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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS CCSA – Centro de Ciências Sociais Aplicadas DPCS – Departamento de Política e Ciências Sociais Curso de Graduação em Ciências Sociais Disciplina Questão Agrária e Movimentos Sociais Tamires Clei Nunes1 MANUSCRITOS SOBRE A QUESTÃO AGRÁRIA E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL INTRODUÇÃO Estudos agrários no Brasil norteiam-se com dos seus temas basilares, com as indagações: qual a questão agrária brasileira? Ainda se trata da prometida Reforma Agrária clássica ou há um reordenamento das concentrações fundiárias? Por ora, podemos nos ater a predefinição desta questão como, a relação entre o problema da concentração fundiária, as injustiças no campo, a miséria da população rural, e a reforma dessa desigual estrutura agrária que está concentrada nos grandes latifundiários. Além do mais, este processo social, já gera um debate por volta de oitenta anos que vem sendo construído em volta destes questionamentos e tencionando-os em direção à desconcentração fundiária. Todavia, todos os agentes envolvidos neste processo, nas diferentes partes do país, têm demandas especificas, visto que cada ordenamento designado pelos movimentos sociais desenvolve suas demandas. Neste sentido, o Brasil do século passado, no chamado pré golpe (1945-1964), foi um período de construção das questões sociais, no regime militar a partir de 1964 foram as reformas de base das estruturas produtivas, neste caso trataremos apenas da Reforma Agrária, se formaram os termos do debate, como a questão agraria enquanto distribuição fundiária. Podemos destacar como agentes importantes para este processo, a CEPAL, igreja católica, PCB e Ligas camponesas. 1 Bacharel em ciências sociais 2 Para melhor contextualizar a questão agraria, retomamos a Lei de Terras (1850), com a criação do mercado de terras no Brasil, antes desta Lei as terras pertenciam ao Estado Imperial Independente, e depois dela foram estruturadas possibilidades de acesso às terras para estrangeiros e negros pós regime escravocrata. Entretanto nos “grotões” do país os efeitos desta estrutura fundiária nacional, se dão na segunda metade do século XX, conhecido como tempo de medições/cercamentos de forma truculenta com encurralamentos e expulsão de posseiros de suas terras. Em decorrência destes cercamentos emergem o conceito de terras devolutas, aquelas que não foram cercadas ficaram de posse do Estado e da paroquia católica, com reivindicação em aproximadamente trinta anos era possível reaver aos posseiros com reconhecimento cartorial. Retomando o cenário do golpe de 1964, em novembro deste mesmo ano, os militares lançaram o Estatuto da Terra, a fim de militarizar a Reforma Agrária, lavando para dentro do Estado os termos de disputa de terras, tais como latifúndios, expropriação e a própria Reforma Agrária. Nesta perspectiva, sociólogos rurais reiteram que este Estatuto foi constituído para balizar o golpe, já que o mesmo foi publicado em novembro de 1964, mediante fato de se tratar de uma Lei complexa, não caberia ser desenvolvida em tão curto prazo. Um dos interpostos deste Estatuto remete à colonização, ou, marcha para o oeste, principalmente para o centro- oeste e Amazônia. Contudo aos anos subsequentes os efeitos gerados, foram às respostas dos movimentos sociais ao tal Estatuto, em 1978 a ocupação de terras do centro-sul; 1984 criação formal do Movimento sem-terra e 1985 no governo Sarney a criação do Plano Nacional de Reforma Agrária. A GRANDE LAVOURA X AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA De acordo com Antônio Cândido não é possível compreender a formação do Brasil sem ter contato com as obras, Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda, Casa grande e senzala de Gilberto Freyre, e Caio Prado Júnior, três grandes clássicos da sociologia brasileira. Em 1942 Caio Prado Júnior lança a emblemática obra Formação do Brasil contemporâneo, que retrata contexto brasileiro do fim do século XIX, mais precisamente em São Paulo, e questiona “que sociedade é essa?” e quais seriam as possibilidades de modernização. Em que ele traz leituras sobre os fortes fluxos migratórios entre campo-cidade, 3 gerando grandes demandas na cidade, portanto, considerava como um movimento perigoso no Brasil, o êxodo rural intenso para as regiões centro-sul. Caio Prado levanta um incisivo argumento sobre esse período de processos migratórios, seguindo uma análise “Malthusiana”, onde a grosso modo, foi uma reflexão sobre a falta de produção de alimentos na área urbana e intenso fluxo migratório geravam grandes demandas nas cidades, do qual o diagnóstico prévio, denota a emergente questão da escassez de alimentos, na máxima a população passaria forme, na mínima a proporção oferta-demanda os preços subiriam expressivamente. Esse obstáculo no abastecimento se deu em decorrência, dos grandes produtores ainda não estavam estruturados, suas práticas ainda rudimentares e que colocam em xeque a industrialização de forma bimodal, exaltando a acumulação capitalista e ofuscando o papel primordial da agricultura brasileira, o abastecimento de alimentos. Do qual um dos entraves deste modelo rudimentar, não conseguia oferecer alimentos suficientes com preços acessíveis para a cidade, mantendo a sobrevivência básica do trabalhador, assim, consequentemente será explorado pelo capitalismo. Contudo, a acumulação de capital levanta a máxima que “é preciso de mão de obra para mais valia, é preciso estar vivo para ser explorado” (BARBOSA, 2019). Para garantir o nível de acumulação é preciso manter a escassez para aumentar a demanda e gerar lucro e reduzir os níveis de taxas de salários. Prado Jr afirma que as formas de fazer agricultura, tanto da produção familiar quanto as monoculturas, são heranças da colonização. Até os dias atuais mantem-se da mesma forma que este período da década de 1940 que ele observa. Todavia, entende-se como a Grande lavoura descrita por Prado Jr, uma extensão de terras, monoculturas em determinados ciclos, como o escravocrata e exportação para mercados externo. O problema dessa forma de agricultura é o foco exclusivo para a exportação, enquanto não é planejada para a subsistência nem provém o abastecimento interno. Ela é fruto dos moldes de desenvolvimento pensado pelo capital, ao passo que não é prioridade o compromisso de garantir alimentação para a população. Portanto, essa prática se faz tanto quanto atrasada em relação aos recursos tecnológicos em comparação com outros países. De um lado o capital não havia compromisso em destinar alimentos para a subsistência, priorizando a manutenção da colônia, garantindo o mínimo para sobrevivência, com “policultivos” interno do país. Nesta conjuntura, a consolidação do partido comunista no Brasil se deve a atuação de resistência camponesa para a manutenção da alimentação, da qual tencionou as demandas para a Reforma Agraria que seriam precisas mais terras para produzir. Dessas demandas emergem 4 à questão, qual o papel da descentralização fundiária tem para o desenvolvimento do país? Neste ponto, podemos concluir que a questão agraria neste sentido, repousa no termo reforma agraria para ser criada com vistas a essa desconcentração, propositalmente fomentada pelas alianças do atraso. Anos depois, na década de 1970, a chamada Revolução Verde, foi adotada em diversos países da América Latina, incluindo Brasil, do qual propiciou um aumento exponencial da produção por hectare na agricultura, assentada na modernização das práticas agrícolas como, irrigação, adubação química, poços artesianos e etc. Entretanto essa modernização do campo se deu de forma conservadora, pois modernizou-se a base tecnológica e conservou a tradição da concentração fundiária.Superando o atraso no sentido, da produção rudimentar e fazendo com que a agricultura brasileira seja mais desenvolvida tecnologicamente dentre os países dos trópicos temperados. O PODER DO ATRASO A aliança do atraso brasileiro se deve à aliança entre o Capital e a propriedade da terra, José de Souza Martins (1994) afirma que os entraves para o desenvolvimento são o clientelismo e o patrimonialismo. Em sua obra o poder do atraso, discute um longo período da história do país com questões complexas que colocam em voga apontamentos como, a superação dos bloqueios ao desenvolvimento. Como primeiro bloqueio ele ressalta a saída do regime escravocrata e indaga “estaria o fazendeiro, senhor de terras, pronto para a transição desta posição para ser o empresário capitalista?” Neste contexto emerge a capacidade de alianças entre estrutura oligárquica com poder político. O arrendamento amorteceu essa transição do escravocrata para o modelo imposto pelo capitalista e com a legalização da grilagem de terras. Entre os anos de 1944 a 1946, as Leis trabalhistas na cidade na Era Vargas aconteceram sobre um pacto entre o então Presidente da republica com as oligarquias, principalmente na região nordeste, dos quais não asseguravam os direitos dos trabalhadores rurais. Nesta chave percebe-se a modernização conservadora, que permite o desenvolvimento até onde os interesses do Capital não se dissipem. Não obstante, no Pós-Vargas há um impulsionamento desenvolvimentista desencadeado pelo então presidente Juscelino Kubistchek, também ligado às oligarquias, onde ambicionava 5 desenvolver o país “cinquenta anos em cinco”, processo que foi possível devido aos arranjos oligárquicos e a administração eficaz de interesses. Entretanto, é valido ressaltar que as alianças entre o capital e a propriedade das terras garantiu a modernização capaz de cristalizar a desigualdade social e a naturalização desta. Nessa prerrogativa, suscinta uma questão “como se produz a legitimidade a intolerância?” Todavia, o Capital se organiza equilibrando as contas públicas, gerando emprego e resolvendo a discrepância na desigualdade. O desenvolvimento econômico deve ser capaz de proporcionar bem-estar social para a coletividade, já que o mesmo implica em sociedades com maior equidade de distribuição de riquezas socialmente produzidas. No período do governo JK por volta dos anos 1950, Caio Prado Jr discutia que a estrutura fundiária era o principal entrave do atraso. Em 1964 com o golpe são constituídas alianças entre a Sociedade Rural Brasileira e a Igreja Católica que organizaram a Marcha pela Família com Deus pela Liberdade, massa de manobra induzida pelos militares para viabilizar a efetivação do golpe, unindo o viés da aliança formada entre o capital e a propriedade privada das terras. Os agentes dos desbloqueios são tidos como representantes do pensamento radical. Por conseguinte, neste contexto de tensão política e social emergem os movimentos sociais enquanto agentes de mudanças sociais e resistência a repressão. MOVIMENTOS SOCIAIS Os novos movimentos sociais brasileiros estavam para além da direção do poder, pois, começaram a pautar novas questões, como bens simbólicos, culturais, nos campos do consumo (circulação de bens), ecologia, feminismo, direito de minorias, étnicos, todos em direção das condições materiais das demandas de ordem operaria e de acesso à cidade. A categoria identidade neste momento se faz chave para entender a construção das diferenças, “do direito em ser diferente”. A corrente de transmissão neste sentido, parte dos movimentos sociais, enquanto organização política que se materializam em sindicatos e centrais, com tendências a filiação em algum partido político e consequentemente emergem atores desses meios para as disputas por poder nas eleições políticas. 6 Alberto Melucci (1989), no texto um objetivo para os movimentos sociais, critica a abordagem hegemônica marxista e traz questões do modelo americano para uma nova visão sobre os movimentos sociais enquanto agentes de mobilização de recursos. Onde destaca as três dimensões analíticas básicas para pensar os movimentos, conflitos, solidariedade e sistema. A primeira é acerca das relações entre atores opostos disputando um interesse comum; segunda, capacidade dos atores do movimento partilharem identidade coletiva, em que se reconhecem como parte de um todo; e por fim a terceira, reflete sobre os limites de um sistema, onde indicam o espectro de variações toleradas dentro de uma estrutura existente. Moacir Palmeira (2002), destaca a importância de acionar a história para observar a atuação dos movimentos sociais, em que no cenário do governo Sarney (1985-1990) por um lado, a agenda de regularização fundiária foi utilizada como aceno político, onde instaurou-se o primeiro Programa Nacional de Reforma Agrária, fadado ao fracasso pela sua natureza inconstitucional, por outro lado, neste período o debate da Reforma Agrária estava se reestabelecendo. Neste pano de fundo, os movimentos sociais destacaram-se fazendo ocupações a fim de denunciar a improdutividade da terra, entretanto, nesse processo as articulações das oligarquias movidas pelos interesses do poder do atraso, conseguiram vitórias em âmbitos da judicialização das demandas de luta pela terra. Contudo, a solução encontrada pelos pactos das elites para a modernização conservadora, foi a vitória da tese de Delfim Neto onde a agricultura precisaria liberar mão de obra para a indústria, mas em deixar de ofertar alimentos internos e gerar divisas para a exportação. LINHA DO TEMPO 1950-2003 Para melhor reconstruir a cronologia da construção teórica e politica da Questão Agrária no pensamento econômico, recorremos ao estudo realizado por Guilherme Delgado (2003) publicado IPEA, intitulado questão agraria no Brasil, 1950-2003. 1950-60 – Pensamento católico, tentativa de aplicação da doutrina social da igreja em contraste com a realidade de injustiça e exclusão social; 1960 – Teses dos principais intelectuais agrários do PCB, Caio Prado Jr, Ignacio Rangel e Alberto Passos Guimaraes protagonizaram o debate da questão agraria no campo marxista da época; Caio P. Jr – teoriza o ataque às relações sociais fundiárias e de trabalho no meio rural; 7 Alberto P. G. – observa o latifúndio brasileiro como um feudalismo agrário “restos feudais”; Ignacio R. – único economista entre eles, preocupa-se com a superpopulação rural gerando uma questão agraria, vê a reforma agraria como uma hipótese. 1963-65 – Tese central da CEPAL – atribuem ao setor agrícola uma tendência a gerar tensões estruturais sobre a inflação e as crises frequentes de abastecimento de alimentos; Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social – onde foi diagnosticado por Celso Furtado, o atraso no desempenho da agricultura comparada a indústria. 1964 – Golpe militar – para controlar o debate agrário dizem “modernização sem reforma” e tentam encerra-lo com o argumento da força; 1964-66 – PAEG (Plano de Ação Econômica de Governo), em contraposição as teses de Delfim, o economista e ex-ministro do planejamento Roberto Campos tentava articular com o PAEG um certo compromisso com as teses reformistas do Estatuto da Terra; 1965-82 – “Idade de ouro” do desenvolvimento da agricultura capitalista em integração com a economia industrial; ciclo de crescimento do PIB com taxa de 8,1% em média neste período; 1967 – Implementação do Sistema Nacional de Crédito Rural, estrutura de fomento à produção agropecuária; 1979 – Criação da Comissão Pastoral da Terra (CNBB); 1980 - A economia brasileira se defrontará com um longo período de relativa estagnação econômica interna, em grande medida imposta pelas condições doajustamento à crise do endividamento externo; 1982-83 – A economia brasileira enfrenta uma crise recessiva a partir de 1982, cuja manifestação mais direta é a reversão dos fluxos de financiamento externo após a Moratória mexicana de 1982. Em resposta a relativa desorganização provocada pela recessão de 1982/83, a política econômica do governo militar, coordenada pelo Ministro Delfim Neto, lança uma estratégia de geração de saldos comerciais expressivos. Estes, estão ancorados basicamente na expansão das exportações de produtos básicos e agroprocessados, que se expandem pela nova fronteira agrícola da Região Centro-Oeste. Os saldos comerciais externos, que praticamente haviam desaparecido da nossa Balança Comercial no período da liquidez internacional folgada, comparecem agora como variável chave do ajustamento externo. 8 1985 – Esgotamento do ciclo de crescimento econômico no inicio da década, e da ditadura militar são demarcadores significativos de um novo arranjo da ordem econômica e política; 1985-88 – Presidente Tancredo Neves inaugura a chamada Nova República, e faz um pacto formal trazendo a reforma novamente à agenda política com o I Plano Nacional de Reforma Agraria; 1988 – Nova Constituição muda o estatuto da propriedade fundiária, legitimado pela sua função social; 1990-92 – Era Collor, mandato do presidente Fernando Collor de Melo; 1994-98 - Fase de abundância de liquidez internacional, a política econômica por um lado promove a desvalorização da renda da terra. Mas recorrerá por outro, a um novo surto de endividamento externo, cujo limite será a crise de liquidez internacional subsequente. E quando esta advém a elite econômica relança a estratégia anterior. 1994-99 – Mudança Neoliberal, período onde produziu-se um gigantesco passivo externo, materializado em um déficit em Conta Corrente cumulativo ao redor de 3,5% do PIB a.a.– quase 30% do PIB atual (cerca de 180,0 bilhões de dólares em oito anos). Esse movimento de “ajuste ultraliberal” do primeiro governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso terá consequências fortemente desvalorizadoras sobre a renda fundiária, que apresentará sensível deterioração no período. A abertura comercial ao exterior promove a queda generalizada na renda agrícola. Essa conjuntura provoca desvalorização do preço da terra. Isto teve o efeito de facilitar e, ao mesmo tempo, dificultar a política de Reforma Agrária. Ao baratear o custo da terra, criam-se condições facilitadoras à sua incorporação para fins de reforma agrária. Ainda observando por esta ótica - desvalorizar o preço da terra pode ser visto como uma desvalorização do poder econômico dos latifúndios; 1998-2003 - Passado o susto inicial da crise de liquidez internacional, desencadeada a partir da moratória mexicana de 1982, são realizadas sucessivas operações do “ajuste” macroeconômico para tentar colocar a economia brasileira nos limites impostos pelas novas restrições externas. Esse processo do “ajuste externo” terá no foco de análise que aqui nos interessa resgatar, qual seja o da economia internacional influenciando a economia política da Questão Agrária, três fases bem demarcadas analisadas em sequência: 1) 1983/93: primeira tentativa de resposta à crise do endividamento com recurso aos saldos comerciais 9 oriundos do setor primário; 2) 1994- 1999: folga na liquidez internacional, liberalização externa e novo endividamento; 3) 2000/2003: relançamento da estratégia do saldo comercial externo a qualquer custo; 2000-03 - Remontagem do agronegócio, O segundo governo Cardoso iniciou o relançamento do agronegócio, senão como política estruturada – com algumas iniciativas que ao final convergiram: (1) um programa prioritário de investimento em infraestrutura territorial com “eixos de desenvolvimento”, visando a criação de economias externas que incorporassem novos territórios, meios de transporte e corredores comerciais ao agronegócio; (2) um explícito direcionamento do sistema público de pesquisa agropecuária, manifesto pela reorganização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuárias (EMBRAPA), a operar em perfeita sincronia com empresas multinacionais do agronegócio; (3) uma regulação frouxa do mercado de terras de sorte a deixar fora do controle público as “terras devolutas”, mais aquelas que declaradamente não cumprem a função social, além de boa parte das autodeclaradas produtivas; (4) a mudança na política cambial, que ao eliminar a sobrevalorização tornaria o agronegócio (associação do grande capital com a grande propriedade fundiária – sob mediação estatal), competitivo junto ao comércio internacional e funcional para a estratégia do “ajustamento constrangido”. REFERÊNCIAS BARBOSA, Rômulo Soares. Disciplina Questão Agrária e Movimentos Sociais: Aulas expositivas, curso de ciências sociais, Montes Claros: DPCS-Unimontes, 2019. DELGADO, Guilherme, C. A questão agrária no Brasil, 1950-2003. In JACCOUD, Luciana. Questão social e politicas sociais no Brasil contemporâneo. Brasília: IPEA, 2005. MARTINS, José de S. O poder do atraso. Ensaios de sociologia da história lenta. São Paulo: HUCITEC, 1999. MELUCI, Alberto. Um objetivo para os movimentos sociais? Lua Nova, n.17, São Paulo, 1989. 10 PRADO JR. Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1994.
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