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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

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GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE: uma inovação com base na tecnologia educacional
No cenário atual observa-se, ainda que de maneira empírica, que muitos profissionais de saúde carecem de mais informações sobre as questões que envolvem o processo de gerenciamento de resíduos em serviços de saúde, e isso acaba ocasionando uma quebra no processo de educação e conscientização, onde o reflexo é exposto no meio ambiente e na saúde pública.
Nesse sentido, a publicação da RDC nº 306/2004 e o CONAMA nº 358/2005 é de grande importância para os estabelecimentos dos serviços de saúde no Brasil, uma vez que, segundo Oliveira, et al. (2018), serve de aparato para a implantação de diversas rotinas de proteção à segurança e à saúde, não só dos trabalhadores, mas de clientes e pacientes durante a estadia nos estabelecimentos de assistência à saúde ou, até mesmo, daqueles que exercem atividades de promoção à saúde, considerando-se que, dentro de uma perspectiva reflexiva, o processo de educação deverá ser permanente dentro dos estabelecimentos de saúde.
Portanto, o Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS) busca estabelecer medidas de controle, na unidade geradora, dos resíduos hospitalares e a segurança dos profissionais de saúde que os manuseiam nos estabelecimentos de assistência à saúde, já que muitos estudos demonstram que a segregação é o ponto fundamental de toda a discussão sobre a periculosidade ou não dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) (VITAL; GUIMARÃES, 2018).
Mesmo que apenas uma pequena porcentagem desses resíduos seja potencialmente infectante ou contaminante, se essa pequena porcentagem não for segregada, todos os resíduos que tiveram contato com esses resíduos também deverão ser tratados como potencialmente infectantes ou contaminantes, exigindo procedimentos e cuidados especiais nas demais etapas do manejo, pois com o gerenciamento ineficiente, os riscos e os custos do tratamento desses resíduos serão, em muito, aumentados (BORGES et al., 2017).
A Resolução CONAMA nº 05/93 traz no seu contexto o conceito de resíduos sólidos definido pela NBR 10.004/87 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como: "Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”, sendo importante salientar que quando se diz “resíduo sólido” nem sempre se pode associá-lo a um estado sólido.
Os resíduos de serviços de saúde são geralmente considerados apenas aqueles provenientes de hospitais, clínicas médicas e outros grandes geradores. Tanto que os resíduos de serviços de saúde são muitas vezes chamados de "lixo hospitalar". Entretanto, resíduos de natureza semelhante são produzidos por geradores bastante variados, incluindo farmácias, clínicas odontológicas e veterinárias, assistência domiciliar, necrotérios, instituições de cuidado para idosos, hemocentros, laboratórios clínicos e de pesquisa, instituições de ensino na área da saúde, entre outros, considerando-se que o trabalho de limpeza em ambiente hospitalar é, inquestionavelmente, uma das áreas mais sensíveis às implicações sociais e laborais, refletindo prontamente na segurança e saúde das pessoas inseridas nesse ambiente (VILELA; AGRA FILHO, 2019).
Para tanto, a Educação Ambiental pode ser um instrumento no envolvimento das pessoas que trabalham em instituições geradoras de RSS:
uma vez que permite uma compreensão global do ambiente; proporciona os instrumentos para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitem adotar uma percepção crítica e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada utilização dos recursos naturais para melhoria da qualidade de vida, do consumismo desenfreado visando à construção de relações sociais, econômicas e culturais capazes de respeitar e incorporar as diferenças e a liberdade para decidir os caminhos alternativos para o desenvolvimento sustentável (MEDINA, 1998, p. 19). 
Nesse sentido, as unidades de saúde devem ser orientadas por um plano de gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde, a fim de que sejam minimizados ou eliminados os riscos inerentes às suas atividades, visando à saúde do homem, especialmente do trabalhador, dos animais e, principalmente, a preservação do meio ambiente.
Segundo Foranttini (citado por LIMA, 2005, p. 10), quanto aos aspectos epidemiológicos relacionados com os resíduos, dependendo da forma de manipulação, muitas são as possibilidades de comprometimento do da saúde do trabalhador, devendo considerar as principais vias de acesso de agentes patogênicos oriundos do lixo hospitalar, conforme é demonstrado na Figura 1, bem como através de fluxos de contaminação e seus respectivos mecanismos naturais (Figura 2).
Figura 1: Vias de acesso de agentes patogênicos para o homem, através da deposição inadequada de resíduos.
Fonte: Lima (2005).
Microvetores
Lixo
Lixo
Lixo
Macrovetores
Macrovetores
Lixiviação
Percolação
Micro e Macrovetores
Evaporação
Ciclo das chuvas
Combustão
Fumaça
Pluma
Figura 2: Fluxos de contaminação e seus respectivos mecanismos naturais.
Fonte: Lima (2005).
Mediante todo o exposto, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) deve ser elaborado com a finalidade de se integrar ao processo da não geração dos resíduos e na minimização dos mesmos, criado em atendi mento aos critérios estabelecidos pela Resolução RDC nº 306/2004 da ANVISA, e através do processo de harmonização entre as normas federais do Ministério do Meio Ambiente e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) com a Resolução nº 358/2005.
Observa-se, em conclusão, que a necessidade de qualificação dos recursos humanos juntamente com educação ambiental, valorização dos aspectos organizacionais, técnico-operacionais do manejo dos RSS, a busca de sistema de informação ambiental, atualização de conhecimentos técnico-científicos, a observância da legislação, normas regulamentadoras brasileiras e as ações de otimização são pontos relevantes para o processo melhoria contínua em relação aos resíduos dos serviços de saúde para qualidade em saúde e proteção ambiental, considerando a atual e constante preocupação, não só com os critérios de biossegurança e bem-estar dos colaboradores, mas também em função de uma política de colaboração, manutenção e preservação de um meio ambiente seguro e saudável, conforme determina a Constituição Federal.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, 5 mar. 2003.
__________. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 306/2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. DOU nº 237, 10/12/2004.
__________. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 358/2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. DOU nº 84, seção1:63-65, de 4 de maio de 2005.
__________. Ministério da Saúde. Projeto Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde (REFORSUS). Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BORGES, Nelma do Carmo Fernandes et al. Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: uma análise sobre conhecimento e qualificação dos colaboradores. Hygeia-Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v. 13, n. 24, p. 14-23, 2017.
CALEFFI, Rafael. Princípio da eficiência em face da terceirização do serviço público municipal. São José, 2002. 
DEFFUNE, Elenice. Manual de biossegurança. São Paulo: 2007.
DIAS, Genebaldo F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. São Paulo, Editora Gaia, 2003.
FORMAGGIA, D. M. E. Resíduos de serviço da saúde. In: Companhia de Saneamento Ambiental (CETESB) Gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde. São Paulo: CETESB, 2005.
LIMA, Mário Q. Tratamentoe Biorremediação. São Paulo: Hermes, 2005.
MAMANI, E. B. Sistema de manejo de resíduos sólidos em hospitais: metodologia de avaliação. Curitiba: Juruá, 2007.
MOREIRA, M. S. Estratégia e implantação de sistema de gestão ambiental modelo ISO 14000. Belo Horizonte: Ed. de Desenvolvimento Gerencial, 2003.
OLIVEIRA, Luana Pontes et al. Fatores associados ao manejo adequado de resíduos de serviços de saúde entre profissionais de enfermagem. Revista Baiana de Enfermagem‏, v. 32, 2018.
PRUNES, José Luiz Ferreira. Terceirização no Trabalho Hospitalar. Curitiba: Juruá, 2005.
RIBEIRO FILHO, V. O. As infecções hospitalares e suas interfaces na área de saúde. Organizador: Antônio Tadeu Fernandes. São Paulo: Ateneu, 2010.
SCHALCH, V.; ANDRADE, J. B. L. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Fortaleza: CVS, 2005.
SCHNEIDER, V. E. et al. Manual de gerenciamento de resíduos sólidos. São Paulo: CLR Balieiro, 2010.
VILELA, Debora Maria Oliveira Cruz; AGRA FILHO, Severino Soares. Análise de planos de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde em hospitais em Salvador, Bahia. Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais, v. 7, n. 1, p. 61-75, 2019.
VITAL, Mirella Shayanne Barbosa; GUIMARÃES, Paulyne Souza Silva. Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: descortinando conhecimento dos enfermeiros. Gep News, v. 1, n. 1, p. 167-171, 2018.
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Lixo
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