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analise de custos 10

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Análise de Custo
Iraneide 
Azevedo
 
Fundamentos da análise 
da relação CVL
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conceituar a relação do CVL em forma gráfica.
 � Identificar o índice de margem de contribuição.
 � Demonstrar algumas aplicações de CVL.
Introdução
Por meio dos estudos analisados, observam-se diversos benefícios em 
utilizar a análise CVL (custo, volume e lucro). Entre outros, destacam-
-se o auxílio às tomadas de decisões, a mensuração dos produtos mais 
rentáveis, a mensuração da quantidade mínima de venda para que não 
haja prejuízo nas organizações e a definição do volume de vendas ne-
cessário para alcançar o lucro desejado. No entanto, algumas limitações 
foram identificadas, como a não recomendação da utilização da análise 
CVL para tomadas de decisão em longo prazo e as dificuldades para a 
implementação das ferramentas de CVL nas organizações.
Neste capítulo, você irá conhecer a relação de custo, volume e lucro 
na forma gráfica, identificar o índice de margem de contribuição e ainda 
ver algumas aplicações da relação CVL.
Análise CVL
A análise CVL, segundo Garrinson e Noreen (2001), é uma das mais efi-
cientes para decisões, por exemplo, sobre quais produtos fabricar e oferecer, 
quais investimentos operacionais são necessários e quais preços devem ser 
praticados.
Importância e utilidades da análise CVL 
A análise CVL é conhecida como uma das ferramentas mais eficientes para 
auxiliar a gestão em seu processo decisório sobre variáveis financeiras, econô-
micas e patrimoniais, sendo reconhecida como uma das melhores ferramentas 
para auxiliar a gestão em decisões sobre o negócio, podendo indicar impactos 
negativos nos resultados ou a expansão destes (MAHER, 2001). 
Essa análise pode ser definida ainda como um dos instrumentos que podem 
ser utilizados nas decisões gerenciais (WERNKE, 2004). A análise CVL 
examina o comportamento de receitas e custos totais e o lucro das operações 
com a ocorrência e as mudanças em nível de produção, no preço de venda, no 
custo variável por unidade e/ou nos custos fixos de um produto (HORNGREN; 
DATAR; FOSTER, 2004).
Para Santos (2000), a análise CVL tem como principais utilidades: 
 � a previsão da receita da venda e do lucro;
 � a otimização do lucro pelo planejamento;
 � o planejamento da expansão da empresa e dos processos administrativos;
 � a melhoria da política de preços e a elaboração de orçamentos adequados.
Além disso, o autor destaca que essa dinâmica entre custos, volume 
operacional e lucro fornece ferramentas gerenciais aplicáveis aos seguintes 
aspectos: 
 � planejamento operacional em curto prazo;
 � estimativas quantitativas derivadas dos diversos cenários econômicos 
esperados; 
 � dificuldades decorrentes de perturbações sazonais desfavoráveis à 
empresa antecipadas. 
Conceitos básicos da análise CVL
A ferramenta CVL, como já citado anteriormente, fornece, aos gestores, 
informações cruciais para as tomadas de decisão e informações relevantes 
quanto à formação de preço e à maximização dos lucros.
Nessa ferramenta, surgem algumas variáveis, como os custos, o volume 
e o lucro.
Fundamentos da análise da relação CVL2
Custos
Os custos precisam ser classificados para que possam atender às finalidades 
do cálculo de uma análise. Os custos podem ser classificados nas categorias 
fixos e variáveis.
O objetivo de apurar os custos é ratear todos os seus elementos fixos e 
variáveis em cada fase da produção, na qual o custo é absorvido quando 
atribuído ao produto ou à unidade de produção. Assim, cada unidade receberá 
sua parcela de custo até que o valor aplicado seja absorvido pelos produtos 
vendidos ou pelos estoques finais (VICECONTI; NEVES, 2012).
Volume
O volume de produção é um dos fatores que podem levar à alavancagem 
operacional da empresa e é a produção a principal causadora dos custos da 
empresa. O grande desafio é aumentar a produção sem elevar os custos, ou 
reduzir os custos sem diminuir a produção.
Alavancagem operacional “significa a possibilidade de acréscimo do lucro total pelo 
incremento da quantidade produzida e vendida, buscando a maximização do uso dos 
custos e despesas fixas” (PADOVEZE, 2010, p. 377).
Segundo Martins (2010, p. 52), “custos fixos e variáveis são uma classifi-
cação que não leva em consideração o produto, e sim o relacionamento entre o 
valor total do custo num período e o volume de produção”. O volume de uma 
produção pode variar ou não, devido a essas oscilações, enquanto o volume 
é classificado como custos fixos e variáveis.
De acordo com Padoveze (2010, p. 132), “depende da estrutura de custos 
da empresa (fixos e variáveis), que, por sua vez, decorrem da estrutura de 
ativos determinada (ativos de giro ou ativos fixos). Risco operacional é a 
possibilidade de redução do volume, sem possibilitar redução proporcional 
nos custos e despesas fixas”. 
3Fundamentos da análise da relação CVL
Lucro
O lucro, também conhecido como margem de segurança (MS), nada mais é 
que o valor de venda total menos os custos e as despesas da produção do bem 
ou do serviço.
Segundo Padoveze (2010, p. 395): “Margem de segurança pode ser definida 
como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equi-
líbrio. O volume de vendas excedente para analisar a margem de segurança 
pode ser tanto das vendas orçadas como o valor real das vendas”.
O ponto de equilíbrio (PE), a grosso modo, é quando as vendas se igualam 
aos custos da produção, ou seja, quando não há prejuízo nem lucro. Além disso, 
é partir do PE que a margem de contribuição/lucro da empresa é considerada.
O lucro/margem pode ser calculado como: 
Lucro = Margem de contribuição unitária x Produção em unidades – Custos fixos
Wernke (2004) afirma que a MS representa o volume de vendas que supera 
as vendas calculadas no PE e representa o quanto as vendas, em unidades ou 
valor, podem cair sem que a empresa passe a operar com prejuízo.
Representação gráfica da análise CVL
A representação gráfica da análise da relação CVL é importante, pois propor-
ciona uma fácil compreensão das informações apresentadas. Graficamente, 
fica mais visível o comportamento dos custos fixos e variáveis e das receitas 
em função do volume produzido e vendido. 
Padoveze (2010, p. 394) cita que é extremamente interessante e importante 
que os dados que formam o PE sejam colocados em um gráfico. No eixo X 
serão indicados os dados de volume e no eixo Y os dados de valor (Figura 1).
Fundamentos da análise da relação CVL4
Figura 1. Representação gráfica da análise CVL.
Fonte: Adaptada de Martins (2010, p. 258).
S
Ponto de 
Equilíbrio
Fixos
Lucr
o
Variáveis
Preju
ízo
(m)
Custos e
Despesas
Totais
Receitas
Totais
Volume
Observa-se, na Figura 1, que o PE é o ponto em que a linha da receita 
cruza com a linha do custo total. Para se calcular o PE, faz-se necessário o 
conhecimento do conceito de MC. 
O PE mostra a quantidade suficiente para cobrir todos os custos fixos e variáveis, ou 
seja, o ponto em que não há lucro ou prejuízo contábil, além de também ser o ponto 
de igualdade entre a receita total e o custo total. 
O PE também é chamado de break-even point, ponto de ruptura ou ponto crítico.
Para Padoveze (2010, p. 377), margem de contribuição é a margem bruta 
obtida pela venda de um produto que excede seus custos variáveis unitários. 
Em outras palavras, a margem de contribuição é o mesmo que o lucro variável 
unitário, ou seja, preço de venda unitário do produto deduzido dos custos e 
despesas variáveis necessários para produzir e vender o produto. A margem 
de contribuição será o resultado positivo, obtido pela receita, menos os custos 
variáveis. Esse resultado deverá ser igual aos custos fixos para que se chegue 
ao PE.
5Fundamentos da análise da relação CVL
Podemos observar ainda, de acordo com a Figura 1, que a separação das 
despesas e dos custos em fixos e variáveis e o conceito de custeamento variável 
irão desenvolveras informações que auxiliam a gerência no desempenho de 
suas funções de planejamento e de tomada de decisões.
Custeamento variável é um tipo de custeio que consiste em considerar como custo de 
produção do período apenas os custos variáveis incorridos.
Após as verificações citadas, podemos dizer que o PE evidencia, em termos 
quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender para 
que seja possível pagar todos os custos e todas as despesas fixas, além de ser 
um dos fatores para o sucesso financeiro de uma empresa. Assim, considera-
-se importante que, ao aplicar o PE, o gestor analise as situações para então 
tomar a melhor decisão.
Suposições que fundamentam a análise do PE
A análise do PE é um instrumento precioso para a gerência visualizar a situação 
econômica global das operações e tirar proveito das relações entre as variáveis 
CVL. Entretanto, é preciso levar em consideração algumas suposições básicas 
que são subjacentes ao modelo, o que influencia bastante a interação entre o 
modelo e o mundo real:
1. O preço de venda unitário permanece o mesmo ao longo da faixa efetiva 
de volume.
2. O custo unitário variável permanece constante ao longo da faixa efetiva 
de volume.
3. Os custos fixos não se alteram ao longo da faixa efetiva de volume.
Fundamentos da análise da relação CVL6
4. Quando a empresa fabrica e vende mais de um produto, a combinção 
de vendas permanece constante ao longo da faixa de volume.
5. O que a empresa fabrica/produz em determinado período, ela vende 
nesse mesmo período.
Os autores Busan e Dina (2009) elaboraram um estudo teórico sobre a 
análise CVL nas organizações e observaram que esse tipo de análise é útil 
somente quando as seguintes circunstâncias forem válidas: 
 � Quando as alterações nas receitas e nos custos resultarem, unicamente, 
de mudanças no número de unidades de bens ou serviços produzidos 
ou vendidos. 
 � Quando os custos totais puderem ser decompostos em um componente 
fixo que não varia com o volume de produção e em um componente 
variável que varia de acordo com a produção.
 � Quando a evolução das receitas e dos custos totais for linear em relação 
ao volume de produção em determinado período.
 � Quando o preço de venda, o custo variável unitário e os custos fixos 
forem conhecidos e constantes dentro do período.
 � Quando as análises se referirem a um único produto ou, no caso de 
haver diversos produtos, quando a proporção de vendas desses produtos 
permanecer constante, como a mudança no número total de unidades 
vendidas.
 � Quando todas as receitas e todos os custos puderem ser agregados e 
comparados sem considerar o valor do dinheiro no tempo. 
Por meio dos estudos analisados, observam-se diversos benefícios ao utilizar 
a análise CVL. Entre outros, destacam-se o auxílio às tomadas de decisões, a 
mensuração dos produtos mais rentáveis, a mensuração da quantidade mínima 
de venda para que não haja prejuízo nas organizações e a definição do volume 
de vendas necessário para alcançar o lucro desejado. No entanto, algumas 
limitações foram identificadas, como a não recomendação da utilização da 
análise CVL para tomadas de decisão em longo prazo e dificuldades para a 
implementação das ferramentas de CVL nas organizações.
7Fundamentos da análise da relação CVL
Margem de contribuição
A MC é o valor que cobrirá os custos fixos e as despesas fixas da empresa e 
proporcionará o lucro, ou seja, é a diferença entre o preço de venda e a soma 
dos custos e das despesas variáveis de cada produto ou serviço. Essa ferra-
menta tem um significado igual ao termo ganho bruto sobre as vendas. Isso 
indica, para o gestor, o quanto sobra das vendas para que a empresa possa 
pagar suas despesas fixas e gerar lucro, além disso, também permite obter 
informações sobre quais são os produtos mais lucrativos e qual é o produto 
que mais contribui para a recuperação dos custos fixos e das despesas fixas.
Custos e despesas variáveis
Em inúmeras empresas, os únicos custos literalmente variáveis no verdadeiro sentido 
da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim, pode acontecer de o grau de con-
sumo delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau 
de produção. 
Por exemplo, certas indústrias têm perdas no processamento da matéria-prima, ou 
seja, quando o volume produzido é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentual-
mente quando a produção cresce.
Você pode saber mais sobre custos e despesas variáveis consultando o livro Conta-
bilidade de custos, de Eliseu Martins (2010, p. 255).
Calcula-se a MC com a seguinte fórmula:
MC = PV – CV
Sendo que:
MC = margem de contribuição
PV = preço de venda
CV = custo variável
Mas o que essa fórmula quer dizer?
Fundamentos da análise da relação CVL8
Se a MC é o que sobrou do preço de venda após descontar o custo variável, 
isso significa que o custo fixo precisa ser coberto por esse valor e ainda deve 
sobrar algo para que se tenha lucro. 
Exemplo: uma empresa tem os seguintes dados:
PV = R$ 1.000,00
CV = R$ 500,00
CF = R$ 200,00
Então:
MC = 1.000 – 500 = 500
O que sobrou do preço de venda, após descontar o custo variável, foi R$ 
500,00.
Índice de margem de contribuição (IMC)
O IMC significa, em termos porcentuais, quanto cada unidade vendida ou 
o total das vendas contribui para cobrir o total do custo fixo e, se possível, 
conforme o nível de atividades (unidades fabricadas e/ou vendidas), também 
proporcionar lucro.
Naturalmente, o IMC, sendo o complemento do índice do custo variável, 
pode também ser obtido ao dividir a MC unitária (preço de venda unitário 
menos o custo variável unitário) pelo preço de venda unitário ou, pensando 
em termos de receita total e custo variável total, dividindo a MC total (receita 
total de vendas menos o custo variável total) pela receita total de vendas, isto 
é, empregando-se os dados anteriores.
Podemos calcular o IMC, que representa a porcentagem da MC sobre o 
valor da venda, ou seja:
IMC = MC / PV
Sendo que: 
MC = margem de contribuição
PV =receita operacional bruta
9Fundamentos da análise da relação CVL
Veja o demonstrativo de resultados de uma empresa Albatroz (fictícia) 
no Quadro 1.
DRE 2017
Receita operacional bruta 150.000,00
Deduções das receitas – 25.000,00 (impostos, devoluções)
Receita operacional líquida 125.000,00
Custos e despesas variáveis – 28.000,00 (fornecedores, matéria-
prima, pessoal de produção)
Lucro bruto (LB) 97.000,00
Quadro 1. Demonstrativo de resultados da empresa Albatroz, mostrando o lucro bruto.
Com a MC, é possível definir o IMC, que é a relação entre a MC e a receita 
operacional bruta.
IMC = MC / PV = 97.000/150.000
IMC = 65%
Análise do CVL com valores do IMC
Fazendo uma análise do IMC calculado anteriormente, ou seja, IMC = 65%, 
podemos dizer que 35% de suas vendas são destinadas ao pagamento de todos 
os custos diretamente ligados à produção e 65% serão utilizados para pagar 
todos os gastos fixos da empresa. Se for exatamente este o valor para pagar as 
despesas, a empresa terá atingido o seu PE. Caso sobre, a empresa teve lucro, 
do contrário, houve prejuízo.
Mas afinal de contas, o IMC de 65% é bom, ruim ou mais ou menos?
Na teoria, quanto maior o IMC, melhor, com isso, mais dinheiro disponível 
e maior é a probabilidade de se ter lucro. 
Fundamentos da análise da relação CVL10
Vejamos um exemplo de demonstrativo de resultados da empresa Albatroz 
no Quadro 2.
DRE 2017
Receita operacional bruta 160.000,00
Deduções das receitas – 37.000,00 
Receita operacional líquida 123.000,00
Custos e despesas variáveis – 118.000,00 
Lucro bruto 5.000,00
Custos e despesas fixas – 27.000,00 
Lucro operacional (LO) – 22.000,00
Quadro 2. Demonstrativo de resultados da empresa Albatroz, mostrando o lucro ope-
racional.
O cálculo do IMC será: 
IMC = MC / PV = 5.000/150.000
IMC = 0,033 x 100 = 3,3%
Nesse exemplo, o IMC é baixo, apenas 3,3%, ou seja, 96,7% do valor do 
faturamento serve para pagar os gastos variáveis. O que sobra (R$ 5.000,00)será insuficiente para pagar os gastos fixos (R$ 27.000,00).
Mas, e se a empresa aumentar suas vendas? Só precisará de mais R$ 
22.000,00, certo?
Errado! Lembre-se que os custos e as despesas variáveis devem aumentar 
também.
Então, quanto a empresa precisa vender para atingir seu PE?
É aí que entra o IMC. Dividindo seus custos e suas despesas fixas por esse 
índice, a empresa descobrirá quanto precisaria vender para ficar no zero a zero:
R$ 27.000
0,033 = R$ 808.000,00 = Ponto de Equilíbrio
11Fundamentos da análise da relação CVL
O PE atingindo foi de R$ 808.000,00, então vamos pensar em alternativas 
para essa empresa, além de aumentar as vendas, como, por exemplo, trocar 
de fornecedores, reajustar preços, conceder descontos, etc.
Podemos concluir que avaliar a MC é fundamental para verificarmos se 
nosso negócio está caminhando bem.
Lucro ou prejuízo?
Nem sempre ter lucro ou prejuízo significa que um produto ou serviço é bom 
ou ruim. Há muitos outros fatores envolvidos na gestão de uma empresa e que 
devem ser considerados, sendo a MC um deles. 
Vejamos o caso da DRE no Quadro 3.
DRE 2017
Receita operacional bruta 160.000,00
Deduções das receitas – 37.000,00 
Receita operacional líquida 123.000,00
Custos e despesas variáveis – 118.000,00 
Lucro bruto 5.000,00
Custos e despesas fixas – 27.000,00 
Lucro operacional – 22.000,00
Receitas financeiras 27.000,00
Despesas financeiras – 1.500,00
Outras receitas 32.000,00
Lucro líquido (LL) 35.500,00
Quadro 3. Demonstrativo de resultados da empresa Albatroz, mostrando o lucro líquido.
Note que o resultado final da empresa foi positivo, pois ela deu um lucro 
de R$ 35.500,00. Deve-se observar que esse lucro não ocorreu por conta dos 
produtos e serviços vendidos, mas, sim, pelas aplicações financeiras e doações. 
Fundamentos da análise da relação CVL12
Algumas aplicações de conceitos de CVL
Iremos demonstrar como os conceitos desenvolvidos na análise de relação 
CVL podem ser usados para fins de planejamento e tomada de decisões. No 
Quadro 4, está a demonstração de resultado por contribuição elaborada pela 
empresa em um determinado mês.
Total Por unidade
Vendas (400 alto-falantes) R$ 100.000,00 R$ 250,00
Menos despesas variáveis R$ 60.000,00 R$ 150,00
Margem de contribuição R$ 40.000,00 R$ 100,00
Menos despesas fixas R$ 35.000,00
Lucro operacional líquido R$ 5.000,00
Quadro 4. Demonstração de resultado no formato de contribuição para o mês X.
Alguns dados sobre o preço de venda são apresentados no Quadro 5.
Por unidade Porcentagem da 
receita de venda
Preço de venda R$ 250,00 100%
Menos despesas variáveis R$ 150,00 60%
Margem de contribuição R$ 100,00 40%
Quadro 5. Dados sobre preços de venda.
13Fundamentos da análise da relação CVL
Primeira aplicação: alteração do custo fixo e 
volume de vendas
No caso da empresa Jota, que está atualmente vendendo 400 alto-falantes 
por mês (suas vendas mensais são de R$ 100.000), por exemplo, o gerente de 
vendas acredita que um aumento de R$ 10.000 na verba mensal de propaganda 
elevaria as vendas mensais em R$ 30.000 para um total de 520 unidades. Dessa 
forma, deve o orçamento de propaganda ser aumentado? O Quadro 6 indica o 
efeito da alteração proposta no orçamento mensal de propaganda.
Vendas 
atuais
Vendas 
com verba 
adicional de 
propaganda
Diferença
Porcentagem 
da receita 
de venda
Vendas R$ 
100.000,00
R$ 130.000,00 R$ 
30.000,00
100%
Menos 
despesas 
variáveis
R$ 
60.000,00
R$ 78.000,00* R$ 
18.000,00
60%
Margem de 
contribuição
R$ 
40.000,00
R$ 52.000,00 R$ 
12.000,00
40%
Menos 
despesas 
fixas
R$ 
35.000,00
R$ 45.000,00** R$ 
10.000,00
Lucro 
operacional 
líquido
R$5.000 R$7.000 R$2.000
*520 unidades x R$ 150,00 por unidade = R$ 78.000,00
**R$ 35.000,00 + verba mensal adicional de propaganda 
de R$ 10.000,00 = R$ 45.000,00 
Quadro 6. Efeito da alteração proposta no orçamento mensal de propaganda.
Segundo os dados do Quadro 6 e supondo que nenhum outro fator precise 
ser considerado, o aumento da verba de propaganda deve ser aprovado, pois 
ele aumentaria o lucro operacional líquido em R$ 2.000,00. 
Fundamentos da análise da relação CVL14
Segunda aplicação: alteração de custos variáveis e 
volume de vendas
Considere os dados anteriores, lembrando que a empresa está, atualmente, 
vendendo 400 alto-falantes por mês. A administração está avaliando a pos-
sibilidade de usar componentes de qualidade mais alta, o que aumentaria 
os custos variáveis (e, consequentemente, reduziria a MC) em R$ 10,00 por 
alto-falante. Entretanto, o gerente de vendas prediz que a qualidade mais alta 
elevaria as vendas a 480 alto-falantes por mês. Devem os componentes de 
maior qualidade ser usados?
O aumento de R$ 10,00 dos custos variáveis reduzirá a MC em R$ 10,00 
(de R$ 100,00 a R$ 90,00) (Quadro 7).
MC esperada com componentes de qualidade mais alta:
480 alto-falantes x R$ 90,00 por alto-falante
R$ 43.200,00
Margem total de contribuição atual:
400 alto-falantes x R$ 100,00 por alto-falante
R$ 40.000,00
Aumento da MC total R$ 3.200,00
Quadro 7. Resultado da alteração dos custos variáveis.
De acordo com essa análise, os componentes de qualidade mais alta devem 
ser usados. Como os custos fixos não se alteram, o aumento de R$ 3.200,00 
da MC, mostrado, deve resultar em um aumento de R$ 3.200,00 do lucro 
operacional líquido.
15Fundamentos da análise da relação CVL
Terceira aplicação: alteração de custo fixo, 
preço de venda e volume de vendas
Examinemos novamente os dados originais e recordemos, mais uma vez, 
que a empresa está atualmente vendendo 400 alto-falantes por mês. Visando 
a aumentar as vendas, o gerente de vendas gostaria de reduzir o preço em R$ 
20,00 por alto-falante e aumentar o orçamento de propaganda em R$ 15.000,00 
por mês. O gerente de vendas crê que, se essas duas medidas forem tomadas, 
as vendas em unidades se elevarão em 50%, indo para o número de 600 alto-
-falantes vendidos por mês. Devem ser efetuadas essas mudanças?
Uma redução de preço de venda de R$ 20,00 por alto-falante faria com 
que a MC caísse de R$ 100,00 para R$ 80,00 (Quadro 8).
Margem total de contribuição esperada 
com preço de venda mais baixo:
600 alto-falantes x R$ 80,00 por alto-falante
R$ 48.000,00
Margem total de contribuição atual:
400 alto-falantes x R$ 100,00 por alto-falante
R$ 40.000,00
Margem contribuição total incremental R$ 8.000,00
Variação de despesas fixas:
Menos despesa incremental de propaganda
R$ 15.000,00
Redução do lucro operacional líquido R$ (7.000,00)
Quadro 8. Resultado da redução de preço de venda.
De acordo com essa análise, as alterações propostas não devem ser feitas. 
A mesma solução pode ser obtida com a elaboração de demonstrações de 
resultado comparativas, conforme Quadro 9.
Fundamentos da análise da relação CVL16
400 alto-falantes 
por mês atuais
600 alto-falantes 
por mês esperados
Total Por 
unidade
Total Por 
unidade
Diferença
Vendas R$ 
100.000,00
R$ 250,00 R$ 
138.000,00
R$ 
230,00
R$ 38.000
Menos 
despesas 
variáveis
R$ 
60.000,00
R$ 150,00 R$ 
90.000,00
R$ 150,00 R$ 30.000
MC R$ 
40.000,00
R$ 100,00 R$ 
48.000,00
R$ 80,00 R$ 8.000
Menos 
despesas 
fixas
R$ 
35.000,00
R$ 
50.000,00*
R$ 15.000
Lucro 
(prejuízo) 
operacional 
líquido
R$ 
5.000,00
R$ 
(2.000,00)
R$ 
(7.000,00)
* R$ 35.000,00 + verba mensal adicional de 
propaganda de R$ 15.000,00 = R$ 50.000,00
Quadro 9. Demonstrações comparativas de resultado.
Note que o efeito sobre o lucro operacional líquido é idêntico ao obtido 
pela análise incremental anterior.
1. Para fabricar um produto de sua 
linha normal de produção, uma 
empresa faz os seguintes gastos:
 � Custos variáveis R$ 120,00 por unidade
 � Custos fixos R$ 400.000,00 por mês
 � Despesas variáveis R$ 80,00 por 
unidade
 � Despesas fixas R$ 200.000,00 por mês
Sabendo-se que o preço de venda 
do produto é de R$ 250,00 por 
unidade, assinale a alternativa que 
contém quantas unidades a empresa 
deverá produzir para atingir o seu PE. 
17Fundamentosda análise da relação CVL
a) 15 mil unidades.
b) 12 mil unidades.
c) 11,5 mil unidades.
d) 14,5 mil unidades.
e) 10 mil unidades.
2. Uma indústria está lançando 
no mercado um produto com 
as seguintes características:
 � Custos indiretos fixos totais: R$ 
650.000,00
 � Depreciação incluída nos custos indi-
retos fixos totais: R$ 32.500,00
 � Montante do lucro desejado: R$ 
97.500,00
 � Custo variável unitário: R$ 12,50
 � Preço de venda unitário: R$ 32,50
 � Expectativa de venda mensal: 35 mil 
unidades
Com base nos dados apresentados, 
assinale a alternativa correta. 
a) A MC unitária é de 
R$12,50 por unidade.
b) O ponto de equilíbrio econômico 
(PEE) em unidades é de 20 mil.
c) A MC unitária é de R$ 
20,00 por unidade.
d) O PEE em valor é de 
R$ 945.000,00.
e) O IMC é de 56%.
3. O gráfico a seguir da representação 
gráfica do PE demonstra o ponto em 
que as retas de receitas e custos se 
cruzam e no qual seus valores são 
iguais. Nesse contexto, ao observar 
a representação gráfica do PE, 
pode-se afirmar que quanto mais:
S
Ponto de 
Equilíbrio
Fixos
Lucr
o
Variáveis
Preju
ízo
(m)
Custos e
Despesas
Totais
Receitas
Totais
Volume
a) alto ele for, maior é 
a área de lucro.
b) baixo ele for, menor é 
a área de lucro.
c) alto ele for, menor é a 
área de prejuízo.
d) baixo ele for, menor é 
a área de prejuízo.
e) alto ele for, maior é a 
área de prejuízo.
4. Coletando os dados de uma 
empresa em um período, apurou-se 
um custo variável unitário de R$ 
15,00 e um preço de venda de 
R$ 20,00 para uma capacidade 
máxima de produção de 800 mil 
unidades. Quanto ao nível máximo 
de produção, assinale a alternativa 
correta em que se tem o valor 
da receita marginal ou a MC.
a) R$ 2.800.000,00.
b) R$ 4.000.000,00.
c) R$ 6.800.000,00.
d) R$ 12.000.000,00.
e) R$ 10.000.000,00.
5. Joaquim vendeu, na sua empresa, 
um produto de R$ 500,00. Os custos 
e as despesas variáveis (impostos 
e comissão dos funcionários, 
p.ex.) foram de R$ 155,00. Com 
essas informações, assinale a 
alternativa correta que informa o 
resultado do IMC para a empresa.
a) 55%.
b) 35%.
c) 34,5%.
d) 60%.
e) 69%.
Fundamentos da análise da relação CVL18
http://p.ex/
BUSAN, G.; DINA, I. C. Using cost-volume-profit analysis in decision making. Annals of 
the University of Petrosani, Economics, Romania, v. 9, n. 3, p. 103-106, 2009. Disponível 
em: <https://www.upet.ro/annals/economics/pdf/2009/20090310.pdf>. Acesso em: 
25 abr. 2018.
GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade gerencial. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
HORNEGREN, G. T.; DATAR, S. M.; FOSTER, G. Contabilidade de Custos: uma abordagem 
gerencial. 11. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
MAHER, M. Contabilidade de custos: Criando valor para a Administração. São Paulo: 
Atlas, 2001.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação 
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SANTOS, J. J. Análise de custos. São Paulo: Atlas, 2000.
VICECONTI, P. E.; NEVES, S. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Frase Editora, 2012.
WERNKE, R. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
Leituras recomendadas
CREPALDI, S. A. Curso básico de Contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LEONE, G. S. G. Curso de Contabilidade de custos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LEONE, G. S. G. Curso de Contabilidade de custos: contém critério do custeio ABC. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
WARREN, C. S.; REEVE, J. M.; FESS P. E. Contabilidade gerencial. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2001.
19Fundamentos da análise da relação CVL
https://www.upet.ro/annals/economics/pdf/2009/20090310.pdf
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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