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS (TRANSFORMATIVOS) Tafonomia é denominação dada para o estudo dos fenômenos transformativos, designando o estudo da transição dos restos biológicos a partir da morte até a fossilização. 1. Autólise: destruição do corpo pela liquidificação ácida, intra e extra celular. Conjunto de fenômenos fermentativos que têm lugar no interior das células por ação das próprias enzimas celulares com a morte, a circulação cessa e o meio orgânico, que em vida era neutro, passa a ser ácido as membranas celulares se rompem, desintegrando os tecidos Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue Resultam da decomposição das hemácias. Aparecem por volta do 3º dia da morte. Desaparecem após o 35º dia após o óbito. Lâminas cristalóides muito frágeis, entrecruzadas e agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul pelo ferrocianeto de potássio e castanha, pelo iodo. 2. PUTREFAÇÃO (químico) A putrefação inicia-se logo após a autólise pela ação de germes. Inicia-se geralmente a nível do intestino grosso dando origem à chamada mancha verde abdominal e espalha-se pelo organismo. A putrefação obedece a 04 fases: Bactéria produz H2S e este reage com a hemoglobina (sulfoxihemoglobina), que tem coloração esverdeada. Tendência aumentar a cor até ficar esverdeado escuro. Dificulta reconhecimento do cadáver visualmente (inclusive pela família). INDEPENDE DA CAUSA DA MORTE. Fatores que interferem na decomposição cadavérica: A temperatura, a aeração, a higroscopia do ar, o peso do corpo, as condições físicas, a idade do morto e a causa da morte. A ação bacteriana e a atividade de insetos necrófagos. Também pode interferir na aceleração da decomposição de partes do cadáver a presença de uma ferida ou lesão na pele, servindo assim de porta de entrada às larvas. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS a) Cromática ou coloração: tonalidade escurecida da pele (20 horas) com cheiro característico (transformação da hemoglobina) início entre 16ª e 24ª hora, com a mancha verde abdominal Mancha verde abdominal Sinal de início de putrefação, Decorrente de ação microbiana Mais precoces nos idosos, fetos e afogados (no tórax e cabeça) Mancha Verde Abdominal Coloração ou cromática Acentuada presença no abdome (fossa ilíaca direita) devido maior população de bactérias, que geram a coloração. Fetos: não há a presença de bactérias. A putrefação ocorre de FORA para dentro. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Diferente dos vivos (dentro para fora). Esta fase se prolonga por uma semana, quando toda a pele fica verde-enegrecido a negro. A cabeça fica muito negra. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Fenômenos tardios destrutivos – Coliquação, Maceração e Esqueletização SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS b) Gasosa (expansiva): (2º ao 8º dia) 1. Aumento do volume do corpo Enfisema cutâneo 2. Circulação póstuma de Brouardel – desenho produzido pelos vasos sanguíneos subcutâneos preenchidos por sulfahemoglobina e hematina 3. Flictenas (pequena pústula em forma de vesícula) 4. Eliminação de gases 5. Aspecto gigantesco e deformado (posição de lutador) Gaseificação ou enfisematosa Gases produzidos aumentam e a pressão força a circulação do sangue, gerando a circulação póstuma de Brouardel. Isto caracteriza esta fase de putrefação. Características do cadáver: braços e pernas abrindo, língua protusa (não houve enforcamento ou esganadura); útero saindo pela vagina; intestino saindo pelo ânus. Presença de bolhas (morto a mais de 72h) Muitos gases: de 72 a 96 h. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL Mulher pode gerar parto póstumo de Brouardel. Podemos fazer o desluvamento da epiderme para coletar a impressão digital. Se ocorrer a perda da epiderme da ponta dos dedos não é mais possível coletar as digitais. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Como diferenciar bolha de putrefação (no morto) com bolha de queimadura no vivo (flictenas com proteínas do plasma)? Basta fazer a reação química de Chambert - no morto: não reage (pois não tem proteína) - no vivo: reação positiva: tem proteína. SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS c) Fase Coliquativa: (2 a 3 meses) dissolução pútrida com liquefação de vísceras e dos tecidos moles. O esqueleto fica coberto por uma massa de putrilagem, e surge um grande número de larvas e insetos; desidratação e enrugamento Coliquação ou redutora Dissolução dos tecidos. Vísceras perdem suas características morfológicas; presença da fauna cadavérica. Podem causar lesões no corpo (que não existiam em função do motivo da morte) São danosos à investigação pericial. Fase Coliquativa (dissolução pútrida) Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 Fase Coliquativa - com larvas Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Esqueletização e fenômenos cadavéricos conservativos SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS d) Fase de Esquelitização: ação da fauna e do meio ambiente destruição dos tecidos restando apenas o esqueleto, cabelos e dentes Esqueletização Exumação: 3 anos, em média. Cadáver pode ser encontrada com partes espalhadas devido a animais que comem pedaços e os levam a diferentes locais. Não dá para se estimar a data... Exumação (ex = exterior húmus= terra) Administrativa (para reusar a sepultura) Judicial = a qualquer tempo Autoridade policial lavra Auto de exumação, onde todos os que presenciaram o ato assinam o auto. Legista fará o LAUDO de exumação (só ele assina).Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS Maceração: em ambientes úmidos e quentes Destruição em meio líquido (O CADÁVER ESTEVE IMERSO EM ÁGUA) Comum nos fetos e nos afogados com formação de bolhas de conteúdo líquido e pardacento Observa-se no cadáver o destacamento de amplos retalhos de tegumentos cutâneos O corpo perde a consistência inicial, o ventre se achata e os ossos se livram dos tecidos, ficando como se estivessem soltos CLASSIFICAÇÃO DE LAUGLEY GRAU ZERO – até 8 horas – pequenas bolhas esparsas na epiderme GRAU 1 - de 8 a 24 horas – bolhas agrupadas e início do destacamento da epiderme GRAU 2 – de 24 a 48 horas – acentuado destacamento da epiderme e líquido avermelhado nas cavidades GRAU 3 – de 48 horas em diante – com as alterações anteriores e líquido acastanhado nas cavidades MACERAÇÃO FETAL (sem putrefação. Esta não ocorre) Destruição dos tecidos moles do feto pela ação do liquido amniótico Se estiver morto: A epiderme se solta, os vasos se rompem liberando hemoglobina (que mancha a derme do feto de vermelho). As articulações ficam livres, grande amplitude Tempo para ocorrer: ao menos 24h de morto Ossos do crânio soltos (se soltam do couro cabeludo): 7 dias morto (sinal de Spalding). Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 Maceração: destruição dos tecidos mergulhados em qualquer massa líquida. Afogados ou fetos. SINAL DE SPALDING Quando se observa o cavalgamento dos ossos do crânio, em razão da maceração das membranas intersuturais a morte ocorreu há mais de sete dias Aborto Retido Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 RESUMO DOS SINAIS TARDIOS DESTRUTIVOS SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Saponificação (químico) ou adipocera gordura reage com metais do solo éster reage com metais ambiente quente muito úmido e pouco arejado Saponificação: formação de adipocera (consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, dando uma aparência de cera ou sabão, que se forma nos diversos tecidos e órgãos dos cadáveres). Dependem de diversos fatores Solo - Clima - Obesidade - Covas múltiplas Tipos Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 Mumificação. Saponificação ou adipocera Corificação Petrificação/fossilização. Congelamento (criogenia) Plastinação SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Ocorre principalmente nos cadáveres inumados em lugares úmidos, com má ventilação, solos argilosos, úmidos (valas comuns). Predisponentes: obesos SAPONIFICAÇÃO Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 6 SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Mumificação: (químico) Natural (físico-químico) Artificial (físico ou químico) ambiente quente seco e arejado (bactérias não se desenvolvem) Natural: desidratação e secamento do corpo e da pele provocados pela ventilação, pela alta temperatura do solo ou local de sepultamento. O cadáver, ficando exposto ao ar, em regiões de clima quente e seco, sofrendo acentuado dessecamento. Artificial: requer processo especializado – formolização e embalsamamento Mumificação Parcial Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 7 MUMIFICAÇÃO SINAIS TARDIOS CONSERVATIVOS Calcificação petrificação ou calcificação: ocorre nos fetos mortos e retidos na cavidade uterina (litopédios = criança de pedra) Corificação fenômeno muito raro: cadáveres inumados em urnas metálicas (zinco) onde o corpo foi lacrado. têm o corpo preservado da decomposição pela inibição dos fatores transformativos Congelação Um cadáver submetido a baixíssima temperatura e por tempo prolongado pode se conservar integralmente por muito tempo. Conservação artificial: plastinação. Resinas sintéticas substituem os tecidos orgânicos corporais Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 8 (Litopédio = criança de pedra): calcificação Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TANATOLOGIA Fauna cadavérica e Destinos do Cadáver FAUNA CADAVÉRICA Quando o cadáver permanece insepulto e abandonado sobre o solo por razoável tempo, nele se instalam pequenos animais (principalmente insetos) denominados como fauna cadavérica Existe uma certa ordem de instalação destes animais: Moscas comuns Moscas verdes Coleópteros, lepidópteros, etc O estudo da fauna cadavérica pode ser importante para a cronotanatognose, pois o aparecimento de determinados insetos está relacionado ao tempo de morte Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Entomologia forense As larvas de insetos são as principais formas de decomposição cadavérica (tecidos moles). De acordo com o tipo de larva presente no cadáver dá para se calcular aproximadamente a hora da morte Inseto bota o ovo, ovo vira larva, larva come muito e se transforma em pupa (no casulo) até atingir o estágio de adulto. O casulo fica no local e permite ao perito determinar o tipo de inseto que esteve no cadáver e estima o tempo de morte. Os insetos se aproximam do cadáver de acordo com o tipo de odor. Insetos chegam, portanto, em tempos diferentes. Daí se determina tempo de morte. MOSCA: NONO dia larva se transforma em pupa. Mosca varejeira (Sarcophagidae): primeiras a chegar. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 Besouro (Colióptero) é um dos principais destruidores de tecidos moles. O líquido gerado pela liquefação gera uma mancha no local, chamada de sombra cadavérica. Perito pode colher resíduo (solo) da sombra cadavérica Pode buscar identificar substâncias tóxicas através dos resíduos químicos do cadáver. Antropografia cadavérica Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Destino do cadáver "caro data vermis" (carne dada aos vermes) Natureza jurídica do cadáver: não é mais pessoa e passa a se constituir numa coisa Sua posse, em sentido estrito: pertence definitivamente à família Cabe, de início, a posse ao Estado para cumprimento de normas específicas O corpo humano é de natureza extra-patrimonial. É “res extra commercium”, inacessível aos negócios habituais O cadáver não faz parte da sucessão Destino do cadáver 1. Inumação com ou sem necropsia 2. Imersão 3. Destruição 4. Cremação 5. Peças anatômicas e membros amputados: não necessitam do preenchimento do atestado de óbito, mesmo que o destino seja o sepultamento (melhor solução é a incineração) para partes ou parte de cadáver (esquartejamentos, explosões), desde que haja uma identificação criteriosa, pode ser expedido o respectivo atestado Inumação Simples Este é o destino mais comum. Verificado o óbito, processam-se as formalidades legais e, com a apresentação do atestado de óbito nos cartórios e a aquisição da certidão de óbito pela família ou interessados, o cadáver é levado aos cemitérios públicos. Medicina Legal | Wagner Bertolini TANATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 Inumação com Necropsia A obrigatoriedade das necropsias nas mortes violentas está disciplinada pela lei processual penal. Para as mortes naturais, não há nenhuma regulamentação que possa dar ao médico um amparo legal no que diz respeito a esta prática. Os hospitais podem exigir dos familiares ou responsáveis um termo de permissão para que, nos casos de morte dos pacientes, possam realizar a necropsia clínica. Cremação Muitos são os países que adotam o sistema da cremação de cadáveres. Entre eles, Índia, Suíça, Alemanha, Canadá, EUA e, principalmente, Inglaterra,que contava, já em 1963, com 177 fornos crematórios. Do ponto de vista médico-legal, a cremação apresenta o inconveniente de não poder ser realizada em uma morte violenta, o que acarretaria especulações e dúvidas sobre a morte e suas circunstâncias, não restando os subsídios de uma possível exumação. Liquefação do Cadáver Como opção ecológica à cremação, foi comercializado nos EUA um aparelho que liquefaz cadáveres denominado Resomator e teve sua origem de fabricação em Glasgow. Tal método, em linhas gerais, dissolve o cadáver em água quente alcalinizada. - Produz menos gases associados ao efeito estufa que a cremação; - Usa um sétimo da energia e permite a retirada de metais poluentes como aqueles das placas, próteses e obturações, evitando assim a contaminação do meio ambiente. - Segundo estudos oriundos da Grã-Bretanha, cerca de 16% das emissões de mercúrio ali emanadas vêm das obturações queimadas em crematórios. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TRAUMATOLOGIA Aspectos Iniciais TRAUMATOLOGIA FORENSE É a parte do Medicina Legal que estuda os traumas, as lesões e os instrumentos (agentes) vulnerantes. A Traumatologia Forense estuda os aspectos médico-jurídicos das lesões causadas pelos agentes lesivos. Trauma é o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz de produzir a lesão. FERIDA: Lesão que ultrapassa a derme atingindo os planos mais profundos. Lesão é o objeto de estudo da Medicina Legal e o resultado do trauma e suas consequências médicas e legais. Sistema Tegumentar Captam estímulos do meio interno ou externo e os levam para o sistema nervoso central. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Características É o mais extenso órgão sensorial do corpo; 15% do peso corporal total; Contém 20% do total de água do corpo; Pilosa; Classificação (Seca, oleosa e mista) Elasticidade (Linhas de fenda) Funções • Proteção • Secreção • Absorção • Termorregulação • Percepção Camadas Epiderme: células epiteliais Derme: células de tecido conjuntivo denso Hipoderme: tecido celular subcutâneo Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE VULNERANTE O objetivo do perito – legista é, através da análise da lesão, fornecer dados para identificar o agente vulnerante e, após a reunião de outros elementos de investigação, estabelecer a eventual dinâmica do fato e, até mesmo, a autoria envolvida no caso. OFENSAS À INTEGRIDADE FÍSICA OU À SAÚDE PRODUZIDAS POR Energias: - Ordem mecânica; - Ordem física; - Ordem química; - Ordem físico-química; - Ordem bioquímica; - Ordem biodinâmica; - Ordem mista. AGENTES MECÂNICOS São agentes que atuam pela energia mecânica Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Essa energia modifica o estado inercial (repouso ou movimento) de um corpo em agente agressor produzindo lesões em todo ou em parte do outro corpo. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TRAUMATOLOGIA Tipos de Energia Punctória Incisa Contusa Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Lesão Intra-Vitam X Lesão Post- Mortem Definições: Intra- Vitam- são lesões que ocorrem no corpo humano durante a vida, com características específicas como: infiltração da malha tecidual, coagulação, presença abundante de leucócitos, etc. - Post- Mortem São lesões que ocorrem após a morte, não possuem Reação Vital. LESÕES FEITAS EM VIDA - Infiltração hemorrágica; - Coagulação do sangue nos locais de lesão; - Retração dos tecidos seccionados; - Crostas nas escoriações; - Espectro equimótico; - Cicatrizes nas feridas; - Calo nos ossos fraturados; - Mosaico sanguinolento nos pulmões; AGENTES MECÂNICOS Ação/atuação: agem por contato e diretamente sobre a superfície atingida, atuando por: Somente Pressão Pressão e Deslizamento Choque, acompanhado ou não de deslizamento Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TRAUMATOLOGIA Energia Mecânica AGENTES MECÂNICOS Ação/atuação: agem por contato e diretamente sobre a superfície atingida, atuando por: Somente Pressão Pressão e Deslizamento Choque, acompanhado ou não de deslizamento Teremos Três Tipos De Lesão Simples: Agentes Perfurantes AGENTES PERFURANTES (feridas punctórias) Instrumentos ou agentes finos, alongados, pontiagudos (punctórios) de diâmetro transversal (secção) extremamente reduzido em relação ao seu comprimento, produzindo lesões punctórias ou puntiformes. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Atuam por pressão sobre um determinado ponto e penetram a superfície, geralmente afastando as fibras dos tecidos atingidos Exemplos: prego, espinho, agulha, estilete, garfo, espeto de churrasco, seta, florete, furador de gelo e outros Só perfura e não corta. Age por pressão e ferida tem forma de ponto. Punctórias. Flebites (fleboesclerose: veias ficam duras em usuários de drogas). AGENTES PERFURANTES - CARACTERÍSTICAS Orifício de entrada: • Diminuto, circular ou fusiforme • De pouco sangramento externo • Recoberto por uma crostícula sero-hemática • A lesão pode ocasionar importantes lesões internas Retilínea Predomina a profundidade (comprimento) sobre o diâmetro. Termina em fundo cego (fundo de saco – lesão penetrante. Pode ser transfixante com orifício de saída semelhante ao de entrada. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 Agentes Cortantes Atuam por pressão e deslizamento (pressão e deslocamento), de forma linear ou oblíqua, sobre a pele ou tecido dos órgãos, com “gume afiado”, atingindo a superfície em ângulos variados, produzindo feridas incisas ou ferimentos incisos. Exemplos: navalha, gilete, cutelo, bisturi lâminas metálicas afiladas, papel, estilhaços de vidros, capim-navalha e outros. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Ferida chamada arco de violino Ação Cortante. O instrumento pode ser cortante (navalha, lamina barbear), perfurocortante (faca pode cortar e perfurar) ou cortocontundente (machadinha). Ação cortante não precisa especificar o tipo de instrumento. AGENTES CORTANTES CARACTERÍSTICAS 1. Regularidade e nitidez de suas margens e bordas 2. Hemorragia quase sempre abundante 3. Predomínio do comprimento sobre a profundidade 4. Afastamento das bordas da ferida (mais acentuada nas lesões post-mortem) Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 Ponto de saída de ferida incisa é superficial chamada cauda de saída, cauda de escoriação ou cauda de rato. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 6 AGENTE CORTANTE – FERIDA INCISA Ação Cortante AGENTES CORTANTES: FERIDAS ESPECIAIS 1. Na parte anterior do pescoço: esgorjamento 2. Na parte posterior do pescoço: secção quase total do pescoço denomina-se: degolamento 3. Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo denomina-se: decapitação 4. Esquartejamento: separar em quatro pedaços 5. Evisceração (haraquiri) Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 7 6. Lesões de defesa 7. Castração Esgorjamento, degola e decapitação São lesões de natureza geralmente incisas localizadas no pescoço (Delton Croce). O esgorjamento é a lesão localizada na região anterior (ou lateral)do pescoço. A degola na região posterior. A decapitação é a separação da cabeça do corpo. ESGORJAMENTO Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 8 Morte por esgorjamento Pode ocorrer por: - Hemorragia (anemia aguda) - Asfixia (entrada de sangue na árvore respiratória) - Embolia (entrada de sangue nas veias) DECAPITAÇÃO Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 9 EVISCERAÇÃO Decapitação Esquartejamento - Membros superiores -Membro inferiores - Cabeça - Tronco Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 10 Agentes Contundentes Os agentes contundentes são todos aqueles que agem pela ação em uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão, descompressão, arrastamento ou outro meio, como por exemplo: as mãos, tijolo, automóvel, jato de ar, etc. Os instrumentos contundentes produzem lesões contusas, geralmente encontradas nos acidentes de automóvel, nos desabamentos, lutas corporais e outros. O choque de superfícies pode se dar de forma ativa (quando o instrumento é projetado contra a vítima) ou passiva (quando a vítima vai ao encontro do objeto, p.ex., em uma queda) ou Mista (ambos em movimentação) Algumas Lesões - Lesões por martelo. - Encravamento. - Empalamento. - Lesões por achatamento. - Lesões por arrancamento. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 11 - Lesões por cinto de segurança. - Lesões por explosão de air bags. - Lesões por atropelamentos terrestres. - Lesões por atropelamentos ferroviários. - Lesões por acidentes aéreos. - Lesões por precipitação. AGENTES CONTUNDENTES 1. Escoriação: quando o atrito do deslizamento lesa a superfície da pele 2. Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame sanguíneo infiltrando os tecidos. 3. Bossas e hematomas: quando o derrame sanguíneo não encontra condições de se difundir e forma coleções localizadas 4. Rubefação: bofetada AS LESÕES PRODUZIDAS PELA AÇÃO CONTUNDENTE Rubefação- é a mais leve desta série. É exclusivamente vital e é um fenômeno vasomotor. Exemplo: bofetada na face ou nádegas. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 12 FERIDAS CONTUSAS – ESCORIAÇÕES O atrito (deslizamento) provoca o arrancamento total e parcial da epiderme e desnudamento da derme. É comum nas quedas (lesões nos joelhos, cotovelos, etc). Ocorre formação de crosta que pode ser serosa (predomínio de linfa) ou (...) hemática (predomínio sanguíneo). A recuperação se dá em prazo curto Interesse Jurídico: arrastamento, atropelamento, lesões de defesa (unhadas) etc Tempo de regeneração- 20 a 30 dias. Valor médico-legal: forma, localização e evolução. A presença de infecção dificulta o trabalho pericial ESCORIAÇÃO Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 13 FERIDAS CONTUSAS - EQUIMOSES Equimoses são lesões contusas cuja intensidade depende do instrumento e do grau de violência com que foi aplicado. Contusão mais frequente e mais importante na prática O tecido externo apresenta-se íntegro. São as comumente chamadas manchas roxas, e aparecem em razão do rompimento de vasos sanguíneos superficiais ou profundos. O material extravasado vai ser reabsorvido e isto provoca uma variação cromática que vai do início ao pleno reparo da lesão. É o chamado espectro equimótico que serve para: - Avaliar a data da lesão ou - Se ocorreram várias lesões em dias diferentes Espectro equimótico de Legrand du Saulle Diferentes tonalidades em função da decomposição da oxihemoglobina. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 14 EQUIMOSE Equimoses Quando se apresentam na forma de pequenos grãos são chamadas de SUGILAÇÕES. Quando se apresentam na forma de estrias , recebem o nome de VÍBICES. Forma das equimoses pode identificar o agente vulnerante. Importante para a perícia. • Agente vulnerante cilíndrico bate na pele atinge os vasos espalha o sangue e ficam as faixas chamadas víbices • RJ Hygino: faixas são quase paralelas Equimose feita no vivo ou no morto? Jato d´água: • Se limpar o sangue: feita no morto (nome técnico: embebido por sangue). • Se NÃO limpar: foi feita no vivo (nome técnico: infiltração hemorrágica) (reação de fibrinogênio. • No morto não tem reação e o sangue se espalha). Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 15 Equimose x Livor BOSSAS As bossas podem ser sanguíneas quando o líquido, não podendo se espalhar, forma uma coleção (especialmente sob o couro cabeludo, “galo”) ou linfática, quando seu conteúdo for linfa. O instrumento contundente age sobre a superfície corporal em que há tecido ósseo abaixo e com musculatura muito tênue. Rompendo-se o vaso, forma-se a bossa sanguínea. BOSSA SANGUÍNEA (com elevação da área) Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 16 FERIDA CONTUSA - HEMATOMA É semelhante à equimose, porém, trata-se de um rompimento de um vaso maior, portanto, o sangramento é mais violento a ponto de descolar a pele, formando uma verdadeira bolsa de sangue Ocorre em locais de tecido frouxo, mole. Com o passar do tempo o organismo absorve o sangue, havendo ali, as mesmas variações de cores da equimose, só que processo será mais demorado. HEMATOMA DE PÁLPEBRAS (Sem elevação da área) Lesões contusas Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 17 Lesões contusas Lesões com assinatura Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 18 Encravamento Encravamento: penetração de objeto afiado e consistente em qualquer parte do corpo. Ação direta ou indireta. ENCRAVAMENTO: requer agente comprido, perfurocontundente alongado (haste, barra metálica, lança) Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 19 Com entrada no corpo. Se for pelos órgãos sexuais ou próxima: Empalamento. Esquartejar é dividir o corpo em 4 pedaços. Espostejar: em postas, vários pedaços Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 20 Escalpelamento Escalpe: remoção (avulsão) do couro cabeludo. Índios retiravam o ESCALPO. Rotura de vísceras internas Lesões produzidas por artefatos explosivos. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 21 Lesões por Martelo. OUTRAS LESÕES CONTUSAS CUIDADO: MUITO COMUM ERROS DESTAS DEFINIÇÕES ARTICULAÇÃO: ENTORSE (ligamento) ou LUXAÇÃO (osso desarticula) FRATURA QUALQUER LUGAR LIGAMENTOS NAS ARTICULAÇÕES Pode esticar ou romper (parcial ou total): estiramento. Sai osso da articulação parcialmente: subluxação Osso desarticula totalmente: luxação (entorse) Entorse (ligamento esticou ou rompeu). Só no ligamento. Luxação: osso saiu do lugar OUTRAS LESÕES CONTUSAS Pode haver entorse sem luxação Mas se tem luxação há o entorse. Não pode ter luxação SEM entorse Cervical: podem ser luxações graves. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 22 Fratura Compressão Tração Cisalhamento Torção Flexão Lesões Mistas Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 23 LESÕES MISTAS Instrumentos perfurocontundentes São aqueles que agem inicialmente por pressão em umasuperfície e posteriormente perfuram a região atingida. As lesões produzidas pelos instrumentos perfurocontundentes são denominadas perfurocontusas são as lesões típicas dos projéteis de arma de fogo, não obstante não sejam eles os únicos agentes capazes de produzir este tipo de ferimento. Ação Perfurocontundente. Instrumentos cortocontundentes Os instrumentos cortocontundentes são aqueles que atuam por pressão exercida sobre uma linha, como, por exemplo, o machado, um golpe de facão desferido com a lâmina, o cutelo etc. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 24 Instrumentos que agem pela massa, superfície cortante e contundente. Corta porque tem gume e contunde devido à massa significativa As lesões produzidas pelos instrumentos corto-contundentes são denominadas cortocontusas. Ação Cortocontundente GUILHOTINA – INSTRUMENTO CORTOCONTUNDENTE Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 25 LESÕES CORTOCONTUSAS São provocadas por instrumentos que, mesmo com gumes, têm a sua principal ação pela contusão, pela pressão devido ao seu próprio peso. Sua gravidade depende do ângulo de incidência, da superfície atingida e pela força de impacto. São lesões sempre profundas, com bordas e formas irregulares, com destruição de tecidos, inclusive com fraturas. Exemplos: foice, facão, machado, enxada, rodas de trem, etc. Ação Cortocontundente: feridas cortocontusas. Lesões cortocontusas Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 26 Lesões contusas Retração da borda da lesão indica indivíduo vivo. MORTO não tem retração. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 27 Lesões por precipitação. Medicina Legal | Wagner Bertoline Traumatologia: Energia Mecânica - Ação Composta www.focusconcursos.com.br | 1 Traumatologia: Energia Mecânica - Ação Composta Medicina Legal | Wagner Bertoline Traumatologia: Energia Mecânica - Ação Composta www.focusconcursos.com.br | 2 Medicina Legal | Wagner Bertoline Traumatologia: Energia Mecânica - Ação Composta www.focusconcursos.com.br | 3 Medicina Legal | Wagner Bertoline Traumatologia: Energia Mecânica - Ação Composta www.focusconcursos.com.br | 4 Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 1 TRAUMATOLOGIA Energia Física Agentes de Ordem Física e seus efeitos São energias capazes de modificar o estado físico dos corpos causando lesões ou mesmo a morte. Lesões produzidas pelo calor quente O calor quente pode atuar sobre o corpo humano de forma difusa ou direta. Atua de forma difusa quando a fonte de calor não incide diretamente sobre a área atingida, mas sim tornando o meio ambiente incompatível com os fenômenos biológicos. Temperatura Energias de Ordem Física eletricidadeAgentes Físicos luz Som Pressão radioatividade Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 2 Insolação (associado ao Hipotálamo) Intermação (NÃO associado ao Hipotálamo) efeitos: insolação – desidratação e choque Comparações Termonoses x Queimaduras IRRADIAÇÃO SOLAR INSOLAÇÃO: Ação da temperatura do calor ambiental em locais abertos (raramente em espaços confinados); INTERMAÇÃO: - Decorre do excesso de calor ambiental; - Lugares mal arejados; Insolação A desidratação e a queimadura da pele são os sintomas mais frequentes da insolação, especialmente em crianças e idosos. Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 3 Insolação Queimaduras: são lesões produzidas geralmente por agentes físicos de temperatura elevada com ações: - Da chama - Do calor irradiante - Dos gases superaquecidos - Dos líquidos escaldantes - Dos sólidos quentes e - Dos raios solares Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 4 Queimadura • 4ª causa de morte • Corpo trabalha com uma variação de 3oC acima ou abaixo de 37º C. • Assim, se a temperatura central se altera além desses limites, pode haver graves lesões ou até a morte. • Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras classificam-se em: • 1º Grau - atinge somente a epiderme. Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida. • Queimaduras leves, simples formação de eritemas. Tempo de recuperação: • 2 a 5 dias. • Prognóstico: ausência de cicatrizes; descoloração temporária • 2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas. • Atinge a epiderme e a derme. • Tempo de recuperação: 5 a 21 dias Prognóstico: pode deixar cicatrizes • 3º Grau - atingem a derme. • Atinge todo o tecido de revestimento, alcançando o tecido gorduroso, ou muscular, podendo chegar até o osso. • Nos tecidos adjacentes dando origem à formação de escaras; • Tempo de recuperação: Semanas a anos (...) • Prognóstico: Normalmente requer cirurgia ou enxerto de pele. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 5 • 4º Grau - carbonização. Quanto à profundidade, segundo Hoffmann e Lucena Observe a estrutura dos vasos internos Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 6 Contato direto - Queimaduras 1º grau – ERITEMA Apenas a epiderme é afetada. - Vermelho vivo, devido a simples congestão da pele; - A coagulação fixa o eritema após a morte; 2º grau – FLICTENA Caracterizado pela formação de vesículas, que suspendem a epiderme. São constituídas do líquido amarelo-claro, transparente no cadáver: em seus lugares se vêem placas apergaminhadas. 3º grau – ESCARAS: Formam manchas de cor castanha, ou cinza-amarelada, indicativas da morte da derme. Deixam cicatrizes proeminentes. No cadáver, apergaminham-se. 4º grau – CARBONIZAÇÃO: Se particularizam pela carbonização do plano ósseo; Pode ser total ou parcial; Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 7 Ocorre redução do volume do cadáver; (A gravidade das queimaduras, em relação à sobrevivência da vítima, é avaliada em função de sua extensão e intensidade). A extensão da área queimada é, muitas vezes mais importante do que a profundidade da lesão para determinar a gravidade. É o caso de uma queimadura de primeiro grau, que, por exemplo, pode atingir uma ampla área do corpo. A extensão é medida em porcentagem da área total da superfície do corpo. É a "regra dos nove", que divide o corpo em áreas de aproximadamente 9%, utilizada para calcular a extensão da queimadura e decidir o tipo de tratamento. Gravidade Profundidade; Extensão; Envolvimento de áreas críticas; Idade da vítima; Presença de lesão pulmonar por inalação; Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 8 Presença de lesões associadas; Doenças pré-existentes; Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 9 FRIO Modalidade: Contato direto Efeitos: necroses periféricas imediatas ou tardias (infartos); Ambiental Efeitos: baixa da resistência; Frio – contato direto Acidente com refrigerador doméstico Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 10 Queimadura -VAS Reação fotofitodermica Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 11 Em incêndios Morte pode se dar pela formação de gases da combustão dos materiais;Boate Kiss; Monóxido de carbono (mais de 50% carboxihemoglobina); Cianeto de hidrogênio; Óxidos ácidos do enxofre e nitrogênio; Morte: pelo fogo; Morte: pela asfixia por fumaça; Morte: pisoteamento; Incêndio boate Kiss 242 mortos Incêndio Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 12 Agente vulnerante FOGO: - Pelos ficam crestrados; - Áreas integras e outras queimadas; - Aspecto mapa geográfico; - Carbonização; Artigo 121. Crime doloso: Qualificado. Hediondo; Líquido fervente: - Queimadura decrescente ao escorrimento do líquido; - Pode ser acidental ou intencional; - Não cresta pelos e não carboniza; Delegado deve analisar a intenção: lesão corporal, maus tratos, tortura (hediondo); Sólido incandescente: - Queimaduras de 1º a 4º graus. - Cresta pelos - Diferenciar pelo crestado por fogo x sólido incandescente: sólido deixa sua marca, seu formato de contato. Fogo não deixa marca própria; Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 13 - Marcação de animais (bois, etc); - Tortura: cigarro, ferro de passar roupas, etc; Agente vulnerante Vapores superaquecidos: - Não carboniza. - Não cresta pelos - Lesão geral do que localizada - Acidental em preferência a criminosa - Vazamento de caldeiras, radiadores, frascos aquecidos fechados Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 14 PRESSÃO Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são denominados BAROPATIAS: Diminuição da pressão:– mal das montanhas ou dos aviadores (rarefação do ar em grandes altitudes) Aumento da pressão Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; Mal dos mergulhadores com embolia gasosa (pela rápida subida à superfície) Barotraumas. BAIXAS PRESSÕES (MAIORES ALTITUDES) MAL DAS MONTANHAS •ACIMA DE 3000 m. AR RAREFEITO. •HIPOXIA RELATIVA. QUADRO AGUDO. Edemas cerebral e pulmonar. Fortes dores de cabeça. Náuseas, tonteiras, dispnéia. Tendência a reter líquidos. Espessamento perialveolar. Melhora após alguns dias ou coma ou morte DOENÇA DE MONGE Forma crônica Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 15 Do mal das montanhas. Atividade de eritropoietina (epo). Aumento da hematopoiese. Poliglobulia compensadora. Maior risco de tromboses. Dedos em baqueta de tambor ALTAS PRESSÕES (COMPRESSÕES) NO FUNDO DO MAR MERGULHO EM APNÉIA. MERGULHO COM SCUBA. SCUBA – SELF-CONTAINED-UNDER WATER- BREATHING-APPARATUS. Os problemas dependerão da profundidade, do tempo de mergulho e do tempo de retorno à superfície MERGULHO EM APNEIA Sérios problemas para o mergulhador. O retorno à superfície: Risco de apagamento. Risco de afogamento. Barotrauma de ouvido Apagamento Ocorre nos mergulhos em apneia, nas subidas após longa permanência no fundo. Os problemas relacionam-se com as grandes quantidades de gases que serão dissolvidos nos líquidos orgânicos do mergulhador. Se o retorno à superfície não for criterioso, graves problemas poderão surgir. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 16 Doença da Descompressão Forma crônica. Decorre da descompressão inadequada. Acúmulo de gases descomprimidos nas articulações. Contraturas dolorosas. Maior concentração de nitrogênio na mistura gasosa Embolia traumática pelo ar Forma aguda Pode ser mortal. Rotura das paredes alveolares. Hemorragia intrapulmonar. Gases (nitrogênio) caem na circulação arterial. Disseminação universal Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 17 Embolias gasosas difusas Barotraumas • de ouvido. • dos seios da face. • dos dentes. • do tubo digestivo. • do tórax Barotraumas BAROTRAUMA DE OUVIDO A cavidade bucal comunica-se com o ouvido médio através das trompas auditivas. O meio externo comunica-se com o ouvido médio através do conduto auditivo externo. Separando os dois condutos temos a membrana do tímpano Na grande altitude A pressão externa fica menor. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 18 A pressão no interior do corpo torna-se maior e empurra o tímpano para fora. Deve- se abrir a boca (bocejar) e permitir que ocorra o equilíbrio entre os dois meios conflitantes. Bloqueio nas trompas auditivas Se houver secreções bloqueando a luz das trompas, as manobras de equalização das pressões podem falhar e a dor do barotrauma persistir. NO FUNDO DO MAR a cada 10m de PROFUNDIDADE a pressão aumenta de uma atmosfera. Assim, no fundo, o tímpano é pressionado para dentro. MANOBRA DE VALSALVA Deve-se fazer a manobra de Valsalva: • Fechar as narinas. • Fechar a boca. • Soprar com força para forçar o ar a entrar nas trompas auditivas. •Objetivo: equilibrar as pressões interna e externa sobre o tímpano Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 19 BAROTRAUMA DE SEIOS DA FACE Seios frontais e maxilares. Os seios da face são cavidades de conteúdo gasoso. Há orifícios que comunicam essas cavidades aéreas com o meio exterior através das mucosas faciais. Se houver entupimento com secreções pode ocorrer dor de intensidade variável. Barotrauma sinusal No fundo do mar, com altas pressões, internas e externas, acumula-se muito gás nessas cavidades. Na subida, se muito rápida, pode haver descompressão e dor. Conforme a intensidade da dor, complicações podem ocorrer. BAROTRAUMA DE PULMÃO Órgãos ocos, repletos de ar. Pulmões e órgãos digestivos são mais vulneráveis às variações de pressão e, não raro, sofrem roturas de gravidades proporcionais às forças da pressão atuante Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 20 Doença dos caixões ou mal dos escafandristas Barotraumas enhs.umn.edu/current/2008studentwebsites/pubh6173/barometric_extremes/high.ht ml Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 21 Energia Nuclear Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 22 Lesões produzidas pela radioatividade Alguns dos efeitos sobre o organismo: Alterações genéticas; Vários tipos de câncer; Alterações da espermatogênese; Alteração das células do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vários pontos do organismo. SIEVERT: unidades de radiação Gray: unidade que mede danos físicos causada pela radiação Becquerel: unidade que mede a atividade da fonte radioativa Dose anual máxima permitida: 2,4 mSv Lesões de 1º, 2º e 3º graus - Não cresta os pelos; - Lesões localizadas; - Graves lesões sistêmicas; - Alterações Hematológicas; - Infecções generalizadas; - Choque séptico; Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 23 Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 24 Lesões produzidas pela luz A luz, dependendo da intensidade, também pode ocasionar lesões no corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico. A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão. Outro exemplo é o da epilepsia fotossensível (cerca de 3% de todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por estímulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros. Medicina Legal |Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 25 Lesões produzidas pela luz ORGÃOS MAIS SENSÍVEIS ENCEFALO (CÉREBRO + TRONCO CEREBRAL) CÉREBRO TRONCO ENCEFÁLICO (NERVO VAGO + BULBO) CORAÇÃO MUSCULATURA RESPIRATÓRIA (DIAFRAGMA) Portanto, o caminho da corrente elétrica no corpo é muito importante Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 26 CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO ALTA AMPERAGEM. PASSANDO PELO ENCÉFALO PODE AFETAR O TRONCO ENCEFÁLICO, E CAUSAR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL. ALÉM DE CAUSAR HIPERTERMIA. CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO • ALTA AMPERAGEM. • PASSANDO PELO CORAÇÃO CAUSA PARADA CARDÍACA PERIFÉRICA EM ASSISTOLIA. • PODE CAUSAR PARADA RESPIRATÓRIA PERIFÉRICA POR ESPASMO MUSCULAR. Média Amperagem CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO. PASSANDO PELO ENCÉFALO PODE AFETAR O TRONCO ENCEFÁLICO, E CAUSAR PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CENTRAL. ALÉM DE CAUSAR HIPERTERMIA. CAUSA DA MORTE EM ELETROPLESSÃO MÉDIA AMPERAGEM • PASSANDO PELO CORAÇÃO CAUSA PARADA CARDÍACA PERIFÉRICA EM ASSISTOLIA. Muito tempo exposto leva ao espasmo da musculatura respiratória e, 4 a 5 minutos depois, morre asfixiado. BULBO: morte por parada cardiorrespiratória. BAIXA AMPERAGEM (10 a 50 mA): - Lesões significativas SE PASSAR PELO CORAÇÃO, pode matar se ocorrer fibrilação OU pelo tronco encefálico (Bulbo) por parada cardiorrespiratória central Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 27 Alteração do ritmo cardíaco e surge um batimento cardíaco generalizadamente ineficiente: fibrilação. Legista não visualiza a fibrilação. Visualiza a marca de Jelineck. Fibrilação só se verifica com aparelhos. Condução elétrica do coração parte do nódulo sinoatrial, passa pelo atrioventricular e alcança as células ventriculares. Normal: 80 bpm em repouso, controlado. Corrente alternada: muda alternadamente 60 vezes por segundo. Medicina Legal | Wagner Bertolini TRAUMATOLOGIA www.focusconcursos.com.br | 28 Desorganização da musculatura cardíaca: fibrilação!!!! Sangue não circula. Cai P. Arterial. Hipóxia cerebral. Sem pulso, mas coração não está parado. Uso de desfibrilador: para todas as batidas. PCR ELETRICIDADE NAS CÉLULAS • A MEMBRANA CELULAR SELECIONA A ENTRADA E A SAÍDA DE SUBSTÂNCIAS NA CÉLULA ATRAVÉS DOS POROS. Passagem seletiva: MANUTENÇÃO DA VIDA CELULAR. A eletricidade pode alterar o diâmetro dos poros e causar a morte celular ELETROPERFURAÇÃO Grave modificação no diâmetro dos poros da membrana celular, em razão da passagem de corrente elétrica, causando alteração da semipermeabilidade e podendo levar à morte. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 1 Energia Física – Eletricidade LESÕES DECORRENTES DE ELETRICIDADE OU DESCARGAS ELÉTRICAS • São acidentes causados pela eletricidade, tanto a natural (raios), como a artificial (fios, tomadas, etc…) quando atingem o corpo humano. • Podem produzir queimadura externa e interna e até provocar parada cardíaca e respiratória, mutilações e morte, dependendo da amperagem e órgãos atingidos. • A ação lesiva depende do meio em que a corrente ocorre e do tipo de corrente elétrica. • Quanto melhor condutor for o material, menor resistência à passagem de corrente elétrica e, portanto, maior será a descarga pelo organismo. Ex: água, pés descalços, mãos desprotegidas, roupa molhada, ferramenta de metal, etc. CONDUTORES ELÉTRICOS São materiais destinados a permitir a passagem da corrente elétrica (geralmente fios) desde o gerador ou do acumulador (bateria) até chegar ao receptor onde poderá ser utilizada. CORRENTE ELÉTRICA Vibração e escoamento de elétrons entre os átomos do condutor elétrico provocada por uma diferença de potencial elétrico existente entre o acumulador e o receptor tentando estabelecer o equilíbrio entre as fontes. Corrente para entrar precisa ter lugar para sair. A corrente procura o menor caminho e menor resistência. MATERIAL ISOLANTE Objetos e instrumentos de borracha, cerâmica, plástico e outros materiais que dificultam, ao máximo, a passagem de elétrons são denominados isolantes. Cuidado com arco elétrico. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 2 Vítima se aproxima de gerador ou acumulador de grande capacidade. O ar úmido propicia a descarga elétrica no corpo da vítima (salto). Campo magnético Toda corrente elétrica, ao passar, gera um campo magnético no local. Vestígios da passagem de uma corrente elétrica: imantação metálica no local após a passagem de um raio. Efeito joule. Transformação de energia elétrica em calor. • Pode causar queimaduras de todos os graus. • Pode ser utilizado nas indústrias, nas residências, no comércio, na saúde etc. U = R x i Onde: U = corresponde à diferença de potencial (Voltagem) R = resistência do meio material (OHM) I =intensidade de corrente elétrica (Ampere) Resistencia da pele de um adulto normal: 50.000 A. Crianças: diferenças levam à menor resistência. Analisar os fatores que contribuem para diminuir a resistência da pele. O QUE MATA É A AMPERAGEM (i). Pequenas voltagens podem matar, dependendo da resistência. ELETRICIDADE A eletricidade natural: - Agindo letalmente sobre o homem: FULMINAÇÃO - Quando apenas provoca lesões corporais: FULGURAÇÃO - Lesões com aspecto arboriforme: Sinal de Lichtemberg Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 3 A eletricidade artificial ou industrial: - Proposital: para execução de um condenado - ELETROCUSSÃO. - Acidental: ELETROPLESSÃO. - A lesão mais simples é chamada marca elétrica de Jellineck. - Os efeitos deletérios da corrente elétrica se devem à intensidade da corrente (amperagem). Eletricidade natural, atmosférica ou cósmica milhares de volts Sinal de Lichtenberg: Fulminação ou Fulguração. As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, tomam aspecto arboriforme, denominadas de sinal (Árvore) de Lichtenberg, decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo, em caso de sobrevivência. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 4 Sinal de Lichtenberg Visível na pele, mas a lesão é nos vasos. É temporário. A lesão ocorre nos vasos superficiais. Decorre de uma vasculite elétrica. Sinais adjacentes: ação térmica (queimaduras); ação mecânica (rasgões das roupas e lesões tegumentares) e fenômenos físico-químicos (fusão de ou imantação de metais). VESTÍGIOS DE FULGURAÇÃO No exame de local atingido por um raio pode-se perceber que os metais da região permanecem imantados por algum tempo. Lesões de Lichtemberg. Exame Interno: - Fenômenos típicos das asfixias e dos infartos do miocárdio Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 5 Eletroplessão Do grego: Elektron + plessein O termo “eletrocução” deriva do neologismo inglês “eletrocution”, fusão das palavras electric + execution. A morte sobrevem por paralisa dos centros nervosos que levam à asfixia e à parada cardíaca. A gravidade das queimaduras, em relação à sobrevivência da vítima, é avaliada em função da sua extensão e intensidade. Os efeitos deletérios da corrente elétrica se devem, fundamentalmente, à intensidade da corrente (amperagem). ELETROPLESSÃO • Sinal de Jellinek: marca de entrada da corrente elétrica, na pele, no ponto de contato. • Lesão dura, de bordos elevados, seca, indolor, profundidade variável. • Pode reproduzir a forma do condutor elétrico. • Verifica-se, visualmente, que a vítima sofreu eletroplessão, pela marca de Jellineck, que resultada faísca elétrica que salta do condutor para a pele, antes de se estabelecer o perfeito contato entre esta e aquele. • A marca de Jellineck denuncia que a vítima foi afetada pela eletricidade industrial. • Não é obrigatoriamente presente, mesmo sob eletroplessão. Marca elétrica de Jellinek A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que com frequência assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca elétrica de Jellinek. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 6 Principais efeitos do choque - Confusão mental, convulsões ou perda da consciência. - Queimaduras na pele no local de entrada e de saída da corrente elétrica no corpo. - Presença de fraturas em vários locais em virtude da contração muscular violenta provocada pela corrente elétrica. - Pulso fraco e irregular. - Parada cardiorrespiratória. - Carbonização. - Morte. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 7 QUEIMADURA ELÉTRICA Produzida pelo contato com a corrente elétrica. ELETRICIDADE - O organismo é capaz de sentir uma corrente a partir de 1 miliampère”, - De 1 até 9 miliampères ocorrerá um processo ligeiramente doloroso. - De 9 a 20 miliampères, além da dor, a pessoa perde parte do controle muscular e não consegue largar o condutor. - Acima disso, os problemas passam a ser mais graves, podendo causar a morte. - Uma corrente de 75 miliampères produz a contração dos músculos do pulmão, provocando deficiência do sistema respiratório. - Acima de 75 miliampères a descarga elétrica começa a interferir no coração, que também trabalha com mecanismo elétrico, provocando uma arritmia cardíaca. - Mas esses números podem variar. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 8 ORGÃOS MAIS SENSÍVEIS ENCEFALO (CÉREBRO + TRONCO CEREBRAL); CÉREBRO; TRONCO ENCEFÁLICO (NERVO VAGO + BULBO); CORAÇÃO; MUSCULATURA RESPIRATÓRIA (DIAFRAGMA); Portanto, o caminho da corrente elétrica no corpo é muito importante. Causa da morte em Eletroplessão - Alta amperagem passando pelo encéfalo pode afetar o tronco encefálico e causar parada cardiorrespiratória central, além de causar hipertermia. - Passando pelo coração causa parada cardíaca periférica em assistolia. - Pode causar parada respiratória periférica por espasmo muscular. Média Amperagem - Causa da morte em eletroplessão. - Passando pelo encéfalo pode afetar o tronco encefálico e causar parada cardiorrespiratória central. Além de causa hipertermia. - Passando pelo coração causa parada cardíaca periférica em assistolia. - Muito tempo exposto leva ao espasmo da musculatura respiratória e, 4 a 5 minutos depois, morre asfixiado. BULBO: morte por parada cardiorrespiratória. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 9 Baixa Amperagem (10 a 50 mA): - Lesões significativas SE PASSAR PELO CORAÇÃO, pode matar se ocorrer fibrilação OU pelo tronco encefálico (Bulbo) por parada cardiorrespiratória central. - Alteração do ritmo cardíaco e surge um batimento cardíaco generalizadamente ineficiente: fibrilação. - Legista não visualiza a fibrilação. - Visualiza a marca de Jelineck. - Fibrilação só se verifica com aparelhos. - Sangue não circula. Cai P. Arterial. - Hipóxia cerebral. - Sem pulso, mas coração não está parado. - Uso de desfibrilador: para todas as batidas. - PCR. ELETRICIDADE NAS CÉLULAS - A membrana celular seleciona a entrada e a saída de substâncias na célula através dos poros. - Passagem seletiva: MANUTENÇÃO DA VIDA CELULAR. - A eletricidade pode alterar o diâmetro dos poros e causar a morte celular. Medicina Legal | Wagner Bertoline Energia Física – Eletricidade www.focusconcursos.com.br | 10 ELETROPERFURAÇÃO Grave modificação no diâmetro dos poros da membrana celular, em razão da passagem de corrente elétrica, causando alteração da semipermeabilidade e podendo levar à morte. Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Aspectos Iniciais www.focusconcursos.com.br | 1 Asfixiologia: Aspectos Iniciais Energias de ordem físico-químicas Sob o título de energias de ordem físico química iremos estudar a asfixiologia forense ou capítulo da Medicina-Legal que estuda as asfixias. Sistema respiratório humano Sistema Cardiovascular Veias Artérias Veias Artérias Circulação Pulmonar Circulação Sistêmica Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Aspectos Iniciais www.focusconcursos.com.br | 2 Fisiologia do Sistema Respiratório - A respiração pode ser interpretada como um processo de trocas gasosas entre o organismo e o meio, ou como um conjunto de reações químicas que faz parte do metabolismo energético (respiração celular). - Dessa forma, o termo respiração pode ser empregado em basicamente dois níveis: Celular e Orgânico. Estruturas do sistema Respiratório Humano Faringe: Cavidade comum ao sistema digestório e respiratório. Laringe: Epiglote – bloqueio da entrada de alimentos no sistema respiratório. Traqueia: - Formada por anéis cartilaginosos. - Presença de epitélio ciliado com glândulas caliciformes (produção de muco). - As impurezas se aderem ao muco e os cílios removem o muco com impurezas em direção à faringe. Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Aspectos Iniciais www.focusconcursos.com.br | 3 Brônquios e bronquíolos: - Brônquios são duas ramificações da porção final da traqueia que penetram nos pulmões. - Bronquíolos são ramificações dos brônquios que terminam nos alvéolos pulmonares. - Apresentam a mesma constituição da traqueia. muco Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Aspectos Iniciais www.focusconcursos.com.br | 4 Alvéolos: - Bolsas de ar ricamente vascularizadas. - Local onde ocorre a hematose (transformação do sangue venoso em sangue arterial). Laringe Traquéia Brônquios Bronquíolos Artéria Veia Hemácia Capilar sangüíneo Células da parede do alvéolo Ar alveolar CO2 O2 Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Tipos de Asfixias www.focusconcursos.com.br | 1 Asfixiologia: Tipos de Asfixias Inspiração - Contração dos músculos intercostais e diafragma. - Aumento do volume da caixa torácica. - Diminuição da pressão intrapulmonar. -Entrada de ar. Expiração - Relaxamento dos músculos intercostais e diafragma. - Diminuição do volume da caixa torácica. - Aumento da pressão intrapulmonar. - Saída de ar. Mecânica da Ventilação Pulmonar INSPIRAÇÃO EXPIRAÇÃO Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Tipos de Asfixias www.focusconcursos.com.br | 2 Vias aéreas superiores e inferiores Sistema circulatório humano Medicina Legal | Wagner Bertoline Asfixiologia: Tipos de Asfixias www.focusconcursos.com.br | 3 Asfixiologia Forense “Asphuxia” ausência de pulso. A sphysxis (gr.) ausência de pulso, pois Galeno e outros sábios gregos, acreditavam que nas artérias, encontrava-se o elemento (espírito) que dava vida. Estudo dos casos de asfixia em situações de homicídio, suicídio e acidentes. Relacionado com artigos 121 e 129 do CP. Asfixia É a supressão da respiração decorrente de energia físico-química, produzindo impedimento à penetração do ar atmosférico na árvore respiratória. Física: obstrução das vias respiratórias (mecânica). Química:
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