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Análise da norma penal

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ANÁLISE DA NORMA PENAL
Conceito de norma penal
Regra proibitiva ou mandamental não escrita que se
extrai do espírito do senso comum de justiça da
coletividade.
Características da Norma Penal:
Abstratividade
Generalidade
Imperatividade
Conceito de lei penal
É uma regra de conduta escrita, que se dispõe a
descrever o comportamento proibido ou imposto pela
norma penal, cominando em uma pena para o indivíduo
que irá produzir tal comportamento proibido que está
descrito na letra da lei. 
Características da Lei Penal:
Concreta
Específica
Descritiva
A Norma penal é o conteúdo,
é a essência da lei penal. E a
lei penal é o revestimento
formal da norma, é o meio
através do qual a norma será
exteriorizada, será levada ao
conhecimento de todos os
indivíduos.
Kalr Binding: Q
uando
um sujeito pra
tica
uma infração 
penal,
ele viola a no
rma,
mas, curiosam
ente
age de acord
o com a
lei.
Norma penal ao avesso
Classificação das normas penais
Normas penais em branco
a) Normas Penais Incriminadoras (em sentido estrito):
definem as infrações penais, proibindo ou impondo condutas,
sob ameaça de uma sanção penal. 
- Toda e qualquer norma penal incriminadora é formada por
duas partes: 
Preceito primário: é a parte do dispositivo incriminador que
descreve o comportamento proibido ou imposto pela norma.
“Matar alguém”
Preceito secundário: é a parte do dispositivo onde está
cominada a pena. “Pena: reclusão de 6 a 20”
b) Normas Penais Não Incriminadoras: normas que
possuem conteúdo explicativo ou com finalidade de excluir o
crime ou isentar o réu de pena.
b.1) Permissivas: descrevem as situações em que se permite
que o indivíduo realize determinada conduta proibida. 
- Permissivas Justificantes: permite que o individuo realize
o ato porque ele está amparado em uma causa de
justificação (causa excludente de ilicitude)
- Permissivas Exculpantes: o indivíduo atua amparado por
uma causa excludente de culpabilidade
b.2) Explicativas: se limitam a explicar determinadas
palavras, termos, expressões contidas no próprio texto da lei.
b.3) Complementares: se propõem a apresentar princípios 
ou critérios gerais que são necessários para uma correta
aplicação da própria norma penal.
a) Homogêneas: Necessidade de complementação da
norma penal por outra lei ou dispositivo normativo de mesma
ordem.
a.1) Homogêneas Homovitelinas: Complemento e norma
penal em branco provenientes da mesma fonte de produção
e do mesmo segmento do ordenamento jurídico.
a.2) Homogêneas Heterovitelinas: Complemento e norma
penal em branco provenientes da mesma fonte, mas não do
mesmo segmento do ordenamento jurídico.
b) Heterogêneas: Necessidade de complementação da
norma penal por dispositivo normativo de origem diversa.
É a norma penal incriminadora cujo preceito primário
está incompleto. Dessa forma, para que essa norma
penal incriminadora seja aplicável é necessário que
recorramos a um complemento. Esse complemento é o
que efetivamente vai suprir aquela falta. Esse
complemento pode ser qualquer ato normativo. 
Anomia
Norma penal em branco e ao avesso
Preceito primário completo e preceito secundário
incompleto.
O legislador descreve a conduta proibida de maneira
completa, mas, ao fazer menção a pena cominada,
remete o intérprete para um outro dispositivo, para que
nesse outro dispositivo o intérprete compreenda qual
será a pena aplicada.
Preceito primário e secundário incompletos.
Ausência de normas ou existência de normas não
devidamente valoradas pelo corpo social.
Antinomia
Conflito entre normas
Quando duas normas que fazem parte do mesmo
ordenamento jurídico e que deveriam conviver
harmonicamente entre si, entram em conflito.
Critérios para a resolução da conflitividade entre
normas:
1. Critério cronológico: leva em consideração o tempo,
o momento da criação das normas em conflito. A norma
mais recente deve prevalecer sobre a norma anterior
2. Critério hierárquico: a norma que é superior sempre
prevalecerá diante de uma norma inferior
3. Critério da especialidade: a norma específica, que
descreve o fato com mais detalhes vai prevalecer diante
da norma que é mais geral, que descreve o fato com
menos detalhes Mércya B. Feitoza
Conflito aparente de normas
Quando existem duas ou mais regras penais se dispondo
a regular determinado fato. Simultaneamente elas se
aplicam ao fato, porém, somente uma delas prevalecerá
diante das demais.
Só há conflito aparente de normas penais se nos
depararmos com 4 requisitos:
1. O conflito aparente se caracteriza pela existência de
um só fato, uma única situação jurídica. (Unidade de
fato)
2. Diante desse fato, que é único, duas ou mais normas
se dispõem a regulá-lo. (Pluralidade de normas)
3. Aparentemente, essas duas ou mais normas se
aplicam ao caso. (Aparente aplicação das várias
normas)
4. Afinal das contas, será aplicada efetivamente apenas
uma das normas. (Aplicação efetiva de apenas uma
delas)
Chegaremos a indicação da norma que vai ser aplicada
no caso concreto através da aplicação de alguns
princípios:
a) Princípio da especialidade: derrogação da norma
geral pela norma especial/específica, afastando-se a
aplicação da primeira. A norma especial apresenta
todos os elementos presentes na norma geral, só que
além disso, trás consigo outras características, outros
elementos a mais, os chamados elementos
especializantes. São os elementos que tornam aquela
norma especial, mais específica em relação a norma
geral. 
b) Princípio da subsidiariedade: derrogação da norma
secundária ou subsidiária menos grave pela norma
principal mais grave. A norma penal secundária atua
como um “soldado de reserva”. Atua sempre que não for
possível aplicar a norma penal principal.
A subsidiariedade dessa norma secundária é
classificada em duas espécies:
b.1) Expressa ou explícita: há um conflito entre duas
normas, uma principal e outra secundária. Nesse caso, a
norma penal secundária traz expressamente consigo o
seu caráter subsidiário, secundário. A própria norma que
é secundária admite de forma expressa que tem essa
natureza.
b.2) Tácita ou implícita: a norma penal secundária não
assume expressamente que é secundária. É o próprio
intérprete que diante do caso concreto verifica a
subsidiariedade.
c) Princípio da consunção ou absorção: o fato mais
amplo e mais grave consome o fato menos amplo e
menos grave. Há um conflito entre fatos, não entre
normas. Só será possível aplicar o princípio da
consunção se houver uma sucessão de fatos. Se os fatos
forem produzidos em contextos distintos, o agente
responderá por todos.
Hipóteses de Incidência:
c.1) Crime Progressivo: o agente pretende desde
o início produzir um resultado mais grave, só que
ele realiza essa conduta através da prática de
vários atos sucessivos e acaba produzindo um
último ato e através desse último ato, ele produz
efetivamente o resultado mais grave por ele
pretendido desde o início. O último ato mais grave
vai consumir todos os atos anteriores menos
graves, que atuaram como fase de preparação. A
norma que vai ser aplicada é a norma que regula
esse fato mais grave. 
c.2) Crime complexo: É a situação em que em
uma mesma definição típica vamos encontrar a
definição de duas ou mais infrações penais. Como
se em uma única definição típica existisse uma
junção de dois ou mais crimes independentes.
c.3) Progressão criminosa:
Em sentido estrito: o agente pretende produzir
determinado resultado, o produz, sendo que depois
de produzir esse resultado ele muda de ideia e
decide produzir um resultado ainda mais grave que
o anterior, realiza um segundo comportamento,
vindo a produzir um resultado ainda mais grave.
Fato anterior não punível: o agente produz um fato
anterior menos grave, sendo que este fato é
praticado pelo agente como meio necessário para
a produção de um fato posterior mais grave, o qual
desde início pretendia o agente. Como tanto o
crime anterior, quanto o crime mais grave são
produzidos no mesmo contexto de tempo e
espaço, iremos aplicar o princípio da consunção. 
Fato posterior não punível: O agente
primeiramente produz um fato anterior maisgrave
e depois de produzir este fato, continua a agredir
o bem jurídico, pretende continuar a tirar proveito
da situação anterior. Produz um fato posterior
menos grave que é tido como um mero
prolongamento decorrente da prática do fato mais
grave. O agente produziu uma sucessão de fatos
no mesmo contexto de tempo e espaço. O fato
anterior mais grave vai consumir todos os fatos
posteriores menos graves. 
d) Princípio da alternatividade: a norma penal
descreve ou enumera várias formas de realização
da figura típica, em que a realização de uma ou de
todas configura um único crime (crimes de ação
múltipla). É essencial que essas condutas sejam
realizadas em um mesmo contexto.
Mércya B. Feitoza

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