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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO PSICOLOGIA A GRAVIDEZ INDESEJADA É TEMA RECORRENTE NA VIDA DAS ADOLESCENTES DE UMA E.E.F. DA ZONA NORTE DE MANAUS Manaus 2018 2 SAMARA SANTOS MARINHO TEMA: A GRAVIDEZ INDESEJADA É TEMA RECORRENTE NA VIDA DAS ADOLESCENTES DE UMA E.E.F. DA ZONA NORTE DE MANAUS Trabalho apresentado ao curso de Psicologia 9º período, da Faculdade Metropolitana de Manaus – FAMETRO, como requisito para obtenção de nota na disciplina de TCC 1 ministrada pelo professor Ênio Andrade. Manaus 2018 3 RESUMO O presente pré-projeto apresentamos uma pesquisa relacionada a temática da gravidez na adolescência, seus impactos e mudanças na vida da adolescente. Em um primeiro momento, analisamos o conceito de adolescência e em torno das mudanças corporais, socias e psicológicas do indivíduo, suas interações em relação a sexualidade e, por fim, a gravidez e como isso afeta a vida das adolescentes e o meio onde vivem. Em seguida, apresentamos a pesquisa em si, onde entrevistamos quatro adolescentes de uma mesma escola, todas em sua primeira gestação. Utilizando-se do método descritivo para conduzir a pesquisa, pudemos conhecer um pouco mais sobre a história de vida dessas meninas, a reação ao saber da gravidez e como isso influenciou seu relacionamento com o companheiro, os pais e amigos, além das mudanças psicológicas que acompanham esse processo. Palavras-chave: gravidez, adolescência, sexualidade 4 Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 5 2. JUSTIFICATIVA: ................................................................................................................................ 5 3. PROBLEMA ...................................................................................................................................... 6 4. OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 6 5. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................... 7 5.1 ADOLESCÊNCIA ............................................................................................................................. 7 5.2 O DESENVOLVIMENTO NA ADOLESCÊNCIA ................................................................................. 9 5.3 SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA ............................................................................................. 11 5.4 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ................................................................................................... 12 6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS/METODOLOGIA/MÉTODOS ............................................ 13 6.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................................................... 13 6.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................................................... 14 6.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................................................. 15 6.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................................. 15 6.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................................... 16 6.6 ÉTICA NA PESQUISA (RESOLUÇÃO 466/12, DO CNS) ................................................................. 16 6.7 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ............................................................................................................ 17 6.8 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................................................................ 17 6.9 CRITÉRIOS PARA SUSPENSÃO E EXCLUSÃO DA PESQUISA .................................................. 17 6.10 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA ........................................................................................ 18 7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES (ANEXAR TAMBÉM O CRONOGRAMA NA PLATAFORMA) .......... 18 8 ORÇAMENTO (ANEXAR TAMBÉM O CRONOGRAMA NA PLATAFORMA) ........................................ 18 9 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 19 10 ANEXOS E APÊNDICES ...................................................................................................................... 21 5 1. INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase de grandes transformações na vida do ser humano. Essas transformações são notadas do ponto de vista físico de forma bem evidente, e também psicológica, está de uma forma mais sutil, onde apenas os mais próximos podem notar. É um período bastante conturbado entre a infância e a fase adulta, onde a busca pela identidade e sexualidade causam conflitos principalmente com os pais. Dentre as grandes preocupações da adolescência, a gravidez talvez seja aquela que mais chama atenção, pelo alto grau de responsabilidade, que a menina ainda não está preparada para suportar. A gravidez nesta fase é algo recorrente, está inserida no nosso meio social, aparece na mídia e em vários lugares. O resultado dessa cultura é o aumento do número de gestantes menores, trazendo grande preocupação dos especialistas e pais, com o objetivo de entender o fenômeno. É necessário programas de esclarecimento e prevenção da gravidez na adolescência, além de um atendimento especial voltado aquelas que já estão gestantes. Entretanto, é necessário a participação de toda a sociedade, além das autoridades governamentais, na busca de amenizar essa questão de saúde pública. 2. JUSTIFICATIVA: A gravidez é um momento único na vida de uma mulher é um período de muitas mudanças em vários departamentos interno e externo, diante desses conflitos decorrentes da própria gravidez, pensa-se em uma mulher adulta com uma vida estruturada financeiramente que passará por esse processo sem que tenha que enfrentar o abandono familiar, pois ela já conseguiu galgar etapas de sua vida e considera-se madura o suficiente para encarar uma nova realidade, mas nos últimos anos a incidência de gravidez está ocorrendo na adolescência e vem aumentado significativamente. Sendo a adolescência um período de transição da fase infantil para a fase adulta, ocorrendo uma gravidez nesta fase os conflitos tomarão uma proporção maior e está adolescente será submersa em uma nova realidade a qual não está preparada a vivenciar, diante deste novo contexto essa menina mãe despreparada para encarar a realidade atual a qual está inserida, indubitavelmente recorre a seus 6 pais, pois o âmbito familiar é o seu porto seguro, em consequência de seus atos o desconforto será constante podendo levá-la a abrir mãos do seu estudo e passar nove meses tentado se esconder do mundo. Diante do exposto este trabalho visa de uma forma preventiva abrir um leque de informações para que a adolescentes tenha uma percepção diferenciada diante dessa realidade e tenha em mente que existe várias formas de prevenção. Tratando-se de uma forma geral na área preventiva este trabalho torna-se relevante para que esta população tenha o empoderamento do saber. 3. PROBLEMA Quais as implicações que uma gravidez indesejada pode trazer a vida do adolescente? 4. OBJETIVOS GERAL: ❖ Descrever os fatores que levam a gravidez na vida das adolescentes. ESPECÍFICO:❖ Identificar os principais fatores que levam as adolescentes a engravidar sem planejamento. ❖ Levantar o conhecimento das adolescentes sobre a prevenção da gravidez e os métodos contraceptivos. ❖ Investigar a compreensão das adolescentes frente as mudanças na relação familiar no contexto da gravidez indesejada. 7 5. REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 ADOLESCÊNCIA Segundo MAGALHÃES (2008), a adolescência delimita a transição da infância à idade adulta, cronologicamente abrangendo dos 10 aos 19 anos. Trata-se de um período de profundas modificações, marcado pela transição entre a puberdade e o estado adulto do desenvolvimento. Nessa fase, a perda do papel infantil gera inquietação, ansiedade e insegurança frente à descoberta de um novo mundo. A adolescência constitui umas das fases mais importantes da vida do ser humano. É um período de grandes transformações e mudanças, com a formação da identidade. Tem-se o peso de experimentar a carga de responsabilidade, caminho para a vida adulta. O amadurecimento sexual é uma das principais características da adolescência. Na busca do prazer, do conhecimento de si e de autoafirmação, os jovens, não raro, tornam-se rebeldes e com acentuado comprometimento de humor, porquanto vivem em constantes conflitos. Na realidade brasileira, muitas vezes a adolescente, além dos conflitos próprios da faixa etária, vê-se com outras questões conflituosas, como a ocorrência de uma gravidez. (MAGALHÃES, 2008). De acordo com Godinho (2000) Adolescente é todo indivíduo que estiver entre a faixa etária de 10 a 19 anos de idade segundo a Organização Mundial de Saúde. Nesse período, ocorre transição da infância para a fase adulta, além de rápidas transformações, tanto físicas e fisiológicas, crescimento acelerado, na mulher observa-se alargamento dos quadris e maior deposição de gordura, aparecimento de pelos pubianos e axilares, desenvolvimento mamário, menarca e início dos ciclos ovulatórios, com consequente capacidade reprodutiva, quanto psicossociais - conflito com o início das relações sexuais, momentos de incerteza, ansiedade, insegurança, isolamento, transtornos de vínculos afetivos, consolidação da autoimagem e autoestima, amadurecimento emocional e mental, questionamento sobre imposições, regras, valores, identidade, conflitos familiares, emocionais e sociais, com preocupação quanto à formação de grupos de amigos Durante esse período de transformações o apoio dado às adolescentes é muito importante, para que essas tolerem as mudanças a que estão sujeitas e não se sintam 8 vulneráveis às mudanças biopsicossociais. Para tanto, a família deve estar bem estruturada, a fim de não facilitar a ocorrência, comum entre as adolescentes, de violência, uso de drogas e gravidez precoce. Segundo De Angelice (2007) a gravidez na adolescência não constitui fenômeno recente na história da humanidade. Na Antiguidade, contratos de casamento eram lavrados quando a menina se encontrava entre 13 e 14 anos. Durante o apogeu do Império Romano, as mulheres casavam-se em média aos 14 anos, época em que a expectativa média de vida era inferior aos 25 anos. Como nas sociedades antigas, a expectativa de vida era baixa, a manutenção da espécie só era possível aproveitando-se precocemente a fecundidade. As mulheres iniciavam a vida sexual após a menarca e os homens tão logo despertassem os instintos sexuais e a capacidade de fecundar. No Brasil, país de cultura fortemente patriarcal, especialmente no interior, a mulher tinha como função social a reprodução e a criação dos filhos. Durante muitos anos, as meninas eram educadas para serem esposas e mães; portanto, logo após a menarca, as meninas tornavam-se mães. E ainda, até no início do século passado, a gravidez precoce era considerada um acontecimento habitual para os padrões culturais da época. Apesar de o fenômeno da gravidez na adolescência não ser novidade, nos últimos anos o mesmo vem sendo caracterizado como um “problema social”. O mercado de trabalho passou a exigir habilidades e qualificação especifica dos(as) trabalhadores(as). Assim, a sociedade impôs aos(às) adolescentes a função social de se dedicar exclusivamente aos estudos e à profissionalização, garantindo assim um futuro de sucesso. Dessa forma, a maternidade na adolescência é considerada indesejável e apontada como origem de vários problemas; pois se tornou incompatível com as novas demandas. Marcada por grandes mudanças, a adolescência expões o indivíduo a grandes questionamentos e transformações que podem ir em conflito com seus entes mais próximos, como os pais. De acordo com OUTEIRAL (1994), definir a adolescência é algo complexo, mas, resumidamente, é a etapa da vida onde o indivíduo experimenta uma revolução biopsicossocial. 9 A palavra adolescência tem dupla origem etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades dessa etapa da vida. Ela vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando a condição ou processo de crescimento, em resumo, o indivíduo apto a crescer. (OUTEIRAL, 1994, p.06). Segundo CHIPKEVITCH (1994), em muitas culturas, a chegada à adolescência é celebrada com rituais de passagem, como fazem os indígenas, cujos rituais sugerem uso de força ou coragem. Já que a adolescência é uma fase de grandes transformações, é muito comum o surgimento de sentimentos confusos como: Quem sou eu? Onde estou? Porque ninguém me compreende? Entre vários outros tipos de questionamentos. 5.2 O DESENVOLVIMENTO NA ADOLESCÊNCIA A infância é uma fase onde o indivíduo tem uma total dependência dos pais ou de algum adulto responsável. Cabe a esses responsáveis mostrarem que caminhos a criança deve seguir, visando a formação de sua personalidade e caráter, visto que ela depende de sua supervisão para tomar decisões e avaliar consequências. É comum nessa fase o desejo da criança de se tornar adulta, quase sempre inspirada nos próprios pais. A mudança é sutil em seu corpo, até atingir a puberdade onde as transformações são mais perceptíveis. De acordo com OUTEIRAL (1994), as transformações físicas, hormonais, psicológicas, socias e psicológicas, são as mais importantes na adolescência, onde o indivíduo se dá conta que está deixando a infância. As transformações corporais, também vão alterando a psique e o adolescente muda a visão de si mesmo. Porém, as transformações físicas, nem sempre acompanham essa mudança mental e vice-versa. Como diz CHIPKEVITCH (1994), a alteração mais significativa da adolescência está na necessidade fisiológica da sexualidade. É uma fase de experimentação de novos sentimentos relacionados aos desejos sexuais. Segundo LOPES e MAIA (2001), é na adolescência que surgem os primeiros namoros, que geralmente acontecem em algum ambiente social (festa, barzinho), onde dois jovens se sentem atraídos fisicamente e podem ficar apenas naquele 10 momento. A relação pode ficar apenas em simples beijo, mas também podem chegar até uma relação sexual. Geralmente é um relacionamento sem compromisso, muita das vezes sendo está a única vez que ficam juntos. A masturbação nessa fase é frequente. CHIPKEVITCH (1994), destaca que a adolescência é uma fase turbulenta como um estágio de diversos conflitos infantis e enfraquecimento do ego. Uma adolescência sem conflito, não seria ideal, visto que pode acarretar um amadurecimento precoce do ego, além de desequilíbrios na vida. De acordo com OUTEIRAL (1994) para o adolescente tomar suas decisões e fazer distinção entre o certo e o errado, deve direcionar sua “agressividade” contra seu ambiente familiar, já que novas formas de relacionamento verbal são construídas. As birras e choros da infância, já não surtem efeito. Para CHIPKEVITCH (1994), a principal função da adolescência é encontrar uma identidade, única do indivíduo que vai guiar sua personalidadeao longo da vida. A mudança corporal influencia no aspecto emocional e social. O adolescente se torna sensível em relação as suas mudanças corporais, o que causa constantes frustrações e insegurança, seja pelo aparecimento de acne, excesso de pelos ou um desenvolvimento mais tardio. A gravidez na adolescência, traz consigo um peso um peso maior ainda, já que as mudanças corporais nas mulheres são sempre maiores e incluindo uma gestação, podem abalar bastante seu estado emocional. Com essas mudanças, é comum o adolescente andar em turmas, pessoas que estejam passando por situações semelhantes, dos quais ele se identifica. A instabilidade típica da adolescência é comum e isso tem origem nas transformações corpóreas que nem sempre seguem as transformações mentais. É normal uma certa diferença entre esses seguimentos. 11 5.3 SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA É na adolescência que o indivíduo experimenta uma gama de emoções e novas sensações, e faz isto com uma intensidade e sensibilidade elevados. A excitação sexual surge como um fenômeno novo na adolescência, e é importante considerar a sexualidade um aspecto normal do desenvolvimento do adolescente. (Feldman, 2003 citado por Santrock 2003, p.240). O desenvolvimento sexual na adolescência tem influência de fatores biológicos, psicológicos e sociais. O próprio meio onde vive, também é um fator importante que molda as características sexuais do ser. A sexualidade é um tema recorrente na vida do adolescente. É comum questionamento e curiosidades sobre o assunto que domina boa parte de seu pensamento. Segundo SANTROCK (2003), o interesse sexual está bastante ligado a popularidade do indivíduo, visto que a sexualidade é um fenômeno que depende das relações sociais. De acordo com CHIPKEVITCH (1994), o comportamento sexual passou por bastante mudanças nas últimas décadas, principalmente no que é relacionado aos jovens. A valorização da mulher, métodos contraceptivos, o crescimento do papel do adolescente na sociedade, são fatores positivos decorrentes dessas transformações. Entretanto, tivemos consequências negativas como: aumento de DST’s e gravidez precoce. A educação sexual, passou a ser parte da grade curricular escolar. Embora com certas restrições, em virtude de alguns pais se preocuparem com uma possível iniciação sexual precoce de seus filhos. CHIPKEVITCH (1994), ainda menciona os medos comuns na adolescência em relação a sexualidade como: ejaculação precoce, gravidez, DST’s, esconder a virgindade ou mesmo perde-la, dores no sexo e uma possível difamação pós-relação. 12 5.4 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA De acordo com MOTTA & SILVA (1994), a gravidez precoce não é um fenômeno recente da história da humanidade. A relatos de gravidez antes dos 15, já na Antiguidade. No século XVI, o romance Romeu e Julieta, a personagem Julieta é descrita como uma jovem de apenas 14 anos, quando foi prometida em casamento à um nobre. Embora seja uma bora fictícia, esse fato provavelmente foi escrito com base dos costumes da época. Como diz SANTROCK (2003), apesar do grande volume de informações hoje em dia, ainda é comum que os jovens iniciem a vida sexual bastante cedo, o que consequentemente, aumenta o número de grávidas ainda adolescentes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH), as adolescentes têm início de sua vida sexual, em média, aos 13 anos, enquanto os adolescentes, iniciam por volta dos 16. Segundo relatório da OMS, o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas entre 15 e 19 anos. Este índice brasileiro, está acima da média latino-americana, que é de 65,5. A média mundial é de 46 nascimentos, a cada mil. Ainda segundo o relatório, a América Latina, é a única região do mundo, com uma tendência de crescimento sobre a gravidez antes dos 15. De acordo com LOPES & MAIA (2001), a insegurança da adolescência é um dos fatores que possibilita a jovem abrir mão do preservativo no momento das relações sexuais. A adolescência é marcada por uma forte carga emocional e o pensamento de perca por não agradar o parceiro é muito forte. A maioria das adolescentes vivencia essa trajetória do desenvolvimento psicossexual de maneira insatisfatória com as pressões sociais e a necessidade de desempenho, o que se constitui em fonte de ansiedade, angústia, medo e culpa. (Lopes & Maia 2001 p.11). O comportamento sexual na adolescência varia entre o ficar e o namoro propriamente dito. Isto é um processo normal de aprendizagem sobre amor, companheirismo e fidelidade. 13 Segundo ZAGURY (1999), o jovem é impulsionado por seus instintos, com uma enorme necessidade de provar a si mesmo e a outros que também é capaz, visando a impressionar o sexo oposto. Esse tipo de comportamento de transgressão das normas comuns da sociedade, tão comum nessa fase, pode trazer consequências como decepções, frustrações, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, no campo da sexualidade. De acordo com KALINA (1999), na adolescência ocorre uma profunda desestruturação na personalidade, devido ao desgaste na relação familiar. Com o passar dos anos, há uma nova reestruturação da personalidade definitiva que guiará o indivíduo à vida adulta. Segundo TIBA (1996), o amadurecimento sexual do adolescente acontece de forma veloz, acompanhado de um amadurecimento emocional e intelectual, dando início aos seus valores e sua independência. De acordo com LOPES e MAIA (2001), nem sempre a gravidez na adolescência é vista como uma negativa, mas o senso comum a ver como um problema social, visto que a adolescente com uma mentalidade ainda em formação, tenha que arcar com grande responsabilidade. Além, causa um afastamento social, devido aos cuidados que precisa tomar com o filho. Conforme CHIPKEVITCH (1994), a gravidez na adolescência está mais relacionada a imaturidade e não a falta de informação, como muitos podem dizer. 6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS/METODOLOGIA/MÉTODOS 6.1 TIPO DE PESQUISA De acordo com MINAYO (2000), uma pesquisa descritiva pode responder questões bastante particulares. É o tipo de pesquisa que tenta chegar o máximo possível de uma representação real. BOCARDY (2003), determina que o planejamento para uma boa execução de uma pesquisa dissertativa deve ser flexível e interativo. Essa metodologia pode gerar dados que não estariam nos planos iniciais da pesquisa, modelando a temática dos resultados à medida que os dados vão sendo coletados. 14 A elaboração de novas epistemologias, capazes de sustentar as mudanças profundas no desenvolvimento de formas alternativas de produzir conhecimento nas ciências sociais (REY, Gonzáles, 2000.P.7). A gravidez na adolescência é um problema complexo que envolve diferentes tipos de cultura, situação socioeconômica, estrutura familiar e a visão de mundo do próprio adolescente. MINAYO (2000), apresenta o que é a pesquisa dissertativa com o objetivo de construir o conhecimento. Numa teorização sobre a prática de pesquisa, entendendo-se que nem a teoria nem a prática são isentas de interesse, de preconceitos e de incursões subjetivas... Significado e Intencionalidade são incorporados à pesquisa qualitativa como inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas (MINAYO, 2000. p.10). O método dissertativo requer uma visão aberta e flexível do pesquisador, no que diz respeito a interação com o sujeito. Buscando ao máximo tirar proveito da qualidade, os instrumentos utilizados na pesquisa qualitativa podem ser facilmente alterados durante o processo de coleta dos dados, com o objetivo de aprimorar as investigações. De acordo com GONZÁLES REY (2000), o foco do pesquisadordissertativa está na subjetividade. Esta subjetividade, supera a dicotomia presente tais como: interno-externo, sujeito-objeto. Emocional, individualidade e contradição são o foco do pesquisador neste tipo de pesquisa. 6.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA Como forma de instrumento de coleta para o desenvolvimento deste trabalho, foi elaborada uma entrevista semiestruturada. É mantido, por meio de acordo verbal o sigilo sobre a identidade das entrevistadas e a divulgação das respostas foi consentida pelas participantes. A entrevista consiste numa série de perguntas já definidas, mas a ordem podia ser modificada pelo pesquisador, a medida que este avaliava o desenvolvimento da 15 entrevista, dando assim liberdade à adolescente de se manifestar sobre qualquer assunto relacionado a sua situação. Como define MINAYO (2000), a entrevista semiestruturada tem como objetivo se adaptar a individualidade de cada um, dentro de uma margem de movimentação, evitando assim, grandes disparidades nos resultados. Para ABRAMOVAY, CASTRO e SILVA (2004), este tipo de entrevista tem como foco principal a representação e percepção, já que dá liberdade ao entrevistado de expressar suas palavras, onde é possível coletar informações além do objetivo inicial da pesquisa. Segundo MINAYO (2000), quanto mais abrangente for a pesquisa, mais rica em informações ela será, já que privilegia a afetividade e a experiência, em detrimento da intelectualidade e racionalidade. A comunicação socio-afetiva é o diferencial da pesquisa qualitativa. 6.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS O ponto de partida de nossa pesquisa, se inicia em um questionário previamente elaborado, onde utilizamos a forma descritiva, onde a interferência do investigador é mínima, deixando assim o entrevistado com total liberdade de expor tudo acerca do assunto. O objetivo desse tipo de pesquisa é desenvolver uma análise levando em consideração um conjunto de fatores correlacionados entre si. Logo após os dados serão analisados de acordo com a visão crítica da autora, lembrando que a pesquisa descritiva é indicada, justamente quando o investigador já tem um certo conhecimento no assunto, utilizando-se disso com a finalidade de ver determinada temática sobre uma nova ótica. 6.4 ANÁLISE DOS DADOS Segundo BARROS E LEHFELD (2007), uma pesquisa descritiva, consiste na coleta, elaboração e interpretação dos fatos com a interferência mínima do pesquisador. Esse tipo de pesquisa, dispensa a investigação em torno do mérito do conteúdo. 16 A pesquisa descritiva pode aparecer sob diversos tipos: documental, estudos de campo, levantamentos, etc., desde que se estude a correlação de, no mínimo, duas variáveis. – espontaneidade: o pesquisador não interfere na realidade, apenas observa as variáveis que, espontaneamente, estão vinculadas ao fenômeno; – naturalidade: os fatos são estudados no seu habitat natural; – amplo grau de generalização: as conclusões levam em conta o conjunto de variáveis que podem estar correlacionadas com o objeto da investigação (Parra Filho e Santos, 2011). 6.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA O estudo para este trabalho, foi realizado com a participação de quatro adolescentes grávidas, com idade entre 15 e 18 anos. As jovens estudam na mesma escola, em turmas e turnos diferentes. Ao serem convidadas a participarem da pesquisa, aceitaram sem restrições, mas resolvemos preservar o nome de todas, colocando apenas suas iniciais. 6.6 ÉTICA NA PESQUISA (RESOLUÇÃO 466/12, DO CNS) De acordo com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde, em resolução publica no dia 12 de dezembro de 2012: O Plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua 240ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12 de dezembro de 2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e Considerando o respeito pela dignidade humana e pela especial proteção devida aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos; (Resolução 466, 2012). 17 O documento propões que toda e qualquer pesquisa que envolva seres humanos, direta ou indiretamente, deve ser submetida à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa. De acordo com esta Resolução 466/12, tem-se como exigência mais importante, que os participantes estejam cientes sobre sua participação no processo de pesquisa, seus possíveis riscos e benefícios. 6.7 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO • Gestante entre 15 e 18 anos; • Primeira gestação; • Estudante da Escola Estadual Antogildo Pascoal Viana; • Estar fazendo acompanhamento pré-natal. 6.8 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO • Gestantes maiores de 18 anos; • Já tiveram gestantes anteriormente; • Não estão fazendo acompanhamento pré-natal. 6.9 CRITÉRIOS PARA SUSPENSÃO E EXCLUSÃO DA PESQUISA • Histórico de doença mental; • Adolescente não autorizou pesquisa; • Gravidez em decorrência de abuso sexual. 18 6.10 RISCOS E BENEFÍCIOS DA PESQUISA O objetivo da pesquisar a trazer mais informações e conhecimento acerca do fenômeno da gravidez na adolescência e seu impacto na sociedade e nas adolescentes que vivenciam esta situação. A pesquisa em si, não trás riscos a saúde ou a psique das entrevistadas. 7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES (ANEXAR TAMBÉM O CRONOGRAMA NA PLATAFORMA) ATIVIDADES 08 18 09 18 10 18 11 18 12 18 02 19 03 19 04 19 05 19 06 19 07 19 Pesquisa bibliográfica X X X X Elaboração do projeto X X X X Submissão do projeto ao CEP X Pesquisa de campo e coleta de dados Digitação , tabulação e categorização dos dados Análise e discussão dos dados obtidos Entrega dos resultados da pesquisa Apresentação da Monografia 8 ORÇAMENTO (ANEXAR TAMBÉM O CRONOGRAMA NA PLATAFORMA) Materiais a serem utilizados na pesquisa Quantidade Valor Unitário (R$) Valor total (R$) Resma de papel Ofício A4 01 23,90 23,90 Impressão 03 10,00 30,00 Caneta esferográfica (Preta) 1 1,50 1,50 Vale transporte estudantil 180 1,40 252,00 Encadernação em espiral 3 1,90 5,70 Total de despesas da pesquisa R$ 313,10 19 9 REFERÊNCIAS DE ANGELICE BIFFI, Eliana Faria et al. Fatores que contribuem para a ocorrência da gravidez na adolescência. Caderno espaço feminino, v. 18, n. 2, 2007 MAGALHÃES T. M.: Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. RevEscEnferm USP 2008; 42(2):312-20. 3GODINHO, R.A.; SCHELP, J.R.B.; PARADA, C.M.G.L.; BERTONCELLO, N.M.F. Adolescentes e grávidas: onde buscam apoio. Rev.latino-am. enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 25-32, abril 2000 Outeiral, J O (1994). Adolescer: Estudos Sobre a Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas. Chipkevitch, E. (1994) – Puberdade & Adolescência: Aspectos biológicos, clínicos e psicossociais – São Paulo: Roca. Lopes, G. & Maia, M. (2001). Conversando com o Adolescente Sobre Sexo Quem Vai Responder? Belo Horizonte: Autêntica/Fumec. Santrock, J. W. (2003) – Adolescência – (A.B.P. de Lemos Tradução) 8º Edição, 2003, LTC - Livros Técnicos Científicos. (Originalmente publicado em 2001). Motta, M.L. & Silva, J.L.P. (1994) Gravidez entre adolescentes muito jovens. Rio de Janeiro. Ed. Femina. Zagury, T. (1999). Encurtando a Adolescência. (4º Edição) Rio de Janeiro: Record. Kalina, E. (1999). Psicoterapia de Adolescentes: Teoria, Prática e Casos Clínicos. (3º ed). Porto Alegre: Artes Médicas Tiba, I. (1996). Sexo na Adolescência. (9º ed.). São Paulo: Ática. 20 Minayo, M. C. de S. (2000) O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. (7ª ed) São Paulo: Hucitec; Rio de janeiro: Abrasco. (Originalmentepublicado em 1992). Bocardi, M. I. B. (2003) Gravidez na Adolescência: O Parto Enquanto Espaço do Medo. São Paulo: Arte & Ciência; Marilia, São Paulo: Ed. UNIMAR. Abramovay, M.; Castro, M. G. & Silva, L. B. (2004) Juventudes e Sexualidade. Brasília: UNESCO Brasil. 21 10 ANEXOS E APÊNDICES Roteiro de Perguntas 1. Com que idade você engravidou? 2. Como foi essa experiência? 3. Que dificuldades você teve? 4. Qual foi a sua reação ao saber que estava grávida? Foi uma gravidez planejada? 5. Qual foi a reação dos seus pais quando souberam? Como você contou para eles? 6. Conhece meninas que engravidaram na faixa de idade entre 12 e 18 anos? 7. Você tem conhecimento sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis? 8. E o pai do bebê, como reagiu? Vocês estão juntos? 9. Você concorda com namoro de um adolescente com um adulto? 10. O que você acha da acessibilidade de métodos preventivos? 11. Você é contra o aborto em casos de estupros? 12. Você é a favor de escolas falarem sobre sexualidade com os alunos desde que série? 22 13. Você acha que, quanto mais cedo uma pessoa tem informações sobre sexualidade e métodos preventivos, iria diminuir o índice de gravidez na adolescência? 14. Você se sente com liberdade para falar sobre esse assunto com seus pais? 15. Qual foi o momento mais difícil dessa gravidez? 16. Pensa em ter mais filhos? 17. Sofreu algum preconceito por ser mãe jovem? 18. Seu neném é menino ou menina? 19. O que é ser mãe para você? 20. Tem algum conselho para as jovens que estão iniciando a vida sexual agora?
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