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CONFORTO AMBIENTAL E LUMINOTÉCNICA ATELIER DE PROJETO Autor : Me. T ha is Kawamoto Amarães Reviso r : Fern a n da De lmu tte de An dra de INICIAR introdução Introdução A prática de projeto é pautada em uma série de fundamentos técnicos. Isso signi�ca que não podemos projetar sem antes identi�carmos toda esta teoria que serve de embasamento. Uma vez que compreendemos toda a fundamentação teórica, chega a hora de �nalmente “botar no papel” tudo aquilo que estudamos. Em nossas análises iremos compreender como aplicar, na prática, princípios de conforto ambiental e do projeto luminotécnico. Para isso, iremos observar como o conforto ambiental pode ser aplicado em projeto e quais as diretrizes para um projeto luminotécnico. Em seguida, �nalizamos nossos estudos com uma discussão sobre a idealização, experimentação e evolução da proposta de projeto. A arquitetura bioclimática busca compatibilizar as construções com o meio ambiente, de modo a otimizar os recursos naturais disponíveis e proporcionar conforto ambiental ao ser humano. Durante a elaboração de um projeto arquitetônico ou de interiores, o pro�ssional estará lidando diretamente com uma série de condicionantes inerentes ao local do projeto. Neste ponto, uma das características fundamentais a ser analisada é o clima, assim como o microclima, da área do projeto. Dentro de uma mesma cidade, ou seja, dentro de uma área com o mesmo clima, iremos encontrar diversos microclimas, que devem ser considerados pelo projetista. As variações de topogra�a, densidade construtiva, quantidade de vegetação, tipo de piso e poluição na área fazem com que as regiões de uma mesma cidade possuam características particulares. Conforto Ambiental Aplicado ao Projeto Observar tais pontos é fundamental para que possamos projetar buscando o conforto ambiental aos usuários dos espaços criados. O conceito de conforto ambiental abrange diversos aspectos de uma edi�cação, como por exemplo, os confortos acústico, lumínico e térmico. Atualmente existem diversas normas que versam sobre os requisitos de conforto ambiental que as edi�cações projetadas devem cumprir. Lembre-se de sempre consultar tais referências antes de iniciar o seu projeto. Observe, na relação a seguir, quais as principais normativas brasileiras sobre o conforto ambiental. Conforto acústico: NBR 10152:2017 Acústica- níveis de pressão sonora em ambientes internos e edi�cações, NBR 12179:1992 Tratamento acústico em recintos fechados- Procedimentos. Conforto lumínico: NBR 15575: 2013 Edi�cações habitacionais- Desempenho. Conforto térmico: NBR 15220:2005 Desempenho térmico das edi�cações. Fique atento (a), pois as normas são revisadas e podem ser alteradas. É importante sempre veri�car qual a norma em vigência a cada projeto que realizamos. Além de promover o conforto para o ser humano, a arquitetura bioclimática envolve também técnicas para a melhoria da e�ciência energética nas edi�cações. Este ponto está diretamente ligado à sustentabilidade das edi�cações, tema que vem sendo discutido de forma recorrente, sobretudo na construção civil. Segundo Mählmann et al. (2018), existem alguns princípios básicos a serem observados em projeto: Criar espaços saudáveis para os usuários. Considerar ciclo de vida da estrutura edi�cada. Minimizar desperdícios. Usar fontes de energia e de materiais renováveis. Os autores apontam, ainda, que o projetista pode adotar diversas técnicas para promover o conforto na edi�cação, observando os princípios da arquitetura bioclimática, como por exemplo: Realizar estudos do clima e do microclima da região do projeto. Utilizar o resfriamento evaporativo. Utilizar o aquecimento solar passivo. Priorizar a ventilação natural. Prever sombreamento das aberturas. Usar brises em aberturas. Utilização de telhados e paredes verdes. O conforto ambiental de uma edi�cação não deve ser um aspecto analisado após a concepção do projeto arquitetônico ou de interiores, mas sim um ponto a ser trabalhado em conjunto. Isso signi�ca que as concepções estéticas e funcionais da edi�cação devem ser pensadas simultaneamente com os princípios de conforto e suas respectivas normas. Em algumas situações o projetista estará trabalhando com um espaço já construído. Nestes cenários, caso o ambiente não apresente as condições adequadas de conforto ambiental, o pro�ssional deverá propor medidas para corrigir os pontos necessários. O tratamento das fachadas, coberturas e aberturas nas edi�cações merece atenção especial do projetista, pois é através destas interfaces que o meio interno (interior da edi�cação) e meio externo (meio ambiente) se relacionam. Para a adequação do interior das edi�cações o uso correto dos materiais é um princípio projetual que deve ser adotado. Todos os materiais possuem comportamentos particulares de absorção de som, luz e calor. O modo como aplicamos estes materiais no projeto faz a diferença no conforto ambiental de cada espaço. Com relação à absorção de som, os materiais de baixa densidade, ou seja, aqueles com poros “mais abertos”, possuem maior capacidade de absorção de som e são utilizados para promover o isolamento acústico e evitar o eco, causado pela re�exão da onda sonora. Materiais como tecidos, feltros e espumas são exemplos de bons absorvedores. Analisando os materiais sob o ponto de vista da absorção da luz, cabe destacar que quando um raio de luz incide sobre um material, podem ocorrer três comportamentos: a re�exão, quando o raio é re�etido; a refração, quando o raio atravessa a superfície e se propaga em outro meio; e a absorção, quando o raio incide na superfície e é transformada em outro tipo de energia, como o calor. As cores escuras, como o preto, por exemplo, absorvem mais luz do que as cores claras, que por sua vez re�etem esta energia. Isso signi�ca que, além de nos preocuparmos com o tipo de material utilizado no projeto, a cor do material também é fundamental para a promoção do conforto ambiental. Com relação ao calor e o comportamento dos materiais, precisamos observar quais são aqueles que apresentam propriedades de isolamento térmico. Os bons isolantes são os materiais de baixa condutividade térmica, alta porosidade e baixa densidade, como por exemplo, o isopor e a madeira. Deste modo, podemos perceber que a especi�cação de materiais em um projeto não deve ser feita exclusivamente com base em suas características plásticas ou de custo. As características dos materiais re�etem diretamente no conforto ambiental de um projeto. praticar Vamos Praticar Com o objetivo de alcançar o conforto ambiental para uma residência através da arquitetura bioclimática, um arquiteto projetou um espelho d´água na cobertura da edi�cação. Esta estratégia permitiu que a cobertura fosse mantida a uma temperatura abaixo do restante da construção. A partir do apresentado, assinale a alternativa que corresponda ao princípio de arquitetura bioclimática empregado no exemplo. a) Brise soleil. b) Resfriamento evaporativo. c) Telhado verde. d) Ventilação natural. e) Aquecimento solar passivo. Durante muito tempo o projeto luminotécnico se resumia a projetar iluminação adequada para que o usuário do espaço pudesse realizar as suas tarefas de modo confortável e seguro. Neste cenário, o projeto luminotécnico era um dos últimos pontos trabalhados dentro da arquitetura de interiores. Hoje, sabemos que a iluminação exerce um papel fundamental na composição dos espaços. É através dela que concebemos os ambientes, destacamos elementos no projeto e valorizamos a edi�cação. Por meio da iluminação é possível, ainda, despertar diferentes sensações e provocar diversos estímulos nos ocupantes dos espaços projetados. Deste modo, o projeto luminotécnico deve ser pensado simultaneamente com o projeto arquitetônico e de interiores. Souza et. al. (2018) apontam que existem diversos fatores que o projetista deve considerar em sua proposta luminotécnica, como: Diretrizespara o Projeto Luminotécnico Ambiência e lugar. Tarefas realizadas no ambiente. Custos (iniciais e operacionais). Integração com arquitetura. Instalação e manutenção. Relações de contraste entre iluminação natural e arti�cial, evitando ofuscamento. Manutenção da aparência e da reprodução de cor. E�ciência no consumo de energia. Regulamentos e normas. Entre os regulamentos e normas que versam sobre a iluminação, destacamos a NBR ISSO/CIE 8995-1:2013 Iluminação de ambientes de trabalho. Segundo a referida norma, o planejamento dos ambientes, sob o ponto de vista da iluminação, deve ser feito conforme o tipo de ambiente e a tarefa realizada no local. Enquanto uma sala de descanso demanda iluminância de 100 lux, uma sala para desenho técnico exige 750 lux. Ainda de acordo com tal norma, parâmetros como distribuição da luminância, iluminância, ofuscamento, direcionalidiade da luz, aspecto da cor da luz e superfícies, cintilação, luz natural e manutenção, devem ser observados para o projeto luminotécnico com a �nalidade de contribuir para o ambiente luminoso. É importante destacarmos que nos parâmetros de iluminância o projetista deve analisar não apenas a iluminância na área de tarefa, mas também os índices de iluminância no entorno imediato. A norma aponta que o contraste drástico nas iluminâncias do entorno imediato e da área de tarefa leva o usuário a realizar um grande esforço visual que pode causar desconforto. A e�ciência no consumo de energia em um projeto luminotécnico não diz respeito apenas à e�ciência das luminárias especi�cadas. Um bom projeto deve propor o uso adequado da iluminação natural, reduzindo o consumo de fontes arti�ciais. Segundo Souza et. al. (2018), a luz solar direta nos espaços de interiores pode chegar a até 100.000 lux, enquanto a lux difusa varia entre 5.000 e 20.000 lux. As fontes arti�ciais, por sua vez, devem ser pensadas de forma a promover a máxima e�ciência energética para atingir a proposta para o espaço. Mas a�nal, o que é e�ciência energética? É fundamental retomarmos este conceito para podermos projetar corretamente. De acordo com Souza et. al. (2018), a e�ciência energética, objeto de políticas públicas nacionais de incentivo, relaciona o consumo energético usado durante um processo a �m de obter um determinado resultado. Quanto menor o consumo energético para produzir um mesmo resultado, mais e�ciente o processo. Na arquitetura a própria implantação da edi�cação e suas aberturas com relação à orientação solar já são medidas que podem tornar a construção mais e�ciente sob o ponto de vista de consumo de energia. Analisando o projeto luminotécnico para além de seu caráter utilitário, iremos encontrar diversos efeitos de iluminação que podem ser obtidos no ambiente. A seguir, relacionamos algumas das técnicas que você pode empregar em seus projetos: Downlight: uma das formas mais tradicionais de iluminação, nela a luz é direcionada de cima para baixo, pode ser aplicada tanto de modo difuso quanto de modo focado. Uplight: ao contrário da técnica de downlight, neste caso a luz é direcionada de baixo para cima. O efeito obtido é bastante cênico e esta técnica é utilizada para evidenciar a verticalidade dos elementos, como pilares e vegetações. Wallwash: a luz é direcionada uniformemente para uma superfície vertical, como uma parede. A sensação obtida com esta técnica é de amplitude de espaço. Grazing: assim como na técnica de wallwash, no grazing existe uma “lavagem de luz sobre a superfície”. No entanto, a diferença é que neste caso o objetivo é destacar a textura desta superfície, através do jogo de luz e sombra. Backlight: a luz é posicionada atrás do elemento que se deseja destacar, criando um plano de luz de fundo e valorizando o contorno dos objetos. Através das técnicas de iluminação, é possível alcançarmos diversos efeitos visuais. A iluminação é capaz de destacar uma área do projeto, separar ambientes por usos ou setorizá-los, conectar ambientes separados �sicamente, determinar a hierarquia espacial dos ambientes, além de atribuir ritmo e movimento à composição visual. As de�nições espaciais de um projeto estão relacionadas à manipulação da luz. praticar Vamos Praticar A iluminação pode ser utilizada tanto para permitir a visibilidade em um espaço quanto para garantir efeitos que valorizem a composição. Neste sentido, o projeto luminotécnico deve considerar os elementos arquitetônicos e de decoração no local a ser projetado. Considerando a técnica de iluminação Uplight, assinale a alternativa correta. a) Esta técnica direciona a luz por detrás dos objetos e pode ser usada para valorizar o contorno dos mesmos. b) Esta técnica ilumina superfícies como paredes e pode ser usada para destacar as texturas dos materiais. c) Esta técnica garante sensação de amplitude de espaço e pode ser usada sobre superfícies como paredes. d) Esta técnica aplica a luz direcionada de cima para baixo e pode ser usada de modo difuso ou focado. e) Esta técnica apresenta efeito cênico e pode ser usada para valorizar vegetações como palmeiras. Embora o cenário ideal seja aquele no qual o conforto ambiental é projetado simultaneamente com o projeto arquitetônico, de interiores e lumínico, muitas vezes isso não é possível. Apesar da temática de conforto, e�ciência e sustentabilidade serem assuntos recorrentes nas discussões, ainda assim atualmente existe um descaso generalizado na produção das edi�cações. Podemos observar que em muitas situações existe a reprodução em massa de projetos arquitetônicos, sem que sejam observadas as relações de entorno bem como as particularidades do sítio e do usuário. O resultado desta ação são construções de baixa qualidade de conforto ambiental. Diante disso, durante a nossa jornada pro�ssional é necessário estarmos aptos para promover a adequação de tais espaços em busca do conforto ambiental para seus ocupantes. O processo de projeto, seja Idealização e Experimentação ele arquitetônico, estrutural, de interiores ou luminotécnico, perpassa por uma sequência de etapas que deve ser respeitada pelo projetista. É importante destacar que não podemos simplesmente “pular etapas” de projeto, pois tal ação pode desencadear uma reação inesperada que prejudicará o produto �nal. O primeiro passo para elaborar um projeto é o levantamento de todas as condicionantes e particularidades do local no qual ele será inserido. Este é o momento de identi�car as características que irão in�uenciar, seja diretamente ou indiretamente, na proposta projetual. Neste levantamento devem ser reconhecidas, também, qual o per�l do usuário dos ambientes projetados, assim como quais as tarefas serão desenvolvidas em cada espaço. Com todas estas informações em mãos, podemos passar para a próxima etapa, que consiste na análise do local do projeto. Para compreendermos as condicionantes do local existe uma grande diversidade de ferramentas que dão suporte ao projeto. Ferramentas de avaliação térmica, ventilação, conforto luminoso, radiação e acústica estão disponíveis em forma de softwares que, além de analisar o existente também são capazes de emitir avaliações e reproduzir simulações de cenários projetados. Através destas análises podemos elaborar os diagnósticos para cada situação. O diagnóstico obtido irá apontar qual o caminho devemos seguir em nosso projeto. Por exemplo, uma sala de estúdio musical irá demandar ações projetuais de conforto ambiental distintas de uma sala de escritório. Através do diagnóstico temos compreensão de quais os parâmetros de conforto ambiental devem ser trabalhados para que a proposta �nal seja adequada ao tipo de uso esperado para o local. É neste momento que se inicia a fase de idealização e experimentação do projeto. Uma boa proposta não surge de uma hora para outra. Segundo Ching (2014), o processo de projeto é um processo exploratório. Embora existam métodos que orientem a produção de um projeto, é nesta faseque temos a “liberdade” para explorar eventuais soluções, mesmo que elas não sejam as mais adequadas. As ideias rudimentares vão sendo gradualmente desenvolvidas, lapidadas, até alcançarmos a melhor solução para cada caso. Durante esta etapa é fundamental que o projetista tenha �exibilidade para explorar uma variedade de abordagens. Muitas vezes a primeira solução projetual adequada que encontramos não é a melhor resposta para o problema que tentamos solucionar. Neste sentido, precisamos testar o projeto antes de sua execução. Deste modo, novamente as ferramentas digitais, como os softwares de simulação de conforto térmico, acústico e lumínico, se demonstram fundamentais durante o processo. Para avaliar a composição do projeto, é possível utilizarmos, também, softwares de modelagem tridimensional, como o SketchUp, por exemplo. Através da renderização de imagens e vídeos conseguimos obter uma percepção de como será o projeto após executado. Isso é válido tanto para a textura e cores dos materiais como para os efeitos obtidos com a iluminação projetada. praticar Vamos Praticar O projeto luminotécnico deve ser feito preferencialmente em conjunto com o projeto arquitetônico e de interiores. Entre as etapas de projeto destaca-se a fase de levantamento. Neste momento, o projetista deve identi�car as condicionantes do local para o qual irá projetar. Considerando esta etapa, assinale a alternativa correta. a) O levantamento deve ser feito preferencialmente de modo remoto. b) Através dos dados coletados é possível realizar análise e diagnóstico do local. c) Esta etapa pode ser dispensada caso o projeto seja para uma edificação já existente. d) A visita in loco permite a identificação do programa de necessidades para o projeto. e) Durante esta etapa são feitas simulações através do uso de softwares. Durante a evolução do processo de projeto, uma das principais ferramentas com as quais iremos lidar é o desenho. Seja o desenho construído manualmente, ou então, aquele auxiliado pelo computador, a representação grá�ca é um instrumento precioso tanto para transmitirmos nossas ideias quanto para conseguirmos concebê-las. Segundo Ching (2014), o uso de diagramas é uma das técnicas para a geração de ideias. Através do diagrama é possível estudar e analisar as soluções e tomar decisões projetuais. O diagrama é composto por formas abstratas que simbolizam os elementos �nais, deste modo, é possível simpli�car elementos mais complexos, o que torna mais dinâmica a sua edição e manipulação por parte do projetista. Neste sentido, o autor relaciona alguns dos principais tipos de diagramas que podem ser empregados durante a evolução do processo projetual: Evolução Diagrama de relações: este tipo de diagrama é bastante utilizado quando estamos projetando a iluminação de um espaço ou pensando em atender as demandas de conforto ambiental. Neste tipo de esquemas procuramos evidenciar os vínculos entre as entidades. Para isso utilizamos linhas e setas, variando a sua largura e valor tonal para destacar a hierarquia das relações. Através deste tipo de diagrama é possível representar, por exemplo, ventos dominantes em uma região, o caminho aparente do sol, a insolação que incide sobre um brise, entre outros. Diagrama de conceitos: este tipo de diagrama é mais recorrente nas etapas iniciais de um projeto para esclarecer conceitos. Através destes esquemas é possível descrever o partido de projeto, o terreno ou até mesmo as questões formais de projeto. Segundo Ching (2014), um diagrama de conceitos deve ser inclusivo, visualmente descritivo, adaptável e sustentável. Os diagramas são aplicados no contexto da concepção das ideias e tomadas de decisões. Já para o registro e apresentação das decisões tomadas, seja para o cliente ou para a execução da obra, utilizamos o desenho técnico. A representação do projeto de iluminação usualmente é feita através de planta baixa e corte. Por meio destas duas peças grá�cas é possível compreender como será a relação estabelecida entre as luminárias e o ambiente. Lembre-se que para isso é necessário considerarmos o layout do espaço com o qual estamos trabalhando, assim como as aberturas de portas e janelas para o ambiente externo. Na planta, além da indicação de forro e seus componentes, como negativos, sancas e cortineiros, é necessário representar os pontos de iluminação. Estes pontos são registrados por meio de símbolos que devem constar em legenda juntamente com sua descrição (tipo, potência da lâmpada, temperatura de cor) e quantidade. Em planta baixa também é comum indicarmos números ou letras junto ao símbolo de cada ponto de iluminação. Deste modo, representamos também os circuitos de acionamento de cada luminária. Embora a planta baixa e o corte sejam as peças grá�cas mais tradicionais, também é possível utilizarmos o desenho de vistas para o registro da iluminação. As arandelas, por exemplo, são melhor representadas e cotadas quando desenhamos uma vista da parede na qual elas serão instaladas. É importante destacar que determinados espaços, sobretudo aqueles com grande �uxo de pessoas, demandam também projeto do sistema de iluminação de emergência. Esta iluminação é composta por blocos autônomos que orientam os ocupantes sobre a localização das saídas da edi�cação durante as situações de falta de energia, seja ela por falha da energia elétrica fornecida pela concessionária ou então em caso de desligamento da energia elétrica em decorrência de incêndio. A NBR 10898:2013 Sistema de iluminação de emergência traz as diretrizes necessárias para este tipo de projeto. Apesar dos apontamos que apresentamos de forma sistematizada, o desenvolvimento de um projeto nem sempre é um caminho claro e linear. O processo de projeto, que envolve análise, correções, ajustes e novas propostas é cíclico. Por este motivo, não desanime caso você sinta di�culdade ao iniciar os seus primeiros projetos! praticar Vamos Praticar A representação grá�ca é parte fundamental do processo de elaboração de um projeto. Nos diagramas, através de linhas, setas e �guras esquemáticas, o projetista pode representar os elementos compositivos de sua proposta, assim como a relação estabelecida entre eles. A partir desta a�rmativa, assinale a alternativa que apresente a fase de projeto na qual utiliza-se o diagrama. a) Levantamento. b) Projeto executivo. c) Execução. d) Concepção da proposta. e) Programa de necessidades. indicações Material Complementar F ILME Uma verdade inconveniente Ano: 2006 Comentário: Pensar no conforto ambiental dos espaços projetados signi�ca adequá-los para que os seres humanos possam ocupá-los de modo seguro. A cada ano que passa percebemos que criar espaços adequados do ponto de vista do conforto térmico é cada vez mais complexo. Mas a�nal, por que isso acontece? O aquecimento global é uma realidade com a qual a sociedade contemporânea vem vivendo. No documentário indicado, Al Gore apresenta uma análise sobre este cenário. TRAIL ER L IVRO Manual de Arquitetura Bioclimática Tropical para a redução de consumo energético. Oscar Corbella e Viviane Corner Editora: Revan ISBN: 9788571064089 Comentário: Reduzir o consumo energético das edi�cações não é apenas uma medida para redução de custos aos ocupantes, mas também uma responsabilidade ambiental. Na leitura indicada você irá aprofundar os seus conhecimentos sobre como as ações projetuais podem interferir no consumo energético de uma edi�cação. O livro, que é dividido em duas partes, conta tanto com a fundamentação teórica sobre o conforto ambiental e a arquitetura bioclimática, quanto a prática, com estratégias que podem ser aplicadas em projeto. conclusão Conclusão Para a criação de um projeto, teoria e prática devem caminhar lado a lado. Não podemos criar um projeto sem o embasamento teórico, e da mesma forma, apenas a teoria não é capaz de transformar os espaços. O projeto é um processo longo noqual estamos constantemente mesclando teoria e prática para responder questões espaciais. Deste modo, em nossos estudos avaliamos como é realizado o processo de projeto considerando as questões de conforto ambiental. Analisamos quais as diretrizes para um projeto luminotécnico levando em consideração aspectos como a realização de tarefas, efeitos compositivos e e�ciência energética. Finalizamos nossa discussão compreendendo como ocorre a idealização, experimentação e evolução do projeto. referências Referências Bibliográ�cas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho. Rio de Janeiro. 2013. CHING, Francis D.K. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014. MÄHLMANN, Fabiana Galves; SCOPEL, Vanessa Guerini; MARIANO, Gabriela Ferreira; CASTAGNA, Ana Cristina; MOURA, Patricia Moreira. Conforto Ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2018. SOUZA, Camila Dias de; GRABASCK, Jaqueline Ramos; RODRIGUES, Amanda Guimarães; ZINI, Giovana. Luminotécnica aplicada. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
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