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BLU2704 MATERIAIS COMPÓSITOS, 2020.2 ___________________________________________________________________________________ ANÁLISE DA VIABILIDADE DE USO DE COMPÓSITOS DE MATRIZ POLIMÉRICA REFORÇADOS COM FIBRA DE VIDRO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Felipe Augusto da Silva Letícia Mayelin Ostrowski de Oliveira Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Blumenau, 89036-002 Blumenau, SC, Brasil ________________________________________________________________________________ 1. RESUMO Motivados pelo crescente déficit habitacional e necessidade de adotar práticas de construção civil sustentável, no presente trabalho, os discentes avaliam a viabilidade da substituição dos painéis Wood Frame por painéis constituídos por compósitos de matriz polimérica reforçados com fibra de vidro. Para isso, foram referenciadas as propriedades mecânicas dos componentes envolvidos, além de preços e requisitos de projeto. Além disso, foram descritos os processamentos necessários para a fabricação deste novo painel, bem como estão expostos os meios de obtenção de insumos e detalhes estruturais deste projeto. 2. INTRODUÇÃO Com a crescente demanda habitacional, há urgência em buscar soluções de base tecnológica que atendam aos requisitos necessários de maneira satisfatória. Aliado a isso, surge um grande apelo sustentável no setor, uma vez que a construção civil é responsável pela geração de uma grande quantidade de resíduos da construção e demolição, também chamados de RCDs, que, na maioria das vezes, não possuem destinação correta e impactam negativamente o meio ambiente. Por conta disso, muito tem-se falado na industrialização da arquitetura, que, como explica Walter Gropius em seu livro “Scope of Total Architecture", publicado em 1995, agora, a tendência é que as casas sejam produzidas em fábricas, não mais no canteiro de obras. Com isso, as moradias tornam-se passíveis de montagem, o que reduz geração de resíduos, facilita a construção a seco e torna a construção mais rápida. Bastante popular na Europa, este tipo de habitação chegou ao Brasil principalmente a partir dos projetos de construção de moradias de interesse social, devido ao baixo custo e agilidade de processo. Entretanto, a matéria-prima mais utilizada é a madeira, que deixa a desejar no que se refere ao apelo ambiental. Neste sentido, há margem para buscar materiais substitutos que diminuam os impactos ambientais gerados em todo processo. Pensando nisso, os discentes Felipe Augusto e Letícia Ostrowski projetaram painéis produzidos a partir de um compósito de matriz polimérica reforçado com fibra de vidro para utilização na construção das moradias emergenciais de baixo custo. Aqui, as propriedades deste componente serão exploradas e comparadas com as propriedades dos materiais utilizados para este fim nos dias de hoje. 1 3. OBJETIVOS Objetivo geral: Avaliar a viabilidade da reciclagem de cones de linha produzidos a partir do polipropileno para utilização em compósitos reforçados com fibra de vidro para aplicação na construção civil emergencial de baixo custo. Objetivos específicos: i) Viabilizar um projeto de moradia emergencial com custo inferior a R$8.000,00 e área de 18m²; ii) Desenvolver um material reutilizável, impermeável, isolante, resistente, encaixável e de fácil manutenção; iii) Promover uma solução de impacto conivente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU; iv) Analisar a viabilidade de compósitos estruturais constituídos por matriz polimérica termoplástica reforçados com fibra de vidro baseando-se em custos e propriedades necessárias. 4. JUSTIFICATIVA Segundo o site oficial da ONG Habitat Natural, mais de 6,35 milhões de famílias no Brasil não têm uma casa para morar, ou seja, são mais de 30 milhões de pessoas sem um teto para viver e abrigar suas famílias. Além disso, mais de 50 milhões de brasileiras e brasileiros vivem em situação de pobreza. Para se ter uma ideia, segundo o IBGE (2010), só em Blumenau, são mais de 23 mil pessoas residindo em áreas insalubres de concentração de pobreza. São pessoas que, sem condições de pagar aluguel, se instalam em ocupações e assentamentos informais, o que tem se tornado ainda mais recorrente devido à falta de empregos ocasionada pela pandemia que o mundo tem enfrentado. A construção de moradia digna e segura para estas pessoas resulta na melhoria da qualidade de vida e torna suas habitações humanas, inclusivas e seguras. Para isso, hoje, existem organizações, como a Teto, que constroem casas funcionais em pouquíssimo tempo, de um a dois dias. Entretanto, o material principal utilizado é a madeira. Neste viés, buscando adaptar o serviço a um produto que vá de encontro com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, há espaço para propor uma alternativa mais sustentável e de custo igual ou até inferior, a partir da reutilização de resíduos industriais. Com isso, seria possível firmar uma parceria com as empresas a fim de explorar a responsabilidade social destas. Além de resolver o problema de sustentabilidade, a alternativa colabora também para a resolução do problema de design do atual modelo de construção, favorecendo o conforto dos moradores e assegurando espaço para convívio familiar, proteção, privacidade, segurança emocional e depósito de pertences. Cabe ressaltar que a instalação de habitações seguras contribui também para o melhor acesso à água potável, saneamento básico e energia elétrica, além de contribuir para melhoria na saúde dos moradores, especialmente em relação às doenças respiratórias. Outra problemática solucionada é a da correta gestão de resíduos industriais, visto que o descarte incorreto destes materiais é considerado crime ambiental pela Lei nº 12.305/2010, podendo acarretar em uma pena de um a cinco anos, podendo haver também a aplicação de penalidades civis e administrativas. Além de prejudicarem o meio ambiente contribuindo com mudanças climáticas e extinção de fauna e flora, apresentam-se como um prejuízo para as indústrias devido aos custos com tratamento e transporte. Cabe ressaltar que o projeto visa a utilização destes resíduos, ou seja, os gastos com transporte e tratamento seriam diminuídos consideravelmente, bem como haveria otimização no processo de gestão, uma vez que os resíduos seriam utilizados na fabricação das placas. Este processo também diminuiria riscos de acidentes e contaminações dentro da indústria, e em relação aos benefícios institucionais, a empresa estaria contribuindo para as metas de sustentabilidade corporativa, Aterro Zero e Agenda 2030, resultando em premiações, certificações e aumento no valor percebido sobre a marca. 2 5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Compósitos de matriz polimérica Classificados em termorrígidos e termoplásticos, os compósitos de matriz polimérica são comumente utilizados em estruturas que demandam certa resistência mecânica. As matrizes termorrígidas são divididas em diferentes tipos de resinas (epóxi, fenólica, poliéster) com diferentes tipos de processamentos e reações para a obtenção do produto final. LEVY NETO e PARDINI (2006) afirmam que essas matrizes apresentam, em geral, ótimos desempenhos em altas temperaturas (resina epóxi), ótimo desempenho mecânico e estrutural (resina de poliéster insaturada, resina fenólica) e excelente resistência química (resina de poliimida). Entretanto, não possuem altas taxas de produção, uma vez que necessitam de um grande tempo de cura, para que a reação das ligações cruzadas aconteça. Há também o fato intrínseco aos termofixos, no que diz respeito à reprocessabilidade. Isto é, uma vez processado, o material não poderá retornar a sua estrutura inicial e ser inserido novamente nas linhas de produção a fim de constituir um novo componente. Já as matrizes termoplásticas, em grande maioria produzidas a partir de poli-éter-éter-cetona e poliimida, possuem uma grande vantagem de processamento como por exemplo na questão do tempo de fabricação, sendo muito menor em relação às matrizes termofixas. Porém, a maior diferençaestá na possibilidade de reprocessamento característico de polímeros termoplásticos. De acordo com SPINACÉ e PAULI (2005), a reprocessabilidade é iniciada a partir da reciclagem dos termoplásticos, que podem ser por meios mecânicos, químicos ou energéticos. 5.2 Processamento de matrizes termoplásticas Em um âmbito geral, descreve-se como a formação de matrizes as quais podem ser reprocessadas e recicladas, visto que são constituídas de materiais que suportam tal condição. O polipropileno (PP) é um polímero termoplástico formado na indústria petroquímica de 2ª geração, passando pela aplicação de temperatura e pressão, fusão e solidificação, até a distribuição às indústrias. Os compósitos formados a partir de polímeros termoplásticos apresentam uma ampla gama de cargas que podem ser inseridas a fim de aumentar sua resistência mecânica e afins. Fibras com diferentes tamanhos e formas, como o caso da fibra de vidro, são comumente utilizadas em comunhão com as matrizes termoplásticas. (ÅSTRÖM et al., 1997) É sabido que as fibras de vidro curtas, caracterizadas pelo menor comprimento em relação às outras fibras (longas), têm maior utilidade em um processo de moldagem por injeção e extrusão. Porém, faz-se necessária a passagem por um processo anterior à moldagem, chamado de solubilização, onde se busca solubilizar as cargas na matriz polimérica com a ajuda de solventes e de agentes que facilitam a adesão na interface carga/matriz. Como cita CANEVAROLO (2013), somente os polímeros termoplásticos podem ser submetidos a essa mistura em solução, pelo formato linear/ramificado de sua estrutura molecular permitir tal reação. Segundo o estudo de LOSS (2014), visando o bom comportamento mecânico após o fim do processo, é interessante que as fibras de vidro curtas fiquem dispersas e distribuídas ao longo da composição da matriz e, com o auxílio de equipamentos que desempenham tal função como os agitadores mecânicos, magnéticos (cargas fibrosas) e ultrassônicos (cargas nanométricas), é possível garantir tal condição. A parte mecânica do processamento é caracterizada pela moldagem, que possui diferentes processos com diferentes empregabilidades, dependendo das formas e dimensões das peças. Para matrizes termoplásticas com cargas de fibras curtas, os processos mais comuns são as moldagens por casting, extrusão e por injeção. 5.2 Fibras de vidro 3 As fibras são utilizadas como como fase dispersa em compósitos, e sua composição varia dadas as necessidades da aplicação. Além dos requerimentos mecânicos, como carregamento e velocidade de impacto, de acordo com NAKAMURA (2009), devem ser levados em consideração fatores como características do ambiente, durabilidade e tempo de aplicação. Outro fator que influencia na escolha da fibra é o custo, bem como a compatibilidade entre fibra e matriz. Dentre os diferentes tipos de fibras, destaca-se a fibra de vidro, que, conforme descrito por LEVY NETO e PARDINI (2006), as fibras de vidro (FV), que são comumente utilizadas em matrizes poliméricas, para fins aeroespaciais, náuticos e automobilísticos, possuem alta densidade e baixa tenacidade à fratura, mas destacam-se por possuir alta resistência à umidade, baixo custo, elevada estabilidade dimensional, baixa condutividade térmica e elétrica e altíssima resistência térmica. Por serem isolantes, as FV não transmitem correntes elétricas, o que impede o processo de corrosão eletroquímica. Conforme o apresentado por SATHISHKUMAR, SATHEESHKUMAR e NAVEEN (2014), a composição depende da característica que se deseja obter, por isso, a FV pode ser, ainda, dividida nas categorias A (elevada resistência à álcalis), E (baixa condutividade elétrica), S (elevada resistência à tração), C (elevada resistência química), M (elevada rigidez) e D (baixa constante dielétrica).Todas elas possuem entre 50 e 68% de sílica, podendo conter diferentes combinações entre outros óxidos de cálcio, boro, sódio, ferro, alumínio, etc. De maneira quantitativa, CARVALHO GAMA (2019) destaca que a resistência à tração de uma fibra de vidro pode chegar à 1.520 MPa, com resistência à tração em torno de 55% quando comparada à resistência à tração; a densidade, porém, é elevada, por volta de 2,5 g/cm³; a absorção de água pode chegar a 5%; já o módulo de elasticidade varia entre 100 e 300 GPa. 5.3 Materiais estruturais Conforme destacam MENDES DE SOUZA e RODRIGUES (2008), as estruturas se caracterizam por serem as partes mais resistentes de uma construção e são as responsáveis por absorver e transmitir os esforços, sendo essenciais para a manutenção da segurança e da solidez de uma edificação, e, por conta disso, devem ser construídas com materiais que não são perfeitamente rígidos, chamados materiais estruturais. Um dos materiais estruturais mais abundantes é a madeira, explorada principalmente pelo baixo custo, inerente a ambientes químicos, estabilidade dimensional e conforto acústico. Em contrapartida, não é uma alternativa ecologicamente correta, está suscetível aos ataques de insetos e absorve umidade. Segundo RIMI e MEIRELLES (2017), nas moradias emergenciais, o sistema utilizado é o Wood Frame, composto por travessas e montantes de madeira maciça (normalmente pinus) e chapas de revestimento OSB (Oriented Strand Board), que é formado por lascas de madeira coladas em diferentes direções. Estruturalmente, esta reorganização do material permite amenizar os efeitos da anisotropia original da madeira. O Wood Frame têm sido largamente utilizado neste nicho por apresentar agilidade para a execução do projeto e baixa densidade, e o esquema de construção necessário para uma parede pode ser observado na imagem 1: Imagem 1: entramado da parede Fonte: ESPÍNDOLA (2017) Antes de serem utilizados na construção civil, estes estes painéis passam por etapas de impermeabilização e também por outros vernizes que aumentam a resistência ao fogo. Estes cuidados, entretanto, acabam encarecendo o projeto, e, fazendo uma média orçamentária, 4 incluindo a mão de obra, a construção em Wood Frame fica em torno de R$1.900 por m². Teríamos, portanto, para uma moradia emergencial de 18m², um valor aproximado de R$34.200,00. Entretanto, as ONGs de construção civil revelam que o valor médio das construções é R$8.000,00 (LOBO, 2019), e isso se deve à mão de obra voluntária e às doações de materiais que recebem. No que se refere às exigências de projeto, para fins de comparação, aqui serão expostas as propriedades dos compensados de madeira dos Wood Frames, produzidos a partir do eucalipto grandis, tratado quimicamente e densidade 0,70 g/cm³. Os resultados foram fornecidos por ROSA et al (2017), distribuídos conforme ilustra a tabela 1, onde MOR é o módulo de ruptura e MOE é o módulo de elasticidade: Orientação MOR (MPa) MOE (MPa) Paralelo 26,80 4920,96 Perpendicular 24,45 2823,78 Tabela 1: módulos de ruptura e elasticidade dos compensados do tipo OSB produzidos a partir de eucalipto grandis. Além disso, a tração perpendicular dada pelo mesmo autor é 0,52 MPa, o que caracteriza o componente como um OSB do tipo 3, com adsorção de água de até 9%, e inchamento até 7%. A dureza Janka destas peças pode chegar a 700 kgf (CABRAL et al, 2006). 6. MATERIAIS E MÉTODOS 6.1 Proposta Para a escolha dos materiais, foram analisados os principais setores industriais da região de Blumenau (SC). Tem-se que uma das principais vertentes é o setor têxtil, e, dentre os resíduos gerados por estas empresas, estão os cones de linhas, fabricados, em sua maioria, por polipropileno. Como o polipropileno é um material termoplástico, que permite reprocessamento, além de possuir baixa densidade, e os cones possuem baixo custo, optou-se por utilizá-lo como matriz do compósito. O contraponto é que este material não possui propriedades mecânicas muito elevadas, necessárias para que seja utilizado como material estrutural. Por conta disso, a carga escolhida deveria ser implementada com o objetivo de aumentar estas propriedades, além de ser isolante, inerte e resistente à umidade, por tratar-se deaplicação em uma moradia, que fica exposta às intempéries. Com isso, chegou-se à conclusão de que a melhor opção seria a fibra de vidro, que, além de atender aos pré-requisitos, possui baixo custo e não corre risco de fundir durante o processamento (uma vez que possui elevada resistência térmica). Segundo OTA (2004), compósitos de polipropileno carregados com fibra de vidro estão sendo largamente utilizados na indústria automobilística para peças nas quais a resistência mecânica, resistência à tração e resistência ao impacto são muito importantes. Como um dos principais pontos levados em consideração estão sendo os custos, optou-se por utilizar fibras descontínuas (curtas), mais baratas para fabricar e que também aumentam a isotropia do componente. Conforme aponta CHIU (1991), o uso de fibras de vidro curtas em compósitos com polipropileno acarreta o aumento de resistência à tração, módulo de elasticidade e resistência ao impacto. Em contrapartida, diminui a capacidade de elongação. Além disso, a fração de fibras presentes no compósito também influencia nos valores destas propriedades. Segundo Fu (2000), o aumento do teor destas cargas aumenta o módulo e tensão máxima do compósito, devido ao aumento da contribuição de resistência mecânica da fibra. Micrograficamente, o aspecto do compósito é o ilustrado na imagem 2: Imagem 2: morfologia de um compósito de matriz PP reforçado com fibra de vidro. Fonte: FELIX (2002) 5 O uso de fibras de vidro curtas, com comprimento crítico de cerca de 1mm, acarreta em maior facilidade e versatilidade de processamento a um menor custo, com a possibilidade de serem conformados em formas mais complexas e produzidos em larga escala, utilizando-se processos tradicionais de moldagem por extrusão e injeção. Além disso, oferece a possibilidade de produção de um compósito quase-isotrópico. Este comprimento crítico, citado anteriormente, assim como a tensão de cisalhamento, depende da adesão interfacial entre as fases presentes, da estrutura e propriedades das fibras e da matriz. A adesão interfacial entre a matriz polimérica e a fibra de vidro não é alta, pois há pouca interação química e a superfície da fibra praticamente não apresenta rugosidade. Por isso, faz-se necessário um tratamento superficial prévio nestas fibras, geralmente empregado após o fibrilamento/fiação. Por outro lado, há boa molhabilidade, uma vez que a tensão superficial da fibra é maior que a tensão superficial. A molhabilidade pode ser determinada através da equação de Dupre representada abaixo: γsa representa a tensão superficial γsl representa a interação sólido-líquido γla representa a interação do líquido com o ar, sendo Ө o ângulo de interação Além disso, no que se refere às modificações superficiais, segundo MALLICK (1993) as FV podem receber agentes de acoplamento do tipo organosilanos, que servem como pontes entre a fibra e a matriz, melhorando a adesão e as propriedades mecânicas. 6.2 Propriedades Para as análises, foram consideradas as fibras de vidro moídas do tipo E, que, além de mais baratas, possuem baixo teor alcalino, são isolantes elétricas, possuem boa resistência à tração e flexão, além de ótimo custo-benefício (cerca de R$ 3/kg). Estas fibras são compostas basicamente por sílica, óxido de alumínio, óxido de boro, óxido de magnésio e óxido de cálcio. Além disso, segundo LEVY NETO E PARDINI (2006), as fibras do tipo E possuem resistência à tração de 2,40 GPa. Segundo SOARES et al (2007), este tipo de material é composto por filamentos muito finos de vidro, que se agregam por meio de aplicações de resinas, silicones, fenóis e outros compostos solúveis em solventes orgânicos. Conforme destaca CALLISTER (2013), as fibras de vidro do tipo E apresentam densidade ρ 2,5 g/cm³, módulo elástico de 70 GPa e tensão na ruptura variando entre 2000 e 3500 MPa. O polipropileno, por sua vez, apresenta densidade 0,91 g/cm³, resistência à tração de 30,1 MPa, módulo de tração na ruptura 2980 MPa, módulo de flexão 42,2 MPa e módulo de elasticidade 1,55 GPa. (OLIVEIRA et al, 2019). No que tange aos custos, estima-se que o valor por quilograma do polipropileno esteja em R$3,55. Entretanto, como este projeto visa reutilizar os cones de linha, estima-se que este preço de compra caia para R$2,00/kg ou até mesmo valores inferiores. Se idealizado um projeto de negócio, é possível também obter estes cones como doações de empresas, a fim de explorar a responsabilidade social das mesmas. Não foi possível que os autores realizassem ensaios mecânicos no compósito projetado, e, por conta disso, as propriedades relacionadas ao compósito idealizado em questão serão apresentadas conforme obtido por FREIRE et al (1994) nos gráficos das imagens 3, 4 e 5 abaixo: Imagem 3: Módulo de elasticidade dos compósitos de polipropileno/fibra de vidro em função do teor de fibra, para comprimento de fibra de 0,1 mm, onde as equações 1 e 2 correspondem aos limites superior e inferior, 6 respectivamente, do modelo da regra das misturas, a Eq. 5 corresponde ao modelo de Rayleigh-Maxwell, a Eq. 3 ao de Cox, ea Eq. 6 ao de Berthelot. Imagem 4: Resistência à flexão do compósito em função da fração volumétrica de fibras. Imagem 5: Resistência à tração dos compósitos, em função. do teor de fibra, para comprimento de fibra de 0,1 mm, onde a Eq. 8 corresponde ao modelo da regra das misturas, a Eq. 11 corresponde ao modelo de Cox, a Eq. 15 ao de Kelly-Tyson, e a Eq. 17 ao de Riley. Para que os requisitos de estrutura sejam atendidos (baseando-se nas propriedades mecânicas do Wood Frame, no que se refere ao módulo de elasticidade) estimou-se que o ideal seria utilizar uma fração volumétrica V de cerca de 7% de fibra de vidro, de forma que o módulo de elasticidade está entre 2500 e 5000 MPa, o que corresponde ao apontado nas propriedades do OSB anteriormente citadas. Com isso pode-se calcular a densidade do compósito: Utilizando os valores citados anteriormente, tem-se: Outros cálculos também podem ser feitos, um deles se refere à fração mássica M de cada componente, calculado da seguinte maneira para a fibra: Substituindo os valores citados anteriormente na equação, tem-se: Analogamente, para a matriz: Substituindo os valores citados anteriormente na equação, tem-se: Segundo WAMBUA (2003), a resistência à tração e o módulo dos compósitos PP/FV aumentam com o aumento do volume de fibras. Neste sentido, além do valor experimental obtido pelo autor citado anteriormente, podemos realizar cálculos teóricos utilizando a regra das misturas, que propõe uma equação matemática que utiliza das propriedades e fração volumétrica dos materiais constituintes de um compósito para prever a magnitude das propriedades finais deste compósito. Ela descreve que uma propriedade específica Pc do compósito pode ser descrita pelo produto da multiplicação entre o valor da propriedade Pn de cada constituinte n pela sua fração volumétrica Vn. Para a tensão na ruptura, temos: Substituindo as variáveis pelos valores previamente descritos, tem-se: Segundo FU (2000), o módulo do compósito é mais influenciado pela concentração de fibras. Pela regra das misturas, temos: 7 Substituindo as variáveis pelos valores previamente descritos, tem-se: Para a resistência à tração: Substituindo os valores: Cabe ressaltar que, pela equação da regra da mistura, a contribuição de cada material na propriedade final do compósito depende apenas da fração volumétrica presente, excluindo fatores como condições de processamento, adesão interfacial, ambiente, qualidade das matérias-primas, interações químicas e demais efeitos sinérgicos, e, por conta disso, não é capaz de descrever efetivamente a propriedade final, apenas uma referência. Na prática, estes valores podem ser maiores ou menores, como pôde-se ver comparando os valores obtidos teoricamente. Pôde-se observar, por exemplo, que o módulo elástico teórico é quase três vezes maior que o obtido experimentalmente. No que se refere à resistência à compressão do compósito, propriedade importante,uma vez que, em cima da estrutura, estará o telhado, que, nestas moradias emergenciais, pode ser de telhas de fibrocimento. Para uma moradia de 18m², seriam utilizadas cerca de 28 telhas de largura 0,45cm, que acarretaria em um peso total de cerca de 100kg. Dividindo por uma área de contato com os painéis de 6968cm², tem-se 0,15kgf/cm², o equivalente a 1,4MPa. Apesar das fibras de vidro apresentarem baixa resistência à compressão, no polipropileno, esta propriedade possui valores superiores a 50 MPa. Desta forma, sabendo que as fibras de vidro influenciam pouco na propriedade, o compósito projetado atende também esta solicitação. 6.3 Métodos Antes de decidir o processamento mais adequado, precisa-se levar em consideração que os cones de polipropileno precisam ser triturados através da moagem mecânica. Para este processo, existem maquinários cujos preços variam de R$1.300,00 a R$5.000,00. Esta etapa garante que o reprocessamento do material será realizado com sucesso, de forma que as lascas de PP tenham tamanhos similares aos pellets da matéria prima 100% virgem. Sabendo que o PP é um material termoplástico, que as fibras de vidro, além de possuírem elevado ponto de fusão, serão usadas de forma descontínua no projeto, chegou-se à conclusão que a melhor alternativa para o processamento é a técnica de moldagem por compressão. Antes de iniciar o processo deve ser feita a pré-mistura do polímero com a carga de reforço. Cabe ressaltar que a fibra deve estar seca e devidamente limpa para que ocorra melhor molhabilidade. Segundo SPINACÉ (2011), esta pré-mistura deve ser inserida no funil da injetora, onde será homogeneizada por uma rosca e aquecida em temperaturas de cerca de 185ºC e 195ºC. Essa temperatura se mantém até o final do processo, quando a mistura é injetada no molde, mantido a temperaturas próximas do ambiente. 6.4 Projeto Utilizando um compósito PP/FV como o analisado anteriormente, pretende-se fabricar uma moradia de 18m², com área 534cm x 337 cm. Para que os painéis auxiliem também no isolamento acústico e para que haja espaço suficiente para adaptações hidráulicas e elétricas, foi escolhida uma espessura de 4cm. No que tange a altura, estipulou-se 2,5m. Além dos painéis que formarão as paredes externas, também haverão mais dois que servirão como divisórias do banheiro, de dimensão 164cm x 151cm. No projeto, também considerou-se uma porta de dimensão 210cm x 82 cm para entrada, uma porta para banheiro de dimensões 210cm x 72cm, três janelas com dimensões 100cm x 100cm e basculante de dimensão 20cm x 15 cm. A planta baixa inicial do projeto pode ser visualizado na figura 6 abaixo, bem como o modelo 3D na imagem 7: 8 Imagem 6: Planta baixa das moradias, idealizada pelos autores. Imagem 7: Projeto 3D das moradias, idealizado pelos autores. A partir disso, pode-se calcular o custo com insumos, considerando o volume total, as frações mássicas dos componentes e excluindo as áreas de portas e janelas. Para o volume total de paredes, tem-se: Entretanto, deve-se excluir o volume de portas e janelas: Portanto, como volume real, tem-se 1.806.440 cm³. Levando em consideração a densidade do compósito, pode-se obter a massa total, para, assim, calcular as quantidades de insumo e seus custos: Então, utilizando as frações mássicas obtidas anteriormente, bem como os custos estimados calcula-se: Desta forma, o preço dos insumos fica em torno de R$3997,70, menos que a metade gasta na compra de material para o Wood Frame. Cabe ressaltar que, nesta comparação, não estão sendo analisados os gastos com mão de obra, maquinário e outros custos fixos de fabricação, pois, para esta análise mais detalhada, seria necessário também avaliar a escalabilidade do projeto e uma análise mais profunda de mercado. Além disso, assim como no Wood Frame, estes painéis serão industrializados, padronizados e idealizados para construção mesmo em terrenos topográficos de difícil 9 acesso, e, por conta disso também necessitam da utilização de pilotis (pequenos pilares no térreo, utilizados para nivelamento do assoalho da casa), que podem ser de eucalipto. Outro ponto é que, para o projeto, precisou ser considerado que é muito difícil entrar com maquinário em meio aos conglomerados habitacionais, por isso, as peças precisam ser de fácil manuseio, leves e não devem apresentar necessidade de guindaste para a colocação. Cabe ressaltar que o projeto tem caráter emergencial, isto é, a intenção não é que a família viva nesta habitação por tempo indeterminado. Por conta disso, os painéis precisam ser desmontáveis. Para eliminar o uso de fitas, furos e conexões, que dificultariam a reutilização das placas, além de serem potenciais focos de falhas, idealiza-se que elas sejam encaixáveis como no projeto da imagem 8: Imagem 8: esquema de encaixe entre os painéis, idealizado e desenhado pelos autores. Por este modelo, tem-se que as placas seriam projetadas em formato de “L”, com uma das extremidades oca e a outra de menor espessura para encaixar-se no painel subsequente. Para que o encaixe seja feito com segurança, estima-se que esta cavidade seja cerca de ⅓ do comprimento total da placa. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisou-se que ficou comprovada a viabilidade do uso compósito estudado no que se refere a propriedades mecânicas, em especial o módulo de elasticidade. Apesar dos valores teóricos serem correspondentes, seria necessário realizar ensaios mecânicos para melhor análise, pois, assim, seriam obtidos os valores considerando fatores como adesão fibra/matriz e condições de processamento. No âmbito de custos de insumo, o compósito apresentou grande vantagem em relação ao Wood Frame. O que encarece o projeto é o maquinário utilizado para a fabricação dos painéis, mais sofisticados que os utilizados para o Wood Frame, entretanto, para produção em larga escala, estes custos acabam diluindo. O compósito analisado também apresenta vantagens em relação ao método convencional de construção, por possuir menores limitações no que se refere a design, além de ser menos vulnerável ao ataque de insetos e absorver menos umidade. Além disso, por ser montável e possuir poucos componentes, a ideia é que o projeto não precise de mão de obra especializada para a montagem, o que reduz ainda mais os custos para os potenciais compradores. Cabe ressaltar que, para comercializar a solução, ficam pendentes ainda o projeto elétrico e hidrossanitário das moradias, não explorados neste trabalho por fugir do escopo dos discentes. Além disso, um próximo ponto de melhoria seria a eliminação do uso de pilotis, o que exigiria diferentes padrões de painéis, além do projeto de telhas alternativas. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS B.T. Åström, Manufacturing of Polymer Composites, Chapman & Hall, 1997. Thermoplastic Composites Manufacturing. BOTELHO, G.M.L. 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