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PODOLOGIA PROF.A MA. DANIELE ALMEIDA LOPES Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Mariana Tait Romancini Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão da Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande responsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conhecimento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivência no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mercado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5 1 - CONCEITOS DE PODOLOGIA ............................................................................................................................... 6 2 - IMPORTÂNCIA E FUNÇÃO DOS PÉS .................................................................................................................. 6 3 - PRINCIPAIS ASPECTOS ANATÔMICOS DOS PÉS ............................................................................................. 7 3.1. OSSOS ................................................................................................................................................................... 7 3.2. MOVIMENTOS .................................................................................................................................................... 9 3.3. ARCOS PLANTARES ......................................................................................................................................... 12 3.4. ARTICULAÇÕES ................................................................................................................................................. 13 3.5. MÚSCULOS ........................................................................................................................................................ 15 3.6. FÁSCIA PLANTAR .............................................................................................................................................. 16 4 - ANATOMIA DAS UNHAS ..................................................................................................................................... 17 INTRODUÇÃO A PODOLOGIA, ASPECTOS ANATÔMICOS E PODOPROFILAXIA PROF.A MA. DANIELE ALMEIDA LOPES ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PODOLOGIA 4WWW.UNINGA.BR 5 - PODOPROFILAXIA .............................................................................................................................................. 21 6 - BOLHAS NOS PÉS – PREVENÇÃO E TRATAMENTO ....................................................................................... 23 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 26 5WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A Unidade I abordará os conceitos envolvidos no campo da podologia, além da importância e das funções inerentes aos pés, uma vez que estes integram o pilar de sustentação de todo o corpo. Também serão contemplados os principais aspectos anatômicos dos pés, como a parte óssea, articular, muscular; os movimentos exercidos pelos pés; e as estruturas importantes que constituem os pés, como os arcos plantares e a fáscia plantar. É importante ressaltar que as unhas compõem um dos anexos cutâneos mais imprescindíveis para o conhecimento do profissional que cuida dos pés, sendo assim, a anatomia das unhas também será explicitada. E para finalizar, serão consideradas questões referentes a podoprofilaxia. 6WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - CONCEITOS DE PODOLOGIA O termo podologia tem origem grega, em que, podo significa pé e logos significa tratado. Sendo assim, a podologia se refere ao “estudo e cuidado dos pés”. Da mesma forma que em outras ciências da saúde, constatou-se nos últimos anos um expressivo progresso referente a qualidade e ao tipo de serviços dispensados nesta área, fazendo com que a última descrição seja insatisfatória para designar a podologia nos dias de hoje. Esse avanço ocorreu em virtude do emprego de tecnologias modernas, tanto no que se refere aos recursos de diagnóstico, quanto na aplicação de novos tratamentos, convertendo a podologia em um campo da saúde extremamente especializado, que não está relacionada apenas à tratamentos estéticos, como algumas pessoas pensam, por falta de informação, segundo Goldcher (2009). Sendo assim, a podologia constitui um campo adjunto da medicina, cujo exercício está dedicado a anatomia, fisiologia e doenças dos pés, também conhecidas como podopatias. Além do mais, compreende o conhecimento biomecânico do tornozelo e dos pés, com a finalidade de adquirir conhecimento dos aspectos que caracterizam a marcha e as disfunções que a impossibilitam, podendo, assim, definir um tratamento adequado dentro de uma vasta visão, ou seja, multidisciplinar. Cabe ainda relatar, que a podologia é uma ciência, com preceitos milenares, popular e renomada desde a Antiguidade por numerosas nações. No entanto, muitas vezes os cuidados podológicos são deixados em segundo plano pela cultura atual, e principalmente ocidental, que, por valorizar o que está aparente, exclui o pé, normalmente escondido dentro do calçado que nem sempre é adequado, afirma Bega (2008). A estrutura anatômica dos pés humanos é diferenciada em relação à dos demais membros do reino animal. Trata-se de uma singularidade pela qual o homem sempre será distinguido e reconhecido. Por isso e por sua necessidade de integração social, condição humana básica, o homem passou a se preocupar com o cuidado dos pés. Sendo assim, o aprimoramento técnico- científico é imprescindível para o profissional que cuida dos pés, porque é a forma de estabelecer sua condição de bom profissional e diferenciar-se dos raspadores de pés, empíricos ou não, e da pedicuria (pedicures) em geral, expõe Bega (2008). 2 - IMPORTÂNCIA E FUNÇÃO DOS PÉS Os pés compõem o único ponto básico do sistema locomotor, o que possibilita o ser humano permanecer na postura bípede, conjuntamente com os músculos que exercem função na cabeça, tronco, quadril e membros inferiores. Qualquer modificação no posicionamento bípede reflete um prejuízo em todos os componentes que colaboram para a dinâmica corporal. Os pés integram o pilar de sustentação do corpo humano, pois são eles que apoiam toda carga corporal, ficando, assim, suscetíveis a profundas tensões. Existe uma rede de músculos,fáscias, tendões e ligamentos, que trabalham de forma integrada, proporcionando a movimentação, o suporte e a manutenção dos ossos do pé na posição correta. Além disso, auxiliam na manutenção do equilíbrio quando exposto a superfícies irregulares, provendo a propulsão, elasticidade e flexibilidade essenciais para andar, saltar e correr, menciona Dorneles (2011). Conforme foi exposto anteriormente, o pé é o principal suporte do peso do corpo. Ainda assim, os pés apresentam diferentes atribuições: uma em estática, quando o sujeito está imóvel e na posição em pé; e outra em dinâmica, quando o sujeito está se movimentando. A função estática corresponde a disseminação de forças que o peso corporal faz incorrer sobre os pés. 7WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Já a função dinâmica é altamente complexa, visto que, abrange o conhecimento dos aspectos mecânicos dos pés e do corpo como um todo (biomecânica). Entretanto, de maneira simplificada pode ser reportado como um “motor ativo”, pois propicia a propulsão (impulsão) para a caminhada, corridas, saltos, etc., isto é, opera como uma alavanca. A função dinâmica também exerce uma função importante, pois suaviza as pressões impostas aos pés durante o ciclo da marcha, corrida, salto, entre outros. O pé pode ser designado “técnico especializado”, pois viabiliza o ajustamento a movimentos complexos e específicos, conforme Miranda (2001). Segundo Manfio (2001), o pé humano se configura numa fonte incessante de estímulos sensitivos, que resultam do toque do pé com o meio ambiente, e que por meio do sistema nervoso elaboram dados primordiais para que o indivíduo conserve o equilíbrio ao longo do ciclo da marcha e durante as atividades de vida diária. Como se pode concluir, o pé é uma estrutura de elevada relevância para o corpo, pois propicia uma relação e/ou interação entre o corpo e o meio externo que o cerca, viabilizando a realização de movimentos e a percepção de estímulos que são emitidos pelo meio afora. Sabe-se que os ossos que constituem os pés são extremamente fortes, pois além de possibilitarem a prática de uma série de movimentos, também propiciam superar limites, além de serem resistentes a uma série de impactos, explica Moore e Dalley (2007). Entretanto, isso não significa que os pés não precisem de zelos, muitas vezes essenciais, o que permite que o esteticista atue no cuidado e embelezamento dos pés, através de procedimentos estéticos e terapêuticos. 3 - PRINCIPAIS ASPECTOS ANATÔMICOS DOS PÉS 3.1. Ossos O pé é composto por 26 ossos e outros acessórios que nem sempre estão presentes em todos os pés, sendo muito deles causadores de problemas que impedem a perfeita deambulação. Como nas mãos, possuímos três grupos de ossos formando os pés: tarso, metatarso e falanges (Figura 1), cita Neto (2006). Figura 1 – Pés: tarso, metatarso e falanges. Fonte: Dayaandré (2012). O tarso é constituído por 7 ossos distribuídos em 2 fileiras: 1- proximal (sendo os ossos: tálus e calcâneo) e 2- distal (sendo os ossos: navicular, cuboide, cuneiforme medial, intermédio e lateral). O metatarso é formado por 5 ossos metatarsianos que são elencados na direção medial para lateral em I, II, III, IV e V e correspondem aos dedos dos pés. Com relação aos dedos dos pés, o 1º dedo, vulgarmente chamado de dedão do pé, é denominado hálux. 8WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Os dedos dos pés são compostos por 14 falanges, sendo que o hálux apresenta apenas 2 falanges (a falange proximal e a distal) e os outros dedos, II, III, IV e V (mínimo/dedinho) são formados por 3 falanges cada um: falange distal, falange média e falange proximal (Figuras 2 e 3) (TOMITA, 2016). Figura 2 – Ossos do pé. Fonte: CENTRALX ATLAS, 2017. Figura 3 – Sistema esquelético dos pés. Fonte: Pesquisa Escolar (2018). 9WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Clinicamente, o pé é fracionado em três áreas, como observa-se na figura 4, sendo elas: retropé, mediopé e antepé. O retropé, região de calcanhar, é constituído pelos ossos tálus e calcâneo. Já a porção referente ao mediopé é determinada pelos seguintes ossos: navicular, cubóide e cuneiformes medial, intermédio e lateral. E o antepé, também conhecido como a região da ponta dos pés, é formado pelos metatarsos (I ao V) e pelas falanges do I ao V dedo, menciona Simon e Sherman (2013). Figura 4 – Divisão clínica do pé. Fonte: Slideplayer (2018). 3.2. Movimentos 1) Dorsiflexão (flexão dorsal) e flexão plantar (plantiflexão): Dorsiflexão é o movimento da articulação do tornozelo que se refere à flexão entre o pé e a superfície do corpo, ou seja, é o movimento de aproximação do dorso do pé à região anterior da perna. Na dorsiflexão, os dedos do pé se movimentam no sentido da perna, resultando na diminuição do ângulo entre a região dorsal do pé e a perna. Para facilitar o entendimento, a dorsiflexão é uma nomenclatura utilizada quando se está com o pé inclinado para cima, como se estivesse subindo uma rampa. A amplitude desse movimento é de aproximadamente 20 graus. O movimento antagônico à dorsiflexão é a flexão plantar, que consiste em abaixar o pé alinhando-o em maior eixo com a perna, elevando o calcanhar do chão. A amplitude desse movimento é em torno de 50 graus (Figura 5), segundo Neumann (2011). 10WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 – Dorsiflexão e flexão plantar. Fonte: Wesley (2012). 2) Adução e abdução: abdução consiste no movimento que ocorre no plano transverso, com os dedos apontando para fora (região lateral), ou seja, distante da linha mediana (meio). Adução é o movimento oposto, de direcionar os dedos dos pés para região medial (para dentro). As articulações tarsais, entre os ossos do tarso, são responsáveis por esse movimento (Figura 6), coloca Dobler (2003). Figura 6 – Movimento de adução e abdução dos pés. Fonte: CAETANO, 2018. 3) Pronação e supinação: o movimento de pronação acontece quando a região lateral do pé vai em direção a parte lateral da perna e sua amplitude máxima é de 5 graus. Já a supinação, termo que indica voltado para o sol, ocorre quando a parte medial do pé vai em direção a região medial da perna e sua amplitude máxima consiste de 20 graus. Tanto a supinação quanto a pronação ocorre na articulação subtalar, entre a face interior do tálus e a face superior do calcâneo (Figura 7), comenta Standring (2010). 11WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 – Pronação e supinação do pé. Fonte: Rayes (2018). 4) Eversão e inversão: eversão é um termo que indica o movimento que faz a planta do pé para longe do plano mediano (meio), em direção súpero-lateral, sendo a amplitude máxima desse movimento 20 graus. Inversão, indica o movimento que a planta do pé faz em sentido mediano (meio), direção ínfero-medial. A amplitude máxima do movimento inversão é de 40 graus (Figura 8), menciona Martini, Timmons e Tallitsch (2009). Figura 8 – Eversão e inversão do pé. Fonte: Dicionário da saúde, 2015. 5) Flexão e extensão dos dedos dos pés: flexão dos dedos se refere ao movimento dos dedos em direção a região plantar, ocorre quando os dedos se aproximam da região da planta do pé. A extensão é quando os dedos dos pés se aproximam do dorso do pé (Figura 9), mostra Marieb e Hoehn (2009). 12WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 9 – Flexão e extensão dos dedos do pé. Fonte: Rayes (2018). 3.3. Arcos plantares Os ossos dos pés em conjunto formam importantes arcos que ajudam no suporte e na distribuição do peso corpóreo de forma adequada na planta do pé, além de atuar como alavanca nas caminhadas. Os arcos dos pés apresentam mobilidade de acordo com o peso e a pressão que recebem, voltando sempre a posição normal quando em repouso, ou seja, sem carga. Existem 3 arcos plantares (Figura 10), mostra Dobler (2003): 1- Arco longitudinalmedial: constituído pelo calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial e primeiro metatarso. 2- Arco longitudinal lateral: composto pelo calcâneo, cubóide, III, IV e V metatarsos. 3- Arco longitudinal transversal: formado pelos ossos cuneiforme medial, cuneiforme intermédio, cuneiforme lateral e cubóide. Figura 10 – Arcos longitudinais e transverso do pé. Fonte: Rayes (2018). 13WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3.4. Articulações Diferentes das mãos, que servem para movimentos amplos e delicados, os pés suportam todo o peso do corpo e, muitas vezes, percorrem terrenos acidentados e adaptam-se a eles, atuando também como força propulsora para transportar o corpo, cita Bega (2008). Faremos aqui uma revisão sobre as principais articulações constituintes do pé, pois são de fundamental importância para a podologia. Há 33 articulações nos pés divididas em dois grupos importantes: diartroses (articulações móveis, de movimento) e anfiartroses (articulações semimóveis, limitadas por um ligamento interósseo), mostra Miranda (2001). • Articulações interfalangeanas (entre as falanges): existem nove e localizam-se entre as falanges dos dedos e são diartroses (do tipo sinoviais). As articulações interfalangeanas são do tipo dobradiça, permitindo principalmente os movimentos de extensão e flexão (Figura 11), coloca Palastanga, Field e Soames (2000). Figura 11 – Articulação interfalangeana proximal e distal. Fonte: Medeiros (2011). • Articulações metatarsofalangeanas: existem cinco. Localizam-se entre os ossos metatarsais e as falanges proximais dos dedos (Figura 12). São articulações do tipo sinovial e permitem os movimentos de extensão, flexão, abdução limitada, adução, rotação e circundação, menciona Kapandji (2000). Figura 12 – Articulação metatarsofalangeana. Fonte: MEDEIROS, 2011. 14WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Articulações tarsometatarsais: localizam-se entre os ossos do tarso e os metatarsos. São articulações do tipo sinoviais e permitem movimentos limitados de deslizamento entre esses ossos. Entretanto, as articulações tarsometatarsais existentes entre o metatarso do hálux e o cuneiforme medial permitem maior amplitude de movimentos do que as outras articulações tarsometatarsais. Além disso, possibilitam, também, flexão, extensão e rotação (Figura 13). Figura 13 – Articulações tarsometatarsais. Fonte: Lima (2015). • Articulações intertarsais: entre os ossos do tarso. Existem: 1- entre cuneiforme medial e cuneiforme intermédio; 2- entre cuneiforme medial e navicular; 3- entre cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral; 4- entre cuneiforme intermédio e navicular; 5- entre cuneiforme lateral e cuboide; 6- entre cuneiforme lateral e navicular; 7- entre cuboide e navicular; 8- entre cuboide e calcâneo (articulação calcaneocuboidea); 9- entre navicular e tálus; 10- entre tálus e calcâneo (articulação talocalcânea); e 11- entre tálus, calcâneo e navicular (articulação talocalcaneonavicular). As principais articulações nas quais os movimentos são observados são as articulações talocalcânea, calcaneocuboidea e talocalcaneonavicular. As articulações intertarsais existente entre os cuneiformes e o navicular possibilitam movimento limitado e, a articulação entre os ossos cuboide e o navicular geralmente é do tipo fibrosa e não sinovial. As articulações intertarsais são do tipo sinovial e possibilitam principalmente os movimentos de inversão, eversão, supinação e pronação do pé (STANDRING, 2010). • Articulação do tornozelo (talocrural): é do tipo sinovial e envolve os ossos tíbia e fíbula da perna e o osso tálus do pé (tarso). Constituída de 3 articulações: 1- entre tíbia e fíbula; 2- entre tíbia e tálus; e 3- entre fíbula e tálus. Os principais movimentos permitidos por essa articulação são a dorsiflexão e a flexão plantar (Figura 14) (NETO, 2006). 15WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 14 – Articulação do tornozelo. Fonte: Bambam Capoeira (2010) e Maffi (2018). 3.5. Músculos Com relação às funções da musculatura dos pés, pode-se destacar o mover e estabilizar os dedos no chão; suportar os arcos dos pés; levantar os dedos; e controlar os movimentos do tornozelo. Conhecer a estrutura muscular dos pés e onde cada músculo está inserido permite que o profissional que cuida dos pés entenda melhor a biomecânica dos membros inferiores; saiba diferenciar os movimentos; e localize perfeitamente os músculos, por meio da anatomia descritiva e palpatória. Os músculos são formados por conjuntos de células alongadas, que, devido, as suas características morfológicas são denominadas fibras musculares. Dentre as propriedades das fibras musculares pode-se destacar a contratilidade/relaxamento e a elasticidade, que propiciam ao músculo, quando estimulado por impulso nervoso motor, alterar sua forma e encurtar-se, caracterizando a contração, e voltar a forma inicial quando cessar a estimulação, caracterizando o relaxamento, mostra Neto (2006). A seguir, destacaremos os músculos que atuam no tornozelo e pé, além dos músculos intrínsecos dos pés, com suas respectivas ações musculares (Quadros 1 e 2). MÚSCULO AÇÃO Tibial anterior Dorsiflexão e inversão do é Extensor longo dos dedos Extensão dos II, III, IV e V dedos e dorsiflexão Extensor longo do hálux Extensão do hálux e dorsiflexão Fibular terceiro Dorsiflexão e eversão do pé Fibular longo Eversão do pé Fibular curto Eversão do pé Gastrocnêmio Flexão plantar Sóleo Flexão plantar Plantar Flexão plantar Poplíteo Flexão da perna Flexor longo do hálux Flexão do hálux e flexão plantar Flexor longo dos dedos Flexão dos II, III, IV e V dedos e flexão plantar Tibial posterior Flexão plantar e inversão do pé Quadro 1 – Músculos que atuam no tornozelo e pé e respectivas ações musculares. Fonte: Neto (2006). 16WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA MÚSCULO AÇÃO Extensor curto dos dedos Extensão dos dedos do pé Abdutor do hálux Abdução do hálux Flexor curto dos dedos Flexão do II ao V dedos Abdutor do dedo mínimo Abdução do dedo mínimo Quadrado plantar Auxilia na flexão do II ao V dedos Lumbricais Flexão da falange proximal, extensão das falanges medial e distal do II ao V dedos Flexor curto do hálux Flexão do hálux Adutor do hálux Adução do hálux Flexor curto do dedo mínimo Flexão do dedo mínimo Interósseos plantares Adução dos dedos a partir do II dedo Interósseos dorsais Abdução dos dedos a partir do II dedo Quadro 2 – Músculos intrínsecos do pé. Fonte: Neto (2006). Na ilustração, destaca-se alguns músculos da região dorsal e plantar do pé (Figura 15). Figura 15 – Principais músculos do pé. Fonte: Medeiros (2010). 3.6. Fáscia plantar A fáscia plantar, também chamada de aponeurose plantar, é uma estrutura fibrosa e inelástica situada na região plantar (sola) do pé, localizada especificamente entre os músculos flexores e a pele do pé (Figura 16). É uma estrutura que se estende do calcâneo (osso do calcanhar) e se ramifica até todos os dedos dos pés, se inserindo na falange proximal de todos os dedos. A fáscia plantar conecta o calcâneo aos dedos, e dá origem ao arco longitudinal do pé, também denominado arco plantar. A fáscia tem função de promover estabilidade ao arco plantar longitudinal, impedindo que o pé desabe durante o ciclo da marcha, além de suportar forças muito grandes, menciona Moore (2007). 17WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 16 - Aponeurose plantar. Fonte: GOZZI, 2018. 4 - ANATOMIA DAS UNHAS A anatomia das unhas é um assunto a parte, uma vez que, compõe um dos anexos cutâneos mais imprescindíveis para o conhecimento da esteticista. As unhas são lâminas constituídas de células queratinizadas (formam placa córnea), de consistência dura, porém flexíveis, semitransparentes, que recobrem parcialmente o dorso das falanges distais, tanto das mãos, como dos pés, e tem como função principala proteção das extremidades dos dedos, contra impactos e atritos, além de facilitar a preensão de pequenos objetos. As unhas apresentam também uma função defensiva, no que se refere ao ato de arranhar, cortar, etc., cita Netter (2014). Conforme, observa-se na figura 17, as unhas podem ser divididas em regiões (NETO, 2006): 1- Corpo da unha: é a região visível da unha, que fica na região distal, e se prossegue desde a raiz da unha até a borda livre; 2- Raiz da unha: região proximal, que fica recoberta pela pele. Na raiz está fixado um tecido em crescimento denominado matriz da unha; 3- Borda livre: limite externo da unha. Parte da unha em que se apara e lixa. 18WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 17 – Divisão clínica da unha. Fonte: Cursos Unhas Decoradas (2018). Com relação aos componentes anatômicos das unhas, podemos destacar, coloca Bega e Larosa (2010): 1- Matriz ungueal (raiz da unha): é a região proximal da unha que emerge para formar o corpo da unha. Essa região é responsável pelo crescimento da unha. Está localizada abaixo da pele. Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz (Figura 18). 2- Corpo da unha (lâmina ungueal): é a própria unha que está situada sobre uma estrutura denominada leito ungueal, conforme observa-se na figura 18. A unha é formada de escamas córneas compactas, vigorosamente coladas umas às outras, constituída por uma substância a base de proteína designada queratina. Seu crescimento é de aproximadamente 3 a 5 mm nas mãos e 1 mm nos pés por mês. A consistência da unha depende de pessoa para pessoa e de fatores genéticos e externos, como por exemplo, a unha pode ficar super hidratada e amolecida, quando em contato prolongado com umidade; ou ressecada e quebradiça quando sofrer desidratação. 3- Leito ungueal: é a região abaixo do corpo da unha, formada pela derme (sobre o periósteo da falange distal) e epiderme. Sua região se estende desde a lúnula até o hiponíquio. Apresenta grande quantidade de terminações nervosas e vasos sanguíneos (Figura 18). Na figura 19, observa-se leito ungueal exposto. 4- Eponíquio (cutícula): prolongamento que se estende sobre o corpo da unha, ou seja, lâmina ungueal. A cutícula é composta de queratina e apresenta como principal função preservar a matriz ungueal contra o ingresso de agentes químicos, biológicos, etc. A retirada da cutícula, favorece quadros infecciosos. 5- Hiponíquio: composto por delgada camada da epiderme e faz a junção entre o leito ungueal e o corpo da unha. Apresenta grande quantidade de terminações nervosas, sendo assim uma região muito sensível (Figura 18). 19WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 18 – Estrutura da unha. Fonte: Sales (2011). 6- Lúnula: aparenta uma “meia lua”. Corresponde à região esbranquiçada da unha (porque não fica totalmente aderida ao tecido conjuntivo). Indica a posição da matriz ungueal (Figura 20). Figura 20 – Lúnula da unha. Fonte: Teixeira (2016). 20WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 7- Prega ungueal proximal: pele localizada na região proximal, que recobre a raiz da unha, conforme observa-se na figura 21. 8- Pregas ungueais laterais: correspondem as bordas laterais do corpo da unha (Figura 21). Figura 21 – Pregas ungueais. Fonte: Angelica Beauty (2018). O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um processo de proliferação das células epiteliais de sua raiz, que gradualmente se queratiniza para formar a placa córnea, constituída de células mortas. As unhas dos pés crescem aproximadamente 1 mm por semana, sendo esse crescimento mais rápido no verão comparado ao inverno (NETO, 2006). No entanto, existem alguns fatores que influenciam no crescimento ungueal, como (RIVITTI, 2014): 1- Fatores mecânicos: a utilização excessiva da unha que acelera seu crescimento, como é o caso dos digitadores, pianistas e onicófagos (pessoas que roem as unhas), entre outros; 2- Fatores nutricionais: necessidades de vitaminas A, D, B, C e proteínas. O déficit nutricional interfere na síntese de queratina (proteína que constitui a unha), o que contribui para um crescimento inadequado das unhas. A falta de hidratação propicia o desenvolvimento de unhas quebradiças e com descamações; 3- Problemas relacionados à circulação sanguínea: quando deficiente, dificulta o crescimento da unha, como ocorre nos casos de pessoas diabéticas; 4- Agentes químicos e umidade: a toxidade de produtos químicos, como dos produtos de limpeza, interfere na renovação celular, contribuindo para crescimento inadequado das unhas. Além disso, permanecer muito tempo com as mãos e/ou os pés molhados favorece o aparecimento de micoses e infecções bacterianas, que comprometem o crescimento das unhas; 5- Níveis hormonais: em decorrência do reajuste hormonal, que ocorre durante a gestação, as unhas crescem mais rápido, porém, na menopausa é o contrário, a redução dos níveis de estrogênio faz com que elas ressequem e fiquem mais frágeis. Isso ocorre devido a desidratação, fato que está diretamente ligado à diminuição da produção de estrogênio (hormônio também responsável pela regulação e retenção de água), dessa forma, as unhas crescem com maior dificuldade. 21WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 5 - PODOPROFILAXIA Os pés merecem cuidados especiais, pois carregam o peso do corpo, muitas vezes em saltos altíssimos e sapatos fechados por longas horas. Além disso, eles estão sempre sujeitos a ter unhas encravadas, calosidades, rachaduras e cansaço ao final do dia. Pés ressecados, por exemplo, tem tendência a formar fissuras (rachaduras) muito antiestéticas e as vezes dolorosas, que podem evoluir para a formação de feridas, mostra Godoy e Ozaki (2008). O comprometimento estético decorrente de doenças que acometem os pés pode ainda intimidar o paciente em condições de exposição dos pés, como na utilização de calçados abertos. Sendo assim, o esteticista apresenta função essencial, no que se refere à investigação da saúde dos pés e a promoção de ações voltadas a prevenção de disfunções que interferem no embelezamento dos pés. Com relação as unhas, sua principal função como já dito anteriormente, é proteger a ponta dos dedos. Entretanto, também exercem função estética. E alguns fatores podem interferir no aumento ou na diminuição do tempo de crescimento das unhas. A unha normal é lisa, fina e transparente, e pode revelar o estado de saúde das pessoas. Muitas doenças e infecções podem ser detectadas por alterações nas unhas, menciona Gorzoni (2011). Unhas sadias, bonitas e bem cortadas, planta dos pés sem calos e calosidades são itens importantes na avaliação da qualidade de vida. O primeiro passo é a escolha do profissional, que deve ter uma boa formação, pois são indispensáveis o conhecimento técnico e o uso de instrumentais rigorosamente esterilizados e/ ou descartáveis. O risco de adquirir doenças nos pés causados por fungos, vírus e bactérias é grande; portanto, todo cuidado é pouco, cita Godoy e Ozaki (2008). No intuito de neutralizar o desgaste natural dos pés, é imprescindível adotar alguns hábitos que futuramente podem evitar complicações, além de manter os pés bonitos. Assim sendo, é de extrema relevância ações de orientação do esteticista na profilaxia dos pés e unhas, como fator de promoção para a saúde e beleza das unhas e dos pés como um todo dos seus pacientes, como pode-se destacar, segundo Godoy e Ozaki (2008), Gorzoni (2011): • Preferir sapato social com salto de 2 centímetros de altura, uma vez que, distribui melhor o peso do corpo entre a ponta do pé (antepé) e o calcanhar, evitando dores no final do dia. • Hidratar os pés diariamente antes de dormir. Cremes à base de ureia e ácido salicílico são a melhor opção. • Limitar o uso da lixa para 1 a 2 vezes por mês. Além de estimular o crescimento da pele, lixar demais pode levar ao aparecimento de calos e rachadurasplantares. • Esmaltes convencionais possuem substâncias tóxicas, como formaldeído ou mesmo solventes, como tolueno e benzeno, que agridem e ressecam as unhas, deixando-as fracas e quebradiças. Por isso, é importante prevenir, ao usar fortalecedor de unhas, que formará uma película de proteção, evitando que as substâncias agressivas do esmalte convencional entrem em contato direto com as unhas. • Deve-se evitar a aplicação de solventes na unha, como a acetona, pois acarretam em ressecamento e enfraquecimento das unhas. Dê preferência a removedores de esmaltes que não possuem acetona na formulação. • Evitar calçados apertados e com bico fino. O uso frequente favorece a formação de calos e joanetes. 22WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Para evitar odores desagradáveis, preferir meias de algodão, pois absorvem a transpiração e protegem os pés de fungos e bactérias que provocam micose e mau cheiro. • Depois do banho, secar bem os pés, principalmente entre os dedos. • Os pés dispõem de abundantes terminações nervosas, por essa razão, o ato de massageá- los favorece o corpo como um todo, proporcionando elevada sensação de bem-estar física e emocional, além de conservá-los macios e maleáveis. • Cortar as unhas no formato quadrado. Passar a lixa na borda e nos cantos, para que não encravem. • Não tirar as cutículas, deve-se apenas acomodá-las, empurrando-as contra o contorno das unhas. • Realizar massagem, de preferência antes dormir, utilizando esfoliante e loções para pernas e pés, a base de princípios ativos calmantes e relaxantes, no intuito de deixá-los macios e bem cuidados. Além das dicas relatadas, cabe à esteticista realizar os seguintes procedimentos que Piedade (1999) menciona: 1- aparar as unhas de maneira adequada; 2- higienizar de maneira rigorosa e cuidadosa todas as pregas ungueais interdígitos de cada dedo (entre os dedos); 3- inspecionar de maneira minuciosa a planta dos pés, dedos e unhas no intuito de detectar possíveis doenças; 4- higienizar rigorosamente todo o pé, para eliminar fungos e outros microrganismos que possam ocasionar doenças; 5- reparar unhas encravadas decorrentes do uso de calçados inapropriados, cortes incorretos de unhas ou por traumas; 6- eliminar e cuidar de verrugas que atingem a região plantar dos pés; 7- retirar e promover cuidados adequados para calos e calosidades; 8- promover hidratação apropriada conforme à idade, à estação do ano, ao tipo físico e ao tipo de trabalho do paciente; 9- provocar o aumento da circulação sanguínea e linfática por meio de massagens, proporcionando simultaneamente o relaxamento muscular; 10- desenvolver suportes e dispositivos adequados para pés com desvios, quando capacitado, ou encaminhar para profissional especializado; e 11- orientar o paciente quanto a modelos e tipos apropriados de calçados. É importante frisar que procedimentos básicos de saúde, dotados de qualidade e segurança para o paciente e para o profissional, podem impedir a contaminação e a transmissão de diversas patologias, algumas até irreversíveis. Cuidar dos pés é, portanto, uma necessidade básica que visa ao bem-estar de qualquer pessoa. 23WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 6 - BOLHAS NOS PÉS – PREVENÇÃO E TRATAMENTO Andar com sapato inadequado pode machucar os pés e estragar qualquer programa. É possível prevenir as bolhas (Figura 22), mas, se elas já e formaram, o jeito é ter paciência, cuidar do ferimento e esperar a pele se recuperar. A seguir, estão algumas sugestões de especialistas para esse problema: Figura 22 – Bolha no dedo do pé. Fonte: Guerra (2012). 1- Usar meia mais fina por baixo da meia grossa diminui o atrito: existem meias, geralmente, importadas que prometem evitar as bolhas, pois não absorvem o suor e secam rápido. São vendidas em lojas especializadas em esportes de aventura e indicadas para quem caminha por longas distâncias. Apesar de práticas, ainda são caras. Por isso, uma boa alternativa é vestir meias finas por baixo das grossas. Assim, o atrito diminui e a probabilidade de formação de bolhas é menor. Também não se deve usar tênis novo em dia de caminhada. Com o movimento, o pé incha e o sapato, que costuma estar macio na hora de provar, pode incomodar. Deve-se tentar lasseá-lo dia antes, mostra Godoy e Ozaki (2008). 2- Própolis age como anti-inflamatório e antisséptico para bolhas estouradas: quando a bolha estoura, a camada de queratina que protege a pele em formação, se perde. Fica aberta uma porta para a entrada de bactérias que podem causar infecções mais sérias. Para evitar a contaminação, é necessário cobrir a região com curativos que barrem os microrganismos. A indicação é lavar bem o local antes de cobrir a lesão. Passar pomada, creme ou tintura de própolis no machucado, que também ajuda a acelerar a cicatrização. Essa substância natural impede a proliferação dos microrganismos, e consequentemente a infecção. Na maioria das vezes, o calçado apertado ou pouco flexível é o grande responsável pelo problema. Por causa do atrito, as estruturas que ligam a camada superficial da pele à camada mais profunda se rompem, causando reação inflamatória. Forma-se, assim, um líquido, e a região fica dolorida. O ideal é não arrancar o teto (pele) da bolha, pois ele protege e não deixa exposta a pele nova, que ainda está em formação. Mesmo nos casos em que se retire o líquido interno da bolha, o correto é manter e conservar o máximo de pele possível, uma vez que, essa pele atua como agente protetor natural. 24WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA É preciso lembrar de evitar usar o mesmo calçado que feriu o pé, até este sarar por completo. A cura é rápida, leva cerca de 5 dias para a pele se recuperar. Se persistir por mais tempo, a bolha nos pés pode indicar outras doenças, como infecções por fungos (micose, por exemplo) ou por bactérias, além de alergias a medicamentos. Nesse caso, é necessário consultar o médico, expõe Godoy e Ozaki (2008). Figura 23 – Esponja venosa plantar. Fonte: Leal (2013). O funcionamento da esponja venosa plantar (Figura 23) é imprescindível para que o retorno venoso dos membros inferiores ocorra de maneira eficaz. Pelo posicionamento anatômico das veias plantares, localizadas na região plantar, ao deambular (caminhar), ocorre uma compressão nessas veias pela própria planta do pé, o que gera um aumento da pressão intravenosa, resultando na progressão rápida do sangue circulante nessas veias, estimulando assim, o retorno venoso. Dessa forma, essa esponja atua drenando o sangue para as pernas em decorrência da movimentação dos pés, mostra Kadunc (2012). 25WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Para mais informações a respeito da integração dos conhecimentos técnicos da podologia às áreas básicas da Anatomia, recomenda-se a seguinte leitura: BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia. Bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010. Uma revisão interessante e didática a respeito dos ossos do tarso, metatarsos e falanges pode ser vista no vídeo: Anatomia do Pé: Ossos do Tarso, Metatarsos e Falanges - Sistema Esquelético/Ósseo - VideoAula 053. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RmW-W1hVkNc>. Acesso em: 18 jun. 2018. Os pés podem ser reflexo de como está a nossa saúde? Ter pés bonitos é sinônimo de cuidado com o corpo e de bem-estar. Dispensar atenção e zelo apropriados a essa a essa região, irá conservá-la higienizada, macia, delicada e apresentável, além do mais importante, que é assegurar a saúde dos próprios pés e, consequentemente, do organismo em geral, uma vez, que preveni o aparecimento de diversas doenças. 26WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A podologia é um campo auxiliar da área da saúde, voltada para a prevenção, diagnóstico e tratamento das afecções que acometem os pés e suas repercussõesno corpo humano como um todo. Sendo assim, a atuação do profissional que cuida da saúde e embelezamento dos pés depende de conhecimento profundo e minucioso dos aspectos anatômicos, fisiológicos e biomecânicos dos pés. Além disso, os pés constituem a base do corpo, com funções relacionadas ao suporte corporal e movimentação que permitem ao ser humano o ir e vir, pular, saltar, enfim, executar diversas atividades. O estudo e domínio da anatomia das unhas é essencial, uma vez que o profissional que cuida dos pés também dispende cuidados no que se refere a prevenção, diagnóstico e tratamento das diversas podopatias que acometem a lâmina ungueal. É importante frisar que os pés merecem cuidados especiais, pois carregam o peso do corpo, muitas vezes em saltos altíssimos e sapatos fechados por longas horas, favorecendo o aparecimento de bolhas e outras condições. Sendo assim, a esteticista apresenta função essencial, no que se refere à investigação da saúde dos pés e a promoção de ações voltadas a prevenção de disfunções que interferem não apenas no embelezamento dos pés, mas também na sua funcionalidade e saúde em geral. 2727WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 28 1 - ASSISTÊNCIA NA PODOLOGIA ......................................................................................................................... 29 2 - LESÕES ELEMENTARES DERMATOLÓGICAS .................................................................................................. 33 2.1. LEDS POR ALTERAÇÃO DE COR ....................................................................................................................... 34 2.2. LEDS SÓLIDAS .................................................................................................................................................. 42 2.3. LEDS LÍQUIDAS ................................................................................................................................................ 46 2.4. LEDS POR ALTERAÇÃO DE ESPESSURA ........................................................................................................ 49 2.5. LEDS POR PERDA TECIDUAL ......................................................................................................................... 53 3 - PODOPOSTUROLOGIA ..................................................................................................................................... 56 3. 1 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 69 ASSISTÊNCIA PODOLÓGICA, LESÕES ELEMENTARES E PODOPOSTUROLOGIA PROF.A MA. DANIELE ALMEIDA LOPES ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PODOLOGIA 28WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Na Unidade II, serão abordados as principais etapas e os objetivos de cada fase da assistência podológica. Também serão contempladas as lesões elementares dermatológicas, que referem toda e qualquer alteração que acomete o tecido cutâneo, sendo que essas serão classificadas em cinco grupos, sendo elas, por alteração de cor; de conteúdo sólido; de conteúdo líquido; por alteração de espessura e por perda tecidual. Finalizaremos a unidade abordando a podoposturologia, que é uma área que analisa a associação entre os pés e a postura corporal, além das principais patologias podais que alteram a postura do indivíduo e consequentemente toda estética corporal. 29WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - ASSISTÊNCIA NA PODOLOGIA A podologia está alicerçada nas ciências básicas da saúde, onde se apoiam outras ciências, como a medicina, enfermagem, fisioterapia, farmacologia, biomedicina, entre outros. Sendo assim, a podologia baseia-se num conjunto de procedimentos e técnicas específicas que apresentam como objetivo preservar e/ou resgatar a saúde dos indivíduos, no que se refere aos membros inferiores, especialmente do tornozelo em direção aos pés. Dessa forma, o esteticista é um profissional de saúde que compreende o funcionamento do corpo humano e suas necessidades biopsicossociais, atuando no campo da prevenção e da promoção da saúde, com ênfase nos membros inferiores, segundo Bega (2010). A seguir destacaremos as principais etapas da assistência podológica: 1- Anamnese (palavra derivada do grego, em que ana, significa trazer de novo e mnesis, memória) se refere a uma entrevista efetuada pelo profissional de saúde ao seu paciente, constituindo item inicial e essencial no diagnóstico da patologia. De outro modo, constitui uma entrevista realizada com o objetivo de recapitular todas informações que apresentam relação direta ou indireta com a patologia e com o indivíduo doente. Uma anamnese, como qualquer outra entrevista, dispõe de métodos e/ou técnicas que devem ser respeitadas e executadas. O profissional, ao exercer os métodos adequados que compreendem a anamnese, assegura um melhor e maior aproveitamento do tempo dispensado ao atendimento, resultando num diagnóstico confiável e tratamento apropriado. A anamnese, quando exercida com êxito, auxilia no estabelecimento de aproximadamente 85% do diagnóstico na clínica médica, concedendo 10% para o exame clínico (físico) e somente 5% para os exames laboratoriais ou complementares, cita Piedade (1999). No caso do profissional que cuida dos pés, a anamnese será um monte crucial para a coleta de dados. Será a ferramenta fundamental para estudar o caso do paciente e propor, através de uma análise minuciosa, o melhor tratamento ou orientação possível. Durante a anamnese são também coletados dados pessoais do paciente (nome, data de nascimento, naturalidade, nacionalidade, endereço, escolaridade, profissão, informações sobre calçados, meias e condições de higiene, entre outros dados relevantes para entender o contexto histórico do paciente), essa etapa é denominada histórico do paciente. Seguido da anamnese é efetuado o exame físico, etapa caracterizada pela investigação dos sinais e sintomas da enfermidade. Após coletar os dados do paciente, o avaliador irá realizar um comparativo das informações obtidas com as encontradas no exame físico do paciente para, assim, fechar um diagnóstico, mostra Bega e Larosa (2010). 2- O exame físico, também chamado de exame clínico se refere a diversas técnicas e métodos que os profissionais da saúde utilizam para determinar o diagnóstico de alguma enfermidade, déficits de capacidade funcional, dentre outros distúrbios que afetam a saúde; no intuito de estabelecer tratamentos e intervenções adequadas, além de programas de prevenção de agravamento das condições do paciente. Normalmente, o exame físico é executado após a anamnese, e para essa etapa, frequentemente, utiliza-se ferramentas, como estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro, etc., com o propósito de analisar de forma eficiente um determinado órgão ou sistema, se atentando para possíveis modificações anatômicas (morfológicas) ou funcionais consequentes da patologia. Além disso, serve para a constatação do bom funcionamento dos sistemas, menciona Bega (2008). 30WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Considera-se o paciente como um organismo complexo, sob ponto de vista biopsicossocial e cultural. Hoje, fala-se muito em atendimento holístico (global), o que somente é possível se o paciente for entendido em seu contexto mais amplo possível, uma vez que o holístico pressupõe o ser humano como um todo indivisível. Sendo assim, são atendidos pela podologia não apenas dois pés e, sim, um ser complexo. O exame físico pode ser realizado de forma geral ou focal e compreende 4 etapas distintas, como a inspeção, a ausculta, a palpação e a percussão. Lembrando que essas técnicas podem ser aperfeiçoadas,no entanto, demandam alguns preceitos como calma, experiência, conhecimento e persistência. Vale ressaltar que o sentido do exame deve ser cefálico-podálico, ou seja, deve ser realizado de cima para baixo (“indo da cabeça em direção aos pés”), coloca Bega (2008). • INSPEÇÃO: é a primeira etapa do exame físico, e exige a utilização do sentido da visão. Método de observação usado durante os exames físicos (Figura 1). A inspeção ou “observação do paciente”, é o primeiro passo no exame de um paciente ou de uma parte de seu corpo. Tem como objetivo detectar dismorfias, déficits no desenvolvimento, lesões de pele, existência de cateteres, tubos e demais aparatos. O profissional deve ser bom observador e ter conhecimento cientifico para identificar os achados. A inspeção deve incluir: 1- investigação minuciosa de vesículas, coloração, escaras, trofismo cutâneo, edemas, traumas, problemas cardíacos e linfáticos, etc.; 2- deve-se cada área comparar bilateralmente (os dois pés); 3- inspecionar a aparência externa dos sapatos; 3- avaliar o contorno e a forma geral do pé e 4- verificar alteração vasomotora, incluindo perda de pelos nos pés, alterações nas unhas dos pés, entre outros, cita Santos & Veiga (2011) e Andrade (2011). Figura 1 – Inspeção dos pés. Fonte: Fernandes (2015). • PALPAÇÃO: obtenção do dado através do tato e da pressão (para regiões mais profundas do corpo). Método de “sentir” com as mãos, utilizado durante o exame físico (Figura 2). Nessa etapa, o profissional da saúde toca o paciente e consegue perceber características como: tamanho, consistência, textura, localização e sensibilidade de estruturas que constituem uma determinada área do corpo. Ainda assim, identifica modificações na estrutura, espessura, consistência, volume e dureza. O profissional de saúde que cuida dos pés, durante a palpação deve estar atento as seguintes condições: 1- diferença de tensão e textura dos tecidos; 2- diferença na espessura dos tecidos, edemas, tumores; 3 textura da pele dos pés e unhas; 4- verificar anormalidades ou deformidades; 5- dor a palpação; 6- variações de temperatura; 7- pulsos, tremores, fasciculações; 8- ressecamento ou umidade excessiva; 9- sensibilidade, etc., informa Porto e Porto (2017). 31WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 – Palpação dos pés. Fonte: Pés sem dor (2018). • PERCUSSÃO: através de minuciosos golpes com as mãos, é possível escutar sons durante o exame físico (Figura 3). No organismo, cada elemento apresenta som peculiar. Esses sons podem ser classificados em: 1- maciço (a região tocada apresenta uma “dureza”, o que remeter presença de hemorragia interna ou secreções); timpânico (aponta existência de ar) e som claro pulmonar (sugere presença de ar nos alvéolos pulmonares). Tem como objetivo verificar o tamanho da estrutura, a consistência, as bordas e presença ou ausência de fluidos nos diferentes órgãos. O som oriundo dos pulmões soa como “oco” durante a percussão, pois estão repletos de ar; já os ossos e articulações denotam um som “sólido”; o abdome soa como um órgão oco, podendo estar repleto de ar, fluidos ou elementos sólidos, expõe Porto e Porto (2013). Essa técnica não tem tanta importância para a podologia, mas faz parte da propedêutica e da semiologia ensinada aos profissionais que são membros da equipe de saúde. Os pés apresentarão, à percussão, som maciço, pois os tecidos que os compõe são efetivamente maciços e não apresentam cavidades ocas. Figura 3 – Técnica de percussão. Fonte: Costa (1999). 32WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • AUSCULTA: se refere a um método que identifica sons provenientes do organismo, executado durante o exame físico, entretanto, difere da percussão, pois para a auscultar é necessário o uso de equipamentos para auxílio, como por exemplo o estetoscópio (Figura 4), cita Porto e Porto (2013). Figura 4 – Ausculta pulmonar. Fonte: Galvão (2016). O termo “diagnóstico” (oriundo do latim diagnosticu: “dia” – através de, durante, por meio de + gnosticu – relativo ao entendimento de) se refere, cita Porto e Porto (2017): 1- Entendimento (fundado ou em validação) a respeito de algo, ao momento da avaliação, ou 2- Relato meticuloso sobre algo, realizado pelo avaliador, observador ou pesquisador, ou 3- Juízo declarado ou proferido sobre a característica, a composição, o comportamento, a natureza, etc. de algo, com base nos dados e/ou informações obtidos por meio de exames. O profissional da saúde realiza a anamnese e inspeciona o paciente buscando sinais e sintomas que especifiquem determinada doença, ainda assim, requisita os exames complementares de acordo com suas suposições diagnósticas, objetivando designar um diagnóstico preciso. O próximo passo é prescrever um tratamento adequado. O diagnóstico de podologia não pode ser confundido com o diagnóstico médico. 3 - diagnóstico de podologia deve nortear o profissional para os cuidados aplicados, tendo como objetivo a resolução dos problemas detectados no histórico e no exame físico. Sendo assim, o diagnóstico de podologia se refere a compreensão científica das podopatias e doenças relacionadas, a fim de propiciar a intervenção podológica, não como a simples execução de técnicas, mas baseada em profundo conhecimento científico. Em resumo, consiste em identificar os sinais clínicos que são próprios das podopatias de interesse da podologia (EVANS, 2009). Exemplo 1: no caso de um paciente com ausência de sensibilidade tátil e pressórica na região plantar, o profissional deverá observar presença de hiperqueratose, calo, desequilíbrio de forças que agem sobre a região, calçado inadequado, pois podem resultar na instalação de um mal perfurante plantar. Exemplo 2: um achado de aumento da tireóide pode ter relação com lâminas ungueais (unhas) fracas e quebradiças, devido a um possível hipotireoidismo que carecerá de diagnóstico médico (o profissional de saúde deve encaminhar o paciente para os respectivos médicos especialistas estabelecendo tratamento multidisciplinar). 33WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4 - prescrição de podologia, nesse momento, o profissional deve ser capaz de atuar embasado em conhecimento científico e não como uma simples execução de uma tarefa mecânica, por exemplo: atuar em uma hiperqueratose plantar entendendo as bases biológicas, farmacológicas, biomecânicas, podoposturais, socioeconômicas, culturais e psicológicas que fazem do paciente, uma pessoa, um universo complexo e que deve ser respeitado na sua individualidade e na abordagem proposta. Deve-se levar em consideração todos os dados colhidos durante a anamnese com o paciente, bem como todos os resultados do exame físico e do diagnóstico de podologia. A prescrição de podologia se refere a atuação do profissional frente às necessidades do paciente. Nessa etapa, o profissional que cuida dos pés consegue colocar em pratica seu trabalho, descrevendo passo a passo os procedimentos a serem realizados durante cada sessão. 5 - evolução de podologia, se relaciona ao ato de acompanhar o progresso do paciente, com base na terapia proposta, sendo capaz de retroalimentar o diagnóstico e a prescrição de podologia (BEGA et al., 2010). Melhor dizendo, é a observação das alterações ocorridas no quadro clínico do paciente a cada retorno. No geral, os objetivos da assistência em podologia são (BEGA et al., 2010): 1- identificar as podopatias; 2- correlacionar as podopatias com os sistemas corporais e o conjunto biopsicossocial; 3- propiciar o acompanhamento e a evolução do paciente; 4- comunicar os cuidados aos outros profissionais, caso necessário; 5- proporcionar bases para a avaliação da qualidade do cuidado; 6- registrar a assistência de podologia; 7- elaborar protocolos de registro de dados dos pacientes a fim de acompanhar a assistência podológica em todas as suas fases; 8- avaliar a qualidade da assistência podológica prestada.2 - LESÕES ELEMENTARES DERMATOLÓGICAS Toda e qualquer alteração que acomete o tecido cutâneo, ocasionado por agentes físicos, químicos, imunológicos, psíquicos, ou até mesmo desconhecidos, e que resulta no aparecimento de modificações em sua superfície, acarreta no que se denomina lesão elementar. As fontes que induzem o aparecimento dessas lesões podem ser de origem circulatória, inflamatória, metabólica ou neoplásica. Quando há combinação de lesões elementares aparecem as alterações morfológicas que determinam as mais diversas síndromes e doenças. A caracterização das lesões elementares viabiliza conduzir o diagnóstico das patologias dermatológicas através da constatação das lesões cutâneas, sendo elemento essencial no exame clínico dos pés, cita Rodrigues (2010). As lesões elementares dermatológicas (LEDs) quando agrupadas formam um quadro clínico capaz de mostrar doenças que devem ser conhecidas ou estudadas para permitir seu tratamento multi e interdisciplinar. As LEDs são divididas em 5 grupos, coloca Azulay (2017) e Porto (2001): • Alteração de cor; • De conteúdo sólido; • De conteúdo líquido; • Alteração de espessura; • Perda tecidual. 34WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2.1. LEDs por alteração de cor As LEDs por alteração de cor são manchas ou máculas que apresentam modificação da cor da pele, no entanto, sem relevo e depressões, portanto não é palpável. É importante salientar que a cor da pele é determinada pela melanina, proteína que confere pigmentação a pele. Entretanto, existem outros fatores que podem contribuir para a modificação da coloração cutânea, como por exemplo, a quantidade de vasos sanguíneos em determinada região; maior ou menor afluxo sanguíneo; espessura cutânea, entre outros. As máculas são aquelas LEDs por alteração de cor com menos de 1 cm de diâmetro, e as manchas são as LEDs por alteração de cor maiores que 1 cm. As máculas e manchas podem ser: 1- vásculo-sanguíneas (formadas com base em dilatações ou constrições de vasos sanguíneos da derme ou pelo extravasamento de glóbulos vermelhos); 2- pigmentares (aumento ou diminuição de melanina ou outros pigmentos na derme). Máculas e manchas artificiais ao ocasionadas por pigmentos aplicados sobre a epiderme, mostra Sampaio & Rivitti (2008). 1- ERITEMA OU HIPEREMIA: são lesões transitórias, em que seu desenvolvimento e tempo de duração são determinados pelo agente causal (causa). Pode ser agrupado conforme a cor, o tamanho e a evolução. O eritema ocorre pela vasodilatação, o que favorece o maior afluxo sanguíneo, provocando na região uma coloração avermelhada. Desaparece com a dígitopressão (quando aperta a lesão) (RODRIGUES et al., 2010). Tipos de eritema: • CIANOSE: também constituem lesões transitórias, e a cor é semelhante ao roxo, decorrente da redução da concentração de hemoglobina no sangue. O congestionamento do sangue nas veias, devido a problemas circulatórios, caracteriza a tonalidade próxima da cor roxa. Geralmente, a temperatura da região acometida pela cianose apresenta-se mais baixa em relação as temperaturas das demais regiões do corpo. Ocorre com maior frequência na periferia do corpo, como dedos, mãos, pés, unhas, orelhas, entre outros (Figura 5). Quando a cianose é central, pode estar associada a distúrbios de origem cardiopulmonar (AZULAY et al., 2013). Manchas ou máculas vásculo-sanguíneas ou lesões vasculares – estão relacionadas com a modificação de vasos sanguíneos. 35WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Cianose periférica. Fonte: Alambert (2012). • RUBOR: a cor torna-se mais avermelhada, rubra. Dá-se pelo congestionamento arterial, caracterizando cor mais avermelhada. Normalmente, a temperatura do local acometido pelo rubor torna-se maior do que nas demais regiões do corpo. Isso acontece em razão do aumento da circulação sanguínea na área ruborizada (Figura 6), informa Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015). Figura 6 - Rubor facial. Fonte: Pão Pinheirense (2012). 36WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • ENANTEMA: eritema localizado nas mucosas (Figura 7), afirma Bolognia, Jorizzo e Schaffer (2015). Figura 7 – Enantema. Fonte: Rodrigues (2017). • EXANTEMA: eritemas generalizados, isto é, que abrangem o corpo todo. Costumam ser de curta duração, apresentando áreas de eritema entremeadas a pele sadia ou podendo apresentar uniformidade (Figura 8), mostra Bega (2008). Figura 8 – Exantema. Fonte: Tapia (2017). 37WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • ERITEMAS FIGURADOS: apresentam-se na forma de manchas de diferentes formas e limites muito bem precisos (como se fossem figuras) (Figura 9) (BEGA, 2008). Figura 9 – Eritemas figurados. Fonte: Sicuto (2015). • ERITRODERMIA: ocorre quando o eritema se apresenta generalizado e crônico. Na maioria das vezes é acompanhado por descamação da pele (Figura 10), menciona Wolverton (2015). Figura 10 – Eczema atópico. Fonte: Dermis (1996). 38WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2- LIVIDEZ: apresenta cor que vai do azulado ao cinza chumbo. Dá-se por isquemia e está, por esse motivo, associado a diminuição da temperatura local (Figura 11), menciona Kadunc (2013). Figura 11 - Lividez cadavérica. Fonte: Sicuto (2015). 3- MANCHA ANGIOMATOSA OU ANGIOMA: constitui lesão vascular permanente, de coloração avermelhada. Aparece em consequência do aumento do número de vasos sanguíneos, de natureza congênita. Lesão pode ser plana ou elevada (Figura 12), mostra Sampaio & Rivitti (2008). Figura 12 – Mancha angiomatosa. Fonte: Sicuto (2015). 39WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4- MANCHA ANÊMICA: também conhecida como nevo anêmico. É uma lesão permanente esbranquiçada (hipocrômica) decorrente de agenesia vascular, isto é, ausência de vascularização a nível de derme superficial (Figura 13), comenta Soares (2016). Figura 13 – Mancha anêmica. Fonte: Barros e Kossel (2011). 5 - TELEANGIECTASIA: é uma lesão vascular permanente, que apresenta como característica fios sinuosos, semelhantes a teia de aranha. Sua cor é avermelhada, em razão da presença de capilares sanguíneos dilatados a nível da derme (Figura 14), explica Bickley (2015). Figura 14 – Teleangiectasia. Fonte: Dr Bond (2016). 40WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 6- PÚRPURA: aparece quando há extravasamento de glóbulos vermelhos (hemácias), frequentemente em casos de hemorragia dérmica, causada normalmente por trauma local. Resumindo, é decorrente do acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos, podendo ser visível a nível de pele ou mucosa. O tamanho da lesão varia, de acordo, com a quantidade de sangue extravasado. A coloração pode variar de vermelha para o roxo e cor verde-amarelada. Recebe diferentes nomes conforme seu diâmetro (Figura 15), expõe Barros (2009). Figura 15 – Púrpura. Fonte: O mundo das doenças (2017). Manchas pigmentares – decorrentes da maior ou menor concentração de melanina ou outro pigmento em determinada região. 41WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1- LEUCODERMIA: deve-se a diminuição ou ausência de melanina. Pode ser dividida em: acromia (quando há ausência de melanina); hipocromia (quando há redução dos níveis de melanina). Via de regra apresenta cor pálida (Figura 16) (BOLOGNIA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). Figura 16 – Leucodermia. Fonte: Lima (2018). 2- HIPERCROMIA: surge em consequência do excesso de melanina ou outro pigmento. Caso seja por aumento de melanina, é chamada de melanodérmica (Figura 17). Os principais fatores associados ao aparecimento das manchas por excesso de melanina (melasma/cloasma) são: a exposição à radiação ultravioleta e o uso de medicamentos à base de estrógeno, como os anticoncepcionais. Já as manchas artificiais são causadas por outros pigmentos exógenos, como no caso dastatuagens, manipulação de prata, corantes, etc. Pigmentos endógenos elevados, como bilirrubina, caroteno, também modificam a cor da pele, promovendo cor amarelada (AZULAY, 2017). Figura 17 – Mancha hipercrômica (excesso de melanina). Fonte: Piatti (2015). 42WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2.2. LEDs SÓLIDAS São formações que podem atingir a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo (hipoderme) de forma isolada ou conjunta. Geralmente, são causadas pelo acúmulo de células em determinada região. Podem resultar de diversos processos inflamatórios ou neoplásicos, menciona Borges (2015). 1- PÁPULA: é uma lesão sólida que normalmente mede menos de 5 mm, elevada e circunscrita, apresenta consistência dura (Figura 18). Ao desaparecer, não deixa cicatriz. Pode se desenvolver a nível de epiderme, derme ou mista, determinadas pelo aumento do número de células e um desses níveis ou em ambos (mista), conforme Borges (2015). Figura 18 – Pápula. Fonte: Dicionário da saúde (2016). 2- PLACA PAPULOSA: pode atingir até 1 cm de altura e vários centímetros de diâmetro, portanto se configura em lesão elevada. Muitas vezes, aparece isoladamente ou em pápulas conjuntas, conforme observa-se na Figura 19, comenta Kede e Oleg (2015). Figura 19 – Placa papulosa. Fonte: Sicuto (2015). 3- NÓDULO: lesão de conteúdo sólido, elevado, e seu tamanho varia de 1 a 3 cm. Localiza- se na epiderme, na derme ou na hipoderme. Apresenta formato arredondado, assemelha-se a um “caroço”. Reconhecido a simples inspeção ou a palpação, como constata-se na Figura 20, explica Rodrigues (2010). 43WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 20 – Nódulo. Fonte: Veloso (2016). 4 - NODOSIDADE OU TUMOR: pode ser elevado, é sólido e apresenta tamanho maior do que 3 cm. O termo tumor é empregado para neoplasia (Figura 21), mas não são necessariamente malignas, segundo Rodrigues (2010). Figura 21 – Tumor – Câncer de pele. Fonte: Lima (2018). 5- GOMA: trata-se de nódulos ou nodosidades com conteúdo líquido ao centro, podendo se transformar em úlcera onde for expelida a substância oriunda do tecido necrosado (Figura 22). A evolução da goma ocorre em 4 fases, coloca Azulay (2017): 1- endurecimento: fase em que a presença do nódulo; 2- amolecimento: etapa referente a necrose central; 44WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3- esvaziamento: ocorre uma fístula, e a necrose atinge a epiderme, se exteriorizando por meio de úlceras, por onde se elimina; e 4- reparação: etapa que se refere a cicatriz, em decorrência do aparecimento de fibrose que se origina para preencher o espaço deixado pela necrose que foi eliminada. Figura 22 – Goma. Fonte: Bragante (2014). 6 - VEGETAÇÃO: é uma lesão sólida em forma de pedúnculo ou parecida com a couve- flor, decorrente, frequentemente, da hipertrofia de algumas papilas dérmicas. Pode originar- se também pelo aumento da camada espinhosa da epiderme e de cristas epiteliais (Figura 23) (BARROS, 2009). Figura 23 – Vegetação. Fonte: Barros e Kossel (2011). 45WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 7- VERRUCOSIDADE: deriva-se do aumento da camada córnea em forma de pápula ou placa papulosa, com superfície dura e amarelada (Figura 24), comenta Rivitti (2014). Figura 24 – Verrucosidade. Fonte: França (2006). 8- ÚRTICA: resulta da liberação de exsudato da derme, apresenta cor que vai do rosa ao vermelho, com prurido e rápida duração. Apresenta uma diversidade de tamanhos, que podem variar de milímetros a centímetros. Exemplo clássico é a urticária, conforme verifica-se na Figura 25. Pode aparecer em placas grandes, denominadas placas urticadas, mostra Rivitti (2014). Figura 25 – Urticária. Fonte: Pele In Foco (2018). 46WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2.3. LEDs líquidas São as lesões elementares dermatológicas que apresentam conteúdo líquido, podendo ser sangue, secreção purulenta (pus) e serosidade, cita Porto (2001). 1- VESÍCULA: é uma lesão elevada e circunscrita que apresenta até 1 cm de diâmetro. Seu conteúdo é liquido claro, apesar de poder apresentar conteúdo com cores diferentes (Figura 26). Cor clara: serosidade; cor amarelada: pus; cor avermelhada: sangue, comenta Porto (2001). Figura 26 – Vesícula. Fonte: Google Images (2015). 2- BOLHA ou FLICTENA: lesão elevada, circunscrita e com mais de 1 cm de diâmetro (Figura 27). Apresentada conteúdo liquido seroso, variando de cor conforme a natureza do seu conteúdo. Difere-se das vesículas apenas pelo tamanho. As bolham apresentam dimensão maior comparado as vesículas, e podem ser subepidérmicas ou intraepidérmicas. Um exemplo é a bolha ocasionada por queimadura, menciona Sampaio e Rivitti (2008). Figura 27 – Bolha. Fonte: Saúde e Fitness (2016). 47WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3- PÚSTULA: lesão elevada e circunscrita, que apresenta até 1 cm de diâmetro e conteúdo líquido purulento. Também é conhecida como abscesso superficial (Figura 28). Um exemplo é pustulose plantar, conforme verifica-se na figura 29, mostra Bega (2008). Figura 28 – Pústula. Fonte: Dicionário da Saúde (2017). Figura 29 – Pústula na região plantar. Fonte: Nedo (2018). 48WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4- ABSCESSO: lesão decorrente do acúmulo (coleção) de secreção purulenta sob a (ou no) tecido cutâneo, podendo apresentar-se de forma elevada e de diversos tamanhos. Normalmente, há presença de rubor (vermelhidão), dor e aumento de temperatura local (hipertermia). Com a palpação da lesão, é possível perceber a presença de conteúdo líquido (Figura 30), menciona Wolverton (2015). Figura 30 – Abscesso. Fonte: Fotos Antes e Depois (2018). 5- HEMATOMA: determinada pela concentração de sangue extravasado dos tecidos cutâneo e subcutâneo, normalmente de natureza traumática. Pode ser elevado ou não, e possuir diferentes tamanhos, apresentando cor que varia do vermelho vivo (no momento que ocorre a lesão e até algum tempo tempos) ao vermelho escuro, em decorrência da modificação da hemoglobina. Cor de borra de café (esta cor aparece depois que o sangue extravasado seca) (Figura 31). Pode evoluir para infecção e, caso não drenado, momento em que seu conteúdo se torna purulento, comenta Azulay (2017). Figura 31 – Hematoma. Fonte: Wedro & Nettleman (2018). 49WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2.4. LEDs POR ALTERAÇÃO DE ESPESSURA Apresentam espessura diferente se comparadas a espessura da pele sadia. 1- QUERATOSE ou CERATOSE: espessamento da camada córnea da epiderme. Apresenta coloração entre o translúcido e o amarelo, podendo ter elevação (Figura 32). Nem sempre apresenta aspereza, mostra Rodrigues (2010). Figura 32 – Queratose actínica. Fonte: Dicas de Saúde (2017). 2- LIQUENIFICAÇÃO: a pele apresenta-se mais espessa, e os seus sulcos e saliências são evidenciados. Deve- ao aumento da espessura epidérmica (Figura 33). Normalmente é consequente do costume prolongado e frequente de coçar determinado local, coloca Junior, Chiacchio e Criado (2014). Figura 33 – Liquenificação. Fonte: Medicina Prática (2018). 50WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3- EDEMA: acontece em razão do extravasamento e consequente aumento de líquido nos tecidos subcutâneos (derme e hipoderme) (Figura 34). Apresenta aspecto de inchaço e é desprezível a digitopressão, cita Rodrigues (2010). Figura 34 – Edema. Fonte: Artigos Sobre Saúde (2018). 4- INFILTRAÇÃO: é o resultado da infiltração celular na derme, que se apresenta em forma de edema e eritema suave em alguns casos (Figura 35). Ocorre, também, o aumento da espessura e consistência da pele com diminuição dos sulcos. Pode apresentar origem tumoral (neoplásica); inflamatória (como ocorre na hanseníase) ou por patologias decorrentes da concentração de substânciasno tecido cutâneo, como mucinas, lipídios, etc., comenta Kede e Oleg (2015). Figura 35 – Infiltração celular. Fonte: Sicuto (2015). 51WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5- ESCLEROSE: pode apresentar espessamento ou afinamento da pele, que se torna brilhante, escamosa, com poucos ou nenhum sulco e não é desprezível (Figura 36). Apresenta alteração de cor que vai da hipo a hipercromia. Resulta de fibrose do colágeno, o que gera consistência endurecida, mostra Bickley (2015). Figura 36 – Esclerose. Fonte: Lima (2018). 6- ATROFIA: caracterizado pelo afinamento do tecido cutâneo consequente da redução da quantidade ou do tamanho das células de qualquer nível da pele (Figura 37). Quando linear, é chamado de víbice (BICKEY, 2015). Figura 37 - Atrofia cutânea em idoso. Fonte: Dermatologic (2018). 52WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 7- CICATRIZ: é o tecido de reparação que aparece após algumas lesões que destroem a pele. É uma sequela. Constitui-se em lesão lisa, plana, elevada ou deprimida. Nela, não são encontrados poros, pelos e sulcos naturais da pele (Figura 38). As cicatrizes podem ser atróficas, hipertróficas ou queloideanas. O que difere a cicatriz hipertrófica da queloideana (Figura 39), é que nesta a proliferação de fibroblastos extrapola as bordas da lesão, atingindo uma grande dimensão. Já a cicatriz hipertrófica é elevada em relação a pele circundante, no entanto, o distúrbio fibropatogênico (acúmulo excessivo de colágeno – tecido fibroso) respeita do limite da área da lesão. Na cicatriz atrófica, conforme observa-se na Figura 40, a maturação não alcança o trofismo fisiológico, podendo ser em decorrência da ausência significativa de tecidos, conforme Azulay (2017). Figura 38 – Cicatriz. Fonte: Hueb (2018). Figura 39 - Comparação entre cicatriz hipertrófica e queloideana. Fonte: Izsak (2013). 53WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 40 – Cicatriz atrófica. Fonte: Venturelli (2018). 2.5. LEDs POR PERDA TECIDUAL Caracterizadas por destruição com perda de tecido da pele, ou seja, há uma descontinuidade tegumentar. 1- ESCAMAS: são placas pequenas (lamínulas epidérmicas), de diversas dimensões, que se desprendem facilmente e continuamente da epiderme (Figura 41). Podem ser pequenas ou em forma de grandes retalhos, segundo Bega (2008). Figura 41 – Escamas. Fonte: Krause (2018). 54WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2- EROSÃO: é o efeito de uma raspagem da epiderme, apresentando perda superficial da pele (Figura 42), decorrente de mecanismo patológico. É chamada de escoriação quando é linear e de natureza traumática, como cortes, arranhão (BEGA, 2008). Figura 42 – Erosão cutânea. Fonte: Ministério da Saúde (2006). 3- ULCERAÇÃO: perda de tecidos da epiderme e da derme, que pode atingir tecidos mais profundos, além da hipoderme, como fáscia muscular, músculos, tendões, capsulas articulares e ossos (Figura 43) (RIVITTI, 2014). Figura 43 – Úlcera. Fonte: Reis (2018). 55WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4- FISSURA ou RÁGADE: perda de tecido da epiderme e da derme, que acomete sulcos, pregas e dobras da pele (muito comum na região do calcâneo) (Figura 44), comenta Rivitti (2014). Figura 44 - Fissuras no calcâneo. Fonte: Refosco e Silva (2015). 5- CROSTA: placa que pode apresentar várias cores, de acordo com a perda tecidual. Decorre do ressecamento do exsudato que recobre a área cutânea previamente lesada, podendo ser seroso (coloração amarelo-clara); purulento (coloração do amarelo ao esverdeado) ou hemorrágico (coloração vermelha ou vermelho-escuro). É o resultado da descamação dos tecidos (Figura 45), expõe Barros (2009). Figura 45 – Crostas. Fonte: Crippa (2015). 56WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 7- ESCARA: é o resultado da necrose de tecidos cutâneos. Sua cor varia do lívido ao negro. Lesão necrótica que pode atingir tecidos mais profundos, como os ossos. Muitas úlceras por pressão são denominadas erroneamente como escaras. Na verdade, escaras apresentam os tecidos aqui descritos e não a úlcera em si (Figura 46), cita Bickley (2015). Figura 46 – Escara. Fonte: Menezes (2018). 3 - PODOPOSTUROLOGIA A podoposturologia é a área de conhecimento que analisa a associação entre os pés e a postura corporal. Apresenta também como objetivo possibilitar a correta recomendação de dispositivos podais e de palmilhas posturais (Figura 47). A reprogramação postural através do uso da palmilha postural proporciona o recrutamento de receptores plantares, melhorando o apoio dos pés no solo e diminuindo, assim, o déficit sensorial plantar (Figura 48). Esses déficits levam, de maneira ascendente, a assimetrias posturais e, consequentemente, a modificações das curvaturas da coluna vertebral, menciona Garoto (2010). 57WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 47 – Exemplo de palmilha postural. Fonte: Corpore Physio Max (2018). Figura 48 – Reprogramação postural através da utilização de palmilhas. Fonte: Corpore Physio Max (2018). Para uma boa estática, é necessário haver bom apoio dos pés no solo, pois o pé constitui um dos mais importantes captores de estímulos sensoriais e proprioceptivos que interfere no alinhamento postural estático e dinâmico. A podoposturologia é o estudo sobre as desordens posturais causadas pela deficiência do apoio plantar. Portanto a reeducação do contato da região plantar com o solo causa um déficit sensorial, diminuindo a propriocepção e interferindo nas informações sensoriais globais. 58WWW.UNINGA.BR PO DO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA A propriocepção se refere ao reconhecimento da posição espacial do corpo, da sua localização e orientação, da força desempenhada pelos músculos e do posicionamento de cada região do corpo em relação às outras, sem fazer o uso da visão. Essa percepção é fundamental pois possibilita a preservação do equilíbrio postural e a prática de inúmeras atividades. As informações originadas na pele, nas articulações e nos músculos são detectadas pelos receptores e enviadas a medula espinal, sendo processadas no sistema nervoso central. Esses estímulos proprioceptivos são responsáveis por acionar os mecanismos de adaptação postural reflexa. A deficiência é tratada através de palmilhas posturais, expõe Garoto (2010). Frequentemente, o pé é o principal causador dos desequilíbrios posturais. O emprego das palmilhas posturais para correção das assimetrias posturais fundamenta-se no conhecimento da função e na relação de muitas terminações nervosas especializadas, os proprioceptores. Portanto, as palmilhas estimulam os neurorreceptores cutâneos localizados na planta do pé, o que resulta numa reorganização da estratégia postural. Os sistemas de receptores nervosos localizados nas articulações e na pele, principalmente na região dos pés, em conjunto com o sistema vestibular e o sistema da visão, fornecem informações ao sistema nervoso central que é o responsável pela coordenação postural. A correlação íntima entre esses sistemas é responsável pela organização e manutenção da postura corporal, cita Bricot (2001). A seguir destacaremos as principais patologias podais que alteram a postura do indivíduo e consequentemente toda estética corporal, e as respectivas palmilhas: 1- PÉ PLANO: também conhecido como “pé chato”, no entanto, a designação mais apropriada é pé plano valgo flexível (Figura 49). É uma condição ocasionada pela redução, ou até mesmo ausência, do arco longitudinal medial do pé (arco que realiza elevação plantar), determinando, dessa forma, que o indivíduo ao ficar na posição de pé, a planta do pé toque totalmente o chão, ou fique muito próximo, quase em contato direto. As causas mais comuns estão relacionadas a hipotonia da musculatura flexora dos dedos; distúrbios ósseos ou
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