Buscar

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002 ATUALIZADO E COMENTADO

Prévia do material em texto

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO DE 2002 ATUALIZADO E ANOTADO
 
Institui o Código Civil.
 
DOU 11.01.2002
 
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
 
PARTE GERAL
 
 
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
*          Arts. 3º a 5º, 11 a 21 e 972 a 980 deste Código.
*          Art. 70 do CPC/2015.
*          Art. 7º, caput, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
*          Arts. 5º, 115 a 120, 166, I, 542, 1.597, 1.598, 1.609, 1.779, 1.798, 1.800 e
1.952 deste Código.
*          Arts. 71, 178, II, 650, 733 e 896 do CPC/2015.
*          Arts. 124 e 128 do CP.
*          Art. 7º, caput, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
*          Arts. 50 e 66 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Arts. 7º a 10, 228 e 229 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).
 
Art. 3º – São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
*          Art. 3º com redação pela Lei 13.146/2015.
I – Revogado pela Lei 13.146/2015.
II – Revogado pela Lei 13.146/2015.
III – Revogado pela Lei 13.146/2015.
 
 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
*          Caput com redação pela Lei 13.146/2015.
*          Arts. 171, I, 1.634, V, 1.642, VI, 1.647, 1.649 e 1.651 deste Código.
*          Arts. 71, 72 e 447, § 1º, do CPC/2015.
*          Arts. 30, 34, 50 e 52 do CPP.
*          Arts. 402 a 441 da CLT.
*          Arts. 2º, 36, 42, 60, 69, 104 e 142 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).– os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
*          Arts. 5º, par. ún., 180, 666, 1.634, V, 1.690, 1.747, I, e 1.774 deste Código.
*          Art. 793 da CLT.
*          Art. 73 da Lei 4.375/1964 (Serviço Militar).
 
– os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
*          Inciso II com redação pela Lei 13.146/2015.
 
– aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
*          Inciso III com redação pela Lei 13.146/2015.
 
– os pródigos.
*          Arts. 104, 171, 1.767, V, e 1.782 deste Código.
*          Arts. 50, 71, 72, 76, 178, II, e 896 do CPC/2015.
*          Art. 30, § 5º, do Dec.-lei 891/1938 (Fiscalização de Entorpecentes).
Parágrafo      único. A  capacidade            dos      indígenas      será    regulada        por legislação especial.
*          Parágrafo único com redação pela Lei 13.146/2015.
*          Arts. 231 e 232 da CF.
*          Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).
*          Art. 50, § 2º, da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Dec.    1.141/1994     (Ações            de        proteção        ambiental,    saúde e          apoio  às atividades produtivas para as comunidades indígenas).
*          Dec. 7.747/2012 (Politica nacional de gestão territorial e ambiental de terras indigenas).
 
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
*          Arts. 666, 1.517, 1.635, II, 1.763, I e 1.860, par. ún., deste Código.
*          Arts. 27, 65, I, e 115 do CP.
*          Arts. 15, 34, 50, par. ún., 52, 262 e 564, III, c, do CPP.
*          Art. 792 da CLT.
*          Art. 73 da Lei 4.375/1964 (Serviço Militar).
*          Art. 9º, I, da Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).
*          Art. 148 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).
*          Arts. 1º e 13 da Lei 9.307/1996 (Arbitragem).
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
*          Art. 73 da Lei 4.375/1964 (Serviço Militar).
*          Art. 50, § 2º, da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
– pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
*          Arts. 9º, II, 666 e 1.635, II, deste Código.
*          Art. 725, I do CPC/2015.
*          Art.     148,     par.     ún.,     da        Lei      8.069/1990   (Estatuto       da        Criança          e            do Adolescente – ECA).
 
– pelo casamento;
*          Arts. 1.511 e ss., deste Código.
*          Art. 226 da CF.
 
– pelo exercício de emprego público efetivo;
*          Art. 5º da Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos).
 
– pela colação de grau em curso de ensino superior;
 
– pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
*          Arts. 966, 972, 1.635, 1.763 e 1.778 deste Código.
*          Art. 3º da CLT.
 
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
*          Arts. 22 a 39 deste Código.
*          Arts. 49, 104 e 105 do CPC/2015.
*          Art. 107, I, do CP.
*          Art. 62 do CPP.
* Dec.-lei 5.782/1943 (Servidor do Estado desaparecido em naufrágio, acidente, ou em qualquer ato de guerra ou de agressão à soberania nacional).
*          Arts. 77 a 89 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Art. 3º da Lei 9.434/1997 (Lei de Transplante).
*          Súmula 331 do STF.
 
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
* Arts. 22 a 30 deste Código.
* Arts. 381, § 1º e § 5º, do CPC/2015.
* Dec.-lei 5.782/1943 (Servidor do Estado desaparecido em naufrágio, acidente, ou em qualquer ato de guerra ou de agressão à soberania nacional).
* Dec.-lei 6.239/1944 (Militares da Aeronáutica inválidos para o serviço militar em consequência de atos de agressão do inimigo e a dos desaparecidos em aeronaves durante o voo).
* Art. 88 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
* Lei 9.140/1995 (Reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas).
 
– se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
 
– se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
 
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
 
Art. 9º Serão registrados em registro público:
*          Lei 3.764/1960 (Estabelece rito sumaríssimo para retificação no registro civil).
*          Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 13.445/2017 (Lei de Migração).
 
– os nascimentos, casamentos e óbitos;
*          Arts. 1.511 e ss., deste Código.
*          Arts. 241 a 243 do CP.
*          Art. 18 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
*          Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).
*          Arts. 29 a 32, 50 a 66, 70 e 77 a 88 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 12.662/2012 (Declaração de nascido vivo).
 
– a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
*          Arts. 5º, par. ún., I, e 1.773 deste Código.
*          Art. 226, § 5º, da CF.
*          Arts. 13, § 2º, 29, IV, e 89 e ss., da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
– a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
*          Art. 1.767 e ss. deste Código.
*          Arts. 13, § 2º, 29, IV e V, e 89 e ss., da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
– a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
*          Arts. 7º e 22 a 39 deste Código.
*          Lei 6.001/1973 (Estatuto do Índio).
*          Arts. 13, § 2º, 29, I a VIII, e 89 e ss.,da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
 
– das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
*          Arts. 1.571 a 1.582 deste Código.
*          Art. 226, § 6º, da CF.
*          EC       66/2010        (Dissolubilidade      do        casamento    civil    pelo    divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial).
*          Arts. 29, § 1º, a, 100 e 101 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 6.515/1977 (Divórcio).
 
– dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
*          Arts. 1.607 a 1.617 deste Código.
*          Arts. 29, § 1º, b, c e d, e 102 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Arts. 26 e 27 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).
*          Art. 1º da Lei 8.560/1992 (Investigação de paternidade).
 
– Revogado pela Lei 12.010/2009.
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
*          Art. 52 deste Código.
*          Arts. 1º, III, 3º, IV, 5º, V, VI, IX, X, XII, da CF.
*          Arts. 1º a 85 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA).
*          Arts. 8º a 28 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).
 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
*          Arts. 20, 186, 402 a 405, 927, 935 e 944 a 954 deste Código.
*          Arts. 5º, X, XXXV, LXVIII, LXIX e LXXI, e 142, § 2º, da CF.
*          Arts. 189, 296 a 298, 300, 311, 497 e 536 do CPC/2015.
*          Arts. 150 a 154 e 208 do CP.
*          Arts. 282 a 284, 647 e 648 do CPP.
*          Lei 9.507/1997 (Direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do habeas data).
*          Súmula 37 do STJ.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
*          Arts. 20, par. ún., 943, 1.591 e 1.592 deste Código.
*          Art. 138, § 2º, do CP.
*          Art. 6º, VI, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
 
Art. 13. Salvo pela exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
*          Art. 199, § 4º, da CF.
*          Lei 9.434/1997 (Lei de Transplante).
*          Dec. 9.175/2017 (Regulamenta a Lei 9.434/1997 – Lei de Transplante).
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
*          Art. 199, § 4º, da CF.
*          Lei 8.501/1992 (Utilização de cadáver não reclamado para estudos ou pesquisas científicas).
*          Lei 9.434/1997 (Lei de Transplante).
*          Dec. 9.175/2017 (Regulamenta a Lei 9.434/1997 – Lei de Transplante).
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
*          Lei 9.434/1997 (Lei de Transplante).
*          Dec. 9.175/2017 (Regulamenta a Lei 9.434/1997 – Lei de Transplante).
 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
*          Art. 5º, II e III, da CF.
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
*          Arts. 1.565, § 1º, 1.571, § 2º, e 1.578 deste Código.
*          Arts. 5º, X, e 227, § 6º, da CF.
*          Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
*          Art. 5º, X, da CF.
*          Súmula 221 do STJ.
 
Art.  18.          Sem    autorização,  não     se        pode    usar    o          nome alheio em propaganda comercial.
 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
*          Art. 58 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Arts. 12 e 24, II, da Lei 9.610/1998 (Direitos Autorais).
 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
* Arts. 12, 186 a 188, 927 e ss., deste Código.
* Art. 5º, V, IX, X e XXVIII, a, da CF.
* Arts. 143 a 247 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente
– ECA).
* Lei 9.610/1998 (Direitos Autorais).
* Súmula 403 do STJ.
* O STF, no julgamento da ADIN 4.815 (DJe 10.06.2015), julgou procedente o pedido para dar interpretação a este dispositivo “em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção cientifica, para declarar inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas, literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas)”.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
* Art. 1.513 deste Código.
* Arts. 5º, X, e 226, § 7º, da CF.
* O STF, no julgamento da ADIN 4.815 (DJe 10.06.2015), julgou procedente o pedido para dar interpretação a este dispositivo “em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção cientifica, para declarar inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas, literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas)”.
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear- lhe-á curador.
*          Arts. 6º, 7º, 9º, IV, 198, II, 335, III, 428, II E III, 1.728, I, e 1.759 deste
Código.
*          Arts. 49, 76, 242, § 1º, 626, 744 e 745 do CPC/2015.
*          Arts. 29, VI, e 94 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Art. 94, III, f, da Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falências).
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
*          Arts. 653 e 682 deste Código.
 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
*          Arts. 1.728 a 1.783 deste Código.
*          Arts. 739 § 1º, 759 e 760 do CPC/2015.
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
*          Arts. 1.570, 1.651, 1.775 a 1.783 deste Código.
*          EC       66/2010        (Dissolubilidade      do        casamento    civil    pelo    divórcio, suprimindo o requisitode prévia separação judicial).
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
*          Art. 744 do CPC/2015.
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
*          Art. 28, § 1º, deste Código.
*          Art. 5º, XXXI, da CF.
*          Arts. 744 e 745 do CPC/2015.
*          Art. 104, par. ún., da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
*          Art. 28 deste Código.
 
– o cônjuge não separado judicialmente;
*          Art. 1.124-A deste Código.
 
– os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
 
– os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
*          Art. 1.951 deste Código.
 
– os credores de obrigações vencidas e não pagas.
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
*          Art. 104, par. ún., da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
*          Art. 104, par. ún., da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
 
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União.
*          Art. 33 deste Código.
*          Art. 730 do CPC/2015.
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
*          Art. 34 deste Código.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
*          Art. 34 deste Código.
§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão
representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
 
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
*          Art. 30, § 1º, deste Código.
 
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
*          Art. 1.784 deste Código.
*          Art. 745, § 3º do CPC/2015.
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
 
 
 
 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
*          Art. 6º deste Código.
*          Art. 745, § 3º e § 4º do CPC/2015.
*          Súmula 331 do STF.
 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
*          Art. 6º deste Código.
*          Art. 745, § 3º, do CPC/2015.
 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
*          Arts. 1.822 e 1.844 deste Código.
*          Art. 745, § 4º, do CPC/2015.
 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
*          Arts. 8º e 17, § 2º, da CF.
*          Art. 75, I a III, do CPC/2015.
 
– a União;
*          Lei 9.636/1998 (Regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União).
 
– os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
 
III – os Municípios;
 
– as autarquias, inclusive as associações públicas;
*          Inciso IV com redação pela Lei 11.107/2005.
*          Art. 37, XIX, da CF.
 
– as demais entidades de caráter público criadas por lei.
*          Art. 1.489, I, deste Código.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem- se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
*          Art. 75 I a III, do CPC/2015.
*          Art. 20 da Lei 4.717/1965 (Ação Popular).
*          Art. 5º do Dec.-lei 200/1967  (Autarquias).
*          Lei 8.448/1992 (Remuneração do servidor público).
*          Lei 9.962/2000 (Regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional.
 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
*          Arts. 4º, 102, I, 105, II, c, e 109 da CF.
 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
*          Arts. 186 a 188 e 927 a 954 deste Código.
*          Arts. 21, XXIII, c, 37, § 6º, e 173, § 5º, da CF.
*          Art. 125, II do CPC/2015.
*          Lei 4.619/1965 (Ação regressiva da União sobre seus agentes).
*          Art. 6º, § 2º, da Lei 4.898/1965 (Responsabilidade civil em caso de abusode autotridade).
*          Arts. 121 a 126 da Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, Autarquias e Fundações Públicas Federais).
*          Lei 10.309/2001 (Assunção pela União de responsabilidades civis perante terceiros no caso de atentados terroristas ou atos de guerra).
*          Súmula 39 do STJ.
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
*          Arts. 2.031 a 2.034 e 2.037, deste Código.
*          Art. 173, §§ 1º e 3º, da CF.
*          Art. 5º do Dec.-lei 200/1967 (Autarquias).
*          Art. 1º da Lei 9.096/1995 (Regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional).
*          Súmula 39 do STJ.
 
– as associações;
*          Arts. 53 a 61, 2.031, 2.033 e 2.034 deste Código.
*          Art. 5º, XVII a XXI, da CF.
 
– as sociedades;
*          Arts. 981 a 1.141, 2.031, 2.033, 2.034 e 2.037 deste Código.
*          Art. 599 do CPC/2015.
 
– as fundações;
*          Arts. 62 a 69, 2.031 a 2.034 deste Código.
*          Arts. 764 e 765 do CPC/2015.
*          Art. 11 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
* Lei 9.790/1999 (Qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como organizações da sociedade civil de interesse público).
 
– as organizações religiosas;
*          Inciso IV acrescido pela Lei 10.825/2003.
 
– os partidos políticos;
*          Inciso V acrescido pela Lei 10.825/2003.
*          Art. 17 da CF.
*          Lei 9.096/1995 (Regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional).
*          Súmula 39 do STJ.
 
– as empresas individuais de responsabilidade limitada.
*          Inciso VI acrescido pela Lei 12.441/2011.
*          Art. 980-A deste Código.
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
*          § 1º acrescido pela Lei 10.825/2003.
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
*          Primitivo parágrafo único renumerado pela Lei 10.825/2003.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.
*          § 3º acrescido pela Lei 10.825/2003.
*          Lei 9.096/1995 (Partidos Políticos).
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
*          Arts. 207 a 211, 967, 985, 986, 998, 999, par. ún., 1.000, 1.012, 1.134,
1.135, 1.150 e 1.154 deste Código.
*          Dec. 916/1890 (Registro de firmas ou razões comerciais).
*          Dec.-lei 9.085/1946  (Registro  civil das pessoas jurídicas).
*          Lei 4.503/1964 (Cadastro Geral de Pessoas Jurídicas no Ministério da Fazenda).
*          Arts. 114 a 126 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 6.739/1979  (Matrícula e registro  de imóveis rurais).
*          Lei 7.433/1985 (Requisitos para lavratura de escrituras públicas).
*          Dec. 93.240/1986 (Regulamenta a Lei 7.433/1985).
*          Arts. 1º, § 2º, e 15, § 1º, da Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB).
*          Lei 8.934/1994 (Registro Público de Empresas Mercantis).
*          Arts. 7º a 11 da Lei 9.096/1995 (Partidos políticos).
*          Lei 9.279/1996 (Código da Propriedade Industrial).
*          Dec. 1.800/1996 (Regulamenta a Lei 8.934/1994 – Registro Público de Empresas Mercantis).
*          Art. 241, §§ 1° a 3°, da Dec. 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda).
 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
 
Art. 46. O registro declarará:
*          Arts. 998, 1.000, 1.133, 1.150 e 1.154 deste Código.
*          Arts. 120 e 121 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 8.934/1994 (Registro Público de Empresas Mercantis).
*          Dec. 1.800/1996 (Regulamenta a Lei 8.934/1994 – Registro Público de Empresas Mercantis).
 
– a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
 
– o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
 
– o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
*          Art. 1.013 deste Código.
*          Art. 75 do CPC/2015.
 
– se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
 
–         se        os        membros      respondem,  ou       não,    subsidiariamente,   pelas obrigações sociais;
 
– as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
*          Arts. 1.029 a 1.038 deste Código.
 
Art.     47.       Obrigam        a          pessoa            jurídica          os        atos    dos      administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
*          Arts. 43, 989, 990, 997, VI, e 1.010 a 1.021 deste Código.
*          Art. 75 do CPC/2015.
*          Art. 37 do CPP.
 
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
*          Arts. 1.010 e 1.114 deste Código.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
*          Arts. 138 a 150, 158, 165, 167 e 171, II, deste Código.
 
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
*          Art. 614 do CPC/2015.
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
*          Art. 1.080 deste Código.
*          Art. 795 do CPC/2015.
*          Art. 135 do CTN.
*          Art. 28 do CDC.
*          Art. 2º da CLT.
*          Art. 28 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
*          Art.     34        da        Lei      12.529/2011  (Sistema        Brasileiro      de        Defesa            da Concorrência).
 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
*          Arts. 1.033 a 1.038, 1.102 a 1.112 e 1.125 deste Código.
*          Art. 599 do CPC/2015.
*          Súmula 435 do STJ.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
*          Arts. 11 a 21 deste Código.
*          Art. 5º, V e X, da CF.
*          Súmula 227 do STJ.
*          Arts. 44, § 2º, 1.155, par. ún., e 2.031 a 2.034 deste Código.
*          Art. 5º, XVII a XXI, da CF.
 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Arts. 5º, XVII a XXI, 8º, 17, 40, 44 a 52, 75, 174, 2031 e 2033 deste
Código.
*          Art. 75 do CPC/2015.
*          Arts. 511  a 521, CLT.
*          Art. 11da Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
*          Arts. 62 a 65 da Lei 4.728/1965 (Mercado de capitais – Alienação fiduciária).
*          Arts. 114, I, e 120 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Lei 9.096/1995 (Partidos políticos).
*          Lei 9.637/1998 (Qualificação de entidades como organizações sociais).
*          Lei 9.790/1999 (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público).
*          LC 109/2001 (Regime de Previdência Complementar).
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
 
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
 
III – os direitos e deveres dos associados;
 
– as fontes de recursos para sua manutenção;
 
– o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
*          Inciso V com redação pela Lei 11.127/2005.
 
– as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
 
– a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
*          Inciso VII acrescido pela Lei 11.127/2005.
 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
*          Art. 61 deste Código.
 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
*          Caput com redação pela Lei 11.127/2005.
Parágrafo único. Revogado pela Lei 11.127/2005.
 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
 
Art. 59. Compete privativamente à assembleia-geral:
*          Caput com redação pela Lei 11.127/2005.
 
– destituir os administradores;
*          Inciso I com redação pela Lei 11.127/2005.
 
– alterar o estatuto.
*          Inciso II com redação pela Lei 11.127/2005.
 
– Suprimido pela Lei 11.127/2005.
 
– Suprimido pela Lei 11.127/2005.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
*          Parágrafo único com redação pela Lei 11.127/2005.
 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantindo a um quinto dos associados o direito de promovê-la.
*          Artigo com redação pela Lei 11.127/2005.
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
*          Art. 5º, XIX, da CF.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
*          Art. 599 do CPC/2015.
*          Arts. 1.155, par. ún., 1.799, III, e 2.031 a 2.034 deste Código.
*          Art. 37, XIX, da CF.
*          Art. 11 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
*          Arts. 40, 44 a 52, 65, 75, 215 e 2.031 a 2.033 deste Código.
*          Arts. 764 e 765 do CPC/2015.
*          Art. 11 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
*          Arts. 114, I, 119 e 120 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
*          Parágrafo único com redação pela Lei 13.151/2015.
*          Art. 2.032 deste Código.
*          Lei 8.958/1994 (Relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa e as fundações de apoio).
 
– assistência social;
*          Inciso I acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
*          Inciso II acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– educação;
*          Inciso III acrescido pela Lei 13.151/2015.
– saúde;
*          Inciso IV acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– segurança alimentar e nutricional;
*          Inciso V acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
*          Inciso VI acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
*          Inciso VII acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
*          Inciso VIII acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– atividades religiosas; e
*          Inciso IX acrescido pela Lei 13.151/2015.
 
– Vetado.
 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
 
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
*          Arts. 764 e 765 do CPC/2015.
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
*          Art. 72 da LC 109/2001 (Regime de Previdência Complementar).
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
*          § 1º com redação pela Lei 13.151/2015.
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
 
– seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
 
– não contrarie ou desvirtue o fim desta;
 
– seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de
 
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
*          Inciso III com redação pela Lei 13.151/2015.
 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovadapor votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
 
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
*          Art. 66, caput, deste Código.
*          Art. 765 do CPC/2015.
 
Art. 69-A. Vetado.
 
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
*          Arts. 327, 1.566, II, 1.567, 1.569, 1.711 e 1.784 deste Código.
*          Art. 5º, XI, da CF.
* Arts. 46 a 50, 53, 62 e 63 do CPC/2015.
* Arts. 127 e 159 do CTN.
* Arts. 7º, 10 e 12 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
* Art. 9º da Lei 5.709/1971 (Aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil).
* Art. 101, I, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
* Arts. 28 a 32 do Dec. 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda).
 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
*          Art. 46, § 1º, do CPC/2015.
*          Súmula 483 do STF.
 
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
*          Art. 10, § 1º, da Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e OAB).
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
*          Art. 46, § 1º, do CPC/2015.
 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
*          Art. 46, §§ 1º e 2º, do CPC/2015.
*          Art. 7º, § 8º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
*          Art. 43 do CPC/2015.
*          Súmula 58 do STJ.
 
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
 
– da União, o Distrito Federal;
 
– dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
 
– do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
 
– das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
*          Art. 109, §§ 1º a 4º, da CF.
*          Arts. 45, 51 e 53, III, do CPC/2015.
*          Arts. 127 e 159 do CTN.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
*          Art. 53, III, b do CPC/2015.
*          Súmula 363 do STF.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver- se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
*          Art. 21, I e par. ún. do CPC/2015.
*          Art. 3º da Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falências).
 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver
matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
*          Arts. 3º e 4º deste Código.
*          Art. 50 do CPC/2015.
*          Art. 7º, § 7º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB).
*          Lei 8.112/1990 (Regime jurídico dos Servidores Públicos Civil da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais).
 
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
*          Art. 327 deste Código.
*          Arts. 47, § 1º, 62 e 63 do CPC/2015.
*          Art. 1º, Dec.-lei 4.597/1942 (Prescrição das ações contra a Fazenda Pública).
*          Súmula 335 do STF.
 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
*          Arts. 92, 95, 1.229, 1.230 e 1.331 a 1.358 deste Código.
*          Arts. 20, VIII a X, 174, §§ 3º e 4º e 17 da CF.
*          Art. 145 do Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).
*          Lei      4.591/1964    (Condomínio em      edificações    e          incorporações imobiliárias).
*          Dec.-lei 227/1967 (Código de Mineração).
*          Súmula do 329, STF.
*          Súmula do 238, STJ.
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
 
– os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
*          Arts. 1.225 e 1.227 deste Código.
*          Dec. 24.778/1934 (Código de Águas).
*          Súmula 329 do STF.
 
– o direito à sucessão aberta.
*          Arts. 1.784 e 1.804 deste Código.
*          Art. 5º, XXX e XXXI da CF.
 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
 
– as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
 
– os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
*          Art. 84 deste Código.
 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
*          Art. 1.473, § 1º, deste Código.
 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
 
– as energias que tenham valor econômico;
*          Art. 155, § 3º, do CP.
 
– os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
*          Arts. 1.225 e 1.226 deste Código.
 
– os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
*          Arts. 233 a 965 deste Código.
*          Art. 5º da Lei 9.279/1996 (Propriedade industrial).
*          Art. 3º da Lei 9.610/1998 (Direitos autorais).
 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.
*          Art. 81, II, deste Código.
 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
*          Arts. 243, 247, 307, par. ún., 369, 579, 586 e 645 deste Código.
 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
*          Art. 1.392, § 1º, deste Código.
*          Arts. 105, 257 a 263, 314, 504, 1.199, 1.314 a 1.358 e 1.386 deste Código.
 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
*          Art. 65, caput, da Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra).
 
Art. 89. São singulares os bens que, emborareunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
*          Art. 1.791 deste Código.
*          Arts. 36, § 5º, e 38 da Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro da Aeronáutica).
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
 
 
 
Art.     92.      Principal        é          o          bem    que     existe sobre  si,        abstrata         ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
*          Arts. 94, 184, 233, 287, 364, 822 e 1.209 deste Código.
 
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
 
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
*          Arts. 79, 237, 1.214 a 1.216, 1.232 e 1.392, § 1º, deste Código.
 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
*          Arts. 453, 571, 578, 1.219 a 1.222, 1.248 a 1.259 e 1.922, par. ún., deste Código.
*          Lei 4.504/1964 (Estatuto da Terra).
*          Art. 35 da Lei 8.245/1991 (Locação).
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
 
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
*          Arts. 1.248 a 1.252 deste Código.
*          Art. 102 deste Código.
*          Arts. 5º, LXXIII, 20, 26 e 176, caput, CF.
*          Art. 16, § 3º, ADCT.
*          Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).
*          Dec.-lei 3.236/1941 (Jazidas de petróleo e gases naturais).
*          Dec. 28.840/1950 (Plataforma submarina).
*          Lei 6.383/1976 (Processo discriminatório de terras devolutas da União).
*          Lei 6.634/1979 (Faixa de fronteira).
*          Lei 8.617/1993 (Mar territorial).
*          Súmulas 340 e 650 do STF.
 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
 
Art. 99. São bens públicos:
*          Súmula 477  do STF.
*          Súmula 496 do STJ.
 
– os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
*          Arts. 20, I a XI, 26, 176, 191 e 225 da CF.
 
– os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
 
– os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
*          Arts. 20 e 176 da CF.
*          Dec.-lei 25/1937 (Proteção do patrimônio histórico e artístico nacional).
*          Dec. 24.643/1934 (Código de Águas).
*          Dec.-lei 3.236/1941 (Jazidas de petróleo e gases naturais).
*          Dec. 28.840/1950 (Plataforma submarina).
*          Lei 6.383/1976 (Processo discriminatório de terras devolutas da União).
*          Lei 6.634/1979 (Faixa de fronteira).
*          Lei 8.617/1993 (Mar territorial).
*          Súmulas 340 e 650 do STF.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
*          Arts. 183, § 3º, e 191 da CF.
*          Súmula 340 do STF.
 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
*          Arts. 183, § 3º, e 191, par. ún., da CF.
*          Art. 23 da Lei 9.636/1998 (Regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis da União).
*          Dec. 3.725/2001 (Regulamenta a Lei 9.636/ 1998).
*          Súmula 340 do STF.
 
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
*          Art. 23 da Lei 9.636/1998.
*          Dec. 3.725/2001.
 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
*          Arts. 1.238 a 1.244 deste Código.
*          Arts. 183, § 3º, e 191, par. ún., da CF.
*          Súmula 340 do STF.
 
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
*          Art. 150 da CF.
*          Art. 29, Lei 6.383/1976 (Processo discriminatório de terras devolutas).
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
*          Arts. 107 a 114, 166, 167, e 171 a 184 e 2.035 deste Código.
*          Arts. 6º, V, e 51, § 1º, III, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
 
– agente capaz;
*          Arts. 1º, 3º, 4º, 105, 166, I, e 171, I, deste Código.
 
– objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
*          Arts. 106 e 166, II e III, deste Código.
 
– forma prescrita ou não defesa em lei.
*          Arts. 5º, par. ún., I, 107 a 114, 166, IV, 171, 184, 421 e 1.640 deste Código.
*          Arts. 6º, V, e 51 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor).
 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
*          Arts. 4º, 87, 88, 104, I, 171, I, 180, 257 a 263, 314 e 889 a 895 deste
Código.
 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
*          Arts. 104, II, 121 a 130 deste Código.
 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
*          Arts. 104, III, 108, 109, 183, 184 e 212 deste Código.
*          Art. 369 do CPC/2015.
 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
*          Arts. 114, 215, 1.225, 1.227, 1.245, 1.275, 1.640, par. ún., 1.653 e 1.711 deste Código.
*          Art. 406 do CPC/2015.
*          Art. 61 da Lei 4.380/1964 (Banco Nacional de Habitação – BNH).
*          Art. 221 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Art. 26 da Lei 6.766/1979 (Parcelamento do solo urbano).
*          Art. 7º do Dec.-lei 2.375/1987 (Terras públicas).
*          Art. 33 da Lei 7.652/1988 (Registro da propriedade marítima).
*          Art. 38 da Lei 9.514/1997 (Sistema de Financiamento Imobiliário).
*          Arts. 10, 35 e 48 da Lei 10.257/2001 (Política urbana).
 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
*          Arts. 104, III, 212 e 215 deste Código.
*          Art. 1º, II, da Lei 8.560/1992 (Investigação de paternidade).
 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
*          Arts. 112  e 422 deste Código.
 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessáriaa declaração de vontade expressa.
*          Arts. 147, 326, 432, 539, 659 e 1.807 deste Código.
*          Art. 539, § 2º, do CPC/2015.
 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
*          Arts. 114, 133, 819 e 1.899 deste Código.
*          Arts. 46 a 48 e 51 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
*          Art. 4º da Lei 9.610/1998 (Direitos Autorais).
*          Súmula 530 do STJ.
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
*          Arts. 164, 422, 423, 435, 1.201 e 1.202 deste Código.
*          Arts. 4º, III, e 51, IV, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
*          Art. 4º da Lei 9.610/1998 (Direitos Autorais).
 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
*          Arts. 108, 112, 191, 392, 424, 538, 819, 828, I, 1.275, II, 1.410, I, 1.425,
III, e 1.806 deste Código.
*          Art. 4º da Lei 9.610/1998 (Direitos Autorais).
 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
*          Arts. 2º, 120, 653 a 692, 1.542, § 2º, 1.634, V, 1.690, 1.747, I, e 1.774, I,
deste Código.
*          Art. 75 do CPC/2015.
 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
*          Arts. 3º, 4º, 112, 149, 213, par. ún., 662, 928, 1.205, I, e 1.634 deste Código.
 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
*          Arts. 138 a 184 e 685 deste Código.
*          Súmula 165 do STF.
*          Súmula 60 do STJ.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
*          Arts. 653, 665, 673 e 679 deste Código.
 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
*          Arts. 138 a 184 deste Código.
Parágrafo único. É de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
*          Arts. 3º a 5º deste Código.
 
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.
*          Arts. 115, 653 a 692, 1.634, V, 1.690, 1.747, I, e 1.774 deste Código.
 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
*          Arts. 125, 126, 127, 128, 131, 135, 136, 167, II, 855, 1.359, 1.613, 1.808,
1.897 e 1.900 deste Código.
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
*          Arts. 332 e 489 deste Código.
*          Art. 51, IX, X, XI e XIII, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
*          Súmula 60, 530 e 543 do STJ.
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
*          Art. 137 deste Código.
 
–         as        condições      física   ou       juridicamente          impossíveis,  quando suspensivas;
*          Arts. 106 e 166, II, deste Código.
 
– as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
*          Arts. 122 e 166, II e III, deste Código.
 
– as condições incompreensíveis ou contraditórias.
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
*          Arts. 121, 131, 135, 199, I, 234, 332, 509, 1.809, 1.923 e 1.924 deste
Código.
*          Art. 6º, § 2º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
*          Art. 135 deste Código.
 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
*          Arts. 135, 397, 401, 474 e 1.359 deste Código.
*          Art. 12 do Dec.-lei 58/1937 (Loteamento e venda de terrenos para pagamento em prestações).
 
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
*          Arts. 135, 1.359 e 1.360 deste Código.
 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
*          Art. 6º, § 2º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
*          Arts. 125, 135, 1.613 e 1.924 deste Código.
*          Art. 5º, XXXVI, da CF.
*          Art. 6º, § 2º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
*          Arts. 216 e 224 do CPC/2015.
*          Art. 10 do CP.
*          Art. 798 do CPP.
*          Art. 775 da CLT.
*          Arts. 150, 168, 173 e 210 do CTN.
*          Dec.-lei 3.602/1941 (Contagem dos prazos em processos ou causas de natureza fiscal ou administrativa).
*          Lei 605/1949 (Repouso semanal remunerado).
*          Lei 662/1949 (Feriados nacionais).
*          Lei 810/1949 (Ano civil).
*          Lei 1.408/1951 (Prorrogação de prazos judiciais).
*          Lei 6.802/1980 (Feriado).
*          Lei 7.089/1983 (Veda cobrança de juros de mora sobre título vencido em feriado, sábado ou domingo).
*          Lei 7.466/1986 (Feriado nacional).
*          Lei 9.093/1995 (Feriados).
*          Art. 993 do Dec. 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda).
*          Lei 10.607/2002 (Feriados nacionais).
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
*          Arts. 214 e 216 do CPC/2015.
*          Art. 798, § 3º, do CPP.
*          Art. 775, par. ún., da CLT.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
*          Lei 810/1949 (Ano civil).
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
 
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar quese estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.
*          Arts. 112, 1.857 e ss., e 1.899 deste Código.
 
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
*          Arts. 123 a 130, 331, 474, 592, 939 e 1.359 deste Código.
 
Art.  135.        Ao       termo inicial e          final    aplicam-se,    no       que     couber,          as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
*          Arts. 123 a 130 deste Código.
 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
*          Arts. 121, 125, 131, 539, 553, 564, II, e 1.938 deste Código.
*          Art. 6º, § 2º, do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
*          Arts. 104, II, 123, I, II e 166, III, deste Código.
*          Art. 178, II, deste Código.
*          Art. 138 da Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falências).
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
*          Arts. 48, 171, II, 177, 178, II, 849, 877, 1.559, 1.812, 1.909 e 2.027 deste Código.
*          Arts. 393, 446, II e 966, VIII, §§ 1º e 2º, do CPC/2015.
 
Art. 139. O erro é substancial quando:
*          Arts. 1.556, 1.557, 1.559, 1.560, III e 1.903 deste Código.
*          Art. 37, § 1º, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
 
– interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
 
– concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
*          Arts. 1.556, 1.557, I, e 1.903 deste Código.
 
– sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
*          Art. 3º do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
*          Art. 166, III, deste Código.
 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
*          Art. 1.903 deste Código.
 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
*          Arts. 172 a 175 deste Código.
*          Art. 178, II, deste Código.
*          Art. 101 da Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falências).
 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
*          Arts. 171, II, 177, 178, II, 180, 849, 1.812, 1.909 e 2.027 deste Código.
*          Arts. 393, 446, II, e 966 do CPC/2015.
 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
*          Arts. 441 a 446, 766 e 773 deste Código.
*          Art. 678-2 do CCo.
 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
*          Arts. 402 a 405 deste Código.
 
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
*          Arts. 120, 275 a 285 e 402, 405, 653 a 692, 932, 1.634, V, 1.690, 1.747, I,
e 1.774 deste Código.
 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
*          Art. 178, I, deste Código.
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
*          Arts. 171, II, 177, 178, I, 849, 1.558, 1.559, 1.812, 1.909 e 2.027 deste
Código.
*          Arts. 393, 446, II e 966 do CPC/2015.
*          Art. 146 do CP.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
*          Arts. 275 a 285 e 402 a 405 deste Código.
 
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
*          Arts. 402 a 405 deste Código.
*          Art. 178, II, deste Código.
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
*          Arts. 171, II, e 178, II, deste Código.
*          Art. 24 do CP.
*          Arts. 178, II, e 884 a 886 deste Código.
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
*          Arts. 171, II, e 178, II, deste Código.
*          Arts. 39, V e 51, IV, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor
– CDC).
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
*          Arts. 317 e 478 a 480, deste Código.
*          Arts. 6º e 51 da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor – CDC).
*          Arts. 178, II, e 1.813 deste Código.
*          Art. 792 do CPC/2015.
*          Art. 185 do CTN.
*          Art. 216 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Art. 130 da Lei 11.101/2005 (Recuperação de Empresas e Falências).
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
*          Arts. 161, 171, II, 177, 178, II,1.812 e 2.027 deste Código.
*          Arts. 789, 792, 774, I e 856, § 3º, do CPC/2015.
*          Art. 179 do CP.
*          Art. 185 do CTN.
*          Art. 216 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Súmula 195 do STJ.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
*          Art. 161 deste Código.
*          Art. 216 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Súmula 195 do STJ.
 
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
*          Art. 335 deste Código.
*          Arts. 539 a 549 do CPC/2015.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
 
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
*          Art. 178, II, deste Código.
 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.
 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
*          Arts. 1.419 e ss., deste Código.
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
*          Arts. 113, 1.142 a 1.149 deste Código.
 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.
*          Arts. 184 e 1.419 a 1.510 deste Código.
 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
*          Arts. 104 e 2.035 deste Código.
*          Art. 96, III, da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falências).
 
– celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
*          Arts. 3º, 104, I, 105, 166, I, 1.548, I, e 1.860 deste Código.
 
– for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
*          Arts. 104, II, 106, 123, 124 e 762 deste Código.
*          Art. 17 do Dec.-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB).
 
– o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
*          Arts. 104, II, e 123 deste Código.
 
– não revestir a forma prescrita em lei;
*          Arts. 104, III, 107 e 1.653 deste Código.
 
– for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
 
– tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
*          Art. 1.802 deste Código.
*          Art. 9º da CLT.
 
– a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
*          Arts. 104 a 109, 209, 489, 497, 548, 549, 762, 795, 798, par. ún., 808, 850,
907, 912, par. ún., 1.268, § 2º, 1.365, 1.428, 1.475, 1.516, § 3º, 1.548, II,
1.730, 1.802, 1.860, 1.900, 1.912 e 1.959 deste Código.
*          Art. 9º da CLT.
*          Lei 4.717/1965 (Ação popular).
*          Arts. 37 e 39 da Lei 6.766/1979 (Parcelamento do solo urbano).
*          Art. 18, § 1º, da Lei 7.357/1985 (Cheque).
*          MP 2.172-32/2001 (Nulidade de disposições contratuais).
*          Súmula 346 do STF.
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
*          Art. 96, III, da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falências).
 
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
 
– aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
 
–         contiverem   declaração,    confissão,      condição        ou       cláusula         não verdadeira;
*          Art. 121 deste Código.
 
– os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
*          Art. 409 do CPC/2015.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
 
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
*          Art. 1.549 deste Código.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
*          Art. 177 deste Código.
*          Art. 282 do CPC/2015.
*          Art. 214 da Lei 6.015/1973 (Registros Públicos).
*          Súmula 346 do STF.
 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
*          Art. 367 deste Código.
 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
*          Súmula 530 do STJ.
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
*          Arts. 117, 119, 154, 177, 182 a 184, 496, 533, II, e 1.558 deste Código.
 
– por incapacidade relativa do agente;
*          Arts. 4º, 104, I, 105, 178, III, 180 e 181 deste Código.
 
– por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
*          Arts. 138 a 165 deste Código.
*          Súmula 195 do STJ.
 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
*          Arts. 151, 175, 367, 662 e 873 deste Código.
*          Súmula 346 do STF.
 
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
*          Art. 151 deste Código.
 
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
*          Art. 151 deste Código.
 
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
 
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
*          Art. 496 deste Código.
 
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
*          Arts. 87, 88, 168, 171 e 257 a 285 deste Código.
 
Art. 178. É de 4 (quatro) anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
*          Arts. 205 a 211 deste Código.
 
– no caso de coação, do dia em que ela cessar;
*          Arts. 151 a 155 deste Código.
 
– no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
*          Arts. 138 a 150, 156 a 165 e 167, § 1º, deste Código.
 
– no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
*          Arts. 3º a 5º, 104, I, e 171, I, deste Código.
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
 
Art. 180. O menor, entre dezesseis

Continue navegando