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Resenha Crítica sobre o livro psicologia das massas e análise do eu

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO: PSICOLOGIA
Psicologia Social
Professor Dr. Marcio Costa
14 de julho de 2021
RESENHA CRÍTICA SOBRE O LIVRO PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU.
Gabriel Elyfran Oliveira Bonfim
FREUD, Sigmund. Psicologia das massas e análise do eu [1921, In: Psicologia das massas e análise do eu e outros textos (1920-1923); tradução Paulo César de Souza –São Paulo: Companhia das Letras, 2011.[footnoteRef:1] [1: Sigmund Schlomo Freud Freiberg in Mähren, 6 de maio de 1856 – Londres, 23 de setembro de 1939; foi um médico neurologista e psiquiatra criador da psicanálise. Freud nasceu em uma família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império Austríaco.
] 
Em sua renomada obra Psicologia Das Massas e Análise do Eu, escrita em 1921, Freud aborda sobre a concepção de que a Psicologia Individual é simultaneamente uma Psicologia Social. Nesse caso, para ele mesmo estando fora de algum grupo, no indivíduo há sempre a presença do outro, logo, este sujeito é intrínseco ao âmbito social. Desse modo, para analisá-lo é essencial averiguar também o meio social em que este está introduzido. 
Freud inicia o seu texto trazendo os postulados de Le Bon, renomado sociólogo, onde é apresentado que o sujeito adquire uma grande extensão de poder ao estar vinculado à algum tipo de grupo e, por consequência disso, é teorizado que o sujeito passa a sentir uma espécie de segurança ao fazer parte dessa massa. Assim sendo, Freud afirma que este sentimento de segurança que o indivíduo ganha ao fazer parte da massa é consequência de outro sentimento, sendo o de pertencimento, entretanto, tal sentimento acaba levando uma perda da consciência dentro desta massa. 
Se o sujeito, por exemplo, afastar-se da massa e isolar-se, consequentemente, seu comportamento seria inteiramente distinto de como ele reagiria se ainda pertencesse à massa. Nessa perspectiva, os sentimentos que surgem na massa têm a tendência de espalhar-se e ter grande valimento sobre os integrantes desta. Dessa forma, os sentimentos que são passados para quaisquer sujeitos que estejam sujeitos da massa, por consequência, são ampliados e retornados à toda a massa da qual faz parte. 
Le Bon caracteriza a massa como hipnotizada, ou seja, eles apenas seguem a ordem do líder e, com isso, eles descem alguns degraus na civilização, pois a massa se submete a sensação de poder invencível e se torna incapaz de uma vontade persistente, estando apenas a deriva de uma palavra de comando do líder. Nesse viés, a massa é denominada pela fixação, imagens fortes, repetições e exagero, e não possuem discernimento quanto ao que é ou não verdadeiro, pois a massa não quer a real verdade, ela quer apenas o sentimento de poder. 
Existe um Líder, que é a autoridade suprema e ele que comanda a massa. As características que Le Bon aponta para este líder indicam que ele deve estar fascinado por uma crença para assim poder implantar essa ideia de massa, além disso o líder deve uma vontade forte, imponente, que a massa sem vontade vai aceitar a tais ordens. Existe uma relação de submissão e amor para com o seu líder. 
A libido, podemos atribuir a esse fenômeno, a causa que mantém a unidade mental de uma massa. Segundo Freud, a libido seria o que mantém essa união, esse laço afetivo que é construído entre os membros da massa e seu líder. Partindo dessa perspectiva, é fundamental entender como esse fenômeno influência o sujeito na massa. De acordo com o trecho referido, a libido estaria mascarada ou relacionado ao fenômeno da sugestão. Nesse ponto, Freud atribuiu a libido o poder de manter o sujeito unido a multidão. Como podemos ver no trecho, a sugestão acontece, de uma forma, que o sugestionado se deixar ser levado, por essa libido (amor), essa necessidade do outro, de estar em harmonia. Nesse caso, se faz necessário entender como acontece esse fenômeno da libido na massa. Freud relata que essa relação começa na família, mais precisamente nos laços afeitos com os pais, amigos, irmãos, que são objetos do seu amor. Esse amor incondicional paterno pode ser facilmente transferido para outra pessoa que represente o enaltecimento desse amor, como, por exemplo, o líder. E com esse poder, o líder pode facilmente conquistar e sugestionar a multidão. 
O poder da libido para Freud, é a ligação dessa massa, é o fio que as uni. Essa afetividade na massa, foi citada por Le Bom em sua obra, mas não com tanta importância e com esse direcionamento para a libido, como faz Freud. Para ele, a massa é composta de um amor, sendo a libido. Essa teoria da admiração e afetividade é o que mantém a massa unida. É possível ver esse exemplo claramente em dois tipos de massas, por exemplo, a igreja e o exército. Nessas duas massas, o peso libidinal é a mais notável, pois, são massas organizadas, duradouras e superficiais. O papel do líder nesse aspecto, é de fundamental relevância, pois é ele que recebe esse fator libidinal. No caso da igreja, cristo é o chefe, e no exército, é o general. Fica evidente, então, como o amor está intimamente ligado a união dessas duas massas, pois o que os uni é justamente, o que Freud vai chamar de identificação ou idealização, que é onde o amor materno pelo pai ou amigo é transferido a figura do líder. 
Com base no que foi mencionado, Freud explicita sobre a constituição das massas e como essa relação dos indivíduos com um líder tem bastante conformidade com o processo da hipnose, por exemplo. Na formação das massas, vários indivíduos desvinculam de seus ideais do Eu e o posicionam em um único indivíduo e então reconhecem-se uns com os outros nessa organização que torna seus ideais do Eu uma finalidade em comum para todos. 
É considerável observar que, apesar de este texto ter sido escrito há quase uma década, ainda se faz excepcionalmente atual. As teorizações de Freud são concisas, objetivas e coerentes e que podem ser utilizadas para verificar e demonstrar as presentes alienações e comportamentos de nossa sociedade contemporânea, principalmente, no que diz respeito a ideologias políticas. O que o autor realiza é um pressuposto atemporal, que fornece em sua escrita a certeza de como o social pode influenciar e determinar o indivíduo e que, a partir disso, cabe a nós tirarmos proveito e conclusões deste conhecimento e o utilizar de forma benéfica e valiosa para a sociedade como um todo. Estudar sua obra é buscar essa clareza, é recuperar o fio que conduz uma forma de pensar o ser humano. Dessa forma, percebe-se que as teorizações de Freud são imprescindíveis e de extrema importância, sendo que podem aparecer em diversos contextos, tal como, na religião, política, na Universidade, isto é, nos diversos campos onde exista uma relação de hierárquica de poder. Portanto, as teorias propostas por Freud mudaram a forma como pensamos sobre a mente e o comportamento humano e deixaram uma marca duradoura na psicologia 
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